Download - Gabriela Lima
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
Faculdade de Ciências - Campus Bauru Licenciatura em Pedagogia
GABRIELA GUIRAO BIJOS LIMA
O EDUCADOR PROMOVENDO HÁBITOS ALIMENTARES
SAUDÁVEIS POR MEIO DA ESCOLA
BAURU
2008
GABRIELA GUIRAO BIJOS LIMA
O EDUCADOR PROMOVENDO HÁBITOS ALIMENTARES
SAUDÁVEIS POR MEIO DA ESCOLA
Monografia apresentada como exigência parcial para a Conclusão do Curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências – UNESP Campus Bauru sob a orientação do (a) Prof.(a). Dr.(a). Vera Lúcia Messias Fialho Capellini e Co-orientação do (a) Prof. (a). Dr. (a). Rosângela Maria Barone.
BAURU 2008
GABRIELA GUIRAO BIJOS LIMA
O EDUCADOR PROMOVENDO HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS POR MEIO DA ESCOLA
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como exigência parcial para a Conclusão do
Curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências – UNESP Campus Bauru sob a orientação do
(a) Prof.(a). Dr.(a). Vera Lúcia Messias Fialho Capellini e Co-orientação do (a) Prof. (a). Dr.
(a). Rosângela Maria Barone.
Bancas Examinadoras: Prof. (a) Dr.(a) Vera Lúcia Messias Fialho Capellini_________________________________ Prof.(a) Dr.(a) Rosângela Maria Barone __________________________________________ Prof.(a) Dr.(a) Luciene Ferreira da Silva __________________________________________
06 DE NOVEMBRO DE 2008 – BAURU – SP
AGRADECIMENTOS
A Deus,
pela vida, por esta rica oportunidade de formação inicial e condições para chegar até aqui
mesmo passando por dificuldades durante todo o percurso.
A minha querida orientadora Vera Capellini, que soube me acalmar nos momentos mais
críticos do trabalho, que me mostrou caminhos quando estava perdida, que apontou erros,
possibilidades, enfim, que com enorme sabedoria, foi minha maior interlocutora nesse
período.
Às queridas professoras e bancas examinadoras, Rosângela Barone e Luciene Silva, pelo
carinho, sabedoria e inúmeras contribuições dadas a este trabalho.
Em especial quero agradecer a minha amiga Mirela, por ter cedido sua sala de aula, para o
desenvolvimento desta pesquisa e pelo auxílio em tantos momentos de dúvidas e
inseguranças.
A todos meus amigos, em especial Paula, Lyvia e Ricardo, que me ajudaram e me apoiaram
quando mais precisei e pelos inúmeros momentos inesquecíveis que compartilhamos...
A diretora da escola pública de Bauru, Márcia, da qual fiz meu trabalho, que com muita
atenção e seriedade, permitiu a realização de minha pesquisa em sua escola.
A toda a minha família, em especial minha mãe e minha filha, por me amarem, estarem
comigo, acreditarem no meu sucesso no decorrer da vida e por terem tido muita paciência em
vários momentos de dificuldades.
A todos, minha eterna gratidão.
“Dize-me o que comes e te direi quem és”.
Brillat-Savarin.
RESUMO
Podemos constatar a partir da literatura estudada, que muitas doenças atuais, tais como a obesidade e desnutrição, resultam de maus hábitos alimentares. Verificamos a influência que a mídia exerce sobre esses hábitos alimentares, principalmente de crianças, que infelizmente colabora na maioria das vezes negativamente com a educação alimentar. Atentamos-nos também, para a importância das atividades físicas aliada a uma boa alimentação, como propulsoras do aumento de qualidade de vida. Para isso, nosso estudo focou-se no intuito de valorizar práticas alimentares saudáveis, buscando propagar aos alunos em fase inicial de escolarização, visto que é ainda na infância que os hábitos alimentares são formados e adquiridos, a conscientização para uma educação alimentar saudável que contemple maior qualidade de vida. Verificamos, portanto, que a parceria entre alunos, escola e família é imprescindível para que haja uma verdadeira reeducação alimentar, pois em conjunto, o sucesso da educação alimentar poderá se efetivar. Precisa-se trabalhar a teoria, pois o educador leva aos alunos o conhecimento sobre alimentação saudável e qualidade de vida, mas tão importante é que haja uma metodologia prática sobre o assunto, pois só assim os alunos entenderão efetivamente como é fazer uma boa alimentação, aquela balanceada e que tanto precisamos para viver bem e saudáveis, para tanto, nesse momento é muito importante a parceria da escola e família, para se colocar definitivamente em prática todos os conceitos aprendidos. Para essa tão importante intervenção, buscamos trabalhar com recursos e materiais lúdicos, contemplando atividades que despertassem o interesse dos alunos e que viesse ser algo agradável e de grande importância e significado para a formação de cada um. O projeto teve abordagem qualitativa, constou de revisão da literatura e intervenção com duração de quase três meses e com isso acreditamos ter colaborado com a formação inicial dos alunos sobre Educação Alimentar, embora saibamos que a mudança de hábitos alimentares requer tempo. Sabemos também que a prática pedagógica eficaz, a conscientização dos envolvidos e o apoio da escola podem transformar os valores alimentares, contribuindo para uma sociedade mais saudável. Palavras-chaves: Educação, Nutrição, Saúde, Educação Alimentar, Hábitos Alimentares.
ABSTRACT
Many current diseases such as obesity and malnutrition are the result of bad eating habits. It is known to influence that the media exerts on those habits, especially of children, who unfortunately works most often negatively with nutritional education. Beyond these issues, yet few children who practice physical activities regularly, and we know how important this practice is allied to good food, as propelling the increase in quality of life. Trying to help deepen this issue this study was proposed aiming from the prior knowledge of students on food, an awareness of the importance of adequate food and balanced, valuing it at as an essential factor for growth and development as well as for the prevention of diseases. This work took place through practical activities and education, seeking to encourage children to the consumption of healthy food, always through attractive and recreational activities. The stages of the research were: a) review b) intervention in 25 meetings from 2 to 3 hours each, in public school in the state's education network, held with 29 students c) collection of data generated by the intervention and a questionnaire applied with students and d) analysis and discussion of the data. As a result, we see that the partnership between students, school and family is essential to have a real nourishing education. The data from the study showed that even though initially the students have a preview on the matter, did we realize that a speech, but it in fact did another. One example was the questionnaire that we raise with them originally, from a year-book, where the majority cited the vegetable as healthy and important as food, but studying with them over the months, we noticed that the majority did not like and not ate such foods, so also with the fruits and vegetables. Through the design of nutritional education, we see in practice, in time for lunch, many students who left the vegetables to one side, began to include it in their diet, stressing the importance of them to friends to the body and health, we have cooperated with it for awareness, recovery and inclusion of more nutritious foods for students in their diets. Clearly, this is a work of Adoption of course, presents the limitations that context it requires, however, do not generalizations, but learned that the theory is important, but both need increasingly making the most practical and theory practice more theoretical, always with the focus the reality of students. Key words: Education, Food, Health, Education Food, Food Habits.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................11
2. ALIMENTAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA....................................................................14
2.1 Construção de hábitos alimentares saudáveis.................................................................15
2.2 Obesidade e desnutrição..................................................................................................18
2.3 O impacto da propaganda sobre os hábitos alimentares das crianças.............................20
2.4 Estilos de vida: hábitos alimentares e atividade física....................................................22
3. RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO, NUTRIÇÃO E SAÚDE............................................24
3.1 Alimentação na escola....................................................................................................28
3.2 O papel do educador no processo de educação alimentar...............................................30
4. METODOLOGIA.................................................................................................................33
4.1 Tipo de estudo.................................................................................................................33
4.2 Delineamento..................................................................................................................33
4.3 Local de pesquisa............................................................................................................34
4.4 População........................................................................................................................34
4.5 Instrumentos de Coleta....................................................................................................35
4.6 Procedimentos de Análise...............................................................................................35
5. RESULTADOS E DISCUSÕES..........................................................................................36
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................76
REFERÊNCIAS........................................................................................................................79
ANEXOS..................................................................................................................................85
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Freqüência das respostas dos alunos na atividade desenvolvida...........................37
Quadro 2 – Freqüência da resposta dos alimentos e bebidas do almoço..................................42
Quadro 3 – Freqüência de alimentos que os alunos não gostavam...........................................46
Quadro 4 – O que os alunos poderiam fazer para evitar a obesidade.......................................58
Quadro 5 – Preferência alimentar com o projeto e antes do projeto.........................................71
Quadro 6 – Alimentos citados com o projeto...........................................................................72
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Distribuição por gênero...........................................................................................34
Figura 2 – Freqüência de reposta sobre com quem os alunos moravam...................................39
Figura 3 – Freqüência de respostas sobre com quem os alunos ficam quando no período
contrário a escola......................................................................................................................40
Figura 4 – Freqüência das brincadeiras das crianças no período da manhã..............................40
Figura 5 – Resposta dos alunos sobre participação em atividade física...................................44
Figura 6 – Freqüência das respostas dos alunos sobre os alimentos preferidos.......................45
Figura 7 – Bebida Preferida......................................................................................................46
Figura 8 – Desenho do aluno K.Z., representando alimentação saudável................................47
Figura 9 – Desenho da aluna Y.O., representando alimentação saudável................................47
Figura 10 – Alimentos saudáveis que precisamos para viver bem...........................................48
Figura 11 – Alunos produzindo o jogo da memória.................................................................49
Figura 12 – Jogo da Memória da Origem dos Alimentos.........................................................49
Figura 13 – Pirâmide Alimentar da Saúde................................................................................50
Figura 14 – Atividade da pirâmide alimentar – todos os grupos alimentares...........................51
Figura 15 – Representação dos alunos de como usar a pirâmide alimentar.............................55
Figura 16 – Funções dos alimentos...........................................................................................55
Figura 17 – Atividade de ligar – Aluna N.................................................................................57
Figura 18 – Atividade de Pintura – Aluna N............................................................................57
Figura 19 – Desenhos dos alunos de brincadeiras preferidas...................................................59
Figura 20 – Alunos picando laranja..........................................................................................60
Figura 21 – Alunos picando banana..........................................................................................60
Figura 22 – Explicação sobre restos alimentares (adubo).........................................................60
Figura 23 – Alunos participando da aula..................................................................................60
Figura 24 – Espaço reservado na escola para a horta...............................................................62
Figura 25 – Alunos plantando na horta com a professora.........................................................62
Figura 26 – A professora da sala distribuindo sementes...........................................................62
Figura 27 – O aluno com uma joaninha no dedo......................................................................62
Figura 28 – Alunos fazendo atividades físicas..........................................................................63
Figura 29 – Alunos na ponta dos pés........................................................................................63
Figura 30 – Alunos Agachados.................................................................................................63
Figura 31 – Levantando os braços acima da cabeça e embaixo................................................63
Figura 32 – Alunos levantando os braços nas costas................................................................63
Figura 33 – Alunos andando em pequenos passos....................................................................63
Figura 34 – Alunos pulando bambolê com o pé direito............................................................64
Figura 35 – Alunos pulando com os dois pés...........................................................................64
Figura 36 – Alunos passando a bola por cima da cabeça..........................................................64
Figura 37 – Alunos passando a bola entre as pernas.................................................................64
Figura 38 e 39 – Alunos brincando de batata quente da alimentação.......................................65
Figura 40 – Alunos produzindo cardápio do café da manhã.....................................................65
Figura 41 – Alunos produzindo cardápio do almoço................................................................65
Figura 42 – Alunos produzindo cardápio do café da tarde.......................................................66
Figura 43 – Alunos produzindo cardápio do jantar...................................................................66
Figura 44 – Cardápio do Café da Manhã..................................................................................66
Figura 45 – Cardápio do almoço...............................................................................................67
Figura 46 – Cardápio do Café da Tarde....................................................................................67
Figura 47 – Produção do Jantar.................................................................................................68
Figura 48 – Exemplo de trabalho feito por aluno na conclusão do projeto..............................74
11
1. INTRODUÇÃO
Temos acompanhado o grande aumento das inúmeras doenças em todo o mundo,
oriundas de maus hábitos alimentares. Pesquisas demonstram o quanto a população está
sofrendo com estado de sobrepeso, obesidade e desnutrição desencadeados pela excessiva
carência de nutrientes essenciais ao funcionamento do organismo.
Apesar desses problemas, percebemos a partir das pesquisas, que a educação alimentar
nas escolas, tem sido deixada de lado, por conta, de inúmeros conteúdos que o educador tem
que dar conta ao final do ano letivo.
Muitos problemas do cotidiano que ultrapassam o currículo básico estão presentes na
sala de aula e requer do professor uma postura interdisciplinar para trabalhar com tais
temáticas, como por exemplo: ética, pluralidade cultural, meio ambiente, saúde, orientação
sexual e temas locais, todos estes assuntos de grande repercussão e importância.
A educação para a saúde está prevista por meio do currículo básico - Ciências Naturais
e também extracurriculares, por meio dos temas transversais - Meio Ambiente e Saúde,
propostos para um trabalho interdisciplinar (BRASIL, 2000).
O PCN Ciências Naturais (BRASIL, 2000) questiona se devemos ensinar saúde ou
educar para a saúde, a partir disso nos interessamos pela temática da Educação Alimentar
colaborando em educar para a vida, visando maior e melhor qualidade desta, bem como
demonstrar que precisamos educar buscando o desenvolvimento de uma consciência com
relação à alimentação, podendo assim subsidiar aos alunos conhecimentos e com isso,
capacidades que os tornem aptos a discriminar informações, identificando valores agregados a
estas, pois desta forma poderão realizar escolhas sensatas e importantes para seu
desenvolvimento humano.
Alguns estudos têm demonstrado a preocupação de educadores em contribuir
significativamente com a melhoria da qualidade de vida de seus alunos, trabalhando em seu
currículo a temática da educação alimentar, cujos resultados foram extremamente positivos.
(PADOVINI, 2007 e WISNIEWSKI, 2007).
Buscando mais uma alternativa para melhorar a qualidade de vida de nossos alunos,
nossa proposta de pesquisa foi um projeto de Educação Alimentar por meio de um projeto de
intervenção, que viesse contemplar esses pressupostos. Portanto, diante desse contexto, em
que se discute a construção de bons hábitos alimentares, devido aos inúmeros problemas que
têm surgido devido à má alimentação, é bastante oportuno investigar sobre a temática de
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forma a oferecer subsídios que permitam a formulação de estratégias práticas que venham
contribuir com o processo de formação de hábitos alimentares saudáveis.
É importante salientar ainda, que hábitos alimentares saudáveis, além de serem
fundamentais para as condições de saúde das crianças, o são para a manutenção da mesma no
decorrer da vida, através da prevenção de doenças crônico-degenerativas. Portanto, o tema em
questão é de impacto durante todo o decorrer da existência humana.
Uma vez delimitado o tema e a população envolvida na intervenção, definiu-se os
seguintes objetivos específicos para este trabalho:
• investigar o hábito alimentar de crianças na fase escolar, bem como as atitudes e
práticas escolares que influenciam na formação dos mesmos;
• conceituar a importância de uma boa alimentação e seus benefícios, valorizando a
alimentação adequada como fator essencial para o crescimento e desenvolvimento
de todo indivíduo, assim como para a prevenção de doenças como desnutrição,
obesidades, anemias, entre inúmeras outras;
• promover atividades práticas e educativas, que conscientizassem e estimulassem as
crianças ao consumo saudável de alimentos, sempre por meio de atividades
atrativas e lúdicas;
• avaliar ao final, os efeitos do projeto de intervenção, contribuindo para o processo
de ensino aprendizagem dos alunos a respeito desse tema tão importante para a
formação de cada um.
O caminho trilhado para alcançar os objetivos propostos a partir da Fundamentação
Teórica foi à investigação de conceitos relevantes para a educação alimentar, como a
qualidade de vida que devemos alcançar e como podemos alcançá-la, assim como os prejuízos
causados a nossa vida e saúde, quando nos comportamos de forma inadequada, não nos
alimentando de forma considerada saudável e mantendo uma vida sedentária.
Intentamos também, oferecer contribuições para que professores possam trabalhar com
essa temática, por meio de uma construção consciente, visando à mudança de hábitos
alimentares a partir da escola.
Em nossa pesquisa coletamos dados para análise, por meio de uma pesquisa de
intervenção que se constituiu basicamente de 3 etapas:
Primeira etapa: levantamento do conhecimento prévio que os alunos demonstraram ter
sobre o tema proposto.
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Segunda etapa: a partir do conhecimento prévio dos alunos, trabalhamos com os
mesmos por meio de atividades práticas, buscando alcançar os objetivos citados acima.
Terceira etapa: após conclusão dos temas trabalhados, realizamos várias atividades
recreativas e lúdicas, para que os alunos pudessem se familiarizar profundamente com o
projeto, tornando assim, uma aprendizagem significativa aos mesmos. Todas as atividades
serão descritas detalhadamente ao final do trabalho, contemplando todos os resultados obtidos
por meio da pesquisa.
Proporcionamos, por meio de teatros, histórias, jogos, brincadeiras, degustações,
atividades visuais e físicas, os conhecimentos sobre uma alimentação adequada e equilibrada,
baseados em estudos da Pirâmide Alimentar. Foram vinte e cinco dias de encontros, a partir
de atividades lúdicas com as crianças, buscando a valorização da cultura para as práticas
alimentares saudáveis.
A partir do projeto percebemos que hábitos alimentares levam tempo para serem
formados, porém acreditamos que a prática pedagógica eficaz, ações conjuntas entre a escola
e a família, pode resultar em práticas alimentares mais saudáveis, assim como buscamos
realizar em nosso projeto de intervenção.
Por fim, apresentamos a discussão dos resultados e tecemos as nossas considerações
finais.
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2. ALIMENTAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA
Sabemos hoje a importância da qualidade de vida em nosso dia-a-dia, apesar da
dificuldade de uma definição específica que a caracterize.
Segundo Tani (2002), qualidade de vida significa muito mais que ter atendidas as
necessidades básicas de sobrevivência, ela implica em ter saúde física e mental, relações
sociais harmoniosas e construtivas, educação permanente, relacionamento respeitoso e
amigável com o ambiente, tempo livre para o lazer e oportunidades para usufruir a cultura em
sua plenitude.
Portanto para que tenhamos maior qualidade de vida, precisamos nos preocupar com
alguns fatores, como boa alimentação, praticar atividade física, ter hábitos diários de higiene,
comportamento preventivo, controle do estresse e um relacionamento social saudável. Esses
fatores fazem parte das práticas de pessoas que se preocupam com o futuro e priorizam essa
tão mencionada, qualidade de vida.
A saúde é uma tarefa que deve ser conquistada a cada minuto durante toda nossa existência e embora inúmeros fatores possam fortemente influenciá-la, ela depende essencialmente da maneira pela qual o indivíduo se alimenta. (TURANO e ALMEIDA, 1999 apud DARTORA, et al, 2006, p. 201).
Hoje está provada a relação entre alimentação e saúde. Não há dúvida que alimentação
de qualidade é fundamental para garantir uma boa qualidade de vida. Somos o que comemos e
como comemos. (VALENTE, 2002, apud MONTEIRO e COSTA, 2004).
Para falar um pouco mais sobre esses fatores que contribuem significativamente para
uma maior qualidade de vida, vamos nos atentar mais, ao que busca este trabalho, a
conscientização de se ter uma alimentação adequada com crianças desde cedo, para uma vida
mais longa e saudável.
A formação de hábitos alimentares saudáveis é um processo que se inicia desde o nascimento, com as práticas alimentares introduzidas nos primeiros anos de vida pelos pais, primeiros responsáveis pela formação dos mesmos. (AMARAL, 2008, p. 01).
Uma boa alimentação é aquela que mantém o organismo em estado de saúde, ou seja,
com osso e dentes fortes, peso e estatura de acordo com o biótipo do indivíduo, boa
disposição, resistência às enfermidades, vontade de trabalhar e divertir-se, para isso se faz
necessária uma dieta balanceada que contenha variados nutrientes com múltiplas funções.
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A nutrição é um fator essencial na manutenção da saúde. Através de refeições balanceadas constitui um dos recursos utilizados pela medicina preventiva, alicerçados a outros para determinar uma vida saudável e duradoura. (DARTORA, et al, 2006, p. 201).
Para essa conscientização sobre alimentação como fator de grande contribuição para
melhor qualidade de vida, se faz necessário um incentivo a promoção da saúde por meio da
educação nutricional se tornando, portanto uma necessidade atual. A sociedade não precisa de
modismos, e sim da verdadeira conscientização da importância dos hábitos alimentares
corretos, isto é, fornecimento de alimentos necessários, nas quantidades adequadas, nos
momentos certos, e por meio desta disciplina alimentar alcançar os benefícios satisfatórios
para a saúde do corpo e, desta forma, contribuir para a aquisição de uma boa qualidade de
vida. (AMARAL, 2008).
A promoção da saúde permite que as pessoas adquiram maior controle sobre sua própria qualidade de vida. Através da adoção de hábitos saudáveis não só os indivíduos, mas também suas famílias e comunidade se apoderam de um bem, um direito e um recurso aplicável à vida cotidiana. (IRALA e FERNANDEZ, 2001, p. 01).
