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FADO DO 112

Letra de Júlio Pomar

Sem capricho ou presunçãoNesta torre de papelDeita sete olhares de melEm metade de um limão

Na noite mais traiçoeiraRuim, medonha, brutalDescontada a pasmaceiraDo inferno do normal

Se me vires a cara sériaJuiz, togado ou em fraldaA julgar faltas, à baldaNum tribunal multimédia

E tomado o pensamentoPor rombo, machado ou mocaPega no laser da modaDou-te o meu assentimento

Se me vires, por fraquezaPor perfídia ou afliçãoMergulhado na tristezaCom que se mói a razão

E servi-la à sobremesaDas ceias da frustraçãoAssentado na baixezaO programa da nação

Por favor peço-te sóNão te demores, vem logoTraz gasolina, põe fogoMeu amor, não tenhas dó

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