Download - Estudo de viabilidade econômico financeira
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Estudo de Viabilidade Econômico
Financeira
Elaborado por:
São Paulo, Dezembro de 2011
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Í N D I C E
1. Introdução.....................................................................................................................................2
2. Apresentação da Companhia.......................................................................................................6
3. Análise do mercado de turismo no Brasil...................................................................................12
A. Introdução..............................................................................................................................12
B. Contexto social e macroeconômico........................................................................................13
C. Megaeventos – Copa 2014 e Olimpíadas 2016.....................................................................22
D. Oferta e demanda do setor de turismo...................................................................................26
E. Serviços financeiros no turismo..............................................................................................51
4. Viabilidade Econômica da Brasil Travel.....................................................................................62
A. Metodologia de avaliação.......................................................................................................62
B. Descrição e análise da amostra.............................................................................................70
C. Composição dos Resultados..................................................................................................81
D. Taxa Interna de Retorno (TIR) e Análises de Sensibilidade..................................................85
E. Premissas utilizadas e Fatores Limitantes.............................................................................87
F. Conclusões.............................................................................................................................88
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1 . I N T R O D U Ç Ã O
O presente estudo de viabilidade econômico-financeira (“Estudo de Viabilidade”) da Brasil Travel
Participações e Administração S.A. (“Brasil Travel” ou “Companhia”), empresa localizada na Rua
Fidêncio Ramos, nº 195, conjunto 15, 1º andar, Vila Olímpia, CEP 04551-010 e inscrita no CNPJ sob
o nº 13.503.515/0001-56, é apresentado nos termos da Instrução nº. 400, de 29 de dezembro de
2003, conforme alterada, da Comissão de Valores Mobiliários (“Instrução CVM 400” e “CVM”,
respectivamente), no âmbito do pedido de registro de uma oferta pública primária e secundária de
ações ordinárias da Companhia (as “Ações”), a ser conduzida pela Companhia e pelos Acionistas
Vendedores (“Oferta”).
As informações aqui incluídas não dispensam a leitura do Formulário de Referência da Companhia
(“Formulário de Referência”) e dos Prospectos Preliminar e Definitivo relacionados à Oferta
(“Prospectos”), incluindo aquelas constantes das Seções 4.1 “Descrição dos Fatores de Risco” e 5.1
“Descrição dos Principais Fatores de Risco de Mercado” do Formulário de Referência (“Formulário
de Referência”) e da Seção “Fatores de Risco” dos Prospectos.
Este Estudo de Viabilidade foi preparado pela A.T. Kearney Consultoria de Gestão Empresarial Ltda
(“A.T. Kearney”) em conjunto com a Companhia com base em informações públicas, informações
financeiras auditadas e outras informações fornecidas pela Brasil Travel e pelas empresas de
turismo (“Empresas de Turismo” ou “Empresas”) que irão compor o portfólio da Companhia, visando
passar um maior entendimento sobre o modelo de negócios da Companhia e fornecer subsídios que
atestem sua viabilidade econômico-financeira.
As premissas, estimativas e expectativas futuras aqui contidas têm por embasamento, em grande
parte, as expectativas atuais e tendências que afetam ou podem potencialmente vir a afetar os
negócios operacionais da Companhia. Embora acreditemos que estas estimativas e declarações
futuras encontram-se baseadas em premissas razoáveis, estas estimativas e declarações estão
sujeitas a diversos riscos, incertezas e suposições e são feitas com base nas informações de que
atualmente dispomos. Tais estimativas e expectativas podem ser influenciadas por diversos fatores,
incluindo, exemplificativamente:
Intervenções governamentais, resultando em alteração na economia, tributos, tarifas ou
ambiente regulatório no Brasil;
Alterações nas condições gerais da economia, incluindo, exemplificativamente, inflação,
taxas de juros, câmbio, nível de emprego, crescimento populacional e confiança do
consumidor;
Alterações significativas nas condições da indústria de turismo, tais como aumento da
penetração do setor, demanda por produtos ligados a turismo, capacidade da oferta em
atender a demanda, cumprimento dos investimentos anunciados para infraestrutura;
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Capacidade de implementação da estratégia operacional e de aquisições da Companhia,
bem como capacidade de integração das Empresas de Turismo adquiridas e que a
Companhia pretende adquirir;
Outros fatores de risco apresentados na seção “Fatores de Risco” do Prospecto da oferta.
Os efetivos resultados da Companhia podem ser adversamente impactados e conseqüentemente
comprovarem-se substancialmente diferentes das expectativas descritas neste Estudo de
Viabilidade, sendo que estas estimativas não consistem a garantia de desempenho futuro da
Companhia. Por conta dessas incertezas, o investidor não deve se basear exclusivamente neste
documento para tomar uma decisão de investimento.
Alguns dos indicadores e dados referentes à indústria de turismo apresentados neste Estudo de
Viabilidade foram obtidos perante as seguintes entidades: Ministério do Turismo – Mtur, Ministério
do Trabalho e Emprego – MTE, Fundação Getúlio Vargas – FGV, Banco Central do Brasil (“Banco
Central” ou “BACEN”), Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN, Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Ministério dos Esportes, Euromonitor, Jones Lang
Lasalle hotéis, Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, Infraero e Organização
Mundial do Turismo – OMT e Superintendência de Seguros Privados - SUSEP. As informações
contidas neste Estudo de Viabilidade em relação ao Brasil e à economia brasileira são baseadas em
dados publicados pelo Banco Central, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, Fundo Monetário Internacional – FMI e pelos órgãos
públicos e por outras fontes. Alguns indicadores da indústria de turismo, câmbio e seguros e dados
demográficos utilizados neste Estudo de Viabilidade foram extraídos de fontes consideradas
confiáveis. Apesar de acreditarmos que essas informações provêm de fontes confiáveis, estes
dados macroeconômicos, comerciais e estatísticos não foram objeto de verificação de forma
independente.
As Empresas de Turismo que irão compor o portfólio da Companhia atuam em diversas áreas do
setor de turismo, englobando consolidadores de passagens aéreas, corretora de câmbio, corretora
de seguros, operadoras de turismo, agências corporativas (dedicadas a empresas públicas e
privadas) e um portal de venda de passagens pela internet, sendo que sua receita advém
principalmente de comissões recebidas pela intermediação de produtos de turismo, como
passagens aéreas e diárias de hospedagem. As Empresas de Turismo (excluindo-se as operadoras)
detêm relacionamento direto com seus clientes, intermediando a venda de produtos e serviços. Tal
atividade tem como característica predominante a baixa necessidade de investimento, seja em ativo
fixo, pessoal ou capital de giro, muitas vezes tornando métricas de retorno sobre o capital investido
pouco significativas para atestar sua viabilidade econômico-financeira.
O presente Estudo de Viabilidade concentra sua análise e conclui pela viabilidade econômico-
financeira da estratégia de negócios proposta pela Brasil Travel para atuar na atividade de
intermediação de produtos e serviços de turismo por meio da análise de sua lucratividade,
mensurada pela margem de lucro líquido em percentual da receita líquida, apresentando cenários
diferentes e análises de sensibilidade, bem como pela análise de mercado de seus principais
segmentos de atuação. Adicionalmente, visto que a Companhia pretende desenvolver seus
negócios por meio do crescimento orgânico de suas atuais subsidiárias assim como pela aquisição
de outras Empresas, optou-se por apresentar o cálculo da Taxa Interna de Retorno (“TIR”) esperada
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na aquisição destas novas Empresas, atividade que será parte relevante da estratégia da
Companhia e na qual a Companhia pretende aplicar a maior parte dos recursos primários que
pretende captar na Oferta. Tal estimativa levou em consideração o preço de aquisição de Empresas
por um múltiplo de lucro, tendo em contrapartida os lucros estimados ao longo de 8 anos e uma
eventual venda da empresa adquirida ao final do período projetivo. A Companhia acredita que o
múltiplo de lucro é o indicador adequado, pois foi o principal indicador utilizado nas negociações da
Companhia para a aquisição das Empresas de Turismo além de ser amplamente utilizado em
avaliações econômico-financeiras no setor de turismo, de varejo e outras indústrias com baixa
necessidade de capital. Optamos por calcular a TIR apenas para novas aquisições uma vez que o
crescimento orgânico de Empresas não envolve investimentos significativos em ativos fixos ou
capital de giro tornando o calculo da TIR pouco relevante e até mesmo indutor de desinformação se
considerado no contexto de crescimento orgânico das Empresas.
Ao final deste relatório são apresentadas estimativas, elaboradas pela Companhia em conjunto com
a A.T. Kearney, que visam demonstrar os potenciais impactos financeiros para a Companhia em
decorrência da transferência, para a Companhia, das participações dos sócios fundadores (“Sócios
Fundadores” ou “Fundadores”) das respectivas Empresas de Turismo. O investidor deve estar ciente
que tais informações referem-se a eventos futuros e incluem estimativas, julgamentos e declarações
acerca do futuro, sujeitas a riscos e incertezas relevantes e, por esse motivo, o investidor não deve
tomar qualquer decisão de investimento com base em tais informações. As premissas e estimativas
aqui previstas não são fatos e o investidor não deve confiar em tais premissas ou estimativas como
sendo necessariamente indicativas de futuros resultados ou condição financeira da Companhia. O
investidor deve estar ciente de que as premissas e estimativas previstas neste Estudo de Viabilidade
podem não ser corretas, tendo em vista que dependem de diversos fatores. Todas as informações
financeiras históricas da Companhia foram auditadas pelo auditor independente contratado, porém
nem os auditores e nem qualquer outro auditor independente compilou, revisou ou conduziu
qualquer procedimento relacionado a qualquer informação prospectiva financeira. Dessa forma, as
tabelas e cálculos elaboradas neste Estudo não são, e não devem ser, consideradas demonstrações
contábeis da Companhia ou das Empresas. Os potenciais impactos financeiros consistem
exclusivamente naqueles que a Companhia tem conhecimento na data deste Estudo de Viabilidade.
Os potenciais impactos financeiros consistem exclusivamente naqueles que a Companhia tem
conhecimento na data deste Estudo de Viabilidade.
O presente Estudo de Viabilidade se baseia em informações públicas, no entendimento e
conhecimento do setor, por parte da A.T. Kearney Consultoria de Gestão Empresarial Ltda. A
empresa A.T. Kearney Consultoria de Gestão Empresarial Ltda, especializada em consultoria de
gestão, está localizada na Rua Joaquim Floriano, nº 72, conjunto 201, Itaim Bibi, São Paulo, SP,
CEP 04.534-000 e inscrita sob o CNPJ de no 73.142.705/0001 – 17. Fundada em 1926 em Chicago,
Estados Unidos, e desde 1993 no Brasil, a empresa desenvolve projetos de análise de mercado,
estratégias, operações e implementação de suas recomendações, oferecendo a seus clientes um
amplo leque de serviços de consultoria de alto valor agregado. As principais indústrias nas quais a
A.T. Kearney atua no Brasil são: Agronegócio, Automotiva, Bens de consumo e varejo, Indústrias de
processo e mineração, Instituições financeiras, Manufatura intensiva, Química e farmacêutica,
Saúde, Telecomunicações e mídia, Transportes e Infraestrutura.
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Apresentamos a seguir o currículo das pessoas físicas e jurídicas que foram envolvidas na
elaboração e/ou revisão do presente Estudo de Viabilidade:
Silvana Machado (A.T. Kearney): A Sra. Machado é engenheira de produção, formada em 1992
pela Universidade de São Paulo, e cursou MBA na Universidade de Chicago, concluindo o curso em
1997.
A Sra. Machado tem 13 anos de experiência em consultoria de gestão, onde desenvolveu diversos
projetos de análise de mercado e planejamento estratégico. Também atuou por 5 anos como
executiva em bancos de varejo, nas áreas de planejamento estratégico e gestão de clientes. Hoje, é
Sócia-Diretora da A.T.Kearney para a América do Sul
Ilnort Rueda Saldivar(A.T. Kearney): O Sr. Rueda é engenheiro mecânico, formado em 1996 pela
Universidade Técnica de Darmstadt, na Alemanha, e cursou mestrado em gestão na Universidade
de St. Gallen, em 1998, na Suíça. Iniciou sua carreira no banco UBS, indo sem seguida para a A.T.
Kearney, passando pelos escritórios de Zurique e São Paulo, onde atualmente ocupa o cargo de
Diretor. Tem mais de dez anos de experiência em consultoria, tendo realizado diversos estudos de
viabilidade de negócios e projetos de análise de mercados.
Paulo Castello Branco (CEO da Brasil Travel) – Formado em Administração de Empresas pela
UFRJ em 1979, concluiu cursos de extensão de (i) Marketing Aeroportuário, Administração dos
Aeroportos de Paris, França, em 1981, (ii) Mercado de Capitais, na Fundação Getúlio Vargas, São
Paulo em 1982, (iii) Marketing Aeroportuário, na ICAO, Boston, EUA em 1983 e (iv) Planejamento
Aeroportuário, na Fundação Getúlio Vargas, São Paulo em 1986, bem como MBA em (i) Logística,
na Universidade do Reno Nevada, EUA em 2002 e (ii) Estratégia e Marketing na Fundação Getúlio
Vargas, São Paulo em 2009. O Sr. Paulo é nosso Diretor Presidente desde novembro de 2011.
Anteriormente trabalhou como Vice Presidente Comercial e Alianças da Transportes Aéreos Marília
(TAM), tendo sob sua ingerência, entre outras, a Diretoria de Vendas, Diretoria de Alianças e de
Relações Internacionais, de 2004 a 2011 e, em 2005 foi Membro do Conselho Consultivo do
Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias – SNEA. De 2001 a 2003 atuou como Vice-Presidente
de Planejamento e Logística da VARIG, coordenando a malha aérea doméstica e internacional, bem
como a área de Relações Governamentais. De 1991 a 1992, atuou como Vice-Presidente da
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ECT e em 1991 atuou como Diretor de Administração e
Finanças da Casa da Moeda do Brasil. De 1981 a 1989 atuou como Chefe do Departamento
Comercial da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – Infraero.
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2 . A P R E S E N T A Ç Ã O D A C O M P A N H I A
A Brasil Travel foi fundada em Maio de 2011 após a percepção dos seus fundadores que havia
possibilidade de implementar uma estratégia de negócios no setor de turismo que em suas visões
poderia transformar o setor. A referida estratégia prevê atuar na consolidação do setor de turismo
no Brasil. Os sócios da Companhia identificaram que o setor de turismo no Brasil é composto por
mais de 12 mil Empresas de Turismo, dado que é ratificado conforme detalhamento apresentado a
seguir neste Estudo de Viabilidade. A tese de investimentos é que apesar de muitas das empresas
dedicadas às atividades de turismo conseguirem atuar de forma lucrativa, as mesmas são
individualmente pouco representativas da magnitude econômica do setor, que tem por característica
um alto grau de fragmentação. O plano de negócios da Companhia prevê a consolidação deste
setor por meio de crescimento orgânico e, principalmente, através de aquisições de empresas
operacionais, lucrativas e, em muitos casos, líderes regionais. A idéia de uma Companhia com
escala nacional e representativa no contexto setorial pode trazer grandes benefícios aos acionistas
em termos operacionais, principalmente no que tange a sinergias de custo e vendas. Além disto o
Brasil apresenta alto crescimento esperado para o setor nos próximos anos dado os mega eventos
como Copa do Mundo e Olimpíadas. O governo brasileiro e o setor privado já estão realizando
significativo investimento em infraestrutura em aeroportos, transportes urbanos e estádios, entre
outros, para abrigar com eficiência os mega eventos e todos os demais que são atraídos por estes.
Este Estudo de Viabilidade não tem como objetivo analisar e validar a tese de investimento da
Companhia, mas sim analisar a viabilidade econômica da estratégia formulada por seus acionistas.
Para iniciar a implementação da sua estratégia, a Companhia iniciou uma profunda análise do setor
de turismo no Brasil e identificou mais de 200 Empresas de Turismo, com atuação em múltiplos
segmentos da indústria, momento a partir do qual iniciou a primeira fase de consolidação do setor.
Deste universo foram selecionadas 35 Empresas, com as quais a Companhia formalizou contratos
de compra e venda que são vinculados à execução correta da segunda fase da estratégia, que é a
abertura de capital da empresa.
Neste contexto, a Companhia acredita que será a maior e mais diversificada rede própria de varejo
de turismo brasileiro, com presença em 21 dos 26 Estados do Brasil mais o Distrito Federal. A
Companhia pretende atuar em todos os segmentos relacionados ao turismo, com um grupo
composto por Empresas e com presença no Brasil e nos Estados Unidos (“Grupo Econômico”) e
com uma estrutura de venda que conta com 316 lojas, das quais 267 são lojas próprias e as demais
franquias. É importante destacar que fazem parte do Grupo Econômico uma corretora de câmbio e
uma corretora de seguros, especializada no segmento de seguro de viagens, que prestarão serviços
em caráter de exclusividade para nossas Empresas e clientes.
Para efeitos deste Estudo de Viabilidade, serão considerados ainda os valores da Empresa Pegasus
(Empresa com sede nos Estados Unidos e que passará a integrar o Grupo Econômico) e a
operação da Empresa GapNet será dividida entre as unidades de turismo (Gapnet) e sistemas de
informação (ArgoIT), que a Companhia acredita representar melhor a sua forma de operação. Nesta
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conjuntura, as Empresas da Brasil Travel somaram mais de R$ 87 milhões em lucro líquido no ano
de 2010.
A Brasil Travel acredita estar posicionada para ser a maior Companhia de turismo nacional após a
Oferta e pretende aplicar a estratégia de crescimento para se posicionar como a maior companhia
do setor na America Latina e disputar posições de liderança a níveis globais. Em 2010 seria a 23ª
empresa do setor de turismo no mundo por vendas segundo dados da Euromonitor.
Mapa nacional com posicionamento da Brasil Travel
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No ano de 2010 e até 30 de setembro de 2011, as Empresas que integrarão o grupo após a Oferta
obtiveram em conjunto um volume de vendas de R$4,39 bilhões e R$3,68 bilhões e as Empresas
emitiram 3,84 milhões e 2,66 milhões de passagens aéreas, respectivamente. No ano de 2010, as
empresas que integrarão o grupo após a Oferta apresentaram receita bruta de R$378,4 milhões e
lucro líquido de R$ 87,04 milhões; enquanto que a margem do EBITDA e a margem do lucro líquido
obtidas no mesmo período foi de 37,4% e 24,7%, respectivamente.
