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Giselle Medeiros da Costa One Adriana Gomes Cezar Carvalho
(Organizadores)
os desafios do mundo contemporneo
3
IMEA Joo Pessoa - PB
2018
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Instituto Medeiros de Educao Avanada - IMEA
Editor Chefe Giselle Medeiros da Costa One
Corpo Editorial
Giselle Medeiros da Costa One Helder Neves de Albuquerque
Julianne Freitas Moreno Adriana Gomes Cezar Carvalho
Reviso Final Ednice Fideles Cavalcante Anzio
FICHA CATALOGRFICA
Dados de Acordo com AACR2, CDU e CUTTER
Laureno Marques Sales, Bibliotecrio especialista. CRB -15/121
Direitos desta Edio reservados ao Instituto Medeiros de Educao Avanada IMEA
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
One, Giselle Medeiros da Costa. O59n Nutrio e Sade: os desafios do mundo contemporneo, 3./ Organizadores:
Giselle Medeiros da Costa One; Adriana Gomes Cezar Carvalho 831 fls.
Prefixo editorial: 53005
ISBN: 978-85-53005-02-4 (on-line) Modelo de acesso: Word Wibe Web Instituto Medeiros de Educao Avanada IMEA Joo Pessoa - PB
1 . Nutrio e gastronomia 2. Gesto de alimentos 3. Nutrio sade pblica 4. Nutrigenttica. Giselle Medeiros da Costa One II. Adriana Gomes Cezar Carvalho III. Nutrio e Sade: os desafios do mundo contemporneo, 3
CDU: 612.3
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IMEA Instituto Medeiros de Educao
Avanada
Proibida a reproduo, total ou parcial, por qualquer meio ou processo, seja reproFigura, fotoFigura,
Figura, microfilmagem, entre outros. Estas proibies aplicam-se tambm s caractersticas grficas e/ou
editoriais. A violao dos direitos autorais punvel como Crime
(Cdigo Penal art. 184 e ; Lei 9.895/80), com busca e apreenso e indenizaes diversas (Lei
9.610/98 Lei dos Direitos Autorais - arts. 122, 123, 124 e 126)
Todas as opinies e textos presentes
neste livro so de inteira responsabilidade de seus autores, ficando o organizador
isento dos crimes de plgios e informaes enganosas.
IMEA
Instituto Medeiros de Educao Avanada
Av Senador Ruy Carneiro, 115 ANDAR: 1; CXPST: 072; Joo Pessoa - PB
58032-100 Impresso no Brasil
2018
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Aos participantes do CINASAMA pela
dedicao que executam suas
atividades e pelo amor que escrevem os
captulos que compem esse livro.
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A mente que se abre a uma
nova ideia jamais voltar ao
seu tamanho original (ALBERT
EINSTEIN).
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PREFCIO
A citao de Soren Kierkegaard no sculo XIX diz que
a vida s pode ser comprrendida olhando-se para trs, mas
s pode ser vivida olhando-se para frente. Esta a proposta
deste que apresenta diversidade sobre uma temtica com
abordagens variadas demonstrado ser um livro para
contribuir com o conhecimento do leitor na rea da sade sob
contedo dividido nos mdulos de sade, ateno a sade,
farmcia e sade mental.
O CINASAMA um evento que tem como objetivo
proporcionar subsdios para que os participantes tenham
acesso s novas exigncias do mercado e da educao. E ao
mesmo tempo, reiterar o intuito Educacional, Biolgico,
Nutricional e Ambiental de direcionar todos que formam a
Comunidade acadmica para uma Sade Humana e
Educao socioambiental para a Vida.
Os livros NUTRIO E SADE: os desafios do
mundo contemporneo 1, 2 e 3 tem contedo
interdisciplinar, contribuindo para o aprendizado e
compreenso de varias temticas dentro da rea em estudo.
Esta obra uma coletnea de pesquisas de campo e
bibliogrfica, fruto dos trabalhos apresentados no Congresso
Nacional de Sade e Meio Ambiente realizado entre os dias
17 e 18 de novembro de 2017 na cidade de Joo Pessoa-PB.
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Os eixos temticos abordados no Congresso Nacional
de Sade e Meio Ambiente e nos livros garantem uma ampla
discusso, incentivando, promovendo e apoiando a pesquisa.
Os organizadores objetivaram incentivar, promover, e apoiar
a pesquisa em geral para que os leitores aproveitem cada
captulo como uma leitura prazerosa e com a competncia,
eficincia e profissionalismo da equipe de autores que muito
se dedicaram a escrever trabalhos de excelente qualidade
direcionados a um pblico vasto.
Esta publicao pode ser destinada aos diversos
leitores que se interessem pelos temas debatidos.
Espera-se que este trabalho desperte novas aes,
estimule novas percepes e desenvolva novos humanos
cidados.
Aproveitem a oportunidade e boa leitura.
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Sumrio
NUTRIO E GASTRONOMIA __________________________________ 16
CAPTULO 1 ________________________________________________ 17
CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS
PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE
VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO _____________________________ 17
CAPTULO 2 ________________________________________________ 37
ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS
INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES
COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO ______________________ 37
CAPTULO 3 ________________________________________________ 56
O USO DE PREBITICOS EM ALIMENTOS _________________________ 56
NUTRIO E GESTO DE ALIMENTOS ___________________________ 75
CAPTULO 4 ________________________________________________ 76
ALIMENTAO ONSHORE: ASPECTOS DA GESTO DA QUALIDADE
HIGINICO-SANITRIA DAS REFEIES SERVIDAS EM BASES REMOTAS DE
PLOS PETROQUMICOS ______________________________________ 76
CAPTULO 5 ________________________________________________ 93
AVALIAO DA QUALIDADE HIGINICO-SANITRIA DE ESCOLAS
ESTADUAIS DE SANTA CRUZ-RN ________________________________ 93
file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283115file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283122
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CAPTULO 6 _______________________________________________ 107
COMIDA DE RUA COMERCIALIZADA NO ENTORNO DE FESTIVIDADE
RELIGIOSA: UMA ABORDAGEM SOB O ENFOQUE DA SEGURANA DE
ALIMENTOS _______________________________________________ 107
CAPTULO 7 _______________________________________________ 123
DESAFIOS PARA IMPLANTAO DE FERRAMENTAS DE SEGURANA
ALIMENTAR EM UNIDADES DE ALIMENTAO: UMA REVISO DE
LITERATURA_______________________________________________ 123
CAPTULO 8 _______________________________________________ 142
EDUCAO SANITRIA COM MANIPULADORES DE ALIMENTOS: RELATO
DE EXPERINCIA DE UMA CAPACITAO INTINERANTE NAS ESCOLAS DE
SANTA CRUZ-RN ___________________________________________ 142
CAPTULO 9 _______________________________________________ 160
FORMULAO E CARACTERIZAO DE QUEIJO COALHO SIMBITICO _ 160
CAPTULO 10 ______________________________________________ 176
PERFIL ALIMENTAR DOS ACADMICOS DO CURSO DE NUTRIO _____ 176
CAPTULO 11 ______________________________________________ 193
SEGURANA ALIMENTAR E A IMPORTANCIA DA INSERO DO
NUTRICIONISTA NAS UNIDADES DE ALIMENTAO E NUTRIO DE
HOTIS NO MUNICPIO DE PATOS-PB ___________________________ 193
CAPTULO 12 ______________________________________________ 215
TEORES DE VITAMINA C NA ALIMENTAO OFERECIDA A ESCOLARES _ 215
CAPTULO13 ______________________________________________ 234
UTILIZAO DOS NDICES DE RESTO-INGESTA COMO FERRAMENTA DE
GESTO EM UMA UNIDADE HOSPITALAR _______________________ 234
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NUTRIO E SADE PBLICA _________________________________ 260
CAPTULO 14 ______________________________________________ 261
A IMPORTNCIA DA ATUAO DO NUTRICIONISTA NA ATENO BSICA
DE SADE_________________________________________________ 261
CAPTULO 15 ______________________________________________ 280
ANLISE DO PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAO ESCOLAR E DA
INFLUENCIA DA EDUCAO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA SUA
ACEITAO: UMA REVISO DA LITERATURA _____________________ 280
CAPTULO 16 ______________________________________________ 299
ANLISE FSICO-QUMICA E DE ROTULAGEM EM PLANTAS MEDICINAIS
COMERCIALIZADAS NO MERCADO FORMAL E INFORMAL __________ 299
CAPITULO 17 ______________________________________________ 321
AVALIAO DA CONFORMIDADE DOS RTULOS DE SARDINHA E ATUM
FRENTE A LEGISLAO DE ROTULAGEM ALIMENTAR, COMERCIALIZADOS
