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  • Fio CirrgicoJos R. S. da Silva

  • Fio CirrgicoHistria

    Origem

    Caracterstica

  • Fio CirrgicoHistricoEscassos relatos em homens primitivosSutura mais antiga que tenha notcia foi realizada por embalsamador no abdome de uma mmia de uma sacerdotisa de Amen da 21 dinastia egpcia em torno de 1100 a. C.Na ndia antiga mencionavam uso de tendes de animais, crinas de cavalos, tiras de couro e fibras de vegetais.

  • Fio CirrgicoHistricoHipcrates utiliza a palavra suturar (costurarou juntar) cerca de 400 a. C.Incio da Era Crist, Celsus descreveu a sutura de tecidos delicados utilizando o cabelo humanoGaleno mdico dos gladiadores mencionava em seus escritos o uso de intestino de ovelhaIdade Mdia sutura de tendes e nervos seccionados.

  • Fio CirrgicoHistricoNo final do sc. XVIII, a importncia da hemostasia por meio de ligadura era o melhor mtodo para combater a hemorragia.Joseph Lister(1827-1912) descobriu que as bactrias presentes nos fios de sutura e no a sutura em si causavam as infeces e obteve bons resultados com a desinfeco dos materiais com cido carblico(fenol).

  • Fio CirrgicoHistricoMeados sculo XIX iniciou-se a era moderna da cirurgia introduo da anestesia e conhecimento das infeces.No incio do sculo XX uso do categute disponvel em vidros esterilizadosEm 1923 comeou-se a utilizar seda e o algodo, seguidos pouco depois pelos fios de ao.

  • Fio CirrgicoHistricoFinal de 1940 comeou haver uniformizao quanto a preparao e esterilizao dos materiais de sutura.Novos materiais de sutura esto sendo desenvolvidos at hoje, visando atingir um fio com propriedades ideais para a sntese cirrgica e que seja totalmente inerte ao hospedeiro, alm de baixo preo.

  • Fio Cirrgico DefinioOs fios de sutura so materiais utilizados durante um ato cirrgico para a hemostasia definitiva - atravs de ligadura dos vasos sanguneos e na sutura em diversos rgos e na sutura em diversos rgos e planos anatmicos do corpo.

  • Fio CirrgicoCaractersticas do Fio IdealGrande resistncia trao e toroCalibre fino e regularMole, flexvel e pouco elsticoProporcionar facilidade para o n cirrgicoDesencadear pouca reao tecidualEsterilizao fcilResistente a esterilizao repetidasCusto baixo

  • Fio CirrgicoGruposAbsorvveis: So aqueles que aps colocados nos tecidos, sofrem a ao dos lquidos orgnicos, sendo absorvidos aps algum tempo.No absorvveis: So aqueles que, mesmo sofrendo a ao dos lquidos orgnicos, no so absorvidos por tecidos (encapsulados) quando utilizados em estruturas internas, ou necessitam ser removidos, se utilizados nas suturas da pele.

  • Fio CirrgicoClassificao Quanto a OrigemAbsorvveis:Origem animal: categute (fabricado do colgeno, extrado do intestino delgado dos bovinos, a qual passa por processo de limpeza e purificao qumica).Origem sinttica: cido poligliclico (so polmeros dos cidos pirvico, lctico e gliclico, metablitos normalmente existente no organismo.

  • Fio CirrgicoClassificao Quanto a OrigemNo Absorvveis:Origem animal: seda cirrgica, extrada do bicho da seda-larva de uma espcie de mariposa (Bombyx mori).Origem vegetal: algodo (extrada da fibra do fruto do algodoeiro) e linho (fibras do caule do linho) cirrgicos.Origem sinttico: nilon, perlon, polister, polipropilenoOrigem mineral: ao inoxidvel e tntalo.

