Gênero e o Mundo do Gênero e o Mundo do TrabalhoTrabalho::
Verdades e Mitos em Tempos Verdades e Mitos em Tempos de Globalizaçãode Globalização
GÊNERO
1. Apesar de constituírem a metade da espécie humana, as mulheres foram, historicamente, colocadas na penumbra dos fatos, lugares e narrativas sobre a humanidade;
2. Fins do século XX = emergência das mulheres como sujeitos sociais, históricos e econômicos;
3. Em menos de 30 anos, tornaram-se metade da população mundial economicamente ativa;
4. Final da década de 1970: intelectuais criam a categoria gênero.
Uma das primeiras lideranças internacionais do
movimento, defende o papel do trabalho criador para que a mulher, assim
como o homem, possa encontrar-se e reconhecer-
se como ser humano Betty Friedan
Naquele momento, o movimento feminista ressurgia com força em todo o mundo,
juntamente com a onda revolucionária que percorrera a Europa, a China, a América Latina e EUA, no final da década de 60,
com os grandes movimentos estudantis e a contestação dos papeis e comportamentos
sexuais.
Desde então, tornou-se necessário o aprofundamento teórico e metodológico para tratar dessas questões.
Hoje em dia, diz-se "diferença de gênero" e não "diferença de sexo"
como algum tempo atrás.
Estamos acostumados a considerar as diferenças de classe social,
etnia, aparência física, e muitas
vezes não relevamos uma das diferenças marcantes para o ser humano:
o ser homem ou ser mulher.
Feminismo
Dois momentos cruciais ao longo do século XX:
1) a primeira fase refere-se aos anos iniciais do século até meados da década de 1930;
2) a partir dos anos sessenta, sobretudo após os desdobramentos da ordem política após o AI-5 (Ato Institucional Número Cinco), em 1968 e a década seguinte, a segunda fase.
Trata-se de um conjunto de práticas exercidas, sobretudo, por mulheres que buscaram romper com conceitos ou representações a respeito do seu sexo,
Publicação da líder feministaPankhurst, convocando as
mulheres para participar dos processos eleitorais, comoeleitoras e representantes
além de propor estratégias de luta para a modificação destes conceitos e tomarem parte ativa de uma sociedade que até então as restringia aos "domínios" do lar.
No caso da segunda fase, devido à maior inserção e consolidação da mulher no mercado de trabalho,
na reivindicação de melhores condições para o desempenho profissional, sobretudo com a crítica às injustiças sofridas com as diferenças salariais
e na campanha para a ampliação da participação feminina na cena política do país.
CIDADANIA JÁ!Após algumas conquistas e não
concessões, como o voto, creches e licença maternidade, ainda existem mulheres inconformadas com certos arranjos sociais que se tornaram fontes de críticas para intelectuais e demais grupos de mulheres.
Em 2000, o Brasil tinha 86,3 milhões de mulheres que, representavam boa parte da força de trabalho no país; acumulavam tarefas e passaram a chefiar um maior número de domicílios. O aumento da chefia entre as mulheres refletiu diretamente no rendimento familiar, cuja contribuição feminina cresceu quase 56% no último Censo. Na comparação com os homens, as mulheres chefiavam domicílios com melhores condições de saneamento básico; eram mais escolarizadas; viviam mais e representavam a maior parcela entre a população idosa no país.
Os dados mostram, ainda, que as mulheres tinham, em média, rendimento 30% menor do que os homens e, na grande maioria das vezes, trabalhavam em atividades precárias, de baixa qualificação e mal remuneradas.
Ainda em relação à ocupação, apresentaram um quadro desfavorável em termos de trabalho infantil: o aumento, entre 1991 e 2000, do número de meninas e adolescentes trabalhando nas áreas rurais atingiu quatro regiões brasileiras, sendo que no Norte e Nordeste os percentuais praticamente dobraram.
Além de diferenças entre homens e mulheres, é possível verificar disparidades em relação à cor:
o número de mulheres pretas ou pardas vem caindo quando comparado às brancas.
Já o número de domicílios chefiados por brancas cresceu 1,5 ponto percentual, enquanto pretas ou pardas reduziram sua participação em quase 2,0 pontos percentuais.
(Fonte: IBGE)
Não é possível esquecermos que vivemos em um sistema capitalista e que nossa sociedade é dividida em classes sociais;
Diante disso, temos, basicamente, pobres e ricos, assalariados e proprietários dos meios de produção;
E, como definição do que representa a globalização, nas palavras de um empresário europeu...
““A globalização é a liberdade A globalização é a liberdade para o seu grupo de se para o seu grupo de se implantar onde ele quiser, o implantar onde ele quiser, o tempo que ele quiser, para tempo que ele quiser, para produzir o que ele quiser, produzir o que ele quiser, comprando e vendendo onde comprando e vendendo onde ele quiser, e tendo que ele quiser, e tendo que suportar o menor número de suportar o menor número de obrigações possíveis em obrigações possíveis em matéria de direito do trabalho matéria de direito do trabalho e de convenções sociais”e de convenções sociais”
Portanto, conforme o discurso ideológico do capital,
se em uma economia de mercado onde a liberdade e a concorrência são valores essenciais para o crescimento de uma Nação,
então a mulher moderna que estuda mais, é independente mais cedo, consumidora mais cedo e quer galgar postos de mando é a melhor opção para o trabalho em tempos de globalização!
Custa menos, é capacitada e trabalha mais!
Mas o custo para essa façanha tem sido alto, ao menos para a grande maioria das mulheres:
• Empregos precários e vulneráveis;• Desigualdade de salários;• Aumento dos riscos para a saúde;• Aumento do stress pelas múltiplas
atividades acumuladas e não repartidas no âmbito doméstico – casa, filhos, marido, familiares idosos ou doentes;
• Os postos de chefia no trabalho e na política ainda são domínio masculino.
Em vista disso, corre-se o risco de estarem servindo de cobaias para o desmantelamento das normas de emprego predominantes até então, inclusive atingindo a população masculina.
Isso porque as mulheres são menos protegidas, tanto pela legislação do trabalho quanto pelas organizações sindicais e são mais vulneráveis.
Além do mais, o peso social e pessoal das idéias de superação de limites, beleza e adequação aos padrões vindos de fora,
vem causando sérios problemas na formação psíquica e desenvolvimento das mulheres
É necessário, portanto, que se reconheçam que os avanços em relação aos direitos e oportunidades conquistados pelas mulheres custam um preço que varia conforme as regras determinadas por inúmeros personagens:
• Legislação;• Cultura;• Política;• Capital;• Trabalho;• História