NA REGIO METROPOLITANA DE NATAL - RN ____________________ 321
CAPTULO 18 ______________________________________________ 340
AVALIAO DA ROTULAGEM DE VEGETAIS MINIMAMENTE PROCESSADOS
COMERCIALIZADOS NA REGIO METROPOLITANA DE NATAL - RN ____ 340
CAPTULO 19 ______________________________________________ 359
AVALIAO DE HBITOS ALIMENTARES DE PR-ESCOLARES DE UMA
CRECHE PBLICA NO MUNICPIO DE JOO PESSOA-PB _____________ 359
CAPTULO 20 ______________________________________________ 379
AVALIAO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANAS PR-ESCOLARES E
SUA RELAO COM O ALEITAMENTO MATERNO _________________ 379
file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283143
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CAPTULO 21 ______________________________________________ 401
AVALIAO DO PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAO DE
VITAMINA A EM CRIANAS: UM OLHAR DA EQUIPE ESTRATGIA SADE
DA FAMLIA DE UM MUNICPIO DO SERTO DA PB ________________ 401
CAPTULO 22 ______________________________________________ 418
CACTCEAS PRESENTES NA CAATINGA: IMPORTNCIA E APLICAO NA
TECNOLOGICA DE ALIMENTOS ________________________________ 418
CAPTULO 23 ______________________________________________ 433
CONSUMO ALIMENTAR DE IDOSOS COM DOENAS CRNICAS NO
TRANSMISSVEIS ATENDIDOS NO MUNICPIO DE AGUIAR-PB________ 433
CAPITULO 24 ______________________________________________ 455
ESTADO NUTRICIONAL E DE SADE DE HIPERTENSOS E DIABTICOS
ATENDIDOS NO NASF, PATOS,PB ______________________________ 455
CAPTULO 25 ______________________________________________ 475
ESTUDO DO PERFIL LIPDICO EM ADULTOS COM SOBREPESO E OBESIDADE
_________________________________________________________ 475
CAPTULO 26 ______________________________________________ 496
FIDEDIGNIDADE DAS INFORMAES CONTIDAS EM RTULOS DE
PRODUTOS PARA ADOAR COMERCIALIZADOS EM DUAS
MICRORREGIES DO RIO GRANDE DO NORTE ____________________ 496
CAPTULO 27 ______________________________________________ 514
GRAVIDEZ NA ADOLESCNCIA E SUA RELAO COM O BAIXO PESO AO
NASCER NO MUNICPIO DE PATOS PB _________________________ 514
CAPTULO 28 ______________________________________________ 546
-
PRODUO DO CUIDADO EM UMA COMUNIDADE DE BAIXA RENDA:
NUTRIO NO CONTEXTO ESCOLAR PARA FORMAO DE HBITOS
ALIMENTARES SAUDVEIS ___________________________________ 546
CAPTULO 29 ______________________________________________ 562
QUALIDADE HIGINICO-SANITRIA DOS PESCADOS COMERCIALIZADOS
NAS FEIRAS LIVRES E MERCADOS PBLICOS DO MUNICPIO DE JOO
PESSOA-PB ________________________________________________ 562
GESTO EM UNIDADE DE ALIMENTAO _______________________ 582
CAPTULO 30 ______________________________________________ 583
PESQUISA E ANLISE DA SATISFAO DOS COMENSAIS DE UM
RESTAURANTE UNIVERSITRIO NO INTERIOR DA PARABA _________ 583
CAPTULO 31 ______________________________________________ 601
REAVALIAO DOS PER CAPITAS CRUS DAS PREPARAES DO CARDPIO
OFERTADO COLETIVIDADE SADIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITRIO DO
SERTO DA PARABA ________________________________________ 601
NUTRIO NA SENESCNCIA _________________________________ 618
CAPTULO 32 ______________________________________________ 619
A INFLUNCIA DO MEGA-3 PARA A PREVENO E TRATAMENTO DO
ALZHEIMER: UMA REVISO DE LITERATURA _____________________ 619
CAPTULO 33 ______________________________________________ 636
NUTRIO E PROMOO DA SADE NO ENVELHECIMENTO ________ 636
CAPTULO 34 ______________________________________________ 654
file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283176file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283181
-
SARCOPENIA EM IDOSOS ONCOLGICOS EM TRATAMENTO
QUIMIOTERPICO __________________________________________ 654
CAPTULO 35 ______________________________________________ 675
RELAO DO CONSUMO DE ALIMENTOS FONTES DE VITAMINA D E
CLCIO E SEUS NVEIS SRICOS EM INDIVDUOS IDOSOS DA CIDADE DE
JOO PESSOA _____________________________________________ 675
NUTRIO ESPORTIVA ______________________________________ 699
CAPTULO 36 ______________________________________________ 700
ALIMENTAO E HIDRATAO PR E PS-TREINO: PERCEPO DOS
PRATICANTES DE MUSCULAO DE UMA ACADEMIA NO MUNICPIO DE
JARDIM DE PIRANHAS-RN ____________________________________ 700
CAPTULO 37 ______________________________________________ 728
EFEITOS DE TERMOGNICO JUNTO A DIATA LOW CARB NA PERDA DE PESO
_________________________________________________________ 728
CAPTULO 38 ______________________________________________ 751
EXERCCIO FSICO E ESTRESSE OXIDATIVO: REPERCUSSES NO SISTEMA
NERVOSO _________________________________________________ 751
NUTRIO E GENTICA ______________________________________ 769
CAPTULO 39 ______________________________________________ 770
CIDO LINOLEICO CONJUGADO (CLA): CARACTERSTICAS, BIOSSNTESE E
EFEITOS NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) __________________ 770
CAPTULO 40 ______________________________________________ 792
file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283190file:///D:/2017/livros%202017%202018/NUTRICAO%203%20giselle.docx%23_Toc506283197
-
A IMPORTNCIA DOS POLIMORFISMOS DE NUCLEOTDEO NICO (SNPS)
DOS GENES FTO E MTHFR NA ADEQUAO DA ALIMENTAO ______ 792
CAPTULO 41 ______________________________________________ 812
NOVAS PERSPECTIVAS DA VITAMINA D NA GENTICA E MICROBIOTA
INTESTINAL: UMA REVISO __________________________________ 812
-
16
NUTRIO E GASTRONOMIA
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CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE
VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
17
CAPTULO 1
CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA
ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE VIDA EM
ALEITAMENTO MATERNO
Dbora Gabriela Fernandes ASSUNO 1 Kerolaynne Fonseca de LIMA 1
Marlia Ferreira Frazo Tavares de MELO 2 1 Nutricionista Residente do Programa de Residncia Multiprofissional Integrada em Sade da
UFRN/MEJC; 2 Orientadora/Professora do Curso de Nutrio do CES/UFCG. [email protected]
RESUMO: Atualmente observa-se uma constante preocupao
quanto qualidade dos alimentos no que diz respeito a nutrio
infantil, uma vez que, existem inmeros produtos destinados a
essa populao. Nesse caso, muitos pais guiam-se pelos
rtulos nutricionais de produtos infantis industrializados, porm
muitos no possuem condies financeiras de adquirir tais
produtos e tem a opo de preparar as papinhas caseiras.
Assim, o presente estudo tem como objetivo elaborar os rtulos
nutricionais de papinhas caseiras previamente elaboradas para
a alimentao complementar de lactentes de 6 meses em
aleitamento materno e compar-las com o rtulo nutricional de
papinhas industrializadas de uma marca comercializada no
mercado. Foram confeccionadas 4 (quatro) papinhas que foram
submetidas a anlises fsico-qumicas. Os resultados das
anlises permitiram a elaborao de um rtulo nutricional para
cada papinha cuja composio foi expressa segundo a RDC
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CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE
VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
18
360 e RDC 222. Os rtulos tambm apresentaram as devidas
advertncias necessrias e obrigatrias para produtos
alimentares infantis. Quando comparadas com papinhas de
uma marca industrializada elas mostraram ser nutricionalmente
mais adequadas e ainda apresentaram o diferencial de no
possuir sdio em sua composio. Portanto, a partir do rtulo
nutricional fica evidente que as papinhas caseiras so
nutricionalmente mais adequadas e saudveis. Assim, os pais
e profissionais de sade devem estimular a ingesto de
alimentos saudveis nessa fase que demanda tanto cuidado.
Palavras-chave: Alimentao complementar. Rotulagem.
Informao nutricional.
1 INTRODUO
A busca pela qualidade de vida e a diversidade de
alimentos industrializados existentes no mercado tm tornado o
consumidor cada vez mais exigente e preocupado com a
segurana alimentar. De acordo com o item 3, do artigo 6, da
Lei 8078/90 (Cdigo de Proteo e Defesa do Consumidor)
por meio do rtulo dos alimentos que se tem acesso s
informaes como, quantidade, caractersticas nutricionais,
composio, qualidade e riscos que os produtos poderiam
apresentar (YOSHIZAWA et al., 2003).