As empresas adquiridas pela Companhia atuam de forma integrada no setor de turismo, prestando
um acervo completo de produtos e serviços, conforme tabela abaixo:
Corporativo Venda de pacotes para empresas abrangendo passagens aéreas, transporte
terrestre, hospedagem, entre outros viabilizando a infraestrutura necessária
para que os colaboradores dessas empresas possam atuar em diversas
localidades
Consolidador As agências consolidadoras prestam serviços para pequenas e médias
Empresas que não possuem grande volume de vendas de passagens aéreas ou
de reservas em hotéis, atuando como intermediadora nas negociações com as
companhias aéreas ou hoteleiras, visando obter melhores condições de
negociação
Operador de
Turismo – Lazer
Venda de pacotes turísticos padronizados ou customizados em vôos comerciais
regulares ou fretados para todas as regiões do Brasil, incluindo passagens
aéreas, transporte terrestre ou marítimo, hospedagem e serviços de guias
especializados, entre outros
Receptivo Serviços de transporte, acomodação e compra de ingressos para shows e
eventos [para clientes estrangeiros]
Viagens Estudantis Explora a venda de pacotes de turismo estudantil no exterior
Internet Venda de pacotes turísticos e de passagens aéreas pela internet
Corretor de Câmbio Serviços de compra e venda de moedas, bem como de transferência e
recebimento de recursos para o exterior
Corretor de
Seguros
Venda de seguros de viagem, médico e hospitalar, entre outros relacionados ao
setor de turismo
A tabela a seguir apresenta a relação das Empresas adquiridas pela Brasil Travel, incluindo as
áreas de atuação e os produtos oferecidos:
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Relação das Empresas de Turismo adquiridas pela Brasil Travel
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Sede Área de Atuação Fundação
Aerotur Natal/RN Corporativo/Lazer 1961
Casablanca Turismo Fortaleza/CE Corporativo/Lazer 1987
Classic Turismo João Pessoa/PB Corporativo/Governo 1995
Olinda Seguros Recife/PE Corretora de Seguros 1965
Salvatur Salvador/BA Corporativo 1970
Taguatur Sao Luís/MA Lazer 1980
Tour Azul João Pessoa/PB Receptivo 2005
Transamérica Maceió/AL Corporativo/Lazer 1979
Visão Turismo Salvador/BA Corporativo/Lazer 1988
Paradise Manaus/AM Corporativo/Lazer 1988
Vale Verde Belém/PA Lazer 1990
Fligen Goiânia/GO Corporativo/Lazer 1990
Time Tour Campo Grande/MS Corporativo/Lazer 1979
Ambiental São Paulo/SP Operadora 1987
Argo IT São Paulo/SP Sistemas TI para Agências 2006
Belvitur Belo Horizonte/MG Corporativo 1963
Bravo Viagens Belo Horizonte/MG Corporativo 2005
Central de Intercâmbio São Paulo/SP Intercâmbio 1988
Copastur São Paulo/SP Corporativo 1973
Costa Brava Campinas/SP Corporativo 1988
Gap Net São Paulo/SP Consolidadora/Operadora 1995
Intercontinental Vitória/ES Operadora 1986
Litoral Verde Petrópolis/RJ Operadora 2003
Mappa Turismo Belo Horizonte/MG Corporativo/Lazer 1994
Promotional Rio de Janeiro/ RJ Corporativo 1992
Renova São Paulo/SP Corretora de Câmbio 1993
Rio Travel Rio de Janeiro/ RJ Corporativo 1993
Tourlines Vitória/ES Operadora 1994
Tourstar Belo Horizonte/MG Consolidadora 2000
Unitour Belo Horizonte/MG Corporativo 1965
Visual São Paulo/SP Operadora 1986
Brementur Curitiba/PR Consolidadora 1981
ITM Viagens Florianópolis/SC Corporativo/Lazer 1993
Porto Brasil Porto Alegre/RS Lazer 1993
Shopping Tour Porto Alegre/RS Corporativo/Governo 1997
Trip Service Itajaí/SC Corporativo/Lazer 1996
EUA Pegasus Orlando/ FL - USA Receptivo 1994
Agência
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A Companhia manteve na gestão das empresas os sócios fundadores das mesmas. A remuneração
fixa foi sensivelmente reduzida e foi introduzida remuneração variável atrelada a metas de
desempenho das respectivas Empresas. Há cláusulas contratuais exigindo a permanência dos
sócios fundadores (com 27 anos de experiência no setor, em média) por pelo menos 5 anos, a partir
da data de abertura de capital, na administração da Companhia e, uma vez encerrado esse prazo,
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devem respeitar uma cláusula de não competição por mais 3 anos. Acreditamos que essas
cláusulas contratuais colaborem favoravelmente à Companhia em termos de inteligência de
mercado e lucratividade das companhias adquiridas.
O quadro a seguir reflete a estrutura da Brasil Travel na data de elaboração do Estudo de
Viabilidade:
Organograma do Grupo Econômico Brasil Travel
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3 . A N Á L I S E D O M E R C A D O D E T U R I S M O N O B R A S I L
A . I N T R O D U Ç Ã O
O Brasil presenciou dois acontecimentos nos últimos anos que, definitivamente, serão lembrados no
futuro como transformadores do turismo como atividade econômica e como produto de consumo no
país: o crescimento econômico robusto e ter sido escolhido para sediar a Copa do Mundo e as
Olimpíadas.
A partir de 2005, o país presenciou a combinação de boas condições macroeconômicas, mudanças
no perfil social e demográfico, crescimento do PIB e melhor distribuição de renda, o que tem
resultado em nível de emprego recorde e aumentos ano a ano do crédito e do consumo das
famílias. A demanda por turismo, que por muitos anos foi latente, transformou-se em real, com
crescimentos significativos e consistentes em todos os indicadores de consumo, a ponto de superar
a intenção de consumir eletrônicos. Pesquisa Nielsen sobre intenção de gastos, citada pelo jornal O
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Estado de S. Paulo em 13 de Novembro de 2011, mostra que a prioridade do brasileiro para gastar
dinheiro no fim deste ano é com viagens (29%), acima de roupas (26%) e eletrônicos (25%).
Em paralelo ao bom momento macroeconômico, em outubro de 2007 a FIFA anunciou o Brasil como
a sede da Copa do Mundo de 2014. Exatamente dois anos depois, o Rio de Janeiro é escolhido a
cidade sede para os Jogos Olímpicos de 2016. Será a quarta vez que um único país sediará esses
dois megaeventos no mesmo período, e a segunda vez para um país em desenvolvimento. Estes
são considerados divisores de águas para a imagem do país no exterior, com o Brasil se
credenciando mundialmente como um país capaz de gerar, convergir e coordenar recursos para
promover o maior campeonato do esporte mais popular do mundo e o maior encontro de atletas do
planeta. Os resultados já aparecem - no último relatório “2011-2012 Country Brand Index”, da Future
Brand, a “marca” Brasil subiu 10 posições entre 2009 e 2011, passando à 31ª numa lista de 113
países, registrando o maior crescimento dentre os 50 que lideram a lista.
Para materializar esses projetos e ao mesmo tempo suprir a demanda crescente resultante do
desenvolvimento econômico, inicia-se um período de investimentos significativos em infraestrutura,
também descritos neste documento, que devem durar quase uma década.
Dessa forma, a infraestrutura, até então um limitante ao crescimento da demanda turística apesar do
desenvolvimento econômico, pode tornar-se um impulsionador, graças aos preparativos para os
dois megaeventos. Se estes forem bem executados, o turismo para o Brasil terá condições de
mudar definitivamente.
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B . C O N T E X T O S O C I A L E M A C R O E C O N Ô M I C O
O Brasil dispõe de uma quantidade e variedade de recursos naturais singulares, com reservas
ambientais protegidas, praias e florestas, além de um território largamente inexplorado e a preços
acessíveis, do ponto de vista dos padrões internacionais.
A situação geopolítica mostra-se também favorável. A implantação da democracia e o
funcionamento das instituições são plenos, o que é positivo para as decisões de investimento
estrangeiro. As autoridades têm visado transmitir tranqüilidade à comunidade internacional através
da célere resolução das questões relacionadas com a segurança. A instalação de Unidades de
Polícia Pacificadora (UPPs) em diversas comunidades carentes do Rio Janeiro é um exemplo da
preocupação em reduzir os níveis de violência nos principais centros urbanos nestes anos que
precedem os dois grandes eventos.
Adicionalmente, a população Brasileira atravessa um período de acentuada mudança demográfica,
social e econômica. Após mais de duas décadas de baixo aproveitamento do potencial de
desenvolvimento do país, os últimos anos vêm sendo caracterizados por um acentuado crescimento
econômico, num quadro de assinalável estabilidade, que nem o impacto da maior crise financeira
mundial desde 1929 conseguiu debilitar.
Este fenômeno vem se sustentando na melhoria da educação e qualificações, no crescimento da
população economicamente ativa e no aumento da renda disponível, bem como na redução da
desigualdade social através da melhoria na distribuição de renda. Neste contexto, amplia-se o
mercado de consumo interno, agora dominado por uma renovada classe média, simultaneamente
mais instruída e com maior poder aquisitivo discricionário, o que a torna mais propensa ao consumo
de produtos de cultura e lazer e potencializa o Brasil como pólo emergente de turismo.
Fatores sociais e demográficos
Em consonância com os restantes mercados emergentes de referência, como a Índia ou a China, o
Brasil apresenta hoje uma estrutura etária jovem e em mutação. Segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a idade média atual da população brasileira é de 29
anos, o que se compara com os 37 anos da América do Norte e os 40 anos da Europa. Números do
censo demográfico de 2010 mostram que a população atingiu nesse ano os 191 milhões de
habitantes, após uma taxa de crescimento anual composta de 1,9% na década que terminou em
1990, 1,5% na década que terminou em 2000 e 1,2% na década que terminou em 2010. Este
crescimento continua a ser superior ao verificado nos países desenvolvidos, com a União Européia
crescendo apenas 0,1% em 2010 e os EUA com um aumento populacional previsto de 1% para
2011, segundo o CIA World Factbook.
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Brasil
A expansão demográfica que se vem verificando deverá desacelerar nas próximas décadas, com os
números do IBGE mostrando que, no longo prazo, a população do Brasil poderá fixar-se em torno
dos 215 milhões, conforme demonstrado na tabela acima. O IBGE estima que o crescimento vá se
situar na taxa composta de 0,8% ao ano até 2020. Por outro lado, prevê um aumento da esperança
média de vida na próxima década, de 73 anos em 2010 para 76 anos em 2020. Esta estabilização,
em conjunto com a juventude patenteada pela estrutura etária e com o incremento da esperança
média de vida, abrirá espaço para o chamado bônus demográfico. Estudo realizado pelo instituto
Insper e publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo em 02/01/2010 indicou que o Brasil já possuía
um bônus demográfico em 2009, com uma média de 2 adultos para cada dependente (crianças e
idosos). Segundo este mesmo estudo, o bônus demográfico brasileiro deverá continuar crescendo
até 2020, quando atingirá seu auge, com adultos representando cerca 70% da população. Nesses
10 anos, as condições demográficas para o crescimento econômico do país são consideradas as
melhores possíveis.
Ao mesmo tempo, parece atenuar-se o perfil tradicionalmente desigual do país. Segundo o Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o coeficiente de Gini (gráfico abaixo), que permite avaliar o
desequilíbrio na distribuição de renda, caiu de 0,60 em 1995 para 0,54 em 2009. Na União Européia,
situou-se, em 2009, nos 0,30, segundo dados do CIA World Factbook. Adicionalmente, vem
melhorando o nível educacional da população brasileira. Segundo o IBGE, de 1995 a 2009 o
número médio de anos de escolaridade passou de 5,2 para 7,2 para os brasileiros com mais de 25
anos de idade.
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Brasil
A existência de um bônus demográfico em conjunto com o aumento real e melhor distribuição de
renda deverão potencializar o consumo interno, constituindo assim per se em relevantes fatores de
sustentação do crescimento econômico futuro.
Cenário macroeconômico
No seguimento da recente crise financeira, que em 2009 arrastou o crescimento econômico global
para terreno negativo pela primeira vez em muitas décadas, o caminho da recuperação, ainda que
abaixo do esperado, deverá ser razoável. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que se
situe em torno dos 4%, em 2011 e 2012 (“World Economic Outlook”, Setembro/2011).
Ainda assim, a recuperação continua a efetuar-se a duas velocidades: os mercados desenvolvidos
em nítido processo de estagnação e os mercados emergentes descolando de forma robusta. Nos
primeiros, a generalizada transferência de alavancagem do setor privado para o público conduziu a
níveis insustentáveis de endividamento dos governos, forçando os mesmos a reverter as políticas de
relaxação e estímulo econômico que haviam lançado inicialmente. A correção destes fatores será
necessariamente lenta e penosa, uma vez que o crescimento econômico potencial permanece
reduzido. Já nos mercados emergentes, a situação fiscal e financeira mais favorável que vigorava
antes do eclodir da crise, em conjunto com o crescimento do mercado de consumo interno, o que
compensa a diminuição dos fluxos de comércio internacionais, torna muito mais fácil o movimento
de ajustamento. Assim, um dos desafios das autoridades residirá na capacidade de evitar o
sobreaquecimento das respectivas economias.
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Brasil
O Brasil vem sendo justamente um dos grandes motores do forte crescimento econômico observado
nos mercados emergentes. A diversidade de recursos naturais, a sofisticação da estrutura
empresarial, a crescente e mais qualificada força de trabalho e o quadro de reforço das relações
com grandes potências importadoras, como a China, vêm impulsionando a economia. Segundo o
IBGE, o PIB aumentou 7,5% em 2010, o maior crescimento desde 1986, atingindo 3,7 trilhões de
reais. Desde o lançamento do Plano Real em 1994, o país vem se beneficiando de um quadro de
estabilidade política, fiscal e monetária resultante da combinação positiva de inflação controlada,
redução das taxas de juros e equilíbrio da balança de pagamentos. Somados a isso, a estabilidade
institucional e o respeito aos contratos têm se consolidado no Brasil, e hoje são considerados como
diferenciais em relação aos outros países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul),
favorecendo investimentos externos.
Segundo estimativas do FMI, pouco mais de duas décadas decorridas desde o lançamento do Plano
Real, o PIB real do Brasil terá mais do que duplicado em 2016, conforme se observa no gráfico
abaixo. A economia Brasileira cresceu a uma taxa anual composta de 1,6% na década de 1980 a
1990, 2,5% na década de 1990 a 2000 e 3,6% na década de 2000 a 2010. Apesar das recentes
revisões para baixo, o FMI estima que o crescimento do PIB brasileiro se situe sempre acima dos
3,5% nos próximos 5 anos.
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Segundo o Banco Central do Brasil (BCB), o consumo foi o principal responsável por este
assinalável desempenho econômico, potencializado pela melhoria das condições de crédito e pelo
elevado valor dos Índices de Confiança do Consumidor (ICC) e da Indústria (ICI), publicados
mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que permanecem na zona de otimismo e
expansão há cerca de dois anos.
A continuidade da evolução favorável do mercado de trabalho tem sido o principal pilar de
sustentação do consumo interno. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), registrou-se em 2010 a criação líquida de
2,1 milhões de empregos formais. Desde 2003, a taxa de desemprego nas seis regiões
metropolitanas (Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) reduziu-
se em mais de metade, de 10,9% para 5,3% no final de 2010, o menor nível histórico já medido pela
pesquisa.
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Com o desemprego próximo da taxa natural, existe competição acrescida pela mão-de-obra,
especialmente a mais qualificada, o que se traduz na inflação dos salários, num ciclo virtuoso de
sustentação do mercado de consumo. Esse efeito vem estimulando um movimento massivo de
imigração de médios e altos quadros provenientes de países desenvolvidos. Adicionalmente, as
grandes áreas metropolitanas, e nomeadamente São Paulo, vêm se convertendo de forma cada vez
mais acentuada em pólos centralizadores de atração de negócios na região e no mundo.
A grande vantagem deste processo de transformação reside no fato de se desenrolar em paralelo à
profunda transformação do padrão de classes sociais. A busca de um caminho de redução da
desigualdade na distribuição de renda, a melhoria das qualificações e nível educacional da
população e o seguimento de programas de transferência por parte do governo abriram caminho ao
surgimento de uma nova classe média. No ano de 2009, segundo a FGV, a Classe C passou a
representar mais de metade da população total pela primeira vez na história do país.
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Brasil
Um estudo do Instituto Data Popular mostra que, contrariamente ao que acontece na Classe A, em
que apenas 10% dos elementos possuem qualificação superior à da geração de seus pais, na
Classe C esse número sobe para cerca de 70%. Esta deixará de ser encarada como apenas mais
um segmento para se converter no foco central do próprio mercado, já que o seu crescimento e
predomínio beneficiam tanto a demanda quanto a oferta. De fato, os participantes da Classe C não
só assumirão o seu papel de consumidores como também se tornarão estratégicos nas decisões de
investimento das empresas no Brasil, ao se tornarem mais exigentes na seleção dos produtos,
buscando itens cada vez mais sofisticados.
Poder aquisitivo e consumo
O promissor aumento da base de consumo interno no Brasil vem sendo potencializado e amplificado
por três relevantes alavancas: o aumento da renda per capta, a melhoria na distribuição de renda e
a democratização do crédito, o qual vem crescendo na direção dos padrões internacionais.
A primeira e a segunda alavanca traçam, respectivamente, a semelhança e a diferença entre o
desempenho nacional e o da generalidade das grandes potências emergentes. A renda média
mensal real da população Brasileira com 10 anos ou mais de idade, obtida através da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2004-2009, aumentou acumuladamente 24% no
período de 5 anos em análise - o dobro do crescimento alcançado pelo PIB per capita - em sentido
contrário ao que se observa em países como a China ou a Índia. Este movimento foi impulsionado
por uma aproximação das classes de renda inferior às de renda superior. Segundo dados da PNAD
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2001-2009, o décimo inferior de população aumentou a sua renda disponível com uma taxa anual
composta de quase 7%, o que compara com o crescimento de 1,5% do décimo superior, indo ao
encontro da idéia de reforço da classe média, que constitui a referência primária para o consumo.
Uma das principais ameaças à continuação do processo de expansão da renda real no futuro diz
respeito à possibilidade de incremento da inflação nos próximos anos. Esse foi durante décadas um
dos principais bloqueadores do crescimento econômico Brasileiro, e a sua estabilização, pilar
fundamental do lançamento do Plano Real e um dos fatores que mais contribuiu para o atual cenário
de expansão vivenciado pelo país.
Neste sentido, desde a adoção pelo BCB do Regime de Metas de Inflação em 1999 e, mais
enfaticamente, desde que em 2002 o câmbio quase atingiu 4 reais por cada dólar dos EUA, com o
IPCA cotando-se nos 12,5%, o Banco Central do Brasil (BCB) vem perseguindo uma política de forte
contenção da inflação. A recuperação e estabilização da economia Brasileira vêm permitindo a
entrada de capitais externos, conduzindo o câmbio a um máximo de quase 1,5 reais por cada dólar
dos EUA em 2008. A inflação encontra-se desde 2005 contida na banda de 4 pontos percentuais em
torno da meta de 4,5% definida pelo BCB, i.e., entre 2,5% e 6,5%, embora nos anos de 2008 e 2010
tenha se aproximado do limite superior em função do aquecimento do consumo interno.
Segundo o BCB (“Focus – Relatório de Mercado”, 18/11/2011) a expectativa do mercado é de que a
inflação continue abaixo dos 6,5% para os anos de 2011 e 2012, embora próximo ao limite superior
da banda.
Beneficiada pela estabilidade e confiança dos agentes econômicos, surge a segunda alavanca do
consumo: a democratização do crédito. Exercendo influência no consumo das famílias e nas
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decisões de investimento das empresas, a trajetória de gradual redução da taxa referência SELIC
tem impulsionado este fenômeno. Adicionalmente, a bancarização do país é crescente, como se
ilustra na figura abaixo, com a duplicação do número de contas correntes desde 2001 e o
incremento da capilaridade das instituições financeiras. O acesso ao crédito é cada vez menos
dispendioso e a prazos mais alargados.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) projeta a continuação dessa tendência,
dos atuais 46% para cerca de 70% do PIB em 2014. De acordo com os números do Banco Central
Europeu (BCE), o total de empréstimos do sistema financeiro representava, no final de 2010, 116%
do PIB na França, 119% na Alemanha e 185% na Espanha. Em todos os países referidos, o crédito
à Pessoa Física já é superior a 50% do PIB, ao passo que no Brasil não atingiu ainda os 20%.
De 2001 a 2010, o crédito concedido em percentagem do PIB cresceu a uma taxa anual composta
de cerca de 5% para pessoa jurídica, e de cerca de 10% para a habitação e Pessoas Físicas. Houve
também uma maior sofisticação nos produtos oferecidos pelas instituições financeiras, que
passaram a proporcionar um leque mais amplo de alternativas, expandindo garantias e seguros.
Segundo um estudo da LCA Consultores, a evolução na penetração de crédito teria sido
responsável por cerca de 40% do crescimento econômico do Brasil nos últimos 6 anos. Em suma, o
consumo das famílias, que representa mais de 60% da economia e que vem sendo alavancado pelo
surgimento da nova classe média emergente, pelo aumento generalizado das rendas e pela
expansão da disponibilidade de crédito, constitui o grande motor do crescimento Brasileiro,
conforme se pode constatar na figura abaixo. Desde 2004, o PIB cresceu 28%, ao passo que o
consumo das famílias avançou acumuladamente 37%, dados do BCB. Na medida em que o eixo de
gravidade de consumo desce das Classes A e B para as Classes C e D, cada unidade monetária
marginal de renda converte-se num valor superior de consumo.
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C . M E G A E V E N T O S – C O P A 2 0 1 4 E O L I M P Í A D A S 2 0 1 6
Como agentes catalisadores do cenário otimista que vem se desenhando para o setor de turismo no
Brasil, surgem os dois megaeventos a se realizar nos próximos anos: a Copa do Mundo FIFA em
2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016.
Esta será a quarta vez que um país é sede de ambos os eventos no mesmo período, e apenas a
segunda vez em um país em desenvolvimento.
Após o anúncio dos dois megaeventos, o país ganhou visibilidade internacional que se reflete em
vários setores. Em 2010, por exemplo, houve 50 shows internacionais no país, e em 2011 o
calendário contava com mais de 100, segundo reportagem da revista Época de 16/09/2011.