Outro fator que contribui em grande escala para uma maior qualidade de vida,
associado à alimentação saudável, são as atividades físicas que constituem um componente
fundamental, pois de forma regular e sistemática, se torna elemento imprescindível para a
promoção e manutenção da saúde, evitando o sedentarismo, fator de maior impacto no
surgimento de doenças crônico-degenerativas, como hipertensão, diabetes, osteoporose e
cardiopatia. (TANI, 2002).
2.1 Construção de hábitos alimentares saudáveis
Faz-se necessário a conscientização desde cedo para construção de hábitos alimentares
saudáveis, devendo ser trabalhado, no período escolar, com alunos do Ensino Fundamental,
etapa esta escolhida para desenvolver nosso estudo.
Freitas (1997) enfatiza que:
... a educação nutricional, tem papel importante na promoção de hábitos alimentares saudáveis, desde a infância, é considerada uma medida de alcance coletivo com o fim primordial de proporcionar conhecimentos necessários e a motivação coletiva para formar atitudes e hábitos de uma alimentação sadia, completa, adequada e variada. (FREITAS, 1997 p. 01).
16
A primeira infância representa o período no qual estão sendo estabelecidas bases para
comportamentos, incluindo os relativos à alimentação. Desta forma, é de fundamental
importância o trabalho efetivo de educação alimentar no âmbito escolar, sendo o educador o
agente principal para a contribuição da formação de hábitos alimentares saudáveis.
Moreira (2002), afirma que:
a alimentação e nutrição adequadas constituem direitos fundamentais do ser humano. São condições básicas para que se alcance um desenvolvimento físico, emocional e intelectual satisfatório, fator determinante para a qualidade de vida e o exercício da cidadania. Se é verdade que, muitas vezes, a falta de recursos financeiros é o maior obstáculo a uma alimentação correta, também é fato que ações de orientação e educativas têm um papel importante no combate a males como a desnutrição e a obesidade. Ao chamar a atenção de crianças e adolescentes para os benefícios de uma alimentação equilibrada, a escola dá a sua contribuição para tornar mais saudável a comunidade em que se insere. (p. 01).
A autora acima destaca que os hábitos alimentares começam a se formar na primeira
infância. O processo de educação alimentar deve envolver toda a família, já que os adultos
servem de modelo para as crianças, ou seja, a escola ajuda no processo da educação alimentar,
mas a família vai servir de espelho, onde a criança come aquilo que todos vão comer. É nesta
fase ainda que a criança está desenvolvendo os seus sentidos e diversificando os sabores, e
com isso formando suas preferências, portanto, como a criança está em pleno
desenvolvimento é importante uma dose suficiente de proteínas, vitaminas e minerais, entre
eles, o ferro e o cálcio, essencial para o crescimento e desenvolvimento perfeito.
O tempo de convívio em família tem muito a ver com uma alimentação desregrada,
tanto de adultos quanto de crianças. Antigamente, o jantar em família era uma tradição
raramente quebrada, ocasião em que, além de pais e filhos se aproximarem, havia também
uma refeição completa. Atualmente, tornou-se comum a troca desta cerimônia, que era o
jantar em família, pela praticidade dos alimentos congelados, que cada um prepara na hora em
que chega ao lar, ou, muito pior, pelo imediatismo do fast-foods, com seus exageros calóricos,
seus refrigerantes, açúcares e sais em demasia. Se, para o adulto, este tipo de refeição já é
prejudicial, para a criança, cujo desenvolvimento pleno depende em grande parte de uma
alimentação saudável, viver de fast-food é uma sentença à obesidade. Outro fator que tem
desencadeado uma epidemia sem precedentes de sobrepeso infantil no mundo industrializado
é a magia do consumismo, que fantasia alimentos gordurosos, repletos de produtos químicos,
com embalagens e propagandas das mais chamativas, irresistíveis para as crianças que
acompanham seus pais no supermercado. (CARVALHO e SANTOS, 2000).
De acordo com Moreira (2002),
17
um importante desafio quando se trata de promover uma alimentação saudável é a mudança de hábitos. As práticas alimentares inapropriadas e o baixo nível de informação da população em relação a atitudes que melhoram suas condições de saúde entre as quais se inclui a atividade física podem ser identificados por todo o País. Para acabar de vez com a desnutrição, é preciso pôr fim à pobreza e à fome. No entanto, os problemas nutricionais não se relacionam exclusivamente à falta de alimentos. Assim, os esforços no sentido de possibilitar a todos os brasileiros o acesso a pelo menos três refeições diárias devem ser acompanhados de um trabalho de conscientização sobre a importância de uma alimentação equilibrada, qualitativa e quantitativamente. (p. 01).
Não há como contestar, a criança atualmente habita um universo muito diferente do
das crianças de 40, 50 anos atrás. A contemporaneidade trouxe outra realidade no que diz
respeito a lazer, educação e também no que se refere à alimentação da criança. Uma série de
fatores tem feito com que, hoje, a criança tenha diante de si armadilhas que a levam a adotar
uma alimentação inadequada, capaz de conduzi-la a hábitos que, no futuro, trarão problemas
crônicos como a obesidade e distúrbios cardiovasculares. Entre esses fatores, destacam-se
alguns que são característicos do dia-a-dia de uma sociedade em que o trabalho sobrepõe-se
ao convívio em família, quando as novidades tecnológicas, que teoricamente nos dariam um
tempo maior para nossas próprias vidas, têm apressado nossas rotinas, mecanizado os
relacionamentos.
Há uma grande preocupação em formação de hábitos alimentares saudáveis a partir do
processo educativo em escolares, fazendo com que eles venham ter consciência crítica frente
ao que estão recebendo para comer, sendo capazes de fazer suas próprias escolhas.
Assim sendo, a educação alimentar é de grande importância, pois será à base das
escolhas futuras.
Quando o adolescente teve uma boa educação alimentar na infância pode até adquirir
novos hábitos de consumo, visto que nesta fase se inicia o processo de independência em
grande escala, devido a mudanças de vários aspectos psicológicos, sociais e socioeconômicos,
pela influência de amigos, rebeldia contra os controles exercidos pela família, busca de
autonomia e identidade, aumento do poder de compra, hábito de preparar rotineiramente seu
próprio alimento, a urbanização e o costume de comer fora de casa, mas é mais difícil pois as
bases sólidas da infância estarão lá.
Estes novos padrões alimentares podem repercutir, a longo prazo, na saúde futura do
indivíduo maduro e na escolha posterior dos alimentos.
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2.2 Obesidade e desnutrição
Atualmente, muitas doenças têm se originado de maus hábitos alimentares. A
obesidade, por exemplo, é conseqüência entre outras, da alimentação inadequada e
desequilibrada, baseada em alimentos industrializados e consumo desequilibrado de nutrientes
e pelo sedentarismo.
Para Franques (2007):
A obesidade é uma doença séria que traz consigo uma série de outras doenças e complicações. É fator de risco indiscutível para várias doenças - só para citar exemplos: diabetes mellitus, hipertensão arterial, alteração nos níveis de triglicérides e colesterol, infarto do miocárdio, derrame cerebral, tromboses, problemas ortopédicos e dermatológicos etc. A manutenção da obesidade ou o seu agravamento faz com que o indivíduo se torne cada vez mais propenso a quedas, riscos anestésicos, doenças graves e a morte precoce. A obesidade provoca também alterações sócio-econômicas e psicossociais: discriminação educativa, laboral e social, isolamento social, depressão e perda de auto-estima. Se o indivíduo com obesidade não se tratar, ele tende a engordar cada vez mais e também a comprometer cada vez mais sua saúde e qualidade de vida. (p. 01).
Sem desprezar a influência de fatores genéticos, o aumento da obesidade é produto de
uma sociedade que privilegia de modo atraente, alimentos altamente calóricos.
Lembrando que o modo de vida da maioria da população é estimulado ao consumo de
alimentos rápidos de preparar e fáceis de comer, como sanduíches, chocolates e refrigerantes,
já abordados neste trabalho.
Carvalho e Santos (2000), descrevendo sobre o perigo dos alimentos industrializados
na alimentação infantil, enfatizam que “alimentos industrializados são muito mais pobres em
nutrientes que os naturais, além de contarem com elementos nocivos à saúde, como
conservantes e corantes”. (p.03).
Como as crianças de hoje brincam pouco na rua, se entregam cada vez mais a uma
vida sedentária, visto que as atividades ao ar livre têm sido sistematicamente substituídas por
diversões quase sem esforço físico, por meio do uso do computador, jogos eletrônicos,
televisão, além de gastarem pouca energia, ficam estáticos na frente de algo, comendo
demasiadamente alimentos gordurosos como doces, salgadinhos e refrigerantes, que são
“gostosos e fáceis” de comer, e com isso ingerem alimentos calóricos e pobres em nutrientes,
contribuindo assim, para uma alimentação inadequada.
Estima-se que 20% das crianças brasileiras sejam obesas e que cerca de 32% da
população adulta tenham algum grau de excesso de peso, dos quais 25% são casos mais
19
graves. Entre as diferentes causas da obesidade, está um maior consumo de alimentos em
relação a um menor gasto de energia. Comer bem, nunca é demais lembrar, não significa
comer muito. (EDUCAR PARA ALIMENTAR, 2007).
No Brasil, a obesidade não é o único problema relacionado a uma alimentação
inadequada que causa preocupações pela sua dimensão. Também merece destaque a questão
da desnutrição, que deve ser detectada o quanto antes para evitar o aparecimento de
problemas de saúde futuros, inclusive evitar a mortalidade infantil.
Monte (2000) afirma que:
a desnutrição infantil é uma doença de origem multicausal e complexa que tem suas raízes na pobreza. Ocorre quando o organismo não recebe os nutrientes necessários para o seu metabolismo fisiológico, devido à falta de aporte ou problema na utilização do que lhe é ofertado. Assim sendo, na maioria dos casos, a desnutrição é o resultado de uma ingestão insuficiente, ou fome, e de doenças. (p. 288).
A desnutrição causa muitos problemas, podendo muitas vezes, se não tratada a tempo,
levar a mortalidade, visto que é uma doença que condiciona crescimento e desenvolvimento
deficiente, maior vulnerabilidade a doenças infecciosas, comprometimento de funções
reprodutivas e redução da capacidade de trabalho. (MONDINI e MONTEIRO, 1998).
Complementando, para Salgado (2004), a desnutrição ocorre em pessoas que ingerem
menor quantidade ou variedade de nutrientes que o necessário. A pessoa desnutrida
geralmente apresenta massa corporal abaixo do normal para a idade e não tem energia para
realizar as atividades normais.
A desnutrição, associada a diferentes tipos de infecção, especialmente no caso de
crianças e gestantes, continua sendo um dos graves problemas de saúde das regiões em
desenvolvimento no mundo, incluindo-se, aqui, a América Latina e o Brasil (SALGADO,
2004). Segundo a autora há um esforço nacional para que a fome desapareça dos lares
brasileiros.
Uma pequena redução das diferenças entre o ganho da minoria mais rica e o da grande maioria mais pobre bastaria para isso. Só o desperdício de alimentos e comida, se evitado, acabaria com a fome. Coordeno o conselho de merenda municipal de uma cidade que atende mais de 60 mil alunos e tenho percorrido o país falando com pessoas das mais diferentes posições. Estou cada vez mais segura de que só oferecer comida não vai resolver a fome do Brasil... a comida está aí, só precisa ser mais bem distribuída e aproveitada. (SALGADO, 2004, p. 35-36).
A autora acredita que buscar uma estratégia para diminuir a carência alimentar é
incentivar e ensinar nossas crianças a cultivar bons hábitos alimentares.
20
Buscando enfrentar este problema, o Ministério da Saúde, tem investido em programas
de cunho preventivo, financiando vários projetos como a Fome Zero, buscando maior
qualidade de vida de nossas crianças. Uma pesquisa realizada pela PNDS-2006, (Pesquisa
Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher), financiada pelo Ministério da
Saúde, divulgou dados recentes (Julho/2008), em que houve redução da mortalidade infantil
em 44% e queda da desnutrição infantil, em 46%. (dados divulgados na FOLHA DE
PERNAMBUCO - PE - 14 de julho de 2008).
Portanto a desnutrição é uma doença tão grave quanto à obesidade e deve ser
diagnosticada o quanto antes para ser enfrentada precocemente. É vergonhoso um país como
o nosso com tamanho desperdício de alimentos, ter crianças desnutridas por fatores
associados à pobreza.
Com relação à obesidade, a prevenção também é o meio mais eficaz de tratamento,
pois, incentivando as crianças desde cedo a manter hábitos alimentares saudáveis, adquirirão
com isso o gosto por comer bem e de forma equilibrada, evitando também que uma criança
obesa se torne um adulto obeso.
Fernandes (2006), afirma que a literatura especializada tem apresentado dados que
indicam que crianças obesas apresentam até 80% de chances de se tornarem adultos obesos.
Para o controle da obesidade, em muitos casos, há necessidade de controle da
alimentação a partir da reeducação alimentar, se faz imprescindível também a inclusão de
atividades físicas, tratamento psicológico, por ser um problema que altera a auto-estima,
principalmente se tratando de crianças, podendo chegar a tratamentos clínicos e até
psiquiátricos, visando sempre o bem estar da criança e a cura desta doença do século.
2.3 O impacto da propaganda sobre os hábitos alimentares das crianças
Hoje, na era da comunicação, o acesso das crianças a esses meios, além de serem
grandes, são fáceis e em muitos casos voltados especificamente para elas.
Muitos são os programas infantis, as crianças não brincam mais na rua como
antigamente, a violência da sociedade moderna, vem causando aos brasileiros uma vida
sedentária, especialmente às crianças, que além deste problema, ainda possuem, em sua
maioria, pais que trabalham fora e, desta forma, o maior divertimento acaba sendo a TV e em
algumas famílias, o computador.
21
O aumento da exposição da criança à TV acaba afastando-a da prática de exercícios e
colocando-a cada vez mais perto de doenças como a obesidade gerada pelo consumo
exagerado de alimentos muito calóricos, incentivados na maioria das vezes em propagandas
de TV.
Nota-se significativo aumento do tempo gasto com o hábito de assistir à TV. No Brasil, adolescentes passam cerca de cinco horas por dia diante da TV. Sabe-se que uma exposição de apenas 30 segundos a comerciais de alimentos é capaz de influenciar a escolha de crianças a determinado produto, o que mostra que o papel da TV, no estabelecimento de hábitos alimentares, deve ser investigado. Diante da TV, uma criança pode aprender concepções incorretas sobre o que é um alimento saudável, uma vez que a maioria dos alimentos veiculados possui elevados teores de gorduras, óleos, açúcares e sal. (ALMEIDA, et al, 2002, p. 03).
A televisão está presente em nossa cultura, Almeida (2002), et al, descreve sua função:
A televisão (TV) é o veículo de comunicação utilizado para o entretenimento e para a educação e representa a maior fonte de informação sobre o mundo, sendo capaz de transmitir aos mais diversos lugares e culturas, dados sobre como as pessoas se comportam, o que vestem, o que pensam como aparentam ser e o que comem. (p. 03).
Podemos observar por meio da literatura, que o aumento do tempo gasto com a
televisão aumentou muito nos últimos tempos, podendo ser prejudicial, dependendo das
informações recebidas por meio dos programas.
O que ocorre é que, com o grande tempo de exposição a esta mídia, as crianças se encantam com os produtos divulgados nos intervalos dos programas como: brinquedos, salgadinhos, bolachas, refrigerantes e outros produtos que em sua maioria ainda contam com personagens fantásticos que deixam as crianças maravilhadas. Cada vez mais, os comerciais chamam atenção das crianças, despertando desejo, pois são bem trabalhados, com criações fortes que mexem com suas imaginações e encantam inclusive aos adultos. (CRIVELARO, et al, 2006, p. 02).
Assim, em relação aos anúncios de alimentos, fica mais fácil dar ênfase aos benefícios
trazidos em seus componentes, como vitaminas, proteínas, cálcio, ferro, zinco, e desta forma,
ao divulgar na mídia, obviamente o valor calórico desaparece, ressaltando somente as
vantagens nutritivas do produto, que muitas vezes são mínimas em relação aos prejuízos que
podem acarretar na alimentação infantil.
Segundo uma pesquisa coordenada pela Universidade de Brasília (UNB) divulgada no
final de junho, mostra que 72% do total de anúncios de alimentos veiculados na TV não
possuem informações relacionadas a gorduras, sal e açúcar. Em razão disso, o Ministério da
Saúde pretende adotar uma série de regras para restringir esse tipo de publicidade, como
22
permitir a propaganda desses produtos apenas em horário noturno das 21 horas às 06 da
manhã, pois são horários que as crianças menos assistem.
Outro fator de preocupação é com a questão dos anúncios protagonizados por
personagens de programas assistidos pelas crianças, a ANVISA, quer proibir alegando que tal
prática explora negativamente a confiança que a garotada deposita nessas personalidades.
(MALAFAIA, 2008).
A este respeito, Merino (2008) destaca que: O incentivo ao consumo de produtos com
altos teores de açúcar, sal e gordura, associados a personagens, pode determinar escolhas
maléficas, que trarão efeitos desastrosos para toda a vida. (p. 02).
Favorável ao controle das propagandas infantis, a coordenadora-geral da Política de
Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, afirma que o público infantil é o mais
vulnerável aos apelos promocionais, não só porque, hoje em dia, define a compra da família,
mas também porque é o consumidor do futuro. (VASCONCELLOS, 2008, p. 01).
Para tanto, se faz necessário uma maior preocupação com o público infantil, pois os
indivíduos que assistem aos programas infantis ainda estão construindo os hábitos alimentares
e não possuem o discernimento entre o que é saudável ou não.
Apenas com a proibição das propagandas não haverá mudança de atitude caso outras
medidas coletivas não estiverem associadas a esta iniciativa, pois a televisão, devido ao seu
grande alcance, pode ser uma ferramenta importante a favor da saúde, podendo incluir em
programas infantis e comerciais, práticas saudáveis com o consumo de frutas, legumes e
verduras, fazendo valer exemplos práticos de uma alimentação saudável.
2.4 Estilos de vida: hábitos alimentares, atividade física e qualidade de
vida.
Já abordamos anteriormente, o quanto uma alimentação saudável pode beneficiar a nossa saúde, a
junção desta com um esquema contínuo de exercícios pode fazer com que as pessoas vivam
mais e tenham uma qualidade de vida melhor.
Uma dieta balanceada, integrada a um programa de atividade física, é fundamental
para um bom desempenho naquilo que se faz, proporcionando maior qualidade de vida.
(CAVAGLIERI e ROCHELLE, 2002).
Faz-se necessário que a atividade física seja realizada com regularidade, sob a segura
orientação de um profissional e a dieta deve estar adequada para o tipo de exigência dos
exercícios.
23
Para ter um peso saudável, é preciso equilibrar a energia que vem dos alimentos, com
a energia que é gasta por meio das atividades diárias, como, brincar, estudar, praticar esportes,
entre outras. (BRASIL, FOME ZERO, 2001).
É importante que a criança ou o jovem goste do exercício que escolheu, para que
venha praticar com entusiasmo e regularidade, visto que quanto mais cedo se iniciar o
consumo alimentar saudável, aliado a prática de atividades físicas regulares, maiores serão as
chances de reduzir a prevalência de obesidade. (SALGADO, 2004).
Um estudo publicado no British Medical Journal conseguiu avançar nessa área de
investigação demonstrando que as pessoas que correm habitualmente têm um índice de risco
de mortalidade menor do que aquelas que não fazem esse tipo de atividade física, portanto,
possuem maior qualidade de vida. (SALGADO, s/d, VYA ESTELAR).
Segundo pesquisadores do Hospital Universitário de Copenhague e da Dinamarca,
quem corre se beneficia dos efeitos do treinamento e adquire hábitos mais saudáveis-
dietéticos, por exemplo, e seria isso que faria com que a pessoa vivesse por mais tempo. Esta
conclusão se deu após a análise do risco de morte de 4.658 homens, dos quais 217 eram
corredores habituais no começo do estudo. Cinco anos depois, 96 seguiram praticando essa
atividade de forma regular e 106 pessoas se incorporaram ao grupo. Os resultados da
experiência indicaram que quem corria tinha um risco relativamente menor de morte se
comparado com aqueles que desistiram de correr e aqueles que nunca correram em momento
algum. (SALGADO, s/d, VYA ESTELAR).
Conclui-se assim, que as atividades físicas são extremamente importantes em nossas
vidas, independente da idade do praticante, trazendo a todos grandes contribuições.
Monteiro, et al, (2004), afirma que em relação as atividades físicas, há evidências
científicas consistentes de que sua prática regular traz amplos benefícios para a saúde física e
mental.
Portanto, é importante, para maior qualidade de vida, além de uma alimentação
balanceada, adequada, praticar algum tipo de atividade física, não somente para manter o peso
adequado, gastando proporcionalmente o quanto ingerimos por meio de alimentos, mas
principalmente para aumentar a longevidade e qualidade de nossas vidas.
24
3. RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO, NUTRIÇÃO E SAÚDE
Sendo o educar papel fundamental da escola e do professor, que contribui para a
formação sócio-cultural do aluno, é função também dos mesmos, fazer uma ponte entre a
saúde e a educação, uma vez que o cuidar é parte integrante do educar. Dessa forma, os
cuidados que visam à promoção da saúde, não são separados das atitudes e procedimentos que
auxiliam a criança a construir conhecimentos sobre a vida sócio-cultural. Cuidar e educar são
faces da mesma moeda e, simultaneamente, mantém a vida promove a saúde e ampliam o
conhecimento humano, conforme destacado no Referencial Curricular Nacional de Educação
Infantil. (BRASIL, 1998).
Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma das melhores formas de promover a
saúde é por meio da escola, pois é um local onde as pessoas convivem, aprendem e trabalham,
passando muitas vezes a maior parte do tempo. (BRASIL, 2000).
Os educadores e escola devem ajudar a criança a reconhecer suas necessidades e
identificar suas preferências alimentares, conduzindo-as de forma prazerosa para a conquista
da autonomia, estimulando-as em suas iniciativas, para desde cedo promover a
conscientização da prática de uma boa alimentação.
O processo educativo, com ajuda da escola, será fundamental também para que a
criança tenha ferramentas para fazer suas próprias escolhas. Este aprendizado alimentar será à
base das escolhas futuras, sobretudo na adolescência, quando se inicia o processo de maior
independência.
Segundo Franques (2007),
a escola deve ser trabalhada no sentido educacional e vivencional, pois depois da família é a grande “formadora” na vida da criança e onde geralmente ela passa a maior parte de seu dia. O papel da escola na prevenção e combate a obesidade é fundamental. A ela é dada a oportunidade de colocar a criança frente a uma reeducação alimentar, atividades físicas e mudanças comportamentais, em ambiente otimista, acolhedor e com possibilidade de cumplicidade entre todos os envolvidos. (p. 01).
Portanto, o tema em questão é de suma importância de ser trabalhado nas escolas,
visto que a mesma representa um ambiente favorável e privilegiado para o estímulo à
formação de hábitos saudáveis ou correção de desvios no que diz respeito à alimentação,
assim como à prática de atividades físicas.
Com isso nós educadores, precisamos para mudar a realidade atual relativa à
alimentação, de debates e estudos sobre alimentação e nutrição na escola, assim como o
desenvolvimento de outras atividades educativas, para que propiciem ao aluno condições de
25
assumir uma postura crítica diante das informações e conseqüentemente os alimentos que
chegam até eles.
As atividades educativas em nutrição podem e devem ser utilizadas como um
importante instrumento de apoio na promoção da saúde, especialmente no âmbito da escola,
espaço privilegiado para o desenvolvimento dessas atividades. (COSTA, et al, 2001).
Portanto, a promoção da saúde no âmbito escolar, deve partir de uma visão integral,
multidisciplinar do ser humano, que considera as pessoas em seu contexto familiar,
comunitário e social, buscando desenvolver conhecimentos, habilidades e destrezas para o
autocuidado da saúde e a prevenção das condutas de risco em todas as oportunidades
educativas. (PELICIONI e TORRES, 1999).
Podemos então perceber a relação entre nutrição, alimentação e educação, visto que a
nutrição é um fator essencial na manutenção da saúde, cujo processo se dá por meio de
refeições balanceadas, pois a partir da boa alimentação é que o indivíduo mantém seu
organismo em bom estado de saúde.
A partir da literatura, podemos observar que crianças e adolescentes em idade escolar,
não têm o hábito de comer alimentos que contenham todos os nutrientes necessários para o
bom funcionamento do organismo, muitas vezes por falta de recursos, conhecimento e
influências.
Muitos males que se manifestam na vida adulta e chegam a comprometer o futuro de
muitos indivíduos, ocorrem a partir de erros alimentares cometidos desde a infância.
Para mudar esta situação de má conduta alimentar, a escola se apresenta como espaço
e tempo privilegiado para promover a saúde, por ser um local onde as crianças passam grande
parte de seu tempo diário. (TURANO e ALMEIDA, 1999 apud DARTORA, et al, 2006).
O ambiente de ensino pode proporcionar condições para que os alunos adquiram
hábitos alimentares corretos a partir de atividades que visem uma educação alimentar
saudável, assim como, estímulos aos alunos para que reflitam sobre suas próprias atitudes
diante da ingestão de alimentos buscando mudanças reais e gradativas de hábitos alimentares
individuais, melhorando o perfil nutricional e construindo consciência crítica acerca da
necessidade da busca de melhores escolhas alimentares, que contribuem para melhor e maior
qualidade de vida.
Devido aos inúmeros problemas atuais e futuros que podem vir a acometer nossas
crianças tanto agora como futuramente, há necessidade de investimento na educação
alimentar, uma vez que grandes problemas são causados pela alimentação inadequada.
26
Faz-se necessário a adoção de promoção da saúde, pois estas práticas e condutas
procuram melhorar o nível de saúde da população em geral, por meio de medidas que não se
restringem a resolver problemas de doenças ou desordens orgânicas e sim buscam aumentar a
saúde e bem estar de todos.
As ações da promoção da saúde:
concretizam-se em diversos espaços e órgãos definidores de políticas, sobretudo nos espaços sociais onde vivem as pessoas. As cidades, os ambientes de trabalho e as escolas são os locais onde essas ações têm sido propostas, procurando-se fortalecer a ação e o protagonismo do nível local, incentivando a intersetorialidade e a participação social. (BÓGUS, 2002 apud SANTOS e BÓGUS, 2007).
Portanto, as escolas são locais propícios para a educação alimentar, pois se caracteriza
em um cenário de caráter formal, onde é possível gerar autonomia, participação crítica e
criatividade para a promoção da saúde. (IERVOLINO, 2000 apud SANTOS e BÓGUS,
2007).
A promoção à saúde no ambiente escolar vem sendo fortemente recomendada por
órgãos internacionais, pois as crianças maiores de cinco anos habitualmente sentem-se
excluídas das prioridades estratégicas das políticas oficiais de saúde, apesar de serem
biológica nutricional e socialmente suscetíveis. (BIZZO e LEDER, 2005).
Neste sentido, propondo caráter integrado e promotor de cidadania, os Parâmetros
Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) constituem o plano curricular para o ensino
fundamental brasileiro. Eles foram elaborados com o objetivo de respeitar as diversidades
regionais, culturais e políticas existentes no país e, ao mesmo tempo, construir referências
nacionais comuns ao processo educativo em todas as regiões brasileiras.
Com isso, pretendeu-se criar condições, nas escolas, que permitissem aos jovens ter
acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e considerados necessários ao
exercício da cidadania. (BRASIL, 1998).
Além das disciplinas tradicionais, abrangem seis temas transversais: ética, pluralidade
cultural, meio ambiente, saúde, orientação sexual, trabalho e consumo.
Os Temas Transversais assumidos pelos PCNs dão sentido aos procedimentos e aos
conceitos próprios das áreas convencionais, superando, assim, o aprender apenas pela
necessidade escolar de passar de ano.
O trabalho com esses temas permite a complementação da interdisciplinaridade
horizontal do currículo, isto é, a equipe de cada série deve construir seus projetos pedagógicos
conjuntamente e com esse novo ânimo. É só por meio do trabalho coletivo que essa desejada
27
integração de conhecimento e atitudes pode ser concretizada na escola. (STEFANI, 2000,
apud SANTOS e BÓGUS, 2007).
Entende-se que o ensino sobre nutrição seja fundamental na promoção de saúde, que
deve ter lugar na escola e, por isso, a educação nutricional não pode deixar de compor,
criticamente, um plano nacional oficial de ensino. (BIZZO e LEDER, 2005).
A escola por meio dos educadores pode levar às crianças ao contato direto com o
conceito de nutrição e sua estreita relação com a manutenção da saúde, por meio de refeições
diárias, a partir da merenda escolar, que deve conter todos nutrientes – carboidratos, proteínas,
lipídios, vitaminas, sais minerais e fibras, ou seja, o que uma refeição balanceada deve conter.
(NAHAS, 2000).
De acordo com Gurgel (2003), a educação alimentar deve promover ações
pedagógicas integradas, acerca do direito a informação e construção de novos conhecimentos
sobre a alimentação, que contribua para a efetivação da cidadania. As crianças desde cedo
precisam aprender que os diferentes tipos de alimentos são importantes para sua saúde; além
disso, precisam se conscientizar do desperdício, sendo que muitos passam fome, e se servir
somente daquilo que vai comer, para que não fique um monte de sobras de comida no prato.
A escola representa um ambiente favorável e privilegiado para o estímulo à formação
de hábitos saudáveis ou correção de desvios no que diz respeito à alimentação, assim como à
prática de atividades físicas. Muitas vezes, a falta de referência para uma boa alimentação é
agravada pela ação da mídia na divulgação de produtos comerciais nem sempre nutritivos. O
impacto negativo que a propaganda pode ter nos hábitos alimentares da população será tanto
maior se crianças e jovens não forem educados para escolher adequadamente os alimentos que
irão consumir. O estudo e a realização de debates sobre alimentação e nutrição na escola,
assim como o desenvolvimento de outras atividades educativas, propiciam ao aluno condições
de assumir uma postura crítica diante das informações que chegam até ele. (MOREIRA,
2002).
A escola pode colaborar também com a diminuição dos problemas nutricionais,
embora acabar com estes seja um desafio que depende de uma melhor distribuição de renda e
erradicação da miséria, mas mesmo com estas dificuldades, a escola pode colaborar para
melhorar o quadro existente no País, por meio da formação proporcionada aos alunos e de
uma política que garanta a qualidade da merenda. Nesse espaço onde pessoas de diferentes
realidades estabelecem uma convivência diária, em um constante processo de ensino e
aprendizagem, podem-se criar a consciência necessária à formação de hábitos mais saudáveis,
28
como a alimentação saudável e prática de atividades físicas, com repercussão no desempenho
alcançado nos estudos e na vida.
Portanto, a partir da literatura que é vasta neste sentido, podemos concluir que a escola
é um espaço privilegiado para a educação alimentar, contribuindo intensamente com a
manutenção e propagação da qualidade de vida tantos de seus alunos como de sua
comunidade.
3.1 Alimentação na escola
A escola tem papel decisivo no combate a obesidade infantil, trabalhando a questão da
boa alimentação a partir das aulas teóricas e práticas, como a hora do lanche ou merenda, a
partir de incentivos sobre alimentação saudável, devendo ser reduzido na mesma a exposição
de produtos industrializados.
Hoje, os alunos da rede pública de ensino têm a merenda escolar garantida pelo
Governo Federal, enquanto os alunos da rede privada compram seus lanches em cantinas
escolares. (CASTRO, s/d).
Em muitas escolas públicas, onde é oferecida a merenda, há também a existência de
cantinas, podendo influenciar a hora do lanche, onde muitas crianças até levam lanches
saudáveis de casa, mas chegando à cantina e vendo guloseimas atraentes, acabam aderindo
aos mesmos, tanto por desejos quanto por pressão de comer o mesmo que seus colegas, pois o
lanche é considerado um evento social, onde o prazer de lanchar é associado à competição e
comparação.
Para isso é muito importante o trabalho do educador, estimulando dentro e fora da sala
de aula, como nos recreios, sobre práticas alimentares saudáveis, para que os alunos desde
cedo, adquiram consciência crítica quanto à alimentação e incorporem hábitos alimentares
saudáveis.
O grande perigo das vendas em cantinas é o consumo demasiado de “besteiras”, como
refrigerantes, salgadinhos e doces, que além de não serem saudáveis, são excessivamente
calóricos o que contribui para o aumento de peso e desnutrição protéica.
A implantação da Lei Estadual 14423 de 02 de Junho de 2004 (PR, 2004), vem
contribuindo para controlar alguns alimentos tais como frituras, refrigerantes ou guloseimas
em cantinas, pois proíbe a comercialização de alimentos ditos não saudáveis tanto em cantinas
de escolas públicas como privadas, no Estado do Paraná. (WISNIEWSKI, 2007).
29
A pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Inês Rugani de Castro
afirma:
Acreditamos que o aluno precisa ser protegido, pelo menos nas quatro horas que ele passa na escola. Nós não queremos impor uma proibição, mas existe uma grande diferença entre o consumo eventual e a oferta diária de produtos que oferecem poucos nutrientes às crianças. A escola precisa desenvolver coerência no discurso. Não pode enfatizar nas aulas a necessidade de uma boa alimentação e não fazer nada na prática para reduzir a exposição a produtos industrializados. (CASTRO, s/d, p. 01).
A merenda escolar, que além de diária, é introduzida desde cedo na vida das crianças,
especialmente de escolas públicas, também merece atenção por parte dos pesquisadores e
educadores. Pois esta é outra forma dos alunos terem noções e acesso a uma alimentação
saudável, cultivo e preparo de alimentos, e pode favorecer a formação de bons hábitos
alimentares, pois grande parte das crianças vai cedo para a escola e passam o dia todo por lá,
fazendo a maior parte das refeições na escola e fugindo um pouco do controle dos pais, sobre
o que comem e gostam.
Cada vez mais se tem notícia de que escolas têm investido em um cardápio natural,
equilibrado, em suas cantinas e merendas, visto que o mesmo tem sido alvo de grande
preocupação dos pais e educadores. A escola poderá ser uma boa fonte de alimentação
saudável, buscando sempre não só atender ao paladar das crianças, mas principalmente,
oferecer alternativas de alimentos nutritivos, frescos, naturais e de boa qualidade, facilitando
assim a aceitação e a adaptação das crianças a esses alimentos. (FRANQUES, 2007).
Atualmente, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), popularmente
conhecido como Programa de Merenda, estabelece que o cardápio das escolas deva ser
elaborado por nutricionistas e acompanhado pelo Conselho de Alimentação Escolar, e todos
os alunos de escolas públicas tem o direito de receber ao menos uma refeição diária.
Segundo Paiva (2007):
O cardápio deverá ser programado de modo a suprir, no mínimo 15% das necessidades nutricionais diárias dos alunos de creche, pré-escola e ensino fundamental, pois para muitas famílias de baixa renda, a merenda escolar é a única refeição definida e balanceada com que a criança pode contar durante o dia”, explica a médica, que também é nutróloga. (PAIVA, 2007, p. 02).
Portanto, a alimentação escolar além de ter característica de assistência nutricional,
desde que ofereça alimentos adequados em quantidade e qualidade, para satisfazer às
necessidades nutricionais do escolar no período em que permanece na escola, também adquire
30
características de ferramenta educativa, que pode e deve ser utilizada para fins maiores de
educação, habilitando o aluno a intervir na própria realidade.
3.2 O papel do educador no processo de educação alimentar
A literatura estudada mostrou que a Educação tem papel vital para o desenvolvimento
humano.
Para que o aluno tenha acesso aos conhecimentos produzidos pela humanidade não
basta apenas ter sua matrícula na escola. É preciso garantir que todos os alunos permaneçam e
concluam os estudos com sucesso na aprendizagem.
Para isso a escola precisa repensar cada vez mais seu papel, ou seja, as pesquisas
demonstram que muitos alunos passam por ela, porém não conseguem transpor para suas
vidas o conhecimento adquirido, e ainda alguns não conseguem aprender minimamente a
leitura, escrita e as operações básicas.
Autores como Vasconcellos 2002, Tardif 2000 e Saviani 1996 afirmam que o
professor tem papel decisivo como mediador do processo ensino-aprendizagem.
Mediante isto, educadores precisam observar alguns fatores importantes neste
processo, segundo o que afirma Vasconcellos (2002):
o aluno é um ser concreto (e não o ideal dos manuais pedagógicos); há necessidade de motivação para a aprendizagem (esta não pode ser ignorada ou suposta); o conhecimento se dá na relação sujeito-objeto-realidade, com a mediação do professor (e não pela simples transmissão); o conhecimento se dá pela ação do educando sobre o objeto de estudo (e não pela ação do professor); existem diferentes estágios de desenvolvimento (o aluno não é um adulto em miniatura); o aluno traz bagagem cultural (o novo conhecimento não se dá a não ser a partir do anterior). (p. 25 e 26).
Portanto, para todo processo educativo, estes fatores são essenciais para que o ensino-
aprendizagem seja significativo, tanto para quem aprende como para quem ensina.
Neste processo de construção de conhecimento a sala de aula é um ambiente
favorável, onde o educador tem papel fundamental, de acordo com Vasconcellos (2002),
a sala de aula tem uma especificidade, qual seja o processo de conhecimento por parte dos educandos é dirigido pelo educador. Em função desta realidade, tem-se a necessidade de uma tarefa de caráter pedagógico, referente à mobilização para o conhecimento, o que quer dizer que cabe ao educador não apenas apresentar os elementos a serem conhecidos, mas despertar, como freqüentemente é necessário, e acompanhar o interesse dos educandos pelo conhecimento. A partir disso, o
31
educando deve construir propriamente o conhecimento, até chegar a elaborar e expressar uma síntese do mesmo. (p. 56).
Contudo, o educador deve ajudar a estabelecer a complementação ou a negação do
conhecimento anterior, em direção ao mais elaborado, propiciando condições para o
estabelecimento da contradição e as devidas superações, a partir de tempo, recursos,
estímulos, entre outros. (VASCONCELLOS, 2002).
Para trabalhar com a educação alimentar, existem várias formas. Para isso, o educador
deve usar sua criatividade, oportunizar um processo educativo significativo, para que os
alunos conheçam melhor cada alimento, sua função e importância em sua formação total
como ser humano. (KUREK e BUTZKE, 2006).
O educador tem uma responsabilidade grande na organização das ações e situações de
ensino-aprendizagem para que as atividades desafiadoras aconteçam de modo a permitir que a
educação alimentar seja feita de forma significativa e que contribua diretamente para uma
maior qualidade de vida, não só dos alunos envolvidos no processo, mas de toda a sua família
e comunidade escolar.
O educador ao trabalhar com a educação alimentar, proposto pelo PCN de Ciências
Naturais, fazendo parte do currículo básico ou como Tema Transversal – Saúde, entre outros
temas, precisa conhecer o conteúdo e dominar estratégias de ensino bem como de avaliação.
Estes saberes deveriam ser trabalhados em sua formação inicial, mas caso não tenha sido
oportunizado a formação continuada deve prover.
Para isso, o educador precisa se apropriar de um conhecimento inerente a sua
qualidade de educador, devendo se constituir de um saber profissional pluridimensional,
referendado por Tardif, para quem o saber docente é um saber composto de vários saberes
oriundos de fontes diferentes e produzidos em contextos institucionais e profissionais
variados, ou seja, o saber profissional dos professores é constituído não por um saber
específico, mas por vários ‘saberes’ de diferentes matizes e de diferentes origens. (TARDIF,
2000).
Saviani (1996, p. 147), ao se referir a esses saberes que configuram o trabalho do
educador – noção que para o autor ultrapassa a de professor, visto que “o ato de produzir,
direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida
histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”, constitui o trabalho educativo que é
próprio do educador, afirma que sendo o processo educativo um fenômeno complexo, os
saberes nele envolvidos também o são.
32
Percebemos que o papel do educador vai além do processo de ensino da leitura e
escrita, pois muitos outros aprendizados são tão importantes e necessários quanto o
letramento.
O professor deve trabalhar a Educação Alimentar devido à influência de seus hábitos,
atitudes e conhecimento, visto que o professor mantém um completo e contínuo contato com
as crianças e, portanto, é o profissional mais indicado a estabelecer as relações entre o campo
da saúde e as práticas educativas.
Assim, para que haja eficácia do trabalho de Educação na área da alimentação, os
aspectos nutricionais por si só não contemplam as propostas educativas. É preciso trabalhar
com a conscientização, contrapondo o papel da mídia e de outros veículos de informação, os
quais manipulam idéias e ditam comportamentos. Conscientizar promovendo o alcance dos
fatos, o reconhecimento das influências e repercussões que um ato pode desencadear. Faz-se
necessário, neste contexto social pós-moderno, uma nova pedagogia para a educação
nutricional, que vise esta conscientização. (PADOVINI, 2007).
Desta forma, entendemos que nosso principal desafio ao propor uma educação
alimentar saudável, é torná-la viável em uma sociedade no quais os papéis, os valores e o
sentido de tempo estão em constante mudança.
A partir disso, a seguir, apresentamos uma proposta de Educação Alimentar e saúde
para crianças no início do Ensino Fundamental, buscando essa maior conscientização e
criticidade, a cerca do tema.
33
4. METODOLOGIA
4.1 Tipo de estudo
Este estudo se caracteriza por ter uma pesquisa com abordagem qualitativa do tipo
descritiva, com método de observação e intervenção.
Segundo Lüdke e André (1986), a pesquisa qualitativa se caracteriza por cinco
características básicas:
Tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento; Os dados coletados são predominantemente descritivos; A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto; O “significado” que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisados; A análise de dados tenta a seguir um processo indutivo (p.11,12 e 13).
Desta forma, em nossa pesquisa foram desenvolvidas essas etapas, visto que, tivemos
contato direto com o ambiente e a situação a ser investigada, por meio da intervenção de
campo; descrição dos dados obtidos ao final de cada encontro; mantivemo-nos preocupados
com todo o processo de ensino-aprendizagem dos alunos, não apenas com os resultados
finais; cuidado com as percepções obtidas a partir do contato com os alunos, mantendo
sempre o ponto de vista dos participantes e por fim a análise de dados obtidos a partir da
intervenção.
A pesquisa qualitativa, segundo Bogdan e Biklen (1982, apud Lüdke e André, 1986):
Envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes. (p.13)
4.2 Delineamento
Etapas de pesquisa:
1ª etapa:
A primeira etapa foi à pesquisa bibliográfica que de acordo com Lakatos e Marconi
(1995, p. 43) “não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas
propicia exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões
inovadoras”.
