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1. Introduo: A Empresa ModernaNas primeiras dcadas da Revoluo Industrial, a produo dava-se de forma artesanal. O mercado encontrava-se praticamente inexplorado, em franca expanso. O grande aumento de produtividade conseguido com a produo mecanizada, em substituio ao artesanato, garantia uma posio extremamente confortvel s empresas emergentes.A partir da segunda dcada do sculo XX, com o advento da administrao cientfica de Taylor e da linha de produo de Ford, a lgica da produo capitalista modificou-se, havendo enormes melhorias na produtividade industrial, devido principalmente especializao do trabalho e padronizao dos produtos e peas. Isso foi conseguido porque a demanda do mercado era superior produo e, assim, os produtos padronizados e similares encontravam consumidores receptivos a esses itens. medida que a oferta de produtos comeou a superar a procura, o acrscimo da concorrncia fez com que a padronizao dos produtos fosse diminuindo cada vez mais, no sentido de que novos modelos foram sendo introduzidos de maneira mais e mais rpida, reduzindo drasticamente a vida til dos produtos. Gradativamente, a produo no vem mais sendo efetuada em linhas rgidas, passando a necessitar de flexibilidade para a introduo de novos modelos e frequentes alteraes nos artigos. Outra restrio imposta pela competio a reduo contnua dos preos de venda, significando que as imperfeies e ineficincias tm que ser reduzidas sistematicamente.Dessa maneira, a situao que se apresenta atualmente um mercado competitivo, com produtos de baixa margem, boa qualidade, frequentes modificaes de projeto, curta vida til e muitos modelos diferentes escolha do cliente. Para lograr xito nesse tipo de mercado, a empresa precisa produzir eficientemente, tornando-se uma empresa de fabricao classe universal, nas palavras de Schonberger (1988).O efetivo controle das atividades produtivas condio indispensvel para que qualquer empresa possa competir em igualdade de condies com seus concorrentes. Sem esse controle, ou seja, sem a capacidade de avaliar o desempenho de suas atividades e de intervir rapidamente para a correo e a melhoria dos processos, a empresa estar em desvantagem frente competio mais eficiente.1.1 Desperdcios na EmpresaDe forma geral, os esforos da empresa podem ser divididos em trabalho e desperdcios. O trabalho pode ser dividido em trabalho que agrega valor e trabalho que no agrega valor. O trabalho que agrega valor, ou trabalho efetivo, compreende as atividades que realmente aumentam o valor do produto, sob a tica do consumidor. Em outras palavras, o produto, aps a atividade, vale mais do que antes. O trabalho que no agrega valor, ou trabalho adicional, compreende as atividades que no aumentam o valor do produto, mas que propiciam suporte para o trabalho efetivo. Nessa classe, encontram-se atividades como preparao de mquinas e manuteno. Os desperdcios propriamente ditos no adicionam valor aos produtos e tambm no so necessrios ao trabalho efetivo, sendo que, s vezes, at diminuem o valor desses produtos. Nessa categoria, situam-se a produo de itens defeituosos, a movimentao desnecessria, a inspeo de qualidade e a capacidade ociosa. Obviamente, a empresa deve concentrar-se em eliminar os desperdcios e minimizar o trabalho adicional, procurando realizar o trabalho efetivo com a maior eficincia possvel.1.1.1 Tipos de DesperdciosShingo (1981) classificou os desperdcios em sete tipos: superproduo, transporte, processamento, fabricao de produtos defeituosos, movimento, espera e estoque.Os desperdcios por superproduo referem-se produo de itens acima do necessrio ou antecipadamente. So considerados como sendo os mais importantes por Taichi Ohno, porque mascaram os outros desperdcios. De fato, a superproduo aumenta os estoques, o que esconde eventuais (e naturais) imperfeies do processo. Ento, esse tipo de desperdcio deve ser eliminado por meio do aprimoramento do processo, procurando-se obter um fluxo contnuo de materiais e reduzir os tempos de preparao de equipamentos, a fim de diminuir o tamanho dos lotes processados.Desperdcios por transporte referem-se basicamente s atividades de movimentao de materiais, as quais usualmente no adicionam valor aos produtos. Em alguns casos, como o de mercadorias entregues em domiclio, o transporte at a residncia do cliente faz parte do produto e no pode ser classificado como desperdcio. A meta para este tipo de desperdcio deve ser a completa eliminao, e no apenas a melhoria de processos, atravs de mecanizao ou automatizao, por exemplo. Sua reduo depende diretamente da reorganizao fsica da fbrica, a qual deve ser conduzida de forma a reduzir ao mnimo possvel as necessidades de movimentao de materiais.Os desperdcios no processamento propriamente dito correspondem s atividades de transformao desnecessrias para que o produto adquira suas caractersticas bsicas de qualidade, ou seja, consistem em se trabalhar fazendo peas, detalhes ou transformaes desnecessrias ao produto. Evidentemente, uma transformao desnecessria no produto ou a confeco de partes dispensveis para se conseguirem as funes bsicas do artigo constitui-se em desperdcio, por mais eficiente que seja o processo. A eliminao dessas deficincias de processo (ou projeto) deve ser completa e pode ser atingida atravs de tcnicas de anlise do valor de produto e de processo.Desperdcios por fabricao de produtos defeituosos, como o nome indica, originam-se na confeco de itens fora das especificaes de qualidade. Esse tipo de desperdcio talvez seja o mais facilmente identificvel e mensurvel, mas no o menos importante. Na verdade, uma das maiores necessidades da empresa moderna a busca incessante pela excelncia na produo e, sem isso, ela no se torna competitiva no mercado moderno. Assim, podemos dizer que o combate ao desperdcio por fabricao de produtos defeituosos bsico para o controle de outros desperdcios. O ataque a esse desperdcio deve ser embasado na confiabilidade do processo e na rpida deteco e soluo de problemas.Desperdcios no movimento relacionam-se movimentao intil na consecuo das atividades, ou seja, a ineficincia da operao propriamente dita. O nome deriva dos estudos do movimento de Gilbreth, para quem a ineficincia resulta de movimentaes desnecessrias no trabalho de transformao. A mensurao desse desperdcio est ligada obteno de padres de desempenho para as operaes, e sua eliminao conseguida com o atingimento dos padres. Desperdcios por espera so formados pela capacidade ociosa, quer dizer, por trabalhadores e instalaes parados, o que gera custos. Os principais fatores que aumentam esse desperdcio so: elevados tempos de preparao, falta de sincronizao da produo e falhas no previstas no sistema produtivo. Portanto para evitar esse desperdcio, deve-se principalmente reduzir os tempos de preparao de mquinas, balancear a produo e aumentar a confiabilidade do sistema. Esse desperdcio ser denominado desperdcio por ociosidade. A existncia de estoques gera os desperdcios por estoque, os quais so os custos financeiros para a manuteno dos estoques, custos devidos obsolescncia dos itens estocados e, principalmente, custos de oportunidade pela perda de mercado futura para a concorrncia com menor lead time. Empresas devem perseguir a mxima reduo possvel de seus estoques, os quais causam inmeros problemas.A esses sete tipos de desperdcios podemos acrescentar mais um: os desperdcios de matria prima, isto , matrias primas despendidas acima do necessrio confeco do produto. Normalmente, esse desperdcio o primeiro a ser atacado pelas empresas, por causa da facilidade em ser localizado e trabalhado atravs da comparao de padres com o realmente ocorrido. Por outro lado, os desperdcios de matrias primas poderiam ser enquadrados nos desperdcios de processamento, j que geram trabalho e/ou materiais no usados para a transformao dos produtos.

2. Custos, Despesas, Preos e LucrosCustos, classificados como diretos ou indiretos a depender de sua relao com a unidade de produto ou servio elaborado, so incorporados aos estoques at o momento da venda, quando passam a ser representados na Demonstrao de Resultados do Exerccio com a denominao de Custo dos Produtos Vendidos CPV, Custo das Mercadorias Vendidas CMV, ou Custo do Servio Prestado CSV.J as despesas so confrontadas, segundo a contabilidade, diretamente com o resultado do perodo. No devem ser ativadas nos estoques. Gerencialmente, porm, podem ser atribudas aos produtos como forma de analisar o gasto e a lucratividade individual de um portflio de produtos ou servios. Nessas situaes quanto custos e despesas so alocados aos produtos ou servios, diz-se tratar de um sistema de custos plenos ou integrais.Para se obter o Lucro deve-se utilizar a seguinte equao:L = R C - D

Onde: L = LucroR = ReceitaC = CustoD = Despesa

O Lucro genericamente expresso por mio das margens de lucro que podem ser apresentadas em unidades monetrias, conforme estabelecido na equao anterior para valores unitrios, ou em percentual sobre preo de venda.

