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Page 1: Eu sei mas não devia

““EU SEI MAS EU SEI MAS

NÃO DEVIA"NÃO DEVIA"Clarice LispectorClarice Lispector

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Eu sei que a gente se Eu sei que a gente se acostuma. acostuma.

Mas não devia.Mas não devia.A gente se acostuma a A gente se acostuma a morar em apartamentos de morar em apartamentos de fundos e a não ter outra fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao vista que não as janelas ao redor. redor.

E porque não tem vista, E porque não tem vista, logo se acostuma a não logo se acostuma a não olhar para fora. olhar para fora.

E porque não olha para E porque não olha para fora, logo se acostuma a fora, logo se acostuma a não abrir de todo as não abrir de todo as cortinas.cortinas.

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E porque não abre as E porque não abre as cortinas logo se acostuma a cortinas logo se acostuma a acender cedo a luz.acender cedo a luz.E a medida que se E a medida que se acostuma, esquece o sol, acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a esquece o ar, esquece a amplidão.amplidão.

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A comer sanduiche A comer sanduiche porque não dá para porque não dá para

almoçar.almoçar. A sair do trabalho A sair do trabalho porque já é noite.porque já é noite.

A cochilar no A cochilar no ônibus porque está ônibus porque está

cansado.cansado. A deitar cedo e A deitar cedo e

dormir pesado sem dormir pesado sem ter vivido o dia.ter vivido o dia.

A tomar o café correndo A tomar o café correndo porque está atrasadoporque está atrasado..

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A gente se acostuma a A gente se acostuma a acordar de manhã acordar de manhã sobressaltado porque sobressaltado porque está na hora.está na hora.

A ler o jornal no ônibus A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o porque não pode perder o tempo da viagem.tempo da viagem.

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A gente se acostuma a pagar por A gente se acostuma a pagar por

tudo o que deseja e o de que tudo o que deseja e o de que

necessita.necessita.

E a lutar para ganhar o dinheiro E a lutar para ganhar o dinheiro

com que pagar.com que pagar.

E a pagar mais do que as coisas E a pagar mais do que as coisas

valem.valem.

E a saber que cada vez pagará E a saber que cada vez pagará

mais.mais.

E a procurar mais trabalho, para E a procurar mais trabalho, para

ganhar mais dinheiro, para ter ganhar mais dinheiro, para ter

com que pagar nas filas em que com que pagar nas filas em que

se cobra.se cobra.

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A gente se acostuma à poluição.A gente se acostuma à poluição.Às salas fechadas de ar Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.condicionado e cheiro de cigarro.À luz artificial de ligeiro tremor.À luz artificial de ligeiro tremor.Ao choque que os olhos levam na Ao choque que os olhos levam na luz natural.luz natural.Às bactérias de água potável.Às bactérias de água potável.A gente se acostuma a coisas A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.demais, para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.revolta acolá.

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Se a praia está contaminada, a Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no gente molha só os pés e sua no resto do corpo.resto do corpo.Se o cinema está cheio, a gente Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.pouco o pescoço.Se o trabalho está duro a gente Se o trabalho está duro a gente se consola pensando no fim de se consola pensando no fim de semana. semana.

E se no fim de semana não há E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre satisfeito porque tem sempre sono atrasado.sono atrasado.

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A gente se acostuma para não A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para se ralar na aspereza, para preservar a pele. preservar a pele.

Se acostuma para evitar feridas, Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o sangramentos, para poupar o peito.peito. A gente se acostuma para poupar a A gente se acostuma para poupar a

vida.vida. Que aos poucos se gasta, e que Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, e gasta de tanto se acostumar, e

se perde se perde

de si mesma.de si mesma.Clarice LispectorClarice Lispector

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Para Giroux, o professor pode ser um intelectual transformador,

comprometido com o ensino como prática emancipadora, com a criação

de escolas como esferas públicas democráticas (2000)