34
2ª etapa:
Inicialmente foram realizados os procedimentos éticos com os termos de
consentimento da direção escolar, para a realização da pesquisa na escola. Em seguida
iniciamos a coleta de dados, por meio de anotações em diário de campo a partir de
observações do ambiente escolar, de conversas informais no cotidiano da escola com alunos,
funcionários, merendeiras e de um questionário estruturado junto aos alunos, visando entender
um pouco sobre seu dia a dia e sobre o que já traziam de conceitos sobre Alimentação
Saudável.
3ª etapa:
Esta etapa foi a intervenção pedagógica de 50 horas divididas em 25 encontros.
4.3 Local de pesquisa
A pesquisa foi realizada em uma escola de Ensino Fundamental Ciclo I, da rede
pública estadual de período vespertino, localizada no município de Bauru em um bairro
periférico do Estado de São Paulo.
4.4 População
Foram sujeitos desta pesquisa: os alunos do 1º Ano do Ensino Fundamental,
totalizando 31 crianças matriculadas, mas somente 29 alunos participantes constantes do
projeto e a professora da turma, com 8 anos de experiência na docência.
A turma era composta por 14 meninas e 17 meninos, variando as idades entre 06, 07 e
uma aluna com 08 anos.
Distribuição entre gênero dos alunos da turma
45%
55%
Meninas
Meninos
Figura 1 – Distribuição por gênero.
35
4.5 Instrumentos de Coleta
A coleta de dados foi realizada mediante a aplicação de três instrumentos, a saber:
1 – Questionário a partir de colagens de alimentos;
2 – Questionário semi-estruturado para os alunos, por meio de entrevistas, contendo
sete questões fechadas e uma questão aberta. (anexo 1).
3 – Aulas ministradas com diversos recursos. (Planos de Aula em anexo 2).
4.6 Procedimentos de Análise
A análise dos resultados foi realizada mediante tabulação dos questionários
apresentados inicialmente e dos trabalhos realizados com a intervenção durante todo o
processo de ensino-aprendizagem. Os dados foram apresentados de forma descritivos, alguns
resultados foram demonstrados por meio de gráficos.
36
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nossa pesquisa foi realizada a partir do projeto de intervenção, pois além de
proporcionar a coleta de dados para a compreensão do objeto em estudo, também contemplou
o atendimento de uma exigência acadêmica do curso de Pedagogia.
O projeto de intervenção, iniciou-se em Abril/2008 com término em Julho/2008,
foram encontros de duas horas diárias, em dois ou três dias da semana, totalizando 50 horas.
O referencial teórico da pesquisa foi baseado nos pressupostos de Paulo Freire, que
além de dar ênfase ao conhecimento prévio dos alunos acerca do tema, considera a Educação
muito mais do que a transmissão de conhecimentos, em que devemos buscar possibilidades
para a produção e construção do mesmo, a partir do aluno, e não da educação bancária.
Nessa educação bancária, o educando recebe passivamente os conhecimentos,
tornando-se um depósito de informações fornecidas pelo educador. Educa-se para arquivar o
que se deposita. A consciência bancária "pensa que quanto mais se dá mais se sabe". Mas a
experiência mostra que neste sistema só se formam indivíduos medíocres, por não haver
estímulo para a criação. (FREIRE, 2001).
A preocupação não foi a de propiciar uma transferência de conhecimentos sobre
valores nutritivos ou técnicas que levassem os alunos a mera repetição, mas sim buscamos
levar aos alunos informações importantes, para que o próprio educando sentisse desejo de
mudar sua alimentação, para melhorá-la, sempre propiciando a conscientização e estimulando
a motivação para a adoção destas práticas saudáveis, variadas e prazerosas.
A primeira atividade foi para diagnosticar o que os alunos tinham de conhecimento
prévio sobre o assunto Alimentação Saudável, a partir de recortes de jornais de panfletos de
supermercados, pedimos que os alunos colassem exemplos de alimentos necessários para uma
alimentação saudável, para que pudessem crescer saudáveis e conseguir desenvolver as
atividades do dia-a-dia. Esta atividade foi medida apenas no sentido de favorecer o material
(foi garantida quantidade suficiente dos materiais considerados apropriados e não
apropriados), o espaço e as instruções adequadas para a realização da atividade, no entanto, a
escolha das figuras foi exclusividade dos alunos.
Sobre o conhecimento prévio dos alunos Freire (2000) nos fala da importância de
provocar reflexões críticas inclusive sobre a própria pergunta, em lugar da passividade, em
face das monótonas explicações discursivas do professor.
Ensinar, portanto, exige permitir e incentivar a pergunta, evitando-se expressões de
descaso diante dela, por mais ingênua que seja. Ela constitui-se como uma autêntica revelação
37
do estágio de conhecimento do aluno acerca do assunto e deverá ser aproveitada pelo
professor para o crescimento dos educandos. Enfatiza ainda que a construção ou a produção
do conhecimento do objeto implica o exercício da curiosidade, sua capacidade crítica "de
tomar distância" do objeto, de observá-lo, de determiná-lo, de cindi-lo, de "cercar" o objeto ou
fazer sua aproximação metódica, sua capacidade de comparar, de perguntar. (FREIRE, 2000).
O Quadro 1 apresenta a relação dos alimentos escolhidos e a freqüência absoluta que
apareceram.
Quadro 1. Freqüência das respostas dos alunos na atividade desenvolvida.
ALIMENTOS INDICADOS FREQUÊNCIA Legumes 27 Massas 26 Congelados 21 Frutas 20 Lingüiça 17 Frios (queijo, presunto, mortadela) 17 Refrigerantes 16 Doces 13 Peixe 12 Carne Bovina 11 Frango 11 Salsicha 9 Feijão 7 Verduras 7 Arroz 6 Molho de Tomate 6 Enlatados (milho, ervilha e sardinha) 5 Suco Natural 5 Pão 4 Iogurte 4 Açúcar 2 Leite 2 Café 2 Margarina 1 Óleo 1 Farofa 1 Alho 1 Gatorade 1 Maionese 1 Azeitona 1
n: 26
A partir dessa atividade diagnóstica, observamos a princípio o desconhecimento dos
alunos com relação aos prejuízos que alimentos como refrigerantes, alimentos congelados
(prontos) e industrializados podem nos causar.
38
Os alunos demonstraram também não dar muita importância ao consumo de suco
natural, arroz, feijão, entre outros alimentos considerados saudáveis.
No primeiro encontro ainda, ao término da primeira atividade, realizamos um teatro de
fantoches, com os personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo, devido à confiança que as
crianças depositam em personagens infantis, aproveitando para dar dicas sobre uma
alimentação saudável e adequada, inspirada nas Cartilhas Emília e a Turma do Sítio Crianças
Saudáveis, Educação Dez. (BRASIL, FOME ZERO, 2001).
O material utilizado está disponível em todas as escolas públicas, é um Kit composto
por uma série de cartilhas, com temas variados, com linguagem acessível às crianças, que
promove a difusão de novos conceitos e procedimentos em relação a hábitos alimentares,
enquanto promotores de saúde. O material também dá subsídios ao professor, por meio do
caderno de orientações, com o conteúdo técnico mais aprofundado para orientação e auxílio
na utilização em sala de aula.
Com o teatro, abordamos como fazer uma alimentação saudável, o que devemos
comer e o que devemos evitar. Outro tema trabalhado foi a horta que existe no sítio, a
personagem Dona Benta falou sobre a importância das verduras, legumes e frutas, em nossa
alimentação. Os alunos imediatamente falaram sobre o Projeto Horta que realizariam com a
professora da turma é um projeto interdisciplinar do Plano de Ensino da professora.
Percebemos grande envolvido dos alunos na realização da atividade por meio do
teatro. Em seguida, solicitamos que os alunos fizessem um desenho sobre o que os
personagens do Sítio tinham ensinado sobre uma alimentação saudável.
A maioria dos desenhos retratou o ambiente da horta, com legumes, verduras, árvores
frutíferas, a Emília passeando pela horta, ou seja, um espaço com plantações.
Durante a atividade, nos chamou a atenção o fato deles conversarem entre si sobre
alimentação saudável, pudemos observar uma maior preocupação, posterior ao teatro, do que
antes, a partir das colagens de alimentos, que primeiramente fizemos para analisar o grau de
conhecimento sobre o assunto, ou seja, depois da conversa eles se atentaram mais,
principalmente, com as dicas da Emilia e do Saci Pererê, personagens de que gostam e
confiam, ou seja, fazem parte de seu universo infantil.
Observamos que eles se sentiam a vontade para contar aos colegas e para todos o que
tinham comido no dia anterior, enfim, traziam do seu dia-a-dia situações que vivenciaram
sobre alimentação, sempre ressaltando “as coisas boas”, como legumes, verduras, suco, enfim,
coisas naturais.
39
Após então esta primeira fase de levantamento dos dados, nos programamos e demos
continuidade ao projeto de intervenção, com o projeto de educação alimentar, visando
trabalhar com elemento conceitual de alimentação, a partir de um processo de ensino
aprendizagem agradável, utilizando diversos métodos no qual as crianças gostaram e
participaram muito.
Avaliamos também os alunos por meio de um questionário com algumas questões,
buscando saber um pouco mais do cotidiano de cada um, tal como, com quem ficam antes de
vir à escola, se os pais trabalhavam o que costumavam tomar no café da manhã, enfim,
questões que pudéssemos entender como que os alunos fazem sua alimentação em casa e o
que gostam ou não de comer.
O resultado da análise mostrou que 12 alunos moram com pai (ou padrasto), mãe (ou
madrasta) e irmãos. Outro tanto, 9 alunos moram numa mesma casa com pai (ou padrasto),
mãe (ou madrasta), irmãos, tios, primos e avós e 3 alunos moram apenas com avós e tios,
conforme ilustrado na Figura 2.
Perfil dos alunos (com quem viviam).
pai e mãe
pai, mãe e outrosparentes
com outrosparentes
Figura 2 – Freqüência de reposta sobre com quem os alunos moravam.
n: 24 alunos.
Dos 24 alunos entrevistados apenas 2 alunos disseram que ninguém da família trabalha
os demais, disseram que pelo menos algum membro da família trabalha.
Sobre com quem ficam no período da manhã, 7 alunos ficam com irmãos, 2 com
babás, 7 com avós, 6 com as mães, 1 aluno com o tio e 1 na escola (Casa do Garoto).
40
7
2
7 6
1 10
2
4
6
8
10
irmãos babás avós/avôs mães tios escola
Com quem os alunos ficavam
Figura 3 – Freqüência de respostas sobre com quem os alunos ficam quando no período contrário a escola.
n: 24 alunos.
Ao serem questionados sobre o que costumam fazer quando acordam e do que
brincam no período da manhã, a maioria dos alunos (18) disseram que tomavam café, 6
disseram não comer nada pela manhã, tal número é preocupante, pois o café da manhã
constitui-se em uma das refeições mais importantes.
Foi solicitado que os alunos respondessem qual era a dinâmica de suas manhãs. Do
total, 21 crianças afirmaram que assistem desenhos e depois brincam de várias coisas, como
escolinha (2), bicicleta (2), pega-pega (5), pular corda (5), esconde-esconde (3), carrinho (2),
casinha (1), boneca (3) e futebol (3).
Figura 4 – Freqüência das brincadeiras das crianças no período da manhã.
n: 24 alunos
Como apontado na literatura, assistir TV é ainda é atividade preferida da maioria dos
alunos. (ALMEIDA, et al, 2002).
41
O número de crianças que dispõem de vídeo game e computador, em suas casas nesta
comunidade escolar foi igual ao número que não tem, além destes quatro alunos responderam
que tinham, mas estavam quebrados. Curiosamente 9 dos 10 alunos que afirmaram que têm o
computador, também comentaram que não o utilizam com freqüência, provavelmente por ser
um para o uso de toda a família. Especificamente sobre o aparelho de DVD, 21 alunos
afirmaram que têm e gostam muito de assistir filmes. Ademais, três alunos disseram ter
computador de brinquedo (lap top).
Como vimos, o uso de tecnologias no cotidiano dos alunos é uma realidade. Tais
recursos devem ser incorporados como ferramenta didática para os professores, pois negá-los
é ignorar sua influência na formação dos alunos.
Em um dos encontros da intervenção conversamos sobre quais tinham sido os
alimentos ingeridos no café da manhã pelos alunos. Observamos que a maioria tinha tomado
leite ou com café ou com achocolatado e comido pão (18 alunos), 4 alunos beberam café
puro, alguns disseram comer bolachas (5), fruta (1 voto) e cereais (2 votos) e um aluno
confirmou o perguntado acima, dizendo que não toma café da manhã nenhum dia.
Podemos verificar a partir da pesquisa com os alunos, como é reduzida a ingestão de
frutas na dieta dos mesmos, apenas um aluno confirmou ter comido fruta. Confirmando nossa
constatação, o Jornal da Cidade de Bauru, em uma matéria argumentando como os brasileiros
comem pouca fruta, divulgou uma pesquisa do IBGE sobre o consumo de frutas per capita no
país, sendo de 24 quilos por ano e o ideal seria 85 quilos. Percebemos com isso, como as
crianças não têm o hábito de comer esse alimento, não formando gosto para saborear uma
fruta. Assim, se tornam jovens que não ligam muito para tal prática saudável.
De acordo com a nutricionista especialista Rita Cristina Chaim, apenas os bebês
aceitam todos os tipos de fruta e mesmo assim, por volta dos 2 anos, quando começa a ficar
com o paladar seletivo, se a criança rejeita uma fruta, os pais não voltam a oferecer, visto que,
é justamente nessa fase seletiva, que a criança deve ser apresentada a vários tipos de frutas,
para que não perpetue a monotonia da infância, de só comer maçã, banana e pêra, fazendo
com que a criança não descubra outros sabores, conclui a especialista. (CHAIM, 2008).
Concernente aos alimentos que os alunos comeram e beberam no almoço, a Quadro 2
apresenta o resultado em freqüência absoluta.
42
Quadro 2. Freqüência da resposta dos alimentos e bebidas do almoço
Alimentos indicados Freqüência de resposta dos alunos Arroz 21 Feijão 18 Carne (boi ou franco) 15 Legumes 10 Macarrão 5 Salsicha 4 Verduras 3 Lingüiça 2 Sopa 2 Quibe 1 Ovo 1
Bebidas indicadas Freqüência de resposta dos alunos Não bebem nada na hora da refeição 11 Suco (nem sempre natural) 5 Água 4 Refrigerante 4
n: 24 alunos
Analisando a alimentação dos mesmos, a partir da pirâmide alimentar proposta por
Philippi (2000), podemos destacar que a maioria dos alunos tem incluso em sua alimentação
alguns nutrientes:
� Alimentos ricos em carboidratos, pois a maioria dos alunos citaram comer arroz ou
macarrão, devendo ter a dieta 6 porções, pois esses alimentos são ricos em energia
importantes para nossas atividades diárias.
� Alimentos ricos em vitaminas, fibras e sais minerais: esses alimentos, devido à
quantidade de alunos presentes no dia, foi citado em pouca quantidade, visto o
beneficio que os mesmos nos proporcionam. Alguns alunos citaram legumes, dois
alunos citaram a sopa e poucos citaram verduras. A pirâmide recomenda 1 porção de
leguminosas, 4 porções de hortaliças e 4 porções de frutas, sendo esta nem foi citada
pelos alunos após as refeições, como sobremesa ou mesmo através de sucos, onde uma
minoria disse se apropriar deste recurso tão saudável e importante para nossa saúde,
inclusive alguns dentre estes 5 alunos que disseram beber suco, nem todos são sucos
naturais, próprios da fruta, algumas vezes sendo produtos artificiais como sucos de
caixinhas, sendo que estes em sua maioria contêm conservantes e corantes, produtos
estes, prejudiciais a nossa saúde.
� O consumo de proteínas é apresentado em grande quantidade, na refeição de quase
todos os alunos, dentre elas estão o feijão, as carnes e seus derivados de modo geral e
também o ovo. Para estes nutrientes, são recomendados quantidades de 2 porções,
43
sempre atentando para o cuidado com o consumo de carnes gordurosas e vermelhas,
pois estas prejudicam o bom andamento de nosso organismo.
A pirâmide alimentar segundo Philippi (2000), nos dá dicas de como fazer uma
alimentação saudável, ressaltando que as recomendações diárias de alimentação são feitas
para atender todos os indivíduos, variando conforme idade, sexo e atividade física, pois as
necessidades de energia são diferentes para cada pessoa.
Alguns alimentos não citados pelos alunos, também apresentam indicações de porções
pela pirâmide alimentar:
Leite e produtos lácteos: 3 porções.
Óleos e gorduras: 1 porção.
Açúcares e Doces: 2 porções.
Estes alimentos citados, exceto o leite e os produtos lácteos, devem ser usados com
moderação, pois além de calóricos podem levar à obesidade, doenças cardiovasculares,
diabetes entre outras enfermidades.
Sobre a quantidade de líquidos necessários ao bom funcionamento de nosso
organismo, utilizados a nova pirâmide alimentar, que enfoca a água como nutriente
imprescindível à nossa alimentação.
Podemos constatar que os alunos disseram ter hábitos não saudáveis como consumir
refrigerante durante a alimentação, sendo esta bebida prejudicial, visto que em sua
composição estão concentrados conservantes, cafeína, corantes, acidulantes, grandes
quantidades de açúcar e adoçantes artificiais nos refrigerantes light, diet e zero, ou seja, uma
composição extremamente artificial e maléfica ao nosso organismo.
De acordo com a Revista de Pediatria Moderna (2002), os grandes perigos com o
consumo freqüente, são as possibilidades de aparecimento de:
� Cáries;
� Aumento de peso (podendo chegar a obesidade);
� Flatulência (gases);
� Agravamento de quadros de gastrite;
� Diabetes;
� Níveis elevados de triglicérides sanguíneos;
� Osteoporose.
Um estudo publicado em 2007 no American Journal of Public Health, com 91.249
mulheres seguidas por 8 anos, mostrou que aquelas que consumiam um ou mais copos de
44
refrigerante com açúcar por dia tinham duas vezes mais chance de desenvolver diabetes do
que aquelas que consumiam menos de um copo por mês. O consumo de refrigerante com
açúcar também esteve ligado à diminuição do consumo de leite, cálcio, frutas e fibras, ao
aumento do consumo de calorias e ao ganho de peso. Ao que parece, as pessoas não fazem a
compensação das calorias do refrigerante diminuindo as calorias da refeição. Assim, levanta-
se a possibilidade de os refrigerantes poderem aumentar a fome, diminuir a saciedade, ou
simplesmente calibrar o organismo para um gosto doce muito acentuado. (ABDO, 2008).
Outro aspecto importante em nosso estudo foi constatar que mais da metade dos
alunos não faz nenhuma atividade física regularmente, sete alunos já fizeram alguma
atividade física como (ballet, dança, ginástica, futebol e natação) e dez participam com
regularidade, ou seja, pelo menos uma vez por semana.
Figura 5 – Resposta dos alunos sobre participação em atividade física.
n: 24 alunos.
A partir desses dados, pudemos constatar que apenas 35% dos alunos entrevistados
fazem atividades físicas regularmente, os demais já fizeram e grande parte dos alunos não faz
regularmente, entretanto para que os benefícios da atividade física tenham reflexos em um
estilo de vida saudável, é fundamental que esta seja praticada de forma regular e consistente,
pois os benefícios são temporários. (BRACCO et al, 2003 apud BERGAMASCO et al, 2008).
Destacamos também a importância das atividades físicas na infância como forma de
prevenção de doenças crônicas na fase adulta, sendo que a ocorrência de muitas dessas
doenças crônicas não transmissíveis no adulto pode ter início na infância, sendo assim, é
fundamental estimular precocemente a atividade física nessa faixa etária, para a promoção da
saúde e prevenção dessas doenças. Além disso, estudos apontam que crianças e adolescentes
que se mantêm fisicamente ativos, apresentam probabilidade menor de se tornarem adultos
45
sedentários, obtendo então melhor qualidade de vida, visto que mudar hábitos e atitudes já
estabelecidos na fase adulta representa tarefa complexa e muitas vezes resultados
insatisfatórios. (BRACCO et al, 2003 apud BERGAMASCO et al, 2008).
Verificamos o quanto é importante a prática de atividades físicas e como ela deve ser
iniciada na vida de qualquer pessoa o mais breve possível, principalmente na infância, devido
aos inúmeros benefícios que esta, aliada à boa alimentação, promove.
A idade escolar é o melhor período para o desenvolvimento da aptidão física e para adoção de um estilo de vida mais ativo que pode ser mantido na vida futura, além de melhorar o desempenho acadêmico. A participação da criança em atividades desportivas tem grande importância para promover crescimento e desenvolvimento saudáveis no processo de socialização, e como oportunidades de lazer e desenvolvimento de aptidões, além de melhorar a auto-estima e confiança, enquanto que a inadequação dessa prática pode levar ao estresse e distúrbios alimentares e psicológicos. (BRACCO et al, 2003 apud BERGAMASCO et al, 2008, p. 03).
Os alunos foram questionados se costumam ir a lanchonetes, pizzarias com freqüência,
o que mais gostam de comer, beber e o que não gostam. Percebemos nas respostas a
consciência da questão econômica, alguns dos alunos disseram que não saem sempre, por
falta de dinheiro, sete alunos disseram que saem às vezes para comer, seis não saem, onze
disseram que saem raramente.
Relativo aos alimentos preferidos nas refeições a Figura 06 mostra a opção dos alunos
participantes.