Lun = Run Cun - Dun

Onde: Lun = Lucro unitrioRun = Receita unitriaCun = Custo unitrio Dun = Despesa Unitria

A margem percentual, muitas vezes calculada com base no Mark-down (participao percentual dos custos e despesas em relao ao preo de venda), corresponde margem de lucro em unidades monetrias dividida pelo preo de venda. A equao seguinte apresenta a frmula da margem de lucro percentual:Lun% = Lun / Run

Onde:Lun% = lucro unitrio percentualLun = Lucro unitrioRun = Receita unitria

Exemplo: A fbrica de detergentes BB vende seus produtos por um preo unitrio igual a R$ 3,00. Os custos unitrios da empresa so iguais a R$ 1,80, as despesas unitrias so iguais a R$ 0,60. Pede-se para calcular a margem de lucro da empresa em unidades monetrias e percentual.L uni = Runi Cuni DuniLuni = 3,00 1,80 0,60 = 0,60 A margem de lucro unitria igual a 0,60, ou seja, para cada unidade vendida, a empresa lucra 0,60L un% = Lun / RunLun% = 0,60 / 3,00 = 20% A margem percentual igual a 20%, ou seja, a margem percentual igual 20%. A empresa lucra 20% dos valores auferidos por meio de suas vendas.

2.1 TERMINOLOGIA DE CUSTOSPara facilitar a comunicao, entendimento e fixao segue alguns conceitos estabelecidos sobre as terminologias usualmente aplicadas:CUSTOCusto um gasto relativo a bem ou servio utilizado na produo de outros bens ou servios no momento da utilizao dos fatores de produo (bens e servios) para a fabricao de um produto ou execuo de um servio. Exemplo: matria-prima e mo de obra.

DESPESAAs despesas so itens que reduzem o patrimnio lquido e que tem essa caracterstica de representar sacrifcios no processo de obteno de receitas. Todas as despesas so ou foram gastos. Porm alguns gastos, no se transformam em despesas ou s se transformam quando de sua venda, como por exemplo, os terrenos que no so depreciados. Algumas despesas derivam de gastos, outras passam pelos custos, gastos e se tornam despesas. E existem despesas que fazem um percurso completo, iniciando como um investimento, passando, por custos e gastos.

GASTOGasto o valor dos insumos adquiridos pela empresa, independentemente de terem sido utilizados ou no. Neste sentido, gasto se compreende em sacrifcio financeiro com que a entidade arca para obteno de um produto ou servio qualquer, sacrifcio esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).

DESEMBOLSOSe compreende como desembolso, o pagamento resultante da aquisio do bem ou servio. Pode ocorrer antes, durante ou aps a entrada da utilidade adquirida, portanto defasada ou no do gasto. Exemplo: pagamento de uma fatura.

PERDAPerdas so bens ou servios consumidos de forma normal e involuntria. So itens que vo diretamente para conta de resultado, assim como as despesas, mas no representam sacrifcios normais ou derivados de forma voluntria das atividades destinadas a obteno da receita. Exemplo: perda com incndio e obsoletismo de estoques.SUCATASo produtos que surgem da produo com defeitos ou danificados. Suas vendas so espordicas e realizadas por valor no previsvel na data em que surgem na fabricao. No recebem custos e tambm no servem para reduo de custos de produo. Quando vendidas so contabilizadas como outras receitas operacionais. Exemplo: Peas com defeito.

2.2 CLASSIFICAO DE CUSTOSExistem vrios tipos de custos, tantos quantas forem as necessidades gerenciais, e pode-se afirmar que custos podem ser computados de diferentes modos, para finalidades diferentes, por pessoas diferentes. Portanto para facilitar o entendimento segue a classificao de custos:Custos DiretosSo aqueles que esto vinculados diretamente ao produto. Sua apropriao pode ser direta (sem rateio), bastando que exista uma medida de consumo, comoquilogramas, horas-mquina, horas-homem trabalhadas, etc. Exemplo: matria-prima e Mo-de-obra direta.

Custos IndiretosSo aqueles que no esto vinculados diretamente ao produto, mas sim ao conjunto do processo produtivo. Para se conhecer o valor dos custos indiretos que dever ser atribudo a cada produto, h necessidade de se estabelecer algum critrio, o qual ser estimado ou at mesmo arbitrado pela empresa. A distribuio dos custos indiretos aos produtos denomina-se rateio, e o critrio escolhido para se efetuar essa distribuio denomina-se base de rateio. Exemplo: mo-de-obra indireta e aluguel da fbrica.

Custos FixosEntende-se por custo fixo, todo aquele custo que independe do volume de produo do perodo, isto , qualquer que seja a quantidade produzida, esses custos no se alteram. Os custos fixos esto relacionados com os custos indiretos de fabricao, por no guardarem proporo com as quantidades dos produtos fabricados. Exemplo: Aluguel da fbrica

Custos VariveisOs custos variveis so aqueles que variam em funo do volume de produo, ou seja, da variao da quantidade produzida no perodo. Quanto maior o volume de produo no perodo, maior ser o custo varivel e, consequentemente, quanto menor o volume de produo no perodo, menor ser o custo varivel. Os custos variveis tm relao direta com os custos diretos de fabricao. Exemplo: Matria-prima

2.3 SEPARAO ENTRE CUSTOS E DESPESASA separao entre custos e despesas fcil: os gastos relativos ao processo de produo so custos e os relativos administrao, s vendas e aos financiamentos so despesas. Entretanto na prtica aparece uma srie de problemas pelo fato de no ser possvel a separao de forma clara e objetiva. Matria Prima Consumida....................................................... 30.000,00Comisses s/vendas...................................................................... 1.000,00Salrios e Encargos da Fbrica..................................................... 8.000,00Seguros da Fbrica...................................................................... 12.000,00Material de Consumo Escritrio................................................ 2.500,00Salrios da Administrao............................................................ 4.500,00gua, Luz e Telefone da Fbrica.................................................. 6.500,00Depreciao na Fbrica............................................................... 10.000,00Total dos gastos do ms............................................................. 74.500,00

Primeiramente, deve-se realizar a separao dos custos de produo. Teremos ento a seguinte distribuio dos gastos:Custos de Produo $Matria Prima Consumida....................................................... 30.000,00Seguros da Fbrica...................................................................... 12.000,00Salrios e Ordenados da Fbrica................................................... 8.000,00Depreciao na Fbrica............................................................... 10.000,00gua, Luz e Telefone da Fbrica................................................... 6.500,00Total dos Custos......................................................................... 66.500,00Despesas Administrativas $.Material de Consumo Escritrio................................................. 2.500,00Salrios da Administrao............................................................. 4.500,00Total das despesas administrativas............................................ 7.000,00Despesas com vendas $Comisses s/vendas....................................................................... 1.000,00Total das despesas com vendas................................................... 1.000,00CUSTOS BSICOS OU PRIMRIOS: esto relacionados exclusivamente com o consumo de matrias- primas (MP) ou dos insumos.Exemplo: considerando uma empresa cuja principal atividade seja a fabricao de produtos industrializados (indstria); a matria prima corresponde ao custo bsico para se ter o produto acabado. Ento:CB = EI + COMPRAS EF EI = Estoque Inicial EF = Estoque Final

CUSTOS DE TRANSFORMAO (CTr) ou CUSTO DE CONVERSO: so custos relacionados fabricao, ou seja, tudo aquilo em que a indstria incorre na transformao da matria prima em produto acabado.Exemplo: mo-de-obra direta (MOD) e os gastos gerais de fabricao (GGF) aluguel do parque fabril, energia, mo-de-obra indireta, etc. Ento:CTr = MOD + GGF ou CTr = EFpp + CPF Eipp CBEIpp = estoque inicial de produto em processoEFpp = estoque final de produto em processoCPF = custo do produto fabricadoEFpp = EIpp + MP consumida + MOD + outros custos = produtos acabados

CUSTO FABRIL (CFa) ou custo de fabricao (CFa): o somatrio de todos os custos incorridos pela indstria, ou seja, o somatrio dos custos bsicos com os custos de transformao. Ento: CFa = CB + CTr ou CFa = EFpp Eipp + CPF CUSTO DOS PRODUTOS FABRICADOS (CPF): o custo fabril ajustado pela variao de estoque de produtos em elaborao. o custo alocado dos produtos que foram terminados no perodo, independente de terem sido iniciados em outro perodo. Ento: CPF = EIpp + CFa - EFpp CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (CPV): corresponde ao custo dos produtos que foram vendidos no perodo, ou seja, correspondem aos custos dos produtos fabricados ajustados pela variao de estoque de produtos acabados. Ento: CPV = EIpa + CPF - EFpa