  • Fio CirrgicoFios AbsorvveisAbsorvidos em curtssimo espao de tempo categute 7 a 10 dias.Categute simplesCategut simplesTech-gut simples

  • Fio Cirrgico

    Fios Absorvveis em mdio espao de tempo 50 a 70 dias.Dexon- cido poligliclico(PGA)Safil-cido poligliclicoVicryl-poliglactina 910Absorvveis em 90 -120 dias:Monocryl-poliglecaprona 25

  • Fio CirrgicoFios No AbsorvveisFios de algodo: algodo, tech-cott.Linho: linho, tech-linNilon: monylon, superlon, tech-lon, nylpoint, dafilonPolipropileno: prolene, propilene, tech-lene, premilene.Seda: seda, tech-sil

  • Fio CirrgicoEstrutura e Configurao dos FiosMonofilamentares: produzido com um nico filamento, sendo menos maleveis que os Multifilamentares. Multifilamentares: vrios filamentos torcidos e enrolados entre si, levando a uma maior flexibilidade e mais fcil manuseio, so mais traumatizantes e speros ao passar por tecidos.

  • Fio CirrgicoEstrutura e Configurao dos FiosMonofilamentares: Ex: categute simples e cromado, seda, nilon, polister, ao inoxidvel, etc.Multifilamentares: proporcionam condies propcias para desenvolvimento de infeces, uma vez que colnias de bactrias so formadas nos espaos entre filamentos. Ex: algodo, linho, seda, polister revestido de teflon (politetrafluoretileno), etc.

  • Fio CirrgicoCaractersticas Fsicas dos FiosConfigurao Bsica: Mono ou multifilamentarCapilaridade: capacidade de absoro de lquidos.Dimetro: varia entre padres predeterminados e seguidos pela industria0=3,5 dcimos de milmetro de dimetro

  • Fio CirrgicoCaractersticas Fsicas dos FiosFios: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 fios de maior dimetro.00 = 2-0, 000 = 3-0, 4-0, 5-0 e assim por diante at 12-0, so fios de menor dimetro, utilizados em microcirurgias.

  • Fio CirrgicoCaractersticas Fsicas do FioFora Tnsil: determinada dividindo-se a fora necessria para romper o fio pelo seu dimetro.A fora tnsil depende do calibre do fio e do material como qual ele fabricado. importante para que uma estrutura anatmica suturada possa resistir aos estmulos mecnicos habituais, a fora tnsil precisa ser mantida at completar o processo de cicatrizao.

  • Fio cirrgicoCaractersticas Fsicas do FioFora e Segurana dos Ns: a fora necessria para fazer com que um certo tipo de n no sofra um processo de deslizamento, parcial ou completo. Os fios inabsorvveis monofilamentares apresentam menor coeficiente de frico, exigindo muitas alas de ns, maior implante de corpo estranho no organismo.

  • Fio CirrgicoCaractersticas Fsicas dos FiosMemria: definida como sendo a capacidade que um material de sutura apresenta para retornar a sua forma original aps ser deformado. Quanto maior a memria menor a segurana do n.

  • Fio CirrgicoCaracterstica de Manuseio1. Flexibilidade: relacionados com a rigidez do material de sutura.2. Coeficiente de Frico: est relacionado com a facilidade com que a sutura desliza atravs do tecido e dos ns.

  • Fio CirrgicoCaracterstica de Manuseio3. Arrasto Tecidual: quanto mais rgido um fio ou quanto maior o seu coeficiente de frico, maior o arrasto.4. Visibilidade do Fio no Campo Operatrio: os fios com cores verde, lils, azul e preta podem ser facilmente visveis que incolores.

  • Fio CirrgicoCaracterstica Quanto a Reao TecidualIntensidade de Reao Inflamatria. Regra geral, os fios monofilamentares levam a maior reao tecidual. Inicia-se infiltrao de leuccitos na rea do trauma cirrgico, com aparecimento de macrfagos e fibroblastos. Ao redor do 7 dia surge um tecido fibroso com processo inflamatrio crnico. A reao persiste at que o material seja encapsulado fios no absorvveis ou absorvido pelo organismo fios absorvveis.

  • Fio CirrgicoCaracterstica Quanto a Reao TecidualAbsoro ou noPotencial de infeco: os multifilamentares por permitirem o assentamento de bactrias entre os filamentos so os que mais propiciam a multiplicao de microorganismos.Reao alrgica: os mais alergnicos so os categutesFacilidade de esterilizao: proibida a reutilizao de fios cirurgicos sob risco de transmisso de doenas.

  • Fio CirrgicoEscolha do Fio1.No existe um fio que possa ser considerado ideal para todos os tipos de rgos ou tecidos.2. Os fios devem ser selecionados de acordo com cada situao e com as caractersticas e propriedades que apresentam.

