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Rua Padre Américo 3 B - C/V DTª1600-548 LisboaTel.: 217 144 142/146NIF: 500 972 052www.cnelisboa.org

O ano vai começar.

JÁ TENS TUDO?

Na Loja Escutista de Lisboa há!

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editorialIsto não é só para crescidos!

Para que é que se cria uma nova Revista no CNE?

A aventura começa por ser uma caminhada, pre-parada como um grande empreendimento, com obje-

tivos de caçada… nem sempre andamos em velocidade de cruzeiro, muitas vezes a expedição não anda, mas no fim da campanha conseguimos!

Seguimos com o objetivo firme de criar mais uma base de recursos para a Região. É para isso que serve esta revista trimestral.

Temos como objetivo de fundo dar ferramentas/skills não só para a acção pedagógica dos voluntários adultos sobre os jovens e crianças, mas também para a ação dos escuteiros. Esta revista, por isso, não é só para os adultos!

Desejamos ser para todos, TODOS somos a Região, todos fazemos a ação pedagógica!

Neste número “Chamamos por ti!”. Queremos que nos mostres o que se fez

no verão para que também isso possa ser um recurso para outros: o projeto, o sítio, as atividades, a partilha… imitar o que é bem feito é sinal de grande inteli-gência e não de fraqueza!

Esta revista, por isso, não é mais uma. Não queremos que a deites fora, mas sim que a guardes e que a vás con-sultando como se fosse um Manual!

Porquê GIR°? Porque é um nome que nos faz girar! Ir dos 0 aos 360°. Voltar ao mesmo sitio, à base do que é o escutismo. Dar a volta obriga a passar por muitos outros sítios para aprender, ver, tirar ideias para a mochila que na base partilhamos.

Destacamos o Santo que nos vai acompanhar este ano. São Francisco de Assis não é só para Lobitos! É um exem-plo para todos. Queremos que o vivas em grande no teu agrupamento.

Uma vídeo reportagem na Revista? Sim… Até porque a revista é digital, por agora!

Tínhamos uma ideia, fomos atras dela. Queríamos um escuteiro que primasse pelo seu exemplo, fomos atrás dele! Conseguimos alguns minutos de conversa com o Dom Manuel Clemente e… uma imagem é melhor que mil palavras!

E cenas mesmo pedagógicas!?Tanta teoria, tanto artigo de fundo…

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sim, também temos neste número dois jogos para Lobitos, um jogo para Explo-radores… e um grande artigo sobre o SFAE, que é aquela coisa que ninguém ainda percebeu bem mas que todos temos de aplicar!

E espera lá! Uma revista, uma weblet-ter e um site… não é comunicar demais? Não! Nunca se comunica demais. Os meios que temos servem cada um para o seu objetivo:

A Webletter é informativa, como um jornal de parede do agrupamento, com alguma opinião e informação rápida; O site serve para a memória futura - para guardar, como se fosse um grande baú de memórias da história da Região - no fundo é um backup do que vamos fa-zendo. E a Revista é para te dar saber!

O nosso objetivo é dês uso ao que criámos a pensar em ti. Que pegues, por exemplo, no artigo sobre a encíclica do Papa Francisco, Laudato Si, e o utilizes, porque eles é mais uma ferramenta para o teu dia-a-dia.

Ainda te deixamos uma pequena ideia do que é a Região ou de como gerir um Núcleo (talvez estejas a pen-sar em candidatar-te, e assim tens um pequeno manual!).

E este editorial já vai longo, tenho mesmo que terminar porque senão passa a ser mais um artigo e não é essa a ideia…

Até Dezembro, e crê-nos “Sempre Alerta” para servir sempre “Da melhor Vontade”.

Ficha Técnica | Secretário Regional Desenvolvimento e Projetos Luis Lucas Lopes, 582-Moscavide, Moinhos de Vento | Equipa do Departamento Regional de Comunicação Paulo Cuiça, 996 - Santos-o-Velho,Lisboa Ocidental, Coordenador; Marta Barreto, 57- Benfica, Lisboa Ocidental; Ana Rita Oliveira, 1100- Parque das Nações, Moinhos de Vento; Catarina Capelo, 73 - Carnide, Lisboa Ocidental; Gustavo Ribeiro, 489 - Lourinhã, Oeste; João Matos, 929 - Belém Marítimos, Lisboa Ocidental; Jorge Guimarães, 263 - Campolide, Lisboa Ocidental; Patricia Teixeira, 485 - Ajuda, Lisboa Ocidental | Coordenação Editorial e Design Jorge Guimarães, 263 - Campolide, Lisboa Ocidental | Coordenação Edição Textos Ana Rita Oliveira, 1100- Parque das Nações, Moinhos de Vento | Colaboraram neste número Agrupamento 1382 Azambuja, Núcleo Solarius; Ana Rita Oliveira, 1100- Parque das Nações, Moinhos de Vento; Gustavo Ribeiro, 489 - Lourinhã, Oeste; João Janeiro, 1349- Santa Maria de Loures, Moinhos de Vento; Marta Barreto, 57- Benfica, Lisboa Ocidental; Nuno Silva, Junta de Núcleo Moinhos de Vento; Padre Ricardo Salvador Ferreira, Assistente Regional; Paulo Cuiça, 996 - Santos-o-Velho,Lisboa Ocidental; Paulo Duarte, 39 - Santa Isabel, Lisboa Ocidental; Secretaria Regional Pedagógica | Ilustrações Inês Antunes; Marta Barreto, 57- Benfica, Lisboa Ocidental | Fotografia Patricia Teixeira, 485 - Ajuda, Lisboa Ocidental; Junta de Núcleo Serra da Lua; João Carvalhosa, Chefe Regional de Lisboa | Fotonovela, fotos de: João Matos, Patrícia Palos, Clara Morais, Eunice Gonçalves, Luís Cardoso, Missão Japão | Edição Junta Regional de Lisboa, 2015

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índice3 editorial

Isto não é só para crescidos

5 índice

7 são francisco de assis De “Rei da juventude”

a “Servo do Evangelho”

11 Paz e Bem! >

19 mais um texto sobre Deus, o ambiente e a criação

LAUDATO SI, pensado mesmo para escuteiros!

25 e se me apetecer ser chefe de núcleo? A gestão de um Núcleo >

31 fotonovela “Não é que fomos

ao Japão?”

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37 estamos a chamar Por ti Jamboree no Japão >

41 o acagrup do 1382

45 Pessoas como nÓs Uma rúbrica que descobre escuteiros

normais, mas cheios de pinta! D. Manuel Clemente,

Cardeal Patriarca de Lisboa e um escuteiro como nós >

49 simplificar o sfae O SFAE para quem não

percebe nada do que estamos a falar >

55 Abrir Mão da Vida

57 iqueia na natureza Que é o mesmo dizer

construções para o campo…

61 Jogo de pista para Lobitos >

63 Os Mensageiros

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são francisco de assis

De “Rei da juventude” a “Servo do Evangelho”

este ano o CNE apresenta a figura de S. Francisco de Assis como exemplo a seguir na nossa vida de cristãos, católicos

e escuteiros para que, por ele e com ele, possamos chegar à imagem de Jesus Cristo, nosso Divino Chefe.

São Francisco é denominado por alguns dos seus biógrafos e historiadores como o santo da alegria e, talvez por isso, seja ele o santo que granjeia, mesmo fora da religião católica e até nos meios anti-religiosos, mais simpatia.

O escuta é alguém que vive a alegria do Evangelho. Como? Com serviço, partilha e em comunidade ou, em linguagem franciscana, em fraternidade. O 8° artigo da lei do escuta diz-nos: “O Escuta tem sempre boa disposição de espírito”. Por isso mesmo, nes-te ano, S. Francisco vai ajudar-nos a descobrir a alegria de levar o Evangelho ao nosso coração e ao coração dos que nos rodeiam.

Ao jeito de S. Francisco, os Lobitos devem descobrir com muita alegria o grande amigo que é Jesus e o amor que o Pai do Céu tem para connosco, oferecendo-nos tantas maravilhas na Natureza.

O Explorador/Moço deve sentir a alegria que S. Francisco experimentou ao caminhar com o Povo de Deus, partilhando e levando a alegria da Fé herdada dos antigos patriarcas.

Texto Secretaria Pedagógica Ilustração Ines Antunes

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DICAS Para os Pioneiros/Marinhei-ros este ano de caminhada com S. Francisco deverá recordá--los de que Jesus é a “Bússola” que orienta a nossa vida. É Ele a Água que sacia toda a nossa sede de viver.