Exerccios:

1. A Cia Industrial Beta apurou o seguinte Balano Patrimonial em 01/01/2013:ATIVOPASSIVO

ATIVO CIRCULANTECaixa 530Duplicatas a ReceberEstoque prod. AcabadoEstoque prod. em ProcessoEstoque matria prima 200Total do Circulante 730NO CIRCULANTERealizvel a Longo PrazoImobilizadoMquinas 300( - ) Depreciao Acumul. (30)Total do permanente 270

Total do Ativo 1.000PASSIVO CIRCULANTEFornecedores

NO CIRCULANTEExigvel a Longo Prazo

Patrimnio LquidoCapital Social 1000Lucros Acumulados

Total do Passivo 1000

Durante o ano de 2013 ocorreram diversos fatos contbeis que afetaram o Patrimnio da empresa, sendo assim, registre estes fatos apure a Demonstrao do Resultado do Exerccio e o Balano Patrimonial em 31.12.2013: Dados:a) Transferncia de matria-prima para fabricao de produtos - $ 180,b) Reconhecimento e pagamento de mo-de-obra dos operrios da fbrica - $ 100,c) Reconhecimento e pagamento de gastos gerais de fabricao - $ 40,d) Reconhecimento da depreciao das mquinas - $ 30,e) Produo encerrada no perodo (150 unid), transferida para o setor de expedio - $ 300,f) Venda de produtos vista (25 unid) - $ 100,g) Venda de produtos a prazo (120 unid) - $ 500,h) Reconhecimento e pagamento de despesas administrativas - $ 70,

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DisponibilidadeMquinas(-) Deprec. AcumulEMPEPPEPAClientes= Resultado

Saldo Inicial

Consumo Mat. Prima

Salrios dos Operar.

Gastos Gerais Fab.

Depreciac. Mquinas

Produo (150 unid)

Venda vista (25 unid)

Baixa Prod. Vendidos

Venda prazo (120 un)

Baixa Prod. Vendido

Despesas Administr.

Total

DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO EM 31.12.2006 Receita Bruta( - ) Dedues da Receita= Receita Lquida( - ) Custo da Mercadoria Vendida= Lucro Bruto( - ) Despesas Operacionais Administrativas= Lucro Operacional

2. Alguns dados contbeis e financeiros das Fbricas Sandlias Aladas Ltda esto exibidos a seguir. Com base nos nmeros apresentados estime para o volume total produzido no perodo: (a) o custo primrio; (b) o custo de transformao; (c) o custo fabril; (d) o gasto total, custo integral ou custo gerencial.Conta$

Materiais requisitados: diretos8.200

Depreciao do parque industrial1.700

Aluguel da fbrica5.200

Aluguel de escritrios administrativos7.400

Materiais requisitados: indiretos950

Depreciao de computadores da diretoria720

Mo-de-obra direta9.400

Seguro da rea industrial2.600

3. Como os elementos seguintes podem ser classificados em despesas fixas (DF), custos fixos (CF), despesas variveis (DV), custos variveis (CV), investimento (I) ou perda (P)?ElementoCVCFDVDFPI

a)Comisses sobre vendas

b) Consumo de acar em fbrica de doces

c)energia eltrica consumo da rea administrativa

d)energia eltrica consumo da rea industrial

e)fretes de entregas

f)aquisio de veculos para entregas

g)fretes de insumos produtivos

h)gastos com depreciao da fbrica

i)gastos com depreciao de micros da lojas

j)gastos com manuteno fabril

K)compra de mquina industrial

l)gastos com seguros das fbricas

m)gastos com seguros das lojas

n)gastos com superviso da linha de produo

o)leasing (aluguel) de veculos administrativos

p)limpeza e conservao das lojas

q)consumo de matria prima no processo fabril

ElementoCVCFDVDFPI

r)consumo de material secundrio na fbrica

s)sobras de matria prima consumidas

t)consumo de material de escritrio

u)embalagem consumida na industria

v)ociosidade da Mao de obra

w)salrios e encargos administrativos

x)combustvel gasto por vendedores

4. A fbrica de sorvetes sabor gelado ltda apresenta custos e despesas fixos anuais iguais a $ 40.000. Seus custos variveis so iguais a $ 13,50 por caixa. Comumente, o preo de venda mdia igual a $ 22. Supondo produes de 10.000 e 20.000 caixas, calcule: (a) as receitas totais; (b) o custo total e unitrio; (c) o custo fixo total e unitrio; (d) o custo varivel total e unitrio.

5. Hospital Pblico Bom Samaritano : Inaugurado no incio de janeiro do ano passado, o hospital tornou-se um marco na realizao de cirurgias torxicas. Estima-se que, aps construdo, o hospital permanecer em operao por 20 anos. Os mveis, equipamentos e utenslios adquiridos tem uma vida til mdia estimada em 10 anos. No primeiro ano, 120 cirurgias foram realizadas, com elevado percentual de sucesso. Esse sucesso, aliado boa qualidade do atendimento e ao alto nvel de satisfao de pacientes e familiares, motivou a Secretaria de Sade a estudar os dados financeiros da instituio. Os gastos incorridos no ano inicial esto apresentados na tabela seguinte:ItemValor

Salrios e encargos de mdicos80.000

Gastos com construo do hospital800.000

Salrios e encargos de enfermeiros40.000

Aquisio de materiais cirrgicos (apenas 40% foram consumidos)120.000

Compra de equipamentos hospitalares300.000

Salrios e encargos do pessoal administrativo20.000

Gastos com aquisio de mveis e computadores para o Setor Administrativo10.000

a) Qual o lucro contbil mdio por cirurgia realizada?b) Qual o custo integral (gasto) por cirurgia realizada?c) Outro hospital pblico estima que seu custo integral para realizar cirurgias similares igual a $ 2.300. O que pode ser dito em relao ao Bom Samaritano?

3. Mo-de-obra Indireta

importante observar que, embora a mo-de-obra direta seja tratada como varivel j que est associada aos volumes produzidos, no Brasil, em funo das restries legais, os salrios e encargos devem ser considerados como fixos. A eventual diferena entre o gasto total com mo-de-obra e mo-de-obra direta, alocada ao produto, representa a ociosidade ou a perda do trabalho pago, porm no utilizado, podendo ser agrupado genericamente na categoria de mo-de-obra indireta.

Exerccios:1. O setor de embalagens dos Moinhos Soteropolitanos Ltda apresenta os dados seguintes, referentes a custos com mo de obra. A empresa opera de segunda at sexta, com a compensao dos sbados. Com base nesses nmeros, identifique o total de custos por homem-hora.

Salrio pago para um dos 12 operrios5,00 / hora

Regime de Trabalho44 horas / semana

Folgas, Feriados e Faltas AbonadasEm mdia, 12 dias por ano ou 1 dia por ms

INSS22% sobre o salrio

FGTS8% sobre o salrio

Dcimo Terceiro SalrioNormal, sem premiaes adicionais

Frias30 ias corridos, com acrscimo de 1/3

2. Na rea industrial da fbrica de Jujubas Peper Mint Ltda, os custos com mo-de-obra alcanam $ 6,20 por hora, mais encargos sociais e obrigaes legais. Considerando 40 horas/semana, INSS igual a 22% sobre o salrio, FGTS igual a 8%, e 14 dias no trabalhados por ano em decorrncia de feriados e folgas abonadas, estime o custo total por hora. Considere a semana no inglesa, com trabalhos aos sbados, e a empresa isenta dos demais impostos e encargos.