  • Fio CirrgicoEscolha do Fio3. Propriedades de cicatrizao dos tecidos suturados.4. Devemos ter em mente o grau de fora necessria para aquele tecido e por quanto tempo a sutura ter de fornecer fora mecnica.5. Estado geral do paciente.

  • Fio CirrgicoForma de Apresentao dos Fios1) Acondicionamento duplo.2) Garantia de esterilizao enquanto mantida a integridade da embalagem.3) Agulhados e no agulhados em carretel contendo fio contnuo comprimento variando de 130 a 150cm ou com diverso fios pr-cortados numa medida padronizada de 43, 45 ou 60 cm.

  • Fio CirrgicoForma de Apresentao dos Fios4) Informaes do fabricante ( tipo dimetro, tamanho da agulha, data de fabricao, validade, etc.).5) Indicao para fechamento: uso gastrointestinal, cardiovascular, etc.

  • Fios CirrgicosCdigos de CorA maioria dos fabricantes utiliza uma codificao universal de cores para os diversos fios, tanto para os invlucros internos como para a caixa que os contm, de modo a tornar mais fcil e rpida a sua notificao.

  • FIM

  • Fio CirrgicoClassificao do fio cirrgico quanto a sua constituio:Monofilamentares so apontados como mais vantajososMultifilamentares proporcionanam condies propcias para o desenvolvimento de infeco, uma vez que colnias bacterianas so formadas nos espaos entre filamentos.

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a constituioFio cirrgico multifilamentar:TorcidoTranado simples Tranado revestido (revestido por uma pelcula)

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origemFios absorvveis:Biolgicos categute, tendo de canguruSintticos cido poligliclico e poliglactina 910Fios no absorvveis:Biolgicos algodo, seda, linho e crinaSintticos derivados das poliamidas(nylon); derivados dos polisteres (dcron, dcron revestido de teflon e dcron siliconizado); derivado do polipropileno (prolene)Metlicos ao inoxidvel e tntalo

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origemFios absorvveis:BiolgicosCategute obtido da submucosa do intestino delgado de ovinos ou serosa de bovinos.- categute simples: absoro mais rpida (8 dias).- categute cromado: absoro mais lenta (20 dias), tratamento com bicromato de potssio.Tendo de canguru- de pouca utilizao.

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origemFios absorvveis naturais (categute) so responsveis pela reao inflamatria mais intensa entre todos os fios de sutura, alm de apresentarem um tempo de absoro muito curto e imprevisvel.Categute cromado deve ser evitado em suturas de tendes e fscias, estruturas de cicatrizao lenta, submetidas a esforos e tenses constantes.

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origem Fios absorvveis sintticos, caracterizam-se por alguns aspectos:Desencadeiam reaes inflamatrias significativamente menores do que os absorvveis naturais;Mantm muito de sua resistncia at que o processo de absoro tenha incio e se complete;

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origem

    So disponveis com tempos de absoro curto, mdio e longo, dando oportunidade para o cirurgio escolher o fio adequado para cada caso;A qualidade mecnica dos ns a mesma para todos os fios absorvveis sintticos testados.

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origemFios absorvveisSintticoscido poligliclico fio monofilamentar, empregado como substituto dos fios de absoro lenta e dos inabsorvveis. Utilizado em anastomoses gastrintestinais, cirurgia ginecolgica ou geral e operaes urolgicas. Ex. Dexon S ( Davis-Geck), Vicryl ( Ethicon).

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origemFios absorvveisSintticosPoliglactina 910: fio de sutura multifilamentar, formado por 90% de cido gliclico e 10% de cido ltico. Cerca de 50% absorvido por hidrlise, aps 28 dia P.O e 100% aps70 dia. Utilizado em suturas gastrintestinais. Ex.: Polyvicryl ( Ethicon).

  • Fio CirrgicoClassificaco do fio quanto a origem

    Fios no absorvveisBiolgicos Algodo : derivado da celulose, de fcil esterilizao e pouca reao tecidual. Ex.: Algodo (Ethicon); Algofil (Cirumdica). Seda: origem animal, diversas espcies de bicho da seda, principalmente do Bombix mori. Fibras so retorcidas ou tranadas.Ex.: Seda cirrgica (Cirumdica); Seda isencap (Ethicon).

