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EVANGELHO, O PODER DE DEUS
Rm 1:16
Rev. Cleuso Nogueira
Vivemos, atualmente, em meio a uma incontrolável demonstração de poderes. Os atletas, aperfeiçoados
em seu porte físico, exibem em cada olimpíada, prova, copa ou simplesmente competição o poder
explosivo de suas massas musculares, tão bem preparadas. Os detentores do
poder político se embrenham em suas artimanhas e articulações para preservarem para si, cada vez maiores, fatias desse exuberante bolo. Os ricos achatam os mais pobres na luta incansável e egoísta de ficarem cada vez mais
ricos. As grandes potências mundiais, com a força de seu poder bélico, subjugam nações, exterminam etnias, estabelecem o caos e a desgraça, alteram a geografia do planeta Terra, colocam o mundo em estado de alerta
total. Incitam a ameaça do armagedon!
Em conseqüências de tais manifestações, injustas, ameaçadoras e até
covardes de poderes, o nosso mundo jaz em uma tensão, com riscos de fatais rupturas. Caracteriza-se como um caldeirão efervescente, prestes a uma explosão. Diante de tais circunstâncias terríveis, insuportáveis e drasticamente
ameaçadoras o mundo de hoje aguarda o surgimento de um poder maior que transforme, miraculosamente, esta situação intragável.
Este almejado poder existe! É o poder de Deus, no evangelho. Encontramo-lo na posição firme, tomada pelo apóstolo Paulo e por ele descrita no primeiro capítulo da Epistola aos Romanos, verso dezesseis: Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que
crê, primeiro do judeu, e também do grego;...
Ao elucidarmos algumas questões envolventes na Epístola aos Romanos nos encontramos, na verdade, diante de uma insigne demonstração do poder de Deus. Sem dúvida alguma, a autoria da Epístola aos Romanos é atribuída ao
virtuoso apóstolo Paulo. Ela já era citada e catalogada como sendo dele no Segundo Século d.C. Esta certeza era absoluta pelos pais da igreja, diante da perseguição que o impiedoso Império Romano, através de Plínio Segundo,
governador da Bitínia, desfechou contra eles, levando-os ao martírio.
Paulo a Escreveu, possivelmente de Corinto, enquanto era residente na
cidade, nos três messes em que passou na Grécia. Esta afirmativa nos é sugerida por várias indicações internas, ou seja, encontradas no texto da própria carta, deduzidas das referências a Febe, membro da igreja em
Cencréia, porto de Corinto; Gaio, seu anfitrião e a Erasto.
A ocasião mais indicada em que o inspirado autor tenha tocado os
pergaminhos com sua pena abençoada, para nos proporcionar a preclara epístola, seria pouco antes de sua visita a Jerusalém, ocasião em que levou consigo as ofertas das congregações gentílicas, para o atendimento às ne-
cessidades dos santos da igreja mãe, que passavam por profundas dificuldades financeiras, decorrentes da grande seca ocorrida e da perseguição romana, desencadeada pelo imperador romano, Nero, no ano cinqüenta e
quatro d.C. Confiramos em Atos, capítulo quinze, versos três e capítulo vinte e quatro, verso dezessete. Diante dessas informações, inconfundíveis, poderemos tomar como a aceitável data do escrito sagrado, a mais sugerida e
provável, localizada entre o fim do ano cinqüenta e cinco d.C., e os primeiros meses do ano cinqüenta e sete d.C. O evangelho que lhe levou a escrever aos romanos caracterizou a sua epístola como verdadeira jóia literária, do mais
puro e mais alto quilate. É o evangelho, cujo significado é o anuncio das boas novas. Destaquemos os propósitos presentes na mente paulina, entre outros, que lhe levou a dirigir-se, através de sua epístola, aos crentes da grande
capital imperial, quais sejam: A edificação daqueles crentes, separados dos centros de cristianismo já pastoralmente bem assistidos; proporcionar-lhes a edificação para o crescimento deles; contribuir para a maturidade espiritual
deles, para que a igreja da capital imperial pudesse, com segurança, enfrentar a forte oposição do poder romano; combater as heresias do gnosticismo; levar-lhes a consciência de um novo modo de vida em Cristo, para que a igreja de
Roma pudesse marchar firme em busca da sua consolidação, no espaço urbano em que estava.
