Hepatoesplenomegalias febris: relato de casoAutores: Gabriela Batista Vieira, Antônio Davi deMarinho Sousa, Diana Neves Ladeia
Orientador: Leonardo de Assis Freitas Velloso
Relato de caso
Paciente do sexo feminino, 23 anos, reside
próximo ao Parque das Mangabeiras, BH.
Chega para avaliação ambulatorial com queixa
de perda ponderal importante (>10%) nos
últimos 3 meses, febre intermitente e artralgia.
2
Exames laboratoriais
Hemácias 3.000.000/mm³
Hemoglobina 8,6 g/dL
Leucócitos 2.000/mm³
Plaquetas 47.000/mm³
3
Albumina 2,5 g/dL
Globulinas 7,2 g/dL
Proteínas totais 9,7 g/dL
Relação A/G 0,347
Anemia
Leucopenia
Trombocitopenia
Hipoalbuminemia
Hiperglobulinemia
Inversão A/G
Exames laboratoriais
Fator anti-nuclear (FAN) Positivo (1 : 320)
Fator reumatóide Elevado
4
TGO 110 U/L
TGP 151 U/L
FA 257 U/LDoença
autoimune?
Função hepática
Paciente foi encaminhada para
INFECTOLOGIA
5
Relato de caso
Paciente foi atendida pela infectologia emhospital de BH.
Apresentando quadro clínico: Perda ponderalimportante (dentro dos últimos 3 meses) >10%,febre e artralgia.
6
- BEG
- 46 kg
- Temperatura: 39°C
- AD: ruidos hidroaéreos presentes,
doloroso à palpação.
Hepatomegalia e esplenomegaliaconfirmadas por US abdominal.
7
8
Hipótese diagnóstica
Hepatomegalia
FebreEsplenomegalia
9
Hipótese diagnóstica
Hepatomegalia
FebreEsplenomegalia
Anemia
Leucopenia
Trombocitopenia
Pancitopenia
Hipoalbuminemia
HiperglobulinemiaInversão A/G
AutoanticorposTGO
TGP
10
Infecciosas Autoimunes
Tuberculose LES
Hepatites virais Artrite reumatóide
Leishmaniose visceral
Esquistossomose
Causas de hepatoesplenomegalia febril
(BISELLI; ATTA, 2005)
Em seguida foi feito um aspirado demedula, no esterno, para avaliaçãomicroscópica.
Não foi visualizado a forma amastigotada Leishmania.
Aspirado de medula: negativo.
11
“
12
Manter a hipótese diagnóstica de LV?
PCR
13
Relato de caso
Diagnóstico feito!
Iniciou o tratamento com Anfotericina B lipossomal5 mg/5 dias.
Dentro de 1-2 dias melhorou quadro febril e astenia.
Continuou o acompanhamento ambulatorial:recuperou o peso e regressão dos outros sintomas.
14
15
16
17
18
19
REVISÃO DE LITERATURA
20
A LV pode apresentar manifestaçõesautoimunes clínicas e laboratoriais, incluindoartralgia, vasculite cutânea, aumento da títulosde fator reumatóide (FR), anticorposantinucleares (ANAs), presença decrioglobulinas e baixos níveis séricos decomplemento.
21
(LIBEROPOULOS et al., 2012)
Fisiopatologia LV
22
Transmissão
As espécies de Leishmania sãoparasitas intracelulares obrigatórios quesão transmitidos aos seres humanos porflebotomíneos como promastigotas.
Os promastigotos sãofagocitados por macrófagos esão transformados emamastigotas.
Os amastigotas semultiplicam e, após a rupturade macrófagos, infectamoutros macrófagos nosistema retículo-endotelialdo fígado, baço e medulaóssea.
(SAKKAS et al., 2007)
Fisiopatologia LES- Doença autoimune sistêmica;- Produção de auto anticorpos;- Inflamação em diversos órgãos e dano
tecidual.- Etiologia:
- Fatores hormonais;- Ambientais;- Genéticos;- Imunológicos.