Figura 6 – Freqüência das respostas dos alunos sobre os alimentos preferidos.
n: 24 alunos.
46
Os alunos também apresentaram a preferência em relação à bebida, conforme
apresentado na Figura 6:
Figura 7 – Bebida Preferida.
n: 24 alunos.
Cada participante respondeu o alimento que não gostava. O quadro 03 ilustra os
alimentos indicados, bem como a freqüência que eles apareceram entre os participantes.
Quadro 3 – Freqüência de alimentos que os alunos não gostavam.
ALIMENTOS INDICADOS FREQUÊNCIA
Legumes (cenoura, alface, cebola,
tomate, repolho, rabanete, chuchu,
pimentão, cheiro verde, beterraba, jiló
e azeitona).
17
Carnes (peixe, fígado, carne de porco,
lingüiça e dobradinha).
10
Frutas (abacate, laranja, caqui, abacaxi
e salada de frutas).
6
Polenta, queijo branco, feijão,
macarrão e arroz doce.
1
n: 24 alunos.
47
Portanto, estas questões nos auxiliaram a ter uma visão geral da sala na qual iríamos
iniciar o projeto, para que soubéssemos o conhecimento prévio de cada aluno, a respeito de
vários assuntos abordados através da pesquisa direta, com os questionários.
A partir de então iniciamos o projeto trabalhando com a Origem dos Alimentos, pois
hoje a alimentação é baseada em alimentos industrializados e não sabemos a composição e
procedência de cada um, portanto, é importante que os alunos saibam a origem dos alimentos,
podendo ter a opção de buscar variedade e qualidade entre os mesmos.
Nesta aula, trabalhamos com atividades de ligar o alimento à sua origem, sendo eles de
origem animal, vegetal e mineral, para que os alunos compreendessem que precisamos dos
diversos tipos de alimentos para nos desenvolvermos bem, de forma saudável. Outros
exercícios também foram desenvolvidos para que eles fizessem desenhos, exemplificando
alimentação saudável.
Os desenhos em sua maioria eram de legumes, frutas e verduras, alguns desenharam
água, carne, enfim, alimentos que constavam no exercício anterior.
Segue exemplos dos desenhos de alimentação saudável dos alunos:
Aluno K.Z. (06 anos) - desenhou cenoura, 3 vezes água, arroz, bife, vaca
representando mais uma vez carne.
Figura 8 – Desenho do aluno K.Z., representando alimentação saudável.
Aluna Y.O. (06 anos) desenhou maçã, chuchu, batata, cenoura, repolho e uva.
Figura 9 – Desenho da aluna Y.O, representando alimentação saudável.
48
Percebemos que os alunos, com base no próprio exercício desenharam os exemplos do
que estava pedindo no exercício anterior, onde pedia para eles circularem os alimentos
saudáveis que precisamos para viver bem, eram eles: sanduíche tipo hambúrguer, salgadinho
tipo cheetos, algumas frutas, água mineral, um prato com arroz, feijão, legumes, carne e
refrigerantes.
A maioria das crianças circulara os alimentos saudáveis, como as frutas, o prato
saudável e a água, representando 64% da sala, enquanto os que assinalaram sanduíches,
salgadinho e refrigerante, 36 %, uma observação que fizemos é que todos os alunos
circularam a água mineral como alimento saudável e que precisamos para viver bem.
Outro fato que nos chamou muito a atenção, é que um dos alunos, ao realizarem esta
atividade, circulou o prato saudável e a água mineral, deixando os demais alimentos sem
marcação, mas o interessante é que ele fez um desenho de uma criança pulando cordas e
brincando feliz, quando perguntei a ele porque ele havia desenhado, ele me respondeu que
quando comemos coisas boas, ficamos com bastante força para brincar e pular corda, e o
menino do desenho estava flutuando, pois tinha acabado de comer aquele prato de comida (V.
H. 07 anos).
Figura 10 – Alimentos saudáveis que precisamos para viver bem.
Em outro momento, trabalhamos com jogo da memória, utilizando a origem dos
alimentos como tema, nesta atividade eles deveriam achar os pares não idênticos e sim de
acordo com sua origem. O objetivo do jogo não era como o jogo de memória comum que
segundo Garon, (1998), classificam-se em Jogos de Regras Simples e iniciam-se, muito
progressivamente entre os quatro e os sete anos de idade. O objetivo do jogo da memória é
colocar em ordem as imagens iguais, formando pares. Ganha aquele que tiver o maior número
de pares combinados no final do jogo, pode ser jogado em duplas ou em quantos participantes
49
desejarem, portanto o nosso jogo da memória é um pouco diferente desse, pois o objetivo não
foi a classificação dos melhores, e sim a interação da equipe no jogo, onde os alunos deveriam
identificar o alimento à sua origem, em espírito de cooperação, pois quando conseguiam achar
os pares e acabavam os mesmos, começavam novamente o jogo, houve ajuda de um aluno
para com o outro.
Figura 11 – Alunos produzindo o jogo da memória
Figura 12 – Jogo da Memória da Origem dos Alimentos
Dando continuidade ao projeto trabalhamos com os alunos a Nova Pirâmide
Alimentar, para que os alunos saibam a importância de cada grupo alimentar e suas funções
para o organismo.
A idéia de adotar a Pirâmide Alimentar para ensinar às crianças as opções nutritivas é
proposta pela nutricionista Sônia Philippi, da Universidade de São Paulo. A pesquisadora
propõe alternativas lúdicas para a construção de uma alimentação saudável com
características que agradam as crianças. “Parece uma receita simples. E é. Tudo pode tudo é
permitido, desde que observadas as quantidades e utilizado o bom senso” (PHILIPPI, 2000).
Nossa preocupação não foi com as nomenclaturas, visto que a pirâmide se divide em
grupos, mas sim para que os alunos se conscientizassem da importância de cada um em nossa
50
alimentação diária. Para isso fomos estudando cada grupo por vez, separadamente, onde
fazíamos atividades referentes ao grupo estudado.
Torna-se mister orientar e educar as crianças para o consumo de alimentos saudáveis, sem excessos de alguns grupos alimentares em detrimento de outros, sendo a variabilidade da dieta necessária à saúde. “[...] o ato de conhecer é tão vital como comer ou dormir, e eu não posso comer ou dormir por alguém [...] assim, a busca do conhecimento não é preparação para nada, e sim vida, aqui e agora”. (FREIRE, 1989, p. 15, apud KUREK e BUTZKE, 2006, p. 141).
Para introdução da pirâmide alimentar, usamos a nova pirâmide, em que há bastante
ênfase para as práticas esportivas, como caminhar, correr, andar de bicicleta, nadar, jogar
vooley, futebol e tênis, todos aliados a uma alimentação balanceada. (Fonte: Departamento da
Agricultura, dos E.U. A 2005. (Mypiramid)).
Figura 13 – Pirâmide Alimentar da Saúde
Para a primeira atividade de noção sobre a pirâmide alimentar, propusemos uma
atividade na qual os alunos deveriam avaliar o grupo da pirâmide alimentar a partir da
proporção que há nela, para avaliarmos a quantidade que devemos comer.
Por exemplo, os óleos e gorduras, na pirâmide podemos observar que a proporção é a
menor, demonstrada pela parte amarela, em vista aos outros alimentos, ou seja, devemos nos
atentar para as quantidades, mas eles são tão importantes como todos os demais grupos da
pirâmide.
A atividade era baseada num semáforo, onde eles deveriam colocar se o alimento de
certo grupo deve ser consumido a vontade (sinal verde), com moderação e cuidado (sinal
amarelo) ou bem pouco, no caso dos óleos, gorduras, doces e açúcar (sinal vermelho), e assim
fizeram.
Com esta atividade, tivemos um grau maior de dificuldade, pois eles ainda não tinham
estudado sobre os grupos de alimentos, então fizemos juntos, perguntávamos se o alimento
51
deveria ser consumido a vontade, com moderação ou bem pouco, explicando a importância de
cada um para nosso organismo, e assim com todos os grupos da atividade proposta.
Ao final, pudemos observar que eles se atentavam bastante para a pirâmide que
sempre ficava exposta, em todas as aulas, para que eles fossem observando as quantidades
necessárias de cada tipo de alimento, a partir da mesma.
Figura 14 – Atividade da pirâmide alimentar – todos os grupos alimentares
Num outro encontro começamos a trabalhar individualmente os grupos dos alimentos,
o primeiro a ser trabalhado foram os Carboidratos, enfatizando que são de grande importância
para o nosso organismo, visto que são responsáveis pela energia utilizada para o bom
funcionamento do mesmo de quase todos os seres vivos, mas atentando também para o seu
consumo em excesso, pois contribui facilmente para o ganho de peso.
Madeira, et al (2002), diz que os carboidratos são:
principal fonte de energia para a maior parte da população mundial, são encontrados em batatas, massas, açúcares, cereais e derivados. Entre as substâncias alimentares energéticas, os carboidratos são utilizados mais prontamente na célula do que as proteínas e gorduras. (p. 50).
Mostramos exemplos de carboidratos a partir da pirâmide alimentar, e em seguida
realizamos atividades de percepção, em que eles deveriam identificar quais dos alimentos na
atividade, eram ricos em carboidratos, além de uma cruzadinha com carboidratos, ajudando
no processo de alfabetização, visto que ainda estavam no início do processo.
Dando continuidade ao projeto, trabalhamos então o grupo dos lipídios, que são os
óleos e gorduras, a partir de alguns alimentos que contém grandes quantidades destes.
A importância dos mesmos é relatada por Madeira, et al (2002):
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as gorduras, cujo valor energético é duas vezes maior que o dos carboidratos e proteínas, servem como solvente de certas vitaminas (A, D, E e K) insolúveis em água e são encontradas no óleo vegetal, manteiga, margarina, banha, toucinho. Constituem reservas mais permanentes, acumuladas, às vezes, em enormes quantidades nas células do tecido adiposo, distribuído por várias partes do corpo. (p. 51).
Muitos dos alunos ao realizarem a atividade, dentre as quais, geravam muitas
discussões, muitos deles não sabiam que o chocolate tinha gordura, apenas alimentos como
frituras, o próprio óleo, utilizado para o preparo de comidas, enfim, muitos ficaram surpresos.
Uma das atividades foi sobre a gordura transgênica, tão atual e discutida hoje cujos
malefícios são inúmeros. Falamos para eles sobre os perigos desse tipo de gordura em nossa
alimentação, dando exemplos de alimentos de uso diário, muitas vezes, como salgadinho tipo
cheetos, chocolates, algumas margarinas, bolos, enfim, alimentos industrializados.
A gordura transgênica:
Gordura trans é a transformação do óleo vegetal em gordura sólida. Também conhecida como óleo hidrogenado, a gordura trans é encontrada principalmente em alimentos industrializados, pois serve para dar crocância e consistência aos alimentos. No organismo, ela traz prejuízos a saúde: obesidade, aumento do colesterol ruim e diminuição do colesterol bom, dificuldade na passagem do sangue pelas artérias, diabetes, facilidade de contrair inflamações, câncer de mama e outros. A gordura trans está presente em alimentos como a manteiga, batatas fritas, sorvetes, biscoitos, bolos, bolachas recheadas e outros empacotados. (Saúde – Brasil Escola, s/d, p. 01).
Falando do perigo inclusive do excesso de frituras em nossa alimentação, um dos
alunos, cujo pai trabalha em São Paulo vendendo batata-frita, assegurou que a batata de seu
pai era muito saudável, pois “não tinha gordura”, e conversando com este aluno, questionei
como o pai fazia então, e ele me falou que ela era frita, mas não encharcada e, portanto, não
fazia mal a nossa saúde.
Conversamos então com a sala que a batata em si é muito saudável, mas devido à
grande quantidade de gordura que ela retém ao ser frita, acaba perdendo a quantidade de
vitaminas que este legume tão saboroso contém, e ao final da discussão todos concordaram
inclusive o aluno cujo pai faz isso, que podemos comer sim, mas sempre com moderação, não
nos abstendo apenas na batata frita, mas como em todos os alimentos da atividade proposta.
O assunto também foi importante para a discussão sobre a obesidade, visto que
alimentos ricos em lipídios contribuem para que o cidadão engorde, pois são altamente
calóricos.
Para trabalharmos com as vitaminas, fibras e sais minerais, foi necessário um tempo
maior, pois além de termos elaborados duas atividades, o tema em questão é muito
53
importante, pois as crianças normalmente rejeitam esse tipo de alimento nessa faixa etária,
dos 06 aos 08 anos. Muitas crianças nessa fase não gostam de frutas, legumes e verduras,
visto que não acham gostosas nem atrativas, muitas inclusive, nem experimentam. Portanto, é
importante que elas saibam a importância desses nutrientes para nosso organismo e venham a
experimentar os mesmos, incluindo quantidades significativas em sua alimentação.
Conversamos bastante sobre a função desse tipo de alimento em nosso organismo e
sobre a proporção na pirâmide alimentar, visto que, está dividida em duas partes, entre as
frutas e as hortaliças (verduras, legumes) totalizando a maior parte da pirâmide, ou seja,
aquela que podemos comer a vontade, sem restrição alguma.
Marcondes (1991) relata em sua obra, que as vitaminas constituem componentes
essenciais para o crescimento, sendo estimulantes da zona de ossificação (vitamina A),
favorecendo a absorção intestinal do cálcio e do fósforo (vitamina D), e mantendo a
substância intercelular do tecido conectivo dos ossos e dos dentes (vitamina C).
Muitas crianças disseram gostar de frutas, legumes, enfim, mas na hora da merenda
como pudemos observar, deixava a salada de lado, principalmente de legumes cozidos, como
a cenoura e beterraba.
Uma das alunas em um dia da semana, cujo cardápio da merenda, era arroz, feijão,
frango e salada de beterraba cozida, querendo demonstrar aos amigos o quanto é importante
comer salada, mesmo sem gostar, comeu toda a beterraba do prato e ainda repetiu, dizendo
várias vezes que estava comendo por ser saudável. Percebemos que os alunos a partir do
projeto demonstraram-se mais preocupados com a alimentação saudável, buscando incluir
alimentos que antes “não gostavam”.
Para trabalharmos sobre as vitaminas, utilizamos a história da Cartilha da Fome Zero,
a qual a sapeca Emilia entra no organismo para saber as funções de cada vitamina, e contamos
assim para os alunos a função de cada uma e sua importância para o organismo.
Com este assunto elaboramos duas atividades, uma de matemática, em que os alunos
deveriam identificar os legumes e as frutas, e depois fazer a soma, e a de português que
incentivava a escrita.
Tivemos algumas dificuldades na realização desta atividade, visto que muitas crianças
não conheciam algumas frutas e legumes então não sabiam classificá-los, mas com a
intervenção todos realizaram a atividade, na hora da contagem não tiveram grandes
problemas.
A segunda atividade de escrita dos nomes das frutas foi mais fácil, pois além do
desenho, havia algumas letras que ajudavam na hora de escrever a fruta.
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O outro tema trabalhado foi o grupo das proteínas, a proposta foi que os alunos
identificassem os alimentos ricos em proteínas num caça palavras e dessem exemplos de
alimentos ricos em proteínas.
Segundo Madeira, et al (2002), as proteínas:
enquanto elementos energéticos, são fundamentais na promoção do crescimento da criança e do adolescente sendo encontradas em carnes (boi, ave, peixe), ovos, leite e derivados. Apesar de serem substâncias energéticas, são, também, especialmente importantes na construção de nossas células, como substâncias plásticas. (p. 50).
As atividades foram realizadas com desenvoltura e os alunos demonstraram grande
interesse principalmente pelo caça-palavras, pois é um recurso não muito utilizado em
atividades de sala.
Rossi (2008) descreve o caça-palavras:
O jogo de caça-palavras, ou sopa de letras, é um passatempo que consiste de letras arranjadas aparentemente aleatórias em uma grade quadrada ou retangular. O objetivo do jogo é encontrar e circundar as palavras escondidas na grade tão rapidamente quanto possível. As palavras podem estar escondidas verticalmente, horizontalmente ou diagonalmente dentro da grade. É uma ferramenta importante para o trabalho com as crianças, o benefício é que as mentes jovens podem aprender palavras novas e a soletrá-las através da busca intensa procurando-as letra por letra no passatempo. (p.01).
Nesta aula, observamos a participação da sala, pois a maioria gosta de carne, seja de
boi, de porco, peixe, frango, enfim, algum tipo sempre comem. Aproveitamos o tema para
falar do cuidado que devemos ter com carnes gordas, pois contribui para o aumento do
colesterol, da obesidade, enfim, carne em excesso demora em fazer digestão e deve ser
ingerida com bastante cuidado. Falamos sobre o perigo também de sua falta na alimentação
sobretudo infantil, devido à grande quantidade de ferro, sendo grande protetora contra
anemias, por falta de ferro, portanto, alertamos para o perigo tanto da falta quanto do excesso,
assim, como a maioria dos alimentos.
Após o trabalho com todos os grupos da pirâmide alimentar, abordamos a função dos
alimentos, pois cada grupo é responsável por algo em nosso organismo. São três as funções
principais dos alimentos em nosso corpo: produzir energia, fornecer matéria prima para a
construção de nossas próprias células e regular funções e reações químicas que nelas ocorrem.
(MADEIRA et al, 2002).
Para falar deste tema, numa linguagem acessível às crianças, utilizamos um vídeo
explicativo e depois fizemos uma atividade a partir de recortes e desenhos para que eles
entendessem o que cada um faz em nosso corpo, e não nos preocupamos que os alunos
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decorassem a nomenclatura da função dos mesmos, que são Energéticos, Construtores e
Reguladores. Portanto, os alunos precisam entender que não podemos deixar de comer alguns
tipos de alimentos, pois ficaremos deficientes de certas proteções.
Para a explicação fizemos uma pirâmide alimentar em cartolina e fizemos desenhos
representativos, no qual o grupo Carboidratos e Lipídios – Energéticos (representados pelo
Sol). Proteínas – Construtores (representado pela casa). Frutas, Legumes e Vegetais
(representados pela árvore frutífera).
Figura 15 – Representação dos alunos de como usar a pirâmide alimentar.
Depois da explicação a partir desta pirâmide, conversamos sobre a importância de
cada alimento e sua função no organismo, e depois produzimos juntos o cartaz com exemplos
de alimentos. O cartaz foi construído pelos alunos mediante o exemplo da pirâmide alimentar
feita por eles também.
Figura 16 – Funções dos alimentos
Nosso objetivo foi o entendimento das crianças sobre a necessidade de haver a
inserção dos vários grupos de alimentos na alimentação das mesmas, sabemos que o termo
utilizado não seria apropriado devido à dificuldade de se assimilar, fazendo aquela tradicional
e considerado decoreba sem aprendizagem, portanto, falávamos sim aos alunos os nomes
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representados pelos símbolos, mesmo porque não poderíamos omitir a nomenclatura, nem tão
pouco falar errado, e eles entenderam a importância de cada um deles.
Fizemos uma atividade em outro momento, para maior fixação da aprendizagem por
meio de uma brincadeira, tipo morto-vivo, em que dávamos os comandos trabalhando assim
com as funções dos alimentos que são fortalecer o organismo, crescer, regular e prevenir
doenças. Os gestos eram energéticos: força e energia, eles deveriam mostrar a musculatura,
representando força; construtores: deveriam estender os braços acima da cabeça
representando crescimento e reguladores representando um espirro em sinal de uma possível
gripe, visto que os reguladores são preventivos de doenças.
A princípio, pensamos que a atividade seria um pouco complexa devido a conceitos
mais abstratos, mas as crianças demonstraram grande atenção e interesse na atividade
proposta e brincamos várias outras vezes e em outras ocasiões de tanto que eles gostaram.
Outro assunto importante que trabalhamos, foi sobre a água, pois seria incompleto o
estudo dos nutrientes essenciais se não trabalhássemos a importância da água.
A água é imprescindível a todo ser humano. Uma pessoa pode sobreviver muitos dias
sem alimento, porém poucos dias sem a água, pois:
a água é um componente indispensável ao organismo, como veículo de transporte químico, e é o meio em que se efetuam quase todas as reações metabólicas em que entram os demais nutrientes. Portanto, ela mantém a estrutura das células, e sua capacidade funcional garante a integridade dos reservatórios líquidos do organismo, conduz as substâncias nutritivas até o interior dos tecidos, e contribui para a regulação da temperatura do corpo. (MADEIRA, et al, 2002, p. 53).
Abordamos os vários aspectos, tanto em nossa alimentação, como sua escassez devido
aos maus usos.
No primeiro momento, falamos sobre a importância da água em nossa alimentação,
como o consumo de líquidos, em geral. Conversamos sobre a quantidade de água nos
alimentos, sendo que cada alimento possui uma quantidade de líquidos, sobre a composição
do nosso organismo que também possui muita água, inclusive nossos ossos possuem água, e
eles ficaram muito surpresos. Depois disso, conversamos sobre os problemas que a falta de
água no organismo pode causar, e eles citaram alguns problemas, dentre eles, a dificuldade da
alimentação ser digerida e com isso problemas na evacuação, a falta de higiene tanto para
com nosso corpo, como nas refeições tanto na ingestão como no seu preparo, demonstrando
assim que os alunos têm consciência dos benefícios da água em tudo o que realizamos.
Para trabalhar com o tema fizemos duas atividades lúdicas, uma de labirinto e outra de
colorir, visto que as crianças gostavam bastante.