As informaes presentes nos rtulos dos alimentos
industrializados constituem uma fonte importante para auxiliar
as escolhas alimentares e conferem rotulagem o carter de
uma atividade de promoo da sade, configurando-se num elo
de comunicao entre as indstrias e os consumidores. Tais
informaes destinam-se a identificar a origem, a composio
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CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE
VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
19
e as caractersticas nutricionais dos produtos, permitindo o
rastreamento dos mesmos, e constituindo-se, portanto, em
elemento fundamental para a sade pblica (SILVA et al.,
2012).
Atualmente, observa-se uma crescente preocupao
quanto qualidade dos alimentos consumidos, na rea da
nutrio infantil, principalmente durante o incio da fase de
alimentao complementar, que demanda muito cuidado por
ser o momento em que h a introduo de novas fontes
alimentares. A qualidade da alimentao complementar uma
estratgia mais do que efetiva para a manuteno da sade e
reduo da morbimortalidade de crianas pequenas (GARCIA;
GRANADO; CARDOSO, 2011).
Neste contexto, alguns pais guiam-se pelos rtulos dos
alimentos infantis industrializados, os quais orientam sobre a
qualidade e a quantidade dos constituintes do produto,
auxiliando suas escolhas (CAMARA et al., 2008). Porm,
importante destacar que grande parte da populao no tem
acesso s papinhas infantis industrializadas, por possurem um
custo elevado, e a papinha caseira surge como principal
opo de escolha para a introduo da alimentao
complementar.
Segundo Toma e Rea (1997) as primeiras advertncias
encontradas na literatura contra a rotulagem de alimentos
infantis datam do incio do sculo, quando Coutts, em 1911, na
Gr Bretanha, props a colocao do aviso IMPRPRIO
PARA CRIANAS nos rtulos de leite condensado desnatado.
J no Brasil em 2002, a ANVISA aprovou a resoluo da
diretoria colegiada (RDC) n 222, que normatiza a promoo,
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CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE
VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
20
comercializao e rotulagem dos alimentos para lactentes e
crianas de primeira infncia (SILVA; DIAS; FERREIRA, 2008).
O principal objetivo da regulao da comercializao de
alimentos para lactentes consiste na proteo da sade infantil
atravs da promoo do aleitamento materno, tendo em vista
os benefcios associados prtica da amamentao. Na rea
da amamentao, essa harmonizao se d atravs da
regulamentao das estratgias de comercializao dos
produtos substitutos do leite materno e da promoo do
aleitamento materno como melhor opo alimentao infantil,
tanto sob a tica nutricional, dados os benefcios observados
sade do lactente, quanto sob a tica econmica, uma vez que
poupa a renda familiar da despesa adicional com a alimentao
do beb (CYRILLO et al., 2009).
Levando em considerao a importncia da alimentao
complementar nutricionalmente adequada nessa fase do ciclo
de vida, objetivou-se neste estudo elaborar o rtulo nutricional
de papinhas infantis caseiras do tipo principal destinadas a
alimentao complementar de lactentes com 6 meses de vida
em aleitamento materno previamente elaboradas e compar-las
com papinhas industrializadas de uma marca comercializada no
mercado.
2 MATERIAIS E MTODOS
A partir das anlises fsico-qumicas, foi elaborado 01
(um) rtulo nutricional para cada papinha infantil obtida,
baseando-se no valor dirio de referncia conforme Resoluo-
RDC n 360, de 23 de dezembro de 2003 e a Resoluo RDC
n 222 de 05 de agosto de 2002. No rtulo, foi declarada a
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CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE
VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
21
poro em gramas e a medida caseira correspondente e os
nutrientes obrigatrios, segundo a legislao bem como
nutrientes opcionais determinados em anlises fsico-qumicas.
As papinhas infantis foram confecionadas no Laboratrio
de Tcnica Diettica (LATED)/CES/UFCG, as anlises fsico-
qumica foram realizadas no Laboratrio de Bromatologia
(LABROM)/CES/UFCG e os ingredientes utilizados nas
preparaes foram obtidos na feira livre e em supermercados
do municpio de Cuit/PB.
Foram confeccionadas 4 (quatro) papinhas infantis,
seguindo as orientaes de preparo de manuais do Ministrio
da Saude e da Sociedade Brasileira de Pediatria (BRASIL,
2013; BRASIL, 2002; SBP, 2012). As papinhas foram dividas
em fases de composio, sendo duas papinhas de 1 fase
composta por: tubrculo, protena animal, hortalia (verdura ou
legume) (Papinha de Batata Doce, Carne e Abbora; e Papinha
de Inhame, Frango e Cenoura) e as outras duas de 2 fase
composta por: cereal ou tubrculo, protena animal, verdura,
legume e leguminosa (Papinha de Macarro, Feijo, Fgado,
Beterraba e Brcolis; e Papinha de Arroz, Feijo, Peixe,
Abobrinha e Brcolis) (PALMA; ESCRIVO; OLIVEIRA, 2009).
O pr-preparo e preparo das 4 (quatro) papinhas infantis
seguiram as normas das Boas Prticas de Manipulao de
Alimentos (SO PAULO, 2012).
O teor de protenas foi determinado pelo Mtodo de
Kjedahl com fator 6,25 multiplicado pela porcentagem de
nitrognio de acordo com tcnica descrita no mtodo 435/IV
(IAL, 2008). Para determinao de lipdeos foi utilizado o
mtodo de Folch (FOLCH; LEES; STANLEY, 1957). O teor de
carboidrato determinado pela diferena entre 100 e a soma do
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CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE
VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
22
contedo de protenas, gorduras, fibra alimentar, umidade e
cinzas (IAL, 2008). O valor calrico das pores de cada
papinha elaborada foi calculado a partir dos teores da frao
proteica, lipdica e de carboidratos, utilizando-se os coeficientes
especficos que levam em considerao o calor de combusto
4,0; 9,0 e 4,0 kcal, respectivamente, conforme Dutra de Oliveira
e Marchini (1998). Os minerais foram quantificados por
fluorescncia de raios-X (FRX).
1 RESULTADOS E DISCUSSO
O rtulo para cada papinha infantil caseira foi elaborado
levando em considerao as instrues encontradas na
Resoluo da Diretoria Colegiada (RDC) n 360 de 23 de
dezembro de 2003, que compreende a Declarao de
Nutrientes e a Declarao de Propriedades Nutricionais
(informao nutricional complementar).
No Quadro 1 est descrito a informao nutricional em
115 g ou 1 (uma) unidade de Papinha de Batata Doce, Carne e
Abbora.
Quadro 1. Informao nutricional da Papinha de Batata Doce,
Carne e Abbora.
INFORMAO NUTRICIONAL
Papinha de Batata doce, Carne e Abbora Poro de 115 g = 01 unidade
Quantidade por poro % VD (*)
Valor Energtico 118 Kcal = 496 KJ 6
Carboidratos 17,6 g 6
Protenas 4,6 g 6
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CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE
VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
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Gorduras Totais 3,2 g 6
Clcio 21 mg 7 (**)
No contm quantidades significativas de sdio.
*Valores dirios de referncia com base em uma dieta de 2.000 calorias
(Kcal), ou 8.400 KJ. Seus valores dirios podem ser maiores ou menores
dependendo de suas necessidades energticas.
**Valor Dirio de referncia para clcio baseado em IDR para lactentes a
partir de 6 meses RDC n 269/05. Seus valores dirios podem ser maiores
ou menores dependendo de suas necessidades.
O Ministrio da Sade adverte: Este produto no deve ser usado para
crianas menores de 6 meses, salvo sob a indicao expressa do mdico ou
nutricionista. O aleitamento materno evita infeces e alergia e
recomendado at os dois anos de idade ou mais.
Ingredientes: BATATA DOCE, ABBORA, CARNE MODA, CEBOLA,
COENTRO, LEO DE SOJA E ALHO. NO CONTM GLTEN.
Fonte: Prpria
No Quadro 2 est descrito a informao nutricional em
115 g ou 1 (uma) unidade de Papinha de Inhame, Frango e
Cenoura.
Quadro 2. Informao nutricional da Papinha de Inhame,
Frango e Cenoura.
INFORMAO NUTRICIONAL
Papinha de Inhame, Frango e Cenoura Poro de 115 g = 01 unidade
Quantidade por poro % VD (*)
Valor Energtico 112 Kcal = 470 KJ 6
Carboidratos 9,1 g 3
Protenas 5,4 g 7
Gorduras Totais 6 g 11
Clcio 27 mg 9 (**)
No contm quantidades significativas de sdio.
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CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE
VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
24
*Valores dirios de referncia com base em uma dieta de 2.000 calorias
(Kcal), ou 8.400 KJ. Seus valores dirios podem ser maiores ou menores
dependendo de suas necessidades energticas.
**Valor Dirio referncia para clcio baseado em IDR para lactentes a partir
de 6 meses RDC n 269/05. Seus valores dirios podem sem maiores ou
menores dependendo de suas necessidades.