23(Ministério da Saúde, 2013)
Sinais e sintomasLeishmaniose visceral
- Assintomática ou sub-clínica;- Febre intermitente;- Dor abdominal;- Mialgia;- Astenia;- Perda ponderal;- Hepatoesplenomegalia;- Artralgia.
24
Lúpus eritematoso sistêmico
- Fadiga;- Mialgia;- Febre moderada;- Artralgia;- Perda ponderal;- Linfadenopatia reacional;- Fotossensibilidade;- Lesões de pele;- Pericardite;- Pleurita;- Nefrite.(LIBEROPOULOS et al., 2012)
(Ministério da Saúde, 2013)
Exames Laboratoriais
25
LV LES
FAN +/- +
Pancitopenia + +
Hiperglobulinemia + +
Fator Reumatóide +/- +
PCR + -
Hepatoesplenomegalia + -
(SANTANA et al., 2015)
“
26
Distinguir LV do LES é de suma importância
porque um tratamento imunossupressor para o LES é
prejudicial para um paciente com LV.
(SAKKAS et al., 2007)
27
Leishmaniose visceral (LV)- Protozoário da espécie Leishmania chagasi.
- Ciclo evolutivo com duas formas:● Amastigota● Promastigota
- Sinônimos: calazar; esplenomegalia tropical e febredundun.
- Zoonose de evolução crônica e se não tratada podelevar ao óbito até 90% dos casos.
- Transmitida ao homem pela picada de fêmeas doinseto vetor infectado.
(Ministério da Saúde, 2019)
28
Status of endemicity of visceral leishmaniasis, worldwide, 2016
1,98 casos / 100.000 habitantes
44,5% em região Nordeste
64,8% sexo masculino
29
(Ministério da Saúde, 2017)
Casos de LV por UF, no
Brasil de 2015 - 2017
Casos de leishmaniose visceral por regiões brasileiras, 2008 a 2017
30
(Ministério da Saúde, 2017)
Casos de leishmaniose visceral no Brasil, 1980 a 2017
31
(Ministério da Saúde, 2017)
Referências:▫ Ministério da Saúde. Leishmaniose Visceral: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e
prevenção. Disponível em: <http://saude.gov.br/saude-de-a-z/leishmaniose-visceral#distribuicao>.
Acesso em: 22 nov. 2019.
▫ Ministério da Saúde. Leishmaniose visceral 2017. 2017. Disponível em:
<https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/janeiro/28/leishvisceral-17-novo-
layout.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2019.
▫ Visceral leishmaniasis mimicking systemic lupus erythematosus. Journal of the Brazilian Society of
Tropical Medicine [Internet]. 2018 Oct 13 [cited 2019 Nov 16];52:1-4. DOI 10.1590/0037-8682-0208-
2018. Available from: Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
▫ LIBEROPOULOS, Evangelos et al. Autoimmune manifestations in patients with visceral
leishmaniasis. Journal Of Microbiology, Immunology And Infection. Ioannina, Grécia, p. 302-305. 09
jan. 2012.
▫ SAKKAS, Lazaros I. et al. Immunological features of visceral leishmaniasis may mimic systemic
lupus erythematosus. Clinical Biochemistry. Larisa, Grécia, p. 65-68. 25 out. 2007.
32
Referências:
▫ World Health Organization. Leishmaniasis: Epidemiological situation. Disponível em:
<https://www.who.int/leishmaniasis/burden/en/>. Acesso em: 28 nov. 2019.
▫ BISELLI, Paolo José; ATTA, José Antonio. Diagnóstico sindrômico. Rev Med. São Paulo, p. 95-101.
dez. 2005. Disponível em: <file:///C:/Users/gabyb/Downloads/59250-Texto%20do%20artigo-76156-
1-10-20130726.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2019.
▫ Ministério da saúde. Lúpus Eritematoso Sistêmico. Protocolo clínico e diretrizes terapêutica.
Portaria SAS/MS nº 100, de 7 de fevereiro de 2013, retificada em 22 de março de 2013. Acessado
em: 23 de novembro de 2019.
33
Obrigada!
34