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CENTRO UNIVERSITAacuteRIO DE BRASIacuteLIA FACULDADE DE CIEcircNCIAS SOCIAIS APLICADAS ndash FASA CURSO ADMINISTRACcedilAtildeO MONOGRAFIA ACADEcircMICA PROFESSOR ORIENTADOR JOSEacute ANTOcircNIO RODRIGUES DO NASCIMENTO

WEBER ADRYANO SILVA SANTOS

FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS

Brasiacutelia ndash DF 2006

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WEBER ADRYANO SILVA SANTOS

FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS Monografia apresentada como requisito para conclusatildeo do curso de bacharelado em Administraccedilatildeo do UniCEUB ndash Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia Professor Orientador Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento

Brasiacutelia ndash DF 2006

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WEBER ADRYANO SILVA SANTOS

FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS Monografia apresentada como requisito para conclusatildeo do curso de bacharelado em Administraccedilatildeo do UniCEUB ndash Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia Professor Orientador Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento

Brasiacutelia 16 de maio de 2006

Banca Examinadora

_________________________________________ Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento

Professor Orientador

_________________________________________ Nome

Examinador

_________________________________________ Nome

Examinador

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Dedico este trabalho agrave minha esposa Kelly que sempre me incentivou e apoiou em todos os momentos de minha vida agrave minha filha Luiacuteza Aos meus pais que constantemente me apoacuteiam

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AGRADECIMENTO

Agradeccedilo A Deus por me dar forccedilas para o teacutermino desse trabalho Ao Professor Joseacute Antocircnio pela paciecircncia e apoio na orientaccedilatildeo Agrave Kelly minha esposa que esteve sempre do meu lado Aos colegas de graduaccedilatildeo Maacutercia Denezir e Acircngelo sempre prontos a me ajudar nos momentos de dificuldade

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ldquoSorte eacute aquilo que acontece quando a preparaccedilatildeo encontra a oportunidaderdquo (Elmer Letterman)

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RESUMO

Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27

Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees

DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio

MPEs Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 DESENVOLVIMENTO 16

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22

23 As Pequenas Empresas 26

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28

24 Estudo de Caso 31

3 CONCLUSAtildeO 35

BIBLIOGRAFIA 37

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1 INTRODUCcedilAtildeO

Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade

de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu

empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos

empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis

do negoacutecio bem como sua gestatildeo

Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa

concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do

fluxo de caixa

Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para

as micros e pequenas empresas

Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um

papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua

estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam

vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona

dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais

dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e

processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para

aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma

atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade

e acabam sendo devoradas pelos concorrentes

Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes

modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da

empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras

Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento

indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais

Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de

gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa

ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo

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O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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Page 2: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

WEBER ADRYANO SILVA SANTOS

FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS Monografia apresentada como requisito para conclusatildeo do curso de bacharelado em Administraccedilatildeo do UniCEUB ndash Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia Professor Orientador Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento

Brasiacutelia ndash DF 2006

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WEBER ADRYANO SILVA SANTOS

FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS Monografia apresentada como requisito para conclusatildeo do curso de bacharelado em Administraccedilatildeo do UniCEUB ndash Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia Professor Orientador Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento

Brasiacutelia 16 de maio de 2006

Banca Examinadora

_________________________________________ Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento

Professor Orientador

_________________________________________ Nome

Examinador

_________________________________________ Nome

Examinador

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Dedico este trabalho agrave minha esposa Kelly que sempre me incentivou e apoiou em todos os momentos de minha vida agrave minha filha Luiacuteza Aos meus pais que constantemente me apoacuteiam

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AGRADECIMENTO

Agradeccedilo A Deus por me dar forccedilas para o teacutermino desse trabalho Ao Professor Joseacute Antocircnio pela paciecircncia e apoio na orientaccedilatildeo Agrave Kelly minha esposa que esteve sempre do meu lado Aos colegas de graduaccedilatildeo Maacutercia Denezir e Acircngelo sempre prontos a me ajudar nos momentos de dificuldade

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ldquoSorte eacute aquilo que acontece quando a preparaccedilatildeo encontra a oportunidaderdquo (Elmer Letterman)

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RESUMO

Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27

Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees

DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio

MPEs Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 DESENVOLVIMENTO 16

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22

23 As Pequenas Empresas 26

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28

24 Estudo de Caso 31

3 CONCLUSAtildeO 35

BIBLIOGRAFIA 37

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13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade

de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu

empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos

empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis

do negoacutecio bem como sua gestatildeo

Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa

concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do

fluxo de caixa

Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para

as micros e pequenas empresas

Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um

papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua

estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam

vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona

dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais

dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e

processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para

aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma

atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade

e acabam sendo devoradas pelos concorrentes

Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes

modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da

empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras

Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento

indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais

Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de

gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa

ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo

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14

O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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15

quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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23

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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25

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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32

resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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33

fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

BIBLIOGRAFIA

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MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000

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Page 3: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

WEBER ADRYANO SILVA SANTOS

FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS Monografia apresentada como requisito para conclusatildeo do curso de bacharelado em Administraccedilatildeo do UniCEUB ndash Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia Professor Orientador Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento

Brasiacutelia 16 de maio de 2006

Banca Examinadora

_________________________________________ Joseacute Antocircnio Rodrigues do Nascimento

Professor Orientador

_________________________________________ Nome

Examinador

_________________________________________ Nome

Examinador

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Dedico este trabalho agrave minha esposa Kelly que sempre me incentivou e apoiou em todos os momentos de minha vida agrave minha filha Luiacuteza Aos meus pais que constantemente me apoacuteiam

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AGRADECIMENTO

Agradeccedilo A Deus por me dar forccedilas para o teacutermino desse trabalho Ao Professor Joseacute Antocircnio pela paciecircncia e apoio na orientaccedilatildeo Agrave Kelly minha esposa que esteve sempre do meu lado Aos colegas de graduaccedilatildeo Maacutercia Denezir e Acircngelo sempre prontos a me ajudar nos momentos de dificuldade

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ldquoSorte eacute aquilo que acontece quando a preparaccedilatildeo encontra a oportunidaderdquo (Elmer Letterman)

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RESUMO

Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27

Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees

DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio

MPEs Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 DESENVOLVIMENTO 16

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22

23 As Pequenas Empresas 26

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28

24 Estudo de Caso 31

3 CONCLUSAtildeO 35

BIBLIOGRAFIA 37

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13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade

de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu

empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos

empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis

do negoacutecio bem como sua gestatildeo

Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa

concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do

fluxo de caixa

Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para

as micros e pequenas empresas

Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um

papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua

estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam

vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona

dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais

dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e

processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para

aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma

atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade

e acabam sendo devoradas pelos concorrentes

Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes

modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da

empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras

Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento

indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais

Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de

gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa

ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo

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14

O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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15

quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

BIBLIOGRAFIA

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MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000

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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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Page 4: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

Dedico este trabalho agrave minha esposa Kelly que sempre me incentivou e apoiou em todos os momentos de minha vida agrave minha filha Luiacuteza Aos meus pais que constantemente me apoacuteiam

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AGRADECIMENTO

Agradeccedilo A Deus por me dar forccedilas para o teacutermino desse trabalho Ao Professor Joseacute Antocircnio pela paciecircncia e apoio na orientaccedilatildeo Agrave Kelly minha esposa que esteve sempre do meu lado Aos colegas de graduaccedilatildeo Maacutercia Denezir e Acircngelo sempre prontos a me ajudar nos momentos de dificuldade

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ldquoSorte eacute aquilo que acontece quando a preparaccedilatildeo encontra a oportunidaderdquo (Elmer Letterman)

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RESUMO

Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27

Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees

DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio

MPEs Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 DESENVOLVIMENTO 16

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22

23 As Pequenas Empresas 26

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28

24 Estudo de Caso 31

3 CONCLUSAtildeO 35

BIBLIOGRAFIA 37

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13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade

de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu

empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos

empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis

do negoacutecio bem como sua gestatildeo

Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa

concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do

fluxo de caixa

Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para

as micros e pequenas empresas

Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um

papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua

estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam

vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona

dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais

dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e

processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para

aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma

atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade

e acabam sendo devoradas pelos concorrentes

Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes

modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da

empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras

Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento

indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais

Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de

gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa

ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo

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14

O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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15

quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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23

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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25

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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32

resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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33

fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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36

procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

BIBLIOGRAFIA

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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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Page 5: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

AGRADECIMENTO

Agradeccedilo A Deus por me dar forccedilas para o teacutermino desse trabalho Ao Professor Joseacute Antocircnio pela paciecircncia e apoio na orientaccedilatildeo Agrave Kelly minha esposa que esteve sempre do meu lado Aos colegas de graduaccedilatildeo Maacutercia Denezir e Acircngelo sempre prontos a me ajudar nos momentos de dificuldade

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ldquoSorte eacute aquilo que acontece quando a preparaccedilatildeo encontra a oportunidaderdquo (Elmer Letterman)

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RESUMO

Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27

Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees

DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio

MPEs Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 DESENVOLVIMENTO 16

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22

23 As Pequenas Empresas 26

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28

24 Estudo de Caso 31

3 CONCLUSAtildeO 35

BIBLIOGRAFIA 37

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13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade

de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu

empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos

empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis

do negoacutecio bem como sua gestatildeo

Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa

concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do

fluxo de caixa

Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para

as micros e pequenas empresas

Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um

papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua

estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam

vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona

dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais

dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e

processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para

aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma

atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade

e acabam sendo devoradas pelos concorrentes

Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes

modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da

empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras

Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento

indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais

Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de

gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa

ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo

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14

O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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15

quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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36

procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

BIBLIOGRAFIA

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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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Page 6: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

ldquoSorte eacute aquilo que acontece quando a preparaccedilatildeo encontra a oportunidaderdquo (Elmer Letterman)