O Ministrio da Sade adverte: Este produto no deve ser usado para
crianas menores de 6 meses, salvo sob a indicao expressa do mdico ou
nutricionista. O aleitamento materno evita infeces e alergia e
recomendado at os dois anos de idade ou mais.
Ingredientes: INHAME, CENOURA, FRANGO, CEBOLA, LEO DE
SOJA, COENTRO E ALHO. NO CONTM GLTEN.
Fonte: Prpria
O Quadro 3 exibe a informao nutricional em 115 g ou
1 (uma) unidade de Papinha de Macarro, Feijo Fgado
Beterraba e Brcolis.
Quadro 3. Informao nutricional da Papinha de Macarro,
Feijo, Fgado, Beterraba e Brcolis.
INFORMAO NUTRICIONAL
Papinha de Macarro, Feijo, Fgado, Beterraba e Brcolis
Poro de 115 g = 01 unidade
Quantidade por poro % VD (*)
Valor Energtico 119 Kcal = 500 KJ 6
Carboidratos 11,4 g 4
Protenas 6,2 g 8
Gorduras Totais 5,4 g 10
Clcio 48 mg 16 (**)
No contm quantidades significativas de sdio.
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CONFECO DE RTULO NUTRICIONAL DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6 MESES DE
VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
25
*Valores dirios de referncia com base em uma dieta de 2.000 calorias
(Kcal), ou 8.400 KJ. Seus valores dirios podem ser maiores ou menores
dependendo de suas necessidades energticas.
**Valor Dirio referncia para clcio baseado em IDR para lactentes a partir
de 6 meses RDC n 269/05. Seus valores dirios podem sem maiores ou
menores dependendo de suas necessidades.
O Ministrio da Sade adverte: Este produto no deve ser usado para
crianas menores de 6 meses, salvo sob a indicao expressa do mdico ou
nutricionista. O aleitamento materno evita infeces e alergia e
recomendado at os dois anos de idade ou mais.
Ingredientes: FEIJO, MACARRO, BRCOLIS, BETERRABA, FGADO
DE GALINHA, CEBOLA, LEO DE SOJA, COENTRO E ALHO.
CONTM BETERRABA. NO PODE SER CONSUMIDO POR
MENORES DE 3 MESES DE IDADE. CONTM GLTEN.
Fonte: Prpria
O Quadro 4 exibe a informao nutricional em 115 g ou
1 (uma) unidade de Papinha de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha
e Espinafre.
Quadro 4. Informao nutricional da Papinha de Arroz, Feijo,
Peixe, Abobrinha e Espinafre.
INFORMAO NUTRICIONAL
Papinha de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha e Espinafre.
Poro de 115 g = 01 unidade
Quantidade por poro % VD (*)
Valor Energtico 92 Kcal = 386 KJ 5
Carboidratos 3,9 g 1
Protenas 5,6 g 7
Gorduras Totais 6 g 11
Clcio 51 mg 17 (**)
No contm quantidades significativas de sdio.
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VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
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*Valores dirios de referncia com base em uma dieta de 2.000 calorias
(Kcal), ou 8.400 KJ. Seus valores dirios podem ser maiores ou menores
dependendo de suas necessidades energticas.
**Valor Dirio referncia para clcio baseado em IDR para lactentes a partir
de 6 meses RDC n 269/05. Seus valores dirios podem sem maiores ou
menores dependendo de suas necessidades.
O Ministrio da Sade adverte: Este produto no deve ser usado para
crianas menores de 6 meses, salvo sob a indicao expressa do mdico ou
nutricionista. O aleitamento materno evita infeces e alergia e
recomendado at os dois anos de idade ou mais.
Ingredientes: ABOBRINHA, ARROZ, ESPINAFRE, FEIJO, PEIXE,
CEBOLA, COENTRO, LEO DE SOJA E ALHO. CONTM ESPINAFRE.
NO PODE SER CONSUMIDO POR MENORES DE 3 MESES DE IDADE.
NO CONTM GLTEN. Fonte: Prpria
Segundo a RDC n 360 de 23 de dezembro de 2003,
rotulagem nutricional toda a descrio destinada a informar
ao consumidor sobre as propriedades nutricionais de um
alimento. Atualmente, a busca pela segurana alimentar e
nutricional, bem como o direito alimentao adequada
enfatiza cada vez mais a importncia das informaes teis e
confiveis presentes nos rtulos dos alimentos (LOBANCO et
al., 2009). O rtulo o primeiro contato, que o consumidor tem
com o produto, portanto, no deve haver informaes errneas
em seu contedo, pois deve permitir que o consumidor
selecione os alimentos, mudando seus hbitos alimentares e,
consequentemente, diminuindo a incidncia dos problemas de
sade (LOBANCO et al. 2009; SMITH, 2010;).
A legislao brasileira de rotulagem tem por base as
determinaes do Codex Alimentarius, principal rgo
internacional responsvel pelo estabelecimento de normas
sobre a segurana e a rotulagem de alimentos. No Brasil, a
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VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
27
Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), ligada ao
Ministrio da Sade, responsvel, entre outras atribuies,
por fiscalizar a produo e a comercializao dos alimentos,
alm de normatizar a sua rotulagem (CMARA, 2008).
Aps anlise dos quadros (1, 2, 3 e 4), constatou-se que
a informao nutricional foi estruturada na forma de quadro,
com os valores e unidades agrupados em colunas, conforme
determina a RDC n 360 de 23 de dezembro de 2003.
De acordo com esta RDC, caso no haja espao
suficiente ela pode ser estruturada na forma linear. Ademais, a
informao presente na rotulagem deve ser expressa no idioma
do pas e colocada em um lugar visvel ao consumidor, e sua
cor deve contrastar com o fundo da embalagem (BRASIL, 2003;
PALMA; DISHCHEKENIAN, 2009). Os valores energticos e
dos nutrientes devem ser declarados na forma numrica. No
que se refere s unidades, estas devem ser apresentadas em
quilocalorias (kcal) ou quilojoule (kJ) para valor energtico;
grama (g) para protenas, carboidratos, gorduras e fibra
alimentar; miligrama (mg) para sdio e colesterol; as vitaminas
e minerais podem ser expressas em miligramas (mg) ou
microgramas (mcg) (PALMA; DISHCHEKENIAN, 2009).
Segundo a RDC n 360 (2003), na rotulagem nutricional
devem ser declarados obrigatoriamente o valor energtico,
carboidratos, protenas, gorduras totais, gorduras saturadas,
gorduras trans, fibra alimentar e sdio, bem como a informao
nutricional complementar relativa declarao facultativa de
propriedades nutricionais. As vitaminas e os minerais podem
ser declarados desde que esteja em quantidades igual ou maior
a 5% da Ingesto Diria Recomendada (IDR) por poro
(MELLO et al., 2012).
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VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
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Analisando os quadros (1, 2, 3 e 4), no que se refere aos
micronutrientes, apenas o clcio foi declarado, uma vez que o
valor de ferro para 1 (uma) poro no atingiu 5% da IDR para
lactentes a partir de 6 meses. Embora a deficincia de ferro seja
comum em lactente e crianas em vrias regies do mundo,
para Fantini et al. (2008), a mdia de ferro presente nas dietas
de vrias regies encontra-se acima das recomendaes
dirias. Assim, a anemia muitas vezes pode ser decorrente da
baixa disponibilidade de ferro nos alimentos; portanto,
importante que os alimentos de transio sejam compostos por
alimentos que uma vez combinado apresente uma alta
biodisponibilidade de ferro (FANTINI et al., 2008). Essa pode
ser uma razo pelo qual no se atingiu 5% da IDR. Segundo
Bortolini e Fisberg (2010), algumas substncias presentes nos
alimentos podem inibir a absoro do ferro, por exemplo, os
fitatos presentes no feijo e arroz; e o cido oxlico encontrado
em espinafre e beterraba. Quanto ao sdio, em todos os rtulos,
o valor no foi declarado tendo em vista que no foram
encontradas quantidades significativas em 1 (uma) poro.
As informaes nutricionais foram expressas por poro,
incluindo a medida caseira correspondente, segundo o
estabelecido no Regulamento Tcnico especfico e em
percentual de Valor Dirio (%VD), ficando excluda a
declarao de gordura trans em percentual de Valor Dirio
(%VD) (BRASIL, 2003; MOURA; CANNIATTI-BRAZACA;
SILVA, 2009) Adicionalmente, a informao nutricional pode ser
expressa por 100 g ou 100 ml. Deve ser includa como parte da
informao nutricional a seguinte frase: Seus valores dirios
podem ser maiores ou menores dependendo de suas
necessidades energticas (BRASIL, 2003; MOURA;
-
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VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
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CANNIATTI-BRAZACA; SILVA, 2009). Alm disso, a expresso
INFORMAO NUTRICIONAL o valor e as unidades da
poro e da medida caseira devem estar em maior destaque do
que o resto da informao nutricional (BRASIL, 2003).