S. Francisco, para os Cami-nheiros/Companheiros neste ano escutista, deve ser o exem-plo do “Homem Novo”: viver as bem-aventuranças com a alegria das escolhas do Evangelho que nos transforma e nos faz ter a consciência de que neste mundo não temos morada permanente, vivendo sempre a alegria do serviço.

Para S. Francisco o irmão era uma dádiva de Deus. Daqui à alegria do dirigente em poder partilhar e ganhar conheci-mentos com os outros; daqui a alegria de participar no cresci-mento de todos os que o ro-deiam, sendo deste modo uma fonte inesgotável de Alegria. Nós, como dirigentes, particular-mente neste ano dedicado a S. Francisco, devemos ser também esses irmãos que, ao jeito do Pobrezinho de Assis, alegre-mente sentimos que fazemos os nossos elementos crescer integralmente.

O Escuta tem sempre boa disposição de espírito.

Lobitos: Levar a alcateia para o campo e com os bandos fazer uma oficina em que desenham as folhas e identificam as árvores correspondentes.

Exploradores/Moços: Jogo da Glória bíblico em que à medida que vão aparecendo imagens dos acontecimentos da vida dos hebreus, o jogador (explorador/moço ou a patrulha/tripulação), avança ou recua mediante o que aconteceu ao povo de Deus.

Pioneiros/Marinheiros: Raid Noturno. Os postos terão sempre tarefas que, ligadas à mística da III, levarão as equipas/equipagens a descobrir a alegria de ser água viva, norte para o caminho da alegria e instrumento de corte a tudo o que nos rouba a alegria de viver.

Caminheiros/Companheiros: Hike. Os caminheiros/companheiros são chamados a fazer um Hike de escolhas e essas escolhas recaem sobre duas personalidades: S. Francisco de Asssis e S. Paulo, patrono da IV. Os elementos vão fazendo as suas escolhas de caminhada entre S. Paulo e S. Francisco e durante o percurso deverão descobrir que ambas as personagens têm um caminho comum que leva à verdadeira alegria. Terão um dia de serviço à comunidade e, para terminar, uma “festa na Aldeia”: um “Fogo de Conselho” com a comunidade local.

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1. homenagem de um homem rico

Em 1182 nasce o santo, numa família abas-tada. Filho de Pietro de Bernardone e de Monna Pica, é o primeiro filho. Inicialmen-te batizado como João, em italiano Gio-vanni, nome que é mudado pelo pai para Francisco por lhe recordar a França, onde nasceu. Desde muito cedo que Francisco se mostra um jovem cheio de virtudes principalmente para com os pobres, mui-to embora seja o Rei da Juventude, ou como alguns dizem o Príncipe dos Jovens de Assis. A sua vontade de defender a sua terra fá-lo alistar-se na guerra com Perugia, onde é capturado e acaba por ficar doente, em 1202.

2. sonho do Palácio

Um sonho em que lhe aparece um palá-cio onde lhe aparece uma bela donzela, faz com que volte à guerra, alistando-se no exército dos “Estados Papais”. Outro sonho fá-lo voltar mais tarde para Assis, em 1205.Quando chega a Assis é novamente dis-tinguido pelos seus amigos, mas decide retirar-se. É nesta altura que muda os seus hábitos e decide meditar, enquanto espera pelas novidades que o segundo sonho lhe prometeu. Dedica-se à vida religiosa, abraçando a sua futura esposa: a senhora Pobreza.

Vamos mostrar-te a vida de São Francisco ilustrada por Giotto, um pintor italiano que nasceu em 1266 e que é um dos primeiros pintores do renascimento Italiano. Morreu em Florença no século XIV.Giotto pintou uns frescos em Assis, na Basílica de São Francisco, e é com esses fres-cos que te vamos contar a história da vida do patrono dos Lobitos.

Paz e Bem!

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3. oferta do manto

Um dia em que passeava pelos arre-dores de Assis, encontra um leproso (a lepra era uma doença muito má na época e os doentes tinham de ficar longe das cidades e viviam normal-mente todos juntos), que conforta e a quem oferece o seu manto, mos-trando o seu futuro como homem de Deus.

4. milagre do crucifixo

Num dos seus passeios, passa perto da Igreja de São Damião, onde entra, seguindo o chama-mento de Deus, e reza diante do cruci-fixo de São Damião, onde acontece um milagre: Jesus fala a Francisco e pede-lhe que reconstrua a sua Igreja. O santo põe mãos à obra e restau-ra a igrejinha com as suas próprias mãos e com dinheiro da venda de produtos da loja do pai.

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5. renuncia aos bens

Já corria o ano de 1206 e Francisco é chamado a Assis para ser julgado pelo pai, na presença do Bispo de Assis, devido ao facto de ter tirado alguns bens da loja. No meio do julgamento Francisco re-nuncia aos bens e à herança, dedicando--se por completo à vida religiosa, seguin-do o Pai do Céu. Todos estes episódios fazem com que os seus companheiros de Assis o considerem louco, mas Fran-cisco pouco se importa. Rapidamente as suas pregações fazem a opinião deles mudar.No seu percurso de pregador e pobre vai a Gubbio, onde lhe é oferecido pelo seu companheiro de armas dos tempos de guerra uma túnica em forma de cruz. Volta a Assis onde acaba a Igreja de São Damião e começa a prestar serviço no Hospital dos Leprosos que ficava próxi-mo da Porciúncula. Os seus conterrâneos de Assis, agora

mais amistosos e também curiosos, vão acompanhando Francisco e até respon-dendo à sua saudação: “Paz e Bem!”.Em 1208, Bernardo de Quintavalle é o seu primeiro seguidor: segue Francisco depois de uma noite em que lhe ofere-ceu dormida e acabou a noite a rezar com ele.Francisco vai ter mais dois companhei-ros: Pietro de Catánio, um nobre de Assis, e Egidio, filho de um camponês.

6. confirmação da regra

Em 1209, Francisco é autorizado a pregar o Evangelho com os seus irmãos pelo Papa Ino-cêncio III, que depois de um sonho em que um religioso segurava uma igreja, este pensou tratar--se de Francisco. Francisco conseguiu que o Papa aprovasse a regra Primitiva.

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7. visão do carro em chamas.

Francisco é consi-derado um líder espiritual da fé, por isso aparece aos irmãos num carro em chamas.

8. visão do trono

A humildade de Francisco e a sua fidelidade para com o Evangelho foram manifestadas de várias formas, uma delas enquanto rezava numa igreja deserta com um irmão, este teve uma visão de tronos no céu.Em 1212, Clara de Offreduccio torna-se Clara de Assis e forma a Ordem das Clarissas.Em 1216, o Papa Honório III, através do Cardeal Ugolino, vai aprovar a regra com um texto menos rigoroso do que Francisco queria.

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9. francisco diante do sultão

Em 1219, numa viagem à Terra Santa, Francisco é detido e levado diante do Sultão que o considera um homem de grande fé e por isso se fornece um salvo-conduto para que Francisco visite o Santo Sepulcro.

10. Pregando para honório iii

Em 1220 é iniciada a segunda regra, por-que percebeu que a regra inicial estava a ser alterada e adulterada, pelos irmãos em Assis e não só. O Cardeal Ugulino é nomeado o protetor da Ordem.

11. sermão aos Pássaros

Francisco continuava líder espiritual da ordem, em paz nas suas pregações e na evangelização dos seus conterrâneos.Terá sido por esta altura que Francisco fez o célebre sermão aos pássaros. Em 1221 é fundada mais tarde a Ordem Terceira, que é composta por leigos que decidem seguir o pensamento de Francisco, atualmente já designada de Ordem Franciscana Secular.

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13. estigmatização de são francisco

No ano de 1224, pouco tempo antes de morrer, Francisco tem uma visão de um anjo a descer dos céus, no fim da visita Francisco tem nas mãos, nos pés e no lado esquerdo do peito as mesma marcas que as feridas que Jesus sofreu na cruz.Em 1225 escreveu o cântico das criaturas.

12. o Presépio de Greccio

Em 1223, já com a nova regra aprova-da pelo Papa, São Francisco cria o primeiro presépio em Greccio para explicar aos locais como tinha sido o nascimento de Jesus.

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14. morte e ascensão

Francisco recebe a Irmã Morte em 1226 e sobe ao céu.

15. a revelação dos estigmas

Depois da sua morte, os irmãos fran-ciscanos mostram a estigmatização de Francisco, que era desconhecida da maioria, até porque o santo nunca quis divulgar as suas “feridas”.

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16. o adeus de clara

Santa Clara de Assis sai da clausura em São Damião e vai despedir-se do seu mentor e pai na Fé: Fran-cisco.