4. FORMAO DE PREOS: Aspectos QuantitativosUm dos mais importantes aspectos financeiros de qualquer entidade consiste na fixao dos preos dos produtos e servios comercializados. Para alguns autores, essa atividade consistiria na verdadeira arte do negcio. O sucesso empresarial poderia at no ser consequncia direta da deciso acerca dos preos. Todavia, um preo equivocado de um produto ou servio certamente causar sua runa.Em relao ao processo de formao de preos, alguns dos principais objetivos podem ser apresentados como:- proporcionar, a longo prazo, o maior lucro possvel: a empresa consistiria em uma entidade que deveria buscar sua perpetuidade. Polticas de preos de curto prazo, voltadas para a maximizao dos lucros, devem ser utilizadas somente em condies especiais;- permitir a maximizao lucrativa da participao de mercado: no apenas o faturamento deveria ser aumentado, mas tambm os lucros das vendas. Algumas razes contribuem com efeitos negativos sobre os lucros: excesso de estoques, fluxo de caixa negativo, concorrncia agressiva, sazonalidade etc.;- maximizar a capacidade produtiva, evitando ociosidade e desperdcios operacionais: os preos devem considerar a capacidade de atendimento aos clientes preos baixos podem ocasionar elevao de vendas e a no-capacidade da manuteno de qualidade do atendimento ou dos prazos de entrega. Por outro lado, preos elevados reduzem vendas, podendo ocasionar ociosidade da estrutura de produo e de pessoal;- maximizar o capital empregado para perpetuar os negcios de modo auto-sustentado: o retorno do capital d-se por meio de lucros auferidos ao longo do tempo. Assim, somente por meio da correta fixao e mensurao dos preos de venda possvel assegurar o correto retorno do investimento efetuado.4.1 Mtodos Genricos de Formao de PreosTrs processos distintos podem ser empregados na definio de preos e costumam basear-se nos custos, no consumidor ou na concorrncia.Os processos de definio de preos baseados nos custos buscam, de alguma forma, adicionar algum valor aos custos. Por exemplo, empresas construtoras apresentam propostas de servios, estimando o custo total do projeto e adicionando uma margem padro de lucro.Diversas razes poderiam ser apresentadas como justificativas ao emprego do mtodo de definio de preos com base nos custos: simplicidade ajustando preos a custos, no necessrio preocupar-se com ajustes em funo da demanda, segurana vendedores so mais seguros quanto a custos incorridos do que a aspectos relativos demanda e a mercado consumidor, justia muitos acreditam que o preo acima dos custos mais justo tanto para consumidores, quanto para vendedores, que obtm um retorno justo por seus investimentos, sem tirar vantagens do mercado quando ocorrem elevaes da demanda.Os maiores conflitos decorrentes da aplicao de preos baseados exclusivamente nos preos residem na no-considerao da demanda e dos nveis de concorrncia. Se, por exemplo, um fabricante de eletrodomsticos planejar produzir 20.000 liquidificadores por ms com custos fixos mensais iguais a R$ 100.000 e variveis iguais a R$ 15, seria possvel obter um preo de venda igual a R$ 30 mediante a aplicao de um multiplicador igual a 1,50 sobre os custos totais. Supondo preos de mercado para eletrodomsticos similares entre R$ 28 e R$ 35, a empresa conseguiria manter-se competitiva. Por outro lado, caso apenas 5.000 liquidificadores fossem produzidos, o custo mdio unitrio subiria para R$ 35. Aps aplicar o mesmo multiplicador, o preo deveria igualar-se a R$ 52,50. Nessa situao, a empresa perderia competitividade por praticar um preo muito superior ao do mercado.Outra forma de estabelecer preos baseia-se no valor percebido do produto pelo mercado consumidor. Nessa metodologia, as empresas empregam a percepo que os consumidores tm do valor do produto, e no os custos do vendedor. Preos so definidos para se ajustar aos valores percebidos. Por exemplo, um consumidor pode aceitar pagar R$ 1,00 por uma cerveja em lata em um bar e R$ 2,50 pelo mesmo produto em um restaurante de luxo.A terceira metodologia de formao de preos emprega a anlise da concorrncia. As empresas prestam pouca ateno a seus custos ou a sua demanda a concorrncia que determina os preos a praticar. Os preos podem ser de oferta quando a empresa cobra mais ou menos que seus concorrentes, ou de proposta quando a empresa determina seu preo segundo seu julgamento sobre como os concorrentes iro fixar seus preos. 4.2 Emprego dos custos na formao de preosUm processo de tomada de deciso em que os custos exercem papel fundamental representado pela formao dos preos dos produtos que sero vendidos ou comercializados.Alm dos custos, o processo de formao de preos est ligado s condies do mercado, ao nvel de atividade e remunerao do capital investido. Dessa forma, o clculo do preo de venda deve chegar a um valor que permita trazer empresa a maximizao dos lucros, ser possvel manter a qualidade, atender aos anseios do mercado quele preo determinado e melhor aproveitar os nveis de produo As condies que conduzem formao dos preos podem ser mencionadas por meio das seguintes caractersticas:a) Forma-se um preo base;b) Critica-se o preo base luz das caractersticas existentes do mercado, como preo dos concorrentes, volume de vendas, prazo, condies de entrega, qualidade, aspectos promocionais etc;c) Testa-se o preo s condies do mercado, considerando-se as relaes custo-volume-lucro, alm de aspectos econmicos e financeiros;d) Fixa-se o preo mais apropriado com condies diferenciadas para atender a volumes diferentes, prazos no uniformes de financiamento de vendas, descontos para financiamentos (prazos concedidos) mais curtos, comisses sobre vendas para cada condio.A formao de preos deve ser capaz de considerar a qualidade do produto em relao s necessidades do consumidor, a existncia de produtos substitudos a preos mais competitivos, a demanda esperada do produto, o mercado de atuao do produto, o controle de preos imposto pelo governo, os nveis de produo e vendas que se pretende ou podem ser operados e os custos e despesas de fabricar, administrar e comercializar o produto.Os principais mtodos aplicveis no processo de formao de preos com base nos custos costumam empregar os seguintes fatores: custo pleno, custo de transformao, custo marginal, taxa de retorno exigida sobre o capital investido, custo-padro.

PREOS COM BASE NO CUSTO PLENOOs preos so estabelecidos com base nos custos plenos ou integrais custos totais de produo, acrescidos das despesas de vendas, de administrao e da margem de lucro desejada.Exemplo: A Verde Vale Ltda produz e comercializa arranjos com flores ornamentais. Sabe-se que os custos com materiais diretos para cada arranjo comercializado so iguais a $ 3,40. Os custos com MOD direta so aproximadamente iguais a $ 2,20. Custos indiretos de fabricao so apropriados com base em 300% da MOD. Despesas administrativas, com vendas e fretes de entregas alcanam $ 1,80. Se a empresa desejasse obter um lucro de $ 1,20 por arranjo, qual deveria ser o preo praticado?Neste caso, bastaria compor o preo com base na tabela seguinte:ComponenteValorObservao

Material Direto3,40

Mo de obra direta2,20

Custos Indiretos de Fabricao6,60Calculado com base em 300% da MOD

Custo Total12,20

Despesas1,80

Gasto Total14,00

Lucro Desejado1,20

Preo a praticar15,20Soma dos custos, despesas e lucro desejado

Atividades Prticas1. Alguns dados financeiros da Pula-Pula S.A esto apresentados na tabela a seguir. Sabendo-se que a empresa sempre fabrica e vende 15.000 unidades por ano e deseja obter anualmente um lucro de R$ 3.600 qual deveria ser o preo praticado pela empresa? Considere-a isenta de impostos.ItemValor

Mo de obra direta15.000

Despesas administrativas6.800

Seguros das lojas3.600

Salrios e encargos de vendedores5.800

Aquisio de nova loja no fim do ano35.000

Depreciao de imveis fabris2.800

Matria prima19.800

Seguro da fbrica1.500

Salrios e encargos de superviso fabril1.100

Embalagem2.400

Energia eltrica da fbrica3.300

2. Uma empresa possui um preo de venda a vista igual a R$ 430,00 para determinado produto. O custo de oportunidade dos recursos da empresa igual a 3% a.m. Calcule qual deveria ser o preo cobrado pela empresa, caso o prazo concedido para pagamento fosse igual a ( a ) 30 dias; ( b ) 60 dias; ( c ) 90 dias; ( d ) 15dias; ( e ) 10 dias.

3. A Fbrica de Sapatos Passo Macio possui os dados financeiros Apresentados na tabela seguinte. Sabendo-se que o fornecedor concede um prazo de 30 dias para o pagamento das compras, o prazo mdio de estocagem da empresa de 60 dias e prazo concedido, em mdia, aos clientes para o pagamento das vendas de 45 dias, estime qual deveria ser o preo praticado pela empresa. Todos os gastos com MOD e CIFs so considerados como pagos, tambm, com prazo de 30 dias. O Mark-up multiplicador desejado igual a 3,50 e o custo do dinheiro no tempo para a empresa estimado em 2%a.m.

