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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO
MERCADO DE TRABALHO: CONSIDERAÇÕES SOBRE
EMPREGABILIDADE
Carmem Patrícia Lima Viana 1
Jordana Guimarães Paiva2
Roseli Vieira Pires3
RESUMO
O presente artigo aborda a evolução histórica das pessoas com deficiência no mercado de trabalho: considerações sobre empregabilidade; discorre de forma sucinta a História do Movimento das Pessoas com Deficiência no Brasil; ressalta-se o conceito de deficiência; empregabilidade e mercado de trabalho; explica que mesmo com a Constituição Federal de 1988, que estabelece direitos iguais para todos; necessita-se criar leis e decretos para garantir este direito às pessoas com deficiência. Nota-se que o alcance da acessibilidade à pessoa com deficiência se depara com entraves e obstáculos, estes chamados de barreiras. Esse estudo consiste em uma pesquisa exploratória e descritiva com o objetivo de identificar e apresentar as barreiras que dificultam a empregabilidade da pessoa com deficiência. Evidenciam-se também os dados através de pesquisa bibliográfica e aplicação de questionário às pessoas com deficiências.
Palavras-chave: 1.Pessoas com deficiências. 2.Mercado de trabalho.
3.Acessibilidade.
ABSTRACT
This article discusses the historical development of people with disabilities in the albor market: employment considerations; discusses briefly the history of the People with Disabilities Movement in Brazil; emphasizes the concept of disability, employment and the labor market; explains that even with the Federal Constitution of 1988, establishing equal rights for all, is necessary to create laws and decrees to ensure this right to persons with disabilities. It is possible to note that the scope of accessibility to people with disabilities are faced with barries and obstacles. This study consists of an exploratory and descriptive research in order to identify and present barries to employment of people wiyh disabilities. It also shows the data through literature research and application of questionnaire to people with disabilities.
Keywords: 1.People with disabilities. 2.The labor market. 3.Accessibility.
1INTRODUÇÃO
Contextualizando a empregabilidade das pessoas com deficiência(s) no
mercado de trabalho se verifica a existência de barreiras e as dificuldades
enfrentadas por elas para se inserirem no mercado de trabalho, revelando seu
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potencial, suas habilidades, seus conhecimentos. E apesar de alguns entraves
relativos a acessibilidade lutam para se integrar na sociedade.
O século XXI trouxe em sua dinamicidade fatores como; uma economia
globalizada, avanços tecnológicos e direitos conquistados, alguns para
pessoas com deficiência, mas infelizmente na maioria das vezes não é
colocado em prática, trouxe também um mercado repleto de mudanças que
adquiriu novas regras entre empregados e empregadores tornando-o cada vez
mais competitivo e exigente. Exigência esta que fez gerar uma necessidade e
consequentemente, uma oportunidade para que a pessoa com deficiência
busque desenvolver suas competências intrínsecas, ou seja, tornando um
profissional autoconfiante, adaptável, íntegro, comprometido, inovador,
dinâmico, para manter a sua empregabilidade.
O termo empregabilidade surgiu graças à necessidade de se manter no
mercado e tornar um profissional qualificado para acompanhar as mudanças.
Pode-se dizer então que empregabilidade é a busca constante de
conhecimentos e aprimoramento de suas habilidades e atitudes, tornando o
profissional mais apto ao mercado de trabalho.
Percebe-se que as pessoas com deficiência enfrentam o preconceito e
algumas dificuldades no que tange às condições de acessibilidade em sua
rotina, barreiras que vão desde a uma vaga de preferencial no estacionamento
esta ocupada indevidamente, até dificuldade de inserção no mercado de
trabalho.
Sabe-se que a conceituação ou definição de deficiência não é mais
compreendida como uma condição estática ou biológica da pessoa, mas como
o resultado da interação das barreiras impostas pelo meio com as limitações de
natureza física, mental, intelectual e sensorial da pessoa deixando assim de ser
um atributo da pessoa e tornando-se, portanto, o resultado das respostas
inacessíveis que a sociedade e o Estado dão ás características de cada um.
Importante frisar que, para além das limitações dessas pessoas no mercado de
trabalho, é necessário reconhecer as suas potencialidades no intuito de
trabalhar as suas competências nas futuras instalações de trabalho.
Infelizmente pessoas com deficiência que possuem grandes
conhecimentos e habilidades estão fora do mercado de trabalho por obstáculos
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enfrentados, impedindo-as de exercerem seus direitos de ir e vir, assegurados
por lei. Diante dessa problemática iremos verificar a existência de barreiras que
impedem a empregabilidade de pessoas com deficiência.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 BREVE HISTÓRIA DO MOVIMENTO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
NO BRASIL E SUA DEFINIÇÃO PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Evidenciar o Movimento Histórico das Pessoas com Deficiência no Brasil
é ter consciência da história das origens e das reivindicações deste grupo
perante a sociedade.
As pessoas com deficiência não eram percebidas na sociedade. Viviam
em instituições ou eram muito reservadas ao âmbito familiar.