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RESUMO

Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27

Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees

DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio

MPEs Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 DESENVOLVIMENTO 16

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22

23 As Pequenas Empresas 26

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28

24 Estudo de Caso 31

3 CONCLUSAtildeO 35

BIBLIOGRAFIA 37

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13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade

de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu

empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos

empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis

do negoacutecio bem como sua gestatildeo

Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa

concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do

fluxo de caixa

Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para

as micros e pequenas empresas

Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um

papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua

estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam

vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona

dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais

dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e

processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para

aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma

atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade

e acabam sendo devoradas pelos concorrentes

Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes

modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da

empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras

Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento

indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais

Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de

gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa

ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo

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14

O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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15

quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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23

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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25

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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33

fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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36

procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

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Page 7: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

RESUMO

Os uacuteltimos anos marcaram a grande preocupaccedilatildeo com a pequena empresa e sua gestatildeo financeira haja vista o alto custo do dinheiro O tema do presente trabalho parte da importacircncia do Fluxo de Caixa como instrumento de gerenciamento financeiro onde evidencia a estimativa de liquidez como ponto relevante na tomada de decisotildees Propotildee-se a contribuir pra a gestatildeo da pequena empresa oferecendo uma ferramenta de controle financeiro O Fluxo de Caixa permite uma visualizaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que permitindo simulaccedilotildees auxilia o gestor a planejar seu negoacutecio Acredita-se que este instrumento de controle de gestatildeo financeira poderaacute se transformar numa importante fonte de informaccedilotildees para os administradores e proprietaacuterios de pequenas empresas Conclui-se que a eficaacutecia do Fluxo de Caixa estaacute atrelada diretamente ao monitoramento dos elementos que o compotildeem bem como a observacircncia da fase do ciclo de vida em que a empresa se encontra

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27

Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees

DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio

MPEs Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 DESENVOLVIMENTO 16

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22

23 As Pequenas Empresas 26

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28

24 Estudo de Caso 31

3 CONCLUSAtildeO 35

BIBLIOGRAFIA 37

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13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade

de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu

empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos

empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis

do negoacutecio bem como sua gestatildeo

Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa

concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do

fluxo de caixa

Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para

as micros e pequenas empresas

Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um

papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua

estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam

vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona

dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais

dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e

processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para

aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma

atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade

e acabam sendo devoradas pelos concorrentes

Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes

modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da

empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras

Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento

indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais

Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de

gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa

ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo

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14

O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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15

quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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23

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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PINHO Adelino Dias Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Boletim do IBRACON Ndeg 220 SET 96 Porto Alegre Sagra Luzzatto 1998

RODRIGUES Alice de Faacutetima O Relacionamento do ciclo de vida com a transiccedilatildeo da contabilidade terceirizada para a contabilidade proacutepria de gestatildeo em pequenas empresas 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo UFSC Florianoacutepolis

SANVICENTE Antonio Zoratto Administraccedilatildeo financeira 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1997

Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas Brasiacutelia out 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsebraecombrgt Acesso em 25 abr 2006

SILVA Ceacutesar Augusto Tiburcio SANTOS Jocineiro Oliveira OGAWA Jorge Sadayoshi Fluxo de Caixa e DOAR Caderno de Estudos FIPECAFI FAE ndash USP Satildeo Paulo nordm 9 p36-66 out1993

THIESEN Joatildeo Arno de Oliveira A demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa nas Organizaccedilotildees e sua Importacircncia como Instrumento da Tomada de Decisatildeo Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul Porto Alegre nordm 100 p8-13 maio 2000

TREUHERZ Rolf Maacuterio Anaacutelise Financeira por Objetivos 5ordm ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997

ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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Page 8: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa 18

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27

Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees

DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio

MPEs Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 DESENVOLVIMENTO 16

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22

23 As Pequenas Empresas 26

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28

24 Estudo de Caso 31

3 CONCLUSAtildeO 35

BIBLIOGRAFIA 37

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13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade

de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu

empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos

empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis

do negoacutecio bem como sua gestatildeo

Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa

concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do

fluxo de caixa

Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para

as micros e pequenas empresas

Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um

papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua

estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam

vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona

dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais

dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e

processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para

aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma

atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade

e acabam sendo devoradas pelos concorrentes

Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes

modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da

empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras

Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento

indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais

Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de

gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa

ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo

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14

O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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15

quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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23

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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25

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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36

procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

BIBLIOGRAFIA

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Page 9: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira 27

Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE 29

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199 30

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees

DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio

MPEs Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 DESENVOLVIMENTO 16

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22

23 As Pequenas Empresas 26

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28

24 Estudo de Caso 31

3 CONCLUSAtildeO 35

BIBLIOGRAFIA 37

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13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade

de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu

empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos

empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis

do negoacutecio bem como sua gestatildeo

Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa

concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do

fluxo de caixa

Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para

as micros e pequenas empresas

Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um

papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua

estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam

vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona

dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais

dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e

processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para

aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma

atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade

e acabam sendo devoradas pelos concorrentes

Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes

modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da

empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras

Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento

indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais

Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de

gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa

ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo

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14

O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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15

quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

BIBLIOGRAFIA

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Page 10: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto 23

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto 25

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto 31

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda 32

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees

DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio

MPEs Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 DESENVOLVIMENTO 16

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22

23 As Pequenas Empresas 26

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28

24 Estudo de Caso 31

3 CONCLUSAtildeO 35

BIBLIOGRAFIA 37

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13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade

de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu

empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos

empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis

do negoacutecio bem como sua gestatildeo

Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa

concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do

fluxo de caixa

Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para

as micros e pequenas empresas

Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um

papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua

estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam

vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona

dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais

dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e

processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para

aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma

atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade

e acabam sendo devoradas pelos concorrentes

Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes

modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da

empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras

Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento

indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais

Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de

gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa

ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo

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14

O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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15

quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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32

resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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33

fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

BIBLIOGRAFIA

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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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Page 11: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DFC Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

DOAR Demonstraccedilatildeo das Origens e Aplicaccedilotildees

DRE Demonstrativo de Resultado do Exerciacutecio

MPEs Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 DESENVOLVIMENTO 16

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22

23 As Pequenas Empresas 26

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28

24 Estudo de Caso 31

3 CONCLUSAtildeO 35

BIBLIOGRAFIA 37

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13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade

de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu

empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos

empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis

do negoacutecio bem como sua gestatildeo

Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa

concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do

fluxo de caixa

Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para

as micros e pequenas empresas

Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um

papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua

estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam

vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona

dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais

dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e

processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para

aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma

atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade

e acabam sendo devoradas pelos concorrentes

Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes

modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da

empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras

Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento

indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais

Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de

gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa

ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo

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14

O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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15

quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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23

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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25

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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32

resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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33

fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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36

procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

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Page 12: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 DESENVOLVIMENTO 16

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo 16

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa 19

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa 20

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC 22

23 As Pequenas Empresas 26

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas 26

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas 28

24 Estudo de Caso 31

3 CONCLUSAtildeO 35

BIBLIOGRAFIA 37

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13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade

de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu

empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos

empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis

do negoacutecio bem como sua gestatildeo

Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa

concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do

fluxo de caixa

Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para

as micros e pequenas empresas

Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um

papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua

estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam

vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona

dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais

dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e

processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para

aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma

atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade

e acabam sendo devoradas pelos concorrentes

Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes

modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da

empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras

Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento

indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais

Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de

gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa

ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo

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14

O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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15

quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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23

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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Page 13: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

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1 INTRODUCcedilAtildeO

Empreendedores que apoacutes criar seu proacuteprio negoacutecio sentem a necessidade

de desempenhar um papel gerencial com vistas a manter a continuidade de seu

empreendimento no mercado Entre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos

empreendedores destaca-se o entendimento dos aspectos financeiros e contaacutebeis

do negoacutecio bem como sua gestatildeo

Assim a presente pesquisa estaacute voltada agrave gestatildeo da pequena empresa

concentrando-se em instrumentos de controle de gestatildeo financeira sobretudo a do

fluxo de caixa

Portanto o tema dessa monografia eacute o fluxo de caixa com delimitaccedilatildeo para

as micros e pequenas empresas

Justifica-se tal estudo pelo fato das micros e pequenas empresas terem um

papel de destaque no cenaacuterio de negoacutecios do Brasil E essas empresas por sua

estrutura organizacional e tambeacutem pela forma que satildeo gerenciadas se tornam

vulneraacuteveis diante dos desafios que o mundo do iniacutecio do seacuteculo XXI proporciona

dentre eles a globalizaccedilatildeo os ambientes externo e interno cada vez mais

dinacircmicos os clientes cada vez mais exigentes raacutepidas mudanccedilas nos produtos e

processos em funccedilatildeo de avanccedilos tecnoloacutegicos Essas mudanccedilas contribuem para

aumentar os riscos e incertezas tornando o gerenciamento das empresas uma

atividade bastante complexa e desafiante fazendo com que percam competitividade

e acabam sendo devoradas pelos concorrentes

Cabe aos modelos de fluxo de caixa prospectados pois se tem nestes

modelos um instrumento que possibilita o controle dos recursos financeiros da

empresa bem como o planejamento das accedilotildees financeiras futuras

Do ponto de vista do controle de gestatildeo o fluxo de caixa eacute um instrumento

indispensaacutevel no processo de planejamento e controle das atividades empresariais

Longo (2000 p47) destaca a importacircncia do instrumento de controle de

gestatildeo financeira baseado no fluxo de caixa ao comentar que o fluxo de caixa

ldquoevidencia o comportamento das entradas e desembolsos de recurso de modo a proporcionar anaacutelises importantes sobre o comportamento da empresa quanto a sua sauacutede financeirardquo

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O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

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Page 14: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