17. a canonização de são francisco

Foi tornado Santo em Assis em 1228 pelo Papa Gregório IX, que foi pessoal-mente à terra de Francisco aquando da sua canonização.

Fontes: Tomás de Celano – Tratado dos Milagres, Editorial Franciscana; A Vida de São Francisco de Assis, Ilustrada, Edições LitoVald, Daca, Assis; Sabedoria de um pobre, Eloi Leclerc, Editorial Franciscana; O Irmão de Assis, Vida Profunda de São Francisco, Ignacio Larrañaga, Edições Paulinas

Texto Paulo Cuiça a partir da Bibliografia consultada

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mais um texto sobre Deus, o ambiente e a criação

LAUDATO SI, pensado mesmo para escuteiros!

fazemos todos parte de uma grande casa comum: escuteiros e não escuteiros, cató-licos e não católicos, radicais e ambientalis-

tas. Mas afinal que história é esta?O Papa Francisco escreveu,

recentemente, uma encíclica (ou uma carta, como lhe queiramos chamar), que por certo, poderia ter sido escrita por Francisco de Assis há muitos anos atrás. Uma lição intemporal sobre a natureza e os bens que ela encerra e um

update muito recente e perspicaz acerca de todos os problemas ambientais do mundo.

E tu até podes dizer: “espera aí, update? Mas já todos sabemos os problemas ambientais do mundo! Aliás, já estamos todos fartos dos problemas ambientais do mundo!”

Mas e o mundo? Também já se fartou de ti? E quem te deu o mundo, quem to ofereceu de presente há milhões de anos atrás? Também já se fartou de ti?

Não serás tu a causa e o maior prejudicado do estado deste mundo?

És escuteiro, certo? Tens um papel importante no mundo, certo?

Então vamos ver...

Texto Rita Oliveira

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As calotes polares estão a derreter, os níveis dos mares estão a subir, a fome e (sobretudo) a sede estão a aumentar nos países africanos, a água escasseia cada vez mais, o lixo acumula-se, a temperatura sobe e desce sem avisar, as florestas estão a acabar, o ar puro está cada vez menos puro, os animais estão a desapare-cer, as doenças estão a aumentar e tu... estás a ver isto tudo passar e, talvez até sem dares conta, a contribuir para que estas situações se agravem a cada dia que passa.

Vivemos numa casa comum – assim lhe chama o Papa Francisco – um planeta a que os cientistas chamaram de Terra e que tem vindo a ser, ao longo dos milé-nios, uma casa para todos nós. Vivemos, por isso, e sem sombra de dúvidas, numa casa comum, que partilhamos com os jovens de África, ou com os elefantes do Sri

Lanka, com os nossos irmãos na China ou com todas as espécies marinhas no fundo dos mares. Temos então, por isso, de fazer a nossa parte, no cuidado deste lar, para que todo o mundo consiga viver feliz e saudável nele.

A degradação do planeta está a aumentar cada dia que passa, fruto de uma má utilização dos meios tecnológicos, das máqui-nas, da gestão da poluição e do tratamento dos resíduos... fruto de um controlo desmedido sobre a natureza e sobre todos os seres vivos que o homem tem exercido ao longo dos anos. Algo que ne-cessita de uma urgente mudança.

E por isso, este não é um papel só para católicos, só para escuteiros ou só para ambien-talistas. Contudo, nós sentimos que, como escuteiros, esta carta do Papa acerta em cheio no nosso coração! E no teu?

Em 1991 Frank Opie escrevia “estou convencido que a rede de escuteiros conseguirá transmitir esta mensagem ao mundo porque o escutismo é um movimento dinâmico, saudável e sempre pronto a agir”, é isso que o Papa Francisco espera de nós, ao escrever esta encíclica sobre a nossa casa comum. Os escuteiros têm o laboratório na natureza e no meio que nos rodeia, sem estas duas realidades não conseguimos ser.O livro Escuteiro Global é uma boa base para todos se prepararem para a defesa

da casa comum, somos a mais antiga associação cívica (ou movimento) com preocupações com a natureza, já desde a fundação que BP fala na maravilha da natureza, na bênção que Deus nos deu.É um livro de aprender fazendo. “Os chefes e os escuteiros são pessoas práticas”. Proteger a casa comum de forma ativa é o que o Papa Francisco quer de nós e é o que o livro Escuteiro Global nos ensina!Queres saber mais procura na Loja Escutista da Região, ou manda vir.

O ESCUTEIRO GLOBAL

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ser humano, vive alimentando--se da carne desses animais. Se algo falha neste processo... desregulamos o ciclo natural das coisas!

E onda se falha?Na poluição que estraga o am-biente e torna mais fortes e peri-gosos os raios de sol; no exagero de consumo de água, que limita o crescimento das plantas e dos animais do mar; no fabrico de produtos em exagero que acaba

com a autossustentabilidade das quintas e dos campos; no pouco cuidado com as florestas e com os espaços verdes, que leva à re-dução de espécies e ao desapare-cimento das mesmas... falhamos (todos), em tantos pormenores.

Como dons de Deus, devemos cuidar da nossa casa comum em colaboração com to-dos, para que quem vem depois de nós, tenha uma qualidade de vida pelo menos tão boa como a nossa.

A Criação (o planeta Terra e os seus animais e plantas), foram um presente de Deus há milhões de anos atrás. Uma oferta gene-rosa para que pudéssemos viver nele e em harmonia uns com os outros.

Esta Criação, que nos foi dada por amor e com confiança, sempre foi aberta à mudança, ao desenvolvimento e à me-lhoria. E o homem, de facto, desenvolveu ao longo da vida uma série de coisas incríveis que, por certo, deixaram Deus muito orgulhoso. Contudo... não temos sido motivo de orgulho nem para nós, a partir do mo-mento em que assistimos a problemas de tão grande calibre e não fazemos nada para os melhorar.

Queres saber?Deixar de comer carne, ou peixe, para manter os animais vivos não é aquilo que Ele te pede para fazer. Aliás, a Criação foi de tal forma tão per-feitamente criada que pensou na alimentação de todos – ho-mens, animais e plantas – para que nada faltasse a ninguém. E é aí que devemos focar-nos um pouco:

Uma planta para crescer, tem de se alimentar de sais minerais, água e receber sol; um animal, para sobreviver, alimen-ta-se do que nasce da terra e o

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É um jogo bastante mexido e enérgico. O número ideal é mais de 20 e menos de 40. Já foi experimentado com Exploradores e Moços (tem de ser bem explicado), Caminheiros, Companheiros e Animadores (muito bom para mexer). Experimentem com Pioneiros e Marinheiros, deve ser igualmente divertido.Devemos para isso ter uma área de jogo limitada por um retângulo, quadrado, circulo, como quiserem.

1 ª EtaPaDividir o grupo em três equipas. Cada uma das equipas representa uma das partes da cadeia alimentar: Os leões, os antílopes e a erva (podem ser utilizados outros seres vivos).Cada grupo deve usar o seu lenço (ou uma carta, um sinal ou algo que o identifique) numa posição fixa, de forma a ser facilmente identificável. O jogo começa com os leões a tentarem apanhar os antílopes, os antílopes as ervas e as ervas os leões (quando os leões morrem a sua decomposição alimenta as ervas).Quando um jogador é apanhado, passa a pertencer à espécie que o apanhou – um antílope apanhado por um leão passa a ser um leão.

2ª EtaPaApós alguns minutos (7/8 minutos no máximo 10 – dependendo do terreno de jogo), reúnem-se todos os jogadores e conta-se a população de cada grupo. Anota-se o número e volta-se a jogar, interrompendo novamente o jogo para recontagem. Estas paragens

são importantes para perceber quais são as ameaças a cada população, interferindo assim com o equilíbrio da natureza. (Deve o animador promover a discussão no grupo. Por exemplo, o aumento da ameaça à “população” de antílopes torna-os mais fáceis de caçar).

3ª EtaPaQuando um grupo se torna demasiado grande, cria-se uma “doença”.O jogador designado por “Doença” só pode apanhar membros do grupo superpovoado, transformando-os na espécie seguinte. Continua-se o jogo, mantendo a cadência de interrupções e debate entre o grupo necessários.

4ª FasEDepois de algum tempo, introduz-se um novo elemento ou animal: “o Homem”. Este pode caça qualquer espécie transformando-o em homens, que não pode ser caçado por nenhuma espécie. Após alguns minutos o jogo acaba, todos os jogadores se transformam em homens.Promove-se mais uma vez a discussão no grupo do papel que o homem tem tido no equilíbrio da natureza, o que tem acontecido quando o homem chega e desbrava determinado habitat.