Componentes UnitriosValor

Matria prima18,00

Mo de obra direta2,40

CIFs diversos3,10

5. DESCONTO DE DUPLICATAS ANTECIPAOA maioria das empresas acabam cedendo ao prazo para recebimento de suas vendas estipulado pelo mercado e pela concorrncia, porm, nem sempre elas possuem fluxo de caixa suficiente para manter seu giro de pagamentos. Este contexto muitas vezes faz que as empresas recorram ao desconto de suas duplicatas como forma de levantamento de capital para o cumprimento de suas obrigaes financeiras. Veremos a seguir dois exemplos de antecipao de duplicatas.1. Certa empresa mantm um Disponvel de R$ 125.000. Os valores a receber so de R$ 550.000, com os seguintes vencimentos: R$ 150.000 daqui a 30 dias, R$ 170.000 daqui a 60 dias, R$ 230.000 daqui a 90 dias. O estoque no valor de R$ 100.000, vai demorar 30 dias em mdia para se transformar em venda (vamos considerar que a empresa somente vende a prazo) e, uma vez se transformando em recebveis, com 30% de lucro sobre o custo, vencero: R$ 29.900 em 30 dias, R$ 49.111 em 60 dias e R$ 50.989 em 90dias. A proviso para devedores duvidosos de 10% de todos os saldos de contas a receber vencveis em cada data. Os valores a pagar de R$ 425.000, vencem em 30 dias. A taxa de desconto de 3,3% ao ms. Como voc analisaria a posio de liquidez antes e depois do ajuste?

2. A empresa Bem Querer Ltda tem em seu caixa R$ 25.000, porm recebeu de seu cliente 4 duplicatas no valor de R$ 25.000 com vencimento para 30, 60, 90 e 120 dias. Sua taxa mdia de inadimplncia de 5%, porm o histrico desde cliente idneo, ou seja, nunca apresentou inadimplncia. Seu endividamento em 15 dias de R$ 103.000. Pergunta-se: Com o desconto das duplicatas taxa de 3,18% ao ms ser o suficiente para quitar suas dvidas?

6. EFEITO DOS TRIBUTOS SOBRE CUSTOS E PREOSa. IntroduoA compreenso dos custos e, sobretudo, dos preos e das margens de lucro requer anlise cuidadosa dos tributos incidentes sobre a operao. Embora muitos impostos no sejam registrados contabilmente nos custos dos produtos, j que possuem mecnica prpria de registro e compensao, so muito importantes no preo de formao de preos.Preos praticados nos mercados devem ser suficientemente capazes de remunerar os custos plenos, gerar margem razovel de lucro e cobrir todos os impostos incidentes, que podem ser da esfera Federal, Estadual ou Municipal, e de dois tipos bsicos, cumulativos e no cumulativos.

b. Lucro RealLucro Real o lucro lquido do perodo, apurado com observncia das normas das legislaes comercial e societria, ajustado pelas adies, excluses ou compensaes prescritas pela legislao do Imposto de Renda. (SILVA, 2006, p.01). Esto obrigadas a optar pela tributao com base no Lucro Real as pessoas jurdicas que estiverem enquadradas nas seguintes condies: I Que tenham receita total, no ano-calendrio anterior, superior a R$ 48.000.000,00, ou proporcional ao nmero de meses do perodo, quando inferior a 12 meses; II cujas atividades sejam de instituies financeiras ou equiparadas; III que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;IV que, autorizadas pela legislao tributria, usufruam benefcios fiscais relativos iseno ou reduo do imposto; V que, no decorrer do ano-calendrio, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, inclusive mediante balano ou balancete de suspenso ou reduo de imposto; VI cuja atividade seja de factoring. Para as demais pessoas jurdicas, a tributao pelo lucro real uma opo. Os impostos Federais incidentes nas empresas optantes pelo Lucro Real so o PIS, a COFINS, o IRPJ e a CSLL, sendo os dois primeiros apurados mensalmente sobre o faturamento e os dois ltimos anualmente ou trimestralmente, tendo como base o Lucro Lquido contbil, ajustado pelas adies, excluses e compensaes permitidas ou autorizadas pelo Regulamento do Imposto de Renda. A palavra real utilizada em oposio ao termo presumido, com o principal objetivo de exprimir o que existe de fato, verdadeiramente, no sentido de ser aceito para todos os fins e efeitos de direito. A apurao do lucro real envolve maior complexidade na execuo das rotinas contbeis e tributrias, para a completa escriturao das atividades e posterior apurao do lucro real, que a base para clculo dos tributos como IRPJ e a CSLL das empresas que no podem ou no querem optar pelo lucro presumido. Para que o resultado seja apurado corretamente, o contador deve adotar uma srie de procedimentos corriqueiros no ambiente profissional, como a rigorosa observncia aos princpios contbeis, constituio de provises necessrias, completa escriturao fiscal e contbil, preparao das demonstraes contbeis (Balano Patrimonial, Demonstrao de Resultado do Exerccio DRE, Balancetes) e livros (Livro de Apurao do Lucro Real - LALUR, Entrada e Sada e Livro Registro de Inventrio).

c. Lucro PresumidoNeste tipo de regime tributrio, o montante a ser tributado determinado com base na receita bruta, atravs da aplicao de alquotas variveis em funo da atividade geradora da receita. Podem optar pelo lucro presumido as pessoas jurdicas, cuja receita bruta total no ano calendrio anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 ou ao limite proporcional de R$ 4.000.000,00 multiplicados pelo nmero de meses de atividade no ano, se esse for inferior a 12 meses. No regime do lucro presumido so quatro os tipos de impostos federais incidentes sobre o faturamento, dentre eles o PIS e a COFINS, que devem ser apurados mensalmente, e o IRPJ e a CSLL cuja apurao dever ser feita trimestralmente. Podemos dizer que o lucro presumido uma presuno por parte do fisco, do que seria o lucro de uma empresa caso no existisse a contabilidade. Porm, notamos que algumas empresas possuem uma escriturao contbil completa, com os rigores das normas e princpios fundamentais da contabilidade, e mesmo assim acabam por optar pela tributao baseada no lucro presumido. Isso ocorre na maioria das vezes por falta de conhecimento dos empresrios ou at mesmo dos prprios contadores, os quais desconhecem ou possuem pouca informao sobre as demais formas de tributao. a que deve aparecer a figura do planejamento tributrio, o qual dever exercer conscientemente a reduo da carga tributria visando a melhor opo para a empresa, seja atravs do lucro real ou presumido.

d. Simples NacionalO Simples Nacional um regime tributrio diferenciado, simplificado e favorecido previsto naLei Complementar n 123, de 2006, aplicvel s Microempresas e s Empresas de Pequeno Porte, a partir de 01.07.2007. O art. 12 da referida Lei Complementar define o Simples Nacional como um Regime Especial Unificado de Arrecadao de Tributos e Contribuies devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.At 31/12/2011, considera-se ME, para efeito do Simples Nacional, a sociedade empresria, a sociedade simples e o empresrio que aufiram, em cada ano-calendrio, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais). Considera-se EPP, para efeito do Simples Nacional, a sociedade empresria, a sociedade simples e o empresrio que aufiram, em cada ano-calendrio, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhes e quatrocentos mil reais).A partir de janeiro de 2012 considera-se ME, para efeito do Simples Nacional, a sociedade empresria, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresrio que aufiram, em cada ano-calendrio, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais).Considera-se EPP, para efeito do Simples Nacional, a sociedade empresria, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresrio que aufiram, em cada ano-calendrio, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (trs milhes e seiscentos mil reais).A partir de 2012 h um limite extra para exportao de mercadorias no valor de R$ 3.600.000,00 (trs milhes e seiscentos mil reais). Dessa forma, a EPP poder auferir receita bruta at R$ 7.200.000,00 (sete milhes e duzentos mil reais), desde que no extrapole, no mercado interno ou em exportao de mercadorias, o limite de R$ 3.600.000,00 (trs milhes e seiscentos mil reais).Para a pessoa jurdica que iniciar atividade no prprio ano-calendrio da opo, os limites para a ME e para a EPP sero proporcionais ao nmero de meses compreendido entre o incio da atividade e o final do respectivo ano-calendrio, consideradas as fraes de meses como um ms inteiro.At 31/12/2011, os limites proporcionais de ME e de EPP sero, respectivamente, de R$ 20.000,00 e de R$ 200.000,00 multiplicados pelo nmero de meses compreendido entre o incio da atividade e o final do respectivo ano-calendrio, consideradas as fraes de meses como um ms inteiro.A partir de 01/01/2012, os limites proporcionais de ME e de EPP so, respectivamente, de R$ 30.000,00 e de R$ 300.000,00 multiplicados pelo nmero de meses compreendido entre o incio da atividade e o final do respectivo ano-calendrio, consideradas as fraes de meses como um ms inteiro.O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento nico de arrecadao, dos seguintes tributos: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurdica (IRPJ); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL); Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Contribuio para o PIS/Pasep; Contribuio Patronal Previdenciria (CPP);Imposto sobre Operaes Relativas Circulao de Mercadorias e Sobre Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao (ICMS);Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza (ISS).Notas:1. O recolhimento na forma do Simples Nacional no exclui a incidncia de outros tributos no listados acima.2. Mesmo para os tributos listados acima, h situaes em que o recolhimento dar-se- parte do Simples Nacional.