14

O estudo aprimoramento e a concepccedilatildeo de controles de gestatildeo financeira

que acompanhem a dinacircmica atual dos negoacutecios satildeo imprescindiacuteveis no caso das

pequenas empresas que nem sempre dispotildeem de recursos suficientes para a

contrataccedilatildeo de consultorias especializadas muito menos para investirem em

tecnologia da informaccedilatildeo O desenvolvimento de controles de gestatildeo financeira

voltado agraves necessidades especiacuteficas das pequenas empresas constitui-se em uma

excelente maneira de levar o empreendedor ao melhor conhecimento de seu proacuteprio

negoacutecio

O estudo tem como objetivo geral descrever a importacircncia do fluxo de caixa

na gestatildeo das micros e pequenas empresas

Como objetivos especiacuteficos buscou-se o seguinte

a) Caracterizar o significado de micro e pequena empresa

b) Evidenciar o fluxo de caixa como instrumento de controle de gestatildeo

nas pequenas empresas

c) Revisar os conceitos de gestatildeo financeira com ecircnfase agrave dinacircmica do

fluxo de caixa

Diante do que foi colocado foi elaborado o seguinte problema Como fluxo

de caixa contribui na gestatildeo e na tomada de decisatildeo da micro e pequena empresa

O meacutetodo adotado para esse estudo cientiacutefico eacute o da pesquisa bibliograacutefica

Segundo Cervo e Bervian (198369) ldquopesquisa bibliograacutefica constitui geralmente o

primeiro passo de qualquer pesquisa cientiacutefica Os alunos de todos os Institutos e

Faculdades devem portanto ser iniciados nos meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa

bibliograacuteficardquo

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com meacutetodo de

pensamento reflexivo que requer um tratamento cientiacutefico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais Significa muito

mais do que apenas procurar a verdade eacute encontrar respostas para questotildees

propostas utilizando meacutetodos cientiacuteficos

Toda pesquisa implica em levantamento de dados de variadas fontes

quaisquer que sejam os meacutetodos ou teacutecnicas empregadas Os dois processos pelos

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15

quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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32

resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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33

fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

BIBLIOGRAFIA

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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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quais podem obter os dados satildeo a documentaccedilatildeo direta e a indireta A primeira

constitui-se em geral no levantamento de dados no proacuteprio local onde os

fenocircmenos ocorrem Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras

atraveacutes da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratoacuterio A segunda serve-se

de fontes de dados coletados por outras pessoas podendo constituir-se de material

jaacute elaborado ou natildeo Dessa forma divide-se em pesquisa documental e pesquisa

bibliograacutefica

A pesquisa bibliograacutefica tambeacutem chamada de fontes secundaacuterias eacute a que

interessa a este trabalho Trata-se da anaacutelise da bibliografia levantada em forma de

livros revistas publicaccedilotildees avulsas Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em

contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto

A bibliografia pertinente para Manzo (198232) ldquooferece meios para definir

resolver natildeo somente problemas jaacute conhecidos como tambeacutem explorar novas

aacutereas onde os problemas ainda natildeo se cristalizaram suficientementerdquo

Para Lakatos (2001 p 44)

ldquoa descriccedilatildeo do que eacute e para que serve a pesquisa bibliograacutefica permite compreender que se de um lado a resoluccedilatildeo de um problema pode ser obtida atraveacutes dela a pesquisa de laboratoacuterio e a de campo exigem o levantamento do estudo da questatildeo que se propotildee a analisar e solucionar A pesquisa bibliograacutefica portanto eacute o primeiro passo de toda pesquisa cientiacuteficardquo

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16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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23

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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25

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

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Page 16: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

16

2 DESENVOLVIMENTO

21 Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestatildeo

Ambientes econocircmicos competitivos exigem rapidez na tomada de decisotildees

principalmente nas decisotildees financeiras

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das atividades da

empresa e dessa forma se faz necessaacuterio um efetivo planejamento dos montantes

captados e o acompanhamento dos resultados obtidos com o objetivo de

administrar tais recursos possibilitando uma melhor operacionalizaccedilatildeo

Para uma gestatildeo financeira eacute necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de ferramentas

gerenciais como o Fluxo de Caixa entre outros que visam orientar e planejar os

recursos disponiacuteveis a partir da criaccedilatildeo de cenaacuterios Com isso torna-se possiacutevel a

identificaccedilatildeo de necessidades ou oportunidades para a aplicaccedilatildeo dos excedentes

de caixa em aacutereas rentaacuteveis da empresa ou em investimentos estruturais

A liquidez eacute representada pela capacidade de liquidaccedilatildeo dos compromissos

assumidos Assim neste capitulo apresenta-se a importacircncia do Fluxo de Caixa

como ferramenta de orccedilamento e planejamento das necessidades ou sobras de

caixa para a tomada de decisotildees

Para Zdanowicz (1998 p33) ldquoo fluxo de caixa eacute o instrumento que permite

demonstrar as operaccedilotildees financeiras que satildeo realizadas pela empresardquo o que

possibilita melhores anaacutelises e decisotildees quanto agrave aplicaccedilatildeo dos recursos financeiros

que a empresa dispotildee

Iudiacutecibus e Marion (1999 p218) afirmam que a DFC ldquodemonstra a origem e

a aplicaccedilatildeo de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado periacuteodo

e o resultado desse fluxordquo sendo que o caixa engloba as contas de Caixa e Bancos

evidenciando as entradas e saiacutedas de valores monetaacuterios no decorrer das

operaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo nas organizaccedilotildees

Thiesen (2000 p10) afirma que a DFC ldquopermite mostrar de forma direta ou

mesmo indireta as mudanccedilas que tiveram reflexo no caixa suas origens e

aplicaccedilotildeesrdquo

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17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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23

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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Page 17: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

17

No entendimento de Treuherz (1999) o fluxo de caixa eacute denominado ndash

Demonstrativo de Entradas e Saiacutedas ou Demonstrativo de Fluxo Disponiacutevel e tem

por finalidade indicar a procedecircncia do numeraacuterio do qual se utilizou a empresa num

determinado periacuteodo e as aplicaccedilotildees desse numeraacuterio

Por sua vez Sanvicente (1997) assevera que o fluxo de caixa tem como

objetivo baacutesico a projeccedilatildeo das entradas e saiacutedas de recursos financeiros para

determinado periacuteodo visando prognosticar a necessidade de captar empreacutestimos ou

aplicar excedentes de caixa nas operaccedilotildees mais rentaacuteveis para a empresa

O fluxo de caixa pode ser tambeacutem conceituado conforme Gitman (1997)

como o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar

os somatoacuterios de ingressos e somatoacuterios financeiros da empresa em determinado

momento prognosticando assim se haveraacute excedente ou escassez de caixa em

funccedilatildeo do niacutevel desejado de caixa pela empresa

Para Yoshitake (1997) o fluxo de caixa eacute um esquema que representa os

benefiacutecios e os dispecircndios ao longo do tempo E sua gestatildeo visa fundamentalmente

manter um certo niacutevel de liquidez imediata para fazer frente agrave incerteza associada

ao fluxo de recebimento e pagamento

Jaacute no entendimento de Assaf Neto e Silva (1997 p 38) fluxo de caixa ldquoeacute um

processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados

pelas vaacuterias atividades desenvolvidasrdquo onde as atividades da empresa dividem-se

em operacionais de investimento e de financiamento

Mediante diversas definiccedilotildees pode-se conceituar fluxo de caixa como um

instrumento de controle financeiro gerencial cuja finalidade eacute a de auxiliar no

processo decisoacuterio de uma organizaccedilatildeo visando sempre atingir os objetivos

esperados fazendo frente agrave incerteza associada ao fluxo de recebimentos e

pagamentos

A DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) propicia ao gerente financeiro a

elaboraccedilatildeo de melhor planejamento financeiro pois numa economia tipicamente

inflacionaacuteria natildeo eacute aconselhaacutevel excesso de Caixa mas o estritamente necessaacuterio

para fazer face aos seus compromissos Atraveacutes do planejamento financeiro o gestor

saberaacute o montante certo em que contrairaacute empreacutestimos para cobrir a falta

(insuficiecircncia) de fundos bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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23

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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25

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997

ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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18

de dinheiro evitando assim a corrosatildeo inflacionaacuteria proporcionando maior

rendimento agrave empresa

Para melhor visualizaccedilatildeo a ilustraccedilatildeo seguinte figura 1 demonstra o fluxo

de caixa

Mas soacute atraveacutes do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poderaacute

fazer uma boa projeccedilatildeo do Fluxo de Caixa para o futuro (proacutexima semana proacuteximo

mecircs proacuteximo trimestre) A compensaccedilatildeo do Fluxo Projetado com o real vem indicar

as variaccedilotildees que quase sempre demonstram as deficiecircncias nas projeccedilotildees Estas

variaccedilotildees satildeo excelentes subsiacutedios para aperfeiccediloamento de novas projeccedilotildees de

Fluxos de Caixa

Fonte Adaptado de Zdanowicz (1998)

Figura 1 - Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa

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19

22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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22 A Importacircncia do Fluxo de Caixa