(Adaptado do Escuteiro Global, página 56)

O JOGO DO EQUILIBRIO DA NATUREZA

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Fazendo parte deste movi-mento de escutismo católico, devemos ser uns dos primeiros a dar o primeiro passo e a pôr em prática um estilo de vida (dentro e fora do movimento) que orgulhe não só o Papa Francisco mas também Aquele que deseja que a Sua Criação viva em plena harmonia. E o que te podes propor a fazer?• Reciclar, Reutilizar, Reaproveitar e Reduzir!

• Acampamentos que não prejudiquem o ecossistema – sem cortar árvores, sem as massacrar, sem destruir ninhos, carreiros de formigas e plantas.

• Campanhas de sensibilização junto da comunidade local (não só comunidade paroquial

mas também toda a família, a freguesia, bairro, cidade...)

• Colaborar com a Proteção Civil na vigilância das matas e flores-tas no Verão.

• Participar em atividades am-bientais (nacionais ou interna-cionais), como por exemplo o Limpar Portugal ou a Missão Ambiente.

• Fazer a recolha e entrega de medicamentos usados e fora de prazo nas farmácias.

• Consciencializar as famílias para a diminuição de gastos de eletricidade, água e gás.

Talvez não pareça muito. Mas é o pequeno que podemos fazer que se vai tornar grande no mundo!

Faz a tua parte! A Criação e o Criador agradecem!

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A descoberta do mundo que nos rodeia faz parte da viagem que é crescer. Para qualquer criança há sempre um mundo novo por descobrir, há milhares de perguntas que devemos fazer, que elas querem fazer!Propomos olhar para esta “nossa casa” de forma mais profunda. Peguemos na Alcateia, Expedição ou Flotilha e iniciemos um passeio pelo campo.A atividade consiste em cada bando, patrulha ou tripulação, responder a um número fixo de perguntas sobre aquele habitat.No Capitulo 8 do Livro de Frank Opie há uma série de aventuras a explorar, propomos a do campo.Dividam-se as perguntas pelos bandos e no final do passeio serão capazes de contar a história daquele habitat!

PErguntas:As pessoas costumam vir aqui? Se sim:Deixam marcas? Como é que elas chegam aqui? Com que regularidade?Para que é que se utiliza estas terras? Para cultivo? Para Recreio? Para Caça? Outros? Quais.Há quanto tempo é que se tem utilizado terreno desta maneira?

Vive alguém perto daqui? Se sim, que problemas tiveram de ser resolvidos quando construíram as suas casas? A localização? O tempo? A neve ou chuva? Os materiais de construção?O nome do lugar conta a sua história?Que tipo de pessoas viveria bem aqui?O que é que parece ser importante para eles agora?Seriam muito ou pouco dependentes da povoação mais próxima?

Que outros usos esta terra poderia ter?Há sinais de agricultura aqui, ou perto? E Pecuária?Seria difícil ganhar a vida aqui?Que problemas têm as pessoas de resolver durante o ano, para cá estarem?Há sinais de maus tratos do ambiente?Há sinais que as pessoas tentam resolver problemas?

(Adaptado do Escuteiro Global, página 76/77)

EXPLORAR O CAMPO

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e se me apetecer ser chefe de núcleo?

A gestão de um Núcleo

sendo eu um dos Chefes de Núcleo com menos tempo a desempenhar estas funções, apenas ultra-passado agora pelo

Bruno do Núcleo Solarius, con-fesso que me sinto um pouco incapaz de escrever estas linhas tendo claramente a consciência de que de pouca ajuda servirão para quem tiver a paciência de as ler.

Ainda assim, o convite foi feito e elas servirão mais de partilha e conjunto de experiên-cias sentidas do que verdadeiras dicas para quem precisa de gerir um órgão com a dimensão e as responsabilidades de um Núcleo.

Quando somos chamados a gerir um Núcleo, temos de ter em consideração sempre, e no mínimo, três dimensões distintas.

Todas são muito importantes e qualquer junta de Núcleo que descure uma delas, verá o seu desempenho comprometido.

Dimensão ExternaOu institucional. Provavelmte a que mais me custa e que “gosto menos”. No entanto, é neces-sário manter relações cordiais, de cooperação e de pareceria com as Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, Bombeiros, Polícia, etc. Isto representa algum esforço da nossa parte, nome-adamente no que concerne a presença em alguns momentos importantes das instituições com as quais colaboramos mais. Implica sorrisos, festas, horas perdidas em reuniões e inaugu-rações. A questão é simples: se necessitamos de algum apoio da parte destas, também temos de investir. Nem que seja o nosso tempo. Temos de fazer com que saibam que existimos e qual o nosso papel.

Dimensão interna.Ou para com o CNE. Aqui, há uma subdivisão. Temos uma

Texto Nuno Silva*

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ξ Marcar Reuniões para nos apresentarmos, dar a conhecer; ξ Marcar presença em ‘momentos altos’; ξ Manter uma Base de Dados actualizada; ξ Convidar para os nossos ‘momentos altos’; ξ Convidar para colaborar connosco em projectos específicos; ξ Oferecer a nossa ajuda para outros projectos; ξ Agradecer sempre, mas sempre, a presença ou apoio prestado.

componente ‘descendente’, para com os nossos Chefes de Agru-pamento e os dirigentes que nos elegeram; e outra ‘ascendente’, para com as estruturas hierárqui-cas superiores ou equivalentes (outras Juntas de Núcleo, Regio-nais, Mesas dos Conselhos, etc). A mais importante, no que a mim me diz respeito, é a primeira.

Os Chefes de Agrupamento são os nossos melhores aliados e temos de tentar perceber o que é que os preocupa e como podemos resolver os seus problemas. Oiço muitas vezes, a outros membros de outras Juntas de Núcleo, que os Chefes de Agrupamento não os ajudam, não colaboram, que é importante a presença deles em órgãos titulares para terem o seu apoio. Eu acho o contrário. Nós

O QUE FAZER PARA POTENCIAR A NOSSA DIMENSãO EXTERNA?

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ξ Reuniões Trimestrais com os Chefes de Agrupamento; ξ Consultá-los antes de grandes decisões; ξ Implicar cada um deles na vida do Núcleo, comprometendo-os com os objectivos do Núcleo; ξ Aparecer nos grandes momentos da vida dos Agrupamentos; ξ Responder a telefonemas e e-mails o mais rapidamente possível; ξ Resolver, efectivamente, os problemas dos nossos animadores; ξ Disponibilizar os recursos do Núcleo ao serviço dos seus elementos e Secções; ξ Criar um clima de boa disposição constante; ξ Em situações de divergência, “ajudar” em vez de “criticar”; ξ Quando há situações graves, não ignorar e intervir imediatamente ouvindo todas as partes. ξ Nunca, mas mesmo nunca, esconder nada que seja importante na vida do Núcleo. ξ Divulgar as actividades do Núcleo através de todos os meios à nossa disposição!

é que temos de os apoiar, nós é que temos de os ajudar. Todo o nosso esforço (ou quase) deve ser feito tendo em vista facilitar o seu trabalho e o minorar das suas dificuldades. Foi para isso que nos elegeram…

Não adianta produzir nem idealizar grandes actividades se de nada servem aos nossos Agru-pamentos (e muitas vezes os sobrecarregam com datas que re-tiram tempo às secções). A gran-de dificuldade, como sempre, é agradar a todos! Num universo como o do meu Núcleo (com 17 Agrupamentos), há ritmos, tamanhos, culturas, tradições e necessidades diferentes. Nós op-támos por tentar ajudar os que têm mais dificuldades mantendo algumas actividades de referência e com alguma tradição no nosso Núcleo, nomeadamente aquelas que têm um carácter eminente-mente formativo (curso de guias e indaba). Se os Agrupamentos mais fortes não participam, não

O QUE FAZER PARA COM OS NOSSOS ANIMADORES:

ξ Manter-se informado das alterações regulamentares, políticas, protocolos celebrados, etc (até para melhor poder servir os Agrupamentos); ξ Participar nos momentos de tomada de decisão onde o nosso Núcleo tem assento (Cimeiras Regionais, Conselhos Nacionais de Representantes, etc); ξ Defender intransigentemente os interesses dos Agrupamentos do nosso Núcleo, representando-os efectivamente.

O QUE FAZER PARA COM OS NOSSOS SUPERIORES:

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é grave. Grave é se os mais “fra-cos” não aparecem…

Ou seja, acredito piamente na teoria da pirâmide invertida e na liderança pelo serviço! A Junta de Núcleo existe para ser-vir os Chefes de Agrupamento e adultos que os elegeram!