Copa 2014
Segundo estudo da Ernst & Young (“Brasil Sustentável- Impactos Socioeconômicos da Copa 2014”,
publicação em 2010), a Copa realizada na Alemanha em 2006 atraiu 3,4 milhões de expectadores
aos estádios, gerou 5 milhões de pernoites de turistas locais e estrangeiros, 18 milhões de visitas às
áreas de lazer circundantes e estimativa de mais de 26 bilhões de telespectadores acumulados. Na
África do Sul em 2010, estima-se um total 30 bilhões de telespectadores. Segundo o mesmo estudo,
a edição Brasileira deverá atingir números ainda superiores, e estima-se que o fluxo receptivo no
país durante todo o ano de 2014 será 50% maior do que foi em 2010, alcançando 7,8 milhões de
turistas estrangeiros.
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A Copa de 2014 no Brasil será realizada em 12 cidades sede – um número elevado em relação ao
padrão para Copas do Mundo – trazendo grande exposição externa para estas cidades brasileiras.
Entretanto, o fator que deverá trazer maior impacto nos fluxos turísticos doméstico e receptivo serão
os elevados investimentos que o país vai realizar em infraestrutura e qualidade dos serviços
turísticos, fruto dos preparativos para o evento.
De acordo os diversos estudos já efetuados sobre o tema, por instituições como o Ministério do
Turismo e a Fundação Getúlio Vargas, há boas possibilidades de potencialização dos investimentos
efetuados, através de um efeito multiplicador sobre a atividade econômica, não só devido ao efeito
de investimento direto público e privado como também através de uma cadeia de efeitos indiretos e
induzidos, desde que seguidas as medidas e procedimentos adequados.
Estudo do Ministério dos Esportes em parceria com a empresa de consultoria Value Partners
(“Impactos econômicos da realização da Copa de 2014”, Março/2010) estima que a Copa gere um
impacto direto de R$ 9,5 bilhões ao turismo, através dos 600 mil turistas estrangeiros que virão,
gerando divisas de R$ 3,9 bilhões, e 3,1 milhão de turistas nacionais, gerando R$ 5,5 bilhões. Esse
estudo estima investimentos diretos que impactam o turismo em mais de R$ 47 bilhões, e um
impacto total sobre o PIB brasileiro de mais de R$ 180 bilhões.
Dos R$ 47,5 bilhões em impacto direto, os investimentos em infraestrutura somam R$ 33 bilhões,
representando aproximadamente 70% do total. Turismo e Consumo respondem pelos R$ 14,5
bilhões restantes, conforme gráfico abaixo:
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Parte significativa dos investimentos em infraestrutura civil será destinada aos estádios, incluindo 6
reformas de grande porte e a construção de 6 novos, totalizando R$ 6,3 bilhões:
Mesmo antes da realização da copa, os impactos na imagem brasileira como país hospedeiro de
eventos esportivos já podem ser sentidos. Segundo a revista Exame de novembro/2011, utilizando
dados da Sport+Market, a aproximação dos dois megaeventos fez com que o número de feiras e
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eventos relacionados ao esporte quintuplicasse, passando de 30 em 2010 para os 148 previstos
para 2011.
Além dos impactos diretos e indiretos dos investimentos, existem diversos benefícios intangíveis,
mas que influenciam positivamente os fluxos turísticos:
Fortalecimento da imagem brasileira como um pólo turístico, com infraestrutura adequada, bons produtos e serviços turísticos e capacidade organizacional para receber grandes eventos internacionais;
Salto de qualidade dos produtos e serviços oferecidos por todos os prestadores da cadeia turística, particularmente nas cidades sede;
Criação e/ ou reforço da imagem de atratividade para turismo das cidades sede e suas regiões ao nível internacional, pela exposição na mídia e pelo “boca-a-boca” dos turistas, contribuindo para descentralizar o fluxo receptivo e incrementar o interno;
Aumento do nível de “cosmopolização” das cidades sede, contribuindo para torná-las locais mais receptivos aos turistas estrangeiros.
Olimpíadas 2016
Ao contrário da organização de uma Copa do Mundo, onde várias cidades sede passam por um
salto em investimentos e exposição, as Olimpíadas têm o propósito de converter uma única cidade
sede numa metrópole mundialmente conhecida e admirada, estabelecendo um novo
posicionamento da cidade na rede global de turismo. Essa foi a estratégia adotada por Barcelona,
Sidney e Beijing.
Segundo o estudo ”Plano Aquarela 2020”, publicado em 2009 pelo Ministério do Turismo, estima-se
que as Olimpíadas de Sidney levaram ao país um número adicional de 1,7 milhão de turistas entre
1997 e 2004, que gastaram mais de US$ 3,4 bilhões. Além disso, a marca “Austrália” avançou o
equivalente a 10 anos. O estudo também cita um relatório elaborado em 1998 onde consta que
45% dos norte-americanos viajantes em potencial se diziam mais propensos a visitar a Austrália nos
próximos quatro anos como resultado direto da escolha de Sidney para sediar as Olimpíadas.
A estimativa calculada pela Beijing Olympic Economic Research Association é de que cerca de 600
mil turistas viajaram de fora da China e de que cerca de 2,5 milhões deles das mais diversas regiões
chinesas durante os jogos. Ainda é esperado um crescimento de 8% a 9% na quantidade de turistas
em Pequim no período 2009-2018.
Segundo o Plano Aquarela Brasil 2020, estima-se que os jogos de 2012 em Londres devam gerar
ganhos da ordem de US$ 3,4 bilhões (câmbio de julho/2011) para o Reino Unido.
Para o caso brasileiro, um estudo da FIA encomendado pelo Ministério dos Esportes (“Estudo de
impactos socioeconômicos potenciais da realização dos jogos olímpicos na cidade do Rio de Janeiro
em 2016”, setembro/2009) aponta a estimativa de chegada de 380 mil visitantes estrangeiros ao Rio
durante as Olimpíadas em 2016, que devem gastar em hospedagem, alimentação, comércio e
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serviços em torno de US$ 152 milhões. É esperado, além disso, um impacto considerável na
imagem da cidade e na sua atratividade como pólo de turismo de lazer e de negócios.
D . O F E R T A E D E M A N D A D O S E T O R D E T U R I S M O
Nos últimos anos, uma convergência de fatores positivos macroeconômicos, demográficos e
socioeconômicos criou as condições para que uma demanda latente se materializasse numa
explosão de consumo turístico, refletida nas viagens domésticas, ao exterior, desembarques
nacionais, ocupação hoteleira, aluguel de veículos e outros. Segundo dados IPC Target, o potencial
de consumo para despesas de viagens no Brasil teve aumento médio composto de 25% ao ano,
entre 2003 a 2010, quando alcançou R$ 36 bilhões. Além disso, a o crescimento da economia
impulsiona também o turismo de negócios interno e o receptivo, com a crescente quantidade de
eventos de negócios locais e internacionais realizados no Brasil.
Naturalmente, o mercado não é composto só por demanda, e a oferta de serviços e produtos
turísticos tem aumentado tanto em quantidade como em qualidade ao longo dos últimos anos. Neste
sentido, infraestrutura é um limitante ao crescimento. A iniciativa privada tem contado com um
crescente esforço governamental para coordenar ações nas áreas de financiamento, suporte à
qualidade da gestão, formação de mão de obra e visibilidade do Brasil no exterior.
Como mostraremos nos próximos tópicos, o momentum da demanda turística deve continuar forte
nos próximos anos, inclusive com os impulsos dos megaeventos de 2014 e 2016, que deverão
deixar um legado significativo na oferta de infraestrutura, produtos e serviços turísticos e visibilidade
nacional no exterior.
A indústria do turismo no Brasil ainda tem uma participação direta no PIB baixa se comparado a
outros países, de acordo com dados do Euromonitor e FMI:
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Fluxos turísticos
A demanda turística contempla três fluxos turísticos, descritos em função do sentido que possuem
em relação às fronteiras do país:
Fluxo doméstico refere-se às movimentações turísticas com origem e destino dentro do Brasil (A);
Fluxo internacional emissor refere-se às movimentações de turistas com origem no Brasil com destino o exterior (B);
Fluxo internacional receptivo refere-se às movimentações de turistas com origem em outros países e com destino o Brasil (C).
Fluxo turístico doméstico
O mercado turístico doméstico tem crescido sistematicamente, sustentando a demanda
em momentos em que a conjuntura externa apresentou-se desfavorável.
O número de viagens domésticas é um dos indicadores do vigor da demanda turística e tem
crescido nos últimos anos a uma taxa média anualizada de 6%. Para os próximos anos, o MTur e
FGV, no estudo “Turismo no Brasil, 2011- 2014”, consideram três cenários para o processo de
crescimento, desenvolvimento e de melhoria da competitividade turística no período de 2010-2014.
O mais favorável – “acelerado” (C1); o intermediário – “moderado” (C2); e o de menor crescimento –
“inercial” (C3).
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C
B
A
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Pela alta correlação entre as viagens domésticas e o desenvolvimento econômico, os cenários C1 e
C2 resultam nas mesmas projeções para o volume das viagens domésticas. Apenas no caso de
crescimento inercial é que as viagens perderiam ritmo.
Um importante indicador do vigor do fluxo turístico doméstico é o desembarque de passageiros nos
aeroportos brasileiros, que tem crescido a uma taxa anualizada média de 12%. Conforme demonstra
o gráfico abaixo, mesmo o crescimento esperado para o cenário mais otimista projetado pelo MTur
(C1), subestimou o número de desembarques ocorridos em 2010, indicando uma resposta mais
sensível deste indicador às condições econômicas favoráveis no ano.
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Outro setor de destaque é o de cruzeiros marítimos. Embora não seja totalmente um fluxo
doméstico – dos 793 mil turistas na temporada 2010/2011, 12,5% foram estrangeiros – o número de
cruzeiristas que viajam no Brasil cresceu a um taxa média composta de 34% ao ano nos últimos 6
anos, segundo estudo da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar) e FGV Projetos.
Dos brasileiros, 61% são do estado de São Paulo.
Outro setor que reflete o crescimento da demanda (doméstica e receptiva internacional) é o
hoteleiro, onde, segundo estudo do BNDES sobre perspectivas do setor no Brasil, tem mostrado
aumento na taxa de ocupação nos últimos anos, após um período pressionado pela retração da
demanda e, em alguns dos principais destinos turísticos do país, pelo excesso de oferta promovido
pela intensa construção de apart-hotéis. Outro índice com crescimento acentuado é o RevPAR
(revenue per available room) – índice que combina taxa de ocupação e valor da diária média paga.
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Fluxo turístico internacional emissivo
O crescimento econômico brasileiro e o consequente aumento da renda discricionária das famílias,
descritos anteriormente, também impulsionam o fluxo de turistas brasileiros para o exterior, que tem
sido amplificado consideravelmente pela valorização do real em relação ao dólar nos últimos anos.
Segundo Business Monitor International (BMI) no seu relatório “Brazil Tourism Report Q3 2011”, em
torno de 5,6 milhões de brasileiros deveriam viajar em 2011 ao exterior. Em 2010, cada turista
brasileiro gastou em média US$ 2.610 no exterior, quase três vezes mais que o gasto médio de um
turista estrangeiro no Brasil, totalizando US$ 14,6 bilhões. Esse número pode refletir os gastos com
compras desproporcionalmente maiores realizados pelos turistas brasileiros.
Em 2010, 44% dos turistas brasileiros que foram para o exterior tiveram como destino países da
América Latina, especialmente a Argentina, refletindo alto grau de intercâmbio comercial e das
ofertas de produtos de turismo dirigidos para o país vizinho.
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Fluxo Turístico Internacional Receptivo
A entrada de turistas estrangeiros no Brasil atingiu um patamar em 2005, manteve-se estável até
2009 e deu sinais de iniciar uma recuperação em 2010. O ritmo dessa recuperação depende em
parte da atratividade turística do Brasil, tanto em lazer como para negócios, e também da qualidade
dos serviços e infraestrutura. O MTur e FGV projetam 3 cenários para o crescimento do fluxo
receptivo até 2014, baseados em projeções da taxa de câmbio, crescimento do PIB mundial, fluxo
turístico internacional e assentos oferecidos.
No lado da atratividade brasileira, os seguintes fatores são geralmente apontados entre aqueles que
defendem a perspectiva de cenário mais otimista:
O Brasil é um país com reconhecidas belezas naturais e também com crescentes atrativos culturais, culinários e de lazer em geral;
O país sediará um número crescente de eventos esportivos, culturais e de negócios nos próximos 5 anos;
O governo, através do MTur, tem aumentado seus esforços de promoção e de comunicação do turismo no exterior.
As metas contidas no Plano Aquarela 2020 do MTur contemplam um crescimento de 113% entre 2010 e 2020 para a chegadas de turistas ao país.
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No entanto, apesar da expectativa positiva, dados da Organização Mundial do Turismo e do MTur
indicam que, com os 4,8 milhões de turistas estrangeiros recebidos em 2009, o Brasil ficou na 45ª
colocação mundial, atrás de países como Turquia (7º lugar), Malásia (9º), México (10º) e Áustria
(11º), e empatado com a Argentina, apesar das diferenças em tamanho geográfico e populacional
entre os dois países.
Dessa forma, o Brasil ainda tem um longo caminho para se aproximar dos níveis de países como a
Argentina, Chile, México e África do Sul, conforme demonstrado abaixo.
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Outro indicador do grande espaço para crescimento são as divisas geradas pelo setor no Brasil, que
o WTTC estima em US$ 6,58 bilhões em 2011, nos colocando apenas no 42º lugar num ranking de
181 países, para uma economia que é a 7ª no mundo atualmente.
Quanto a destino, houve uma desconcentração no fluxo de passageiros internacionais nos principais
aeroportos brasileiros nos últimos anos, embora modestos. De 2003 a 2010, segundo relatórios da
Infraero, Guarulhos passou de 70% para 65% dos passageiros internacionais, enquanto Brasília
passou de praticamente nada a 1,3%, Manaus de 0,4% para 1,0%, Confins de 1,0% para 1,9% e
Porto Alegre de 1,7% para 2,8%.
Prestadores de Serviços
A prestação de serviços turísticos no Brasil ainda é considerada uma atividade com grande nível de
informalidade. O Sistema de Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos – Cadastur – tem
apresentado um crescimento consistente no número de prestadores, reflexo da obrigatoriedade do
cadastro a partir de 2008. Em 2009, havia 36.846 prestadores cadastrados, um aumento de 6%
sobre o ano anterior.
Em termos de emprego, o IPEA estima uma queda lenta, mas contínua, no nível de informalidade
para o setor, saindo de 59% em 2002, para 57% em 2009. Neste período, a participação da
ocupação do turismo na economia passou de 2,0% para 2,3%.
Em 2008, segundo o IPEA, os empregos em turismo estavam divididos na seguinte forma:
40% em transportes;
33% em alimentação;
13% em alojamentos;
5% como auxiliares de transporte;
5% em Empresas de Turismo e;
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4% em outros.
Segundo a 7ª Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo (Pacet), as 80 maiores
Empresas de Turismo no país faturaram em 2010 R$ 42,8 bilhões e empregaram 96 mil pessoas.
Segundo a mesma pesquisa, para o período entre 2004 e 2010 (com exceção de 2009) as
empresas pesquisadas reportaram aumentos de receita de um ano para o outro entre 15% e 30%.
A cadeia de valor turística engloba diversos participantes: fornecedores de produtos de turismo,
operadoras e consolidadoras, outras Empresas de Turismo, clientes corporativos e físicos,
corretoras de câmbio, bancos, operadoras de cartão de crédito e seguradoras, que formam um elo
conforme o diagrama abaixo:
O caráter de intermediação de serviços que caracteriza boa parte da cadeia de valor do turismo
indica que a consolidação vertical apresenta grande potencial de ganhos tanto em eficiência –
menos interfaces, refletindo em menores custos – quanto em qualidade do serviço – maior controle
sobre todos os elos da cadeia, do prestador de serviço ao canal que tem contato com o cliente final.
Empresas de Turismo
É uma indústria bastante pulverizada no Brasil, com 12.784 empresas cadastradas em novembro
de 2011 no Cadastur – sistema do MTur de cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no
turismo – sendo a grande maioria micro ou pequenas empresas. Essa fragmentação as torna, em
geral, o elo mais fraco na cadeia de valor, já que a maioria dos demais participantes constitui-se por
segmentos com alta concentração, proporcionando uma assimetria a favor do poder de barganha
dos outros elos diante das Empresas.
Fornecedores das Empresas de Turismo
o Cias aéreas: setor altamente concentrado, com o quase duopólio Gol e TAM;
o Hotéis: setor com concentração crescente, onde cadeias nacionais e estrangeiras, com
maior acesso a crédito, avançam na sua participação de mercado;
Agências consolidadoras: setor não tão concentrado quanto o de cias aéreas, mas cujos
participantes têm poder de barganha muito superior às outras categorias de Empresas de
Turismo, com melhor acesso aos bancos, seguradoras, corretoras de câmbio e até nas Cias
Aéreas.
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ClientesAgências de
turismo
Consolidadoras
e Operadoras
Cias aéreas,
hotéis etc.
Corretoras de câmbio
Bancos, cartões de crédito e seguradorasBancos, cartões de crédito e seguradoras
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Bancos, cartões de crédito e seguradoras: setores concentrados e com tendências a
acentuação. Empresas de menor porte tendem a ter dificuldades para levantar recursos junto
aos bancos ou negociar taxas de intermediação com cartões de crédito;
Corretoras de câmbio: indústria também em processo de consolidação, com grandes empresas
estrangeiras entrando no mercado brasileiro através de aquisições;
Clientes
o Cliente final pessoa física: aumento do poder de barganha sobre as Empresas pelo
crescimento das alternativas online de turismo e acesso direto aos fornecedores de
serviços turísticos (turistas independentes), além da crescente fragmentação da
demanda, que dificulta o acesso à segmentação mercadológica;
o Clientes corporativos: segmento com margens declinantes para as Empresas devido ao
tamanho dos clientes e pelo serviço ser cada vez mais negociado em áreas de compras
mais agressivas.
Esse ambiente competitivo favorece um movimento de concentração das Empresas de Turismo, que
seria uma contrapartida ao menor poder individual, possibilitando mais poder de barganha na
negociação com bancos, operadoras, fornecedores turísticos e clientes corporativos.
Outra possibilidade de ganhos é através da consolidação horizontal, onde Empresas que atendem
distintos segmentos e geografias se unem. Embora bem menos frequente, essa configuração
possibilita atingir vários segmentos da demanda turística, que valorizam abordagens e serviços
específicos, reduzindo flutuações sazonais na receita e ineficiências nas interfaces, além de
possibilitar fluxos “internos”, onde certas regiões agem como emissoras de turistas, que serão
servidos também por receptivos pertencentes ao mesmo grupo.
Pode-se esperar também uma verticalização no setor, com empresas agregando mais de um elo da
cadeia, como, por exemplo, unir operadoras, consolidadoras e outras Empresas de diversos
segmentos de atuação com corretoras de câmbio, corretoras de seguros, entre outros. Nesse caso o
ganho principal seria nas interfaces entre cada elo da cadeia e no maior controle sobre a qualidade
do serviço como um todo.
Segundo pesquisa do MTur, no primeiro semestre de 2011 as Empresas de Turismo reportaram
uma expansão dos negócios em 70%, sendo que 76% dessas Empresas planejavam investimentos
para o segundo trimestre, refletindo o bom momento atual e o otimismo para o curto prazo.
Entretanto, segundo outro estudo do MTur sobre hábitos de consumo do turista em 2009, dos que
compraram serviços de turismo, apenas 24,5% os fizeram através de Empresas, indicando um
grande potencial de penetração.
A região Sudeste concentra 48% das Empresas registradas, seguida pela região Sul com 22%,
Nordeste com 16%, Centro-Oeste com 9% e Norte com 5%. Essa distribuição reflete o peso das
regiões como emissores de turistas no país.
Há vários subsegmentos de Empresas de Turismo em função da motivação principal do viajante ou
da sua posição na cadeia de valor; entretanto, muitas atendem a mais de um segmento como forma
de minimizar sazonalidades na demanda e também como forma de otimizar estruturas de
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atendimento e vendas. A seguir, vamos apresentar em breve descritivo de cada um desses
subsegmentos.