Segundo Lana Júnior (2010), as primeiras ações que contemplaram as
pessoas com deficiência no Brasil, tiveram inicio no século XIX, com a criação
do Imperial Instituto dos Meninos Surdos- Mudos no Brasil. O processo de
educação e consequentemente a inclusão das pessoas com deficiência visual
na sociedade foi marcada com a vinda de José Álvares de Azevedo da França,
um brasileiro que estudou em Paris e trouxe o Braile para o Brasil. O sistema
de ensino Braile foi apresentado a Dom Pedro I, esse, entusiasmado com o
que viu pelo braile, criou o Instituto e daí em diante iniciou todo o processo de
história da educação especializada para pessoas com deficiência no Brasil. No
mesmo período foi criado o Instituto Nacional de Educação dos Surdos/INES.
A conquista do Instituto Nacional de Educação dos Surdos/INES
permitiu que as pessoas cegas e surdas começassem a ter uma educação
formal. Foi um marco de reconhecimento, mesmo que ainda para a minoria, dar
a oportunidade ao estudo. Contudo, surgiu a necessidade de amparar as
outras deficiências, uma vez que o Estado como não assumia a
responsabilidade em relação ás pessoas com deficiência intelectual, as
Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais baseada em módulo já
existente nos Estados Unidos e com o apoio de pais e amigos das
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Associações, deste País, foi criada a primeira Associação de Pais e Amigos
Excepcionais do Brasil.
Com o surto de poliomielite na década de 50 no Brasil, surgiram as
instituições de reabilitação, para reabilitar e reintegrar as pessoas á sociedade.
Entende-se que os centros foram criados com o objetivo de reabilitar, isto é,
adquirir o máximo de funcionalidade para que a pessoa pudesse ser
independente.
Também segundo Lana Júnior (2010), em 1979, a coalizão Pró-
Federação Nacional de Entidades de Pessoas Deficientes foi criada com o
objetivo de organizar o movimento das pessoas com deficiência em nível
nacional, pois só havia até então as Entidades que permaneciam isoladas sem
comunicação entre si.
Contudo em 1980, organizou-se o I Encontro Nacional de Entidades de
Pessoas Deficientes em Brasília, os grupos se uniriam em defesa das mesmas
ideias, dos mesmos ideais. Naquele momento as reivindicações eram por
acessibilidade, nas mais diversas categorias, ou seja, as pessoas com
deficiência físicas pedindo mais acessos aos meios de locomoção, as pessoas
com deficiência visuais, ao uso de libras, e as pessoas com deficiências
auditivas, a língua de sinais. Foi um encontro que marcou a causa das pessoas
com deficiência.
Logo depois em 1981, a ONU Organização das Nações Unidas decretou
o Ano das Pessoas com Deficiências, foi pela primeira vez que a palavra
pessoa, foi introduzida, para se referir aos deficientes. Acredita-se que este ano
foi o marco extremamente importante, pois a sociedade acordou e começou a
dar á importância merecida as pessoas com deficiências.
Entretanto em 1988, começou a construção da Constituição Federal,
nesta criação foi à liberdade de participação e com isso várias sugestões são
direcionadas as audiências públicas. Várias reuniões foram realizadas,
encontros foram marcados, para conseguir que as sugestões fossem colhidas.
Sabe-se que a Constituição Federal, não foi criada um capítulo
exclusivo para pessoas com deficiência, o conteúdo está distribuído em toda a
Constituição Federal. Vale ressaltar que a Constituição garante que a Pessoa
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com Deficiência tenha direito á educação, ao trabalho, a saúde, ao lazer, ou
seja, garantia de todos os direitos iguais.
A conquista por novas terminologias reflete a intenção de ruptura com
sofismas construídos pela sociedade que ao se referir á um deficiente já tinha
um modelo pré – estabelecido e enraizado pelos valores sociais, valores estes
que remetem a incapacidade, á submissão, á piedade, ineficiência,
subestimação. Acredita-se que no passado a desinformação e o preconceito a
respeito de pessoas com deficiência tinha uma proporção tamanha que a
sociedade rotulava-os com expressões pejorativas, sem lhes proporcionar
perspectiva de crescimento familiar, social e profissional.
Segundo Manica e Caliman (2015) a terminologia usada para designar
as pessoas com deficiência assumiu vários significados ao longo da história, no
final da década de 70, essas pessoas eram tidas como excepcionais e
portadoras de deficiência que por causa de algumas críticas foram substituídas
por pessoas com deficiência, essa alteração se deu porque eram tratadas ou
mencionadas como coisas ou que portava alguma doença a terminologia
tornou-se importante, principalmente pelo fato de se estar lidando com um
assunto cheio de preconceitos e estereótipos.
Diante da evolução da terminologia na qual trata a pessoa com
deficiência, houve uma conquista por respeito, dignidade e a oportunidade de
ser incluída na sociedade, mas ainda existe desafios no que diz respeito a
valorização da diversidade humana e a garantia do acesso universal aos
direitos , sem barreiras ou limitações de natureza socioeconômica, cultural em
razão da deficiência.
2.2 DEFICIÊNCIA
De acordo com alguns médicos algumas crianças nascem com alguns
problemas de saúde, e alguns deles, podem ser deficiências físicas ou mentais,
ocasionadas por algum problema na gestação.
