Transcript
Page 1: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

FEBRESEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF

Page 2: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

DEFINIÇÃO

Não existe acordo sobre os limites da temperatura

variações individuais

- Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

- Temperatura ambiental

- Ciclo menstrual (+ até 0,6ºC na 2º metade do ciclo)

- Digestão dos alimentos

- Gravidez (principalmente no 1º trimestre)

- Exercícios físicos

- Estresse emocional

- Desidratação

Page 3: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

• No hemisfério norte: mede-se rotineiramente a temp. oral

Febre uma temperatura - Matinal > 37,2ºC

- Vespertina > 37,7ºC

• No hemisfério sul: temp axilar (Limites 0,5ºC mais baixos)

Febre uma temperatura - Matinal > 36,7

- Vespertina > 37,2

DEFINIÇÃO

Page 4: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

DEFINIÇÃO

• Hipertermia habitual: algumas pessoas normais apresentam temperaturas vespertinas de até 37,7ºC na ausência dos fatores termogênicos

• A idade: influencia na temperatura basal e na resposta febril: - Lactentes - apresentam grandes variações de temperatura com fatores ambientais

-Recém-nascidos (especialmente prematuros) e idosos - podem não desenvolver febre, ou mesmo apresentarem hipotermia, na vigência de infecções graves.

• Doenças: Uremia, insuficiência hepática, desnutrição

• Medicamentos: Corticoterapia

Page 5: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

ABORDAGEM CLÍNICA DO PACIENTE COM QUEIXA DE FEBRE

• Identificar se aguda ou prolongada

• Documentar (Prolongada): medir-se a temperatura corporal no

pico (18h) e no nadir (6h) do ciclo circadiano durante vários dias

• Construir a curva térmica

• Identificar manifestações associadas (calafrios, sudorese,

taquicardia, tremores musculares, piloereção): Ausência -

“Febre benigna”

Page 6: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

AL

TE

RA

ÇÕ

ES

ME

TA

LIC

AS

AS

SO

CIA

DA

S À

FE

BR

E

Page 7: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

• Septicemias bacterianas

• Malária

• Endocardite bacteriana

• Brucelose

• Leptospirose

• Influenza

• Neoplasias (leucemias, linfomas, hepatoma e hipernefroma)

• Febres medicamentosas

DOENÇAS QUE PRODUZEM CALAFRIO + TREMORES MUSCULARES+ PILOEREÇÃO

Page 8: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

ALGUMAS DOENÇAS PODEM CURSAR COM BRADICARDIA

• Febre tifóide

• Brucelose

• Leptospirose

• Febres medicamentosas

• Distúrbios de condução cardíaca

Page 9: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

PADRÕES CLÁSSICOS DE CURVAS FEBRIS

• Contínuo: ↑ sustentada da temp por ≥ 2 dias

Ex: Febre por drogas

• Remitente: ↑ temp, mas c/ quedas diárias (não normal)

Ex: Endocardite, neoplasias

• Intermitente: ↑ > 1ºC q/ retorna ao normal em 24h

Ex: Abscessos piogênicos, malária

• Periódico: ↑ temp por varios dias seguida de apirexia prolongada

Ex: Linfoma

AGENTES MODIFICADORES

•Antipiréticos

•Corticoesteróides

•Antibióticos

Têm pequena especificidade diagnóstica !

Page 10: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

1) Os da malária em área endêmica

-Febre terçã (febre nos dias 1 e 3, causada pelo P.vivax)

-Febre quartã (febre nos dias 1 e 4, por P.malariae)

2) A febre da neutropenia cíclica

- A cada 21 dias, acompanhada de ulcerações mucosas

3) Febre de Pel-Ebstein

- 3 a 10 dias de duração espaçados por igual período afebril

- Doença de Hodgkin e em outros linfomas

PADRÕES FEBRIS PERIÓDICOS QUE TÊM UTILIDADE CLÍNICA

Page 11: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

EXEMPLOS DE PADRÕES FEBRIS DA MALÁRIA

• Acesso malárico Malária terçã: período de 48 horas entre as febres (P. vivax e P. ovale)

Malária quartã: período de 72 horas entre as febres (P. malariae)

Malária trópica: febres altas e irregulares (P. falciparum)

Page 12: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

No conceito clássico de Petersdorf e Beeson (1961)

FEBRE DE ORIGEM INDETERMINADA (FOI)

Definida por 3 critérios:

1)Temperaturas superiores a 38,3ºC (oral) [ou 37,8 (axilar)] observadas em várias ocasiões

2) Duração mínima de 3 semanas

3) Ausência de diagnóstico etiológico após uma semana deinvestigação hospitalar.