O objeto da contabilidade eacute o de prover seus usuaacuterios com demonstraccedilotildees e

anaacutelises de naturezas econocircmicas financeiras com relaccedilatildeo agrave entidade objeto da

contabilizaccedilatildeo

O Balanccedilo retrata uma situaccedilatildeo da entidade em uma determinada data por

sua conotaccedilatildeo estaacutetica representa uma fotografia da empresa naquele momento

estaacutetico A Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio jaacute apresenta uma caracteriacutestica

mais dinacircmica poreacutem ainda natildeo oferece as informaccedilotildees relativas apenas agraves receitas

e despesas incorridas

Da necessidade de uma melhor visatildeo dos fluxos de recursos financeiros

surgiu em 1970 nos Estados Unidos a elaboraccedilatildeo de um Fluxo de Fundos e a partir

de novembro de 1987 o Financial Accounting Standards Board ndash FASB entidade

que regulamenta as poliacuteticas e procedimentos contaacutebeis naquele paiacutes emitiu um

pronunciamento o FAS-95 dividindo o que se conhece como Fluxo de Caixa em

trecircs grupos conforme elencam Silva Santos e Ogawa (1993) atividades

operacionais atividades de investimento e atividades de financiamento

De acordo com o entendimento de Assaf Neto (1997) decisotildees financeiras

de empresas inseridas em economias em desenvolvimento requer maior reflexatildeo

exigindo maior adaptaccedilatildeo agrave realidade dos negoacutecios Estas decisotildees satildeo tomadas

com os dados e as informaccedilotildees viabilizados pela Contabilidade pelo comportamento

do mercado e desempenho interno das empresas Assumindo uma complexidade e

risco cada vez maior em economias como a brasileira que estaacute em processo de

reposicionamento da poliacutetica econocircmica

Sabe-se que as Demonstraccedilotildees Contaacutebeis por si soacute natildeo representam

informaccedilotildees compatiacuteveis para tornar eficiente a complexa gestatildeo empresarial com

isso se faz necessaacuterio agrave utilizaccedilatildeo de demonstrativos simplificados e de maior

compreensatildeo

No seu estudo Dalbello (1999) chegou agrave conclusatildeo que com a globalizaccedilatildeo

e as mudanccedilas que vecircm ocorrendo nas aacutereas comercial produtiva e financeira com

a utilizaccedilatildeo de vaacuterios meacutetodos meios e recursos que transcendem as fronteiras

geograacuteficas faz-se necessaacuterio padronizaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo dos Demonstrativos

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20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

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Page 20: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

20

No entendimento de Assaf Neto (1997) e Frezatti (1997) a Demonstraccedilatildeo de

Fluxo de Caixa eacute de compreensatildeo para todos os interessados Daacute condiccedilotildees para a

tomada de decisotildees com relaccedilatildeo aos recursos tornando a empresa mais

competitiva e proporcionando um ambiente adequado para a atraccedilatildeo de

investimentos e tambeacutem para a obtenccedilatildeo de financiamentos tanto no presente

como para o futuro

A gestatildeo dos recursos financeiros representa uma das principais atividades

da empresa Uma das funccedilotildees do Fluxo de Caixa eacute o planejamento e

acompanhamento dos montantes captados e dos resultados obtidos com o objetivo

de administrar tais recursos com melhor operacionalizaccedilatildeo

O DFC baseia-se no conceito de disponibilidade imediata dentro do regime

de caixa mostrando a modificaccedilatildeo ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa

durante determinado periacuteodo por meio dos fluxos de recebimento e pagamento

Segundo Carmo e Outros (1997 ndash revista CRC SP Ano 1 no 3) ldquoo fluxo

financeiro para o usuaacuterio natildeo familiarizado com a Contabilidade fica muito mais faacutecil

de ser entendido atraveacutes da Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixardquo No Brasil de acordo

com Iudiacutecibus e Marion (1999) esta demonstraccedilatildeo ainda eacute utilizada apenas para fins

de controle interno Contudo encontra-se em discussatildeo o anteprojeto de alteraccedilatildeo

da lei 640476 o qual prevecirc a substituiccedilatildeo da Demonstraccedilatildeo das Origens e

Aplicaccedilotildees (DOAR) pela Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa (DFC)

221 Composiccedilatildeo do Fluxo de Caixa

Os componentes da DFC de acordo com Frezatti (1997) satildeo

A) - Os fluxos operacionais que corresponde agraves entradas e saiacutedas

relacionadas agraves atividades operacionais da empresa

B) - Os fluxos permanentes que estaacute ligado aos investimentos no ativo

permanente da empresa o fluxo dos acionistas que indica as transaccedilotildees que

afetam os mesmos e que satildeo derivadas de decisotildees de capitalizaccedilatildeo ou de

distribuiccedilatildeo do lucro ou reduccedilatildeo do capital

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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23

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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TREUHERZ Rolf Maacuterio Anaacutelise Financeira por Objetivos 5ordm ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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21

C) - O fluxo financeiro equivale ao somatoacuterio dos demais fluxos onde no

caso de sobra de recursos ocorre agrave saiacuteda para aplicaccedilatildeo deste valor no mercado e

no caso de insuficiecircncia de recursos ocorre a entrada por meio de resgate de

investimentos ou por meio de captaccedilatildeo de recursos com terceiros O autor

apresenta estes elementos em comparaccedilatildeo a estrutura proposta pelo FASB cuja

comparaccedilatildeo eacute representada na Figura 1

Pinho (1996 p9) descreve e classifica os componentes das Atividades

Operacionais de Investimento e Financiamentos como segue

1 Atividades Operacionais satildeo classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operaccedilatildeo da empresa tais como recebimentos pela venda de produtos e serviccedilos pagamento de fornecedores despesas operacionais salaacuterios encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos natildeo classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos 2 Atividades de Investimentos compreendem as transaccedilotildees concessatildeo e recebimento de empreacutestimos compra e resgate de tiacutetulos financeiros aquisiccedilatildeo e venda de participaccedilotildees em outras sociedades compra e venda de ativos utilizados na produccedilatildeo de bens e serviccedilos ligados ao objetivo social da entidade Natildeo compreendem poreacutem as aquisiccedilotildees de ativos com o objetivo de revenda 3 Atividades de Financiamentos incluem-se nessa categoria a captaccedilatildeo de recursos dos proprietaacuterios ou acionistas a devoluccedilatildeo dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou natildeo a captaccedilatildeo de empreacutestimos de terceiros sua amortizaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo e a obtenccedilatildeo e amortizaccedilatildeo de outros recursos classificados no longo prazo

Iudiacutecibus e Marion (1999 p223) e Campos Filho (1999 p26) explicam que

na movimentaccedilatildeo de recursos financeiros incluem-se natildeo somente saldos de moeda

em caixa ou depoacutesitos em conta bancaacuteria mas tambeacutem outros tipos de contas que

possuem as mesmas caracteriacutesticas de liquidez e de disponibilidade imediata O

termo utilizado quando da elaboraccedilatildeo da DFC para identificar estes outros tipos de

contas eacute Equivalente de Caixa ou seja devem ser consideradas como equivalentes

de caixa as aplicaccedilotildees financeiras com caracteriacutestica de liquidez imediata

Por meio da anaacutelise dos elementos que compotildeem a DFC podem-se

perceber questotildees como a sauacutede do negoacutecio e a forma de otimizaccedilatildeo dos

resultados bem como avaliar o desempenho e as necessidades do fluxo financeiro

da empresa

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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23

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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25

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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36

procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

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22

222 Formas de Apresentaccedilatildeo da DFC

Quanto agrave elaboraccedilatildeo da DFC segundo a FIPECAFI (1994) pode ser

apresentada sob duas formas o meacutetodo direto e o meacutetodo indireto Estes dois

meacutetodos diferenciam-se pela forma como satildeo apresentados os recursos

provenientes das operaccedilotildees

Campos Filho (1999 p41) comenta que eacute recomendado agraves empresas

relatar os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (meacutetodo direto) No

meacutetodo direto as entradas e saiacutedas operacionais satildeo apresentadas de forma direta

isto eacute primeiro as entradas depois as saiacutedas

A DFC quando elaborada pelo meacutetodo direto apresenta dentro do grupo das

atividades operacionais primeiro o valor referente agrave receita pela venda de

mercadorias e serviccedilos para em seguida subtrair deste os valores equivalentes ao

pagamento de fornecedores salaacuterios e encargos sociais dos empregados bem

como os impostos e outras despesas legais Aleacutem disso adicionam-se os eventuais

dividendos recebidos bem como os recebimentos de seguros

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo direto

encontra-se representado no Quadro 1

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Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

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Page 23: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

23

Quadro 1 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Direto

A diferenccedila na elaboraccedilatildeo da DFC entre os meacutetodos direto e indireto

encontra-se apenas no grupo das atividades operacionais

O meacutetodo indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta realizando ajustes ao lucro liacutequido do exerciacutecio O Quadro 2

apresenta a demonstraccedilatildeo da estrutura da DFC quando elaborada pelo meacutetodo

indireto

A DFC elaborada pelo meacutetodo indireto apresenta no grupo das atividades

operacionais primeiro o lucro liacutequido proveniente da Demonstraccedilatildeo do Resultado do

Exerciacutecio para em seguida adicionar os valores que natildeo representam desembolso

de caixa que tenham sido deduzidos do lucro na DRE ou seja depreciaccedilatildeo e

amortizaccedilatildeo provisatildeo para devedores duvidosos aumento ou diminuiccedilatildeo referente a

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24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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25

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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33

fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

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Page 24: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

24

fornecedores no caso de compras a prazo ou contas a pagar tambeacutem a longo

prazo aumento ou diminuiccedilatildeo de valores em contas a receber para o caso de

vendas a prazo ou nos estoques

Carmo et al (1997 p58-59) esclarecem que ldquoo meacutetodo indireto consiste na

demonstraccedilatildeo dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do

lucro liacutequido ajustado pelos itens que afetam o resultado mas que natildeo modificam o

caixa da empresardquo Enquanto o meacutetodo direto demonstra os recebimentos e

pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro

liacutequido ajustado

A DFC quando feita pelo meacutetodo indireto eacute indicada por Silva Santos e

Ogawa (1993) como mais semelhante agrave estrutura da DOAR portanto de mais faacutecil

compreensatildeo aos que entendem essa demonstraccedilatildeo Ao contraacuterio a DFC elaborada

pelo meacutetodo direto eacute de mais faacutecil entendimento para aqueles que jaacute natildeo

compreendem a DOAR visto que eacute feita de forma direta com entradas e saiacutedas no

caixa

A elaboraccedilatildeo da DFC (Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa) pelo meacutetodo

indireto encontra-se representado no Quadro 2

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Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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33

fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

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Page 25: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