A teologia, que encontramos em romanos, traduz-se no evangelho que apresenta o amor de Deus através da sua justiça que é a faculdade de julgar segundo o direito e melhor consciência. O tema central de romanos é a justiça
de Deus imputada no crente, ou seja, transplantada ou enxertada, através do sacrifício de Jesus Cristo. Sendo, Jesus, o eterno Filho de Deus, assentido pelo conselho da Trindade propôs-se a morrer pelos pecados dos eternos
eleitos do Pai. Para que a nossa redenção fosse possível, Jesus submeteu-se ao Pai em perfeita obediência, para que em sua dolorosa morte sacrificial, a justiça divina fosse plenamente satisfeita, morrendo, como o cordeiro de Deus
Ruínas do Teatro de Roma
que tira o pecado do mundo. Assim, Deus se manifesta em sua justiça, sendo
perfeitamente consistente com tudo que Ele mesmo é. Vejamos Romanos, capítulo três, versos cinco a seis. Justiça é a expressão do caráter de Deus.
A existência desse poder magnífico para a transformação de vidas provocou as palavras enfáticas, vívidas e fortes, evidências que constituíram o impostergável propósito pelo qual o apóstolo Paulo desejava pregar o
evangelho, também em Roma. À primeira vista poderia parecer-lhe uma loucura. Contudo foi o propósito que acalentara o seu coração durante muito tempo. Foi o vaso escolhido de Cristo glorificado para levantar a igreja cristã
no mundo gentílico, revelando a todos os homens qual a vontade de Deus por meio de sua igreja, o destino humano conforme o plano divino.
A posição que Paulo teve diante das circunstâncias de sua época, concernente ao conceito que o evangelho deveria ter, para que fosse levado à capital do império deve proporcionar, hoje, o mesmo impacto em nossos corações para
que ele seja pregado a todos quantos possamos alcançar, para que, hoje, seja evidenciado o poder de Deus no evangelho. Então, estribemo-nos em evidências claras e seguras que constituíram a forte convicção paulina e que
nos apontam o grande desafio para que sejamos evangelizadores em RAZÕES PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHORAZÕES PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHORAZÕES PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHORAZÕES PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO, quais sejam:
Primeira, Primeira, Primeira, Primeira, A Natureza do EvangelhoA Natureza do EvangelhoA Natureza do EvangelhoA Natureza do Evangelho. É o poder de Deus. Em parte alguma das Escrituras, o vocábulo evangelho tem um significado tão
profundo como tem nos escritos de Paulo, pois ali, o seu sentido não é somente que os homens são perdoados de seus pecados, mas que também, passam a ter por herança um lar celeste e os crentes são, gradativamente,
transformados segundo a imagem do Senhor Jesus Cristo. O evangelho não vem somente em poder, mas também, é o próprio poder de Deus. O vocábulo originalmente usado por Paulo, no grego coinê é dínamis. Desse vocábulo,
encontramos no nosso vernáculo as suas variantes, que são dinâmico e dinamite. Nas páginas do Novo Testamento esse vocábulo tão impressionante é utilizado como a designação de poderes miraculosos. O seu
principal conceito é a manifestação da onipotência de Deus, poder que só a Ele pode ser atribuído e jamais aquilo que poderíamos esperar como produto da natureza humana. Entendemos pelos conceitos de tais palavras que
dínamis é o poder explosivo e dinâmico de Deus para a transformação de vidas. Dínamis, tal como a dinamite é o poder explosivo de Deus que revela a
sua justiça e conduz à salvação todos aqueles que nele crêem – Vejamos
Romanos, capítulo um, versos dezesseis e dezessete.
João, bispo em Constantinopla, capital do Império Romano Oriental, a partir do
ano trezentos, noventa e sete d.C passou a ser o titular do púlpito da grande Igreja de Santa Sofia, a maior da cristandade daquela época. Foi um dos pais da igreja cristã, ao qual, cem anos após a sua morte lhe deram o alcunha de
Crisóstomo, cujo significado é boca de ouro. Este nome lhe fora dado não porque sua arcada dentária fosse coberta pelo precioso metal, mas pelo poder das suas palavras, de veemente eloqüência, um dos maiores oradores da
igreja pré-agostiniana. Em suas homilias sobre a Epístola Aos Romanos declarou: Deleito-me no aprazimento de sua trombeta espiritual, e o meu coração salta de alegria, e os meus anseios começam a vibrar, ao reconhecer
aquela voz que me é tão clara, que me parece estar diante de mim a imagem
do orador, vendo-o a discursar. Esta era a clareza e a familiaridade com que Paulo, usado pelo Espírito Santo, fazia fluir o poder de Deus ao proclamar o
evangelho em sua carta aos romanos.