Analisando o quadro (3), constatou-se a presena da
advertncia CONTM GLTEN, em acordo com o
preconizado pela RDC n 40, que tem como objetivo padronizar
a declarao sobre a presena de glten nos rtulos de
alimentos embalados e bebidas (BRASIL, 2002; MOURA;
CANNIATTI-BRAZACA; SILVA, 2009). Assim, todos os
alimentos que contenham glten, devem conter, no rtulo,
obrigatoriamente, a advertncia: CONTM GLTEN. Essa
advertncia deve ser impressa nos rtulos dos alimentos e
bebidas embalados em caracteres com destaque, ntidos e de
fcil leitura.
Aps anlise dos quadros (3 e 4), constatou-se as
advertncias CONTM BETERRABA. NO PODE SER
CONSUMIDO POR MENORES DE 3 MESES DE IDADE e
CONTM ESPINAFRE. NO PODE SER CONSUMIDO POR
MENORES DE 3 MESES DE IDADE. Essas advertncias
devem ser impressas nos rtulos sempre que os alimentos de
transio forem elaborados com espinafre ou beterraba, uma
vez que esses alimentos contm alto teor de nitrato e sua
ingesto, antes dos 3 (trs) meses de idade, pode ocasionar
a metemoglobinemia (BRASIL, 2002; ACCIOLY; AQUINO,
2009). A metemoglobina origina-se quando o nitrato
convertido em nitrito e oxida o ferro da hemoglobina em
metemoglobina, causando diminuio da oferta de oxignio.
(NASCIMENTO et al., 2008).
-
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VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
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A rotulagem de alimentos possui o papel de orientar os
consumidores quanto quantidade e a qualidade dos
constituintes nutricionais do produto (CMARA, 2008). No que
se refere aos alimentos infantis, o rtulo auxilia os pais a
fazerem boas escolhas. Essa funo, portanto, encontra-se de
acordo com o Cdigo de Proteo e Defesa do Consumidor,
onde declara que so direitos bsicos do consumidor: a
informao adequada e clara sobre os diferentes produtos e
servios, com especificao correta de quantidade,
caractersticas, composio, qualidade e preo, bem como,
sobre os riscos que apresentem (MANUAL DE ROTULAGEM
PARA ALIMENTOS EMBALADOS, 2008).
Assim, para garantir a adequada nutrio dos lactentes
e evitar os riscos associados ao desmame precoce, em 2002, a
Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA) aprovou a
RDC n 222, que normatiza a promoo, comercializao e
rotulagem dos alimentos para lactentes e crianas de primeira
infncia (SILVA; DIAS; FERREIRA, 2008).
De acordo com a RDC n 222, os rtulos para alimentos
de transio devem constar a idade a partir da qual poder ser
utilizado. Portanto, nota-se nos quadros (1, 2, 3 e 4) a presena
da advertncia O Ministrio da Sade adverte: Este produto
no deve ser usado para crianas menores de 6 meses, salvo
sob a indicao expressa do mdico ou nutricionista. O
aleitamento materno evita infeces e alergia e recomendado
at os dois anos de idade ou mais.
A produo de alimentos industrializados no Brasil
aumentou de forma considervel devido abertura da economia
do pas e o maior poder aquisitivo que as famlias vm
adquirindo. Alm disso, fatores como a insero da mo de obra
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VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
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feminina, praticidade, durabilidade, rapidez e boa aceitao do
produto vem contribuindo para a incorporao de produtos
industrializados, principalmente na alimentao infantil (SILVA;
DIAS; FERREIRA, 2008; AQUINO; PHILLIPP, 2002).
Atualmente, a indstria de alimentos vem desenvolvendo
uma srie de produtos voltados para lactentes e crianas de
primeira infncia. No entanto, alguns desses produtos no
levam em considerao as necessidades nutricionais das
crianas e preocupam-se apenas com os ingredientes que so
ofertados.
Na Tab (1) apresentada a comparao entre os valores
de nutrientes encontrados nas papinhas infantis de elaborao
caseira e das papinhas infantis de uma marca industrializada.
Tabela 1. Comparao entre os valores de nutrientes encontrados nas papinhas infantis caseiras e nas papinhas infantis de uma marca industrializada.
Varivel (%)
Papinhas Caseiras Papinhas
Industrializadas
Batata
Doce,
Carne e
Abbora
Inhame,
Frango
e
Cenoura
Legumes
com
Carne
Hortalicas
com Peito
de Frango
Valor
Energtico
(Kcal/100g)
102 Kcal 97 Kcal 72 Kcal 77 Kcal
Carboidratos 15,3 g 7,9 g 7,4 g 7,7 g
Protenas 4 g 4,7 g 3,5 g 3,7 g
Gordura
Totais
2,8 g 5,2 g 3,1 g 3,2 g
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Sdio 0 0 65 mg 62 mg
Fonte: Prpria
possvel verificar a partir dos resultados expostos, que
a papinha de Batata Doce, Carne e Abbora em comparao
com uma papinha industrializada com mesma fonte proteica,
apresentou maior quantidade de calorias, carboidratos e
protenas, entretanto, no que se refere ao contedo lipdico, a
papinha industrializada apresentou uma maior quantidade,
essa pequena diferena pode ser atribuda pelo tipo de carne
utilizada nas preparaes das mesmas.
J a papinha de Inhame, Frango e Cenoura possuem
maiores quantidades de calorias, carboidratos, lipdeos e
protena em relao papinha industrializada com mesma fonte
proteica. Em relao ao sdio as duas papinhas caseiras no
apresentaram quantidades significativas de sdio em 100 g,
diferentemente das papinhas industrializadas, que
apresentaram sdio em sua composio.
4 CONCLUSES
O incio da alimentao complementar uma fase que
demanda um maior cuidado, pois novos alimentos sero
introduzidos com objetivo de nutrir e manter a sade de
crianas menores de um ano. Portanto, os pais devem estar
atentos aos alimentos e produtos que esto ofertando aos seus
filhos. Por meio dos rtulos nutricionais ficou claro que as
papinhas caseiras so nutricionalmente mais adequadas e
saudveis, por essa razo importante que os pais e
profissionais de sade estimulem hbitos alimentares
saudveis o mais precoce possvel iniciando com
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VIDA EM ALEITAMENTO MATERNO
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amamentao e continuando no perodo da alimentao
complementar. No caso das famlias, que fazem uso de
alimentos infantis industrializados, devem ser orientadas a
lerem e entenderem de forma precisa as informaes
nutricionais contidas nos rtulos dos alimentos. Para isso,
necessria uma maior fiscalizao dos rgos competentes a
respeito das informaes colocadas e estratgias que
promovessem maior conhecimento sobre esse assunto de
forma simples a toda populao.
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ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES
COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO
37
CAPTULO 2
ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS
CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES COM 6
MESES EM ALEITAMENTO MATERNO
Kerolaynne Fonseca de LIMA 1
Dbora Gabriela Fernandes ASSUNO 1 Marlia Ferreira Frazo Tavares de MELO 2
1 Nutricionista Residente do Programa de Residncia Multiprofissional Integrada em Sade da UFRN/MEJC; 2 Orientadora/Professora do Curso de Nutrio do CES/UFCG.
RESUMO: Os dois primeiros anos de vida da criana so
caracterizados por crescimento e desenvolvimento acelerado, o
que leva a um aumento das necessidades nutricionais nessa
fase. O aleitamento materno exclusivo at os seis meses e a
introduo adequada e cuidadosa da alimentao
complementar podem prevenir deficincias nutricionais e
contribuir para o bom desenvolvimento e crescimento. Assim, o
presente estudo objetivou-se em elaborar papinhas infantis
caseiras destinadas a alimentao complementar de lactentes
com 6 meses de vida em aleitamento materno. Para isso, foram
confeccionadas 4 (quatro) papinhas infantis, sendo que, duas
papinhas foram de 1 fase e as outras duas de 2 fase, as quais
foram submetidas a anlise fsico-qumica. Verificou-se que, as
papinhas caseiras elaboradas foram adequadas quanto ao teor
proteico, embora no tenham alcanado todas as
recomendaes do Institute of Medicine. Portanto, as papinhas
-
ELABORAO E CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DE PAPINHAS INFANTIS CASEIRAS PARA ALIMENTAO COMPLEMENTAR DE LACTENTES
COM 6 MESES EM ALEITAMENTO MATERNO
38
caseiras so nutricionalmente adequadas, desde que sejam
compostas por alimentos, que uma vez combinados, possam
ofertar uma alta disponibilidade de nutrientes. Dessa forma,
essencial que as famlias sejam orientadas a preferir
preparaes que utilizem alimentos in natura, adotando assim
hbitos alimentares saudveis desde a infncia.
Palavras-chave: Alimentao complementar. Lactente.
Nutrio infantil.