Para Jaime e Carmo (2005) diz que:
Deficiência é qualquer agravo, físico ou psíquico, que tem como consequência o comprometimento da capacidade de locomoção, da coordenação motora, da fala, da compreensão
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de informações, da orientação espacial ou da percepção e contato com as outras pessoas.
Segundo estes autores, eles definem deficiência segundo um parâmetro
médico. Entende-se com essa definição que a pessoa com deficiência tem
alguma restrição que pode ser física, auditiva, visual, mental e múltipla de
natureza reversível ou irreversível, que pode dificultar o desempenho de suas
atividades diárias.
Compreende-se que a expressão deficiência é usada para determinar a
limitação no funcionamento de qualquer parte do corpo e, muitas vezes, esse
termo carrega consigo uma carga negativa, ou seja, ocorre uma depreciação
da pessoa.
De acordo com a constituição de (2001), do decreto nº 3.956 artigo l diz que:
O termo “deficiência” significa uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social. .
O referido decreto promulgou a Convenção Interamericana para a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas com
Deficiência. Este tem como objetivo a reafirmação dos direitos da pessoa, para
que haja uma diminuição com relação à discriminação referente à deficiência.
Estabeleceram-se normas e diretrizes, com o intuito de diminuir ou até mesmo
eliminar os preconceitos.
Compreende-se que a limitação física, sensorial ou mental, pode
restringir a possibilidade da pessoa exercer uma atividade diária, esta
impossibilidade ocorre de natureza definitiva ou temporária. A deficiência,
contudo poderá ficar mais acentuada, conforme a condição socioeconômica de
cada indivíduo, e por sua vez, dificultando ainda mais uma vida independente
no âmbito social.
Já de acordo com Ribas (1994) o termo deficiência refere-se ao
estereótipo usado pela sociedade para definir o conceito segundo sua própria
imagem, ou seja, utiliza-se termos pejorativos como, “ inválidos”, “ incapazes”,
“aleijados”, “defeituosos” , expressões estas que tende a indicar uma não
capacidade .
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Então pode se perceber que os preconceitos, estereótipos, estigmas e
discriminações nos comportamentos da sociedade existem em relação à
pessoa com deficiência e que elas possuem os mesmos direitos e deveres e
que nos surpreende com suas habilidades e conhecimentos, isso porque a
sociedade está enraizada a uma cultura e uma linguagem desrespeitosa e
discriminatória.
2.3 BREVE HISTÓRIA DE ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM
DEFICIÊNCIAS
Quando se fala de acessibilidade pensa-se primeiramente em um lugar
ou ambiente acessível, ou seja, que nos possibilite o acesso a um lugar ou a
vários lugares. Acredita-se que a acessibilidade é permitir que uma pessoa
com deficiência ou mobilidade reduzida, isto é, com dificuldades para
locomoção ou andar, possam desfrutar do direito de ir e vir assegurado por lei.
Segundo um estudo feito por Sassaki (2006), o termo acessibilidade
começou a ser utilizado recentemente. Historicamente esse termo surgiu para
designar a condição de acesso das pessoas com deficiência, com o surgimento
dos serviços de reabilitação física e profissional, no final da década de 40.
Na década de 50, profissionais de reabilitação perceberam que a
reabilitação era prejudicada porque existiam algumas barreiras físicas nos
espaços urbanos, edifícios e meios de transporte coletivo que impediam ou
dificultavam a locomoção de pessoas com deficiência.
Na década de 60, algumas universidades americanas iniciaram a
eliminação das barreiras arquitetônicas existentes em seus recintos: áreas
externas, estacionamentos, salas de aula, laboratórios, bibliotecas,
lanchonetes, etc.
Na década de 70, surgiu o primeiro centro de vida independente do
mundo em Berkeley, Califórnia, EUA, fortalecendo a independência (tomada de
decisões) e a autonomia (funcionalidade) das pessoas com deficiência.
Na década de 80, foi considerado o Ano Internacional das Pessoas
Deficientes (1981), que promoveram verdadeiras campanhas em âmbito
mundial para alertar a sociedade a respeito das barreiras arquitetônicas e exigir
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não apenas a eliminação delas (desenho adaptável) como também a não
inserção de barreiras já nos projetos arquitetônicos (desenho acessível).
Na década de 90, originou-se o conceito de desenho universal,segundo
o qual os ambientes, os meios de transporte e os utensílios sejam projetados
para todos e não apenas para as pessoas com deficiência. E com a fase da
inclusão, entende-se que a acessibilidade não é apenas arquitetônica, pois
existem outras barreiras que impedem o acesso e liberdade de ir e vir da
pessoa com deficiência.
Segundo os autores Fernandes e Orrico (2001), diz que o termo
acessibilidade é como uma alternativa possível de se atingir suas metas e a
virtude de dar a cada um aquilo que é seu por direito.
Percebe-se, portanto que os dois autores mencionados definem
acessibilidade como direito de todos, como uma facilidade de acesso que
desejamos ver em prática e que se projetada sobe princípios do desenho
universal, ela beneficia todas as pessoas, tenham ou não qualquer tipo de
deficiência.