TABELA DO SIMPLES NACIONALANEXO I(Vigncia a Partir de 01.01.2012)Alquotas e Partilha do Simples Nacional ComrcioReceita Bruta em 12 meses (em R$)AlquotaIRPJCSLLCofinsPIS/PasepCPPICMS

At 180.000,004,00%0,00%0,00%0,00%0,00%2,75%1,25%

De 180.000,01 a 360.000,005,47%0,00%0,00%0,86%0,00%2,75%1,86%

De 360.000,01 a 540.000,006,84%0,27%0,31%0,95%0,23%2,75%2,33%

De 540.000,01 a 720.000,007,54%0,35%0,35%1,04%0,25%2,99%2,56%

De 720.000,01 a 900.000,007,60%0,35%0,35%1,05%0,25%3,02%2,58%

De 900.000,01 a 1.080.000,008,28%0,38%0,38%1,15%0,27%3,28%2,82%

De 1.080.000,01 a 1.260.000,008,36%0,39%0,39%1,16%0,28%3,30%2,84%

De 1.260.000,01 a 1.440.000,008,45%0,39%0,39%1,17%0,28%3,35%2,87%

De 1.440.000,01 a 1.620.000,009,03%0,42%0,42%1,25%0,30%3,57%3,07%

De 1.620.000,01 a 1.800.000,009,12%0,43%0,43%1,26%0,30%3,60%3,10%

De 1.800.000,01 a 1.980.000,009,95%0,46%0,46%1,38%0,33%3,94%3,38%

De 1.980.000,01 a 2.160.000,0010,04%0,46%0,46%1,39%0,33%3,99%3,41%

De 2.160.000,01 a 2.340.000,0010,13%0,47%0,47%1,40%0,33%4,01%3,45%

De 2.340.000,01 a 2.520.000,0010,23%0,47%0,47%1,42%0,34%4,05%3,48%

De 2.520.000,01 a 2.700.000,0010,32%0,48%0,48%1,43%0,34%4,08%3,51%

De 2.700.000,01 a 2.880.000,0011,23%0,52%0,52%1,56%0,37%4,44%3,82%

De 2.880.000,01 a 3.060.000,0011,32%0,52%0,52%1,57%0,37%4,49%3,85%

De 3.060.000,01 a 3.240.000,0011,42%0,53%0,53%1,58%0,38%4,52%3,88%

De 3.240.000,01 a 3.420.000,0011,51%0,53%0,53%1,60%0,38%4,56%3,91%

De 3.420.000,01 a 3.600.000,0011,61%0,54%0,54%1,60%0,38%4,60%3,95%

TABELA DO SIMPLES NACIONALANEXO IV(Vigncia a Partir de 01.01.2012)Alquotas e Partilha do Simples Nacional Receitas decorrentes daprestao de serviosReceita Bruta em 12 meses (em R$)AlquotaIRPJCSLLCofinsPIS/PasepISS

At 180.000,004,50%0,00%1,22%1,28%0,00%2,00%

De 180.000,01 a 360.000,006,54%0,00%1,84%1,91%0,00%2,79%

De 360.000,01 a 540.000,007,70%0,16%1,85%1,95%0,24%3,50%

De 540.000,01 a 720.000,008,49%0,52%1,87%1,99%0,27%3,84%

De 720.000,01 a 900.000,008,97%0,89%1,89%2,03%0,29%3,87%

De 900.000,01 a 1.080.000,009,78%1,25%1,91%2,07%0,32%4,23%

De 1.080.000,01 a 1.260.000,0010,26%1,62%1,93%2,11%0,34%4,26%

De 1.260.000,01 a 1.440.000,0010,76%2,00%1,95%2,15%0,35%4,31%

De 1.440.000,01 a 1.620.000,0011,51%2,37%1,97%2,19%0,37%4,61%

De 1.620.000,01 a 1.800.000,0012,00%2,74%2,00%2,23%0,38%4,65%

De 1.800.000,01 a 1.980.000,0012,80%3,12%2,01%2,27%0,40%5,00%

De 1.980.000,01 a 2.160.000,0013,25%3,49%2,03%2,31%0,42%5,00%

De 2.160.000,01 a 2.340.000,0013,70%3,86%2,05%2,35%0,44%5,00%

De 2.340.000,01 a 2.520.000,0014,15%4,23%2,07%2,39%0,46%5,00%

De 2.520.000,01 a 2.700.000,0014,60%4,60%2,10%2,43%0,47%5,00%

De 2.700.000,01 a 2.880.000,0015,05%4,90%2,19%2,47%0,49%5,00%

De 2.880.000,01 a 3.060.000,0015,50%5,21%2,27%2,51%0,51%5,00%

De 3.060.000,01 a 3.240.000,0015,95%5,51%2,36%2,55%0,53%5,00%

De 3.240.000,01 a 3.420.000,0016,40%5,81%2,45%2,59%0,55%5,00%

De 3.420.000,01 a 3.600.000,0016,85%6,12%2,53%2,63%0,57%5,00%

6.1 Clculo por dentro ou por foraUm ponto importante ao falar em impostos faz referncia ao fato do clculo ser feito por dentro ou por fora.O clculo por fora, embora mais simples e menos oneroso, no usual. Apenas o Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI, usa esse tipo de clculo. Nesta sistemtica, a alquota incide sobre o valor, sem incluir o tributo. O tributo ser por fora da base de clculo.Como exemplo: valor do produto sem imposto R$ 900, supondo uma alquota igual a 10% para um tributo calculado por fora, bastaria incidir 10% sobre 900 para obter o valor do tributo, no caso R$ 90. O valor total da operao com o tributo igual a R$ 900 + R$ 90 = R$ 990.Clculos por dentro so mais onerosos e comuns na maioria dos impostos. Fazem referncia ao fato da alquota do tributo incidir sobre o valor com o tributo j includo. O tributo est por dentro da base de clculo. Nestas situaes, preciso ter cuidado. Para acrescentar o tributo, preciso dividir o valor sem o imposto por (1 alquota).Considere o exemple de uma mercadoria, cujo valor sem imposto igual a R$ 900. Supondo uma alquota igual a 10% para um tributo calculado por dentro, bastaria dividir o valor sem imposto, R$ 900, por (1 alquota) para obter o valor do tributo, no caso R$ 900 / 0,90 = R$ 1000.O valor do tributo pode ser obtido de duas formas: ( a ) fazendo incidir a alquota sobre o valor com o tributo, ou seja, com o tributo por dentro, 10% de R$ 1.000 = R$ 100; ( b ) pela diferena entre o valor com o tributo e o valor sem o tributo, R$ 1000 R$ 900 = R$ 100.6.2 Cumulatividade e no-cumulatividade fiscalOutro importante aspecto analisado na gesto de custos e no processo de fixao de preos consiste na anlise dos diferentes impostos incidentes nas operaes de elaborao e venda. Muitos tributos no podem ser incorporados nos custos contbeis dos produtos apresentando mecnica de registro e compensao diferenciada -, devendo ser analisados e contemplados com cuidado na formao do preo.No estudo do custos e preos, a anlise de tributos deve iniciar com a distino entre tributos cumulativos (que no geram crdito fiscal, isto , no permitem a deduo posterior do desembolso com o tributo) e no cumulativos (que permitem o aproveitamento posterior do imposto pago, no devendo ser incorporados ao custo dos produtos).Considere o exemplo da Fbrica dos Cacarecos, que costuma vender seus produtos a um distribuidor nacional por R$ 100 a unidade. Para simplificar, supe-se que a indstria no recebe nenhum crdito fiscal decorrente da aquisio de materiais diretos. Por sua vez, o distribuidor revende os produtos comprados a um varejista, aplicando o preo igual a R$ 200. O varejista vende-os aos consumidores finais por R$ 400. Supondo uma mesma alquota de imposto de vendas vigente durante todas as operaes igual a 18%, os impostos arrecadados poderiam ser expressos mediante duas consideraes bsicas, com ou sem a cumulatividade fiscal.Supondo a cumulatividade do imposto sobre vendas tem-se:Indstria Distribuidor Varejista ConsumidorPreo 100 200 400Imposto 18 36 72