1 INTRODUO
Os dois primeiros anos de vida da criana so
caracterizados pelo crescimento e desenvolvimento acelerado,
que aumentam as necessidades nutricionais da fase,
representando um perodo crtico de vulnerabilidade
(WEFFORT, 2009; GARCIA; GRANADO; CARDOSO, 2011;
CAETANO et al., 2010). Deficincias nutricionais ou condutas
alimentares inadequadas nessa fase podem prejudicar o
crescimento e o desenvolvimento. Essa situao, porm, pode
ser prevenida com a combinao de aleitamento materno
exclusivo at os seis meses e a introduo adequada da
alimentao complementar (GARCIA; GRANADO; CARDOSO,
2011; BRUKEN et al.,2006).
Indiscutivelmente, o aleitamento materno o melhor
alimento nos primeiros meses de vida da criana, pois traz
inmeros benefcios sade, oferecendo proteo efetiva a
curto e a longo prazo (WEFFORT, 2009; VIEIRA et al.,2009).
Por esse motivo, a Organizao Mundial de Sade (OMS)
recomenda o aleitamento materno at dois anos ou mais
(BRASIL, 2009). No entanto, a partir dos seis meses o leite
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materno passa a no suprir todas as necessidades nutricionais
da criana, sendo necessria a introduo de alimentos
complementares seguros, apropriados e nutricionalmente
adequados (CORRA et al., 2009; VIEIRA et al., 2009). A
alimentao complementar deve promover o crescimento e
desenvolvimento adequado, a formao de hbitos alimentares
saudveis desde a infncia, deve ser oferecida em tempo
oportuno e ser de qualidade, respeitando as identidades
culturais e alimentar das diversas regies (BRASIL, 2009).
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (2012),
no sexto ms de vida que a criana apresenta maturidade
fisiolgica, neurolgica e reflexos necessrios para a
deglutio, o que facilita a ingesto desses alimentos.
Para Weffort (2009) a alimentao complementar um
determinante direto da sobrevivncia da criana, de seu
crescimento e desenvolvimento. Alm disso, torna-se um
componente essencial para a segurana alimentar e nutricional
(MONTE; GIUGLIANI, 2004). Nesse contexto, fica evidente que
o conhecimento correto e atualizado sobre a alimentao da
criana essencial para a avaliao e a orientao adequada
de sua nutrio (WEFFORT, 2009).
Considerando a importncia da introduo adequada da
alimentao complementar nessa fase do ciclo de vida,
objetivou-se neste estudo elaborar papinhas infantis caseiras
do tipo principal destinadas a alimentao complementar de
lactentes com 6 meses de vida em aleitamento materno e
determinar a composio nutricional, por meio de investigao
fsico-qumica.
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2 MATERIAIS E MTODOS
Os experimentos foram conduzidos na Universidade
Federal de Campina Grande, campus Cuit/PB. A confeco
das papinhas infantis foi executada no Laboratrio de Tcnica
Diettica (LATED)/CES/UFCG. As anlises fsico-qumica
foram realizadas no Laboratrio de Bromatologia
(LABROM)/CES/UFCG. Os ingredientes utilizados nas
preparaes foram obtidos na feira livre e em supermercados
do municpio de Cuit/PB.
Foram confeccionadas 4 (quatro) papinhas infantis,
seguindo as orientaes de preparo descritas no Manual de
Orientao para a Alimentao do Lactente, do Pr-escolar, do
Escolar, do Adolescente e na Escola, da Sociedade Brasileira
de Pediatria (SBP, 2012) e na cartilha Dez Passos para uma
Alimentao Saudvel: Guia alimentar para crianas menores
de dois anos, do Ministrio da Sade (BRASIL, 2013). Sendo
que, duas papinhas foram de 1 fase constituda de: tubrculo,
protena animal, hortalia (verdura ou legume) e as outras duas
de 2 fase composta por: cereal ou tubrculo, protena animal,
verdura, legume e leguminosa (PALMA; ESCRIVO;
OLIVEIRA, 2009). As papinhas infantis confeccionadas para
alimentao complementar de lactentes com 6 meses de vida
em aleitamento materno esto listadas na Tabela (1).
Inicialmente, para a confeco das papinhas, os
ingredientes foram adquiridos, e transportadas em caixas
trmicas at o Laboratrio de Tcnica Diettica
(LATED)/CES/UFCG, onde foi realizado o pr-preparo e
preparo das mesmas. O pr-preparo e preparo das 4 (quatro)
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papinhas infantis seguiram as normas das Boas Prticas de
Manipulao de Alimentos (SO PAULO, 2012).
Tabela 1. Papinhas infantis confeccionadas para alimentao complementar de lactentes com 6 meses de vida em aleitamento materno.
Papinhas 1 Fase Papinhas 2 Fase
Papinha de Batata Doce,
Carne e Abbora
Papinha de Macarro, Feijo,
Fgado, Beterraba e Brcolis
Papinha de Inhame, Frango e
Cenoura
Papinha de Arroz, Feijo,
Peixe, Abobrinha e Espinafre
Fonte: Prpria
Os mtodos analticos utilizados foram realizados de
acordo com a metodologia descrita pelo Instituto Adolfo Lutz
(IAL, 2008) e Folch, Lees, Stanley (1957). Para tanto, foram
realizados os seguintes ensaios em triplicata:
Teor de umidade - foi determinado pela tcnica
gavimtrica de secagem direta em estufa regulada a 105
C, conforme tcnica descrita no mtodo 012/IV (IAL,
2008);
Teor de cinzas - foi determinado pela tcnica gavimtrica
em mufla a 550 C segundo tcnica descrita no mtodo
018/IV (IAL, 2008);
Teor de protenas - foi determinado pelo Mtodo de
Kjedahl com fator 6,25 multiplicado pela porcentagem de
nitrognio de acordo com tcnica descrita no mtodo
435/IV (IAL, 2008);
Teor de lipdeos - foi determinado utilizando o mtodo de
Folch (FOLCH; LEES; STANLEY, 1957);
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Teor de carboidratos foi determinado pela diferena
entre 100 e a soma do contedo de protenas, gorduras,
fibra alimentar, umidade e cinzas (IAL, 2008).
O valor calrico das pores de cada papinha elaborada
foi calculado a partir dos teores da frao proteica, lipdica e de
carboidratos, utilizando-se os coeficientes especficos que
levam em considerao o calor de combusto 4,0; 9,0 e 4,0
kcal, respectivamente, conforme Dutra de Oliveira e Marchini
(1998).
As amostras de cinzas das papinhas, foram aquecidas
em estufa a 105C, at evaporao completa de resduos de
umidade. Os minerais foram quantificados por fluorescncia de
raios-X (FRX). De acordo com o princpio da tcnica, o
analisador irradia raios-X na amostra e o sistema detecta os
sinais de fluorescncia gerados. O tubo de raios-X utilizado foi
de rdio e a atmosfera de trabalho foi de hlio. A energia de
excitao utilizada foi de 50 keV e detector operando a -176 C.
A amostra foi colocada em uma cubeta coberta por um filme de
polipropileno de 5 m de espessura. O equipamento utilizado
foi o Shimadzu modelo EDX-720. 33
Os resultados das anlises fsico-qumica foram
submetidos anlise de varincia (ANOVA) e teste de Tukey a
5% de significncia (p
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3 RESULTADOS E DISCUSSO
Os resultados mdios obtidos aps anlises fsico-
qumicas, realizadas em triplicata, das papinhas infantis
caseiras esto apresentados na Tabela (2).
Tabela 2. Valores mdios das anlises fsico-qumicas das
papinhas infantis caseiras.
Papinhas
Varivel (%) A B C D
Umidade 76,95d 0,43 81,40b0,21 79,180,16 85,79a0,56
Cinza 0,92a 0,02 0,81b 0,01 0,87ab 0,03 0,81b 0,02
Acidez 2,53b 0,33 2,15c 0,33 5,59a0,10 1,38d 0,01
pH 5,40d 0,00 5,90b 0,00 6,00a0,00 5,50c 0,00
Protenas 4,00c 0,03 4,67b 0,10 5,39a0,10 4,87b 0,02
Lipdios 2,79b 0,01 5,23a 0,20 4,70a0,39 5,18a 0,02
Carboidratos 15,34a 0,43 7,89c 0,10 9,87b0,15 3,35d 0,54
Calorias
(kcal/100g) 102,46a1,77 97,34a1,79 103,32a2,44 79,53b2,06
Dados expressos em mdia desvio-padro. Para anlise estatstica dos
dados foi aplicado o teste de Tukey, onde as letras diferentes na mesma
linha diferiram entre si (p
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A partir dos resultados obtidos observou-se que a
Papinha de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha e Espinafre (D)
apresentou um teor de umidade significativamente maior
(p 4,5, e por essa razo, esto
sujeitas a multiplicao de microorganismos patognicos e/ou
deterorantes.