Para que pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida possam
aumentar suas possibilidades de viver bem e de forma independente e
participar plenamente de todos os aspectos da vida como crescimento
profissional, familiar, religioso, e também desfrutar de momentos de lazer esta
acessibilidade deve estar presente nos espaços, no meio físico, no transporte,
na informação e comunicação, bem como outros serviços e instalações abertos
ao público ou de uso público, tanto na cidade como no campo, é necessária a
implementação de medidas apropriadas para assegurar o acesso, em
igualdade e oportunidades com as demais pessoas como também a
identificação de barreiras.
Também Sassaki (2006), diz que acessibilidade é uma condição de
algumas pessoas que as difere de outras, mas que pode estar inserido em
todos os contextos e aspectos da atividade humana.
Como foi mencionado pelo autor é uma condição de algumas pessoas,
mas também é um direito que todo cidadão tem e essencial para lhe garantir a
utilização com segurança e autonomia, proporcionando maior independência
possível e melhoria da qualidade de vida, e dando as pessoas com deficiência
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ou àqueles com dificuldade de locomoção, o direito de ir e vir a todos os
lugares que necessitar, seja na escola, no trabalho ou lazer, o que ajudará à
sua inserção na sociedade.
Ainda para Lamônica (et.al., 2008), se refere à acessibilidade como um
direito das pessoas com deficiência amparada pela lei para que possam ter
acesso com segurança e usufruir de recursos e ações no âmbito social.
Segundo a autora a acessibilidade é um direito de todos e assegurados
pela lei, mas que não são respeitados, pois, ambientes não são devidamente
preparados para receber as pessoas com deficiência e acabam sendo
excluídas da sociedade, porque são encontradas dificuldades na sua vida
diária.
Por esta razão, as decisões governamentais e as políticas públicas e
programas se fazem tão necessários, importantes e indispensáveis para que
haja uma nova forma de pensar, agir, de construir, de comunicar e de utilizar
recursos públicos para garantir a realização dos direitos da cidadania.
Colocados em prática obtém- se resultados sociais positivos e contribui para o
desenvolvimento inclusivo e sustentável, dependendo também de mudanças
culturais, assim alcançara o cumprimento de metas e justiça social.
Com base na lei nº 10098(2000), que estabelece normas e critérios para
a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência em seu artigo 2º
inciso I diz que, a acessibilidade é a condição para utilização, com segurança e
autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos
urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos,
sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência ou
com mobilidade reduzida.
Também segundo a lei nº 10.098 (2000), art. 2º inciso II estabelece as seguintes definições:
II- barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das pessoas, classificadas em:
a- Barreiras arquitetônicas urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público;
b- Barreiras arquitetônicas na edificação: as existentes no interior dos edifícios públicos e privados;
c- Barreiras arquitetônicas nos transportes: as existentes nos meios de transportes;
d- Barreiras nas comunicações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de
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mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa.
A partir da criação do referida lei, entende-se que houve uma
preocupação maior em garantir um ambiente acessível em todos os aspectos,
como: acesso a informação, á comunicação, aos bens culturais e móveis, á
habitação de interesse social, aos serviços de transporte coletivo, rodoviário,
aquaviário, metro ferroviário, ferroviário e transporte coletivo aéreo. A referida
lei considera ajudas técnicas os produtos, instrumentos, equipamentos ou
tecnologias adaptadas ou que pelo menos garanta autonomia pessoal total ou
parcial assistida da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.
A lei foi criada, e na maioria das vezes não é colocada em prática, por
isso é nossa obrigação como cidadãos assegurar o direito de acesso á
pessoas com deficiência a todo e qualquer lugar, através da eliminação de
barreiras, para que a funcionalidade dos espaços possa oferecer um maior
grau de independência proporcionando conforto para seus usuários.
Nota-se que acessibilidade é um atributo essencial do ambiente, mas
que as pessoas com deficiência não possuem acesso livre, adequado, para
usufruir com qualidade e tranquilidade e exercer seu direito de ir e vir.
Na maioria das vezes são encontrados pelo caminho alguns obstáculos,
impedindo-os de chegar ao seu destino, algum desses obstáculos pode até
mesmo causar alguns acidentes.
Por estas e outras razões que na década de 80 o segmento de pessoas
com deficiência desenvolveu campanhas para conscientizar a sociedade a
respeito de algumas barreiras e exigir a eliminação das mesmas, e também a
não inserção nos novos projetos de construção.
Para possibilitar melhor o entendimento das dificuldades da
acessibilidade ela pode ser caracterizada por barreiras.
De acordo com Sassaki (2006), existem seis dimensões da
acessibilidade que são: arquitetônica, comunicacional, metodológica,
programática, instrumental e atitudinal.
Quando se fala de barreira arquitetônica refere-se a alguns obstáculos
encontrados no percurso escolhido pela pessoa, como ambientais físicas, nas
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residências, nos edifícios, nos espaços urbanos, nos equipamentos urbanos,
nos meios de transporte individual ou coletivo.