Portanto, se o imposto fosse cumulativo, sem direito a crdito ou aproveitamento dos impostos pagos em etapas anteriores, o total recolhido seria igual a R$ 126, o que corresponderia a R$ 31,50 do preo de venda final da operao, igual a R$ 400. Com tributos cumulativos, cadeias produtivas longas so penalizadas.No caso da no cumulatividade:Indstria Distribuidor Varejista ConsumidorPreo 100 200 400Dbito 18 36 72Crdito 0 18 36A pagar 18 18 36

Sendo o imposto no cumulativo, nas operaes anteriores venda final para o consumidor cada dbito do imposto permitir um crdito posterior. O total de impostos pagos ser igual a R$ 72 que corresponde exatamente a 18% (alquota do imposto) do preo de venda final.No Brasil, impostos no cumulativos podem ser apresentados, geralmente, por meio do ICMS e do IPI. Como tributos cumulativos podem ser citados o IR, CSLL e ISS.6.3 Substituio tributriaA substituio tributria representa um mecanismo tributrio que possibilita o pagamento dos impostos de toda a cadeia produtiva e comercial de uma s vez por um dos integrantes da cadeia. Por exemplo, ao sair da fbrica, uma garrafa de refrigerante j paga no apenas uma srie de tributos no devidos apenas por ela, mas tambm os tributos de todos aqueles que participam da cadeia de comercializao do produto.Em relao ao exemplo da Fbrica Cacarecos: Indstria Distribuidor Varejista ConsumidorPreo 100 400Imposto normal 18 imposto total na cadeia 72Imposto substitudo 54

O fisco define o preo de ponta, a ser pago pelo consumidor final, o que pode ser feito mediante o uso das tabelas de preo praticadas pela indstria, como no caso de medicamentos ou veculos zero quilmetro, ou por meio de pesquisas de mercado. Com base no preo final, o fisco calcula o valor total do imposto para a cadeia. No caso, como o preo igual R$ 400 e a alquota igual a 18%, 18% x $400 = $72, ou seja, na cadeia de comercializao o Fisco deseja receber R$ 72 referentes ao imposto.Supondo que a fbrica vendesse o produto por R$ 100, j recolheria R$18 de imposto normal, devido pela prpria fbrica. No caso do nosso exemplo, como ele j recebeu R$ 18 e quer R$ 72m a fbrica tem que recolher a diferena de R$ 54. Essa diferena corresponde ao imposto substitudo, substituto ou substituio tributria.Com a cobrana da substituio tributria, a indstria ser obrigada a cobrar um novo preo igual a R$ 154, incluindo o preo anterior com o imposto normal, mais o imposto susbtitudo. Cessaro os crditos e dbitos posteriores.6.4 Tributos na formao do preo de vendaOs principais tributos associados ao processo de formao do preo de venda podem ser classificados em relao aos preos como gerais, incidentes em quase todas as empresas, e especficos, incidentes em algumas operaes, apenas.COFINS Contribuio para o Financiamento da Seguridade SocialA COFINS, de esfera federal, incide sobre o preo de venda total, tendo por base a receita bruta, excluda o IPI. A partir de 2004, a legislao passou a permitir duas sistemticas para a COFINS:a) Cumulativa: aplicvel s pessoas jurdicas que apuram o IR trimestral com base no lucro presumido ou arbitrado e s micro e pequenas empresas, optantes pelo Simples, com alquota de 3%.b) No Cumulativa: aplicvel s demais entidades (de modo geral s empresas tributadas pelo Lucro Real, trimestral ou anual). Para estes casos, a alquota foi elevada para 7,6% (permitindo, porm, o aproveitamento dos crditos anteriores).PIS Programa de Integrao SocialO PIS tributo de esfera federal, incidindo sobre o faturamento de empresas que comercializam mercadorias e que prestam servios de qualquer natureza. De forma similar COFINS, o valor do tributo obtido mediante a aplicao de alquota de 0,65% sobre a receita bruta mensal, excluda do IPI (para empresas optante pelo lucro presumido).Entidades sem fins lucrativos, definidas como empregadoras pela legislao trabalhista, deveriam recolher PIS com Bse na folha de salrios mensal, empregando alquota igual a 1%.A partir de 2004 a sistemtica do PIS :a) Cumulativa: aplicvel s pessoas jurdicas que apuram o IR trimestral com base no lucro presumido ou arbitrado e s micro e pequenas empresas, optantes pelo Simples, com alquota de 0,65%.b) No cumulativa: aplicvel s demais entidades (de modo geral s empresas tributadas pelo Lucro Real, trimestral ou anual). Para estes casos, a alquota foi elevada para 1,65% (permitindo, porm, o aproveitamento dos crditos anteriores).Imposto de Renda Pessoa JurdicaDe esfera federal, incide sobre o lucro das empresas, considerando trs diferentes possibilidades para a apurao dos lucros: real, presumido ou arbitrado. Sua alquota bsica igual a 15%. Porm, a parcela do lucro trimestral (real, presumido ou arbitrado) que exceder a R$ 60.000 est sujeita incidncia de adicional de IR a alquota igual a 10%.As diferentes possibilidades de obteno do lucro podem ser representadas por:a) Lucro presumido: nessa modalidade, uma base de clculo presumida como percentual do faturamento. Sobre essa base incidir o IR.b) Lucro arbitrado: o fisco pode enquadrar determinadas empresas nesse regime de apurao em funo do no preenchimento de alguns pr requisitos contbeis, como por exemplo, a no manuteno de escriturao nos termos da legislao fiscal. Conhecida a receita bruta, o imposto de renda pode ser obtido como base no lucro arbitrado. As bases de clculo so as mesmas do lucro presumido, acrescidas de um percentual de 20%. As alquotas so idnticas a 15%.c) Lucro real: so obrigatoriamente enquadradas no regime de apurao de lucro real as empresas que tenham faturamento considerado elevado pelo fisco ou que pertenam a classificaes especficas de atividades. Sua apurao ocorre aps o fechamento peridico do balano, recolhendo-se o IR de acordo com a alquota vigente. Como o lucro real funo dos resultados auferidos no total das operaes da empresa, independentemente de cada produto vendido ou preo de venda praticado, o IR no deveria ser tratado como gasto varivel, no sendo componente do preo de venda.Contribuio Social sobre o LucroA CSLL de esfera federal e tem como fato gerador a receita bruta ou lucro lquido auferido pela empresa. Sua alquota de 9%. De forma similar ao IR, pode-se ter sua incidncia calculada com base no lucro presumido ou com base no lucro real.6.5 Tributos especficos para a formao de preo nos serviosISS: o imposto sobre servios de esfera municipal e possui a prestao de servios de qualquer natureza como fato gerador. Suas alquotas so geralmente iguais a 5%, podendo variar de municpio para municpio, de acordo com seus interesses no desenvolvimento de certas atividades. Para evitar problemas decorrentes de guerra fiscal entre os municpios, cresce a defesa da tese de que o ISS deve ser pago no local onde o servio foi prestado, independentemente da origem da empresa. O ISS no gera direito a crdito fiscal e calculado por dentro, ou seja, o tributo deve ser calculado sobre o preo total, com ele includo. preciso dividir o valor sem o imposto por (1 alquota).Veja o exemplo: a empresa de consultoria Sbios Conselhos realizou o oramento apresentado a seguir. Sabe-se que sobre o valor do oramento a empresa deve considerar 5% referente ao ISS. Qual o valor total a ser cobrado na Nota Fiscal e qual o valor destacado do ISS?OramentoGastos com atividade $ 5.000Despesas Indiretas $ 600Lucro desejado $1.240Subtotal $ 6.840

Para incorporar o ISS preciso dividir a base (no caso, o subtotal) por (1 - %ISS):Preo de venda:PV = PV sem ISS / (1 - %ISS) = 6.840 / (1 0,05) = R$ 7.200Neste caso, o imposto incidente ser de R$ 360,00 a ser recolhido ao municpio.Na prtica, em muitas situaes preciso acrescentar outros tributos ao ISS. Em relao ao exemplo anterior, considerando uma empresa de consultoria tributada pelo lucro presumido, poderiam ser apresentados os tributos calculados por dentro:TributoBase de clculoAlquotaSubtotal