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Algo que chamou bastante atenção foi quando falávamos da importância da água para
nosso organismo, um dos alunos que sempre levava uma garrafinha com água, no mesmo
momento, pediu permissão para a professora da sala e foi enchê-la, chegando à sala abriu a
garrafinha tomou-a e comentou com os colegas que todos deveriam fazer como ele, bebê-la a
todo o momento, aproveitamos a oportunidade para parabenizá-lo, e com isso todas as
crianças quiseram sair para beber água.
Figura 17 – Atividade de ligar – Aluna N Figura 18 – Atividade de Pintura – Aluna N
Trabalhamos também com o tema Obesidade, inicialmente a partir da nomenclatura
poucos souberam responder, mas quando perguntei o que era uma pessoa obesa, a maioria
respondeu que é uma pessoa gorda. Inclusive a maioria dos alunos tem pessoas, segundo eles,
“bem gordas” na família.
Para trabalhar com este tema utilizamos novamente a Cartilha Fome Zero, onde o gibi
traz uma historinha de um menino obeso que passa a se reeducar na questão da alimentação e
inicia com atividades físicas constantes e com isso perde peso rapidamente.
A partir de histórias, com personagens infantis podemos perceber que as crianças além
de participarem muito prestam bastante atenção, ficando fácil a percepção dos conceitos.
Depois da historinha, fizemos uma roda de conversa para falar das propagandas
durante programas infantis, e todos disseram sentir vontades de “comer aquelas coisas
gostosas” e ao serem questionados se eram realmente saudáveis eles balançaram a cabeça
dizendo não.
As atividades foram para identificar alimentos que contribuem para o aumento de peso
e possível obesidade, os alunos fizeram sem dificuldades.
O segundo exercício trabalhava a questão das brincadeiras que hoje não são como
antes, na era da informática, cada vez mais podemos observar crianças estáticas na frente da
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televisão, do vídeo-game e do computador, comendo cada vez mais e se exercitando cada vez
menos, ou seja, o sedentarismo contribuindo para o aumento da obesidade.
No exercício pedia para que os alunos marcassem o que uma criança poderia fazer
para evitar a obesidade, entre eles estavam: pular cordas, nadar, andar de bicicleta, soltar
pipas, comer um monte de doces, sorvetes, jogar futebol, jogar vídeo-game, fazer uma
alimentação saudável e dormir sempre após a refeição, não respeitando o processo digestivo.
Quadro 4. O que os alunos poderiam fazer para evitar a obesidade.
ATIVIDADE FREQUÊNCIA
Jogar futebol 23
Andar de bicicleta 24
Pular Corda 24
Fazer uma alimentação saudável 24
Soltar Pipa 23
Nadar 23
Dormir sempre após as refeições 9
Comer doces, sorvetes 6
Jogar vídeo game 3
n: 24 alunos.
Percebemos que a maioria das crianças entendeu a necessidade de se exercitar como a
melhor forma para ter maior qualidade de vida, evitando inúmeros problemas futuros,
demonstrado inclusive pelos poucos votos entre o vídeo game e comer doces, justificado
pelos alunos como não ser saudáveis para o corpo, alegando que para esse tipo de atividade
“não se faz força nenhuma”, demonstrando que a partir do projeto puderam compreender a
necessidade de fazer uma alimentação saudável, aliada a práticas saudáveis, a partir das
atividades físicas.
Sobre dormir após as refeições, algumas crianças disseram “que engorda muito”,
possivelmente por escutar os pais falando, então explicamos a eles sobre o processo digestivo
então entenderam a necessidade de esperar sempre após as refeições, antes de dormir e até
ingerir líquidos, como sucos ou refrigerantes.
Sobre o que mais gostam de brincar, os meninos desenharam, havendo um empate
entre andar de bicicleta, jogar bola, soltar pipa, e apenas dois desenharam andar de skate e um
aluno, nadar.
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Entre as meninas o mais desenhado foi pular corda, atividade realizada com freqüência
na escola pela professora da turma, no final do período, eles saem para esperar o sinal de saída
no pátio e pulam corda enquanto isso, atitude bastante positiva contribuindo com a
conscientização de vida saudável aos alunos, em seguida andar de bicicleta.
Desenho de um menino andando de bicicleta (aluno G.I.) e uma menina pulando
cordas (aluna N.Y.), exemplificando do que mais gostam de brincar:
Figura 19 – Desenhos dos alunos de brincadeiras preferidas.
Depois de terminada esta parte conceitual sobre educação alimentar, buscamos
trabalhar com as crianças mais brincadeiras, atividades grupais, onde eles poderiam fazer as
atividades livremente.
Dando seqüência ao projeto, buscamos enfatizar por meio da prática o que já havíamos
abordado na teoria, com relação ao consumo de frutas.
Paulo Freire ao se reportar a questão dos conteúdos escolares, afirma que se deve
discutir com os educandos a realidade concreta, cujo conteúdo se ensina e indaga o porquê de
não se estabelecer uma “intimidade” entre os saberes curriculares fundamental aos educandos
e a experiência social que eles têm como indivíduos? (FREIRE, 2001).
Com isso buscamos realizar uma atividade na qual as próprias crianças pudessem
produzir, para que assim, despertassem o desejo de comer, visto que é uma experiência ligada
a realidade do aluno, muito mais proveitosa do que ensinar algo distante de sua vida cotidiana,
pois com certeza esse tipo de vivência escolar é muito significativa por fazer parte do seu
cotidiano.
Para isso, realizamos uma salada de frutas, composta por laranja, maçã e banana,
temperada com o próprio suco da laranja, mais creme de leite e um pouco de leite
condensado. As crianças adoraram!
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Antes da produção da salada, conversamos na sala, sobre a higiene que devemos ter
antes de comer e produzir qualquer refeição, devido às inúmeras bactérias existentes. Todos
os alunos lavaram bem as mãos e secaram antes de picar as frutas.
Dentre a turma, a aluna J.H., participou da produção da salada, sempre dizendo aos
amigos que não gostava de frutas e que não iria experimentar.
Depois de terminada a salada, fomos para a sala, degustar a nossa produção.
Distribuímos para todos os alunos, inclusive, J.H. que demonstrou curiosidade e interesse em
saber como tinha ficado. A aluna inicialmente fez algumas caretas, mas consumiu quase toda
a salada que havíamos posto em seu copo.
Concluímos com isso que se tivéssemos feito anteriormente e levado a salada pronta
para eles degustarem, não teria feito o sucesso que fez. Todos repetiram, exceto duas alunas,
que não quiseram comer novamente.
Figura 20 – Alunos picando laranja. Figura 21 – Alunos picando banana.
Figura 22 – Explicação sobre restos Figura 23 – Alunos participando da aula.
alimentares (adubo).
Estávamos falando das vitaminas, fibras e sais minerais que todas as frutas contêm e
da importância delas em nossa alimentação, na figura ao lado os alunos participando da
conversa.
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Durante a produção, aproveitamos para falar de onde vêm as frutas, qual sua origem, e
como já havíamos trabalhado em sala, os alunos responderam da natureza, das árvores,
plantações, da horta e enfatizamos sua origem vegetal.
Perguntamos a eles o que poderíamos fazer com as cascas das frutas, sem jogá-las no
lixo, e eles não souberam responder, então guardamos todas as cascas num saquinho, pois
expliquei que poderíamos aproveitá-las como adubo orgânico para a horta que eles estavam
produzindo com a professora da sala.
Depois de terminada a salada de frutas, todos disseram que adoraram e agora saberiam
fazer, e que com certeza fariam em suas casas para seus familiares. Esta fala dos alunos nos
deixou felizes, pois a educação alimentar, além de atingir os alunos em questão, deve ser
levado aos seus familiares, pois a mudança alimentar para uma conduta mais saudável, muito
depende da família em conjunto com a escola.
Num outro encontro, fomos visitar a horta que estava sendo cultivada na escola pela
professora da sala, e este foi um momento muito rico como os demais, onde eles se sentiram
livres.
Conversamos sobre de onde vêm os legumes e verduras, lista de alimentos que são
produzidos na horta, o que é necessário para fazer uma horta, visto que estão produzindo-a e a
importância da horta em nossa alimentação, como ela contribui para uma maior qualidade de
vida.
Para Bianco (2000), uma horta bem organizada e planejada oferece inúmeras
vantagens como:
- fornece hortaliças que têm vitaminas e minerais essenciais para a saúde; - possibilita uma alimentação de qualidade, saudável e variada; - diminui os gastos com a alimentação; - permite a colaboração dos educandos, enriquecendo seus conhecimentos e aprimorando experiências; - melhora a aparência e o valor nutritivo das refeições; - permite produção em curto espaço de tempo. (apud KUREK e BUTZKE, 2006, p. 142).
Depois da conversa fomos para a horta e eles demonstraram como estavam fazendo as
plantações, o que era importante ao plantar alguns legumes ou verduras, como ter cuidado
com as sementes, o adubo orgânico, não deixar de molhar a horta para o que foi plantado
crescer.
A partir disso falamos também da importância da água, não só em nossa alimentação
como também das plantas, relembrando sobre a aula que falamos da importância da água e de
economizá-la para que não acabe.
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Figura 24 – Espaço reservado na Figura 25 – Alunos plantando na horta escola para a horta. com a professora.
Figura 26 – A professora da sala Figura 27 – O aluno com uma joaninha no dedo.
distribuindo sementes.
Depois da visita a horta, voltamos para a sala e eles foram relatando o que viram na
horta, como minhocas, besourinhos, joaninhas, enfim, tudo o que haviam aprendido com a
horta.
Para o currículo multidisciplinar, este é um ótimo espaço para o processo de ensino
aprendizagem, pois na prática eles podem observar coisas antes nem imagináveis a partir da
teoria.
Num outro encontro, trabalhamos com os alunos sobre a grande importância das
atividades físicas, que em grande escala colabora em melhor a qualidade de vida de todas as
pessoas, independente da idade.
Hoje a maioria das crianças se torna sedentária frente aos brinquedos eletrônicos que
os prendem a maior parte do tempo, e além de não proporcionar gasto de energia, não faz bem
o uso excessivo, visto que aumenta o nível de ansiedade de muitas, fazendo com que iniciem
muito cedo o consumo de alimentos prontos e fáceis de preparar e comer.
Portanto este tema merece grande destaque, que deve ser trabalhado com a turma, para
isso nos atentamos para além da teoria, levá-los a quadra esportiva do colégio, propiciando
momentos de práticas esportivas saudáveis.
Após conversa com os alunos em sala de aula, sobre vídeo game, brincadeiras na rua,
sedentarismo e obesidade, pudemos observar que a maioria dos alunos gosta de brincar assim,
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não gastando energias, ficando estáticas em frente a computadores, televisores, lap tops de
brinquedos, ou seja, cederam o lugar das atividades físicas e brincadeiras mais saudáveis ao
estilo de vida da modernidade. A partir disso os alertamos mais uma vez sobre os perigos do
sedentarismo e da vida moderna, que muitas vezes implica em doenças como a obesidade.
Ao subirmos a quadra, percebemos o entusiasmo da turma com a aula, mas ao
chegarmos à quadra, sentiram-se extremamente livres e começaram a correr para todos os
lados.
Em seguida, todos se sentaram no chão para retomarmos o que havíamos conversado
em sala, explicando que faríamos algo diferente da educação física oferecida pela escola.
Pedimos que os alunos andassem ao redor da quadra de várias formas:
Figura 28 – Alunos fazendo atividades Figura 29 – Alunos na ponta dos pés físicas com o calcanhar
Figura 30 – Alunos Agachados Figura 31 – Levantando os braços acima da cabeça e embaixo.
Figura 32 – Alunos levantando Figura 33 – Alunos andando em os braços nas costas. pequenos passos.
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Depois, brincamos de pular bambolê, onde os alunos em duplas deveriam pular de mãos
dadas com a dupla, cada um em seu bambolê, que estavam dispostos de 2 em 2, um ao lado
do outro, numa seqüência de 3, portanto, cada um teria que pular 3x, com os dois pés; depois
pular só com o pé direito, com o esquerdo, ainda de mãos dadas, estimulando o trabalho em
equipe, e por fim, sem dar as mãos, mas com os olhos vendados.
Figura 34 – Alunos pulando bambolê Figura 35 – Alunos pulando com os dois pés. com o pé direito.
Terminada a brincadeira do bambolê, orientamos que fizessem duas filas, de mesmo
número de alunos, pois a brincadeira foi de abaixar e passar a bola para o amigo que estava
atrás na fila, por entre as pernas; quando a bola chegava ao ultimo da fila a criança corria até
ser a primeira e recomeçar a passar a bola, ganhava a equipe que todos participavam e que
terminasse primeiro, voltando ao primeiro da fila novamente.
Figura 36 – Alunos passando a bola Figura 37 – Alunos passando a bola entre as pernas. por cima da cabeça.
Depois dessas brincadeiras, fizemos um grande círculo e nos assentamos no chão para
brincar de batata quente da alimentação; ao ir passando a bola, um aluno virado de costas para
a turma, diria queimou e o aluno que estava com a bola deveria dizer o nome de um alimento
com uma letra, por exemplo, o aluno x que parou com a bola disse uma fruta com a letra b,
banana, e assim por diante.
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Figura 38 e 39 – Alunos brincando de batata quente da alimentação.
Essa última brincadeira além de trabalhar com o tema alimentação e alfabetização,
ajudou no processo de acalmar as crianças para que voltassem à sala para dar continuidade
aos conteúdos com a professora.
Para terminar a aula falamos mais uma vez sobre a importância da alimentação e
atividades físicas e os alunos gostaram muito da aula movimentada.
Trabalhamos com os alunos também, a produção de cardápios, como café da manhã,
almoço, café da tarde e jantar, para que os alunos se conscientizem da necessidade de várias e
diversificadas refeições ao longo do dia.
Dividimos os alunos em 4 grupos: café da manhã, almoço, café da tarde e jantar.
Distribuímos uma cartolina para cada grupo, onde eles produziram por meio de desenhos e
pinturas o que é importante comer em cada refeição a partir do que se alimentam em casa e do
que gostam.
O trabalho em grupo é muito importante na educação alimentar, segundo Kurek e
Butzke, 2006:
Partindo de trabalhos em grupo, o educador conseguirá construir conhecimentos com a interação realizada com seus educandos. Esse tipo de socialização é muito importante, pois os educandos discutem e trocam idéias ampliando e aprimorando seus conhecimentos. É preciso que o indivíduo aprenda a comer adequadamente. (p.141).
Figura 40 – Alunos produzindo Figura 41 – Alunos produzindo cardápio do café da manhã. cardápio do almoço.
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Figura 42 – Alunos produzindo Figura 43 – Alunos produzindo cardápio do jantar. cardápio do café da tarde.
Depois dos grupos terem terminado os cartazes, pedimos para que apresentassem para
a sala e explicassem qual a importância dos alimentos desenhados para nossa saúde e
qualidade de vida.
As produções foram às seguintes:
No café da manhã, o grupo composto por 7 crianças desenhou um sol representando
dia, e os alimentos como frutas, entre elas, banana, maçã e melão, leite, café, pão, maria mole,
iogurte, cereais, arroz, queijo.
As crianças fizeram os desenhos e escreveram os nomes, visto que já estão quase
alfabetizadas.
Figura 44 – Cardápio do Café da Manhã.
No almoço, o grupo foi composto por 6 crianças, desenharam mesas e pratos com
comidas, entre eles o feijão, arroz, carne, ovo e vários legumes, como abobrinha, chuchu,
pepino, cenoura, cebola, alface, tomate e suco.
Neste cartaz pudemos observar que os desenhos em muito se assemelhavam, o que
mudava era a escrita. Os desenhos eram quase todos, de pratos com bolinhas representando
arroz, feijão e os vegetais, os desenhos eram pintados para dar mais características.
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Figura 45 – Cardápio do almoço.
No café da tarde, o grupo estava composto por 06 alunos, e os desenhos foram em
menor quantidade do que os demais. Eles desenharam bolacha, bolo, leite, nescau, gelatina,
torta, sorvete, cenouras e frutas como morango, maçã, banana, pêra e tangerina.
Observamos apesar dos poucos desenhos, que este cardápio, foi bastante diversificado
em relação aos demais, pois além de carboidratos que muito foi enfatizado, eles desenharam
fontes de proteínas, vitaminas, fibras e sais minerais.
Figura 46 – Cardápio do Café da Tarde.
E por fim o grupo do jantar, eles eram em 07 crianças e desenharam vários alimentos,
apesar de nenhum deles terem desenhado arroz e feijão. O cardápio deles foi composto por:
macarrão, peixe, carne e vegetais como chuchu, beterraba, tomate, alface, abacaxi, cenoura,
pepino e para sobremesa sorvete e bolo. Este grupo também além de desenhar, escreveu os
nomes dos alimentos.
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Figura 47 – Produção do Jantar.
Este trabalho foi muito importante, para que as crianças percebessem o quanto é
importante fazermos várias refeições ao longo do dia e variadas.
Durante as apresentações, acreditamos ter sido um momento de rica aprendizagem,
pois todos participaram, expondo o que deveria se comer em uma das refeições e os colegas
iam falando o que gostavam ou não, e nós fomos orientando no sentido de que se não gostam
de algo, podemos fazer substituições.
Um exemplo vivenciado pela turma foi o de um aluno que não gosta de beber leite,
então conversamos sobre a importância do alimento e que pode ser ingerido derivado seus,
como iogurtes, queijos, entre outros, e desses alimentos ele disse gostar e bastante.
Portanto, esse tipo de intervenção é muito importante, pois as crianças falam de seus
gostos e vontades e com isso podem fazer uma análise reflexiva que nem tudo o que não
gostamos precisamos comer, pois em cada grupo dos alimentos, há como fazer substituição,
por exemplo, as proteínas, tem vários alimentos que são fontes ricas deste nutriente, se uma
criança não gosta de carne de boi ela pode estar optando por outro alimento rico em proteína
também, para tanto, precisa-se um acompanhamento familiar para avaliar se a alimentação da
criança está seguindo este critério.
Ao final do projeto fizemos uma pesquisa por meio de uma questão, perguntando
individualmente para cada aluno sobre o que mais gostaram no Projeto de Educação
Alimentar que realizamos na sala e o que aprendeu a partir do projeto.
As repostas foram:
Aluna A.N (06 anos): Aprendeu sobre como comer, se preocupando mais com as
coisas saudáveis, evitando não comer muito doce e gorduras. Gostou da salada de frutas, fez
em casa para a família.
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Aluna M.I. (07 anos): aprendeu que comer muito engorda. Comer legumes é bom e
coisas que engordam não pode. É importante se alimentar pra ficar forte e crescer. Adorou a
salada de frutas, aprendeu a fazer e agora faz em casa para seus irmãos.
Aluno V.G. (07 anos): Acha importante se alimentar e adorou o dia da salada de
frutas, comeu 3 vezes.
Aluna L.C. (07 anos): Achou importante o projeto para aprender sobre alimentação.
Adorou a salada de frutas.
Aluno W.N (07 anos): Achou o projeto gostoso e gostou de tudo o que fez durante o
mesmo, comeu salada de frutas e adorou.
Aluna F.D. (07 anos): Achou o projeto importante e bom pra saúde. O que mais gostou
foi da salada de frutas, disse que antes não comia laranja e agora começou a comer.
Aluno J.P. (06anos): Disse ter gostado muito do projeto por causa das atividades
desenvolvidas, disse ser muito importante, mas não soube explicar o por que. O que mais
gostou foi da salada de frutas e repetiu.
Aluna J.H. (07 anos): Disse ter sido importante aprender sobre alimentação pra não
ficar gorda e não ficar doente, sem energia. Gostou muito de ter feito a salada de frutas,
apesar de não gostar de laranja, falamos a ela pra fazer com as frutas que mais gosta e ela
ficou entusiasmada, dizendo que vai fazer em casa para comer.
Aluna K.I. (07 anos): Pra crescer forte tem que comer frutas e legumes. Disse que
gostou de tudo o que fez.
Aluno V.H. (07 anos): É importante se alimentar com frutas e legumes, pra ficar
saudável forte e deixar o corpo funcionando bem. Gostou de todas as atividades.
Aluna K.A. (06 anos): As frutas têm vitaminas e deixa a criança forte. Gosta muito de
abacate, caqui, melão e come alface todo dia. Adorou a salada de frutas.
Aluno A.D. (07 anos): Devemos comer as comidas que tem bastante coisas.
(vitaminas). Gostou muito da salada de frutas.
Aluno J.F. (07 anos): Tem que comer pra ficar forte. O que mais gostou foi da salada
de frutas.
Aluno J.V. (07 anos): Tem que comer frutas pra ficar forte. Gostou muito da salada de
frutas.
As respostas entre estes alunos foram que gostaram muito de participar do projeto e
uma atividade marcante para eles foi a produção da salada de frutas, que é gostosa e muito
saudável.
70
Aluna N.Y. (08 anos): Disse que o projeto é importante para a saúde. Gostou muito da
atividade de energéticos, construtores e reguladores (tipo morto-vivo).
Aluna B.D. (06 anos): Disse que antes a mãe punha a comida no prato e ela deixava
quase tudo, agora come mais dizendo que não pode deixar sobra, pois muitas crianças não têm
o que comer e muitas que não gostam de comer. Gostou muito da atividade de construtores,
reguladores e energéticos.