Claro que temos de fazer cumprir os regulamentos do CNE e velar pela existência de um bom e verdadeiro escutismo. Difícil de cumprir, há que fazer um esforço e estar atento. A mi-nha experiência leva-me a optar pela formação e pelo exemplo em vez de ser pela punição e pela repreensão. Mas são opções sempre em aberto e já as utilizei mais do que uma vez, infeliz-mente.

Já num ponto de vista “ascen-dente”, é fundamental a nossa participação nos momentos mais importantes da Associação. E não estamos só a falar de repre-sentação! O tempo investido e energias gastas é muito seme-lhante à dimensão institucional. Importa realçar a necessidade de participarmos nas tomadas de decisão e em grupos de trabalho que consideremos vitais para o desenvolvimento e vida da nossa Associação (para depois não nos queixarmos). Gosto de considerar que um dos meus papéis é também o de defender, o melhor que conseguir, os inte-resses dos meus Agrupamentos. Desde a distribuição de tarefas

numa actividade regional, até à localização de Cursos de Forma-ção, acredito que podemos fazer a diferença por forma a que ninguém fique prejudicado!

Dimensão íntimaOu da Equipa. Provavelmente a mais difícil e com a qual eu tenho mais dificuldades. Não é fácil manter a nossa Equipa motivada e focada nos objectivos que entretanto foram traçados. Ainda por cima quando o nosso “poder” ou “autoridade” estão privados da “remuneração” e do “despedimento”…

O voluntariado tem destas coisas… a vida altera-se, as opor-tunidades de emprego, família, provas desportivas e outros inte-resses entram em conflito com a vida de um Núcleo. Como se não bastasse, mesmo dentro do CNE há obrigações com os Agrupamentos, Equipas Nacio-nais, Formação…

Não é fácil manter uma equi-pa unida e focada naquilo que nos compete.

Assim temos de utilizar todas as ferramentas à nossa disposição para a manter motivada, interes-sada e com capacidade de traba-lho suficiente para que o nosso papel de Junta de Núcleo não se esvazie ou não sobrecarregue um ou dois elementos e só estes.

Se os objectivos e as nossas tarefas devem ser cumpridos, e há que ser rigoroso nessa maté-

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ξ Ler sobre liderança e motivação de equipas; ξ Conhecer o melhor possível cada um dos membros; ξ Conversar com todos e sobre tudo (reuniões, telefonemas, mailing lists); ξ Delegar tarefas e confiar em quem se delegou; ξ Apoiar e ajudar cada um nas funções que assumiu; ξ Encorajar e enaltecer todo o tempo e esforço disponibilizado;

ξ Reforçar positivamente as vitórias; ξ Suportar em conjunto as derrotas; ξ Utilizar sempre o pronome “nós” em detrimento do ‘tu’ e ‘eu’; ξ Decidir sempre em conjunto; ξ Respeitar as decisões como se fossem as nossas; ξ Definir objectivos; ξ Avaliar os mesmos regularmente; ξ Criar momentos de descontração; ξ Arregaçar as mangas; ξ Rir… rir muito! ξ Nunca, mas nunca mentir!

COMO FORTALECER A DIMENSãO íNTIMA?

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ria, não nos podemos esquecer das relações entre os membros da equipa. Este equilíbrio é mui-to difícil de atingir, mas quando se atinge, tudo se torna mais fácil.

É que temos de nos sentir bem com a nossa Equipa. Segu-ros. Fortes! Temos de ter prazer em trabalhar em conjunto. Temos de nos rir, creio que esse é o maior segredo…

Por fim, não podemos descurar o nosso exemplo. Não podemos exigir aos outros se nós próprios não cumprimos… não podemos pedir aos outros para trabalhar se nós próprios não arregaçamos as mangas. É assim que se estabelece uma verdadeira relação de trabalho e de confiança. Desde a limpeza da Sede, a preparação de um

Dia de Núcleo ou a organiza-ção de um curso de formação, o ideal é marcarmos presença e mostrar que estamos para trabalhar!

Eventualmente haverá ainda uma outra dimensão, uma dimensão pessoal, mas essa não será, seguramente, tema para estas linhas!

Gostava de concluir com uma pequena questão. Vendo bem, estas três (ou quatro) dimensões não estarão também presentes nos nossos Chefes de Agrupa-mento? E nos nossos Chefes de Secção? E nos nossos Guias?

Se calhar, mas só se calhar, este texto afinal até pode servir para alguma coisa.

*Núcleo Serra da Lua

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“Não é que fomos ao Japão?”

1. Depois de nos esmifrarmos a trabalhar, de vendermos quase tudo o que havia para vender, conseguimos arranjar o dinheiro necessário para chegar ao aeroporto e apanhar um avião!

2. Uns passaram antes no Dubai – ou são das avenidas novas ou trabalharam um bocadinho mais!...

Fotos: João Matos, Patrícia Palos, Claro Morais, Eunice Gonçalves, Luis Cardoso, Missão Japão.

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5. e chegou a cerimónia de abertura!

7. estivemos lá…

6. Depois foi viver o Jamboree de 2015…

8. visitamos alguns dos sítios… como o memorial de hiroxima.

3. fomos chegando… 4. ...e chegando…

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9. a Pedra do amor (“onde é que raio se meteram as crianças?” Diz a legenda da foto).

11. ainda fomos andarilhos… em andas de bambu.

12. Deixamos que o João armando tirasse uma foto connosco.

10. fomos Gueixas… 13. e deram-nos boa comida!

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15. ... são repórteres... 16. ... conhecem o neto do BP!

14. e o que fazem os chefes nos Japão? trabalham…

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19. ou mesmo a não fazer nada!

17. e nós… aproveitamos para aprender a cair da bicicleta!

20. Por fim, depois de todos os passaportes verificados lá nos deixaram vir embora!

18. a olhar!

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21. lá chegamos!

O Jamboree é uma atividade internacional desenhada especialmente para jovens entre os 14 e os 17 anos, das associações nacionais que pertencem oficialmente o Movimento Escutista Mundial, a WOSM.Aqui mostramos algumas imagens da aventura de alguns agrupamentos da Região de Lisboa no Japão, mas há muitas mais fotos…

O QUE é O JAMBOREE?

Neste jamboree o mote era: WA: a Spirit of Unity.É traduzido por WA, significa unidade, harmonia, cooperação, amizade e paz.Todas as atividades foram trilhadas com este imaginário tornando inesquecível a participação de todos!

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no dia de partida para o Japão estávamos muito entusiasmados com a aventura que começava! Demorámos cerca de três dias para chegar ao cam-

po onde iríamos permanecer durante doze dias e logo à chegada ao “Império do Sol Nascente” notámos algumas diferenças: o calor que se fazia sentir logo às sete da manhã e o sol que nascia às cinco horas.

A cerimónia de abertura foi o primei-ro ponto alto de todo o Jamboree, em que foram convidadas diversas pessoas, nomeadamente o governador do distrito

estamos a chamar

por tiJamboree no Japão

de Yamaguchi, quatro grupos musi-cais (entre eles um criador de bandas sonoras de animes), o chefe mundial do Escutismo e, por fim, uma atuação de bandeiras muito engraçada.

Um dos dias mais importantes para o sucesso do acampamento foi o dia 2 de agosto, em que houve três eventos muito especiais: a Cerimónia Interreli-giosa (em que estiveram presentes na Arena várias religiões do mundo inteiro), o Festival de Comida (evento em que os diversos países apresentavam as suas especialidades gastronómicas aos seus sub-campos) e, por fim, um espetáculo na Arena: foi emocionante quando um piloto nipónico da Red Bull Air Race, Yoshi Muroya, passou a rasar sobre as nossas cabeças!

No dia seguinte, novo evento inesquecível: desta vez foi a Festa da Lu-sofonia que ocorreu no Dome, em que todos os países lusófonos apresentaram atividades típicas da sua origem. A nossa tropa também participou, cantando o “Lisboa, Menina e Moça”, de Carlos de

Texto e fotografia João Janeiro*

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do terrível bombardeamento do dia 6 de agosto de 1945.

No último dia de atividades, ou seja, no dia 7, ocorreu a cerimónia de encerramento, onde foi apresentado o próximo Jamboree Mundial, que será nos Estados Unidos da América. Apesar de divertido, foi um dia difícil em que tivemos de nos despedir de grandes amigos que entretanto fizemos.

Agradecemos a todos os que contri-buíram para esta experiência fabulosa, em que nos divertimos, refletimos, pas-seámos e conhecemos novas realidades!