Agências de Turismo Receptivo
Por definição, não trabalham com a emissão de turistas para outras localidades. Restringem-se à
recepção de viajantes e em atividades complementares como reserva de hotéis, tickets para shows
e eventos, transportes de passageiros e realização de passeios turísticos no destino, sendo parte
importante nos fluxos turísticos doméstico e receptivo internacional. Algumas Empresas de maior
porte fecham acordos diretamente com Empresas emissoras nos respectivos países e repassam
alguns serviços para as chamadas Receptivas, que organizam apenas translados e passeios.
A sazonalidade da demanda no turismo de lazer torna bastante flutuante a receita para essas
empresas, sendo agravada nos casos onde a dependência do fluxo receptivo estrangeiro é grande.
A diversificação geográfica – atendendo fluxos com sazonalidades complementares – e por
segmento – mercado corporativo e eventos de negócios – é uma alternativa de crescimento para as
receptivas.
Agências Corporativas
Empresas focadas no mercado corporativo, com volume maior de transações mas com margens
menores. Algumas empresas oferecem serviços adjacentes às viagens, como gestão do fluxo de
viagens para a empresa cliente – caso da Flytour – ou a organização dos eventos corporativos –
caso da Belvitur.
Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagem Corporativas (Abracorp), em 2010
aproximadamente 75% do faturamento do setor veio da emissão de passagens aéreas. Entretanto,
o segmento que mais cresce é o de viagens de incentivos e eventos.
Agências exclusivas para o Governo
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, citando o Sistema Integrado de Administração Financeira do
Governo Federal (Siafi), os gastos do governo federal no primeiro trimestre de 2011 com viagens e
deslocamentos de funcionários somou R$ 122 milhões. Esse subsegmento tem atraído a atenções
de algumas Empresas que atendem exclusivamente o governo. Entretanto, é um segmento
competitivo, cujo ciclo de contratação é longo e sob licitação.
Agências focadas em Turismo Educacional e Intercâmbio
Neste caso, o público alvo é o turista cujo objetivo principal é aprimorar seu conhecimento sobre
outros idiomas, culturas ou obter conhecimento específico em cursos curriculares ou não. As vendas
são consultivas, demandando nível de treinamento de pessoal acima da média do setor. Além disso,
Empresas são de porte médio para grande, pois exige capacidade de coordenação com equipes de
apoio nos vários países envolvidos nos intercâmbios.
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O número de brasileiros em cursos no exterior tem crescido a uma taxa anual média de 26%,
segundo a Belta. Em 2005 contava-se pouco mais de meia centena, ao passo que para 2011 a Belta
estima que sejam ultrapassados os 200 mil. As principais Empresas de intercâmbio são a CI e a
STB, com mais de 60 lojas cada, a Experimento com 28 lojas e a World Study com 16 lojas.
Segundo o Valor Econômico, o faturamento das empresas do setor cresceu 40% entre o primeiro
semestre de 2010 e o de 2011.
Agências de Turismo de Aventura e Ecoturismo
Segmento onde os produtos são direcionados aos viajantes cuja motivação é de aventura (com
algum nível de risco controlado) de caráter recreativo e também produtos onde a preocupação em
não agredir o meio ambiente é primordial.
Segundo estudo da Euromonitor International (“Travel and Tourism Global Overview”, março/2011),
a categoria de turismo que mais vai crescer globalmente entre 2010 e 2015 será a de turismo a
parques nacionais.
Agências Consolidadoras
Estas são Empresas que consolidam serviços junto às cias aéreas e repassam às Empresas de
menor porte, que não são credenciadas para este fim.
Operadoras
Diferentemente das outras Empresas de turismo, as operadoras em geral não mantém contato nem
comercializam com o cliente final, o turista, mas somente com os fornecedores de serviços e
produtos turísticos. Elas adquirem os serviços, elaboram pacotes e os disponibilizam para as
Empresas de Turismo para que sejam comercializados. Entretanto, algumas desenvolvem canais de
venda no varejo, como lojas físicas ou canal eletrônico (internet) de vendas.
Segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), no seu Anuário 2011,
estima-se que seus 86 associados comercializaram 85% dos pacotes turísticos no Brasil 2010 e
transportaram aproximadamente 4,8 milhões de viajantes, gerando vendas conjuntas de R$ 7,6
bilhões. Pelas estatísticas da Braztoa, o mercado brasileiro total de operadoras teria,
consequentemente, gerado vendas de aproximadamente R$ 8,9 bilhões em 2010.
Algumas operadoras utilizam lojas como canal de vendas no varejo para seus produtos. O uso de
sistemas de franquias acelera expansão das lojas, mas pode trazer riscos pela redução do controle
sobre o próprio canal de vendas.
Organizadores de Feiras e Eventos
O setor de empresas organizadoras de eventos é caracteristicamente pulverizado e informal,
composto por 90% de micro ou pequenas, segundo a Associação Brasileira das Empresas de
Eventos (ABEOC). Não há estatísticas confiáveis sobre o setor, mas, segundo o “Anuário Brasileiro
das Promotoras e Organizadoras de Eventos”, em 2008 havia 6 mil empresas organizando 319 mil
eventos/ano no país, nem todos relacionados ao turismo.
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Além disso, há uma grande diversidade em tamanhos, desde empresas iniciadas por ex-
funcionários que passam a organizar os eventos corporativos para o antigo empregador, até
grandes como a Reed Exhibitions Alcantara Machado, joint venture constituída em 2007, que
segundo seu presidente, espera realizar 42 feiras em 2011 e 2012, com investimentos de R$ 100
milhões. Em 2011 suas feiras hospedarão 6 mil expositores e receberão 4 milhões de visitantes. A
empresa, que informa ter faturado US$ 150 milhões no Brasil em 2010, ainda segundo seu
presidente, tomou a decisão estratégica de diversificar geograficamente, e deve destinar pelo menos
25% dos seus negócios para o Nordeste nos próximos anos.
Fornecedores do Setor de Turismo: Meios de Hospedagem
Diferentemente dos meios de transporte, a hotelaria está inteiramente vinculada à demanda
turística. Os meios de hospedagem se compõem por hotéis, pousadas e hospedarias, que prestam
serviços basicamente para os vários segmentos de turistas.
Segundo estudo setorial do BNDES, o mercado brasileiro de hotelaria tem baixa concentração,
sendo que os 20 maiores grupos de hotelaria por quantidade de quartos, que administram mais de
500 hotéis, ofertam apenas 19% das unidades habitacionais hoteleiras.
Relatório da Hotel Investment Advisors (HIA) e da Horwath HTL, citados em estudo do BNDES em
agosto de 2007, afirma que existiam no Brasil 7.153 hotéis e flats em 2007, totalizando 359 mil
quartos. Já em julho de 2010, segundo estudo publicado pela Jones Lang Lasalle Hotels, “Hotelaria
em números Brasil 2010”, havia 9.524 hotéis e flats no país (incluindo condo hotéis), totalizando 441
mil quartos. Segundo documento do MTur, estão previstos investimentos de R$ 1,9 bilhão em
hotelaria até Copa de Mundo de 2014 e um crescimento anual de 7% para o número total de
estabelecimentos hoteleiros no período.
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Uma característica importante do fluxo turístico doméstico é o fato, capturado em uma pesquisa da
FIPE em 2007, de que a maioria dos turistas brasileiros em viagens de lazer hospeda-se em casa
de amigos ou parentes, sendo que apenas 23% hospedaram-se em hotéis. No turismo de negócios,
por outro lado, a penetração dos hotéis é bem maior, tendo atingido 60% dos viajantes.
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Assim, a segmentação da demanda em 2009, segundo a Jones Lang LaSalle, mostrou uma
concentração de 50% nos clientes corporativos para os hotéis e flats urbanos.
Há uma forte concentração de quartos na região Sudeste, com 47%, seguido por Nordeste e Sul
com 21% cada, Centro-Oeste com 8% e Norte com 3%.
Em linha com esses dados, o estudo da Jones Lang LaSalle indicou que existiam, em julho de 2010,
153 projetos hoteleiros em construção ou em fase adiantada de planejamento e que serão afiliados
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às principais redes hoteleiras que operam no país, adicionando 24.147 novos apartamentos à oferta
atual, concentrados nos segmentos econômico e superior. Isso representaria um acréscimo de
apenas 5,5%.
Fornecedores do Setor de Turismo: Meios de Transporte
Transporte Aéreo
As maiores companhias aéreas operando no mercado doméstico brasileiro, em número de assentos
instalados em dezembro/2011, segundo anuário ANAC 2010, são: TAM com 26.859: Gol: 21.155;
Azul: 2.948; Trip: 2.740; Avianca: 1.946; Pantanal: 819 e; Passaredo: 637.
Portanto, o transporte aéreo de passageiros no Brasil é bastante concentrado, quase um duopólio,
onde as duas empresas principais tiveram, nos vôos domésticos em 2010, 83% e 82% dos assentos
quilômetros oferecidos (AKS) e dos passageiros quilômetros transportados, respectivamente,
segundo o relatório anual ANAC. Portanto, desempenho dessas duas companhias reflete em grande
parte o que acontece no setor como um todo.
Abaixo, alguns dados sobre a Gol Linhas Aéreas:
37% de participação de mercado (jul/2011);
Faturamento de quase R$ 7 bilhões em 2010.
115 aeronaves;
18,7 mil funcionários.
Dados sobre a líder de mercado, a TAM:
45% de participação de mercado;
Faturamento de R$ 9,2 bilhões em 2010;
157 aeronaves em operação.
Neste setor, vemos o impacto do crescimento da demanda turística com bastante clareza. Segundo
a ANAC, de 2002 a 2010 houve um aumento de 153% no Passageiro Quilômetro Pago
Transportado (RPK) (1 RPK = 1 passageiro pagante que voou por 1 km) para vôos domésticos.
Também segundo a ANAC, de julho de 2010 a junho de 2011, o preço médio das passagens aéreas
no Brasil foi o menor desde o início da série histórica, em 2002, contribuindo para o aumento da
demanda.
Transporte Terrestre
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, o transporte rodoviário de
passageiros no Brasil é responsável por uma movimentação superior a 140 milhões de
usuários/ano. O transporte rodoviário por ônibus é a principal modalidade de movimentação coletiva
de usuários nas viagens de âmbito interestadual, segundo o MTur e FGV. Embora perdendo
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mercado ao longo dos últimos anos, conta com um faturamento anual superior a R$ 2,5 bilhões,
utilizando 13.400 ônibus, conforme o Anuário Estatístico da ANTT. O desembarque de passageiros
em transporte rodoviário coletivo para percursos acima de 75 km, indicador utilizado pelo Plano
Nacional de Turismo, mostra uma queda de 12% entre 2004 e 2008. Segundo estudo realizado pela
Câmara Brasileira de Turismo da Confederação Nacional do Comércio, em relação ao transporte
turístico, o setor opera hoje com uma demanda a 20% da registrada em 1985. Essa perda é
concomitante não somente com o aumento expressivo do número de veículos licenciados e de
veículos locados a partir de 2003, o que poderia explicar parcialmente o comportamento da
demanda segundo o MTur e FGV, como também o aumento da oferta e redução das a tarifas
aéreas para viagens de longa distância, o que incentivou parte dos viajantes a trocar o ônibus pelo
avião.
Por outro lado, o mercado de locação de veículos vem crescendo com taxas de dois dígitos. No
período de 2003 a 2010, segundo a Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (ABLA), a
frota teve um CAGR de 12% e o faturamento um CAGR de 11%.
Em 2010, 56% das locações tiveram como objetivo a terceirização de frota, 24% o turismo de
negócios e 20% para o turismo de lazer.
Segmentação por classe de demanda
Em pesquisa realizada pelo MTur e FIPE em 2007, o lazer foi a motivação principal para viagem
doméstica declarada por cerca de dois terços dos entrevistados, seguida por negócios com 24% e
outros motivos com 9%.
Turismo de Lazer
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O turismo de lazer é, por definição, composto por viagens motivadas pela busca do entretenimento
em praias, campo, em cidades com ricos acervos culturais, históricos ou naturais, em parques
temáticos, em resorts que ofereçam serviços especializados ou diferenciados, visitas a parentes e
amigos. Há um alto grau de viagens discricionárias nesse segmento, ou seja, a demanda é muito
influenciada pela renda disponível das famílias e da atratividade do turismo como consumo.
Segundo estudo da Euromonitor International (“Travel and Tourism Global Overview”, março/2011),
as vendas no varejo de turismo de lazer a nível global em 2010 foram três vezes maiores que as
corporativas, o que deve se manter até 2015, onde deve atingir aproximadamente US$ 600 bilhões.
Em pesquisa do MTur e FIPE, os principais motivos dos turistas nas viagens de lazer domésticas
foram: a visita a parentes/amigos; sol e praia; compras pessoais; turismo cultural e; diversão
noturna.
Algumas características distinguem o turista doméstico de lazer do de negócios, também levantadas
pelo estudo do MTur FIPE:
As viagens de lazer usam automóvel em 50% dos casos, enquanto as de negócios em 36%. Em
contrapartida, viagens de negócios usam o avião em 22% dos casos, contra apenas 8% das de
lazer;
Em mais da metade das viagens a lazer o turista se hospeda na casa de amigos e parentes,
indicando uma grande oportunidade para o setor hoteleiro;
92% dos turistas alegam não ter usado os serviços das Empresas de Turismo para organizar a
sua principal viagem, indicando também uma grande oportunidade para as empresas do setor
aumentar sua penetração.
Turismo de Negócios
O turismo de negócios trata das viagens onde a motivação seja algum compromisso de natureza
profissional, o que inclui participação em congressos, seminários, feiras e etc.
Em 2007 foram realizadas 37 milhões de viagens domésticas motivadas por negócios, segundo o
MTur. O dinamismo do turismo de negócios no Brasil pode ser comprovado pelo desempenho do
segmento corporativo das Empresas de Turismo, incluindo as operadoras. Segundo a pesquisa
“Indicadores Econômicos das Viagens Corporativas”, encomendada pela Associação Brasileira de
Gestores de Viagens Corporativas (ABGEV), o setor de viagens corporativas cresceu 20% em 2010,
movimentando R$ 21 bilhões.
O mercado crescente tem estimulado a consolidação no Brasil, exemplificada pelo anúncio em
novembro da aquisição de 100% da Net Tour pela Carlson Wagonlit Travel (CWT), a maior empresa
do mundo de turismo corporativo. Segundo seu presidente em entrevista ao jornal Valor Econômico,
com a aquisição a CWT deve faturar em torno de R$ 1,5 bilhão em 2012.
Já o fluxo receptor internacional de turistas estrangeiros em viagens de negócios, segundo o MTur
baseado em dados do WTO, veio apresentando uma queda leve a partir de 2005, que se acentuou
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em 2009, impulsionado principalmente pela crise financeira nos principais países emissores. Em
2010 houve uma recuperação nos níveis de entrada de turistas estrangeiros no Brasil, e estudos da
MTur e FGV estimam que a proporção relativa a viagens de negócios, que estava em patamares de
29% até 2005 e chegou a 23% em 2009, deva retornar gradativamente aos 29%. Além disso, a
crescente importância brasileira no contexto econômico mundial, aliada ao crescente número de
eventos de negócios internacionais sediados no Brasil, reforça a atratividade do país.
Eventos de Negócios
O Brasil tem se desenvolvido nos últimos anos como destino de eventos de negócios internacionais.
Segundo o International Congress and Convention Asssociation (ICCA), passou de 62 em 2003 para
275 eventos em 2010, ocupando por 3 anos a 7ª posição mundial.
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Apesar de estar concentrada em São Paulo, que sediou 75 eventos em 2010, a quantidade de
cidades brasileiras nesse grupo passou de 22 para 45 nesse período, caracterizando uma
desconcentração, distribuindo os ganhos por outras capitais brasileiras.
Em 2008, os 254 eventos ICCA contaram com 64.500 participantes não-residentes no Brasil,
segundo o EMBRATUR. Os segmentos mais importantes em número de participantes foram
Tecnologia e Meio Ambiente (46%), Médico (38%), e Educação Social e Esporte (12%).
Segundo estudo da EMBRATUR (2008/2009), o turista estrangeiro que chega ao Brasil para
participar de evento associativo tem gasto diário médio de US$ 280, contra apenas US$ 68 para o
turista de lazer.
Intercâmbio e outros Relacionados à Educação
O turismo emissor de intercâmbio, ou educacional, é aquele em que o objetivo principal do turista é
aprimorar seu conhecimento sobre outros idiomas, culturas ou obter conhecimento específico em
cursos curriculares ou não. O aumento da internacionalização do Brasil, onde cada vez mais as
empresas valorizam experiências internacionais no recrutamento de jovens, além do câmbio
favorável, têm contribuído para este ser um dos segmentos de maior crescimento atualmente.
Segundo a Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), que diz representar 90% do
mercado das Empresas para turismo de intercâmbio, os cursos de intercâmbio disponíveis no
mercado em geral envolvem: cursos colegiais (jovens de 15-18 anos), idiomas, idiomas combinado
com interesses específicos, para professores, terceira idade e programas de férias.
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Brasil
A nível mundial, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), atualmente 3 milhões de estudantes realizam estudos no exterior, que, estima-se, atingirá
10 milhões em 2025.
Outros Motivos de Viagem
Turismo visando jogos esportivos: destaque crescente no Brasil nos últimos anos. Os Jogos
PanAmericanos de 2007 marcaram a entrada do Brasil como sede de grandes eventos
esportivos mundiais. Aconteceram 36 eventos esportivos internacionais no país em 2011, em
aproximadamente 15 cidades diferentes, com destaque para os 5o Jogos Mundiais Militares em
julho no Rio de Janeiro, onde participaram 6.000 atletas de 110 países e 2.000 treinadores e
comissões técnicas, segundo o site oficial do evento. Para os próximos 5 anos, além dos
megaeventos Copa do Mundo e Olimpíadas, já estão programados cerca de 20 eventos
esportivos por ano. Alguns exemplos abaixo mostram a diversidade e a importância:
Evento Local Audiência estimada
Data Última edição no país
Mega
eventos
Confederations Cup Brasil 400.000 2013 Primeira vez
Copa América Rio de Janeiro 800.000 2015 1989
World University Games Brasil 300.000 2017 Primeira vez
Summer Paralympics’ Games Rio de Janeiro 100.000 2016 Primeira vez
Formula 1 – GP Brasil São Paulo 72.631 Anual (Novembro) 2011
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Rally dos SertõesGoiânia to Fortaleza
30.000 Anual (Agosto) 2011
Eventos
de média
escala
São Silvestre (Marathon) São Paulo 21.000 Dezembro 11 2010
São Paulo International
MarathonSão Paulo 20.000 Anual (Junho) 2011
Masters Track & Field
ChampionshipPorto Alegre 20.000 2013 2010
UFC Rio (Mixed Martial Arts) I
and IIRio de Janeiro 16.572 Ago2011/Jan2012 Primeira vez
WCT (Surf) Rio de Janeiro 10.000 Anual (Maio) 2011
Rio Surf Pro International Rio de Janeiro 10.000 Anual (Outubro) 2011
Rio de Janeiro Marathon Rio de Janeiro 9.000 Anual (Agosto) 2011
Rio de Janeiro International Half Marathon
Rio de Janeiro 9.000 Anual (Agosto) 2011
WCSK8 (Oi Rio Vert Jam)
(Skate)Rio de Janeiro 8.500 Anual (Março) 2011
Brasil Open (Tennis) Bahia 4.665 Anual (Setembro) 2011
Brasilia Open – Beach Volleyball Brasília 4.500 Anual (Abril) 2011
Judo World Championship Rio de Janeiro 2.500 2013 2011
Eventos e serviços direcionados ao público GLS: crescente no Brasil e em várias partes do
mundo, como a Parada Gay de São Paulo. Segundo a São Paulo Turismo (SPTuris), em 2010
mais de 400 mil turistas vieram a São Paulo e cerca de 3 milhões de pessoas se reuniram na
Av. Paulista. A próxima convenção anual da Intenational Gay & Lesbian Travel Association será
em Florianópolis, em 2012;
Turismo com motivação médica: este é outro segmento que cresce muito a nível global, com os
consumidores procurando por locais onde os procedimentos médicos tenham melhor
custo/benefício. Na pesquisa MTur e FIPE de 2007, 7% dos turistas responderam que a saúde
era um dos motivos de viagem. Segundo o Euromonitor International, turismo objetivando
procedimentos cosméticos tem crescido com vigor na Malásia, Taiwan e Argentina. Segundo o
mesmo relatório, as categorias de turismo que mais crescerão (CAGR) em valor de vendas
entre 2010-2015, por motivação, serão: Parques Nacionais – 6,8%; Turismo Médico: 5,4%;
Spas: 3,3%; Cruzeiros: 3,3% e; Aventura: 3,3%.Festas de Rodeios: A Confederação Nacional
de Rodeios (CNAR) calcula que sejam realizadas 1.800 festas de rodeios anualmente no Brasil,
com visitas estimadas em 30 milhões em 2009. Segundo levantamento feito pela Folha de
S.Paulo, com dados da CNAR, as 30 maiores tiveram 4 milhões de visitantes em 2010;
Turismo com motivação religiosa: também apresenta números relevantes, com 3,8% dos
viajantes apontando esta como uma das motivações de turismo, na pesquisa MTur e FIPE.