Estes obstáculos que a sociedade constrói no espaço urbano, nos
edifícios, nos transportes, nos mobiliários e equipamentos acabam impedindo e
dificultando o acesso de pessoas com deficiência.
Uma forma de se começar exercer essa ajuda é observar os lugares por
onde se passa regularmente com a visão de quem tem dificuldades físicas,
então se deparará com o grau de dificuldade e obstáculos que elas enfrentam
no seu dia a dia, são situações que em condições normais não se percebe,
mas quando se muda o foco fica mais perceptível á essas barreiras, isso só
confirma que infelizmente vive-se em um país que não está preparado para
servir pessoas com qualquer tipo de deficiência.
No que tange o acesso ao posto de trabalho o poder público é obrigado
á viabilizar o acesso aos meios de transporte e as empresas disponibilizarem
estrutura física adequada. No entanto esse direito não é respeitado, é muito
constrangedor usar o transporte coletivo porque a maioria deles não está
preparada para receber passageiros com deficiência física.
A barreira comunicacional impossibilita a pessoa com deficiência de se
comunicar por falta de ferramentas, prejudicando seu relacionamento
interpessoal. A falta de instrumentos para se comunicar prejudica também seu
desenvolvimento profissional, como livros, revistas apostilas adequadas para
seu aprendizado, comunicação virtual.
As barreiras metodológicas que são ultrapassadas, e não são
substituídas por métodos que proporcionam um aprendizado de qualidade, que
deveria ser ministrado com base nos princípios da igualdade, o que dificulta
ainda mais a busca por conhecimentos e desenvolvimento e aperfeiçoamento
de suas habilidades.
A barreira instrumental que não permite o acesso á instrumentos,
utensílios e ferramentas de estudo, de trabalho, de lazer e recreação. Não há
adequação nos aparelhos, não a adaptação de como alguns usaram o lápis, a
caneta, a régua e todos os demais instrumentos de escrita, normalmente
utilizados em sala de aula, na biblioteca, no trabalho.
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Já a barreira programática é o não cumprimento das leis, normas,
decretos embutidos em políticas públicas, e na maioria das vezes não estão
bem esclarecidas, e que na prática impedem ou dificultam para certas pessoas
a utilização de seus direitos.
E também a barreira atitudinal que infelizmente está muito visível na
sociedade que são os preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações. É
nossa obrigação como cidadão combater toda e qualquer forma de preconceito
e a participação da sociedade nesse processo é fundamental, respeitando as
diferenças na construção do direito a cidadania.
Deve-se observar que a ignorância da sociedade faz uma visão errada
da pessoa com deficiência, não entendendo que ela possui uma deficiência,
uma dificuldade que pode ser de mobilização, sensorial, ou outros, mas que
tem personalidade tem um modo de pensar e agir, são pessoas normais, que
precisam ser respeitadas como tal.
2.4 EMPREGO X EMPREGABILIDADE
Muitos associam emprego com trabalho como se fosse a mesma coisa,
mas, apesar de estarem diretamente relacionadas, possuem significados
diferentes.
De acordo com Ferreira (2010), emprego é aproveitar os serviços de
alguém que queira vender sua fonte de trabalho em troca de uma
remuneração. Já o trabalho refere-se à aplicação da atividade, é um serviço,
esforço feito por alguém.
Segundo Ferreira (2010), o termo empregar pode significar uma ação,
ou seja, fazer algo para alguém, como dar um emprego, fazer uso ou aplicação
do mesmo.
Entende-se, portanto, que a pessoa empregada tem o dever de
contribuir com o empregador através de funções que lhe foram atribuídas,
essas funções por sua vez, devem ser desempenhadas com qualidade. É fazer
uso de suas técnicas e conhecimentos, aplicando-as da melhor forma possível
onde seus objetivos sejam alcançados.
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Segundo Minarelli (2015), com algumas exigências da economia global,
as organizações se modificam com agilidade e não podem mais garantir o
emprego até o funcionário aposentar-se, como acontecia antigamente. Nos
Estados Unidos o termo equivalente é conhecido como employability que
significa a condição de dar emprego ao que se sabe e a habilidade de ter
emprego.
Essa condição de dar emprego ao que se sabe ocorrido no mercado,
fez com que a maioria das empresas optasse por pessoas mais capacitadas,
optando assim pela demissão de alguns funcionários que havia muito tempo de
casa, mas que não se atentaram a mudança do mercado e não se
preocuparam em buscar qualificação, não deixando alternativa para a empresa,
a não ser sua substituição por profissionais mais qualificados, já que a empresa
não poderia permanecer no mercado se não fosse produtiva.
Como alguns funcionários não se adequaram a essas exigências do
mercado e não se comprometeram a se qualificar, as empresas deixaram de
lado seu papel paternalista de décadas de emprego eterno, e foram mais
exigentes buscando profissionais altamente qualificados, profissionais estes
que estão preparados e conscientes de sua atuação.
Segundo Nagy (2003), emprego é o ato de se tornar empregável, ou
seja, a pessoa tem uma função dentro da empresa e será remunerado por ela.
