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Genética do autismo
Isabella CardosoPolyane Ribeiro
O Autismo Infantil foi descrito inicialmente por Kanner em 1943 quando ele identificou crianças apresentando prejuízos nas áreas da comunicação, do comportamento e da interação social.Deixou claro que, embora a causa dessa condição não fosse conhecida, acreditava que o ambiente desfavorável seria o responsável. No mesmo trabalho, entretanto, refere-se que, em alguns casos, o transtorno era tão precoce que não haveria tempo para a interferência do ambiente a respeito da criança, de modo que poderia haver uma etiologia biológica.
O que é o autismo?
∗ Há mais de três décadas existem evidências sobre o forte componente genético na maioria das doenças psiquiátricas, entre elas esquizofrenia, distúrbio bipolar e autismo.
∗ Nos últimos 15 anos, uma série de locos gênicos tem sido associadas a essas e outras doenças mentais, utilizando principalmente análise de ligação gênica.
∗ Entretanto, nenhuma dessas doenças segue um padrão mendeliano de herança, sugerindo uma interação entre múltiplos genes.
Histórico das pesquisas
∗ Inúmeros trabalhos investigaram pacientes e famílias com metodologia genético-clínica, citogenética e biologia molecular. Os resultados destes trabalhos apontam para um modelo multiloci com interação epistática associado à etiologia do autismo.
∗ O fenótipo autista é amplamente variado: ∗ autistas clássicos, com ausência de comunicação
verbal e deficiência mental grave, ∗ autistas com sociabilidade comprometida, que
apresentam habilidades verbais e inteligência normal.
Introdução
As anormalidades no desenvolvimento geralmente são detectadas nos primeiros três anos de vida, persistindo até a idade adulta.
∗ A etiologia do autismo ainda é desconhecida.∗ Centenas de estudos têm tentado desvendar os
fatores genéticos associados à doença. As causas neurobiológicas, associadas ao autismo, tais como convulsões; deficiência mental; diminuição de neurônios e sinapses na amígdala, hipocampo e cerebelo; tamanho aumentado do encéfalo e concentração aumentada de serotonina circulante, sugerem forte componente genético.
Introdução
∗ Acredita-se que existam de 3 a mais de 10 genes relacionados com a doença.
∗ Além disso, o espectro autista tem sido associado a anormalidades de, praticamente, todos os cromossomos
GENES CANDIDATOS
∗ De desenvolvimento – relacionado ao SNC
∗ De sistemas de regulação das funções neurais
∗ Localizados em pontos de quebras cromossômicas
∗ Identificados em pacientes com autismo
REGIÃO 7q22-q33
∗ Gene RELN – codifica proteína secretada na migração neuronal – pode apresentar alterações que afetam o desenvolvimento cortical e cerebelar -> uma das causas mais importantes da patologia do autismo
∗ Mais 9 genes candidatos nessa região
CROMOSSOMO X
∗ Deleção da região Xq22-q23∗ Alta frequência de deficiência mentalem indivíduos autistasRegião Xq13-q21 – genes da família neuroliguinas – funcionamento das sinapsesMutações nos genes NLGN3 e NLGN4 ->Encontradas em membros afetados
Sistema Serotoninérgico
∗ Genes que codificam proteínas do SS são fortes candidatos para o estudo do autismo
∗ Mau funcionamento:∗ Depressão∗ Epilepsia∗ Comport. obssessivo-compuls.∗ Distúrbios afetivos
REGIÃO 15q11-q13
∗ Gene receptor do ácido amino butíric0 – parece estar associado à patogênese do autismo
∗ Gene UBE3A – expressão predominante no cérebro humano
∗ Indivíduos com alterações nessa região nem sempre são autistas – modificações não suficientes para desenvolver o autismo -> epistasia entre múltiplos genes e/ou sinergismo
SELEÇÃO DAS REGIÕES
∗ Identificação de fenótipos quantitativos múltiplos∗ Cromossomos 7 e 13 – associação com o autismo:∗ Estudo com 75 famílias e seus consanguíneos
divididos em grupos baseados na característica de linguagem
∗ Em outras populações: região 2q – dificuldade de linguagem
CONCLUSÃO
∗ Defeitos sociais e cognitivos – ampla variação fenotípica do autismo
∗ DEFEITOS SOCIAIS: ∗ Perda da resposta emocional∗ Perda de empatia∗ Hipersensibilidade∗ Entre outras
DISCUSSÃO
∗ Amplo espectro fenotípico – abre portas para a identificação dos genes envolvidos na doença
∗ Testes diagnósticos não disponíveis∗ Resultado de minucioso histórico evolutivo do
paciente∗ Inquérito familiar – habilidades cognitivas e
comportamentais
GUPTA, Abha R and STATE, Matthew W. Autismo: genética. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2006, vol.28, suppl.1, pp. s29-s38.http://www.revistaautismo.com.br/ acesso em 2 de a abril de 2013.
Referências