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Brasil
Alguns estudos da Escola de Turismo da USP estimam que a cidade de Aparecida do Norte,
SP, receba em torno de 7 milhões de turistas anualmente, sendo o maior centro de
peregrinação religiosa da América Latina;
O Rio de Janeiro sediará a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento a nível
mundial da Igreja Católica, contando com a presença do Papa Bento XVI. Em algumas das
edições anteriores, o número de visitantes foi muito elevado, como Manila em 1995, com 5
milhões, e Roma em 2000, com 2,1 milhões, segundo a CNBB. Para 2013, a prefeitura do Rio
de Janeiro espera a chegada de 4 milhões de peregrinos na cidade;
Festas do Norte / Nordeste: as cidades de Campina Grande (PB) e Caruaru (PE) recebem mais
de 1,5 milhão de visitantes cada uma durante as comemorações de festa junina nos meses de
junho e julho. A cidade de Juazeiro do Norte (Ceará), conhecida por suas romarias ao Padre
Cícero, segundo sua Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Romarias, recebe
em torno de 2 milhões de visitantes anualmente. A romaria a São Francisco, na cidade de
Canindé (Ceará), segundo Secretaria de Turismo do município, trouxe à cidade 200 mil
romeiros no dia 18 de setembro. Já no Norte do Brasil, o festival de Parintins, no Amazonas,
atrai todos os anos mais de 100 mil pessoas, de acordo com o site oficial do evento;
Carnaval: apesar de estar concentrado em apenas quatro dias ao ano, movimenta uma grande
quantidade de turistas domésticos e estrangeiros por todo o país. Segundo estimativas da
Riotur, no carnaval de 2011 a cidade do Rio de Janeiro recebeu 760 mil turistas. O governo da
Bahia estima que Salvador recebeu outros 550 mil neste ano.
Canais de Distribuição
O canal de distribuição na indústria do turismo é um sistema de intermediários ligando os produtos e
serviços turísticos aos consumidores, pessoas físicas ou corporativas. Podemos agrupá-los em
tradicionais e eletrônicos.
Canais Tradicionais
Mais próximas do consumidor final pessoa física ou corporativa, existem as Empresas de Turismo
emissoras, que geralmente prestam serviço de consultoria sobre destinos, pacotes, documentação.
Conforme explicado em tópico anterior, podem ser segmentadas por motivo da viagem ou pelo tipo
de consumidor. Em posição intermediária, existem as operadoras turísticas, que montam pacotes de
serviços e produtos turísticos e distribuem via Agências emissoras. Finalmente, próximo aos
fornecedores de serviços turísticos, estão as Empresas de Turismo receptivas, que trabalham
exclusivamente com a recepção de turistas, reserva de hotéis, transporte de passageiros, etc
Canais eletrônicos
Todos os elementos da cadeia de distribuição e também os fornecedores de produtos e serviços
utilizam canais eletrônicos para se aproximar dos consumidores finais.
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Empresas de Turismo emissoras desenvolvem seus próprios sites na internet para informar sobre seus produtos e/ou comercializá-los, em processos com início e fim no site ou a finalização em loja física;
Existem Empresas puramente online, ou seja, operam somente por meios eletrônicos, não sendo um canal de uma empresa tradicional. O maior exemplo é a Expedia Inc, Decolar.com, Viajanet e Rapi10.
Operadoras também desenvolvem sites para evitar que a comercialização de seus produtos seja intermediada por outra Empresa de Turismo;
Fornecedores de produtos turísticos são os mais desenvolvidos na utilização da Internet para vender diretamente ao consumidor: companhias aéreas, hotéis, empresas de locação de veículos, empresas de transporte marítimo e ferroviário, etc;
É inegável o papel da internet na comercialização dos produtos e serviços turísticos. O rápido
aumento do acesso à internet e à conexões de banda larga no Brasil, associado a uma população
jovem (Gerações “Y” e “Z”) que não tem as resistências habituais ao comercio eletrônico e abraça
as redes sociais com muito vigor, garantem um futuro promissor para o canal. Segundo o IBOPE
Nielsen online, entre junho de 2010 e 2011 houve um crescimento de 14% na procura por sites de
viagens, alcançando 23,6 milhões de usuários únicos. Em relação aos cruzeiristas, pelo seu perfil
socioeconômico elevado, 58% com ensino superior completo, e por ter partido de uma base menor,
o crescimento dessa subcategoria foi de 117% no período.
Segundo reportagem da Revista Exame, citando pesquisa da E-Consulting, o turismo foi a categoria
do comércio eletrônico que mais cresceu no primeiro semestre de 2011 no Brasil: 29%, contra a
média do varejo online de 19%. Até o final de 2011, o faturamento do turismo online deve alcançar
R$ 7,3 bilhões, segundo a mesma fonte.
Segundo o relatório “Travel and Tourism: Global Overview 2011”, da Euromonitor International, há
muito espaço para o crescimento na penetração das vendas online de produtos turísticos na
América Latina, se comparado com outros continentes.
Penetração Regional das Vendas Online por Categoria (2010)
Pacote Turístico Passagem Aérea Hotel
América do Norte 54% 57% 39%
Europa Ocidental 23% 49% 16%
América Latina 8% 20% 4%
Fonte: Euromonitor International
O total de brasileiros com acesso à internet chegou a 73,9 milhões em 2010, crescimento de 10%
sobre o ano anterior, segundo o IBOPE Nielsen Online. A adoção do canal eletrônico para compras
também avança rapidamente no país, embora com velocidades diferentes. Segundo o Comitê
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Gestor da Internet no Brasil (CGI), 59% dos internautas da classe A já compram on-line; na classe B
13%; e na C 5%.
Citando o crescimento das vendas de turismo pela internet e o elevado gasto dos turistas brasileiros
no exterior, o site francês de ofertas de viagens de luxo Voyage Privé, que prevê faturar US$ 380
milhões em 2011, justificou a sua entrada no mercado brasileiro em novembro.
Infraestrutura e o Setor de Turismo
A Pesquisa do Fórum Econômico Mundial divulgada em março de 2011 posicionou o Brasil em 52º
lugar no ranking de competitividade no turismo, entre os 139 analisados (caindo da posição 49 em
2009). Entre os 14 quesitos avaliados, as infraestruturas de transporte terrestre e aeroportuário, a
violência e a mão de obra qualificada foram os principais responsáveis pela mediana posição
brasileira.
Adicionalmente, a World Tourism Organization (UNWTO) classifica o Brasil em 95º lugar num grupo
de 130 países em relação a infraestrutura de transporte de grupo.
Nas áreas urbanas, a integração entre modais também apresenta sérias limitações em decorrência
das carências relativas à mobilidade urbana, particularmente nas grandes cidades.
A infraestrutura de transportes brasileira, além de ser um limitante para a atividade econômica em
geral, pode caracterizar um limitante ao crescimento dos fluxos turísticos no Brasil. No mercado
doméstico, o crescimento dos desembarques nacionais foi de 118% entre 2003 e 2010, provocando
uma ocupação de praticamente toda a margem operacional da infraestrutura aeroportuária nos
principais destinos turísticos do país, segundo o MTur.
O caráter multiministerial das iniciativas relacionadas à infraestrutura de transporte, e
consequentemente de turismo, dificulta a coordenação de esforços pelo governo federal e em
particular o MTur.
Indicando uma percepção de urgência pelo governo federal, recentemente foi anunciado que os
aeroportos de Brasília, Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, e Viracopos, em
Campinas, serão explorados pela iniciativa privada, que poderá ter no mínimo 51% do capital, e a
Infraero deve ficar com até 49%. O governo também estuda fazer a concessão dos aeroportos
Confins (MG) e Galeão (RJ).
Segundo a Infraero, os aeroportos diretamente relacionados às 12 cidades-sede para a copa de
2014 receberão investimentos de R$ 5,6 bilhões, sendo R$ 5,2 bilhões da própria Infraero.
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A qualidade do sistema viário terrestre, dos terminais turísticos rodoviários e dos pontos de parada e
outras limitações da atividade são apontadas pela Câmara Nacional do Comércio como uma das
principais causas para o fato do transporte turístico rodoviário hoje corresponder a 20% do que era
em 1985, aliada à concorrência do modal aéreo.
Para endereçar esse ponto, o Ministério do Planejamento lançou, em fevereiro de 2011, o PAC da
Mobilidade, destinado a incrementar a infraestrutura de transporte público nas 24 principais cidades
brasileiras. Segundo o Ministério, serão investidos R$ 18 bilhões, dos quais 6 bilhões diretos da
União e 12 bilhões através de financiamentos.
Por fim, os diversos eventos que ocorrerão no Rio de Janeiro nos próximos anos têm mobilizado a
alocação de investimentos na cidade. Segundo sua Prefeitura, 16 investimentos em mobilidade
urbana ou estão em andamento ou em fase de planejamento, sendo quatro vias expressas:
Transbrasil (em projeto): recursos de R$ 1,5 bilhão. Vai contar com o Bus Rapid Transit (BRT).
Ligará Deodoro ao Centro, atravessando toda a Avenida Brasil;
Transoeste (em construção): R$ 0,7 bilhões – ligará Barra da Tijuca a Santa Cruz;
Transcarioca (em construção): R$ 1 bilhão estimado em investimentos – ligará a Barra da Tijuca
ao aeroporto do Galeão;
Transolímpica (obras a iniciar): estimados R$ 1,6 bilhão em investimentos – ligará Recreio das
Bandeiras a Deodoro
Incentivos Governamentais
O MTur desenvolveu um plano de longo prazo para o turismo receptivo, o Plano Aquarela 2020 –
Marketing Turístico Internacional do Brasil – com metas para o fluxo de turistas. Segundo seu
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documento de divulgação, seus objetivos principais são: aprimorar os resultados de longo prazo na
promoção turística do país; envolver os setores público e privado numa estratégica unificada;
promover o Brasil como destino turístico internacional e; aproveitar os megaeventos mundiais para
fazer o Brasil mais conhecido como destino turístico.
Além disso, a MTur desenvolve uma série de projetos específicos para melhorar a qualidade da
oferta e regionalização, baseados em estudos sobre tendências no setor, tais como: Programa de
Estruturação dos Segmentos e Projeto de Cooperação Técnica para Roteirização – diversificação e
segmentação da oferta; Projetos Talentos do Brasil Rural e Projetos relativos ao Turismo de Base
Comunitária – incentivo ao turismo social e local; Projeto Economia de Experiência – apoio ao
pequeno negócio turístico e; Novo sistema de classificação de meios de hospedagem – inserção
nos padrões internacionais de normatização
Atualmente está disponível, através dos principais bancos estatais, uma série de linhas de crédito
específicas para o turismo, definidas pelo MTur:
FINGETUR – Fundo Geral do Turismo – aquisição de máquinas e equipamentos novos
PROGER – Turismo Investimento – para investimento fixo e capital de giro associado
FNE – programa de apoio ao turismo regional NE
FNO – programa de desenvolvimento sustentável para o Amazonas
FCO - programa de apoio ao turismo regional CO
BNDES automático até R$ 10 milhões, FINEM, FINAME e cartão BNDES
Programas regionais de desenvolvimento do turismo (Prodetur), direcionados a estados e
municípios, que são operacionalizados pelo MTur e tem parceria com o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Corporação Andina. Já tem US$ 870 milhões
em projetos aprovados e US$ 780 milhões aguardando aprovação.
Segundo o MTur, o volume de recursos desembolsados pelas instituições financeiras federais para
o setor de turismo aumentou 181% desde 2003, com destaque para os dois últimos anos. Em 2010,
72% dos recursos saíram do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
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E . S E R V I Ç O S F I N A N C E I R O S N O T U R I S M O
Com a estabilização econômica do país e a obtenção de uma linha de desenvolvimento sustentável
da renda das famílias, surge como consequência natural a crescente expansão do nível de
bancarização, num fenômeno simultâneo de penetração geográfica e de classes. Atrelada a esta,
evidencia-se a massificação do acesso ao crédito, abrindo caminho à democratização de toda uma
variedade de produtos financeiros, cada vez mais diversos e sofisticados, e até aqui apenas
acessíveis às camadas mais favorecidas da população.
Como uma das atividades econômicas com potencial de crescimento futuro, o turismo não deverá
deixar de acompanhar este processo, alavancando a sua atividade na comercialização de produtos
financeiros relacionados. O crescimento dos serviços financeiros no turismo deverá apoiar-se em
três pilares fundamentais: crédito pessoal para o consumo de produtos turísticos e em particular a
influência no padrão de utilização dos cartões de crédito, produtos de câmbio e mercado segurador.
Crédito
Os pacotes de turismo, dado o seu perfil discricionário, o caráter habitualmente esporádico e
sazonal e o peso que em geral representam sobre os orçamentos familiares, revelam-se
normalmente inatingíveis para os segmentos da população de rendas média e baixa excluídos do
acesso ao crédito. Nesse sentido, esse é um dos setores que mais deverá beneficiar-se do vigoroso
crescimento do mercado de financiamento ao consumo privado que vem se verificando no Brasil,
em paralelo ao desenvolvimento econômico e social.
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Ao longo da última década, o crédito à Pessoa Física avançou dos 66 bilhões de reais em 2000 para
os mais de 560 bilhões de reais em 2010, com destaque para o crescimento do crédito pessoal,
onde se inserem os produtos de turismo, a uma taxa anual composta de 24% no mesmo período. O
seu peso sobre o PIB, que era pouco superior a 5%, triplicou, atingindo mais de 15%.
De fato, o caminho de crescimento econômico sustentado e de reforço da confiança dos agentes,
investidores e consumidores seguido ao longo dos últimos anos, não se reflete apenas no atenuar
das desigualdades e no incremento da renda disponível. Transporta igualmente consigo um efeito
de melhoria das condições de financiamento das instituições de crédito. A estabilização e
visibilidade proporcionadas pelo novo quadro macroeconômico vêm permitindo o alargamento dos
prazos dos empréstimos e a redução dos spreads exigidos, que no Brasil estão entre os mais
elevados do mundo. Segundo dados do BCB, na última década o prazo médio das operações de
crédito com recursos livres para Pessoas Físicas mais do que duplicou, desde o mínimo de 242 dias
em 2004, para 562 dias no final de 2010, ao passo que o spread médio se reduziu em mais de
metade, dos 60% em 2004 para os cerca de 27% no final de 2010. Este efeito alavanca-se na
capilaridade crescente do sistema financeiro nacional e no robusto ritmo de bancarização da
população para permitir a conversão em massa ao universo do financiamento, abrindo para milhões
de novos consumidores as portas de acesso a produtos habitualmente parcelados, como é o caso
do turismo.
Segundo projeções da LCA Consultores, este fenômeno deverá continuar ao longo da próxima
década, embora naturalmente com um ritmo menor. Estima-se que o volume nominal de crédito à
Pessoa Física mais do que quadriplique, atingindo cerca de 24% do PIB em 2020. Este indicador
era já em 2010 de 52% do PIB na França e 57% na Alemanha, o que permite antever a larga
margem de expansão existente no Brasil.
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Numa visão de mais curto prazo, a FEBRABAN divulgou recentemente uma estimativa de
crescimento que mostrava que a componente de crédito pessoal deverá continuar a ser o principal
impulsionador do crescimento de 15% ao ano em 2011 e 2012 do total de recursos livres para
pessoas físicas, pois se prevê que este componente irá avançar 17% ao ano no mesmo período.
Tem sido notória a tendência das instituições financeiras no sentido de adicionar à sua oferta
produtos direcionados ao turismo. Um exemplo do apetite do consumidor de turismo pelo crédito é o
sucesso alcançado pelo Cartão Turismo da Caixa Econômica Federal (CEF), agente financeiro do
Ministério do Turismo. Acrescenta às funções tradicionais de um cartão de crédito o financiamento a
24 meses e com juros mais favoráveis do consumo em estabelecimentos dos ramos de turismo,
como hotéis, pousadas, companhias aéreas, locadoras de veículos e Empresas de Turismo.
Segundo a CEF, já foram emitidos mais de 1,6 milhões de cartões desde que o produto foi lançado
no final de 2005, o que representa uma disponibilidade de crédito de cerca de R$ 900 milhões.
Cartões de crédito
Se a amplitude do acesso ao crédito segue em acelerado processo de expansão no Brasil, o
panorama não é diferente no que diz respeito ao padrão de utilização dos meios de pagamento. O
processo de simultâneo incremento da bancarização da população e de crescimento da massa de
consumidores vem se traduzindo na progressiva adoção de instrumentos eletrônicos no ato de
pagamento, em substituição dos meios tradicionais, de que é exemplo mais comum o próprio papel-
moeda. Apesar da maior parte das transações no varejo continuar a efetuar-se através deste,
especialmente quando se trata de montantes menores, é nítida uma modificação nos
comportamentos do consumidor Brasileiro, seguindo o caminho que há alguns anos vem sendo
percorrido pelas economias desenvolvidas. Assim, a evolução da representatividade do pagamento
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com cartão no consumo das famílias Brasileiras vem sendo galopante, esperando-se que em menos
de uma década supere pela primeira vez o papel-moeda como instrumento principal de pagamento.
Embora o faturamento com cartões tenha, segundo a Associação Brasileira de Cartões de Crédito e
Serviço (ABECS), ultrapassado o meio trilhão de reais em 2010, representa ainda apenas um quarto
do consumo das famílias, o que compara com os atuais 45% dos EUA.
Este fenômeno vem sendo sustentado no significativo crescimento dos meios eletrônicos, bem como
do montante médio por transação. Segundo dados da ABECS, nos últimos 5 anos, de 2005 a 2010,
o número de cartões de crédito em circulação cresceu mais de 150%, atingindo os cerca de 170
milhões e representando cerca de um terço das transações com instrumentos não em espécie, se
contabilizados em conjunto com os cartões de rede e loja, os chamados co-branded - cartões
híbridos que podem ser utilizados em determinadas lojas de varejo ou nas redes abertas como a
Cielo ou a Redecard.
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Conforme mencionamos, este fenômeno tenderá a manter-se no futuro, em paralelo ao
desenvolvimento econômico do país, dado o baixo índice de utilização desse meio de pagamento
em comparação aos padrões observados nos países desenvolvidos. O setor de turismo será
justamente um dos grandes beneficiários desta transição de comportamento, impulsionado por duas
forças principais:
i) O tipo de produto que oferece ao consumidor, sazonal e fortemente discricionário,
dependente em grande medida da disponibilidade de crédito e, sobretudo, da possibilidade
de parcelamento. Este pode advir da utilização do crédito tradicional bancário, de cartões
ou linhas de crédito já disponíveis, ou ainda da promoção de cartões de rede de loja das
Empresas de Turismo, constituindo assim uma linha de negócio adicional com forte margem
de expansão;
ii) A crescente penetração que estes instrumentos financeiros estão obtendo com os
consumidores das novas classes emergentes, cujas rendas atingiram níveis condizentes
com a aquisição de produtos de turismo.
Conforme demonstra a tabela abaixo, nas classes de menor rendimento o avanço da indústria de
cartões supera já a própria penetração de contas bancárias.
Penetração de Cartões e Contas Bancárias na População (%)
Total AB C DE
Posse de cartões 67% 81% 64% 36%
Crédito 45% 61% 38% 20%
Débito 53% 70% 49% 19%
Conta bancária 67% 82% 64% 33%
Fonte: ABECS – Levantamento em 11 regiões metropolitanas
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A mudança de paradigma dos meios de pagamento permitirá ao setor de turismo incrementar o seu
mercado-alvo natural, não apenas por via da penetração de classes como também através da
penetração geográfica. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado
de São Paulo (FECOMERCIO), o número de estabelecimentos credenciados cresceu mais de 2,5
vezes no período de uma década, atingindo 1,4 milhões de postos com aceitação de cartões em
2008, com expansão tanto pelo interior do país como por periferias de grandes centros urbanos. As
emissões de cartões têm sido mais intensas fora do tradicional eixo entre Rio de Janeiro e São
Paulo, condizente com uma estratégia de captação de clientes nitidamente voltada paras as classes
de menor renda.