25

Quadro 2 - Demonstraccedilatildeo de Fluxo de Caixa ndash Meacutetodo Indireto

Eacute necessaacuterio verificar que a apresentaccedilatildeo da DFC pelo meacutetodo indireto

evidencia os ajustes ao lucro liacutequido provenientes da Demonstraccedilatildeo de Resultado

do Exerciacutecio assemelhando-se a DOAR Enquanto o meacutetodo direto em relaccedilatildeo a

sua forma de apresentaccedilatildeo eacute o modelo que mais se diferencia da forma de

evidenciaccedilatildeo das origens e aplicaccedilotildees de recursos das empresas

Diante do exposto observa-se nitidamente a semelhanccedila da DFC elaborada

pelo meacutetodo indireto com a DOAR enquanto que se elaborada pelo meacutetodo direto a

DFC assume uma forma mais clara de evidenciaccedilatildeo das saiacutedas e entradas de

fatores monetaacuterios Evidencia-se ainda a facilidade de entendimento das

informaccedilotildees propiciadas pela DFC no que diz respeito agraves operaccedilotildees financeiras das

organizaccedilotildees o que torna relevante sua publicaccedilatildeo junto agraves demais demonstraccedilotildees

contaacutebeis

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26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

BIBLIOGRAFIA

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Page 26: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

26

23 As Pequenas Empresas

231 A Importacircncia das Pequenas Empresas

Capazes de reagir de forma flexiacutevel aacutegil e eficiente agraves mudanccedilas

ambientais as pequenas empresas assumem um papel fundamental no

desenvolvimento econocircmico brasileiro pois este segmento tem demonstrado um

crescimento dinacircmico mesmo durante eacutepocas de crise

Chiavenato (1995 p19) reforccedila esta ideacuteia quando afirma que

ldquoas pequenas empresas constituem o cerne da dinacircmica da economia dos paiacuteses as impulsionadoras dos mercados as geradoras de oportunidades as proporcionadoras de empregos mesmo em situaccedilotildees de recessatildeordquo

Loveman e Sengenberger apud Kassai (1996 p53) corroboram a ideacuteia de

que as pequenas empresas satildeo essenciais ao crescimento econocircmico ao citar em

que podem ser ldquovistas como um fator chave para o processo de regeneraccedilatildeo

econocircmica e um caminho para um renovado crescimento do emprego na luta contra

o desemprego em massardquo

Estudos desenvolvidos pelo Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro Empresas -

SEBRAE (1999) apontam as micro e pequenas empresas como sendo de suma

importacircncia para o desenvolvimento da economia do Brasil uma vez que das 35

milhotildees de empresas existentes no Brasil 98 satildeo micro e pequenas empresas

garantindo 59 do total da matildeo-de-obra empregada na induacutestria comeacutercio e

prestaccedilatildeo de serviccedilos Na Tabela 1 pode-se observar a participaccedilatildeo das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

VARIAacuteVEIS MPEs NO BRASIL (EM )

Nuacutemero de Empresas 98

Pessoal Ocupado 59

Faturamento 28

PIB 20

Nuacutemero de Empresas Exportadoras 29

Valor das Exportaccedilotildees 17

FONTE SEBRAE (1999)

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27

Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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28

232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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BIBLIOGRAFIA

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Page 27: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

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Tabela 1 - Participaccedilatildeo das MPEs na economia brasileira

A Tabela 1 demonstra a forccedila das micro e pequenas empresas no contexto

nacional poreacutem o aspecto que mais chama a atenccedilatildeo refere-se principalmente ao

nuacutemero de pequenas empresas existentes bem como a matildeo-de-obra empregada

por este segmento Denota-se deste contexto a participaccedilatildeo efetiva das micro e

pequenas empresas na economia brasileira

Para Kanitz (1995 p68) a pequena empresa desempenha papel

fundamental dentro das perspectivas econocircmicas brasileiras a ponto de afirmar que

O que faraacute o Brasil crescer seratildeo outras forccedilas como pequenos e meacutedios

empresaacuterios e jovens empreendedores que abrem franquias nos mais diferentes

pontos do Paiacutes entre outros O importante natildeo eacute mais uma grande e abrangente

poliacutetica econocircmica e sim a eficiecircncia gerencial de milhares de pequenas e meacutedias

empresas Se elas falharem no seu trabalho aiacute sim o Brasil natildeo iraacute mais para frente

No iniacutecio do seacuteculo XXI intensificaram-se no Brasil as poliacuteticas de incentivo

agraves pequenas empresas atraveacutes de programas de apoio e linhas de creacutedito

especiais visando principalmente a criaccedilatildeo de novos postos de trabalho diretos

bem como indiretos uma vez que estas empresas buscam seus insumos no

mercado interno

A participaccedilatildeo das pequenas empresas no contexto econocircmico nacional e

as poliacuteticas de incentivo voltadas a este segmento satildeo evidenciadas por Kassai

(1997 p59) ao explicar que Apresentada por alguns como uma provaacutevel soluccedilatildeo

para o problema de niacuteveis crescente de desemprego ou como um modelo de

flexibilidade em uma economia globalizada a pequena empresa tem aparecido como

temaacutetica constante de discussotildees e objeto de poliacuteticas de incentivo e proteccedilatildeo

Apesar de as pequenas empresas possuiacuterem um papel de destaque dentro

da economia do Paiacutes ainda satildeo escassos os estudos focados na anaacutelise deste setor

da economia Poreacutem os estudos realizados satildeo unacircnimes em reconhecer que a

pequena empresa possui papel relevante na geraccedilatildeo de empregos serviccedilos e

produtos corrigindo distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo

de renda

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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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BIBLIOGRAFIA

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Page 28: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

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232 Criteacuterios de Classificaccedilatildeo e Legislaccedilatildeo Relativa agraves Pequenas Empresas

Maluche (2000 p12) aponta para a dificuldade em definir pequena empresa

afirmando Natildeo constituiacute tarefa faacutecil definir pequena empresa pois cada uma apresenta caracteriacutesticas proacuteprias Assim o conceito pode variar de acordo com o objetivo ou propoacutesito especiacutefico da entidade que deseje utilizar tal conceito Natildeo existe uma definiccedilatildeo obrigatoacuteria e uniforme em acircmbito nacional ou internacional Sua classificaccedilatildeo depende tambeacutem do desenvolvimento do paiacutes em que estiver inserida

Kassai (1997 p41) tambeacutem ressalta esta dificuldade menciona que ldquotatildeo

grande quanto agrave discussatildeo a respeito do papel a ser desempenhado pelas

pequenas empresas de pequeno porte na economia eacute a indefiniccedilatildeo a respeito do

que venha exatamente a ser pequena empresardquo

Longo (2001 p45) ao comentar sobre os criteacuterios de classificaccedilatildeo relativos

agraves micro e pequenas empresas inicia seu texto colocando as seguintes

interrogaccedilotildees empresa de pequeno porte micro ou pequena empresa como satildeo

assim classificadas Trata-se de um roacutetulo Como eacute possiacutevel determinar o porte de

uma empresa

A forma mais comum de classificar as micro e pequenas empresas leva em

conta primordialmente os criteacuterios quantitativos Poreacutem criteacuterios qualitativos ou ainda

uma combinaccedilatildeo de ambos (qualitativos e quantitativos) tambeacutem satildeo por sua vez

utilizados

Vidal apud Kassai (1997 p42) classifica e exemplifica os criteacuterios para

definiccedilatildeo de pequenas empresas da seguinte forma

quantitativos nuacutemero de empregados quantitativos combinados nuacutemero de empregados e valor do faturamento qualitativos incipiente especializaccedilatildeo em termos de organizaccedilatildeo e administraccedilatildeo (em geral familiar e centralizada) qualitativos combinados ausecircncia de organizaccedilatildeo com estrutura financeira inadequada

A classificaccedilatildeo das pequenas empresas por meio da utilizaccedilatildeo de criteacuterios

quantitativos tomam por base quase sempre o nuacutemero de empregados e ao valor

do faturamento enquanto que os criteacuterios qualitativos procuram enfatizar aspectos

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mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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36

procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

BIBLIOGRAFIA

ASSAF NETO Alexandre SILVA Ceacutesar Augusto Tibuacutercio Administraccedilatildeo do capital de giro 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997

CAMPOS FILHO Ademar Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Uma ferramenta indispensaacutevel para administrar sua empresa Satildeo Paulo Atlas 1999

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CHIAVENATO Idalberto Vamos abrir um novo negoacutecio Satildeo Paulo Makron Books 1995

DALBELLO Liliane A Relevacircncia do uso do Fluxo de Caixa como ferramenta de gestatildeo financeira para avaliaccedilatildeo da liquidez e capacidade de financiamento de empresas Florianoacutepolis UFSC 1999 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 1999

FREZATTI Faacutebio Gestatildeo do Fluxo de Caixa Diaacuterio Satildeo Paulo Atlas 1997

GITMAN Lawrence J Princiacutepios de Administraccedilatildeo Financeira 7ed Satildeo Paulo Ed HARBRA Ltda 1997

IUDICIBUS Seacutergio de MARION Joseacute Carlos Introduccedilatildeo agrave teoria da contabilidade para o niacutevel de graduaccedilatildeo Satildeo Paulo Atlas 1999

KANITZ Stephen Charles O Brasil que daacute certo o novo ciclo de crescimento 1995-2005 Satildeo Paulo Makron Books 1995

KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Caderno de Estudos da FIPECAFI Satildeo Paulo v9 n15 p49-60 janjun 1997

KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Dissertaccedilatildeo (Mestrado FEAUSP) FEAUSP Satildeo Paulo 1996

LAKATOS Eva Maria Metodologia do trabalho Cientifico 6 edSatildeo Paulo Atlas 2001

LONGO Luci Modelos contaacutebeis para o gerenciamento das micro-empresas e as empresas de pequeno porte Revista do CRCPR Curitiba ano26 n129 p44 ndash54 1ordm quadrimestre 2001

MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000

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38

MANZO Joseacute Maria Campos Marketing Uma ferramenta para o desenvolvimento 11 ed Rio de Janeiro Zahar 1982

MARCONI Marina de A LAKATOS Eva Maria Teacutecnicas de Pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