Aluna G.V. (06 anos): Alimentação saudável deixa todo mundo forte. Gostou de ter
brincado de morto-vivo.
Aluno J.U. (07 anos): Alimentação é importante pra crescer e ficar forte. Gostou da
brincadeira de energéticos, construtores e reguladores.
Esses quatro alunos, disseram a importância sobre o projeto de Educação Alimentar e
o que mais gostaram de fazer, foi de participar da atividade física com a função dos alimentos,
brincadeira tipo morto-vivo.
Os demais alunos responderam de formas variadas.
Aluno G.L. (06 anos): Alimentação é importante pra crescer e ficar forte. Disse que
não gostava de peixe, mas que agora vai comer, pois é saudável. Gostou muito da atividade
dos carboidratos, pois falamos do pão e ele adora comer.
Aluno F.E. (07 anos): Gostou muito de ter feito a atividade de colagem com ofertas de
supermercados e aprender sobre alimentação, pois assim vai ficar mais forte e crescer.
Aluno K.Z. (06 anos): Não soube responder sobre a importância da alimentação e do
projeto, mas disse ter gostado muito da brincadeira da comida brasileira.
Aluno M.T. (07 anos): A comida é importante pro organismo. Adorou fazer caça-
palavras de alimentos.
Aluna M.A. (06 anos): O projeto ensinou sobre comer as coisas certas. Gostou do jogo
da memória.
Aluno R.O. (07 anos): não quis responder.
Apenas um aluno não quis ou não soube responder.
Percebemos nas respostas que todos se conscientizaram a cerca da alimentação
saudável, onde o projeto serviu como instrumento de ajuda para que entendessem como é
importante se alimentar adequadamente e os inúmeros benefícios que a alimentação traz ao
ser humano. A maioria das crianças gostou da salada de frutas, primeiro por ter sido
produzida por eles e por ser uma refeição saborosa e saudável.
71
Pedimos como última atividade, que os alunos repetissem aquela atividade do início
do projeto, em que eles recortaram de panfletos de supermercados, alimentos que acham
importante para uma alimentação saudável e variada.
Percebemos que eles se sentiram inseguros, pois sabiam que neste momento estariam
sendo avaliados. Alguns dos alunos nos perguntavam se poderia ser esse ou outro tipo de
alimento, mas como gostaríamos que as crianças colocassem o que aprenderam com o projeto,
não ajudamos neste momento.
Algumas crianças falavam que tudo podia comer, mas que deveria ter cuidados, alguns
colaram alimentos considerados não saudáveis, mas colocaram uma observação sobre os
cuidados que deve se ter com alguns tipos de alimentos, no caso, os doces.
Quadro 5. Preferência alimentar com o projeto e antes do projeto.
ALIMENTOS COM O PROJETO ANTES DO PROJETO Frutas 35 20 Frios 24 17 Suco Natural 19 5 Arroz 19 6 Legumes 17 27 Doces 16 13 Iogurte 15 4 Pão 14 4 Peixe 10 12 Feijão 10 7 Leite 10 2 Congelados 7 21 Verduras 7 7 Refrigerantes 6 16 Massas 6 26 Carne Bovina 6 11 Café 6 2 Lingüiça 4 17 Margarina 4 1 Enlatados 4 5 Salsicha 3 9 Açúcar 2 2 Frango 2 11 Molho de Tomate 2 6 Farofa 2 1 Alho 2 1 Óleo 1 1
n: 22 alunos
72
Observamos aumentos significativos quanto aos alimentos necessários para uma dieta
balanceada e rica em todos os nutrientes para a faixa etária estudada, entre eles, frutas, suco
natural, leite, pão, queijo e iogurte, como também aumentos em alguns alimentos
considerados não saudáveis, como doces, café e margarina, onde muitos alunos justificaram
que esses alimentos podem ser consumidos, mas com moderação.
Alguns alimentos foram citados nesta segunda atividade e na primeira não, entre eles:
Quadro 6. Alimentos citados com o projeto.
ALIMENTO FREQUÊNCIA
Bolos 10
Achocolatado em pó 8
Bolachas 7
Cereais 6
Bebida láctea pronta em caixa sabor
chocolate
4
Sorvete 4
Cereais Matinais 4
Fermento 3
Leite fermentado 2
Batata Palha 2
Água 1
Ovos 1
Sopa 1
Farinha 1
Amendoim 1
n: 22 alunos.
Entre estes alimentos que não foram citados na primeira atividade, podemos perceber
alguns importantes na alimentação infantil, como o cereal, achocolatado, leite fermentado,
ovos, água e pó para mistura no leite.
Depois do término da atividade, pedi para que escrevessem algo atrás da colagem,
sobre porque é importante fazer uma alimentação saudável e algumas das respostas foram:
- “Purq os alimatos fai ba pa saud”. Aluno W.N.
- “Porque que é inpotade cealimenta pra fica sal da vio”. Aluno V.H.
73
- “Por que é bou comer vertura por que a geita tei que protege a noas asude”. Aluna
L.C.
- “Para não ficar cordo e para não ficar doente”. Aluna J.Y.
- “Remuto e potate come sevoce fice macelo”. Aluno R.O.
- “Para não fic doenhe”. Aluna M.A.
- “Porque é importamte cialimentar para creser e para ficar forte” . Aluna M.I.
- “Tem que come as comida que tem os minerais para não fica doente e para fica
fote”. Aluna N.Y.
- “Porque e boncealiementar poquo não fecar do ente”. Aluno J.P.
- “Porque ten que cialimentar muito bem”. Aluno G.L.
- “É muito bom comer verduras e frutas e tabem é bom para a saude e para o intistino
também”. Aluna A.N.
- “Poque agte pesisa comer para fica fote”. Aluno D.V.
Um dos alunos pediu para escrever um texto sobre alimentação:
“A gente esta fazen do um turabalinho cobre a alimentaçonos para a alimentaçonos
do mundo e a noça a limentação e das outuras peçouas amaioria nãocér cealimentar”.
(Figura 48). Este mesmo aluno fez 3 trabalhos escritos, por vontade própria, falando sobre a
importância da alimentação saudável.
Percebemos durante esta última atividade uma maior preocupação dos alunos com
relação à saúde, muitos falaram durante todo o projeto que quem não se alimenta bem, pode
ficar doente, esta afirmação pode ser constatada a partir das atividades deles, em que a maior
parte das crianças escreveu que é muito importante se alimentar bem por diversos motivos.
Depois de todo o projeto interventivo, finalizamos com uma simples festinha de
despedida e agradecimento de nossa parte, pela participação dos alunos e da professora,
colaborando ricamente com nossa pesquisa.
Acreditamos, portanto, que o projeto contribuiu para que eles adquirissem uma maior
criticidade e entendimento entre o que podemos comer e o que realmente devemos.
Em nenhum momento acreditamos que a partir do projeto eles estariam mudando
radicalmente seus hábitos alimentares, visto que é um processo complexo, que envolve muitas
pessoas, inclusive a família, na qual deveria também receber maiores informações sobre os
benefícios de uma boa alimentação.
Acreditamos ter colaborado para a formação inicial desses alunos, sobre educação
alimentar, pois agora com um pouco mais de informação, eles poderão avaliar o que devem e
precisam comer para nutrir o organismo e aumentar com isto a qualidade de vida.
74
Figura 48 – Exemplo de trabalho feito por aluno na conclusão do projeto.
Ao final do projeto também entrevistamos a professora da sala, por meio de cinco
questões para saber as considerações da mesma a respeito da educação alimentar e do projeto
que realizamos com a turma dela, segue abaixo a pesquisa na íntegra.
(01) Você acha importante trabalhar com temas transversais em sala, como este projeto de
Educação Alimentar?
R: “Sim, porque os temas transversais são importantes já que são compostos por conteúdos
que as crianças conseguem relacionar imediatamente com seu cotidiano e esses temas
(quando bem explorados), perpassam por todas as áreas do conhecimento favorecendo um
ensino voltado para a formação integral dos alunos”.
(02) Acredita ter contribuído para a formação de seus alunos?
R: “Contribui à medida que os alunos evoluíram de vários conhecimentos que tinham sobre
alimentação baseados no senso comum pra conhecimento cientifico. Colaborou muito para a
formação do senso crítico, o que é essencial para uma participação ativa na sociedade”.
(03) A partir do seu projeto com horta escolar, você acredita que o projeto Educação
Alimentar, contribuiu de alguma forma? Em caso afirmativo, como?
75
R: “Contribuiu, pois trabalhou uma dimensão do conteúdo que eu não desenvolvi no projeto,
a dimensão científica e social sobre os alimentos”.
(04) Ao final do projeto você notou alguma mudança de hábitos, mesmo que com relatos
informais de seus alunos?
R: “Durante a merenda vários alunos me falam que irão comer os legumes porque fazem bem
à saúde, apesar de ainda levarem muitos produtos industrializados para o lanche, como
salgadinhos. Percebo que sabem sobre o valor nutricional desses alimentos e a conseqüência
da ingestão desses pra sua saúde. É notável que hoje eles se alimentem de forma consciente e
são capazes de identificar e escolher o que é melhor para sua saúde e bem estar”.
(05) Quanto aos recursos utilizados para o trabalho de conscientização alimentar, você
considerou adequado?
R: “Foram adequados considerando o espaço e tempo disponíveis ao projeto. Apesar dos
entraves de um tempo curto para aplicação, percebi a preocupação da aluna responsável
pelo projeto, em diversificar e preparar um material condizente com a idade e os interesses
das crianças”.
76
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em nossa pesquisa buscamos relatar a importância da qualidade de vida a partir da
alimentação adequada, ressaltando que o contrário desta, pode causar inúmeros malefícios à
saúde humana, independente da idade.
Verificamos a partir da literatura estudada, que a infância é o período ideal para a
formação de hábitos e condutas de vida, portanto, a educação alimentar deve acontecer desde
cedo para que os riscos de doenças crônico-degenerativas sejam impedidos e reduzidos o
quanto antes, minimizando com isto as doenças do século, como a obesidade e desnutrição,
que tem causado grandes problemas à população de todas as idades e de todo mundo.
Ressaltamos em nossa pesquisa a influência das propagandas sobre os hábitos,
principalmente alimentares, de nossas crianças. Uma verificação deste dado foi por meio da
pesquisa sobre os alimentos mais consumidos pelas crianças, que inicialmente, foi o
refrigerante e as comidas prontas, que são mostradas o dia todo na televisão em âmbito
nacional. Detectamos com isso que a criança vê determinado produto na televisão e
conseqüentemente pede para seus familiares comprarem, pois a imagem veiculada do produto
é tão bonita e atraente, que faz com que as crianças que tem pouca informação sobre o
assunto, sintam-se altamente atraídas e muitas vezes com desejo incontrolável por consumir
aquele alimento, podendo ficar até doente na falta do mesmo.
Além das propagandas que contribuem com o aumento do consumo de produtos
calóricos, e por conseqüência com o aumento da obesidade, averiguamos a falta de atividades
físicas regulares, que em conjunto com a alimentação adequada, deve ser trabalhada a fim de
aumentar a condição de qualidade de vida do indivíduo. Em nossa pesquisa com os escolares,
percebemos que alguns já praticaram exercícios mas atualmente não praticam e outros que
nunca praticaram algum tipo de atividade física regularmente, a não ser a educação física
oferecida semanalmente na escola.
Portanto a partir desses fatores agravantes, elaboramos o projeto de educação
alimentar na escola da rede estadual, visando à valorização e conscientização dos escolares
frente à construção de hábitos alimentares saudáveis por meio da prática educativa, partindo
das preferências alimentares dos alunos e do conhecimento prévio de cada um. Nosso trabalho
interventivo se deu por meio de atividades lúdicas e atrativas, os alunos puderam
compreender a importância dos benefícios que o alimento saudável aliado a práticas saudáveis
tem em nosso organismo a curto, médio e longo prazo.
77
Iniciamos, portanto, nossa pesquisa e projeto, buscando o desenvolvimento da
construção de hábitos saudáveis pelos educandos, de modo com que as crianças aprendessem
ludicamente, para que esses conhecimentos adquiridos viessem a fazer diferença em suas
vidas diariamente.
Trabalhamos a partir da pirâmide alimentar o grupo dos alimentos, usando uma
metodologia de acordo com a idade dos alunos, fazendo com que os alunos se
conscientizassem da importância de cada grupo alimentar, buscando sempre a regularidade
entre a alimentação adequada com a prática de atividades físicas.
Verificamos com isso que os alunos passaram a ter maior preocupação com a
alimentação adequada, sendo que no horário da merenda, a maioria dos alunos deixava os
legumes e verduras e durante o decorrer do projeto, já percebemos o interesse dos alunos em
incluir esse tipo de alimentos em suas dietas diárias, ouvindo dos mesmos sobre a importância
de comer verduras e legumes. As atividades físicas também ganharam lugar de destaque, pois
os alunos que não faziam exercícios regularmente, nos relataram que estavam buscando
correr, andar de bicicleta e até mesmo pular cordas, diariamente, para que pudessem se
exercitar.
Portanto, acreditamos na educação alimentar a partir da escola como fator
indispensável para a promoção da saúde, visto que os escolares passam grande tempo dentro
da escola, merecendo, portanto a mesma, papel de destaque na propulsão do aumento da
qualidade de vida dos alunos.
Outra preocupação que tivemos foi com o papel do educador frente à tão grande
responsabilidade, sendo que muitas vezes, é cobrada dos mesmos uma gama de conteúdos e
disciplinas que precisam dar conta durante o ano, precisando correr diariamente contra o
tempo, contudo, acreditamos que se pode trabalhar com a educação alimentar por meio do
próprio currículo, utilizando dos alimentos como base, para a introdução das disciplinas como
português, matemática, ciências, enfim, assim como trabalhamos. Outra forma também pode
ser por meio do currículo extra, a partir de projetos estruturados por meio de hortas, pirâmide
alimentar, enfim, de forma significativa e prazerosa para o aluno.
Concluímos, portanto, com o presente trabalho, que o educador e a escola em parceria
com a família e a comunidade, podem promover a educação alimentar de qualidade, tendo a
escola em mãos, poderosas ferramentas, como a educação sistematizada e a merenda escolar,
contra os maus hábitos alimentares.
Acreditamos com isso que o educador tem as possibilidades de ser o agente promotor
de mudanças significativas, pois verificamos inicialmente a alimentação inadequada dos
78
alunos e a partir do projeto percebemos a conscientização dos mesmos para a educação
alimentar saudável, contudo sabemos que essa educação leva tempo, mas precisamos sempre
buscar a conscientização de nossos alunos para uma melhor qualidade de vida.
Trabalhar com esta temática significa aproveitar o cotidiano dos alunos por meio de
discussões interdisciplinares, ou seja, alimentação adequada, saúde, qualidade de vida
podendo ser trabalhado em todas as disciplinas. Desta forma, acreditamos ter alcançado o
objetivo de nosso trabalho.
79
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85
ANEXOS
(01) – Questões utilizadas na pesquisa com os alunos sobre alimentação saudável.
– Questionário diagnóstico (feito no início).
01 – Com quem você mora?
02 – Quem da família trabalha? Com quem você fica no período em que não esta na escola?
03 – O que você faz quando acorda e do que brinca no período da manhã?
04 – Quais desses aparelhos eletrônicos você possui em casa?
a) Vídeo Game b) Computador c) DVD
05 – O que você come no café da manhã?
06 – O que você comeu e bebeu hoje no almoço?
07 – Você pratica alguma atividade física?
08 – Você costuma sair sempre com sua família para comer em pizzarias, lanchonetes,
restaurantes?
09 – O que você mais gosta de comer e beber? O que você não gosta e não come?
– Questionário final.
01 – O que você mais gostou do Projeto de Educação Alimentar?
02 – O que você aprendeu com o Projeto sobre Alimentação Saudável?
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(02) – Planos de Aula, utilizados para o projeto de intervenção.
1ª Aula: Alimentação Saudável.
Encontro: 23.04.08 e 24.04.08 – das 15:00 às 17:00 hrs.
Merenda Escolar: arroz, feijão com carne vermelha, frango com batata e milho,
salada de beterraba. Quase todos da turma comeram a merenda, visto que poucos alunos
levam lanche de casa, alguns levaram pizza de sardinha, bolachas, pão, suco, água e leite
fermentado.
Alunos Presentes: 10 meninas e 14 meninos – 24 presentes no dia.
Plano de Aula
� Tema: Alimentação Saudável.
� Conteúdos: Abordaremos a alimentação saudável x qualidade de vida.
� Justificativa do tema: tendo em vista hoje os males causados pela má alimentação,
educadores e escola devem ajudar os alunos a reconhecer suas necessidades e
identificar suas preferências alimentares, conduzindo-os de forma prazerosa para a
conquista da autonomia, estimulando-os em suas iniciativas, para desde cedo
promover a conscientização da prática de uma boa alimentação, já que é na primeira
infância que se constroem os hábitos alimentares que os acompanharão pela vida toda.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Conscientizar os alunos sobre um assunto tão polêmico e atual, a
alimentação, devendo os mesmos entender o porquê de se alimentar bem, podendo
expandir essa conscientização, aos seus familiares e amigos, desta forma, estaremos
caminhando para uma possível mudança de hábitos.
� Atividade (metodologia): coleta de dados sobre o conhecimento prévio de cada aluno
sobre boa alimentação a partir de recortes de alimentos (jornais de ofertas de
supermercados), após atividade, teatro de fantoches com a personagem Emilia do Sitio
do Pica Pau Amarelo, onde a mesma dá dicas sobre Alimentação Saudável, para que
os alunos se conscientizem de que é extremamente indispensável incluir no seu dia-a-
dia uma alimentação balanceada/variada, portanto, saudável, após o teatro os alunos
farão um desenho do teatro.
� Avaliação: observaremos a participação, empenho e capricho de cada aluno durante a
atividade proposta, se atentando principalmente para o que eles compreenderam sobre
o tema, e se entenderam o quanto é importante uma alimentação saudável, podendo
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levar essa aula aos seus amigos e familiares, através da preocupação em mudar os
hábitos alimentares atuais para um mais saudável.
� Bibliografia: Sampaio, F. [et al.] – Caminhos da Ciência: uma abordagem
socioconstrutivista: Ensino Fundamental: 4ª Série, Manual do Professor – 3ª Ed. São
Paulo: Ibep, 2004.
Favalli, L. [et al.] – Ciências Naturais, 3ª Série – A escola é nossa – manual do
professor – São Paulo: Scipione, 2003.
2ª Aula: Origem dos Alimentos.
Encontro: 29.04.08 – das 14:30 às 16:30 hrs.
Merenda Escolar: Arroz Doce
Alunos Presentes: 11 meninas e 14 meninos – 25 presentes no dia.
Plano de Aula
� Tema: Origem dos Alimentos.
� Conteúdos: Abordaremos a importância de sabermos de onde vem cada alimento, se a
origem é animal, mineral ou vegetal.
� Justificativa do tema: hoje consumimos muitos alimentos industrializados e não
sabemos a composição de cada um, portanto, é de suma importância que os alunos
saibam a origem dos alimentos, podendo ter a opção de buscar variedade e qualidade
entre os mesmos.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: que os alunos se preocupem com a procedência de cada alimento,
buscando sempre uma alimentação saudável e mais natural possível, visto as grandes
desvantagens de alimentos prontos.
� Atividade (metodologia): preparei material com exemplos de cada origem, por
exemplo, vegetal com ilustrações de legumes, verduras e frutas, animal, com imagens
de galinha, peixe, porco, boi e mineral com a água e o sal.
� Avaliação: observar a participação dos alunos através de atividades propostas com o
objetivo de avaliar o grau de assimilação de cada um.
� Bibliografia: Livro Didático Dom Bosco – 1º Ano Matemática e Ciências – 1º
Bimestre;
Livro Didático Dom Bosco – 2º Ano Matemática e Ciências – 2º
Bimestre.
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As atividades, eu mesma elaborei, o material de apoio foi usado para a aula, as
conversas e idéias sobre a atividade.
3ª Aula: Pirâmide Alimentar.
Encontro: 06.05.08 – das 14:30 às 16:30 hrs.
Merenda Escolar: Mingau de Chocolate
Alunos Presentes: 12 meninas e 16 meninos – 28 presentes no dia.
Plano de Aula
� Tema: Pirâmide Alimentar.
� Conteúdos: Identificação de cada alimentos a partir da pirâmide alimentar.
� Justificativa do tema: como comemos muito mal atualmente, é importante que os
alunos saibam a importância de cada grupo alimentar e suas funções para o organismo.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: que os alunos percebam a importância de comer os alimentos de forma
variada e em certas quantidades a partir da pirâmide alimentar.
� Atividade (metodologia): uso da pirâmide alimentar, exemplificando o quanto cada
alimento dever ser ingerido no dia a dia, a vontade, com cuidado e restrito.
� Avaliação: observar se os alunos percebem a importância que a pirâmide alimentar
tem para nossa alimentação, visto que ela orientar as quantidades exatas de cada
alimento.
� Bibliografia: pôster de uma pirâmide alimentar da saúde, fonte: Departamento da
Agricultura, dos E.U. A 2005 (Mypiramid) e pirâmide confeccionada a partir de
recortes de alimentos de folhetos de jornais de supermercados e conteúdos para
discussão adquiridos no site: www.gastronomiabrasil.com/Nutricao_e_Saude
acessado em 05.05.08.
4ª Aula: Carboidratos.
Encontro: 07.05.08 – das 14:30 às 16:30 hrs.