EDUCAÇÃO E PERSPECTIVAS

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Só existe o momento presente. O presente do presente, o presente

do passado e o presente do futuro

Sto. Agostinho

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O PRESENTE DO PASSADO

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• 87.5% de crianças nas escola: 12,5 fora da escola• 17% de analfabetos na população de 15 anos ou + • 25% das crianças do Nordeste fora da escola• 25% das crianças pobres fora da escola• 20% das crianças negras fora da escola• Analfabetismo juvenil (15 – 19 anos)

• Nordeste 16.3%

Há quase 10 anos a situação era a seguinte

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No passado a crise de qualidade era de exclusão

Pouco mais de 50% dos que iniciavam o ensino fundamental conseguiam concluirQuando conseguiam o tempo médio era de 12 anosPor isso não continuavam para o ensino médio, iam direto para o mercado de trabalho

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Escolaridade média da força de trabalho muito baixa – 5,3 anos

No ensino médio e superior: % de atendimento à população era a

metade da observada em países de desenvolvimento semelhante como

Argentina, Chile e México

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Começa na segunda metade do século passado

Se acelera nos últimos 10 anos

Uma revolução surda e contínua vem se processando

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A chegada dos excluídos no sistema educacional ou o

presente do presente

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A Educação Infantil na rede pública cresceu 29% em 3 anos

Em milhões de alunosFonte: MEC/INEP - 2001

4,55,1 5,3

5,9

1998 1999 2000 2001

Evolução das Matrículas

85 MIL ESCOLAS / 230 MIL PROFESSORES

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93

9799

75

94

83

94

87

93

97

1992 1999

1º quinto20% mais pobres

2º quinto3º quinto4º quinto 5º quinto20% mais ricos

Porcentagem

Concluiu-se a universalização do Ensino Fundamental

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Em milhões de alunosFonte: MEC/INEP - 2001

1998 1999 20012000

Privado

Público 5,7

1,2

6,5

1,2

7,0

1,2

7,3

1,16,97,7 8,2 8,4

E no Ensino Médio os pobres estão

chegando pela primeira vez 19.456 ESCOLAS / 430 MIL PROFESSORES

Evolução das Matrículas

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E continuarão a chegar

Projeção de Crescimento de Matrículas

no Ensino Médio

Em milhões de alunosFonte: MEC/INEP - 2001

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A crise de qualidade da inclusão: a chegada dos

excluídos deixou visível o despreparo da escola brasileira para lidar com a diversidade

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“…a massificação da educação trouxe para dentro do universo

escolar um conjunto diferente de alunos, sendo certo que a escola

atual – da maneira como está organizada e da maneira como

foram formados os professores –, só está preparada para lidar com alunos de formato padrão e perfil

ideal.

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A massificação ampliou o número de alunos e trouxe um

aluno de perfil diferente daquele com o qual escola esta

preparada para lidar. Isto acarretou uma desestabilização da ordem interna histórica. Está

criado o campo do conflito!

Alvaro Chrispino

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O presente do futuro…

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O mundo daqui há 20 anos…

70% das carreiras que serão importantes ainda não existem…Mais da metade dos que estiverem no final de suas vidas produtivas terão passado por pelo menos duas carreiras antes disso

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O conhecimento registrado no mundo estará dobrando a

cada 73 dias (hoje isso acontece a cada 05 anos)

O pensamento sistêmico, consagrado pela ecologia,

será tão ou mais importante que o pensamento analítico, consagrado pelo paradigma

científico tradicional

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O binômio nacional-internacional já terá sido substituído pelo pelo binômio local-global

70% do conteúdo da internet será em chinês

A maior parte da mão de obra terá migrado das grandes corporações para as pequenas e destas para a empresa-pessoa

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A triste divisão entre as nações ricas e pobres

poderá ser substituída pela trágica divisão entre as que sabem e as que não

sabem

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Os recursos do presente para construir o futuro…

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Dependem de como vamos responder algumas perguntas

SE TODOS ESTIVEREM NA ESCOLA:

o que é educar todos para a vida quando todos estão na escola?

de que se constitui a vida de todos?

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como são as linguagens que educam para a vida?

como são as ciências que preparam para a vida?

como são as artes que educam para a vida?