PINHO Adelino Dias Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Boletim do IBRACON Ndeg 220 SET 96 Porto Alegre Sagra Luzzatto 1998

RODRIGUES Alice de Faacutetima O Relacionamento do ciclo de vida com a transiccedilatildeo da contabilidade terceirizada para a contabilidade proacutepria de gestatildeo em pequenas empresas 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo UFSC Florianoacutepolis

SANVICENTE Antonio Zoratto Administraccedilatildeo financeira 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1997

Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas Brasiacutelia out 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsebraecombrgt Acesso em 25 abr 2006

SILVA Ceacutesar Augusto Tiburcio SANTOS Jocineiro Oliveira OGAWA Jorge Sadayoshi Fluxo de Caixa e DOAR Caderno de Estudos FIPECAFI FAE ndash USP Satildeo Paulo nordm 9 p36-66 out1993

THIESEN Joatildeo Arno de Oliveira A demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa nas Organizaccedilotildees e sua Importacircncia como Instrumento da Tomada de Decisatildeo Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul Porto Alegre nordm 100 p8-13 maio 2000

TREUHERZ Rolf Maacuterio Anaacutelise Financeira por Objetivos 5ordm ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997

ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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Page 29: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

29

mais subjetivos que normalmente referem-se a fatores intriacutensecos agraves pequenas

empresas

Pinheiro apud Kassai (1997 p42) acrescenta a combinaccedilatildeo entre os

criteacuterios qualitativos e quantitativos ao comentar

A associaccedilatildeo de criteacuterios quantitativos e qualitativos combinando indicadores econocircmicos com caracteriacutesticas poliacuteticas e sociais aliadas a criteacuterios de atribuiccedilatildeo de pesos diferentes para um deles de acordo com as peculiaridades da atividade exercida e estrutura econocircmica da regiatildeo ou paiacutes parece permitir uma anaacutelise mais adequada para fins de categorizaccedilatildeo de empresas

No entanto conforme o SEBRAE (1999) a abordagem dos criteacuterios

quantitativos eacute a mais utilizada para definir e caracterizar as pequenas empresas

levando em conta o nuacutemero de funcionaacuterios ou faturamento anual Rodrigues (2001

p42) destaca a utilizaccedilatildeo dos criteacuterios quantitativos pelos principais oacutergatildeos puacuteblicos

do Paiacutes como a Receita Federal Receita Estadual Ministeacuterio do Trabalho

justificando que ldquona praacutetica os criteacuterios quantitativos satildeo mais utilizados porque satildeo

mais objetivos e mais faacuteceis de obter possibilitando inclusive a comparaccedilatildeo entre as

empresasrdquo

Na sequumlecircncia apresentam-se demonstrativos dos criteacuterios oficiais de

classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas adotados por determinados oacutergatildeos

puacuteblicos Para o SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas a

classificaccedilatildeo de pequenas empresas poderaacute ser feita aleacutem do criteacuterio da lei do

SIMPLES da Receita Federal Sugere um criteacuterio que leve em consideraccedilatildeo o

nuacutemero de empregados como se pode observar na Tabela 2

PORTE EMPREGADOS

Microempresa No comeacutercio e serviccedilos ndash ateacute 09 empregados

Na induacutestria ndash ateacute 19 empregados

Empresa de Pequeno Porte No comeacutercio e serviccedilos ndash de 10 a 49 empregados

Na induacutestria ndash de 20 a 99 empregados

FONTE SEBRAE Tabela 2 - Classificaccedilatildeo das micro e pequenas empresas segundo SEBRAE

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30

A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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BIBLIOGRAFIA

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FREZATTI Faacutebio Gestatildeo do Fluxo de Caixa Diaacuterio Satildeo Paulo Atlas 1997

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KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Dissertaccedilatildeo (Mestrado FEAUSP) FEAUSP Satildeo Paulo 1996

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38

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TREUHERZ Rolf Maacuterio Anaacutelise Financeira por Objetivos 5ordm ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997

ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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A Lei nordm 7256 de 27 de novembro de 1984 Estatuto da Micro-empresa

fundamentou a classificaccedilatildeo e enquadramento como microempresa No entanto a

figura da empresa de pequeno porte teve sua criaccedilatildeo legalmente instituiacuteda pela Lei

nordm 8864 de 23 de marccedilo de 1994 com o chamado Estatuto da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte

A Secretaria da Receita Federal do Brasil baseada no texto da Lei nordm 9317

de 05 de outubro de 1996 que estabelece o SIMPLES ou seja sistema de

recolhimento de impostos e contribuiccedilotildees federais para as microempresas e

empresas de pequeno porte em seu art 9ordm alterado pela Lei nordm 9732 de 14 de

dezembro de 1998 e Lei nordm 9779 de 20 de janeiro de 1999 estabelece os criteacuterios

de classificaccedilatildeo para fins fiscais e mais recentemente foi criado o Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte regulamentada pela Lei nordm 9841

de 5 outubro de 1999 que reportasse agrave proacutepria Constituiccedilatildeo Federal art 170 e 179

e agrave Lei nordm 9317 de 5 de dezembro de 1996 e pelo Decreto 5028 de 31 de marccedilo

de 2004 que altera os valores dos limites fixados nos incisos I e II do art 2ordm da Lei nordm

9841 de 5 de outubro de 1999 Atraveacutes de criteacuterios quantitativos classifica as

microempresas e empresas de pequeno porte utilizando-se para isso de criteacuterios

quantitativos para enquadrar as microempresas e empresas de pequenas porte

conforme segue na Tabela 3

PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresa Ateacute R$43375514

Empresa de Pequeno Porte Superior a R$43375514 ateacute R$213322200 Fonte Decreto 5028 de 31032004 (alteraccedilao dos valores dos limites fixados nos incisos I e II do art

2ordm da Lei nordm 9841 de 05101999 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)

Tabela 3 - Classificaccedilatildeo das pequenas empresas de acordo com a Lei nordm 984199

A Lei nordm 9841 de 5 de outubro de 1999 tem como objetivo primordial

proporcionar agraves microempresas e empresas de pequeno porte maiores facilidades

no processo de constituiccedilatildeo bem como de seu funcionamento Torna assim mais

faacutecil o iniacutecio de suas atividades visando desta forma assegurar o fortalecimento

deste segmento que muito tem contribuiacutedo para o processo de desenvolvimento

econocircmico e social do Brasil

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31

24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

BIBLIOGRAFIA

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ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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24 Estudo de Caso

O estudo de caso apresenta uma demonstraccedilatildeo da aplicabilidade de uma

Demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa pelo meacutetodo direto e pelo meacutetodo indireto

O estudo de caso apresentado nesse trabalho eacute de uma empresa Sonho

Meu Veiacuteculos Ltda que eacute uma concessionaacuteria de veiacuteculos cujas atividades satildeo

distribuiccedilatildeo de veiacuteculos novos adquiridos da montadora o comeacutercio de veiacuteculos

usados a venda de peccedilas e a assistecircncia teacutecnica

No Quadro 3 eacute demonstrado da DFC pelo meacutetodo direto Nesse caso como

pode ser observado as entradas e saiacutedas satildeo apresentadas de forma direta

demonstrando o que efetivamente foi recebido e desembolsado

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO DIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receb Clientes veiacuteculos novos 2101300 Receb Clientes veiacuteculos usados 409500 Rec Clientes veiacuteculos usados 422000 Pag Fornecedores veiacuteculos novos -1866000 Pag Fornecedores peccedilas -141000 Salaacuterios e encargos -129200 Outras desp Operadministrativas -214400 Tributos -57500 Encargos financeiros -6904 Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796 ATIVIDADES INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveisutensiacuteliosinstalaccedilotildees -43000 Maacutequinas ferramentasequipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware 17000 Total Investimentos -362000 ATIVIDADES FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios 280000 Financiamentosleasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial disponibilidades 0 Saldo final disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 3 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Direto

Ao elaborar-se a DFC pelo meacutetodo indireto estamos convertendo nuacutemeros

gerados pelo regime de competecircncia (balanccedilo patrimonial demonstraccedilatildeo de

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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34

O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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36

procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

BIBLIOGRAFIA

ASSAF NETO Alexandre SILVA Ceacutesar Augusto Tibuacutercio Administraccedilatildeo do capital de giro 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997

CAMPOS FILHO Ademar Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Uma ferramenta indispensaacutevel para administrar sua empresa Satildeo Paulo Atlas 1999

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CERVO Amado Luiz BERVIAN Pedro Alcino Metodologia Cientifica 3 edSatildeo Paulo Mc Graw-Hill1983

CHIAVENATO Idalberto Vamos abrir um novo negoacutecio Satildeo Paulo Makron Books 1995

DALBELLO Liliane A Relevacircncia do uso do Fluxo de Caixa como ferramenta de gestatildeo financeira para avaliaccedilatildeo da liquidez e capacidade de financiamento de empresas Florianoacutepolis UFSC 1999 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 1999

FREZATTI Faacutebio Gestatildeo do Fluxo de Caixa Diaacuterio Satildeo Paulo Atlas 1997

GITMAN Lawrence J Princiacutepios de Administraccedilatildeo Financeira 7ed Satildeo Paulo Ed HARBRA Ltda 1997

IUDICIBUS Seacutergio de MARION Joseacute Carlos Introduccedilatildeo agrave teoria da contabilidade para o niacutevel de graduaccedilatildeo Satildeo Paulo Atlas 1999

KANITZ Stephen Charles O Brasil que daacute certo o novo ciclo de crescimento 1995-2005 Satildeo Paulo Makron Books 1995

KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Caderno de Estudos da FIPECAFI Satildeo Paulo v9 n15 p49-60 janjun 1997

KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Dissertaccedilatildeo (Mestrado FEAUSP) FEAUSP Satildeo Paulo 1996

LAKATOS Eva Maria Metodologia do trabalho Cientifico 6 edSatildeo Paulo Atlas 2001

LONGO Luci Modelos contaacutebeis para o gerenciamento das micro-empresas e as empresas de pequeno porte Revista do CRCPR Curitiba ano26 n129 p44 ndash54 1ordm quadrimestre 2001

MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000

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38

MANZO Joseacute Maria Campos Marketing Uma ferramenta para o desenvolvimento 11 ed Rio de Janeiro Zahar 1982

MARCONI Marina de A LAKATOS Eva Maria Teacutecnicas de Pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

PINHO Adelino Dias Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Boletim do IBRACON Ndeg 220 SET 96 Porto Alegre Sagra Luzzatto 1998

RODRIGUES Alice de Faacutetima O Relacionamento do ciclo de vida com a transiccedilatildeo da contabilidade terceirizada para a contabilidade proacutepria de gestatildeo em pequenas empresas 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo UFSC Florianoacutepolis

SANVICENTE Antonio Zoratto Administraccedilatildeo financeira 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1997

Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas Brasiacutelia out 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsebraecombrgt Acesso em 25 abr 2006

SILVA Ceacutesar Augusto Tiburcio SANTOS Jocineiro Oliveira OGAWA Jorge Sadayoshi Fluxo de Caixa e DOAR Caderno de Estudos FIPECAFI FAE ndash USP Satildeo Paulo nordm 9 p36-66 out1993

THIESEN Joatildeo Arno de Oliveira A demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa nas Organizaccedilotildees e sua Importacircncia como Instrumento da Tomada de Decisatildeo Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul Porto Alegre nordm 100 p8-13 maio 2000

TREUHERZ Rolf Maacuterio Anaacutelise Financeira por Objetivos 5ordm ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997

ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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Page 32: FLUXO DE CAIXA PARA PEQUENAS EMPRESAS - WEBERrepositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/808/2/20201580.pdf · Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veículos – Método Indireto.....33

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resultados) para nuacutemeros de caixa No caso da empresa fictiacutecia Sonho Meu Veiacuteculos

Ltda seraacute demonstrado no Quadro 4 o Balanccedilo Patrimonial na data de 30-06-20x1

BALANCcedilO PATRIMONIAL EM 30-06-20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda ATIVO 1315172 Circulante 949172 Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000 Estoque veiacuteculos novos 354000 Estoque veiacuteculos usados 71000 Estoque de peccedilas 26000 Clientes peccedilas assist teacutecnica 18000 Permanente 366000 Terrenos 70000 Obras civis 126000 Moacuteveis e utensiacutelios 43000 Maacutequinasequipamentos 70000 Veiacuteculos de usos 36000 Computadoressoftware 21000 PASSIVO 1315172 Circulante 858357 Investimentos a pagar 4000 Salaacuterios e encargos a pagar 50800 Outras contas a pagar operacional 25200 Tributos a pagar 24800 Financiamentos ndash leasing 22557 Fornecedores veiacuteculos novos 680000 Fornecedores peccedilas 51000 Exigiacutevel a longo prazo 21819 Financiamentos ndash leasing 21819 Patrimocircnio liacutequido 434996 Capital 280000 Lucros acumulados 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 4 - Balanccedilo Patrimonial - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

No Quadro 5 estaacute apresentado a Demonstraccedilatildeo de Resultados em 30-06-

20x1

DEMONSTRACcedilAtildeO DE RESULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 20X1 Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Receita de vendas 3383500 Custo mercadorias vendidas 2719700 Lucro bruto 663800 Salaacuterios e encargos sociais 180000 Outras desp Operacadm 239600 Tributos 82300 Encargos financeiros 6904 Lucro liacutequido 154996 FONTE CAMPOS FILHO (1999)

Quadro 5 - Demonstraccedilatildeo de Resultados - Sonho Meu Veiacuteculos Ltda

A DRE (Demonstraccedilatildeo de Resultado do Exerciacutecio) da empresa apresenta

um lucro liacutequido de R$154996 enquanto a DFC pelo meacutetodo direto apresenta um

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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FREZATTI Faacutebio Gestatildeo do Fluxo de Caixa Diaacuterio Satildeo Paulo Atlas 1997

GITMAN Lawrence J Princiacutepios de Administraccedilatildeo Financeira 7ed Satildeo Paulo Ed HARBRA Ltda 1997

IUDICIBUS Seacutergio de MARION Joseacute Carlos Introduccedilatildeo agrave teoria da contabilidade para o niacutevel de graduaccedilatildeo Satildeo Paulo Atlas 1999

KANITZ Stephen Charles O Brasil que daacute certo o novo ciclo de crescimento 1995-2005 Satildeo Paulo Makron Books 1995

KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Caderno de Estudos da FIPECAFI Satildeo Paulo v9 n15 p49-60 janjun 1997

KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Dissertaccedilatildeo (Mestrado FEAUSP) FEAUSP Satildeo Paulo 1996

LAKATOS Eva Maria Metodologia do trabalho Cientifico 6 edSatildeo Paulo Atlas 2001

LONGO Luci Modelos contaacutebeis para o gerenciamento das micro-empresas e as empresas de pequeno porte Revista do CRCPR Curitiba ano26 n129 p44 ndash54 1ordm quadrimestre 2001

MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000

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MANZO Joseacute Maria Campos Marketing Uma ferramenta para o desenvolvimento 11 ed Rio de Janeiro Zahar 1982

MARCONI Marina de A LAKATOS Eva Maria Teacutecnicas de Pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

PINHO Adelino Dias Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Boletim do IBRACON Ndeg 220 SET 96 Porto Alegre Sagra Luzzatto 1998

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SILVA Ceacutesar Augusto Tiburcio SANTOS Jocineiro Oliveira OGAWA Jorge Sadayoshi Fluxo de Caixa e DOAR Caderno de Estudos FIPECAFI FAE ndash USP Satildeo Paulo nordm 9 p36-66 out1993

THIESEN Joatildeo Arno de Oliveira A demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa nas Organizaccedilotildees e sua Importacircncia como Instrumento da Tomada de Decisatildeo Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul Porto Alegre nordm 100 p8-13 maio 2000

TREUHERZ Rolf Maacuterio Anaacutelise Financeira por Objetivos 5ordm ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997

ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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fluxo de caixa operacional liacutequido (superaacutevit) de R$517796 tendo uma diferenccedila de

R$362800

Para elaborar a DFC pelo meacutetodo indireto o primeiro passo a ser dado eacute a

adequaccedilatildeo das contas do Balanccedilo Patrimonial com as contas da DFC conforme

Quadro 6

Em seguida adiccedilotildees e subtraccedilotildees ao lucro liacutequido para se chegar ao fluxo

de caixa operacional liacutequido Todos os saldos satildeo zero Satildeo considerados valores

de recebimentos (contas a receber vendas a prazo) e pagamentos (Investimentos a

pagar contas a pagar tributos a pagar) que natildeo passaram pelo caixa

DEMONSTRACcedilAtildeO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 30-06-20X1 ndash MEacuteTODO INDIRETO Sonho Meu Veiacuteculos Ltda Lucro liacutequido 154996 (-) aumento Estoques veiacuteculos novos -354000 (-) aumento Estoques veiacuteculo usados -71000 (-) aumento Estoques peccedilas -26000 (-) aumento Clientes peccedilasassist tec -18000 (+) aumento Salaacuterios enc a pagar 50800 (+) aumento Ctas pagar - operacional 25200 (+) aumento Tributos a pagar 24800 (+) aumento Fornec veiacuteculos novos 680000 (+) aumento Fornec peccedilas 51000 362800 Total dos ajustes Fluxo de caixa operacional liacutequido 517796

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Terrenos -70000 Obras civis -126000 Moacuteveis e utensiacutelios -43000 Maacutequinas e equipamentos -70000 Veiacuteculos de uso -36000 Computadoressoftware -21000 (-) Investimentos a pagar 4000 -17000 Total dos investimentos pagos -362000 ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Recursos proacuteprios (capital) 280000 Financiamento leasing 44376 Total financiamentos 324376 Caixa liacutequido do periacuteodo 480172 Saldo inicial de disponibilidades 0 Saldo final de disponibilidades 480172 FONTE CAMPOS FILHO (1999) Composiccedilatildeo das disponibilidades Caixa 80172 Aplicaccedilotildees financeiras 400000

Quadro 6 - DFC Sonho Meu Veiacuteculos ndash Meacutetodo Indireto

Numa comparaccedilatildeo entre os dois meacutetodos pode-se listar vantagens e

desvantagens de cada um O meacutetodo direto traz como vantagens a criaccedilatildeo de

condiccedilotildees favoraacuteveis para que a classificaccedilatildeo dos recebimentos e pagamentos siga

criteacuterios teacutecnicos e natildeo fiscais permite maior rapidez na administraccedilatildeo das

empresas as informaccedilotildees de caixa podem estar disponiacuteveis diariamente

A desvantagem eacute o custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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36

procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

BIBLIOGRAFIA

ASSAF NETO Alexandre SILVA Ceacutesar Augusto Tibuacutercio Administraccedilatildeo do capital de giro 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997

CAMPOS FILHO Ademar Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Uma ferramenta indispensaacutevel para administrar sua empresa Satildeo Paulo Atlas 1999

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CHIAVENATO Idalberto Vamos abrir um novo negoacutecio Satildeo Paulo Makron Books 1995

DALBELLO Liliane A Relevacircncia do uso do Fluxo de Caixa como ferramenta de gestatildeo financeira para avaliaccedilatildeo da liquidez e capacidade de financiamento de empresas Florianoacutepolis UFSC 1999 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 1999

FREZATTI Faacutebio Gestatildeo do Fluxo de Caixa Diaacuterio Satildeo Paulo Atlas 1997

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IUDICIBUS Seacutergio de MARION Joseacute Carlos Introduccedilatildeo agrave teoria da contabilidade para o niacutevel de graduaccedilatildeo Satildeo Paulo Atlas 1999

KANITZ Stephen Charles O Brasil que daacute certo o novo ciclo de crescimento 1995-2005 Satildeo Paulo Makron Books 1995

KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Caderno de Estudos da FIPECAFI Satildeo Paulo v9 n15 p49-60 janjun 1997

KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Dissertaccedilatildeo (Mestrado FEAUSP) FEAUSP Satildeo Paulo 1996

LAKATOS Eva Maria Metodologia do trabalho Cientifico 6 edSatildeo Paulo Atlas 2001

LONGO Luci Modelos contaacutebeis para o gerenciamento das micro-empresas e as empresas de pequeno porte Revista do CRCPR Curitiba ano26 n129 p44 ndash54 1ordm quadrimestre 2001

MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000

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38

MANZO Joseacute Maria Campos Marketing Uma ferramenta para o desenvolvimento 11 ed Rio de Janeiro Zahar 1982

MARCONI Marina de A LAKATOS Eva Maria Teacutecnicas de Pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

PINHO Adelino Dias Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Boletim do IBRACON Ndeg 220 SET 96 Porto Alegre Sagra Luzzatto 1998

RODRIGUES Alice de Faacutetima O Relacionamento do ciclo de vida com a transiccedilatildeo da contabilidade terceirizada para a contabilidade proacutepria de gestatildeo em pequenas empresas 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo UFSC Florianoacutepolis

SANVICENTE Antonio Zoratto Administraccedilatildeo financeira 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1997

Serviccedilo Brasileiro de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas Brasiacutelia out 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsebraecombrgt Acesso em 25 abr 2006

SILVA Ceacutesar Augusto Tiburcio SANTOS Jocineiro Oliveira OGAWA Jorge Sadayoshi Fluxo de Caixa e DOAR Caderno de Estudos FIPECAFI FAE ndash USP Satildeo Paulo nordm 9 p36-66 out1993

THIESEN Joatildeo Arno de Oliveira A demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa nas Organizaccedilotildees e sua Importacircncia como Instrumento da Tomada de Decisatildeo Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul Porto Alegre nordm 100 p8-13 maio 2000

TREUHERZ Rolf Maacuterio Anaacutelise Financeira por Objetivos 5ordm ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997

ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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O meacutetodo indireto traz com vantagens baixo custo concilia o lucro contaacutebil com

fluxo de caixa operacional liacutequido mostrando como se compotildee a diferenccedila E como

desvantagens o tempo de conciliaccedilatildeo entre o regime de competecircncia e de caixa e

interferecircncia da legislaccedilatildeo fiscal

O estudo de caso confirma a teoria no sentido de auxiliar a gestatildeo das

pequenas empresas A demonstraccedilatildeo das origens e das aplicaccedilotildees dos valores que

transitam pelo caixa de uma empresa eacute um instrumento que contribui na tomada de

decisatildeo por parte do administrador da pequena empresa e propiciando a elaboraccedilatildeo

de melhor planejamento financeiro

Neste estudo de caso natildeo houve preocupaccedilatildeo maior com a gestatildeo de longo

prazo Apenas e especificamente com as entradas e saiacutedas focando no potencial de

geraccedilatildeo de caixa visando a liquidez de curto prazo

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35

3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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BIBLIOGRAFIA

ASSAF NETO Alexandre SILVA Ceacutesar Augusto Tibuacutercio Administraccedilatildeo do capital de giro 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997

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MARCONI Marina de A LAKATOS Eva Maria Teacutecnicas de Pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

PINHO Adelino Dias Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Boletim do IBRACON Ndeg 220 SET 96 Porto Alegre Sagra Luzzatto 1998

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SANVICENTE Antonio Zoratto Administraccedilatildeo financeira 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1997

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THIESEN Joatildeo Arno de Oliveira A demonstraccedilatildeo do Fluxo de Caixa nas Organizaccedilotildees e sua Importacircncia como Instrumento da Tomada de Decisatildeo Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul Porto Alegre nordm 100 p8-13 maio 2000

TREUHERZ Rolf Maacuterio Anaacutelise Financeira por Objetivos 5ordm ed Satildeo Paulo Pioneira 1999

YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997

ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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3 CONCLUSAtildeO

As pequenas empresas ocupam um lugar de destaque no cenaacuterio

econocircmico nacional principalmente na geraccedilatildeo de empregos e produtos bem como

na correccedilatildeo de distorccedilotildees do subdesenvolvimento relacionados agrave distribuiccedilatildeo de

renda

Atuando em um contexto socioeconocircmico as pequenas empresas sentem

cada vez mais a necessidade de aprimorarem seus mecanismos internos de gestatildeo

a fim de garantir a sua sobrevivecircncia no ambiente contemporacircneo Neste contexto

destacam-se os controles de gestatildeo financeira principalmente o controle de fluxo de

caixa uma vez que a administraccedilatildeo do caixa confunde-se com a proacutepria

sobrevivecircncia da pequena empresa

Nesse caso o objetivo geral deste trabalho foi atingido pelo fato de

descrever a importacircncia do Fluxo de Caixa na gestatildeo das micros e pequenas

empresas haja visto que diante de ambientes econocircmicos competitivos faz-se

necessaacuterio a tomada de decisatildeo principalmente as financeiras cada vez com mais

rapidez E a identificaccedilatildeo antecipada das necessidades ou sobras de caixa

transformou o Fluxo de Caixa num dos mais importantes instrumentos para o gestor

financeiro da empresa Por meio deste instrumento de controle e planejamento

pode-se vislumbrar como as decisotildees empresariais iratildeo se refletir nos resultados da

empresa e como o seu caixa seraacute impactado

Ficou caracterizado o significado das micro e pequenas empresas bem

como sua classificaccedilatildeo de acordo com pesquisas feitas junto ao SEBRAE e junto agrave

legislaccedilatildeo que trata sobre as micro e pequenas empresas Tambeacutem ficou

evidenciado que o fluxo de caixa eacute um instrumento de controle de gestatildeo nas

pequenas empresas pela facilidade com que poderaacute ser entendida e elaborada pelo

gestor A utilizaccedilatildeo do Fluxo de Caixa permite a empresa planejar seu futuro atraveacutes

do orccedilamento projetado de caixa evitando desencontro entre suas receitas e

despesas

Considerando o cenaacuterio em que se encontra inserida a pequena empresa e

a simplicidade de sua estrutura eacute que se concebe o fluxo de caixa como um

instrumento adequado para a compreensatildeo dos efeitos das decisotildees tomadas e sua

relaccedilatildeo com as disponibilidades de caixa da empresa Assim durante o trabalho

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

empreendimento

Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

dados em relaccedilatildeo a recebimentos e pagamentos com melhor equiliacutebrio entre capital

proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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37

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KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Dissertaccedilatildeo (Mestrado FEAUSP) FEAUSP Satildeo Paulo 1996

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YOSHITAKE Mariano HOJI Masakazu Gestatildeo de Tesouraria controle e anaacutelise de transaccedilotildees financeiras em moeda forte Satildeo Paulo Atlas 1997

ZDANOWICZ Joseacute Eduardo Fluxo de Caixa 7 ed Porto Alegre Sagra 1998

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procurou-se evidenciar a importacircncia do fluxo de caixa como instrumento de controle

de gestatildeo nas pequenas empresas na busca da melhoria do entendimento por parte

do empreendedor do funcionamento de seu negoacutecio

A utilizaccedilatildeo pura e simples do fluxo de caixa pelo pequeno empresaacuterio pode

lhe garantir a sobrevivecircncia e a manutenccedilatildeo da sauacutede financeira de seu

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Natildeo se pretende dizer que o orccedilamento e o planejamento bem como a

implantaccedilatildeo do Fluxo de Caixa numa organizaccedilatildeo eliminaraacute suas dificuldades

financeiras A visualizaccedilatildeo de suas entradas e saiacutedas futuras de caixa permitiraacute

antecipar a decisatildeo de alocaccedilatildeo de recursos

Permitiraacute ainda a reestruturaccedilatildeo das imobilizaccedilotildees em estoque e

duplicatas prazo de fornecedores ampliaccedilatildeo ou retraccedilatildeo de fatia de mercado entre

outras medidas que poderatildeo ser adotadas e que satildeo de competecircncia da boa gestatildeo

As empresas que adotarem o fluxo de caixa podem facilitar e organizar seus

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proacuteprio e de terceiros Aumentar a rotaccedilatildeo dos estoques negociar junto a

fornecedores descontos e prazos em compras oferecer benefiacutecios a seus clientes

satildeo medidas que poderatildeo ser adotadas

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BIBLIOGRAFIA

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CAMPOS FILHO Ademar Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Uma ferramenta indispensaacutevel para administrar sua empresa Satildeo Paulo Atlas 1999

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KASSAI Silvia As empresas de pequeno porte e a contabilidade Dissertaccedilatildeo (Mestrado FEAUSP) FEAUSP Satildeo Paulo 1996

LAKATOS Eva Maria Metodologia do trabalho Cientifico 6 edSatildeo Paulo Atlas 2001

LONGO Luci Modelos contaacutebeis para o gerenciamento das micro-empresas e as empresas de pequeno porte Revista do CRCPR Curitiba ano26 n129 p44 ndash54 1ordm quadrimestre 2001

MALUCHE Maria Aparecida Modelo de Controle de gestatildeo para a pequena empresa como garantia da qualidade Florianoacutepolis UFSC 2000 Dissertaccedilatildeo (mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo Universidade Federal de Santa Catarina 2000

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MANZO Joseacute Maria Campos Marketing Uma ferramenta para o desenvolvimento 11 ed Rio de Janeiro Zahar 1982

MARCONI Marina de A LAKATOS Eva Maria Teacutecnicas de Pesquisa 3 ed Satildeo Paulo Atlas 1996

PINHO Adelino Dias Demonstraccedilatildeo dos Fluxos de Caixa Boletim do IBRACON Ndeg 220 SET 96 Porto Alegre Sagra Luzzatto 1998

RODRIGUES Alice de Faacutetima O Relacionamento do ciclo de vida com a transiccedilatildeo da contabilidade terceirizada para a contabilidade proacutepria de gestatildeo em pequenas empresas 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia de Produccedilatildeo) ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo UFSC Florianoacutepolis

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