Contribuio Social CSLL32%9%2,88%

Imposto de Renda IR32%15%4,80%

Programa de Integrao Social - PIS0,65%

Contribuio Social COFINS3 %

ISS5 %

Soma16,33%

Assim, o preo com todos os impostos ser:Preo de venda:PV = PV sem impostos / (1 - %impostos) = 6.840 / ( 1 0,1633) = R$ 8.174,97Os valores devidos a cada um dos diferentes tributos so: Tributo% ReceitaOperaoValor

Contribuio Social CSLL2,88%x 8.174,97235,44

Imposto de Renda IR4,80%x 8.174,97392,40

Programa de Integrao Social - PIS0,65%x 8.174,9753,14

Contribuio Social COFINS3%x 8.174,97245,25

ISS5%x 8.174,97408,75

Soma16,33%x 8.174,971.334,97

6.6 Tributos especficos para a formao de preo no comrcioICMS: imposto de esfera estadual, possui como fatos geradores: a venda de mercadorias de estabelecimento comercial, industrial ou produtor; a entrada em estabelecimento comercial, industrial ou produtor de mercadoria importada do exterior; o fornecimento de alimentos, bebidas e outras mercadorias em restaurantes, bares e outros estabelecimentos similares; a prestao de servios de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicaes; a entrada de bens do ativo imobilizado, oriundos de outros Estados ou Distrito Federal e que sejam utilizados na atividade produtiva; e a entrada de bens de consumo.Sua incidncia ocorre sobre o preo de venda, sendo cobrado por dentro, ou seja, no preo de venda do produto (base de clculo) j se encontra embutido o valor do ICMS incidente. Assim, preciso tomar cuidado, j que para incorporar o ICMS ao preo de vendo preciso dividir o valor sem imposto por (1 alquota).Exemplo: considere o exemplo da Loja de Calados Elegncia que deseja incorporar sua alquota de ICMS igual a 17% em uma mercadoria cujo valor sem o imposto igual a R$ 83,00:PV = PV sem ICMS / (1 - %ICMS) = 83 / (1 0,17) = R$ 100,00.Destaca-se que o ICMS no cumulativo, existindo a possibilidade de aproveitamento dos crditos gerados em cada etapa da comercializao. O clculo do dbito baseia-se no valor agregado ao produto, permitindo o aproveitamento do crdito originado na entrada da mercadoria ou servio.Como o ICMS no cumulativo, o valor de ICMS includo na Nota Fiscal recebida do fornecedor deve ser excludo do custo da operao, j que se trata de um crdito a recuperar. Assim, tem-se o custo unitrio apresentado a seguir:Preo pago ao fornecedor $ 100( - ) Crdito de ICMS $ 18= Custo da cadeira $ 82

Ao custo o comerciante acrescenta $ 80 para cobertura de despesas e lucros, a base para formao dos preos est apresentada a seguir:Custo da cadeira $ 82+ Despesas e lucro $ 80=Base $ 162 / (1 0,18)= Preo $ 197,56

Dbito de ICMS (18% do preo) 35,56 Crdito de ICMS (18% do custo) 18,00= ICMS a recolher 17,56

Operaes com ICMS entre Estados DiferentesO ICMS considerado imposto proporcional, com alquotas diferenciadas de acordo com o tipo de mercadoria ou servio e com os destinos das operaes:OrigemDestinoAlquota %

Estado AEstado A18% (SP,MG,RJ)17% demais Estados

Sul , SudesteSul, Sudeste12%

Sul , SudesteNorte, Nordeste, Centro Oeste e Esprito Santo7%

Norte, Nordeste, Centro Oeste e Esprito SantoSul, Sudeste12%

Norte, Nordeste, Centro Oeste e Esprito SantoNorte, Nordeste, Centro Oeste e Esprito Santo12%

Estado AExportao0%

Tributos especficos para a formao de preo na indstriaIPI: o IPI de esfera federal e possui como fatos geradores o desembarao aduaneiro de produto de procedncia estrangeira e a sada de produto de estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. Considera-se industrializao a operao que modifique a natureza, o funcionamento, a apresentao ou a finalidade do produto, ou o aperfeioe para consumo.Segundo a legislao, o IPI devido independentemente da finalidade do produto e do ttulo jurdico da operao de que decorra o fato gerador, como, por exemplo, a venda, consignao, e transferncia. Sua incidncia ocorre por fora, sobre o preo sem o IPI, sendo as alquotas variveis por produto.Deve ser calculado da seguinte forma:Preo de Venda sem imposto: $ 4.000 Alquota do IPI: 10%PV = PV sem IPI x (1 + %IPI) = 4000 x 1,1 - $ 4.400A depender do uso do produto adquirido, o IPI gera crdito fiscal ou no. Se o produto adquirido for utilizado, posteriormente, como insumo na fabricao de novo bem ou para revenda, gerar direito a crdito por ocasio de sua compra. Caso o produto se destine a consumo final, constitui-se custo. Caso se destine a imobilizado, o crdito recebido dever ser utilizado considerando amortizaes mensais ao longo do perodo determinado pela Receita Federal.Exerccios de Fixao do contedo:1. A Comercial de Confeces Charmosa Ltda, localizada em um Estado do Nordeste, no ms de maio do ano passado, comprou e vendeu as seguintes mercadorias. Com base nos preos de vendas fornecidos e sabendo que a alquota de ICMS do Estado em que a empresa est situada de 17%, calcule o valor dos crditos fiscais supostamente recebidos para cada mercadoria e o valor devido de ICMS. As vendas foram efetuadas para clientes residentes no mesmo Estado da empresa. Ignore o IPI nos clculos.MercadoriaOrigem do FornecedorValor de AquisioValor de Venda

CalasMesmo Estado1.4002.200

CamisasSP3.6008.300

CintosGO6.3009.500

SaiasPA7.70012.800

2. Calcule o valor do ICMS e o preo de venda total cobrado pelas Industrias de Tecidos Mirhan Ltda (localizada na cidade de Guarulhos, Estado de SP) nas situaes descritas a seguir. Considere que a alquota de IPI igual a 5% e de ICMS igual a 18%.a) venda para indstria de tecidos localizada em So Paulo de mercadorias no valor (Sem ICMS e sem IPI) de R$ 4.200;b) venda para consumidor do municpio de So Paulo de mercadorias no valor (sem ICMS e sem IPI) de R$ 3.750;c) venda de mercadoria no valor (sem ICMS e sem IPI) de R$ 560 para revendedor localizado em Feira de Santana Bahia;d) venda para fbrica de roupas localizada em Manaus (AM) de mercadorias no valor (sem ICMS e sem IPI) de R$ 800.3. A Indstria Qumica Ltda localizada no Estado de So Paulo, efetuou uma venda para outra indstria em SP no valor total de R$ 13.560,00. Sabendo que a alquota de IPI igual a 7% e que a de ICMS igual a 18%, determine o valor das mercadorias sem impostos, o valor do ICMS e do IPI recolhidos.4. A Fbrica de componentes mecnicos Durveis Ltda., localizada no Esprito Santo, vendeu para um revendedor 1.500 virabrequins por R$ 400 cada, incluindo IPI (com alquota de 12%) e ICMS (com alquota de 17%). Sabendo que o lucro de cada produto vendido foi igual a R$ 75, calcule o custo integral unitrio da empresa. Para simplificar os clculos, despreze eventuais crditos fiscais.5. A fbrica Cearense de redes Boa Soneca Ltda, vendeu 5 unidades para um consumidor a um preo unitrio igual a R$ 72,00, com impostos inclusos. Sabendo que o IPI cobrado com alquota igual a 6% e o ICMS com alquota igual a 17%, estime o valor dos produtos vendidos sem impostos, e o valor dos impostos destacados na Nota Fiscal.6. O preo tabelado para o consumidor final do medicamento Ansiolexil igual a R$ 14. Sabendo-se que a alquota de IPI igual a 10% e a alquota do ICMS vigente nesta operao igual a 18% - todos os compradores esto situados no mesmo Estado da empresa. Se o Estado cobrasse substituio tributria desse produto, calcule os valores cobrados de ICMS normal e substitudo nas operaes: ( a ) venda do medicamento por R$ 8,00 para revendedor; ( b ) venda do medicamento por R$ 12 para farmcia; ( c ) venda do medicamento (com desconto) por R$ 12,50 para consumidor final, que comprou diretamente do fabricante.

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