No que se refere quantidade de protena, a Papinha de
Macarro, Feijo, Fgado, Brcolis e Beterraba , foi a que
apresentou maior teor proteico (5,39%). Em seu estudo,
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Campos (2010) elaborou uma papinha caseira de hortalias e
fgado de galinha e encontrou em 100 g de papa teor proteico
de 4,8%. As Papinhas de Inhame, Frango e Cenoura (B) e a
Papinha de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha e Espinafre (D) no
apresentaram diferenas estatstica entre si, apresentando
valores de 4,67% e 4,87%, respectivamente. A Papinha de
Batata Doce, Carne e Abbora (A) foi a que apresentou menor
quantidade de protena (4%).
As protenas so nutrientes importantes para construo
e manuteno dos tecidos, formao de enzimas, hormnios e
anticorpos, alm disso, fornecem energia e regulam processos
metablicos (TIRAPEGUI; ROGERO; LAJOLO, 2007). No
entanto, deve-se atentar a quantidade de protena oferecida na
alimentao complementar, pois no 4 a 6 ms de vida as
crianas ainda possuem o sistema renal imaturo correndo o
risco de apresentar reaes de hipersensibilidade (SBP, 2012).
O teor lipdico das papinhas de Inhame, Frango e
Cenoura (B) (5,23%), da papinha de Macarro, Feijo, Fgado,
Brcolis e Beterraba (C) (4,70%) e da Papinha de Arroz, Feijo,
Peixe, Abobrinha e Espinafre (D) no apresentaram diferenas
significativas entre si (p>0,05). A de Arroz, Feijo, Peixe,
Abobrinha e Espinafre (D), embora tenha apresentado tambm
um teor lipdico maior (5,18%), foi a papinha com menor
quantidade de leo vegetal utilizado na preparao. Pescador
(2006), em estudo sobre os aspectos nutricionais dos lipdeos
no peixe, destacou que os peixes de gua salgada como a
merluza, espcie de peixe utilizado na preparao da papinha,
contm maiores percentuais de lipdeos, podendo apresentar
cerca de 16% de gordura. J a Papinha de Batata Doce, Carne
e Abbora (A), foi a que apresentou menor teor de lipdeos
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(2,79%), valor elucidado pela utilizao de leo vegetal em
menor quantidade e pelo o uso de carne do tipo magra.
Os cidos graxos essenciais so molculas que no so
sintetizados pelo nosso organismo, e portanto, devem ser
obtidos atravs da alimentao. Eles atuam sobre o
crescimento, funcionalidade e integridade do crebro quando
consumido de forma insuficiente no ltimo trimestre de
gestao pode prejudicar a funo cerebral do beb durante
toda a vida (KUS et al, 2011). Durante a lactao, a me oferta
os cidos graxos essenciais atravs do leite materno, no
entanto, no sexto ms quando so oferecidos outros alimentos
importante continuar dando aporte desse nutriente em
quantidades adequadas (SILVA; JNIOR; SOARES, 2007).
Segundo Accioly e Aquino (2009), o leo vegetal fonte de
cidos graxos essenciais e energia, o que contribui para o
aumento da densidade energtica, sabor e viscosidade da
alimentao complementar.
Quanto ao teor de carboidratos, a Papinha de Batata
Doce, Carne e Abbora (A) foi a que apresentou maior
quantidade (15,34%) (p
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quantidades superiores para seu crescimento e
desenvolvimento.
Verificou-se, quanto ao valor calrico das papinhas, que
a de Macarro, Feijo, Fgado, Brcolis e Beterraba ; Batata
Doce, Carne e Abbora (A); e de Inhame, Frango e Cenoura (B)
foram as que apresentam maior contedo calrico, podendo
estar relacionado aos ingredientes utilizados em sua
preparao, como por exemplo, a presena de tubrculos,
cereais e leo vegetal, importantes fontes energticas.
A Tab. (3) apresenta a distribuio percentual dos
macronutrientes e quantidade de quilocalorias das papinhas
infantis caseiras, em relao recomendao da IOM (2005).
Tabela 3. Distribuio percentual dos macronutrientes e
quantidade de quilocalorias das papinhas infantis caseiras, em
relao recomendao da IOM (2005).
Papinhas
Recomendao A B C D
Protenas 5% a 20% 8% 9% 10% 9%
Lipdeos 30% a 40% 12% 21% 20% 22%
Carboidrato 45% a 65% 29% 15% 18% 6%
Calorias
(kcal/100g) 215* 102 97,3 103,32 79,53
Considerar: A Papinha de Batata Doce, Carne e Abbora; B Papinha
de Inhame, Frango e Cenoura; C Papinha de Macarro, Feijo, Fgado,
Brcolis e Beterraba; D Papinha de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha
e Espinafre.
* Energia proveniente da subtrao da energia mdia proveniente do leite
materno da energia total requerida.
Fonte: Prpria
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Para avaliar e planejar dietas para indivduos e grupos
populacionais so necessrias estimativas muito acuradas das
necessidades e do consumo de energia e macronutrientes
(CARVALHO et al, 2012). A ingesto de energia na infncia
deve favorecer um crescimento e desenvolvimento fsicos
satisfatrios que permitam, plenamente, a realizao de
atividades caractersticas das crianas saudveis (MARTINS,
1979).
O Instituto de Medicina (IOM, 2005), recomenda para
lactentes, em relao aos macronutrientes, 9,1g/dia de protena
ou 5% - 20% do Valor Energtico Total (VET), 30% - 40% de
lipdeos do VET e de 45% - 65% de carboidratos do VET. Com
relao, a distribuio percentual de protenas, todas as
papinhas alcanaram o valor recomendado pelo IOM, j em
relao ao percentual de lipdeos e carboidratos, nenhumas das
papinhas atingiram o valor recomendado.
Segundo Brasil (2009), a energia necessria proveniente
de alimentos complementares estimada pela subtrao da
energia mdia proveniente do leite materno da energia total
requerida. Tendo em vista que a energia proveniente do leite
materno, para lactentes de 6 a 8 meses, em pases
desenvolvidos, de 413 kcal, a alimentao complementar teria
de ofertar diariamente, 215 kcal (ACCIOLY; AQUINO, 2009;
BRASIL, 2002). Todas as papinhas caseiras produzidas, com
exceo da Papinha Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha e Espinafre
(D), forneceram em 100 gramas, quase a metade das
necessidades de quilocalorias dirias estimadas pelas
recomendaes da IOM.
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Na Tab (4) esto apresentados os resultados mdios das
anlises fsico-qumicas das papinhas infantis caseiras, para os
minerais, clcio, ferro, zinco e sdio.
Tabela 4. Valores mdios das anlises fsicos-qumicos das
papinhas, para micronutrientes.
Papinhas
Varivel
(%)
A B C D
Clcio 6,12 7,66 14,19 14,46
Ferro 0,66 0,62 1,03 0,38
Zinco 0,75 0,15 0,29 0,12
Sdio 0 0 0 0
Considerar: A Papinha de Batata Doce, Carne e Abbora; B Papinha
de Inhame, Frango e Cenoura; C Papinha de Macarro, Feijo, Fgado,
Brcolis e Beterraba; D Papinha de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha
e Espinafre.
A alimentao complementar alm de fornecer
quantidades adequadas de energia, protena e carboidratos
deve fornecer vitaminas e minerais. Os micronutrientes
exercem ao sobre o crescimento e desenvolvimento infantil,
assim como, na resistncia s infeces (DIAS; FREIRE;
FRANCESCHINI, 2010; ROMANI, LIRA, 2004). Alguns
micronutrientes exercem ao de forma mais acentuada como,
por exemplo, clcio, ferro e zinco.
A partir dos resultados apresentados, pode-se observar
que as papinhas de Arroz, Feijo, Peixe, Abobrinha e Espinafre
(D) e a de Macarro Feijo, Fgado, Brcolis e Beterraba
apresentarem, respectivamente, maiores teores de clcio
(14,46% e 14,19%). Estes valores representam 43,4 e 42,6 mg,
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respectivamente, de clcio em relao s recomendaes para
a faixa etria. Segundo Pescador (2006), os peixes de gua
salgada como a merluza, espcie de peixe utilizado na
preparao da papinha, contm quatro vezes mais a
concentrao de clcio do que as carnes comuns. A Papinha
de Inhame, Frango e Cenoura (B) e a papinha de Batata Doce,
Carne e Abbora (A) apresentaram teor de 7,66% e 6,12%,
respectivamente.
Quanto ao teor de ferro, a Papinha de Macarro, Feijo,
Fgado, Brcolis e Beterraba foi a que apresentou maior teor
de ferro (1,03%). Em relao s recomendaes de ferro para
esta faixa etria, esse valor corresponde a 0,003 mg de ferro. A
Papinha de Batata Doce, Carne e Abbora (A) e a de Inhame,
Frango e Cenoura (B) no apresentaram diferenas entre si
(0,66% e 0,62%), enquanto que a Papinha de Arroz, Feijo,
Peixe, Abobrinha e Espinafre (D) foi a que apresentou menor
teor de ferro (0,38%). Portella, Morais e Morais (2010), em
estudo sobre a quantidade de ferro em alimentos de transio,
observaram que os alimentos de transio feitos em casa, seja
por famlias de alto ou baixo nvel socioeconmico,
apresentavam teor de ferro abaixo do recomendado.