* Agr.1349- Santa Maria de Loures Tropa 6 - “Os Lusíadas”

Carmo e dançando o Malhão. Atuaram ainda grupos de Angola, Brasil, Macau e Moçambique. Nesta cerimónia o chefe Lucas recebeu uma insígnia única: a de 25 anos da Comunidade Escutista Lusófona.

Uma das experiências deste 23° Jamboree que nos marcou foi a visita à cidade de Hiroshima, onde apenas sobreviveu à bomba atómica o A-Bomb Dome, um edifício atualmente em ruínas que representa simbolicamente a força destrutiva de algo tão desumano como uma bomba nuclear. Nesta cidade também visitámos o Museu-Memorial da Paz e o Centro de Congressos, onde ouvimos o relato de duas testemunhas

visita ao a-Bomb Dome

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o Agrupamento 1382 de Azambuja, pertencente ao Núcleo Solarius, no ano da sua filiação realizou o seu primeiro acampamento de agrupamento fora da

Região de Lisboa.A atividade realizou-se na vertente

sul da Serra da Estrela, na Vila do Paul, Concelho da Covilhã. Iniciou-se no dia

estamos a chamar

por tio acagrup do 1382

18 e terminou no dia 21 de junho de 2015. Nela estiveram presentes as suas duas secções: a Alcateia 156, com a pre-sença do Bando Castanho e Cinzento e ainda a Expedição 163 com a patrulha Tigre e Lobo.

O Imaginário que fez girar os 30 elementos participantes enquadrou-se na história de literatura juvenil, “Uma Aven-tura na Serra da Estrela”, entrelaçando--se com um imaginário local sobre as Invasões Francesas. Partindo deste tema central, desfrutou-se de um programa de atividades que os levaram a fazer scouting e entrar em contacto com realidades sociais, culturais e naturais típicas da zona, orientadas pelo método escutista e enquadradas segundo as áreas de desenvolvimento.

Texto e fotografia Agrupamento 1382

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PESSOAS COMO

NÓSUma rúbrica que descobre escuteiros normais, mas cheios de pinta!

D. Manuel Clemente, Cardeal Patriarca de Lisboa

e um escuteiro como nós

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encontrámo-lo no ACANUC do Oeste e aproveitámos a ocasião para descobrir um pouco mais sobre a sua vida!

Conte-nos um pouco da sua história no Escutismo.Entrei para os escuteiros em 1964 inicialmente em S. João de Brito, onde fiz a minha promessa em 1965. De-pois, nesse mesmo ano, começou o Escutismo em Torres Vedras (Seminário de Penafirme) e comecei a ligar-me ao Núcleo do Oeste. Assim começou o Oeste: primeiro Torres Vedras, de-pois Óbidos, depois Alcobaça, Mafra, Lourinhã… e depois todos os outros.

Como escuteiro, acha imprescindível o contacto com a Natureza?Fundamental! O Escutismo nasceu exatamente porque há cento e tal anos B.P. começou a fomentar o contacto das pessoas com a Natureza, levando os jovens para o campo, como se viu com o acampamento em Brownsea.

Hoje em dia, presumimos que seja mais difícil para si, devido a todos os afazeres, acampar como antigamente. Sente falta?Eu aproveito todas as oportunidades. Para já, para andar a pé! Subo esca-das em vez de elevadores… é muito importante pormo-nos em ação! Ao pé da casa onde moro há um belo parque e todas as oportunidades que posso, passo lá. Eu até costu-mo dizer que penso com os pés!

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Da sua vida escutista, que atividade o marcou mais?Muitas! Sobretudo aquelas em que me envolvi mais: na IV, tentávamos ter sempre uma atividade por mês ao ar livre, e eram ótimas oportunidades para vencer obstáculos; E também as pri-meiras atividades do Núcleo do Oeste. Como de Lisboa a Leiria não havia agrupamentos, o facto de nós termos de improvisar e criar as atividades, foi um grande desafio. Tudo isso puxava muito por nós e, por isso, tudo isso que nos envolvia mais ficou muito cá dentro.

Um livro que nos aconselhe a ler.Além da Encíclica do Papa Francisco, acon-selho vivamente o A Caminho do Triunfo, o Escutismo para Rapazes, o Auxiliar do Chefe Escuta… e também uma biogra-fia do fundador do Escutismo Católico, que vai sair brevemente, o Padre Jacques Sevin, e que recebeu um elogio de B.P., que lhe disse “O senhor foi quem melhor

percebeu e pôs em prática a minha ideia de Escutismo.” e o Evangelho, sempre!Um objeto escutista que o tenha marcado…Um objeto escutista… a dificuldade está na escolha. Mas olha, aquela vara de caminheiro, aquilo continua a ser muito interessante. Ainda a guardo algures, não me perguntem onde.

Que local aconselharia para um acampamento ou atividade?Aqui no Oeste havia duas zonas que eu gostava especialmente e que eu recomendo: uma delas é esta zona aqui envolvente, da Serra do Montejunto. É muito interessante, pois tem natureza, ar-queologia, história, tem as populações, as aldeias em redor – fica no meio desta pe-nínsula de Lisboa, entre o Tejo e o mar; E outra zona, que é talvez o recanto mais pitoresco de toda a costa portuguesa, é aquela zona entre Peniche e a Atouguia, a Praia e a Serra d’El Rey, são boas zonas.

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simplificar o SFAE

o Sistema de For-mação de Adultos no Escutismo (SFAE) pretende ser um sistema de formação simples,

flexível, adaptado às neces-sidades de cada formando e centrado na aprendizagem dos mesmos, cujo principal objetivo é a aquisição e desenvolvimento de conhecimentos, competências e atitudes (CCA’s) que possibi-litem um melhor desempenho da missão pedagógica do CNE. O processo tem início através do Recrutamento por parte dos Agrupamentos.

O primeiro passo é a parti-cipação no Encontro Inicial (EI),

com o objetivo de apresentar a missão do escutismo aos po-tenciais Candidatos a Dirigente (sejam eles noviços a Dirigente no caso de recrutamento inter-no, ou Aspirantes a Dirigente no caso de recrutamento externo). Este encontro tem a duração de um dia, e é organizado pelas Juntas Regionais (podendo estas delegar nas Juntas de Núcleo). Os módulos de formação obrigatórios para este dia são 5: Sistema de Formação, O Movi-mento Escutista e o CNE, CNE - Movimento da Igreja, A Missão do Escutismo e O Adulto no Es-cutismo. Além dos módulos obri-gatórios estão também previstos tempos de partilha por parte de outros Dirigentes, Candidatos a Dirigente e Formadores. Por ser um momento de discernimento e esclarecimento, não existe qualquer avaliação de conteúdos. Sem a participação no EI, não é possível iniciar funções nas Equipas de Animação. Paralela-mente ao EI para Candidatos a

Texto Paulo Duarte*

O SFAE para quem não percebe nada do que estamos a falar

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Dirigente, podem ser realizados, dependendo das necessidades regionais, os EI’s para Chefes de Agrupamento e para Tutores Locais de Formação, com o ob-jetivo de enquadrar e organizar o Percurso Inicial de Formação (PIF).

Após o EI, ocorre a Apre-sentação, momento após o qual os agora Candidatos a Dirigente realizam a Adesão, ou seja, o seu primeiro compromisso perante o Agrupamento e a comunidade paroquial, não existindo um ritu-al próprio e definido para estes dois momentos.

Nesta fase, podem os Can-didatos a Dirigente iniciar o seu Percurso Inicial de Formação. O

PIF pode ser dividido em duas fases: Discernimento e Estágio. O Discernimento (com uma duração até um ano) é compos-to por três etapas: Plano de De-senvolvimento Pessoal Escutista (PDPE), Iniciação à Pedagogia Escutista (IPE) e Maturidade Cristã.

No início do PDPE, os Can-didatos a Dirigente elaboram o seu diagnóstico de acordo com os objetivos educativos finais, em conjunto com o seu Tutor Local. Com esse diagnóstico, são identificadas as áreas que devem ser trabalhadas pelo Candidato a Dirigente, durante esta etapa. No final, o Tutor Local elabora o relatório onde aprova (ou não) o

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Candidato a Dirigente, comuni-cando a sua decisão ao Diretor do PIF.

O IPE é uma sessão presen-cial com a duração de um fim de semana, complementada com módulos de formação à distância, tendo como principais conteúdos o Método Escutista e a Organização da Unidade. É organizado pelas Juntas Regio-nais (podendo estas delegar nas Juntas de Núcleo), sendo que os formandos devem ser avaliados ao nível dos conteúdos dos módulos (quer dos obrigatórios, quer os facultativos que possam ser incluídos por conveniência regional).