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A velha e a nova cultura Excelência, exclusiva para a elite

Igualdade de oportunidade, diversidade de tratamento

Currículo enciclopédico, disciplinarizado, por conteúdos

Currículo enxuto, contextualizado, por competências

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Ensinar para a hierarquia escolar

Ensinar para a vida

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A velha e a nova cultura

Aprendizagem e direito de aprender

Avaliação do aprendido

Avaliação para aprender

Seleção de poucos

Inclusão de todos

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A velha e a nova cultura

Burocrática – cumprimento formal de obrigações

Flexível – comprometida com o resultado

Não presta contas

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Homogeneizadora

Acolhedora e utilizadora da diversidade

Excludente

Aproveita a diversidade para incluir todos

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A LDB: REFORMA PEDAGÓGICA E AVALIAÇÃO

Da liberdade de ensino ao direito de aprender

Da obrigatoriedade ao direito de cidadania

Educação Básica: trabalho e cidadania Autonomia da Escola e Projeto Pedagógico

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REFORMA PEDAGÓGICA, CURRÍCULO E PACTO

FEDERATIVO Currículo nacional em países

federativos: campo de tensão permanente

Núcleo comum e parte diversificada : a solução brasileira ou a teoria do bolo

A LDB: com um pé no passado e outro no futuro

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Diretrizes Curriculares e o currículo por competências: o CNE

e o MEC apostam no futuro

As competências e o currículo nacional: solução para a tensão

federativa?

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O ENEM COMO INDUTOR DA NOVA CULTURA

Dominar as linguagens para construir, entender e expressar sentidos

Construir e utilizar conhecimentos para compreender fenômenos

Recorrer aos conhecimentos para elaborar propostas de intervenção solidária na realidade

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Utilizar conhecimento e informação para tomar decisões

Relacionar informações e conhecimentos para construir

argumentação consistente

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ENEM: o uso formativo da avaliação somativa

Quando a avaliação somativa pode ser usada com fins somativos

Currículo e Avaliação Somativa com matriz pedagógica comum.

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Sinergia entre matriz de competências para avaliação

e matriz de competências para currículo

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A organização curricular como diretriz da nova cultura

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias

Ciências Humanas e Sociais e suas Tecnologias

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Transposição didática: do objeto de conhecimento ao objeto de ensino

Seleção/recorte do conteúdo

Classificação, divisão, do conteúdo

Ordenamento no tempo

Organização, forma de apresentação

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O fenômeno da transposição didática põe em evidência o fato de que a

disciplina

escolar não é o conhecimento cientifico mas uma parte dele e, além

disso, modificada.

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Por outro lado, é mais do que ele, porque abarca também os

procedimentos para o seu ensino. A física escolar, por exemplo, não se confunde com a física ciência mas é

uma parte dela, acrescida daquilo que a física ciência não tem: um pressuposto

sobre como se ensina e se aprende física.

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Interdisciplinaridade

Descrever, explicar, conhecer um fenomeno estudando-o e analisando-o do ponto de vista de diferentes disciplinas

Reconstruir um fenômeno a partir do conhecimento que dele se tem em cada disciplina

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Contextualização

Etimologicamente, enraizar uma referência em um texto, de onde fora extraída, e longe do qual perde parte substancial de seu significado... portanto, é uma estratégia fundamental para a construção de significações.

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Se pensarmos a informação ou o conhecimento como uma referência ou

parte de um texto maior, podemos entender o sentido da

contextualização: (re)enraizar o conhecimento ao "texto" original do qual foi extraído ou a qualquer outro

contexto que lhe empreste significado

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Contextualização

Não há nada no mundo físico, social ou psíquico que, em princípio, não possa ser relacionado aos conteúdos curriculares da educação básica, porque o próprio currículo é um recorte representativo da herança

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cultural, científica e espiritual de uma nação, um grupo, uma comunidade.

É portanto quase inesgotável a quantidade de contextos

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Vida e contexto

Pessoa SaúdeTrabalhoConvivência

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Mundo e SociedadeMeio ambienteEconomiaPolítica

Descoberta e construção do

conhecimento

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Uma palavra final de educador

A única finalidade da vida é mais vida

Se me perguntarem o que é essa vida, eu lhes direi que é mais liberdade e mais felicidade.