Este processo está sendo reforçado pelo lançamento da bandeira de aceitação local ELO em 2011,
criada por Bradesco e Banco do Brasil, com posterior adesão da CEF. Pelo seu caráter local, a ELO
deverá se constituir como uma ferramenta instrumental de captação das classes mais baixas pelas
empresas do setor de turismo. Os bancos criadores têm uma capilaridade regional e local que não
está ao alcance das bandeiras tradicionais e estão posicionando este produto na direção de um
segmento de população de baixa renda, que não viaja ao exterior e que, como tal, não vê valor na
posse de um cartão de crédito com validade internacional. A inexistência das funcionalidades
exigidas aos cartões tradicionais pode se traduzir numa redução considerável dos custos que lhe
estão associados, levando a ELO a informar o objetivo de deter 15% do mercado nacional de
cartões de crédito em 5 anos.
A forte alavancagem da atividade turística no mercado de cartões de crédito fica ilustrada no gráfico
abaixo, onde se verifica que os gastos com cartão de crédito em produtos associados ao setor de
Turismo e Entretenimento avançaram a uma taxa anual composta de 23% nos últimos 4 anos,
cotando-se em R$ 68 bilhões. Desde 2007, o peso das transações turísticas sobre o total avançou
quase dois pontos percentuais, atingindo os 14,3% em 2010.
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A Cielo, rede adquirente líder no mercado Brasileiro, divulgou números do ano de 2009 relativos ao
segmento específico de turismo, revelando que este havia capturado cerca de 6% do seu total de
volumes movimentado, o que compara com uma representatividade do setor na economia de
apenas 3,3%. Os pagamentos com cartões de bandeira VISA no segmento de turismo representam,
em termos de faturamento: 49% para as companhias aéreas, 33% para os hotéis e 15% para as
operadoras.
Câmbio
No caso do turismo internacional, a complexidade envolvida no ato de pagamento não se esgota no
tipo de instrumento a utilizar, já que surge na equação o vetor adicional do câmbio. Com o processo
de abertura do mercado Brasileiro ao exterior iniciado na década de 1990, intensificaram-se as
transações comerciais internacionais, o que impulsionou a utilização e sofisticação de produtos de
câmbio, quer no âmbito corporativo, quer no particular.
O setor de turismo, que segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT) representava já em
2009 6% das exportações mundiais totais e 30% das exportações mundiais de serviços,
acompanhou naturalmente esta tendência. O fluxo cambial total do Brasil, resultante da
contabilização da despesa cambial e da receita cambial turística, atingiu em 2010 o valor de US$
22,3 bilhões, quase cinco vezes o valor registrado em 2003, segundo o BCB. O último relatório do
BMI estima que esta variável atinja os US$ 36 bilhões em 2015, conforme se pode observar no
gráfico abaixo.
Este valor é consideravelmente relevante para as corretoras de câmbio atuando no setor de turismo,
uma vez que, com o crescimento das transações de câmbio, cresce o seu mercado endereçável
potencial.
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Brasil
Muito embora a utilização de cartões de crédito de bandeira internacional seja cada vez mais
comum no consumo por turistas em visita ao exterior, as corretoras de câmbio continuam a ter um
papel fundamental na prestação deste serviço, especialmente no caso particular do Brasil, por
questões tributárias. Neste ponto, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que vinha
cobrando 2,38% das compras efetuadas no exterior com recurso a cartão de crédito, sofreu
recentemente uma penalização, passando a reter 6,38% do valor destas transações. Como
resultado, ainda que o câmbio turismo seja tradicionalmente comercializado acima do câmbio
normal, torna-se mais compensador para o viajante internacional proceder previamente à conversão
do real em moeda estrangeira, estando assim sujeito a uma taxa reduzida de 0,38% de IOF.
As corretoras de câmbio estruturam atualmente a sua oferta segundo três tipos de produtos base:
Câmbio manual: conversão tradicional de papel-moeda
Cartão pré-pago: consiste numa operação de câmbio semelhante à tradicional, mas com o
montante creditado num cartão de bandeira internacional, utilizável globalmente como
forma de pagamento em moeda estrangeira, o que o torna uma opção mais segura (são
exemplos Visa Travel Money, Mastercard Cash Passport ou Amex Global Travel). Tal como
no câmbio manual, não está sujeito à flutuação da cotação da moeda; o remanescente
pode ser utilizado em viagem posterior ou revendido à corretora;
Remessas e pagamentos internacionais: opção para pagamento de faturas internacionais
ou transferência de valores para o exterior
Algumas operações recentes de consolidação no mercado de corretoras de câmbio demonstram as
oportunidades de ganhos de escala e expectativas de crescimento para o setor. A brasileira Grupo
Confidence, por exemplo, se uniu à inglesa Travelex num negócio de US$ 500 milhões em maio de
2011. Já o banco Rendimento, dono da corretora Cotação, adquiriu a corretora Action no final de
2007.
As principais corretoras independentes em termos de número de operações, segundo o BACEN,
são:
Fonte: Bacen, Difis, maio 2011
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Corretora Número de operações
Renova 10.186
Cotação 8.924
Confidence 7.272
Fitta 3.301
Action 2.136
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Brasil
Seguro e Assistência Viagem
Os produtos de seguro e assistência viagem apresentam uma oferta diversificada em vários
aspectos: natureza do produto (assistência ou seguro), tamanho e abrangência de cobertura e canal
de venda e forma de contratação, muitas vezes confundindo o canal e também o cliente final.
Estima-se que de 90% a 95% sejam adquiridos por turistas em viagens internacionais.
Em geral, há quatro formatos diferentes de assistência/seguradora nas ofertas dos produtos:
seguradoras estabelecidas no Brasil, mas que incorporam coberturas de assistência executadas por
empresas estrangeiras; seguradoras estrangeiras comercializando produtos através de corretores
estabelecidos no Brasil, com pagamento em cartão de crédito internacional e; empresas de
assistência, brasileiras ou não, que se utilizam de seguradoras parceiras estabelecidas no Brasil.
Produto Características Canais de Distribuição Comissão paga
Assistência
Viagem
O principal do produto são
as coberturas de assistência
com ou itens de seguros,
cobertos por seguradora
parceira.
Apenas as coberturas de
seguros são reguladas e
quantificadas pela SUSEP.
Empresas de Turismo
Incluídas nos pacotes das
operadoras
Sites de viagem (com
exclusividade ou não)
Sites específicos de seguro/
assistência viagem
Direto
o Lojas próprias
o Call center
o Site próprio
20% a 40% para as
Empresas de Turismo.
Seguro
Viagem
Produto de seguro com
alguma ou nenhuma
cobertura de assistência
fornecida por empresa
própria ou parceira.
Empresas de Turismo
Incluídas nos pacotes das
operadoras
Corretora de seguros
Direto
o Agências bancárias
o Site próprio
De 10 a 25% para os
corretores de seguros.
A não ser as coberturas básicas de morte e invalidez, que são caracteristicamente produtos de
seguros, as outras coberturas, como assistência médica, odontológica, perda de bagagem, diárias
por atraso, etc., podem estar contidas em produtos de seguro viagem ou assistência viagem.
Nesses casos, entende-se por seguro o produto que oferece reembolso de uma despesa efetivada
pelo cliente. Os prêmios variam de R$ 2,00 a R$ 4,00 por dia para destinos nacionais e de R$ 9,00 a
R$ 25,00 por dia para destinos internacionais. As Empresas de Turismo costumam oferecer planos
já incluídos em seus pacotes, geralmente por intermédio de um convênio com seguradoras
parceiras. No caso do segmento corporativo, existem planos executivos com múltiplas proteções por
meio de uma apólice aberta com prazos anuais.
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Brasil
As estatísticas oficiais da SUSEP consideram apenas as coberturas de seguros, portanto refletem
parcialmente o mercado, não considerando os produtos de assistência e seguros de empresas no
exterior. Entretanto, os números mostram um crescimento robusto dos prêmios emitidos, saltando
no último ano, com crescimento de mais de 100%.
Considerando que o número de turistas brasileiros que viajaram ao exterior cresceu
aproximadamente 25% de 2009 para 2010, bem menos que os prêmios, os números do seguro
viagem refletem também uma combinação de aumento da penetração: exigência pelo Tratado de
Schengen na Europa; cruzeiros exigindo seguro por parte das receptivas e; maior nível de litígio na
relação Agência/consumidor, obrigando as Empresas emissoras a se protegerem através do reforço
da necessidade de seguro viagem a seus clientes.
O setor de assistência-viagem tem apresentado crescimento semelhante. Segundo a Associação
Brasileira de Cartões de Assistência (ABCA), o mercado cresceu 50% nos dois últimos anos e deve
crescer outros 25% em 2011. Hoje, aproximadamente 35% dos viajantes brasileiros ao exterior
possuem cartão assistência e essa proporção deve ir a 50% dentro de dois anos, embora ainda
abaixo dos 65% apresentados pela Argentina, também segundo a ABCA.
Parte do crescimento dos seguros viagem está atrelado também à assistência, por ser parte
integrante de grande parte dos produtos de assistência.
Apesar do crescimento dos últimos anos, há obstáculos para a consolidação do produto,
particularmente nos canais de distribuição. Por representar geralmente em torno de 5% do total do
valor de uma viagem, o seguro ou assistência como produto não recebe atenção especial por parte
de Empresas de Viagem (segundo a Abracor, responderam apenas por 0,1% do faturamento das
agências corporativas no 1º semestre de 2010). Os seguros, em particular, são geralmente
distribuídos por corretores ou agências bancárias, ambos diferentes dos canais de distribuição de
produtos turísticos, por isso um descasamento entre os momentos de compra para o cliente final.
Além disso, para as seguradoras, os prêmios realizados com o produto são pequenos, não
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justificando esforços comerciais mais intensos, e como são produtos massificados, não se
desenvolve um canal de relacionamento personalizado com o cliente final.
Os produtos de assistência, distribuídos basicamente pelos canais de produtos turísticos, além de
menos regulados, conseguem estar mais próximos das necessidades dos clientes finais e também
dos canais.
4 . V I A B I L I D A D E E C O N Ô M I C A D A B R A S I L T R A V E L
A . M E T O D O L O G I A D E A V A L I A Ç Ã O
Os diferentes negócios do setor de turismo não são, na sua essência, intensivos em capital ou
demandam capital de giro significativo. Acreditamos, portanto, que o cálculo de uma TIR para a
Companhia como um todo seja pouco representativo segundo o conceito tradicional de uma relação
entre fluxo de caixa livre e investimentos necessários alocados no tempo ao longo de um período de
projeção.
No entanto, tendo em vista que o plano de negócios da Companhia prevê utilização relevante dos
recursos captados para promover aquisições de novas Empresas por todo o Brasil, fizemos uma
adaptação neste conceito tradicional e apresentamos um cálculo de TIR Real que leva em
consideração o preço de aquisição das empresas de turismo a um múltiplo do atual lucro líquido das
empresas (“Multiplo de Aquisição”), que tratamos como o investimento realizado.
O que observamos do que foi praticado pela Companhia, a fragmentação do mercado de turismo
identificada tanto a nível nacional quanto a nível estadual indica que o múltiplo efetivo de aquisição
pode variar de acordo com tamanho, segmento de atuação, desempenho financeiro das empresas e
experiência de negócios dos sócios fundadores. Acreditamos que a lucratividade das empresas,
medida pela margem de lucro líquida, tenha perspectivas naturais de crescimento ao longo do
tempo em função da integração nacional da Companhia e sinergias que serão capturadas ao longo
deste processo. No entanto, assumimos para efeito deste Estudo de Viabilidade que as margens se
manterão a níveis constantes e que o lucro líquido das empresas crescerá proporcionalmente ao
crescimento que projetamos para as receitas da Companhia, diretamente associado ao crescimento
da indústria de turismo no Brasil. Optamos por calcular a TIR sem refletir os efeitos da inflação,
portanto em moeda constante. Optamos por agir de maneira conservadora ao não considerar
aumento das margens líquidas que a Companhia espera obter com (i) maior poder de barganha
junto a fornecedores e escala da operação e (ii) o que Companhia espera promover em termos de
sinergias operacionais e reduções de custos, além de uma gestão centralizada dos recursos em
caixa.
O Grupo Econômico da Brasil Travel é composto por Empresas com atuação nos diversos setores
de turismo. Estas empresas foram responsáveis, em 2010, por mais de R$ 4,3 bilhões em vendas e
faturaram mais de R$ 378 milhões, números que refletem grande representatividade no setor de
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turismo. As tabelas a seguir apresentam o resultado consolidado do Grupo econômico para os anos
de 2010 e 2011. O lucro apresentado pelas Empresas é de aproximadamente R$ 87 milhões, o que
representa uma margem líquida consolidada de 24,7%. É importante destacar que a tendência de
crescimento do setor foi observada na grande maioria das companhias, independente de sua área
de atividade dentro do setor de turismo. A última tabela mostra ainda os impactos nas
demonstrações financeiras após a retirada de custos e despesas financeiras, que na visão da
Companhia é uma aproximação dos valores efetivos que a mesma pretende observar após a
profissionalização da gestão do caixa das Empresas.
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Brasil
Demonstrativo de Resultados do Grupo Econômico para o exercício encerrado em 31 de dezembro de 2010 (1 de 6)
Total de Vendas 63.792.408 31.031.717 8.595.199 117.539.500 37.096.560 268.064.774 132.386.154 152.465.759
Receitas de Serviço 6.735.778 6.097.747 8.595.199 11.137.220 1.733.758 14.055.894 17.344.287 22.596.731Conversão em Receita 10,56% 19,65% 100,00% 9,48% 4,67% 5,24% 13,10% 14,82%
Deduções da Receita Bruta de Serviços -582.645 -423.090 -805.345 -624.230 -97.957 -1.109.838 -1.535.236 -1.121.430
Receita Líquida 6.153.134 5.674.657 7.789.854 10.512.991 1.635.801 12.946.056 15.809.052 21.475.301
Despesas Operacionais -1.733.422 -1.472.719 -680.514 -3.056.478 -618.769 -3.567.082 -4.536.488 -5.742.464Despesas Operacionais (% da Rec. Líquida) -28,17% -25,95% -8,74% -29,07% -37,83% -27,55% -28,70% -26,74%
Despesas Administrativas -1.864.272 -1.107.292 -2.397.860 -3.158.584 -476.388 -3.565.186 -5.917.079 -7.045.205Despesas Administrativas(% da Rec. Líquida)
-30,30% -19,51% -30,78% -30,04% -29,12% -27,54% -37,43% -32,81%
Outras Despesas -366.817 -268.289 -131.854 -752.431 -110.392 -690.316 -570.646 -1.063.960
Resultado Financeiro Líquido 208.337 -168.684 -47.048 44.476 -37.159 -247.338 324.225 719.108
Despesas Financeiras -40.571 -234.837 -47.048 -105.415 -66.115 -394.460 -160.245 -345.238Receitas Financeiras 248.908 66.153 - 149.892 28.956 147.123 484.470 1.064.346
Resultado Operacional Antes das Provisões Tributárias
2.396.959 2.657.672 4.532.579 3.589.973 393.092 4.876.134 5.109.064 8.342.780
Provisão para IRPJ e Contribuição Social -708.853 -879.608 -1.381.077 -1.196.590 -109.651 -1.633.886 -1.713.082 -2.812.545
Lucro Líquido do Exercício 1.688.106 1.778.064 3.151.502 2.393.383 283.441 3.242.249 3.395.982 5.530.235Margem Líquida 27,43% 31,33% 40,46% 22,77% 17,33% 25,04% 21,48% 25,75%
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Brasil
Demonstrativo de Resultados do Grupo Econômico para o exercício encerrado em 31 de dezembro de 2010 (2 de 6)
Total de Vendas 34.486.371 116.896.213 38.696.317 24.889.227 1.361.789.716 71.844.240 47.989.092 23.124.872
Receitas de Serviço 4.063.000 16.132.691 4.798.980 3.460.542 69.228.326 10.185.361 7.964.270 2.459.918Conversão em Receita 11,78% 13,80% 12,40% 13,90% 5,08% 14,18% 16,60% 10,64%
Deduções da Receita Bruta de Serviços -351.450 -1.325.970 -415.112 -285.495 -4.750.238 -645.336 -435.798 -163.627
Receita Líquida 3.711.551 14.806.721 4.383.868 3.175.047 64.478.089 9.540.026 7.528.472 2.296.292
Despesas Operacionais -937.753 -3.496.097 -1.384.114 -576.267 -20.646.266 -2.370.089 -1.262.260 -1.198.628Despesas Operacionais (% da Rec. Líquida) -25,27% -23,61% -31,57% -18,15% -32,02% -24,84% -16,77% -52,20%
Despesas Administrativas -1.765.350 -5.015.482 -1.395.611 -1.686.324 -16.223.133 -2.864.134 -2.548.918 -274.941Despesas Administrativas (% da Rec. Líquida) -47,56% -33,87% -31,84% -53,11% -25,16% -30,02% -33,86% -11,97%
Outras Despesas -124.247 -629.188 -335.598 -81.624 -363.092 -501.524 -284.889 -158.795
Resultado Financeiro Líquido - -345.667 -19.460 -131.880 -32.460 -280.888 -12.634 69.024
Despesas Financeiras - -359.449 -19.460 -131.880 -448.386 -326.587 -12.634 -3.250Receitas Financeiras - 13.782 - - 415.926 45.699 - 72.274
Resultado Operacional Antes das Provisões Tributárias
884.201 5.320.287 1.249.084 698.952 27.213.137 3.523.391 3.419.771 732.951
Provisão para IRPJ e Contribuição Social -276.628 -1.784.898 -400.689 -213.644 -9.194.467 -1.173.953 -1.138.722 -225.203
Lucro Líquido do Exercício 607.572 3.535.389 848.396 485.309 18.018.670 2.349.438 2.281.049 507.748Margem Líquida 16,37% 23,88% 19,35% 15,29% 27,95% 24,63% 30,30% 22,11%
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Demonstrativo de Resultados do Grupo Econômico para o exercício encerrado em 31 de dezembro de 2010 (3 de 6)
Total de Vendas 16.359.000 34.957.054 20.601.006 21.964.428 116.589.443 805.221.339 64.976.476 111.440.592
Receitas de Serviço 3.277.816 5.139.963 20.601.006 2.622.039 13.750.476 25.035.513 6.956.965 10.561.845Conversão em Receita 20,04% 14,70% 100,00% 11,94% 11,79% 3,11% 10,71% 9,48%
Deduções da Receita Bruta de Serviços -226.218 -444.607 0 -226.806 -1.160.389 -1.447.037 -613.054 -704.426
Receita Líquida 3.051.598 4.695.356 20.601.006 2.395.232 12.590.087 23.588.476 6.343.911 9.857.418
Despesas Operacionais -381.037 -1.158.472 -2.017.831 -584.644 -3.420.093 -2.832.457 -1.115.412 -3.146.727Despesas Operacionais (% da Rec. Líquida) -12,49% -24,67% -9,79% -24,41% -27,16% -12,01% -17,58% -31,92%