A Maturidade Cristã é acom-panhada pelo Assistente de Agru-pamento e pelo Tutor Local e pode terminar ao mesmo tempo que a fase de Estágio (podendo durar 2 anos, mas com um relató-rio intermédio no final da fase de Discernimento). Esta etapa não se esgota no percurso catequéti-co e sacramental em termos de Iniciação Cristã do Candidato a Dirigente, podendo ser sugeridas outras oportunidades de aprofun-damento da fé cristã.

A segunda fase do PIF, o Es-tágio (com duração até um ano) pode também ser divida em três etapas: Plano de Desenvolvimen-to Especifico (PFE), Formação Geral de Pedagogia Escutista (FGPE) e Enriquecimento.

No PFE, o Candidato a Dirigente, em colaboração com

o seu Tutor Local, elabora o seu diagnóstico com base na matriz de competências. Deste diag-nóstico devem ser identificados objetivos e metas concretas a atingir, quer através do exercício de funções e responsabilidades dentro da Equipa de Anima-ção em que está inserido, quer através da identificação de áreas de formação “formal”, para a frequência de módulos nessas mesmas áreas. Compete ao Tu-tor Local acompanhar e elaborar o relatório desta fase.

A FGPE consiste em duas sessões presenciais com a dura-ção de um fim de semana cada (sendo uma delas em regime de acampamento), fortemente centradas na pedagogia escu-tista, sendo a formação emi-nentemente prática, com vista à aprendizagem da aplicação do método do projeto. Esta etapa é da responsabilidade das Juntas Regionais (poden-do ser delegada nas Juntas de Núcleo).

Por último, na etapa de Enriquecimento, os Candidatos a Dirigente devem frequentar módulos de formação em diferentes áreas, alguns obriga-tórios, outros escolhidos através do diagnóstico feito no PFE. Também esta etapa é da respon-sabilidade das Juntas Regionais (podendo delegar nas Juntas de Núcleo), que devem ter o cuidado de facultar os módulos obrigatórios, mas também os

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SISTEMA DE FORMAçãO DE ADULTOS NO ESCUTISMO

RECRUTAMENTO

ENCONTRO INICIAL

APRESENTAçãO E ADESãO

DISCERNIMENTO• Iniciação à Pedagogia

Escutista• Plano de Desenvolvimento

Pessoal Escutista• Maturidade Cristã

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SISTEMA DE FORMAçãO DE ADULTOS NO ESCUTISMO

PROMESA DE DIRIGENTE

PERCURSO PESSOAL DE FORMAçãO CONTíNUA

ESTÁGIO• Formação Geral de

Pedagogia Escutista• Planode Fromação Específico• Enriquecimento

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módulos facultativos nas áreas mais identificadas pelos PFE’s dos Candidatos a Dirigente.

Após a aprovação nestas diferentes fases, os Candidatos a Dirigente são então convida-dos a fazer a sua Promessa de Dirigente.

Uma das grandes novidades neste novo sistema de formação, é sem dúvida o Percurso Pessoal de Formação Contínua (PPFC) para Dirigentes. Não estão ainda totalmente definidos os moldes de funcionamento deste Per-curso. Do pouco que sabemos atualmente, vão manter-se (com as devidas adaptações) os antigos cursos de segundo nível, agora denominados Percursos de Edu-cadores, Gestores e Formadores.

Mas para todos os Dirigentes que não queiram seguir um per-curso específico, a resposta é dada neste PPFC. Sabe-se que cada

Dirigente poderá elaborar um diagnóstico das suas necessidades de formação através da matriz de competências, podendo posterior-mente frequentar formação “for-mal” (presencial ou à distância), num modelo que assentará num sistema de Áreas de Formação e de Créditos de Formação, ainda não totalmente definidos.

O Sistema de Formação de Adultos no Escutismo é compos-to por diferentes fases e etapas. É fácil percebermos todo o sistema se, com calma, o analisarmos fase a fase, etapa a etapa, com-preendendo os objetivos especí-ficos de cada uma dessas partes, para assim podermos entender melhor o objetivo e funciona-mento de todo o sistema.

*Agrupamento 39 - Santa Isabel, Núcleo Lisboa Ocidental, Região de Lisboa

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estamos a iniciar um novo ano Escutista ao longo do qual somos desafiados a viver iluminados pela grande figura de S.

Francisco de Assis.São Francisco, como patro-

no da I Secção, sempre esteve presente na Espiritualidade deste nosso movimento, sobretudo

pela forma como nos faz olhar a natureza e toda a criação como obra querida e criada por Deus para todos nós.

Mas este olhar apaixonado de São Francisco por toda a criação é fruto de uma mudança radical de vida, e de uma conver-são de coração.

Hoje também o Sucessor de Pedro assumiu para si mesmo o nome de Francisco. Além desta ser a forma de como o Santo Padre quer viver o seu ministério Apostólico, é também a forma de como nos quer convidar a viver em Igreja. Ou seja, o Papa Francisco, quer também desafiar--nos a todos a reconhecer a presença do Criador em toda a

Texto Pe. Ricardo Salvador Ferreira*

Abrir Mão da Vida

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Obra da Criação, exemplo disso é a sua recente encíclica Laudato Si.

Todos sabemos que o ar livre é o local privilegiado para se viver o escutismo, mas nós en-quanto escuteiros, não podemos apenas servirmo-nos da Nature-za, temos também de a respei-tar, pois todas as coisas foram Criadas por Deus para o nosso encontro com Ele Criador.

Por isso, depende de cada um de nós preservamos este mundo em que vivemos, para que o possamos deixar um pouco melhor, tal como nos diz Baden Powell.

Mas a melhor forma de respeitar a natureza, não é apenas cuidar melhor das plantas e de todos os seres vivos, passa primeiro que tudo, por ter um olhar mais atento pelos nossos irmãos, que são aqueles que es-tão ao nosso lado e habitam este mundo tal como nós. Afinal de contas também foi a pobreza e a fragilidade dos irmãos leprosos que ajudaram São Francisco a converter o seu olhar e o seu coração.

No entanto muitas vezes temos os olhos e o coração fe-chados, e temos dificuldade em deixar este mundo um pouco melhor, porque estamos acomo-dados à nossa forma de vida e não temos espaço para Amar e acolher o próximo ao jeito de S. Francisco.

É necessário abrirmos mão da Vida, para a partilharmos com os outros, nossos irmãos, sobre-tudo com aqueles que são mais frágeis. É impossível desfrutar-mos da beleza de toda a criação se não somos capazes de dar a nossa vida também pelos outros. Afinal de contas ser Escuteiro Católico tem de passar por aí, pela alegria de nos darmos uns aos outros, como irmãos.

Por isso gostava que vos colocar um desafio. Gostava que lessem e meditassem na vossa secção, uma passagem do Evan-gelho de S. Lucas (Lc 18, 18-27) que nos fala de um homem rico que queria alcançar a Vida Eterna. E olhemos a Vida Eterna como a Esperança da Felicidade plena da vida em Deus, que se experimenta desde de já no hoje da nossa história, na medida em que procuramos já hoje deixar este mundo um pouco melhor.

Ao meditarem neste texto procurem identificar aquelas coisas que vos impedem de passar pelo buraco da agulha… e que podem fazer a diferença na vida de outros… identifica-as e abre mão delas, pois há mais Alegria em dar que em receber (Act 20, 35).

Lembra-te que é na coragem de abrires mão da vida, que vais deixando este mundo um pouco melhor.

* Assistente Regional de Lisboa

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iqueia nanatureza

Que é o mesmo dizer construções para o campo…

há uns anos, num acampamento de agrupamento no Agrupamento 48 de Santa Catarina, daqueles onde as

equipas são transversais, tentá-mos recriar o primeiro acam-pamento. Dividimo-nos em 4 patrulhas e cada uma delas tinha de montar o seu campo com o máximo conforto possível. No meio das montagens ouço um ainda pioneiro comentar com grande satisfação: “Isto é melhor que o Ikea, é iqueia na natureza!”

É por aí… grande obra, de fácil montagem na natureza! No fundo é o que fazemos cada vez que acampamos.

O pioneirismo e as construções estão relacionados com o trabalho dos pelotões de engenharia militar que seguia à frente para construir as pontes, estradas e geralmente preparar os acampamentos para os soldados em campo.

Com machados, serrões e cordas eram criadas grandes estru-turas, algumas delas eram conside-radas grandes obras da engenharia.

No escutismo mantemos esta tradição de construir com o que a natureza nos dá. Usando apenas sisal podemos montar o nosso campo com o máximo conforto.

