ESALQ - USP
Produção Vegetal
junho - 2012
Prof. José Laércio Favarin
Fisiologia da reprodução e frutificação
do cafeeiro
Diferenciação gema
Diferenciação da gema é um processo pouco conhecido; uns acreditam ser
fotoperiódica associada ou não ao gradiente negativo de temperatura e da
precipitação (Fahl, 2011); outros admitem ser a restrição do crescimentovegetativo a causa primária da iniciação floral (Rena et al., 2001)
Indução floral ?
Ago Out Dez FevAbr Jun
14
13
12
11
Fo
top
eri
od
o Brilho Solar
Há relatos de que as gemas seriadas são floralmente determinadas desde a
sua formação no ápice do ramo (Arndt, 1929)
Diferenciação gema
Indução floral ?
Em perene a floração significa o fim de um ciclo de desenvolvimento, que
ocorre após a estação seca; e com inicio da chuva e aumento temperatura
inicia um novo ciclo de desenvolvimento
A diferenciação ocorre antes e ou durante o período seco, pois no inicio
das águas o cafeeiro florescerá, finalizando um ciclo desenvolvimento
Ago Out Dez Fev Abr Jun
25
20
15
10
5
200
150
100
50P
rec
ipit
aç
ão
-m
m
Te
mp
era
tura
-oC
Diferenciação gema
Evocação floral ?
Gema indiferenciada Botões visíveis
Evocação floral envolve eventos moleculares, fisiológicos, anatômicos emorfológicos, associados à conversão da gema vegetativa em gema
reprodutiva
Portanto, a compreensão da evocação é tão ou mais complexa do que a
indução floral
Floração
As flores abrem no período da manhã, embora na tarde do dia anterior a
florada 90 a 100% das flores já foram polinizadas
Botões florais dormentes, maduros para a antese, abrem-se entre 7 a 15
dias depois da chuva e ou irrigação – completa a conexão xilemática
Estádios do botão floral
Botões dormentes
Botões – 2 DACBotões: pré-florada
Floração
Fonte de assimilado?
Estresse hídrico durante a seca, quando o botão está em repouso, ajuda
na uniformização das gemas e explica a floração gregária do cafeeiro
No período entre 2 dias após a chuva até a antese, ou seja, em 13 a 15 dias
há um acúmulo de 25x na matéria seca e 6x na massa fresca
Principal fonte de assimilados para expansão botões vem da fotossíntese
atual, proveniente das folhas próximas dos botões (Melotto, 1987)
Botões dormentes
Botões – 2 DAC
Floração
Temperatura
Ag Se Ou NoFe Ma AbJa Ma Ju Jl De
Infl
ore
sc
ên
cia
po
r n
ó
0
3
2
1
23/18 oC
28/23 oC
18/13 oC
Número de gemas florais e inflorescência por nó depende da temperatura
e da presença de folhas nos ramos plagiotrópicos
Botões florais
Abortamento
Frutificação do cafeeiro
Fases e evolução tecidos
Geromel et al. (2006)
0
1,5
0,5
60
DAF
89 118 234147 176 118
Ma
ss
a f
res
ca
-(g
)
1,0
Geromel et al. (2006)
0
20
100
40
60
DAF
89 118 234147 176 118
Ma
ss
a s
ec
a –
(%)
60
80Perisperma
Endosperma
Pericarpo
Floradas
Sincronizar o florescimento é interesse do produtor, mas não do cafeeiro,
que ao não descartar frutos terá uma grande demanda concentrada
Potencial foliar -1,1/-1,6 MPa após 30 a 60 dias sem água (?) sincronizou
a florada – risco de desgaste da planta, como indica a produtividade
Na origem o cafeeiro há várias floradas, o que pode ser explicado pelamaior probabilidade de preservação da espécie
Sincronização?
Silva et al. (2007) - 1 julho 2 julho e agosto
1,29a94,25,8I602
1,07b91,78,3I301
0,63c60,639,4IC
0,52c88,911,1NI
kg planta-1
cerejaverde
%H2O
Fases da frutificação
Fase chumbinho dura 60 dias, quando a deposição de fotoassilados é
baixa, assim como de nutriente – divisão semente, exceto embrião
Frutos “chumbinho”
O fruto chumbinho não é dormente, pois respiram (Cannel,1971), é provável
que nesta fase os nutrintes cheguem pela absorção direta do solo
Fases da frutificação
Na expansão há grande entrada água por diferença de pressão osmótica, e
caso falte chuva pode afetar o tamanho do grão ou causar a morte !
Cuidado com a nutrição, pois pode intensificar a redistribuição
Expansão dos frutos
Laviola (2008)
5,9 (47,3)4,1 (32,7)1,0 (7,7)K
0,2 (33,9)0,3 (48,8)0,06 (9,4)P
3,8 (40,1)4,3 (44,8)0,7 (7,0)N
347,5 (56,8)201,7 (33,0)30,4 (4,5)MS
Dados GR
mg fruto-1 (%)
EXCH
Fases da frutificação
Na granação o tamanho do grão já está definido, mas ainda há um grande
acúmulo de matéria seca (347,5 mg fruto-1 – 57% MS)
Acúmulo elevado de nutrientes; N (40%), P (34%) e K (47%) do depósito
total – com redistribuição de outros órgãos
Granação dos frutos
Laviola (2008)
5,9 (47,3)4,1 (32,7)1,0 (7,7)K
0,2 (33,9)0,3 (48,8)0,06 (9,4)P
3,8 (40,1)4,3 (44,8)0,7 (7,0)N
347,5 (56,8)201,7 (33,0)30,4 (4,5)MS
Dados GR
mg fruto-1 (%)
EXCH
Nitrogênio
Absorção e redistribuição
55
25
45
14 24 2919
35
15
N foliar - g kg-1
% N
: O
R p
ara
fr
uto
R2 = 0,82**
Lima Fo & Malavolta (2003)
Redistribuição N-reservas é fato! Evitar que seja elevada, por meio
da antecipação N - reduz senescência foliar, morte ramo e queda
de fruto
N-antecipado começa a ser absorvido nas primeiras chuvas e, assim,
o N-foliar aumenta depois dos primeiros 20 dias (Neto, 2010) – fornecer
70% N até a fase de expansão dos frutos
60
100
140
180
0 20 14010060
Dias após adubação
20Neto & Favarin (não publicado)
NO
3-–
mg
kg
-1
40
Nitrogênio
Absorção e redistribuição
Dias da antese
N f
oli
ar
-g
kg
-1
30
24
26
28
- 56 42 126 1680 266
VG CH ER GR MAAN
Neto (2010)
300 kg ha-1
N
Potássio
Absorção e redistribuição
350 kg ha-1
de K2O até a granação em solo com 0,2 cmol dm-3, não
conseguiu manter teor foliar, devido redistribuição após expansão
(Neto & Favarin, 2010) e menor absorção solo – 70% K até expansão
Dias após a florada
K -
g k
g-1
20
22
24
- 56 42 126 1680 266
VG CH EX GR MAFL
Neto & Favarin (2010)
18
350 kg ha-1
K2O
Fases da frutificação
Maturação dos frutos
A história continua...
Frutos e sementes