Despesas Administrativas -962.604 -1.836.562 -12.829.166 -834.439 -4.631.048 -11.835.425 -2.723.677 -2.861.798Despesas Administrativas (% da Rec. Líquida) -31,54% -39,11% -62,27% -34,84% -36,78% -50,17% -42,93% -29,03%
Outras Despesas -72.765 -251.584 -402.371 -85.725 -444.179 -629.316 -263.790 -462.575
Resultado Financeiro Líquido -4.846 -75.000 -319.510 - -160.345 - -56.575 -213.081
Despesas Financeiras -4.903 -75.000 -320.293 - -187.812 - -74.119 -218.427Receitas Financeiras 57 - 784 - 27.466 - 17.543 5.345
Resultado Operacional Antes das Provisões Tributárias
1.630.346 1.373.738 5.032.128 890.425 3.934.421 8.291.279 2.184.455 3.173.237
Provisão para IRPJ e Contribuição Social -332.626 -443.071 -888.781 -278.744 -1.303.703 -2.023.885 -718.715 -1.054.901
Lucro Líquido do Exercício 1.297.720 930.667 4.143.347 611.680 2.630.718 6.267.393 1.465.741 2.118.337Margem Líquida 42,53% 19,82% 20,11% 25,54% 20,90% 26,57% 23,10% 21,49%
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Demonstrativo de Resultados do Grupo Econômico para o exercício encerrado em 31 de dezembro de 2010 (4 de 6)
Total de Vendas 73.504.359 15.052.533 15.681.474 2.460.034 78.929.632 52.045.613 26.237.389 41.189.744
Receitas de Serviço 7.972.564 1.830.930 1.372.308 2.458.952 10.796.357 1.966.683 3.216.824 3.544.933Conversão em Receita 10,85% 12,16% 8,75% 99,96% 13,68% 3,78% 12,26% 8,61%
Deduções da Receita Bruta de Serviços -689.627 -158.375 -118.705 -210.372 -569.753 -111.118 -278.255 -256.451
Receita Líquida 7.282.938 1.672.555 1.253.603 2.248.581 10.226.605 1.855.565 2.938.569 3.288.482
Despesas Operacionais -1.418.030 -663.685 -561.085 -467.533 -3.933.711 -317.712 -738.422 -495.391Despesas Operacionais (% da Rec. Líquida) -19,47% -39,68% -44,76% -20,79% -38,47% -17,12% -25,13% -15,06%
Despesas Administrativas -3.035.923 -508.191 -279.044 -688.515 -1.588.625 -786.764 -1.001.775 -1.829.911Despesas Administrativas (% da Rec. Líquida) -41,69% -30,38% -22,26% -30,62% -15,53% -42,40% -34,09% -55,65%
Outras Despesas -222.870 -73.859 -79.242 -69.673 -919.511 -52.062 -152.126 -107.074
Resultado Financeiro Líquido 511.364 -53.138 -44.281 -127.126 -483.983 -122.311 -114.010 -6.753
Despesas Financeiras -36.757 -53.138 -48.786 -127.126 -483.983 -122.311 -114.010 -28.291Receitas Financeiras 548.121 - 4.505 - - - - 21.538
Resultado Operacional Antes das Provisões Tributárias
3.117.479 373.681 289.952 895.734 3.300.775 576.715 932.237 849.353
Provisão para IRPJ e Contribuição Social -1.035.943 -103.052 -74.584 -280.550 -1.098.264 -172.083 -292.961 -264.780
Lucro Líquido do Exercício 2.081.536 270.630 215.368 615.184 2.202.512 404.632 639.276 584.573Margem Líquida 28,58% 16,18% 17,18% 27,36% 21,54% 21,81% 21,75% 17,78%
70
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Demonstrativo de Resultados do Grupo Econômico para o exercício encerrado em 31 de dezembro de 2010 (5 de 6)
Total de Vendas9.616.407 51.528.957 71.902.432 210.603.261 21.989.327 4.393.538.620
Receitas de Serviço1.036.586 7.489.579 9.022.190 30.708.802 2.494.894 378.446.928
Conversão em Receita10,78% 14,53% 12,55% 14,58% 11,35% 8,61%
Deduções da Receita Bruta de Serviços-49.607 -647.849 -791.426 -2.656.311 -215.808 -26.248.988
Receita Líquida986.979 6.841.730 8.230.765 28.052.490 2.279.086 352.197.940
Despesas Operacionais-230.845 -2.121.943 -2.231.905 -9.149.287 -369.827 -90.635.460
Despesas Operacionais (% da Rec. Líquida)-23,39% -31,01% -27,12% -32,61% -16,23% -25,73%
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Despesas Administrativas-466.612 -1.831.545 -2.903.939 -7.646.358 -1.283.542 -119.671.223
Despesas Administrativas (% da Rec. Líquida)-47,28% -26,77% -35,28% -27,26% -56,32% -33,98%
Outras Despesas-53.382 -483.852 -340.463 -1.268.050 -71.764 -12.939.896
Resultado Financeiro Líquido-3.976 - - -319.103 56.567 -1.494.155
Despesas Financeiras-3.976 - - -336.406 -9.047 -4.939.959
Receitas Financeiras- - - 17.303 65.614 3.445.804
Resultado Operacional Antes das Provisões Tributárias
232.164 2.404.390 2.754.458 9.669.692 610.519 127.457.206
Provisão para IRPJ e Contribuição Social-54.936 -793.493 -912.516 -3.263.695 -183.577 -40.418.353
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Lucro Líquido do Exercício177.228 1.610.898 1.841.942 6.405.997 426.943 87.038.854
Margem Líquida17,96% 23,55% 22,38% 22,84% 18,73% 24,71%
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Demonstrativo de Resultados do Grupo Econômico para o exercício encerrado em 31 de dezembro de 2010 (realizado e com ajustes¹) (6 de 6)
2010 9M2010 9M20112010
Ajustado¹9M2010
Ajustado¹9M2011
Ajustado¹Total de Vendas 4.393.538.620 3.025.343.055 3.676.768.118 4.393.538.620 3.025.343.055 3.676.768.118
Receitas de Serviço 378.446.928 269.481.669 339.921.120 378.446.928 269.481.669 339.921.120Conversão em Receita 8,61% 8,91% 9,25% 8,61% 8,91% 9,25%
Deduções da Receita Bruta de Serviços -26.248.988 -19.159.111 -23.876.648 -26.248.988 -19.159.111 -23.876.648
Receita Líquida 352.197.940 250.322.557 316.044.472 352.197.940 250.322.557 316.044.472
Despesas Operacionais -90.635.460 -64.387.044 -75.311.678 -90.635.460 -64.387.044 -75.311.678Despesas Operacionais (% da Rec. Líquida) -25,73% -25,72% -23,83% -25,73% -25,72% -23,83%
Despesas Administrativas -119.671.223 -84.476.721 -110.310.206 -119.671.223 -84.476.721 -110.310.206Despesas Administrativas (% da Rec. Líquida) -33,98% -33,75% -34,90% -33,98% -33,75% -34,90%
Outras Despesas -12.939.896 -11.248.275 -14.980.050 -12.939.896 -11.248.275 -14.980.050
Resultado Financeiro Líquido -1.494.155 -895.305 -1.906.144 - - -
Despesas Financeiras -4.939.959 -3.128.387 -4.296.857 - - -Receitas Financeiras 3.445.804 2.233.082 2.390.714 - - -
Resultado Operacional Antes das Provisões Tributárias
127.457.206 89.315.212 113.536.394 128.951.361 90.210.518 115.442.538
Provisão para IRPJ e Contribuição Social -40.418.353 -28.809.382 -35.730.435 -40.418.353 -28.809.382 -35.730.435
Lucro Líquido do Exercício 87.038.854 60.505.830 77.805.960 88.533.009 61.401.136 79.712.103Margem Líquida² 24,71% 24,17% 24,62% 25,14% 24,53% 25,22%
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Notas1. Expurgo de receitas e despesas financeiras para maior comparabilidade dos resultados2. 2.Lucro líquido dividido pela receita líquida de vendas
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Para a determinação da viabilidade econômico-financeira da Companhia, selecionamos, dentro do
universo de empresas com as quais a Companhia celebrou contratos de compra e venda, amostra
contendo uma empresa com atuação em cada forma de prestação de serviço elencada
anteriormente na seção que apresenta a Companhia para servir de base para construção das
margens de cada unidade de negócio e das projeções da Companhia. A Companhia acredita que
um dos seus principais diferenciais seja a atuação em múltipos segmentos do setor de turismo, que
apesar de aparentar semelhanças, possuem dinâmicas distintas de operação, motivo pelo qual
entendemos que a forma mais adequada para demonstrar a operação seja apresentar o resultado
da Companhia por linha de negócio.
O ano de 2010 representa um exercício social completo dessas empresas e acreditamos que seja
representativo das margens históricas obtidas e estrutura do negócio para cada ramo de atividade.
Acreditamos também que os demonstrativos de 2010 são representações adequadas para as
margens líquidas esperadas no longo prazo para cada uma dessas atividades, mesmo que não
considerem os efeitos potenciais das sinergias operacionais e otimização de custos que a
Companhia esperar capturar ao longo do processo de integração das empresas adquiridas.
Apresentaremos também os números auditados/revisados de 2011, embora não sirvam para base
de projeção do exercício completo desse ano, com o objetivo de retratar o crescimento recente
observado no mercado de turismo para os múltiplos segmentos. Não faremos análises nos dados
de 2011 anualizados por entender que essa aproximação desconsideraria períodos importantes em
termos da sazonalidade característica do negócio assim como não consideramos os efeitos dos
ajustes de receitas e despesas financeiras para fazermos as análises de sensibilidade.
B . D E S C R I Ç Ã O E A N Á L I S E D A A M O S T R A
Conforme mencionado nas seções anteriores, a Brasil Travel pretende atuar em todos os
segmentos do setor de turismo. As Empresas adquiridas e a serem adquiridas pela Companhia
atuam como operadoras de turismo, agências voltadas a lazer, agências consolidadoras de
passagens aéreas, corretoras de câmbio, corretoras de seguros, agências de intercâmbio e portais
de venda através da internet.
Com o intuito de exemplificar os diversos segmentos onde a Brasil Travel atua, escolhemos uma
empresa em cada segmento e realizamos projeções para efeito desse estudo de viabilidade,
conforme a tabela a seguir:
Nome da Agência Ramo de Atividade
Brementur Consolidação
Copastur Corporativo
Visual Operadora
CI (Central de Intercâmbio) Intercâmbio
Renova Corretora Corretora de Câmbio
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O presente Estudo fundamenta o negócio da Companhia tendo como principal foco sua
lucratividade, representada pela margem de lucro Líquido.
O setor de turismo caracteriza-se por sua baixa necessidade de capital fixo, previsibilidade dos
pagamentos a fornecedores (principalmente companhias aéreas) e sazonalidade de vendas. Os
custos fixos mais representativos do setor são limitados a despesas de pessoal, despesas
relacionadas à Tecnologia da Informação e a aluguéis e manutenção de escritórios. Ademais, cada
operação possui níveis diferentes de recorrência de receitas, especialmente devido à natureza dos
clientes, como entre clientes corporativos com viagens periódicas e menor comissão e clientes de
lazer com viagens menos freqüentes mas com maior comissão.
Os contratos de aquisição firmados com as empresas adquiridas determinam que quaisquer
empréstimos, contas a pagar ou a receber pendentes sejam liquidados, que o caixa excedente do
capital de giro (calculado levando em consideração 125% do saldo de contas a receber para fazer
frente a 100% do saldo de contas a pagar para fornecedores) seja distribuído aos sócios na forma
de dividendos e que quaisquer atividades não relacionadas aos negócios base da empresa sejam
encerradas ou transferidas a outra sociedade não objeto da aquisição. Os contratos de aquisição
determinam que os antigos sócios das empresas adquiridas passem a receber entre R$ 80 mil e R$
120 mil anuais na forma de pró-labore, de tal forma que a maior parte de suas remunerações e
incentivos advenha da lucratividade da Companhia como um todo, dada a participação de cada
empresa, acrescida de bônus de desempenho para empresas que obtiverem desempenho acima de
suas metas. Existe ainda a possibilidade de recompra, após aprovação por maioria qualificada no
conselho, das ações de empresas cujos Sócios Fundadores utilizarem de más práticas de gestão,
fraudes etc. a preços que podem incluir 30% a 99,9% de desconto em relação ao valor de aquisição
firmado em contrato.
Para a análise de margens líquidas das Empresas serão utilizadas como parâmetros as margens
considerando a implementação dos ajustes acima descritos (exceto a retirada dos resultados
financeiros). Acreditamos que estas margens permitem visualizar adequadamente a operação de
cada forma de negócio no setor de turismo. Analisando os dados de maneira consolidada, pode-se
observar que a margem de lucratividade dessas empresas situa-se em torno de 23,5% e
entendemos por este numero que é um negócio com grande potencial de geração de caixa para
Empresas que já atingiram a maturidade operacional.
Análise da amostra relativa ao período de janeiro a setembro de 2011
As empresas integrantes da Brasil Travel estão seguindo a mesma linha de crescimento esperado
para o setor de turismo que foram destacados na seção que aborda as perspectivas do setor. O
crescimento médio apresentado pelas companhias selecionadas na amostra foi de 29% no
comparativo dos primeiros nove meses de 2010 e 2011 e a Companhia acredita que esta tendência
se manterá e se aplicará para todo o ano de 2011.
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Demonstrativo de resultado da amostra – janeiro a setembro de 2011
Brementur Copastur Visual CI RenovaTotal de Vendas 238.031.803 106.890.936 176.874.385 128.533.905 596.261.907
Receitas de Serviço 13.613.679 14.930.063 24.825.114 19.872.828 27.760.364Conversão em Receita 5,72% 13,97% 14,04% 15,46% 4,66%
Deduções da Receita Bruta de Serviços -1.071.375 -1.233.768 -2.147.372 -988.395 -1.600.665
Receita Líquida 12.542.304 13.696.295 22.677.741 18.884.433 26.159.699
Despesas Operacionais -3.253.984 -3.444.171 -7.009.922 -5.004.832 -3.631.111Despesas Operacionais (% da Rec. Líquida) -25,94% -25,15% -30,91% -26,50% -13,88%
Despesas Administrativas -3.451.631 -4.574.414 -6.405.203 -5.799.881 -13.212.216Despesas Administrativas (% da Rec. Líquida) -27,52% -33,40% -28,24% -30,71% -50,51%
Outras Despesas -781.570 -549.742 -1.473.329 -1.009.052 -571.666
Resultado Financeiro Líquido -183.011 -241.245 -318.671 205.211 -
Despesas Financeiras -297.084 -268.259 -334.796 -445.654 -Receitas Financeiras 114.073 27.013 16.124 650.865 -
Resultado Operacional Antes das Provisões Tributárias 4.872.109 4.886.722 7.470.615 7.275.880 8.744.706
Provisão para IRPJ e Contribuição Social -1.638.517 -1.643.486 -2.522.009 -2.406.027 -2.125.821
Lucro Líquido do Exercício 3.233.592 3.243.237 4.948.606 4.869.852 6.618.885Margem Líquida 25,78% 23,68% 21,82% 25,79% 25,30%
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Demonstrativo de resultado da amostra – janeiro a setembro de 2010
Brementur Copastur Visual CI RenovaTotal de Vendas 198.837.867 86.125.966 144.593.092 111.025.459 437.816.028
Receitas de Serviço 10.964.455 11.917.068 21.228.090 16.109.713 15.925.828Conversão em Receita 5,51% 13,84% 14,68% 14,51% 3,64%
Deduções da Receita Bruta de Serviços -865.096 -981.966 -1.836.230 -807.097 -922.105
Receita Líquida 10.099.360 10.935.102 19.391.860 15.302.616 15.003.722
Despesas Operacionais -2.871.639 -2.687.321 -6.327.230 -4.169.608 -2.507.320Despesas Operacionais (% da Rec. Líquida) -28,43% -24,58% -32,63% -27,25% -16,71%
Despesas Administrativas -2.849.675 -3.701.780 -5.332.189 -4.605.319 -7.537.961Despesas Administrativas (% da Rec. Líquida) -28,22% -33,85% -27,50% -30,09% -50,24%
Outras Despesas -531.845 -546.188 -1.237.535 -727.229 -326.883
Resultado Financeiro Líquido -132.688 -236.679 -199.596 309.596 -
Despesas Financeiras -228.499 -243.177 -212.452 -213.546 -Receitas Financeiras 95.812 6.498 12.855 523.143 -
Resultado Operacional Antes das Provisões Tributárias 3.713.512 3.763.133 6.295.310 6.110.056 4.631.558
Provisão para IRPJ e Contribuição Social -1.244.594 -1.261.465 -2.122.405 -2.059.419 -1.120.865
Lucro Líquido do Exercício 2.468.918 2.501.668 4.172.905 4.050.637 3.510.694Margem Líquida 24,45% 22,88% 21,52% 26,47% 23,40%
Crescimento de Lucro Líquido Observado nas Empresas da Amostra
Nome da Agência Crescimento Jan-Set entre 2010 e 2011
Brementur 30,9%
Copastur 29,6%
Visual 18,6%
CI (Central de Intercâmbio) 20,2%
Renova Corretora 88,5%
Total da Amostra 37,2%
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O presente Estudo de Viabilidade procurou analisar e gerar sensibilidades na margem de lucro
Líquido da Companhia. É importante destacar que as margens de lucro líquido das empresas
selecionadas observadas no período de 2010 e nos nove meses encerrados em 30 de setembro de
2011 estão consistentes para cada linha de negócio apresentada.
Nome da Agência Mg. Líquida (%)
2010
Mg. Líquida (%)
2010 (9M)
Mg. Liquida (%)
2011 (9M)
Brementur 25,0% 24,5% 25,8%
Copastur 23,9% 22,9% 23,7%
Visual 22,8% 21,5% 21,8%
CI (Central de Intercâmbio) 25,8% 26,5% 25,8%
Renova Corretora 26,6% 23,4% 25,3%
Total da amostra 24,8% 23,6% 24,4%
A consistência das margens analisadas e o crescimento de faturamento em todos os segmentos da
Companhia são indicadores importantes da lucratividade do negócio. A combinação destes fatores
forma fundamentos importantes para ancorar as análises apresentadas neste Estudo de Viabilidade
e formar as premissas utilizadas nas análises de sensibilidade de cálculo da TIR (TIR) esperada
para as futuras aquisições.
Análise por segmento de Atuação
A seguir são apresentadas análises para os principais segmentos de atuação da Companhia:
Câmbio:
A Companhia atua em operações de câmbio turismo por meio da Renova Corretora de Câmbio, a
maior corretora independente de câmbio voltada para o turismo. Nesta atividade, é esperado que
haja um elevado crescimento devido às oportunidades de:
(i) Cross selling: todas as Empresas do grupo deverão operar com a Renova (desde que
satisfeitos condições de pontualidade e qualidade de serviço na entrega de papel
moeda ou cartões Travel Money);
(ii) Abertura de novas lojas: em setembro de 2011 a Renova, firmou uma parceria de longo
prazo com a Western Union (WU), maior e mais importante empresa do mundo em
remessas de divisas, na qual a Renova garantirá exclusividade de utilização dos
serviços de remessa de fundos da WU Para conseguir essa parceria Renova
comprometeu-se a adicionar no mínimo mais 70 lojas a sua atual rede, totalizando mais
de 100 pontos de atendimento em todo Brasil, alavancando suas operações.
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Consolidação:
A
Companhia atua no setor de consolidação apor
meio principalmente de três empresas: Brementur, GAPNET e Tourstar, localizadas nos estados do
Paraná, São Paulo e Minas Gerais respectivamente.
Acreditamos que haverá um crescimento expressivo
desta linha de negócio em razão de:
81
PREMISSAS
Crescto. em relação ao Lucro de 2010
Lucro Líquido Resultante (R$ mi)
Margem Líquida (%)
A.T. Kearney Ltda. Rua Joaquim Floriano, 72 Cj. 201 55 11 3040 6200 Management Consultants 04534-000 São Paulo-SP 55 11 3168 3709 Fax
Brasil
(i) Cross selling: todas as Empresas do grupo deverão utilizar os serviços de consolidação
internacional destas companhias, que desfrutam de melhores tarifas junto às
companhias aéreas devido ao seu volume de operações;
(ii) Novos negócios com demais Empresas no Brasil: o tamanho e a escala da Brasil
Travel possibilitarão maior poder de barganha com seus principais fornecedores
aéreos, possibilitando oferecer condições mais vantajosas que seus demais
concorrentes.