Antes de te aventurares para grandes construções começa com as mais simples… pratica os nós e as amarrações com o teu bando, patrulha/flotilha, equipa/equipa-gem e tribo/companha e depois aventura-te para as grandes obras de engenharia escutista.

Não te esqueças que para cada construção tens de pensar bem a sua execução. Primeiro tens de

Texto Paulo Cuiça

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MATERIAL NECESSÁRIO

confirmar se é possível construir no campo para onde vais. Há atu-almente muitos campos onde não é permitido abrir roços ou buracos. Que escasseia a madeira. E muitos outros impedimentos.

Outro aspecto muito impor-tante é a segurança da constru-ção. Se vais com a tua equipa ou equipagem, dimensiona as construções para os elemen-

tos da tua equipa. Se vais em Alcateia, tens pensar que tem de existir lugar para todos à mesa!

Vamos dar-te duas constru-ções para começares…

Torre dos 10 minutos

Em teoria e com alguma prática consegues erguer esta torre em 10 minutos.

É perfeita para aplicar com exploradores e moços, numa competição de patrulha/flotilha, mas também é bastante útil para todas os outros.

Tem muitas utilizações e vantagens, sendo a principal a de não necessitar de buracos para se segurar e poder mover-se.

Lobitos, com a ajuda dos vossos animadores, podem construir um cabide comum para toda a alcateia, como um armário grande onde guardam mochilas e fardas, deixando a tenda um bocadinho mais arrumada.

Pioneiros/Marinheiros e Caminheiros/companheiros há sem número de possibilidades de possibilidades para esta Torre!

Temos aqui uma amarração pouco utilizada entre nós: a Amarração Torniquete, que vai fazer com que toda a mantenha forte.

ξ 8 Varas de cerca de 3 metros ξ 8 Varas de cerca de 2,5 metros ξ Varas ou pranchas para a base superior da estrutura – dependente da utilização que lhe vais dar. ξ Sisal de 3 fios – é o melhor para construções. ξ Pequenas estacas de madeira (ou outras), para os torniquetes.

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AMARRAçãO TORNIQUETE

Como construir:

Faz 4 tripés de 3 varas, a vara do meio tem de ter 2,5 metros e as restantes 3 metros como se pode ver na figura.

Levanta os tripés, abre os pés de 3 metros e amarra-os às varas centrais, em diagonal, como vês na imagem. As varas de 3 metros são os travamentos da tua construção.

Une-os (2 varas de 3 metros e a vara central de 2,5 metros), com a amarração em torniquete.

Depois coloca as restantes varas de 2,3 metro no topo, para criares um quadrado.

Depois podes colocar outros troncos para fazer uma base, com várias varas em paralelo criar um “armário” ou arranjar pranchas de madeira para fazer o topo.

ξ Utiliza-se uma espia com um laço que se prende à estaca pequena. ξ A laçada envolve todas as varas, unindo-as. A pequena estaca gira de forma a apertar a corda o máximo possível. ξ Para que a pequena estaca não se solte é amarrada com um nó a uma ou duas varas.

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Uma mesa de campo

Vamos construir uma mesa para a alcateia.

Todos a podem fazer, é adaptável para todos os tamanhos, mas não te esqueças das estruturas de suporte.

Para esta construção usamos o botão em cruz e o botão em esquadria.

Primeiro construímos dois triângulos, cada um com 2 varas de 4 metros e 1 vara de 3,5 metros. (1)

Vamos juntar os dois triângulos, usando 3 varas de 3 metros. Unimos os topos dos triângulos e no sito onde vamos fazer os bancos. (2)

Vamos usar mais 2 varas de 3 metros, de um triângulo para o outro, onde vamos suportar o tampo da mesa (3),

MATERIAL NECESSÁRIO

ξ 4 Varas de cerca de 4 metros ξ 2 Varas de cerca de 3,5 metros ξ 7 Varas de cerca de 3 metros ξ 20, aproximadamente, varas mais pequenas para o tampo ξ Sisal

acrescentamos mais 2 varas de 3 metros, uma de cada lado para fazer um banco mais confortável.

Depois colocas as varas de 2 metros, podem ser mais finas ou mais grossas, para formar o tampo. Prende-as com sisal, forra com algumas folhas ou com areia (ou terra) molhada e tens uma grande mesa. (4)

Para uma alcateia maior, a cada 3 metros acrescentas um triângulo e repetes os passos 2, 3 e 4.

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OBJETIVOS: MATERIAIS: ξ Realizar com os Lobitos um jogo de pista pela natureza. ξ Os sinais de pista devem ser o mais variados possível para permitir uma maior aprendizagem. Devem ser usados não apenas os sinais tradicionais do “Caminho a Seguir” com setas feitas de paus, mas usar também pedras sobrepostas, ramos ou ervas dobradas, etc. ξ Usar também diversidade de sinais, como água potável e não potável, perigo, mensagem escondida, etc. ξ Despertar os Lobitos para a vida e obra de S. Francisco de Assis.

ξ Papel e canetas ξ Pedras, paus, folhas, elementos da natureza, etc.

Jogo de pista para Lobitos

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JOGO: ξ Cada bando inicia o seu jogo de pistas com o início de pista. Conforme o percurso que os chefes fixarem, colocar as pistas de forma diversificada e com alguns graus de dificuldade de forma a chegar a todos os elementos dos bandos. ξ Nas mensagens escondidas colocar exemplos de vida de S. Francisco e das suas boas acções. ξ Devem ser colocados desafios

para realizarem até à mensagem escondida seguinte, como por exemplo “Até à próxima mensagem escondida, devem criar um poema ao irmão Sol”. ξ No final, os chefes recolhem todas as mensagens dos bandos e atribuem pontuações. Ganha o bando que conseguir encontrar todas as mensagens e resolver os desafios com maior originalidade e empenho.

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ξ O jogo é efectuado entre duas patrulhas/flotilhas ou dois grupos adversários(por exemplo lobos e castores). Em cada grupo ou patrulha/flotilha é selecionado um escuteiro para ser o portador da missiva - o mensageiro. O seu objectivo é entregar a mensagem que lhe foi destinada no posto de entrega. ξ Um animador é colocado num determinado local – o posto de entrega. ξ Os mensageiros sabem a localização exata do posto, este deve situar-se a meio caminho entre os pontos de partida dos mensageiros das patrulhas/flotilha diferentes. (Para melhor dinâmica de jogo devem ser marcados os pontos no mapa (se for realizado na cidade) ou na carta (quando realizados no campo). São aconselhadas distâncias de 1 a 2 Km entre os pontos de partida e o ponto de entrega)

ξ Os restantes elementos da patrulha saem do seu posto de partida e conhecem o ponto de partida de ambos os mensageiros e uma referência ao ponto de chegada comum (um raio onde o posto estará colocado) ξ O objectivo da patrulha/flotilha é impedir os mensageiros de chegar ao seu destino, os lobos vão tentar colocar-se no caminho dos castores e vice-versa, uma vez que não sabem o ponto de chegada exato. Cada patrulha ou flotilha vai tentar adivinhar o caminho que o seu adversário vai fazer. ξ Os mensageiros quando são capturados pela patrulha/flotilha adversária devem ser levados para o posto de controlo acompanhados pelos seus capturadores (os mensageiros quando capturados devem revelar aos captores o ponto onde têm de entregar a mensagem).

Os Mensageiros

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REGRAS BÁSICAS:

VARIAçõES:

MATERIAIS:

ξ Os elementos da patrulha/flotilha não devem aproximar-se do ponto de partida adversária e nem devem aproximar-se a menos de 100 metros do ponto de chegada. ξ Para serem capturados os mensageiros são intercetados pelos elementos da patrulha/flotilha, bastando para isso

ξ Podem jogar mais de duas patrulhas, obrigando assim os elementos a distribuírem-se pelos vários mensageiros.

ξ 2 (ou mais) Cartas para os mensageiros ξ 4 (ou mais) Mapas do local: 2 para os mensageiros (onde estão marcados os pontos exatos de partida e de chegada) e 2 para as patrulhas (com os pontos de partida marcados e um raio onde estará o ponto de chegada)

serem vistos e o seu nome ser referido de forma clara e audível. ξ Nenhum tipo de luta é permitida para captura dos elementos. ξ Os restantes animadores devem acompanhar, à distância e sem nenhuma interferência, os elementos da patrulha que andam atrás do mensageiro.

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Ilustração de Inês Antunes

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Estás a fazer o teu plano anual?

Ferreira do Zêzere está à tua espera!

No CAEFZ temos um campo para escuteiros, madeira para construções, canoas, arborismo, escalada, maravilhosos trilhos para raids e percursos pedestres e muito boa vontade para te receber te receber!


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