Page 13: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

REDEFINIÇÃO DA FOI No novo conceito de DURACK (1991)

• Mudanças profundas na prática médica (com maiorênfase e rapidez na investigação ambulatorial)

• Mudanças no perfil nosológico da população - Expansão de pacientes imunossuprimidos - Infectados pelo HIV - Submetidos a quimioterapia - Submetidos terapia intensiva

Causas

Page 14: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

CL

ASS

IFIC

ÃO

DA

S F

EB

RE

S D

E O

RIG

EM

IN

DE

TE

RM

INA

DA

Page 15: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

A causas de febre de origem indeterminada estão distribuídas em praticamente todos os sistemas orgânicos.

As doenças graves mais freqüentese potencialmente tratáveis estão assinaladas em vermelho.

A causas de febre de origem indeterminada estão distribuídas em praticamente todos os sistemas orgânicos.

As doenças graves mais freqüentese potencialmente tratáveis estão assinaladas em vermelho.

Page 16: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

TIPOS ESPECIAIS DE FOI“FOI BENIGNA”

• São aquelas não associadas a síndromes clínicas específicas, que são as causas

clássicas de FOI (doenças infecciosas, inflamatórias e neoplásicas).

• O termo “benigno” não implica em valor prognóstico, que pode ser sombrio

em algumas doenças neurológicas ou psiquiátricas associadas a febre.

• Ele apenas indica que, nestes casos, o diagnóstico da FOI geralmente pode ser

feito por medidas simples, que dependem mais da suspeição clínica do que de

métodos complexos de investigação subsidiária.

Page 17: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

FEBRES BENIGNAS

Page 18: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

FEBRE MEDICAMENTOSA

Qualquer medicamento possa causar febre, os freqüentemente implicados são:

- ATB/quimioterápicos (b-lactâmicos, penicilinas e cefalosporinas, sulfonamidas e antituberculosos)

- Antiarrítmicos (quinidina e procainamida)

- Anticonvulsivantes (hidantoinatos)

- Antihipertensivos (metildopa)

- Antitireoidianos (propiltiouracil)

Digitálicos - parecem não ter o potencial de induzir febre

• Regride 2 a 3 dias após a interrupção da droga suspeita - demora mais tempo, dependendo da vel. de metabolização (até 3-4sem p/compostos iodados)

• Defervescência com à suspensão da droga confirma a febre medicamentosa

• Hipersensibilidade (citopenias, dermatite esfoliativa, vasculite, anafilaxia)

Page 19: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

CASOS CLÍNICO1

Um homem de 40 anos, que emigrou da Índia para o Canadá há 2 anos apresenta febre irregular e tosse durante várias semanas.

A febre é mais marcada as tardes e ele tem suores frios à noite. A tosse é acompanhada de escarro com raios de sangue e houve um apisódio de hemoptise.

Há sintomas associados como perda de apetite (hiporexia) perda de aproximadamente 10 Kg do peso em 2 meses.

Hábitos: Ele fuma cigarros mas nega bebida de álcoolica. Ele trabalha na indústria de construção, mas foi incapaz de trabalhar durante um mês.

Page 20: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

CASOS CLÍNICO1Um homem de 47 anos chega na emergência c/ história de 1 semana de febre e

mal-estar. Os sintomas do paciente começaram insidiosamente, mas foram bastante intensos para afastado do trabalho durante os 2 últimos dias.

O paciente refere ser previamente saudável, mas relata de sopro no coração causado por um prolapso de válvula mitral (SIC). Não há história familia significante de doença médica.

A anamnese revela que o paciente teve um dente extraído 5 semanas antes da apresentação deste quadro. Não há relato de uso de antibióticos antes da extração (ou em qualquer momento durante os 2 meses passados). Ele nega ter usado alguma vez drogas intravenosas.

Ao exame físico apresenta temperatura de 38.3 º C (101.8 º F), pulso de 90 por minuto, e sangue pressão de 120/80 mmHg. Petequias difusas são vistas na mucosa oral sublingual. Há sopro holosistólico +++/4 mais audível em foco mitral.

Page 21: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

CASOS CLÍNICO3

Paciente 27 anos com AIDS é admitido em CTI de hospital universitário para tratamento de meningite. Permanece internado por 2 meses neste setor.

Após a resolução da meningite, ele permanece acamado devido importante seguela neurológica. Associado há episódios febris diária rios (38ºC e 38,7ºC) iniciados após internação no CTI em investigação.

Page 22: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

O PACIENTE 3

Page 23: FEBRE SEMIOLOGIA – MEDICINA - UFF. DEFINIÇÃO Não existe acordo sobre os limites da temperatura variações individuais - Variações fisiológicas (Ritmo circadiano)

Top Related