Sabe-se que o termo emprego é usado para designar uma ocupação
dentro da organização que é definida apenas para determinar que a pessoa
fosse contratada e têm um cargo e desempenha uma função com regras pré-
estabelecidas, como carga horária, salário, férias, décimo terceiro, entre outros.
O mesmo autor define empregabilidade como a possibilidade da pessoa
se tornar empregável. Logo, é um processo contínuo de se manter empregado.
Neste entendimento, o termo empregabilidade refere-se á busca
incessante por aperfeiçoamento, qualificação, conhecimento, desenvolvimento
de habilidades, impostos pelo mercado de trabalho.
Também segundo Minarelli (1995), o termo empregabilidade trata-se da
ocupação de um cargo por uma pessoa para o desempenho de algumas
funções onde é colocado em prática seus conhecimentos, habilidades e
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atitudes desenvolvidas e adquiridas por meio de cursos, palestras,
treinamentos, graduações.
Como o mercado de trabalho está cada vez mais exigente, o
empregador está em busca de pessoas que estão sempre se atualizando, visto
que a empregabilidade é o conjunto de competências e habilidades
necessárias para manter-se em uma ótima colocação dentro ou fora da
empresa.
Por esta razão o emprego passa por redefinições profundas, e se
caracteriza não mais por profissionais que desempenham sua função
mecanicamente, mas que busca cada vez aprimorar seus conhecimentos e
outras habilidades que se julga importante. Essa busca cada vez maior por
conhecimentos se faz necessária uma vez que o mercado de trabalho está
cada vez mais competitivo.
Quem se descuida de sua qualificação e atualização perde sua
atratividade, e a sua empregabilidade pode se tornar um alvo distante, por isso
busque informações através de livros, revistas, cursos, especializações.
Para Macedo (1999), empregabilidade é a aptidão de uma pessoa em
permanecer em posição empregável, sem maiores impedimentos, é também a
capacidade que se tem em gerar rendas através das habilidades que possui.
Empregabilidade é um conceito amplo que não significa apenas ter um
emprego e sim a capacidade de ter trabalho e renda sempre, está relacionado
á agregar valores pessoais, á capacidade de gestão da vida e da carreira,
desenvolvimento de habilidades e conhecimentos, essas são algumas
qualificações necessárias para viver esse novo paradigma de forma saudável.
Ter um emprego não é sinônimo de estabilidade e pode não acrescentar
nenhum benefício á sua carreira, portanto se faz necessário investir em sua
carreira através de especializações, cursos entre outros.
Na visão de Minarelli (1995), existem seis pilares que sustentam a
empregabilidade são eles:
Adequação vocacional, competência profissional, idoneidade, saúde física e mental reserva financeira, fontes alternativas e relacionamentos, a união de todos eles dá segurança ao profissional e lhe confere empregabilidade.
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Estes pilares são muito importantes para os profissionais manterem sua
empregabilidade, eles precisam estar coesos e funcionar com dependência um
do outro. Estar na profissão certa fazendo o que gosta, torna-se o profissional
realizado e motivado a desempenhar suas funções com mais dedicação,
criatividade e excelência.
Para manter-se competitivo no mercado é preciso se atualizar sempre,
para que suas habilidades e conhecimentos sejam melhores aproveitados, mas
só se atualizar não basta, os empregadores buscam profissionais honestos, de
boa índole, correto que conduz sua vida dentro de princípios legais e étnicos,
que tem esses princípios conquista um lugar melhor e respeito diante dos
empregadores, se destacando em relação á outros profissionais.
Outro desafio é a busca constante em se manter saudável, o cuidado
com a saúde evita desgaste exagerado, ocasionando um stress, ou outro tipo
de doença, prejudicando seu desempenho na empresa.
Uma alimentação saudável e a prática e exercícios é importante para
que se tenha equilíbrio no trabalho e também desfrutar de bons momentos de
lazer, uma pessoa saudável relaciona-se melhor com outras pessoas além de
transmitir uma imagem melhor, lhe favorecendo muito, visto que a boa
aparência conta muito, mas para colocar tudo isso em prática precisa-se de
dinheiro.
Por isso surge a necessidade de se ter e fazer uma reserva, ela pode
surgir fazendo-se economias durante o mês e com esta economia se fazer uma
poupança. Essa reserva pode ser usada para emergências, para atualização
profissional, através de cursos, especializações, para tirar férias, viajarem, ou
mesmo para trabalhar com tranquilidade e criatividade, porque não terá a
preocupação de estar endividado no final do mês, lhe causando transtorno no
trabalho, prejudicando seu desempenho.
Não só as reservas trazem benefícios, mas também um bom
relacionamento, aumentar seu networking que, em sua forma resumida,
significa que quanto maior for à rede de contatos de uma pessoa, maior será a
possibilidade de essa pessoa conseguir uma boa colocação profissional
realizar bons negócios, obter informações e várias outras vantagens que se
pode obter da rede formada.
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2.5 A INSERÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE
TRABALHO E LEIS DE COTAS
Segundo Gonçalves (1997), para que as pessoas com deficiência sejam
promovidas no mercado de trabalho, deve-se tratá-los como legítimos cidadãos
revelando seu potencial, suas habilidades e não suas deficiências.