São vagos os termos.

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Mas nem por issoeles deixam de ter sentido para

cada um de nós.

À medida que formos mais livres, que abrangermos

em nossos corações e nossa inteligência

mais coisas,

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que ganharmos critérios mais finos de compreensão,

nessa medida nos sentiremos mais felizes.

A finalidade da educaçãose confunde com a finalidade da

vida

Anísio Teixeira, 1934

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O QUE É GESTÃO ESCOLAR?

É UMA DIMENSÃO, UM ENFOQUE DE ATUAÇÃO, UM MEIO E NÃO

UM FIM EM SI MESMO, UMA VEZ QUE O

OBJETIVO FINAL DA GESTÃO É A APRENDIZAGEM EFETIVA E

SIGNIFICATIVA

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Gestão pedagógica: é a mais significativa da gestão. Cuidar de

gerir a área educativa, propriamente dita, da escola e da educação

escolar. Estabelece objetivos para o ensino. Define as linhas de atuação, em função dos objetivos e do perfil

da comunidade e dos alunos.

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 GESTÃO ADMINISTRATIVA:

        Responsabiliza-se pela parte física e institucional. Suas especificidades

estão enunciadas no plano escolar e no regimento escolar

 

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A FILOSOFIA DE GESTÃO ESCOLAR FUNDAMENTA-SE NUM CONJUNTO DE

PRESSUPOSTOS SOCIOEDUCATIVOS E DE PRINCÍPIOS ORIENTADORES QUE, EM

SÍNTESE, SE PODERIAM TRADUZIR DO SEGUINTE MODO:

-         LIBERDADE DE APRENDER E DE ENSINAR, RESPEITANDO A PLURALIDADE

DE MODELOS E DE MÉTODOS

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DEMOCRATICIDADE NA PARTICIPAÇÃO DE TODOS OS INTERESSADOS NO PROCESSO

EDUCATIVO E NA VIDA ESCOLAR 

-         RESPONSABILIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS INDIVIDUAUS OU COLETIVOS PELOS SEUS

ATOS E DECISÕES 

-         INSERÇÃO DA COMUNIDADE NO DESENVOLVIMENTO CONJUNTO DE PROJETOS

EDUCATIVOS E CULTURAIS

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GESTÃO ESCOLAR: CONCEITOS E IMPLICAÇÕES

 Compreendida como ação, sobretudo liderada pelo diretor da escola. A gestão é a tarefa da

qual resulta a unidade de ação do estabelecimento de ensino, voltada para a

construção da excelência, em torno dos seus objetivos. Nesse sentido ela pode revestir-se

de características como:

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PARTICIPATIVA: A gestão participativa traz consigo novas tendências em

relação a administração escolar em busca de uma escola eficaz: a mudança

do papel do diretor e a busca pela autonomia escolar.

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GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO: Reivindicada pelos movimentos sociais durante o período da ditadura militar,

tornando-se um dos princípios da educação na constituição brasileira de 1988.

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A GESTÃO DEMOCRÁTICA: 

Restabelece o controle da sociedade civil sobre a educação e a escola pública,

introduzindo a eleição de dirigentes escolares e os conselhos escolares, garante a liberdade de expressão, de pensamento, de criação e de organização coletiv na escola, e facilita a luta por condições materiais para aquisição e

manutenção dos equipamentos escolares, bem como por salários dignos a todos os

profissionais da educação.

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GESTÃO DEMOCRÁTICA E QUALIDADE DE ENSINO: PODERÁ

CONSTITUIR UM CAMINHO REAL DE MELHORIA DA QUALIDADE DE

ENSINO SE ELA FOR CONCEBIDA, EM PROFUNDIDADE, COMO

MECANISMO CAPAZ DE ALTERAR

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS.

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A GESTÃO DEMOCRÁTICA DEVE SER UM INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO

DAS PRÁTICAS ESCOLARES, NÃO A SUA REITERAÇÃO. ESTE É O SEU MAIOR

DESAFIO, POIS ENVOLVERÁ, NECESSARIAMENTE, A FORMULAÇÃO DE

UM NOVO PROJETO PEDAGÓGICO.