Merenda Escolar: arroz, feijão, frango com milho e ervilhas, salada de tomate. Quase
todos da turma comem, ao final da aula a professora entrega uma fruta (maçã) para cada
criança, para comer pelo caminho ou em casa, quem disponibiliza as maçãs para as turmas são
as merendeiras.
Alunos Presentes: 13 meninas e 15 meninos – 28 presentes no dia.
Plano de Aula
� Tema: Primeiro Grupo da Pirâmide Alimentar – Carboidratos.
89
� Conteúdos: Carboidratos: sua função e importância na alimentação.
� Justificativa do tema: Os alunos precisam desde cedo aprenderem sobre uma
alimentação balanceada, saudável, para tanto é necessário conhecer os grupos dos
alimentos, como nessa aula, os carboidratos, que são de grande importância para o
nosso organismo, visto que são responsáveis pela energia utilizada para o bom
funcionamento do organismo de quase todos os seres vivos.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Ajudar os alunos na conscientização dos grupos alimentares, fazendo com
que saibam escolher diferentes tipos de alimentos, nas quantidades adequadas para o
bom funcionamento do nosso organismo.
� Atividade (metodologia): Conversa com os alunos sobre obtenção de energia e
carboidratos, falando a importância desse nutriente para nosso organismo e em
seguida atividades para avaliação onde os alunos devem marcar os alimentos ricos em
carboidratos, entre eles: cereais matinais, tomate, farinha, queijo, mandioca, pão, carne
de frango, arroz, peixe e macarrão. O segundo exercício é uma cruzadinha somente de
carboidratos, onde os alunos deverão escrever o nome a partir do nome do meio –
CARBOIDRATOS.
� Avaliação: observar a partir da atividade proposta a assimilação do tema proposto,
verificando o que foi obtido com a atividade.
� Bibliografia: material de apoio pesquisado na internet, disponível em
www.cnpab.embrapa.br/educaçao/baby/carboidr.html acessado em 05.05.08
5ª Aula: Lipídios.
Encontro: 13.05.08 – das 14:30 às 16:30 hrs.
Merenda Escolar: mingau de chocolate.
Alunos Presentes: 13 meninas e 15 meninos – 28 presentes no dia.
Plano de Aula
� Tema: Grupo da Pirâmide Alimentar: Lipídios.
� Conteúdos: Lipídios: sua função e importância na alimentação.
� Justificativa do tema: Os alunos precisam desde cedo aprenderem sobre uma
alimentação balanceada, saudável, para tanto é necessário conhecer os grupos dos
alimentos, como nessa aula, os lipídios, que devem ser ingeridos com moderação e
cuidado, visto que são os óleos e gorduras, sendo importantes sim, mas com cuidado e
nem todo tipo de óleo e gordura.
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� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Ajudar os alunos na conscientização dos grupos alimentares, fazendo com
que saibam escolher diferentes tipos de alimentos, nas quantidades adequadas para o
bom funcionamento do nosso organismo, sendo este a gordura fator de grande atenção
para ingerir com moderação.
� Atividade (metodologia): Conversa com os alunos a partir da pirâmide alimentar
mostrando os tipos de óleos e gorduras, a importância deles para o organismo, como
também os perigos em alguns casos. Após a discussão faremos uma atividade para
escrever a partir da figura o nome dos alimentos ricos em lipídios; o segundo exercício
é para circular os alimentos que são ricos em gorduras transgênicas.
� Avaliação: observar a partir da atividade proposta a assimilação do tema proposto,
verificando o que foi obtido com a atividade.
� Bibliografia: material de apoio pesquisado na internet, disponível em
http://www.nutricaoativa.com.br/conteudo.php?id=104 12.05.08 e
http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI1035210-EI1501,00.html 12.05.08 e
http://guia.mercadolivre.com.br/gordura-trans-4553-VGP.
6ª Aula: Vitaminas, Fibras e Sais Minerais.
Encontro: 27.05.08 e 28.05.08 das 14:30 às 16:30 hrs.
Merenda Escolar: macarrão com salsicha; mingau de chocolate.
Alunos Presentes: 14 meninas e 14 meninos – 28 presentes no dia.
12 meninas e 14 meninos – 26 presentes no dia.
Plano de Aula
� Tema: Grupo da Pirâmide Alimentar: Vitaminas, Fibras e Sais Minerais.
� Conteúdos: Vitaminas, fibras e sais minerais e suas funções e importância na
alimentação.
� Justificativa do tema: Muitas crianças nessa fase não gostam de frutas, legumes e
verduras, visto que não acham gostosas, atrativas, onde muitas inclusive, nem
experimentam. Portanto, é importante que elas saibam a importância desses nutrientes
para nosso organismo e venham a experimentar os mesmos, incluindo quantidades
significativas em sua alimentação.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
91
� Objetivos: Ajudar as crianças a entenderem a importância das frutas, legumes e
verduras para nosso organismo através da alimentação, fazendo com que eles
experimentem frutas.
� Atividade (metodologia): Conversa com os alunos a partir do gibi da Emilia (Fome
Zero) e depois mostrar o grupo dos alimentos através da pirâmide alimentar
ressaltando a importância das vitaminas, fibras e sais minerais, fazendo com que
sintam vontade e curiosidade em experimentar alimentos novos, contribuindo assim
para a formação de hábitos alimentares saudáveis.
� Avaliação: observar a partir da atividade proposta a assimilação do tema proposto,
verificando o que foi obtido com a atividade.
� Bibliografia: material para atividades e conteúdos a serem discutidos, disponível no
site: http://smartkids.terra.com.br/pergunte/alimentacao/index.html acesso em
19.05.08.
Quero Descobrir, 1º Ano: volume 1: pré-escola/Elen Liedke, Fábio Tavares do
Nascimento Rocha, Neila Rabelo. – Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007. –
(Interagir e Crescer).
Dia a Dia do Professor – datas comemorativas, projetos e murais: Mês de Abril:
Volume 3, 7ª Edição/Gerusa Rodrigues Pinto, Frances Rodrigues Pinto. – Editora
Fapi, MG.
Emilia e a Turma do Sítio em Cartilha de Nutrição – Fome Zero: Vitaminas e Minerais
– Editora Globo, 2001.
7ª Aula: Proteínas.
Encontro: 29.05.08 e 30.05.08 – das 14:30 às 16:30 hrs.
Merenda Escolar: sucrilhos com leite.
Polenta com carne moída.
Alunos Presentes: 12 meninas e 15 meninos – 27 presentes no dia.
11 meninas e 16 meninos – 27 presentes no dia.
Plano de Aula
� Tema: Grupo da Pirâmide Alimentar: Proteínas.
� Conteúdos: Proteínas: sua importância na alimentação para o organismo.
� Justificativa do tema: As proteínas são usadas para o crescimento, para a
cicatrização, para repor as estruturas desgastadas e para a defesa do corpo, sendo
92
construtoras, portanto, para as crianças é muito importante que contenha proteínas em
sua alimentação.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Fazer com que as crianças entendam a importância das proteínas, assim
como os demais nutrientes da pirâmide alimentar.
� Atividade (metodologia): Conversa com os alunos a partir da pirâmide alimentar
mostrando a importância das proteínas, para que possam ajudar na elaboração do
cardápio familiar.
� Avaliação: observar a partir da atividade proposta a assimilação do tema proposto,
verificando o que foi obtido com a atividade.
� Bibliografia: Caminhos da ciência: uma abordagem socioconstrutivista: ensino
fundamental: manual do professor/Francisco Azevedo de Arruda Sampaio/Aloma
Fernandes de Carvalho. – 3ª ed. – São Paulo: IBEP, 2004.
Projeto Pitanguá: ciências/organizadora Editora Moderna; obra coletiva concebida,
desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editor responsável José Luiz
Carvalho da Cruz. – 1ª ed. – São Paulo: Moderna, 2005.
Emilia e a Turma do Sítio em Cartilha de Nutrição – Fome Zero: Proteínas e
Carboidratos – Editora Globo, 2001.
Caminhos da ciência: uma abordagem socioconstrutivista: ensino fundamental:
manual do professor / Francisco Azevedo de Arruda Sampaio / Aloma Fernandes de
Carvalho. – 3. ed. – São Paulo: IBEP, 2004.
8ª Aula: Função dos Alimentos.
Encontro: 03.06.08 e 04.06.08 – das 15:00 às 17:00 hrs.
Alunos Presentes: 11 meninas e 16 meninos – 27 presentes no dia.
13 meninas e 15 meninos – 28 presentes no dia.
Plano de Aula
� Tema: Função dos alimentos.
� Conteúdos: Classificação dos alimentos em Energéticos, Construtores e Reguladores.
� Justificativa do tema: A partir da aprendizagem da pirâmide alimentar, onde os
alunos viram sobre os grupos dos alimentos, agora é importante que eles saibam que
cada alimento tem uma função especifica, portanto, o tema é de grande relevância ao
conteúdo trabalhado.
93
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Que os alunos compreendam que cada alimento tem sua função em nosso
organismo, conscientizando-os a comer de forma variada, incluindo um pouco de cada
nutriente em suas refeições.
� Atividade (metodologia): Apresentação de vídeo onde fala da classificação dos
alimentos em energéticos, construtores e reguladores, dando exemplos de cada um
deles. Após o vídeo conversaremos sobre o tema que é de grande importância, para
que então possamos realizar a atividade com as crianças, onde cada uma escolhe 3
recortes (levados prontos, um de cada classificação) e cola no cartaz dividido em
energéticos, construtores e reguladores.
� Avaliação: a partir da participação da sala, nas atividades.
� Bibliografia: Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de
Enfermagem PROFAE; Vídeo – Saúde do Adulto, Ministério da Saúde, Secretaria de
Estado da Educação, Governo do Estado de São Paulo, 2003.
9ª Aula: Importância da Água.
Encontro: 10.06.08 e 11.06.08 – das 15:00 às 17:00 hrs.
Plano de Aula
� Tema: Água
� Conteúdos: Importância da água na alimentação enquanto nutriente mineral, e o
problema da falta da água, ocasionando diversos problemas.
� Justificativa do tema: É de grande importância visto que falamos de todos os grupos
de alimentos, portanto, a água é de fundamental função para nosso organismo,
ajudando na digestão, no funcionamento dos órgãos, enfim, sem água não vivemos.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Conscientizar os alunos da importância da água em nosso organismo,
assim como em todos os lugares. Abordar sobre o uso da água e desperdício, pois a
água é fundamental a todos, como na alimentação, higiene, limpeza de casa, ou seja,
tudo o que fazemos usamos e precisamos de água, portanto é importante economizar
para que não fiquemos sem este recurso precioso.
� Atividade (metodologia): Introdução do assunto por meio de roda de conversa,
explicando e mostrando aos alunos o pouco de água potável que possuímos, e a partir
daí uma conversa geral sobre o que sabem e o que é importante saber sobre a água.
� Avaliação: A partir das conversas, relatos dos alunos e da atividade de ludicidade.
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� Bibliografia: Texto e material de apoio a ser trabalhado com as crianças no site
http://www.aipa.org.br/concurso2000-4magisterio.htm acessado em 08.06.08 e
www.smartkids.com.br, Água: seu papel na saúde e na beleza corporal – Dra Jocelem
Salgado, disponível no site: www.jocelemsalgado.com.br acessado em 09.06.08.
10ª Aula: Obesidade.
Encontro: 12.06.08 e 13.06.08 – das 15:00 às 17:00 hrs.
Plano de Aula
� Tema: O que é obesidade.
� Conteúdos: Conceituar a obesidade e como prevenir através da alimentação saudável.
� Justificativa do tema: É de grande importância que os alunos ouçam falar da
obesidade e saibam que é uma doença da modernidade, visto que hoje, grande parte
das crianças são induzidas a consumir, devido à grande oferta da mídia, levando
muitas vezes a alimentos fáceis, rápidos de fazer e comer mas com sem valor
nutricional algum, contribuindo para a ingestão de muitas calorias, levando a uma
possível obesidade.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Conscientizar os alunos sobre o perigo da obesidade, para que eles se
conscientizem em como evitá-la e ter uma alimentação saudável, variada e saborosa.
� Atividade (metodologia): Conversa com os alunos sobre o tema a partir da história
em quadrinhos da turma do sitio do pica pau amarelo, após conversa do assunto
elaboração de atividade para maior assimilação.
� Avaliação: Relatos dos alunos sobre o tema proposto e a execução da atividade em si.
� Bibliografia: Emilia e a Turma do Sítio em Cartilha de Nutrição – Fome Zero: O que
é Obesidade – Editora Globo, 2001.
11ª Aula: Frutas.
Encontro: 20.06.08 – das 15:00 às 17:00 hrs.
Plano de Aula
� Tema: A importância das frutas na alimentação.
� Conteúdos: Aula prática de produção e degustação de uma salada de frutas,
abordando conteúdos como importância das frutas em nossa alimentação, evitarem o
95
desperdício de alimentos, restos de alimentos aproveitados como adubo para hortas e
introdução dos conceitos de higiene com alimentos em seu preparo.
� Justificativa do tema: É de grande importância, visto que muitas crianças sentem
certa restrição à ingestão de frutas, verduras e legumes, portanto, através de uma
atividade a qual eles mesmos produziram, torna-se mais fácil fazer com que sintam
interesse e vontade em provar certos alimentos, em nosso caso, as frutas. Outro fator
importante a ser trabalhado é sobre o desperdício de alimentos, em nosso caso
falaremos sobre os restos como possibilidade de adubo orgânico em hortas, além da
higiene antecedente ao preparo de qualquer tipo de alimentação.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Levá-los a reflexão sobre a importância das frutas e mais, fazer com que
todos experimentem a própria produção.
� Atividade (metodologia): Roda de conversa sobre a importância das frutas, legumes e
verduras para nosso organismo e a produção de uma salada de frutas, pelos próprios
educandos.
� Bibliografia: Frutas: a importância para as crianças – Dra Jocelem Salgado –
http://www.jocelemsalgado.com.br/padrao. aspx?texto. aspx?idContent=534
12ª Aula: Origem dos Alimentos.
Encontro: 25.06.08 – das 15:00 às 17:00 hrs.
Plano de Aula
� Tema: Origem dos Alimentos
� Conteúdos: Conceituar de forma lúdica a origem dos alimentos, para que os alunos
saibam de onde vêm os mesmos, se interessando assim, por maior qualidade em sua
alimentação.
� Justificativa do tema: Os alunos precisam saber qual a origem dos alimentos que
comem, visto que hoje vivemos em uma sociedade dos alimentos prontos e rápidos,
restringindo na maioria das vezes a qualidade destes produtos, ou seja, os alunos se
conscientizam da origem dos alimentos e tem a opção de fazerem escolhas mais
saudáveis.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Após aula de conceitos já trabalhada anteriormente, levar os alunos de
forma lúdica a associar determinado alimento a sua origem.
� Atividade (metodologia): Confecção de jogo da memória e brincadeiras com o jogo.
96
� Bibliografia: Livro Didático Dom Bosco – 1º Ano Matemática e Ciências – 1º
Bimestre;
Livro Didático Dom Bosco – 2º Ano Matemática e Ciências – 2º
Bimestre.
13ª Aula: Função dos alimentos.
Encontro: 27.06.08 – das 15:00 às 17:00 hrs.
Plano de Aula
� Tema: Função dos alimentos.
� Conteúdos: Conceituar de forma lúdica a função dos alimentos para nosso corpo,
onde cada um tem alguma função muito importante para nossa saúde.
� Justificativa do tema: Cada alimento tem uma função em nosso organismo, portanto,
os alunos precisam entender sobre a importância de se fazer uma alimentação variada
para que possamos ingerir os diversos tipos de alimentos, visto que cada um tem uma
função em nosso organismo, portanto, não podemos deixar de comer alguma coisa,
por exemplo, as frutas, pois ela certamente terá uma função muito importante que a
carne, por exemplo, não poderá fazer.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Conscientizar os alunos que precisamos fazer uma alimentação variada
para que possamos ingerir os diversos tipos de alimentos.
� Atividade (metodologia): Brincadeira tipo morto-vivo, onde os comandos são outros:
energéticos – fazer com que as crianças fiquem fortes para correr, pular, brinca, ou
seja, atividades que gastem energia. (gesto: força). Construtores – fazer com que as
crianças cresçam e se desenvolvam de forma saudável. (braços erguidos acima da
cabeça demonstrando crescimento). Reguladores – regular o organismo para que não
fiquemos doentes. (gesto: espirro, representando sobre não ficar doente).
� Bibliografia: Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de
Enfermagem PROFAE; Vídeo – Saúde do Adulto, Ministério da Saúde, Secretaria de
Estado da Educação, Governo do Estado de São Paulo, 2003.
14ª Aula: Importância da Horta.
Encontro: 01.07.08 – das 15:00 às 17:00 hrs.
Plano de Aula
� Tema: Visita a horta da escola.
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� Conteúdos: Trabalhar a importância da horta para nossa alimentação, falando sobre
os alimentos que foram e que podem ser plantados na horta e como eles colaboram
para nossa saúde.
� Justificativa do tema:
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Proporcionar aos alunos um interesse na produção de verduras e legumes,
contribuindo assim para que eles sintam interesse em explorar os mesmos, tais como
experimentar algo que plantaram.
� Atividade (metodologia): Roda de conversa na sala de aula a respeito da horta, dos
alimentos que podem ser plantados, falando da origem vegetal dos alimentos e depois
da conversa, visita a horta da escola que está sendo produzida pelos próprios alunos
num contexto interdisciplinar enfocando a alfabetização a partir de elementos
presentes na horta.
� Bibliografia: Horta na escola – “Uma alternativa de melhoria na alimentação e
qualidade de vida”. Disponível no site:
http://www.ufmg.br/proex/arquivos/8Encontro/Meio_5.pdf
15ª Aula: Atividades Físicas e qualidade de vida.
Encontro: 02.07.08 – das 15:00 às 17:00 hrs.
Plano de Aula
� Tema: A importância das atividades físicas em nosso dia a dia para manutenção da
saúde e qualidade de vida.
� Conteúdos: importância da atividade física diária para melhorar nossa qualidade de
vida, evitando problemas futuros.
� Justificativa do tema: É de grande importância que as crianças aprendam desde cedo
a praticar atividades físicas para melhorar a qualidade de vida, visto que hoje a maioria
se torna sedentária, frente aos brinquedos eletrônicos que os prendem a maior parte do
tempo e que além de não gastar energias e fazer bem, aumenta o nível de ansiedade de
muitas, fazendo com que aumentem o consumo de alimentos prontos e fáceis de
preparar e comer.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Proporcionar momentos descontraídos de atividades concentradas, de
brincadeiras, relaxamento, enfim, fazer juntos uma aula de exercícios agradável.
� Atividade (metodologia): Exercícios de movimentos na quadra esportiva da escola.
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� Bibliografia: Infância saudável - A capacidade intelectual da criança é proporcional a
boa alimentação – Dra. Jocelem Mastrodi Salgado – disponível no site
www.jocelemsalgado.com.br
16ª Aula: Refeições.
Encontro: 03.07.08 – das 15:00 às 17:00 hrs.
Plano de Aula
� Tema: Café da manhã, almoço, café da tarde e jantar.
� Conteúdos: Trabalhar sobre as refeições, o que devemos comer em cada período.
� Justificativa do tema: Trabalhar a importância de se fazer várias refeições,
distribuídas ao longo do dia, pois devido à correria do dia a dia, muitas crianças
acabam não fazendo alguma refeição.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Devido à importância da alimentação balanceada e variada, analisar
através da produção dos alunos o que eles acham importante comer no café da manhã,
almoço, café da tarde e jantar, enfim, o que acham saudável comer em cada refeição.
� Atividade (metodologia): Produção dos alunos em cartazes, divididos em grupo por
tema, onde cada grupo deveria desenhar aquilo que é saudável comer em cada
refeição, depois de pronto os cartazes, eles deveriam apresentar para os colegas e
explicar porque escolheram certos alimentos.
� Avaliação: A partir da produção de cada aluno, ver como eles realizaram o processo,
se conversaram entre si, enfim, se conseguiram desenvolver o trabalho.
� Bibliografia: Importância do café da manhã – Sociedade Brasileira de Diabetes –
disponível no site:
http://www.diabetes.org.br/imprensa/noticias_internacionais/index.php?id=955
17ª Aula: Finalização do Projeto com festa e atividade sobre alimentação
saudável.
Encontro: 04.07.08 – das 15:30 às 17:30 hrs.
Plano de Aula
� Tema: Alimentação Saudável
� Conteúdos: Conceituar alimentação saudável.
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� Justificativa do tema: Após todo processo de intervenção numa perspectiva de
educação alimentar, trabalhar a partir de recortes de alimentos, como deve ser uma
alimentação saudável, o que e como devemos nos alimentar.
� Série: 1ª Série do Ensino Fundamental.
� Objetivos: Retorno por parte dos alunos de como fazer uma alimentação saudável.
� Atividade (metodologia): A partir de recortes de jornais os alunos deverão
demonstrar o que devemos comer para ter uma alimentação saudável, o que é
importante para nossa saúde. Por fim, fizemos uma festinha com torta saudável, de
legumes com queijo e bolo de cenoura com cobertura de chocolate e suco natural de
caju e laranja.
� Avaliação: Se todos os alunos conseguiram fazer a atividade, como fizeram avaliando
o progresso dos mesmos, a partir do projeto de intervenção.