De acordo com o autor a integração das pessoas com deficiência no
mercado de trabalho é dificultada pela inadequação dos processos de
formação, ao preconceito social ou a falta de conhecimento do potencial da
pessoa com deficiência.
A sociedade é marcada pela discriminação e exclusão, em que as
pessoas com deficiência são deixadas de fora do mercado de trabalho, não por
falta de conhecimentos e habilidades, porque na maioria das vezes possuem
uma formação profissional consistente, aliada à superação do preconceito de
incluí-lo no mercado de trabalho.
A Constituição Brasileira, no ano de 1988 teve algumas mudanças no
âmbito legal com o intuito de assegurar às pessoas com deficiência a inserção
no mercado de trabalho.
Percebe-se que diante da legislação que as pessoas com deficiência
possuem os mesmos direitos perante a sociedade, direito ao mercado de
trabalho sem nenhum tipo de discriminação, direito á salários compatíveis com
a função desempenhada.
Sabe-se que o direito ao trabalho é, para todos, sustentado como direito
de cidadania e perseguido como forma de integração social. E para garantir a
inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho foi criado em
1991 a lei de cotas, que estabeleceu a obrigatoriedade das empresas
contratarem pessoas com deficiência.
Também segundo a Constituição de (1988), a lei nº 8.213, artigo 93 diz:
A empresa com 100(cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2%(dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
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I até 200 empregados- 2% II de 201 a 500- 3% III de 501 a 1.000- 4%
IV de 1.001 em diante- 5%. A lei 8.213 é também conhecida como lei de cotas e foi criada como um
mecanismo que objetiva assegurar a retenção de trabalhadores com
deficiência pelo mercado de trabalho.
Observa-se que com a criação da lei de cotas, as pessoas com
deficiência obteve maiores garantias dos direitos à inclusão no mercado de
trabalho.
3 MÉTODO
O presente artigo constitui-se como um estudo exploratório, que permite
uma maior familiaridade com o tema pesquisado e estudo descritivo cujo
objetivo é identificar e apresentar as barreiras que dificultam a empregabilidade
da pessoa com deficiência.
O levantamento dos dados é evidenciado através de pesquisa
bibliográfica e a aplicação de um questionário às pessoas com deficiências.
O questionário com nove perguntas específicas e objetivas foi elaborado
para se avaliar as dificuldades das pessoas para ingressar e se manter no
mercado de trabalho. A pesquisa foi aplicada na terceira semana de 2015, para
um grupo de pessoas com deficiências físicas, visuais e auditivas na cidade de
Goiânia, Goiás.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Segundo Gonçalves (1997), para que as pessoas com deficiência sejam
promovidas no mercado de trabalho, deve-se aceitá-los com suas limitações
para que suas habilidades sejam reveladas através de seu potencial, e não por
suas deficiências.
Gráfico 1: Aceitabilidade no mercado de trabalho.
Este gráfico representa as respostas do questionário aplicado de
questões de número um á oito, menos a questão de número cinco que está no
próximo gráfico.
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Fonte: Elaboração dos autores
No gráfico um (01), observa-se que as dificuldades encontradas pelas
pessoas com deficiências para ingressar no mercado de trabalho ocorre por
falta de aceitabilidade da empresa, ou seja, grande parte das organizações não
desenvolvem politicas de inclusão, de forma a viabilizar a permanência e
crescimento da pessoa com deficiência; Que a qualificação profissional não é
para a maioria uma oportunidade de crescimento, pois mesmos qualificados a
maioria das empresas não ofertam cargos gerenciais.
Gráfico 2: Acessibilidade das pessoas com deficiência.
1 2 3 4 5 6 7 8
PERGUNTAS
RESPOSTAS A
RESPOSTAS B
RESPOSTAS C
RESPOSTAS D
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Fonte: Elaboração dos autores
De acordo com Sassaki (2006), existem seis dimensões da
acessibilidade que são: arquitetônica, comunicacional, metodológica,
programática, instrumental e atitudinal. De acordo com a pesquisa feita forma
encontradas três dessas barreiras que mais dificultam a acessibilidade das
pessoas com deficiência, são elas arquitetônica, comunicacional e
instrumental.
No que se refere à acessibilidade, segundo o gráfico às pessoas com
deficiência física e visual informou que barreira arquitetônica é o maior
obstáculo enfrentado para inserção ao mercado de trabalho, já para as
pessoas com deficiências sensoriais a maior barreira é a comunicacional e
instrumental.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema abordado é rico e merece ser discutido em todas as vertentes,
seja no ambiente familiar, no trabalho, ou em seminários. O movimento
0 2 4 6 8 10
BARREIRAS INSTRUMENTALBARREIRAS ATITUDINALBARREIRAS PROGRAMÁTICABARREIRAS METODÓLICABARREIRAS COMUNICACIONAL
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histórico das pessoas com deficiência no Brasil, retrata suas origens,
reivindicações e conquistas perante a sociedade.