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Quando a escola assume a responsabilidade de atuar na transformação e na busca do

desenvolvimento social, seus agentes devem empenhar-se na elaboração de uma proposta para a realização desse objetivo. Essa proposta ganha força

através da construção democrática de um Projeto Político-Pedagógico.

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NO ENTANTO, PARA QUE SE CONSTRUA UM PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO EFICAZ E EFICIENTE, É NECESSÁRIO

REFLETIRMOS SOBRE OS SEGUINTES ASPECTOS: PARA QUE SERVE E A QUEM

SERVE? DIANTE DISTO ESTE DOCUMENTO PEDAGÓGICO

ULTRAPASSA A MERA ELABORAÇÃO DE PLANOS.

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CONTRIBUINDO COM ESTA ANÁLISE VEIGA (1995, PG. 34) AFIRMA QUE: O PROJETO

POLÍTICO-PEDAGÓGICO BUSCA UM RUMO, UMA DIREÇÃO. É UMA AÇÃO INTENCIONAL, COM UM SENTIDO EXPLÍCITO, COM UM COMPROMISSO DEFINIDO COLETIVAMENTE. POR ISSO, TODO

PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA É, TAMBÉM, UM PROJETO POLÍTICO POR ESTAR

INTIMAMENTE ARTICULADO AO COMPROMISSO SÓCIO - POLÍTICO E COM OS INTERESSES

REAIS E COLETIVOS DA POPULAÇÃO

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O QUE É PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO?

Onde está situado o PPP?

SISTEMA EDUCACIONAL

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO (ESCOLA)

PRÁTICA DE SALA DE AULA

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Como superar o divórcio entre o

DESEJO (Projeto) X PRÁTICA (cotidiano)?

Consciência da necessidade e planejamento participativo

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O QUE É O PPP?"O projeto político-pedagógico é

o plano global da instituição. Pode ser entendido como a

sistematização, nunca definitiva, de um processo de

planejamento participativo, que se aperfeiçoa e se objetiva na

caminhada, que define claramente o tipo de ação

educativa que se quer realizar.

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Tem que partir de um posicionamento quanto à sua

intencionalidade e de uma leitura da realidade.

Trata-se de um importante caminho para a construção da

identidade da instituição.

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É um instrumento teórico-metodológico para a

transformação da realidade.

Enquanto processo, implica a expressão das opções da

instituição, do conhecimento e julgamento da realidade, bem

como

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das propostas de ação para concretizar o que se propõe a

partir do quem vem sendo; e vai além: supõe a colocação em

prática daquilo que foi projetado, acompanhado da análise dos

resultados."

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Suas notas características:

a) Abrangência: amplo, integral, global (guarda-chuva, constituição da escola)

b) Duração: longa

c) Participação: coletiva, democrática

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d) Concretização: processual - "A boniteza não tem de estar tanto no produto,

mas sobretudo no processo" Paulo Freire.

e) "Político": para que não seja apenas técnico

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Finalidades do PPP:a) resgatar a intencionalidade da ação

b) ser instrumento de transformação da realidade; resgatar a potência da coletividade; gerar esperança

c) dar referencial de conjunto para a caminhada, aglutinar, gerar solidariedade, parceria

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d) ajudar a construir a unidade (que supera a uniformidade); superar a

fragmentação, gerar organicidade nas ações e

projetos

e) propiciar racionalização dos esforços e conteúdos

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f) ser canal de participação efetiva

g) diminuir o sofrimento por causa das pequenas

frustrações

h) fortalecer o grupo para o enfrentamento dos conflitos e

contradições

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A DINÂMICA DA CONSTRUÇÃO DO PPP

Ponto de partida: desejo de MUDANÇA (x inércia do Piloto Automático)

Proposta de ação

Ação Transfor-madoraReferencial Diagnóstico

Necessidades

Possibilidades

“O decisivo a ser apreendido é que o plano de ação é filho da tensão dialética entre a

realidade e a finalidade”

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COMPETÊNCIAS EXIGIDAS PARA A CONSTRUÇÃO DO

PPPConceitual – saber exatamente o que é o PPP

Atitudinal - o desejo e a decisão de fazer o PPP (sensibilização, sem queimar etapas)

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ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-

PEDAGÓGICO

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1. APRESENTAÇÃO

1.1. Identificação: Nome da Instituição, endereço,

contatos, fundação, mantenedora etc.