Os homens não se envergonham de manifestar o poder à sua disposição. Os
atletas por tão vigoroso que sejam, não se intimidam em exibir os seus corpos sarados, tão bem preparados para os exercícios físicos de suas competições. No tatame lutam enroscam seus corpos entre si, caem, dão chaves, vencem.
No futebol correm, jogam, gingam para um lado e para o outro, chegam na área fazem gols, coisas que nossos atletas da copa de dois mil e seis, muito não fizeram. Nas provas de atletismo disparam em carreiras, transpõem as
barreiras, conquistam os alvos propostos. Nas ginásticas fazem proezas, nos circos acrobacias incríveis. Os ricos mostram com pompas a exuberância de suas riquezas, seus aparatos luxuosos, seus carros de ultima geração, seus
eletrodomésticos, sofisticados pelas tecnologias de ponta. Catedráticos, sábios aos seus próprios entendimentos, manifestam-se como os mais profundos intelectuais. Elaboram pensamentos, frutos de suas filosofias. Os detentores
do poder político desfilam pelas ruas e avenidas, expõem-se em seus carros abertos, freqüentam os ambientes mais badalados, fazem-se presentes na mídia. Os moralistas, preconizadores de estilos de vida puritanos e rigorosos,
criam e impõem ritmos de vida, ainda que diligenciem a auto justificação. Diante de tanta liberdade de manifestação de poderes, surge uma pergunta que nos desperta para os desafios da conquista de almas. Porque nos
envergonharmos do evangelho que é o poder de Deus? O apóstolo Paulo não se envergonhou diante dos desafios impostos pelo poderoso Império Romano. Ah! se nós nos colocássemos assim, diante dos desafios hodiernos!
O impacto da cruz e da ressurreição de Jesus Cristo abateu as águias romanas tão impetuosas, avassaladoras e portentosas. Nenhum imperador romano concluíra a luta empreendida contra o cristianismo. Racionalistas se
levantaram e outros, se dependessem deles, hoje, continuariam erguidos contra as verdades sublimes do reino de Deus; contra a veracidade das palavras profundas, suaves e encantadoras de nosso senhor e salvador, Jesus
Cristo, ao qual, afinal, se rendem; prestam-lhe as horas devidas ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. O francês François-Marie Arouet (1694 – 1778), conhecido como Voltaire, alcunha de sua própria escolha, companheiro de
outro francês, Jean Jaques Rousseau, parceiros do Iluminismo e o Ceticismo na Europa Continental, oponente à religião tradicional e oficial, certa vez declarou, impetuosamente, sua insolência: Estou cansado de ouvir dizer que
doze homens revolucionaram o mundo. Agora, pois, vou eu sozinho vencer o
cristianismo. A história registra que Voltaire não teve forças suficientes para levar avante sua funesta desventura. Estou certo de que as hostes infernais
não tiveram, não têm e jamais terão forças para vencerem o impacto da cruz de Cristo e que a sua igreja sempre prevalecerá contra as hostes infernais.
Segunda, Segunda, Segunda, Segunda, O Propósito do Evangelho.O Propósito do Evangelho.O Propósito do Evangelho.O Propósito do Evangelho. Para a salvação. Na esfera natural, Deus se revela de diversas maneiras, com propósitos diferentes. Mas, para a salvação, Ele se revela especificamente no evangelho,
onde encontramos o seu grandioso poder, que precisa ser difundido como meio de transformação de vidas. No décimo capítulo de Romanos, versos oito a dez, lemos: Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu
coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: Se com a tua boca
confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou
dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e
com a boca se faz confissão para a salvação.