Percebe-se que apesar de avanços na legislação brasileira como a
criação de novas leis para amparar as pessoas com deficiência, tais iniciativas
não asseguram ou resguardam de fato que se tenha um ambiente acessível
em todos os lugares. Buscar sua inserção no mercado de trabalho e na
sociedade será uma forma de possibilitar o crescimento pessoal e profissional.
Conscientizar a sociedade que algumas barreiras como a arquitetônica,
como demonstrada em pesquisa aplicada em pessoas com deficiência físicas e
visuais, se tornam um grande obstáculo à inserção no mercado de trabalho.
Também foi observado que para as pessoas com deficiências sensoriais a
maior barreira é a comunicacional e a instrumental.
Logo, com base nos dados analisados sugere-se que em pesquisas
futuras, busquem obter opinião do empresariado referente à sua posição
quanto à contratação de pessoas com deficiências, e se as empresas de
Goiânia - Goiás está preparada para cumprir o que determina a lei ou se existe
uma resistência em garantir o direito conquistado, ou se é apenas falta de
conhecimento das leis existentes.
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REFERÊNCIAS
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BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Disponível em:
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http://www.novoser.org.br/instit_info_acess.htm. Acesso em: 10 mar. 2015
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LANA JÚNIOR, Mário Cléber Martins. História do Movimento Político das
Pessoas com Deficiência no Brasil. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos.
Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência,
2010.
LANCILLOTTI, Samira Saad Pulchério. Deficiência e trabalho:
redimensionando o singular no contexto universal. Campinas- SP: Editores
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profissão e surfar no mercado de trabalho. 8. ed. São Paulo: Saraiva,1999.
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pessoas com deficiência: um novo jeito de ser docente. Brasília: Liber Livro,
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SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 7.
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105 Aphonline.:Trindade – GO,v.4,n.1,p.83-107,jan-dez.2014
APÊNDICE
O questionário será aplicado às pessoas com deficiência que estão inseridas
ou que já tiveram oportunidade de ingresso no mercado de trabalho.
1- A dificuldade encontrada por você, pessoa com deficiência, para ingressar
ao mercado de trabalho se dá por:
A. Falta de oportunidade de trabalho, ou seja, as vagas anunciadas não se
enquadram com o seu perfil, ou são inviáveis para o seu tipo de
deficiência;
B. Falta de qualificação, pois você não possui qualificação para a vaga
anunciada;
C. Falta de acessibilidade. As empresas não possuem estrutura
arquitetônica ou não faz uso de recursos de apoio às funcionalidades,
para o bom desempenho da função;
D. Falta de aceitabilidade da empresa, ou seja, grande parte das
organizações não desenvolve uma política real de inclusão, de forma a
viabilizar a permanência e crescimento da pessoa com deficiência nos
diferentes departamentos.
2 – Você busca se aperfeiçoar periodicamente, participando de cursos de
qualificação profissional?
A. Não, pois os cursos oferecidos, não atendem suas expectativas;
B. Não, por falta de conhecimento;
C. Sim, sempre estou me qualificando;
D. Não, pois as empresas, em sua grande maioria, não possibilitam
ascensão profissional da pessoa com deficiência em virtude de uma
maior qualificação.
3 – Quando você recebe uma oportunidade de trabalho percebe que:
A. As empresas exigem um perfil que em sua maioria não condiz com a
realidade da pessoa com deficiência;
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B. Os meios em que são divulgadas as vagas são acessíveis as pessoas
com deficiência.
C. Os meios em que são divulgadas as vagas não são acessíveis as
pessoas com deficiência.
D. As empresas oferecem às pessoas com deficiência vagas que exigem
pouca ou nenhuma qualificação.
4- As pessoas com deficiência tem acessibilidade em todos os lugares que
necessita frequentar com segurança, autonomia e independência?
A. Sim
B. Não
5- Relacione de 1 a 6 as suas maiores dificuldades enfrentadas para sua
inserção no mercado de trabalho? Sendo 1 maior dificuldade e 6 para menor.
A. ( )Barreira arquitetônica;
B. ( )Barreira comunicacional;
C. ( )Barreira metodológica;
D. ( )Barreira programática;
E. ( )Barreira atitudinal;
F. ( )Barreira instrumental.
6 – No seu ponto de vista existe uma dificuldade ao acesso às oportunidades
de trabalho? Ou existe uma discriminação de que a pessoa com deficiência
não tem a capacidade de ocupar cargos gerenciais?
A. Sim
B. Não
7-Dado o fato de se estar inserido no mercado de trabalho, você tem as
mesmas oportunidades, reconhecimento e credibilidade como seus demais
colegas de trabalho, diante da análise do seu empregador?
A. Sim
B. Não
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8 – Quando você se inscreve em um curso de qualificação profissional publico
ou privado percebe que:
A. Que as Instituições de ensino não estão preparadas arquitetonicamente
para receber a Pessoa com Deficiência;
B. Que as Instituições de Ensino oferecem tem estrutura física, mas a
metodologia aplicada em sala de aula, não atende as necessidades da
pessoa com deficiência;
C. As Instituições de Ensino estão preparadas arquitetonicamente e
aplicam metodologias que se adéqua a realidade da pessoa com
deficiência.
Você que respondeu o questionário é pessoa com
deficiência_____________________________________.