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origemFios no absorvveisBiolgicos Linho: origem vegetal, da planta que lhe d o nome, preparado pela extrao de resinas e gomas encontradas quando de sua obteno. Fcil esterilizao e pouca reao tecidual. Ex.: Linho cirrgico (Cirumdica); Linho cirrgico (Ethicon)

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origem Fios no absorvveis Biolgicos Crina obtido da cauda do cavalo. Flexvel, leve, porm pouco resistente e, atualmente, de uso limitado.

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origemFios no absorvveisSintticos:Nylon caracteriza-se pela elasticidade e resistncia gua. Fio de difcil manipulao, duro e corredio, no produz n firme. usada em estruturas como pele, msculos, fscias, trato gastrintestinal, etc. Ex.: Monofilamentar ( Superlon Cirumdica; Mononylon Ethicon; Dermalon Davis-Geck ); multifilamentar tranado ( Nurolon-Ethicon ).

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origemFios no absorvveisSintticosProlene recomendado o tipo monofilamentado para a sntese de feridas contaminadas, devido reao decidual mnima. Por ser malevel utilizado em cirurgias cardiovasculares. Ex.: Supralene (Cirumdica), Prolene (Ethicon), Proxolene ( Davis-Geck ).

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origemFio no absorvveisSintticosDcron polister multifilamentar tranado ou impregnado com teflon, silicone ou polibutilato. Deve ser evitado em feridas contaminadas. Ex.: Polister multifilamentar tranado ( Mersilene Ethicon; Dacron Davis-Geck). Impregnados com teflon ( Ethiflex-Ethicon ), polibutilato (Ethibond Ethicon); silicone (Ti-cron - Davis-Geck; Surgilene Cirumdica ).

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origemFios no absorvveisMetlicos Ao inoxidvel e tntaloPodem ser: Mono ou MultifilamentarUtilizados em tenorrafias, neurorrafias e fechamento de parede abdominal, sntese ssea, pacientes caquticos. No provocam qualquer reao tecidual e fcil esterilizao.

  • Fio CirrgicoClassificao do fio quanto a origemFios no absorvveisMetlicosAo inoxidvel:Monofilamentar Ex.: ( Aciflex- Ethicon; Surgaloy-Davis-Geck; Monicron-Cirumdica).Multifilamentar com teflon Ex.: ( Flexon Davis-Geck ).

  • Fio CirrgicoApresentao do fio Comprimento: varia de 8 a 90 cm.Agulhas podem ser:- retas: sutura intestinal- curvas: quase todas as funessemi-retas: para a pele.Podem ser fornecidos sem agulhas (ligaduras ou sutura montados em agulhas de fundo falso).

  • Fio CirrgicoCalibre dos FiosCalibre dos fios designado por codificaes.Maior calibre designado n. 3 cujo dimetro oscila entre 0,6 e 0,8 mm.Numerao progressivamente decrescente at n1, a partir do qual designado por 0, 2.0, 3.0, at 12.0, que o mais fino, cujo dimetro oscila entre 0,001 e 0,01mm.

  • Fio cirrgicoEscolha do fioRegras para a escolha do fio cirrgicoDepender do hbito, da experincia e do bom senso do cirurgio;Metodologia no uso do fio;O fio deve possuir e conservar adequada resistncia tensiva at cumprir seus objetivos

  • BibliografiaBellon JM, Rodriguez M, Serrano N, Garcia-Honduvilla N, Gomes V, Bujan J. Polypropilene and polydioxanone show similar biomecchanical effcacy in midline closure. Cir Esp. 2005 Dec; 78(6):377-81.Burch JM, Franciose RJ, Moore EE, Biffi WL, Offner PJ, Single layer continuous versus two-layer interrupted intestinal anastomosis: a prospective randomized trial. Ann Surg. 2000 jun:231(6):832-7

  • BibliografiaGoffi FS. Tcnica Cirrgica Bases Anatmicas, Fisiopatologicas e Tcnicas da Cirurgia, 6 edio-Rio de Janeiro So Paulo, Livraria Atheneu, 1998.Burch JM, Franciose RJ, Moore EE, Biffi WL, Offner PJ, Single layer continuous versus two-layer interrupted intestinal anastomosis: a prospective randomized trial. Ann Surg. 2000 jun:231(6):832-7.Ireton-Jones C. The role of nutriton in the adaptation of the small intestine after massive resection. Nutr Clin Pract. 2003 Aug; 18(4):338-9.

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