É disto que o mundo precisa saber. Os dois últimos parágrafos do Primeiro
capítulo descrevem o estado de idolatria e depravação da sociedade romana. O perfil espiritual e moral daquela sociedade não era muito diferente da sociedade hodierna. O que nos versos dezoito a trinta e dois do primeiro
capítulo se encontra, realmente, é a análise que Paulo faz do triste estado de depravação total em que se encontra o homem sem Deus, carente da salvação. Exatamente dentro deste triste contexto é que Deus atua com o seu
imenso poder para a salvação. A palavra usada pelo apóstolo Paulo para salvação é Sõteria. Segundo Willian Barclay, no seu livro Palavras Chaves do Novo Testamento, essa palavra é traduzida por Salvação. No grego clássico
ela significa livramento ou preservação. Era usada como a volta de um homem
em segurança para seu próprio lar ou país depois de uma ausência em uma viagem. Também era usada no sentido de uma garantia de segurança contra o inimigo. Nos papiros mais antigos era aplicada no sentido de saúde física. No
Novo testamento configura, de modo geral, com o sentido de livramento dos inimigos, por isso, a palavra salvação, tornou-se o alvo de Deus em relação aos seus amados, eleitos, desde toda a eternidade. A mensagem cristã é a
palavra da salvação. São as boas novas do beneplácito de Deus para com os homens. É o caminho da salvação. Em Romanos, capítulo um, verso dezesseis, está a mensagem cristã que é o poder de Deus para a salvação;
traz ao homem, não somente uma tarefa, mas também, as forças para realizá-la; não somente um caminho, mas também o poder para trilhá-lo; não somente uma oferta, mas também a disposição para aceitá-la com firmeza e alegria.
Salvação é a transformação do homem interior pelo poder da cruz, o livramento do inferno terrível.
O poder do evangelho traz ao perdido pecador a salvação que se traduz na vida eterna. Disse-nos, Jesus, em João, capítulo dez, verso dez: O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a
tenham com abundância. A estas palavras de poder e amor nos acrescenta o bondoso mestre e amigo, em João, capítulo quatorze, verso seis: ... Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
É disto que o nosso mundo precisa saber! A sociedade de hoje não é diferente da sociedade romana dos primeiros séculos do cristianismo. É necessário que
ele continue, ainda hoje, pregando o evangelho para a salvação daqueles que, entre os depravados, são eleitos e serão salvos mediante a proclamação do evangelho. Em todo o tempo o evangelho, com extraordinário poder, opera na
vida, no caráter, na personalidade das pessoas eleitas. Do mesmo modo Deus não mudou o seu propósito em salvá-los. Através do conhecimento do evangelho os homens, segundo propósito de Deus para salvação, encontram
esse belo caminho de intensa paz. Segundo Russel Norman Champlim, em sua obra prima intitulada, O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, ao tecer seus edificantes comentários sobre a Epístola Aos
Romanos, relata a conversão de Agostinho de Ipona, popularmente conhecido por Santo Agostinho, com as seguintes palavras: Estamos sem dúvidas conscientes da história da vida de Agostinho. Ele lutava com denodo contra os
males morais, ainda inconverso, e, sentindo-se perturbado de mente e de
consciência, ouviu como que a voz de uma criança que lhe dizia, em latim, Tolle
lege, que significa: Toma, lê. Levantou-se e buscou imediatamente um
manuscrito da epístola aos Romanos. Abriu-a no que atualmente é o seu décimo
terceiro capítulo, onde lemos: Andemos dignamente, como em pleno dia, não
em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e
ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne,
no tocante às suas concupiscências. Rm 13: 13,14. Foi naquele exato momento
que o afoito Agostinho se converteu a Jesus Cristo. Ver, Confissões, Livro VI,
secção xii. 28,29. A epístola aos Romanos tem o poder de ser o Tolle, lege de
cada um de seus leitores.