No que se refere ao zinco, a Papinha de Batata Doce,
Carne e Abbora (A) foi a que apresentou maior teor de Zinco
(0,75%), quando comparada com as demais. Em relao s
recomendaes de zinco esse valor corresponde a 0,02 mg.
Em todas as amostras analisadas, nenhuma apresentou
teor de sdio, um dado extremamente interessante, pois
Portella, Morais e Morais (2010), destacaram em seu estudo
que os alimentos de transio feito em domiclio tinham um alto
teor de sdio e afirmaram que no caso de famlias de baixo nvel
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socioeconmico esse teor era maior. Alimentos de transio
com alto teor de sdio reflete a caracterstica da populao
brasileira adulta que prefere alimentos salgados, entretanto, o
alto teor de sdio na alimentao complementar pode
determinar preferncia para alimentos salgados e est
associado com altos nveis de presso arterial no primeiro ano
de vida e na adolescncia (PORTELLA; MORAIS; MORAIS,
2010; SARNO, 2009). O consumo recomendado de sdio para
a populao em geral de 570 mg para crianas de 7 a 12
meses de vida, de 1 g/dia para as de 1 a 3 anos, enquanto para
crianas de 4 a 18 anos de 1,5 g/dia (SBP, 2012). Deve-se
sempre lembrar que estes so considerados nveis de ingesto
adequada (AI), sendo o limite superior (UL) de 2.300 mg para a
populao adulta, segundo SBP (2012). Assim, o sal no deve
ser adicionado s papas, sendo suficiente o contedo intrnseco
aos alimentos utilizados no preparo (SBP, 2012).
4 CONCLUSES
Com base nos resultados obtidos no presente estudo,
verificou-se que as papinhas infantis elaboradas, embora no
tenham conseguido alcanar todas as recomendaes do
Institute of Medicine, apresentam quantidades adequadas de
protenas importantes para o crescimento e desenvolvimento do
lactente e no apresentam quantidades de sdio tornando-os
mais saudveis. Diante desses resultados, pode-se dizer que
as papinhas caseiras so nutricionalmente adequadas, desde
que sejam compostas por alimentos que uma vez combinados
possam ofertar uma alta disponibilidade de nutrientes. Alm
disso, o consumo de alimentos in natura contribui para o
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crescimento e desenvolvimento infantil e evita problemas de
sade como, por exemplo, obesidade, hipertenso,
dislipidemias, diabetes no primeiro ano de vida ou na
adolescncia.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ACCIOLY, E.; AQUINO, E. M. Alimentao Complementar do Lactente. In: ACCIOLY, E.; LACERDA, C.; AQUINO, E. M. Nutrio em Obstetrcia e Pediatria. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. Cap. 19, p. 301-313. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de ateno Bsica. Dez passos para uma alimentao saudvel: guia alimentar para crianas menores de dois anos: um guia para o profissional da sade na ateno bsica/ Secretaria de Ateno Sade. Departamento de ateno Bsica. Braslia: Ministrio da Sade, 2013. 72 p. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de ateno Bsica. Sade da Criana. Nutrio Infantil: aleitamento materno e alimentao complementar. 1. ed. Braslia: Ministrio da Sade, 2009. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Poltica de Sade. Organizao Pan Americana da Sade. Guia alimentar para crianas menores de dois anos / Secretaria de Polticas de Sade, Organizao Pan Americana da Sade. Braslia: Ministrio da Sade, 2002. BRUNKEN, G. S.; SILVA, S. M.; FRANA, G. V. A.; ESCUDER, M. M.; VENNCIO, S. I. Risk factors for early interruption of exclusive breastfeeding and late introduction of complementary foods among infants in Midwestern Brazil. Jornal de Pediatria, v. 82, n. 6, p. 445-451, 2006. CAETANO, M. C.; ORTIZ, T. T. O.; SILVA, S. G. L.; SOUZA, F. I. S.; SARNI, O. S.Complementary feeding: inappropriate practices in infants. Jornal de Pediatria, v. 86, n. 3, p. 196-201, 2010. CAMPOS, V. J. Papa caseira de hortalias e fgado de frango, fonte de ferro para lactentes: desenvolvimento, anlise qumica de nutrientes e avaliao de aceitao de pelas crianas e suas mes. 2010. 55 f. Dissertao (Mestrado em Nutrio) Universidade Federal de So Paulo, So Paulo, 2010. CARVALHO, F. G. D., MONTEIRO, B. D. A., GOULART-DE-ANDRADE, D. E., BRONZI, . D. S., OLIVEIRA, M. R. M. D. Mtodos de avaliao de
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necessidades nutricionais e consumo de energia em humanos. Simbio-
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CAPTULO 3
O USO DE PREBITICOS EM ALIMENTOS
Isabelle de Lima Brito POLARI1 Maria Helena Arajo de VASCONCELOS2
Ana Paula Loura RIBEIRO3
1Docente do DGTA/CCHSA/UFPB/2Doutoranda em Cincias da Nutrio, PPGCN/UFPB/ / 3Docente da Faculdades Integradas de Patos.
RESUMO: Os prebiticos so considerados alimentos funcionais pois esto associados a sade e bem estar. So carboidratos indigerveis, presentes nos vegetais, que atuam atravs da modulao da microflora colnica e por isto vem sendo reportado em diversos estudos com efeitos promotores de sade e preveno. O objetivo do estudo foi realizar uma reviso bibliogrfica sobre os prebiticos como um composto funcional, elaborao do conceito, assim como identificar seus mecanismos de ao, e de utilizao na preveno e auxlio no tratamento de doenas crnicas no transmissveis. Tratou-se de uma reviso a partir da busca de artigos cientficos nas bases de dados Science direct, Google acadmico e Scielo publicados nos ltimos anos. A sociedade atual passa por transformaes nos hbitos alimentares que contribuem para o surgimento de diversas patologias crnicas, contudo o consumo de alimentos funcionais tem sido impulsionado pela ao dos bioativos no organismo. Os prebiticos tm sido reportados como um potencial coadjuvante na reduo dos marcadores inflamatrios e dislipidemias, assim como contribui na perda de peso, manuteno da glicose e at mesmo na preveno do cncer. Diante do exposto, torna-se relevante um estudo sobre
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a evoluo dos conceitos dos prebiticos, seus mecanismos de ao e sua funcionalidade na homeostase orgnica. Palavras-chave: Prebiticos, Microflora, Nutrio. 1 INTRODUO
A alimentao reportada como fator relevante no
processo sade/ doena desde a antiguidade, quando j
acreditava-se que o alimento tinha potencial em interferir no
bem estar do indivduo (CASTIEL et al. 2014). A histria da
alimentao no Brasil e no mundo passa por processos de
transio, uma vez que a desnutrio decorrente da fome,
instalada, principalmente aps a segunda guerra mundial, vem
sendo muitas vezes mascarada pelos ndices de sobrepeso e
obesidade, sobretudo em crianas (TRICHES; GIUGLIANI,
2005). Essa alterao est diretamente relacionada a
mudanas do comportamento alimentar da populao e
influncia da mdia, onde h consumo excessivo de calorias e
muitas vezes dficits de nutrientes, incluindo as fibras
alimentares (SANTOS et al., 2012).
Castro, em 1959, j afirmava que a ausncia constante de
qualquer nutriente indispensvel sade, na alimentao
humana, determinaria cedo ou tarde em leses orgnicas. No
entanto, estudos recentes apontam os excessos alimentares da
dieta ocidental como causadores de distrbios fsicos e
metablicos no indivduo (ASSIS et al., 2017; CANI et al, 2009).
Contudo, diante da possibilidade da promoo de sade
atravs dos alimentos e a preocupao com preveno de
doenas por parte da populao, o mercado de produtos
alimentcios, com caractersticas funcionais crecente e tem se
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intensificado nos ltimos anos por est diretamente associado
sade e bem-estar (FALGUERA et al., 2012).
So designados funcionais todo alimento que apresente em
sua constituio compostos nutricionais que fornecem
benefcios alm da nutrio base e esto associados a
preveno do risco de doenas crnico degenerativas no
transmissveis, chamadas bioativas (MULLIN; DELZENNE,
2017).
Dentre os compostos bioativos presente nos alimentos
esto alguns fitoqumicos como os polifenis, 58icrorganism,
biopeptdeos, fibras alimentares, os pro e prebiticos.
Os probiticos so os 58icrorganismos vivos presentes em
alimentos ou suplementados na dieta para compor a flora
intestinal, enquanto os prbiticos so compone