1.2. Breve histórico: para que o professor, aluno ou cooperado que estão ingressando conheçam o contexto do nascimento e desenvol-vimento de sua cooperativa educacional.

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1.3. Projeto Político-Pedagógico:

1.3.1. O que é? Sua necessidade: exigência da LDB ...

1.3.2. Justificativa e Objetivo

1.3.3. Como foi construído - Processo

1.3.4. Como está constituído - suas partes e a integração

entre elas

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2. MARCO REFERENCIAL

- o desejo, o sonho, a intencionalidade

2.1. MARCO REFERENCIAL GERAL

2.1.1. Visão de Homem, de Sociedade e de Mundo (enquanto ideais a serem buscados)

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2.1.2. Grandes princípios e valores humanos

2.1.3. Princípios do cooperativismo

2.1.4. Lembrar-se dos autores mais raros ao cooperativismo

educacional: Freinet e Paulo Freire

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2.2. MARCO REFERENCIAL ESPECÍFICO DA EDUCAÇÃO

2.2.1. O que se entende por Educação (subsídios na LDB, PCNs...)

2.2.2. Como se define a Escola no processo Educacional? Para que a Escola forma?

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2.2.3. Qual o papel dos pais e da sociedade na

educação?

2.2.4. Qual a Teoria da Aprendizagem

adotada pela Escola?

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3. DIAGNÓSTICO

- a realidade

3.1.Breve quadro do mundo, do Brasil e da Educação na atualidade.

3.2.Um quadro da realidade mais próxima da escola: o município e o bairro.

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3.3.Os personagens da escola: alunos, professores, equipe pedagógica, funcionários, cooperados, organograma, conselhos, tradições etc.

3.4.Dados sobre a infraestrutura da escola (o que aponta para possibilidades e limites na fase

de programação)

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4. PROGRAMAÇÃO

- as possibilidades

4.1.Calendário (se o PPP for revisto todo ano) - destaque para os eventos

4.2.Organização curricular e ementas das disciplinas, com bibliografia básica e complementar (livro texto, se for o caso) -

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com destaque para a integração e organicidade na perspectiva da interdisciplinaridade.

4.3.Divisão dos núcleos dentro da escola (por ex: Educação Infantil, 1a a 4a, 5a a 8a,Ensino Médio) - características e identidade de cada núcleo.

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4.4.Projetos Pedagógicos (atividades extra- curriculares e de integração

interdisciplinar)

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4.5.Tratamento a ser dado aos temas transversais.

4.6.Disciplina (regras de convivência) - geralmente estão em regimento ou regulamento anexo, mas que deve ser coerente com o PPP, pois este é a Constituição da Escola.

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4.7.Sistema de Avaliação do Rendimento dos alunos e

controle de freqüência (não é demais lembrar que deve haver coerência entre este sistema e a

Teoria de Aprendizagem adotada)

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5. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

5.1. Como será feito o acompanhamento da execução do PPP?

5.2. Como será a Avaliação da execução do PPP, nas suas etapas e no

final do período letivo?

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CONSIDERAÇÕES...

O CONCEITO DE PARTICIPAÇÃO, AUTONOMIA, DEMOCRACIA, LIBERDADE E SUAS FORMAS DE

OPERACIONALIZAÇÃO PRECISAM SER REDISCUTIDAS NO ÂMBITO DAS POLÍTICAS

PÚBLICAS COMO TAMBÉM NO ESPAÇO ESCOLAR, PARA QUE SE CUMPRA

EFETIVAMENTE SEU PAPEL DE EIXO NORTEADOR NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA

ESCOLA

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