Assim, Agostinho se converteu ao Senhor Jesus. A conversão é o caminho
que abre, ao pobre pecador, a porta para a salvação; é o portal que lhe introduz na longa, porém, feliz caminhada para a vida eterna. É por isso que pregamos o poder da cruz e da ressurreição de Jesus Cristo. Ele nos salvou
da maldição eterna, do inferno tão vil e atroz. Terceira,Terceira,Terceira,Terceira, A Condição EstabelecidaA Condição EstabelecidaA Condição EstabelecidaA Condição Estabelecida Pelo EvangelhoPelo EvangelhoPelo EvangelhoPelo Evangelho. . . . De todo aquele que crê. A palavra crer, aqui utilizada pelo apóstolo aos gentios, não significa, a princípio, o direcionamento das esperanças de uma pessoa colocadas em uma
filosofia de vida, em projetos cuidadosamente elaborados, ou, em objetos de idolatria. A Palavra, crer, originalmente, utilizada pelo virtuoso apóstolo vem da conjugação do verbo no grego coinê, pisteiõn, que tem nos evangelhos, Atos
dos Apóstolos e nas cartas paulinas o sentido de crer em, estar convicto de e dar crédito a. É usualmente, no Novo Testamento, recorrida para designar o ato de crer ou confiar, em um sentido especial em que o coração esperançoso
de uma proteção real recorra a Deus em Cristo como verdadeiro objeto de fé. Isto significa, acima de tudo, que é salvo pelo poder de Deus, expresso no evangelho, aquele que, completamente iluminado pelo Espírito Santo,
descobre que Jesus é o único caminho para a vida eterna.
Encontramos o exercício de todo poder mediante as condições para ele
estabelecidas e esses poderes só nos são úteis se nos submetermos às suas leis. A represa de uma usina hidrelétrica, por exemplo, é um grande poder energético em potencial. Contudo só envia energia elétrica aos grandes
centros consumidores se eles estiverem ligados aos mecanismos de geração de energia elétrica através dos cabos de alta tensão, ou alta freqüência elétrica. E mesmo assim, se tais mecanismos geradores estiverem
impulsionados por poderosas turbinas acionadas pelas águas liberadas através das comportas de controle da vazão. Quando o pecador ouve a pregação do evangelho, o seu coração se torna sensível para com a palavra
de Deus. Essa sensibilidade de coração, que é produto tipicamente do Espírito
Santo, é o meio pelo qual o pecador, completamente carente do poder de Deus para a salvação, se liga na fonte do poder que Deus é, através dos cabos sem interrupções da graça salvadora. Então ele se arrepende de seus
muitos pecados; os seus olhos se abrem para a contemplação da glória de Deus que refulge intensamente ao seu redor.
No Evangelho Segundo Lucas, capítulo oito, versos quarenta e três a quarenta e oito, o historiador registra o episódio que ilustra bem este fato. Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém
tinha podido curar [e que gastara com os médicos todos os seus haveres], veio
por traz dele e lhe tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia. O evangelista, Marcos, acrescenta o parecer daquela pobre mulher, detentora
de uma enfermidade crônica e que sofria terrivelmente. Registrou o desejo anterior dela em seu evangelho, capítulo cinco, verso vinte e oito: Porque dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada. Aquela esperançosa mulher
foi curada, porque tocou as vestes do mestre. Sentiu que dele havia saído poder. A sua hemorragia fora instantaneamente estancada!
O evangelho emana o seu poder pela ligação da fé, ou seja, o ato de crer. A fé é despertada pela propagação do evangelho. Na sua carta aos Romanos, ca- pítulo dez, versos dez e onze, o apóstolo Paulo assim nos esclarece: Visto que
com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a
salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será
confundido. Crer em Cristo, como salvador pessoal, é a condição estabelecida
para a salvação. Esta lei, que coloca em evidência o poder de Deus para a salvação, foi estabelecida pelo autor da nossa salvação, Jesus. Dele são as preciosas palavras para a vida eterna, que as encontramos no evangelho,
segundo o apóstolo do amor, João, em seu evangelho, capítulo três, verso dezesseis; Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.
No capítulo dezesseis do livro histórico neotestamental, Lucas registra a
história de conversões de pessoas que creram no evangelho que lhes fora pregado. O apóstolo Paulo e seu fiel companheiro missionário, Silas, estavam em Trôade, cidade portuária da Ásia Menor. Eram impedidos pelo espírito de
Jesus de continuarem a obra missionária, na região frígio-gálata. No verso nove, relata Lucas: E Paulo teve de noite uma visão, em que se apresentou um homem da Macedônia, e lhe rogou, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos.
Imediatamente, crendo ser a direção certa que Deus lhes estava dando, foram
para a Macedônia. Chegaram à cidade de Filipos, capital distrital da Macedônia e colônia de militares aposentados do Império Romano. Nas atividades evangelísticas iniciais de Paulo e Silas naquela cidade, às margens
um riacho, descreve Lucas, no verso quatorze: Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o
SENHOR lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia. Ela creu
que Jesus é o salvador e foi salva. Na mesma cidade, por causa da expulsão de um espírito adivinhador que subjugava uma jovem que dava grandes lucros aos homens que manipulavam as adivinhações dela, que viram as esperanças
de lucros desfeitas, criaram uma grande confusão e Paulo e Silas foram presos. À meia noite, oravam e cantavam louvores a Deus. O anjo da libertação visitou aos servos do altíssimo, que injustamente estavam presos
em segurança máxima. Ao deparar com o acontecimento sobrenatural do terremoto daquela noite e constatar que, depois de todo aquele tumulto, as correntes se romperam as grades das prisões se abriram, porém, todos os
presos estavam alí. O carcereiro questionou aos homens de Deus, tendo deles recebido a convincente resposta, conforme lemos no verso trinta e trinta e um: Senhores, que devo fazer para que seja salvo? A esta pergunta, que partiu de
um coração sedento, responderam-lhe Paulo e Silas: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.
Lamentavelmente, são muitas as pessoas que tentam se salvar através das “piedades” feitas que se traduzem na suposta bondade dos “misericordiosos”. São muitas as pessoas que tentam se salvar através dos “segredos”
articulados dos supostos “mistérios” dos mestres gnósticos. São muitas as pessoas que tentam se salvar através do “aperfeiçoamento” supostamente proporcionado pelas “reencarnações” sucessivas. São muitas as pessoas que
tentam se salvar através da suposta “retidão” farisaica e hipócrita dos que “justificam” a si próprios. São muitas as pessoas que tentam se salvar através dos “feitos realizados”, que se traduzem nas “boas obras” dos supostos
praticantes “do amor fraternal”. Nada disso conduz homem algum á salvação. Só os conduz à frustrações cada vez maiores, à perdição inevitável. Na sua carta aos Efésios, no capítulo dois, versos oito e nove, o apóstolo Paulo
respalda a questão da salvação, que é para todos aqueles que crêem, com as seguintes palavras de profunda inspiração: Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que
ninguém se glorie.
Diante da proposição aqui apresentada, ainda que a matéria em discussão não
fora explorada completamente, podemos chegar a uma conclusão plausível. Embora o mundo caminhe para o caos, os homens estejam completamente perdidos em meio à cegueira espiritual; embora muitos se estrepem nas
manifestações de poderes de forma egoísta, injusta e desordenada; embora muitos caiam no pânico, fiquem à espera de um poder estrondoso que mude, miraculosamente, o contexto de intrigas deste mundão tão vil; embora o
homem natural viva em completo estado de perdição, condenado à morte eterna, há uma solução eminente. O evangelho traz ao perdido pecador não um fio de esperança no meio à desilusão, mas a corda da salvação; não um
raio de luz em meio à escuridão, mas o farol resplandecente, o sol da justiça que ilumina o caminho que lhe conduz ao portal eterno.
Realmente o homem vive em completo e triste estado de perdição, mas a possibilidade de salvação é real. É o evangelho que lhe comunica os meios de graça para a salvação em Cristo Jesus. O evangelho foi concebido como o
poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, que entrega a sua vida aos cuidados de nosso meigo e eficaz salvador, Jesus. Portanto a mensagem do evangelho é a qualquer época, qualquer local, qualquer cultura uma
mensagem para a transformação de vidas, a sua proclamação uma tarefa impostergável.
Ouça a pregação do evangelho. Abra a porta do seu coração e receba a salvação em Jesus Cristo. Pregue o evangelho para que outras pessoas possam ser resgatadas do império das trevas e do pecado para o reino do filho
do amor de Deus. Faça do seu micro e do seu E-mail um canal de bênçãos e seja um internauta de Cristo, para que muitos eleitos, embora ainda encontrados no ambiente hostil do mundo de perdição, embora encharcados
no lamaçal do pecado sejam santificados pela palavra transformadora do evangelho que é o poder de Deus para a salvação de todos os que Crêem.
Amém!