Intercâmbio:
82
% do Crescto do Custo Serv. Prestados em relação ao Crescto da Receita 80%% de Crescto das Desp. Administrativas em relação ao Crescto da Receita 70%% de Crescto das Outras Desp. em relação ao Crescto da Receita 50%IRPJ/CSLL 34%ISS/PIS/COFINS 8,65%
0,00% 0,25% 0,50% 0,75% 1,00%
25% 28,0% 28,4% 28,7% 29,1% 29,4%
50% 29,4% 29,8% 30,1% 30,3% 30,6%
75% 30,5% 30,8% 31,0% 31,3% 31,5%
100% 31,3% 31,5% 31,7% 31,9% 32,1%
125% 31,9% 32,1% 32,3% 32,5% 32,6%
Margem de Vendas Adicional
Cres
cim
ento
de
Ven
das
0,00% 0,25% 0,50% 0,75% 1,00%
25% 4,5 4,8 5,1 5,3 5,6
50% 5,7 6,0 6,3 6,7 7,0
75% 6,8 7,2 7,6 8,0 8,4
100% 8,0 8,5 8,9 9,4 9,8
125% 9,2 9,7 10,2 10,7 11,2
Margem de Vendas Adicional
Cres
cim
ento
de
Ven
das
0,00% 0,25% 0,50% 0,75% 1,00%
25% 36% 44% 53% 61% 70%
50% 71% 81% 92% 102% 112%
75% 107% 119% 131% 142% 154%
100% 142% 156% 170% 183% 197%
125% 178% 193% 209% 224% 239%
Margem de Vendas Adicional
Cres
cim
ento
de
Ven
das
Brementur
2010
(12 meses)
Total de Vendas 268.064.774
Conversão em Receita 5,24%
Receitas de Serviço 14.055.894
Deduções da Receita Bruta de Serviços 1.109.838-
Receita Líquida 12.946.056
Despesas Operacionais 3.567.082-
Despesas administrativas 3.565.186-
Outras despesas 690.316-
Resultado Financeiro Líquido 247.338-
Despesas financeiras 394.460-
Receitas financeiras 147.123
Resultado operacional antes das provisões tributárias 4.876.134
Provisão para IRPJ e Contribuição Social 1.633.886-
Lucro Liquido do Exercício 3.242.249
Margem Líquida 25,0% Crescto. em relação ao Lucro de 2010
Lucro Líquido Resultante (R$ mi)
Margem Líquida (%)
A.T. Kearney Ltda. Rua Joaquim Floriano, 72 Cj. 201 55 11 3040 6200 Management Consultants 04534-000 São Paulo-SP 55 11 3168 3709 Fax
Brasil
A Companhia atua no setor de intercâmbio estudantil por meio da CI – Central de Intercâmbio, que
possui 63 lojas espalhadas pelo Brasil, sendo 14 próprias e o restante franquias. Este é um setor
que vem experimentando taxas de crescimento de dois dígitos nos últimos anos. O crescimento
desta linha de negócio da companhia deverá ser alavancado por:
(i) Abertura de novas lojas: tanto lojas próprias como novas franquias pelo Brasil;
(ii) Venda dos programas de intercâmbio na rede de lojas existentes na Brasil Travel;
(iii) Disponibilidade de crédito para financiamento dos programas de intercâmbio: o ticket
médio elevado deste produto faz com que haja uma demanda reprimida por tal, que
poderá ser com maior disponibilidade de crédito a taxas de juros mais vantajosas do
que são ofertadas atualmente.
83
0 0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00%
20% 27,5% 27,8% 28,0% 28,3% 28,5%
40% 28,8% 29,0% 29,3% 29,5% 29,7%
60% 29,7% 30,0% 30,2% 30,4% 30,6%
80% 30,5% 30,7% 30,9% 31,1% 31,2%
100% 31,1% 31,3% 31,5% 31,6% 31,8%
Margem de Vendas Adicional
Cres
cim
ento
de
Ven
das
0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00%
20% 7,1 7,4 7,7 8,0 8,3
40% 8,6 9,0 9,4 9,8 10,1
60% 10,2 10,6 11,1 11,5 11,9
80% 11,8 12,3 12,7 13,2 13,7
100% 13,4 13,9 14,4 15,0 15,5
Margem de Vendas Adicional
Cres
cim
ento
de
Ven
das
0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00%
20% 29% 34% 40% 46% 52%
40% 57% 64% 71% 77% 84%
60% 86% 93% 101% 109% 117%
80% 114% 123% 132% 140% 149%
100% 143% 153% 162% 172% 182%
Margem de Vendas Adicional
Cres
cim
ento
de
Ven
das
% do Crescto do Custo Serv. Prestados em relação ao Crescto da Receita 80%% de Crescto das Desp. Administrativas em relação ao Crescto da Receita 70%% de Crescto das Outras Desp. em relação ao Crescto da Receita 50%IRPJ/CSLL 34%ISS/PIS/COFINS 8,65%
CI
2010
(12 meses)
Total de Vendas 152.465.759
Conversão em Receita 14,82%
Receitas de Serviço 22.596.731
Deduções da Receita Bruta de Serviços 1.121.430-
Receita Líquida 21.475.301
Despesas Operacionais 5.742.464-
Despesas administrativas 7.045.205-
Outras despesas 1.063.960-
Resultado Financeiro Líquido 719.108
Despesas financeiras 345.238-
Receitas financeiras 1.064.346
Resultado operacional antes das provisões tributárias 8.342.780
Provisão para IRPJ e Contribuição Social 2.812.545-
Lucro Liquido do Exercício 5.530.235
Margem Líquida 25,8%
PREMISSAS
Crescto. em relação ao Lucro de 2010
Lucro Líquido Resultante (R$ mi)
Margem Líquida (%)
A.T. Kearney Ltda. Rua Joaquim Floriano, 72 Cj. 201 55 11 3040 6200 Management Consultants 04534-000 São Paulo-SP 55 11 3168 3709 Fax
Brasil
Operadora:
A Companhia atuará como operadora por meio de várias marcas, na grande maioria líderes de
mercado regionais, como Visual, Intercontinental, Litoral Verde, Tourlines e Ambiental. Nesta linha
de negócio, acreditamos que o crescimento e a rentabilidade aumentarão devido a três fatores
principais:
(i) Melhoria da condição de comissão com hotéis e companhias aéreas devido ao maior
volume da Brasil Travel, garantindo melhor ocupação para os hotéis com que
trabalhamos;
(ii) Disponibilidade de crédito ao consumo turístico, que será feito por meio de parceria
com um banco de varejo no Brasil, o qual ficará a cargo da gestão de crédito;
(iii) Ampla rede de distribuição no país, além de investimentos em marketing e vendas,
alavancado a capacidade de explorar as marcas amplamente conhecidas em suas
regiões de atuação.
84
0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00%
20% 25,4% 25,7% 26,0% 26,2% 26,5%
40% 26,7% 27,0% 27,2% 27,4% 27,7%
60% 27,7% 27,9% 28,1% 28,4% 28,5%
80% 28,5% 28,7% 28,9% 29,1% 29,2%
100% 29,1% 29,3% 29,5% 29,6% 29,8%
Margem de Vendas AdicionalCr
esci
men
to d
e V
enda
s
0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00%
20% 8,5 8,9 9,3 9,7 10,1
40% 10,5 11,0 11,4 11,9 12,4
60% 12,4 13,0 13,5 14,0 14,6
80% 14,4 15,0 15,6 16,2 16,8
100% 16,3 17,0 17,7 18,3 19,0
Margem de Vendas Adicional
Cres
cim
ento
de
Ven
das
0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00%
20% 30% 36% 42% 48% 54%
40% 59% 66% 73% 80% 87%
60% 89% 97% 105% 113% 121%
80% 118% 127% 136% 145% 155%
100% 148% 158% 168% 178% 188%
Cres
cim
ento
de
Ven
das
Margem de Vendas Adicional% do Crescto do Custo Serv. Prestados em relação ao Crescto da Receita 80%% de Crescto das Desp. Administrativas em relação ao Crescto da Receita 70%% de Crescto das Outras Desp. em relação ao Crescto da Receita 50%IRPJ/CSLL 34%ISS/PIS/COFINS 5,00%
Visual
2010
(12 meses)
Total de Vendas 210.603.261
Conversão em Receita 14,58%
Receitas de Serviço 30.708.802
Deduções da Receita Bruta de Serviços 2.656.311-
Receita Líquida 28.052.490
Despesas Operacionais 9.149.287-
Despesas administrativas 7.646.358-
Outras despesas 1.268.050-
Resultado Financeiro Líquido 319.103-
Despesas financeiras 336.406-
Receitas financeiras 17.303
Resultado operacional antes das provisões tributárias 9.669.692
Provisão para IRPJ e Contribuição Social 3.263.695-
Lucro Liquido do Exercício 6.405.997
Margem Líquida 22,8%
PREMISSAS
Crescto. em relação ao Lucro de 2010
Lucro Líquido Resultante (R$ mi)
Margem Líquida (%)
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Brasil
Corporativo:
Acreditamos que o mercado de turismo corporativo que é explorado pela Brasil Travel por meio de
empresas dedicadas a esta finalidade, como a Copastur, poderá experimentar taxas de crescimento
elevadas em função de:
(i) Atendimento nacional, por meio de salas Vips em quase todos os aeroportos nacionais;
(ii) Melhoria das condições comerciais com as companhias aéreas, hotéis e GDS (“Global
Distribution System”, como Sabre e Amadeus);
(iii) Possibilidade de atendimento a contas globais, por meio de parcerias com empresas
internacionais (ex. a Copastur possui uma parceria com a ATPI para atendimento de
contas de multinacionais no Brasil)
Internet:
O
portal de compras por internet da Companhia
não
está
segregado em CNPJ próprio, tornando difícil uma
85
-0,50% 0,00% 0,50% 1,00% 1,50%
15% 4,3 4,5 4,8 5,0 5,2
30% 5,1 5,4 5,6 5,9 6,2
45% 5,9 6,2 6,5 6,8 7,1
60% 6,7 7,0 7,4 7,7 8,0
75% 7,5 7,9 8,2 8,6 8,9
Margem de Vendas Adicional
Cres
cim
ento
de
Ven
das
-0,50% 0,00% 0,50% 1,00% 1,50%
15% 16% 23% 29% 35% 42%
30% 38% 45% 52% 60% 67%
45% 60% 68% 76% 84% 92%
60% 82% 91% 100% 108% 117%
75% 104% 113% 123% 133% 142%
Margem de Vendas Adicional
Cres
cim
ento
de
Ven
das
0 -0,50% 0,00% 0,50% 1,00% 1,50%
15% 26,3% 26,7% 27,1% 27,5% 27,8%
30% 27,7% 28,0% 28,4% 28,7% 29,0%
45% 28,7% 29,0% 29,4% 29,6% 29,9%
60% 29,6% 29,9% 30,2% 30,4% 30,7%
75% 30,3% 30,6% 30,8% 31,1% 31,3%
Margem de Vendas AdicionalCr
esci
men
to d
e V
enda
s
% do Crescto do Custo Serv. Prestados em relação ao Crescto da Receita 70%% de Crescto das Desp. Administrativas em relação ao Crescto da Receita 70%% de Crescto das Outras Desp. em relação ao Crescto da Receita 50%IRPJ/CSLL 34%ISS/PIS/COFINS 8,65%
Copastur
2010
(12 meses)
Total de Vendas 116.896.213
Conversão em Receita 13,80%
Receitas de Serviço 16.132.691
Deduções da Receita Bruta de Serviços 1.325.970-
Receita Líquida 14.806.721
Despesas Operacionais 3.496.097-
Despesas administrativas 5.015.482-
Outras despesas 629.188-
Resultado Financeiro Líquido 345.667-
Despesas financeiras 359.449-
Receitas financeiras 13.782
Resultado operacional antes das provisões tributárias 5.320.287
Provisão para IRPJ e Contribuição Social 1.784.898-
Lucro Liquido do Exercício 3.535.389
Margem Líquida 23,9%
PREMISSAS
Margem Líquida (%)
Crescto. em relação ao Lucro de 2010
Lucro Líquido Resultante (R$ mi)
A.T. Kearney Ltda. Rua Joaquim Floriano, 72 Cj. 201 55 11 3040 6200 Management Consultants 04534-000 São Paulo-SP 55 11 3168 3709 Fax
Brasil
análise individual desse segmento, apesar de se tratar de um dos principais diferenciais que a
Companhia acredita ter.
O site Rapi10 (www.rapi10.com.br) é hoje o 4º site de vendas por internet mais visitado do Brasil,
competindo diretamente com Submarino, Decolar e Viajanet (ex-empresa do Grupo GapNet).
Com a consolidação a ser realizada pela Brasil Travel, a Companhia acredita que será possível ter
esforços direcionados a atividades de marketing para que haja uma maior penetração do produto
Rapi10, tendo como o aumento do número de acessos em seu site, para assim, atingir disputar o 1º
lugar no ranking.
Ao se analisar o segmento de Empresas de internet torna-se claro o impacto que esforços de
marketing agregam ao potencial econômico do site. Na comparação com seus competidores
Viajanet e Decolar, o Rapi10 investiu substancialmente menos em marketing nos últimos anos. A
Companhia espera transformar a exposição do Rapi10 através de esforços de marketing e
divulgação da sua existência por meio da rede de comunicação e distribuição da Brasil Travel.
Impactos dos investimentos em marketing no fluxo de usuários de website
Fonte: Alexa – “The Web Information Company”
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Rapi10Rapi10
Viajane
Investimentos de Marketing Investimentos de Marketing
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Brasil
Outra medida estatística que mostra os benefícios trazidos por investimentos direcionados a
campanhas de marketing são as formas como os consumidores acessam aos sites, por exemplo:
digitando o próprio nome do site em sites de busca, ou digitando o nome de um produto que deseja
adquirir, etc. Abaixo é possível ver essas estatísticas para as empresas Viajanet, Decolar e Rapi10.
Fonte: Alexa – “The Web Information Company”
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Metódo % Metódo % Metódo %Passagens Aéreas 25% Viajanet 40% Decolar 36%Rapi10 19% Passagens Aéreas 6% Passagens Aéreas 14%
Passagens Aéreas Promocionais
9% Passagens Aéreas Promocionais
3% Passagens 1%
Passagens Aéreas On-line
5% Hotéis no Rio de Janeiro 2% Hotéis no Rio de Janeiro 1%
Outros 41% Outros 50% Outros 48%
Rapi10 Viajanet Decolar
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Brasil
C . C O M P O S I Ç Ã O D O S R E S U L T A D O S
O negócio de turismo pode ser dividido em múltiplas formas de atuação, mas essencialmente se
caracteriza por (i) vendas de produtos próprios, no caso de operadoras de turismo, companhias
aéreas e hotéis, entre outros, ou (ii) intermediação de um produto de outra companhia remunerado
por uma comissão, como no caso de agências corporativas, de lazer e consolidadoras, entre outros.
Na sua grande maioria, os agentes da indústria de turismo não atuam de forma exclusiva (exceto no
caso das operadoras) e, portanto, vendem produtos de mais de um fornecedor. Os pagamentos
realizados às empresas podem ser em depósitos ou transferências, nos quais os agentes do setor
recolhem o pagamento do cliente final e repassam líquido de IR aos fornecedores ou através de
cartões de crédito, nos quais o fornecedor recebe o pagamento integral e repassa ao agente de
turismo.
A composição da receita por segmento de atuação da Companhia, com base nas informações
auditadas, pode ser observada a seguir:
Área de Atuação Fontes de receita Relação receita
líquida / vendas
Consolidação de
Passagens Aéreas
Comissões de fornecedores
(na maioria cias aéreas)
3,5% a 5,5%
Operadoras Venda de pacotes turísticos próprios ou
elaborados por outros operadores
12% a 18%
Corporativo Comissões de fornecedores
(cias aéreas, hotéis, locadoras, etc.)
8% a 12%
Intercâmbio Vendas de pacotes próprios
(dinâmica semelhante à da operação)
12% a 17%
Corretora de câmbio Compra e venda de moedas 3,0% a 4,5%
No setor de turismo é comum a ocorrência de comissões variáveis em função de metas que alguns
fornecedores podem estabelecer para determinados agentes de turismo. Tal remuneração é um
incentivo dos fornecedores para capturar mais vendas e é freqüentemente observada para agentes
que atuam em grande escala na compra de passagens aéreas (como consolidadores e corporativo)
e reservas de hotéis (como nos setores de operação, corporativo e lazer). A comissão média que as
Empresas selecionadas para amostra apresentaram é representativa do que a Companhia acredita
ser a mais adequada representação da lucratividade de cada linha de negócio. Com o crescimento
da Companhia, a administração espera que essas comissões médias podem sofrer reajustes
positivos devido a maior capacidade de negociação com os fornecedores.
Além das receitas apresentadas, os agentes do setor de turismo podem auferir outras receitas
provenientes de serviços e contratações complementares. A titulo de ilustração, se pode mencionar
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os seguros viagem, cujas vendas realizadas por Empresas de Turismo podem ser comissionadas
pelas seguradoras.
Tributos – As receitas dos agentes de turismo são tributadas diretamente como serviços prestados
e, portanto, são sujeitas à tributação de PIS (Programa de Integração Social), COFINS (Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social) e ISS (Imposto Sobre Serviços). Sobre as receitas de
intermediação de produtos e serviços incidem PIS de 0,65% e ISS entre 2% e 5% dependendo do
município de atuação. Sobre as receitas do setor de turismo incidem COFINS de 3%.
A contabilidade da Companhia será feita com base em lucro real. O contrato firmado entre a
Companhia e as empresas adquiridas prevê a aquisição de 100% das empresas e seus resultados
serão consolidados nos demonstrativos da Companhia, após sua abertura de capital. A Companhia
acredita que a forma de tributação das empresas adquiridas pode sofrer alteração no futuro, mas
ainda não determinou quais empresas e qual seria o ajuste. Para efeitos deste Estudo de
Viabilidade, aplicamos o mesmo tratamento tributário informado pela auditoria realizada na
Companhia e todas as empresas investidas e apuramos com base em lucro real. A alíquota efetiva
paga pela Companhia e suas controladas, desconsiderando efeitos de ágio nas aquisições, é de
15% referente a Imposto de Renda Pessoa Jurídica mais 10% sobre o que exceder R$ 240 mil
anuais e 9% referente a Contribuição Social sobre Lucro Líquido.
Despesas Operacionais – As despesas operacionais das empresas do setor de turismo incluem a
remuneração dos executivos e empregados, rede de comunicação, infraestrutura de informativa,
despesas comerciais, despesas de aluguel/ocupação e despesas administrativas. A grande maioria
das despesas são de natureza fixa, mas devem variar positivamente com o crescimento da
companhia, mesmo que proporcionalmente menor do que o crescimento das receitas.
Custos Relacionados a uma Empresa de Capital Aberto - Além dos custos e despesas
operacionais incorridos pelas Empresas de Turismo, corretoras e website, a Companhia incorrerá
em custos administrativos inerentes a uma companhia de capital aberto. Tais custos incluem
despesas com diretoria, gerência e time de analistas entre outros custos administrativos como
aluguel da sede, luz e etc. A seguir, apresentamos os detalhes destes custos estimados para a
Companhia tendo como base os valores obtidos do plano de negócios da Companhia:
Pessoal: quadro de pessoal composto por diretores, gerentes e analistas, totalizando uma
despesa anual de R$ 2,7 milhões;
Despesas Administrativas: R$ 700 mil anuais, incluindo todas as despesas de
comunicações, aluguel e consumo incluindo luz, água, materiais de escritório, internet,
telefone, conservação, limpeza, prestadores de serviços diversos e etc.
Despesa com taxa Bovespa / CVM: conforme valores de mercado atuais, R$ 100 mil / ano.
Despesa com custódia de ações: conforme valores de mercado atuais, estimadas em R$ 50
mil / ano.
Despesa com serviços de contabilidade: Considerando terceirização do processamento da
folha de pagamentos com base em empresas semelhantes em R$ 400 mil / ano.
Despesas com auditoria externa: com base em orçamento de empresa especializada,
estimamos um gasto anual de R$ 1 milhão / ano.
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Despesas com publicações e anúncios de aquisições: custos com publicação estimados em
R$ 150 mil / ano.
Despesas com advogados: despesas com assessoria jurídica estimadas em R$ 250 mil /
ano.
Esforço de RI / Web site: gasto estimado em R$ 50 mil para implementação de web site e
serviços de relações com investidores on-line.
Os custos apresentados acima totalizam uma despesa anual estimada em aproximadamente R$ 5,4
milhões.
Tais custos serão arcados pela Companhia utilizando os dividendos distribuídos pelas Empresas e
os recursos recebidos na oferta primária.
Tais custos foram estimados no plano de negócios da Companhia para o primeiro ano completo de
operações integradas. É importante destacar que há possibilidade de aumento destes custos em
função do crescimento da companhia devido à maior complexidade da operação e expansão dos
serviços prestados pela Companhia às futuras subsidiárias. Tais custos serão arcados pelos
resultados futuros das Empresas para os quais a Companhia espera um crescimento expressivo nos
próximos anos.
90
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Brasil
D . T A X A I N T E R N A D E R E T O R N O ( T I R ) E A N Á L I S E S D E S E N S I B I L I D A D E
Para cálculo da TIR Real assumimos que a Companhia crescerá a taxas reais anuais de 15%,
próximo ao crescimento mais conservador apresentado pela amostra de Empresas e acima do
crescimento esperado para o mercado de turismo no Brasil. Assumimos que as empresas serão
adquiridas a um múltiplo fixo de 7,5x o lucro líquido e que serão vendidas (avaliadas) ao final de 8
anos a múltiplos diferentes. Para efeitos de ágio, consideramos um período de amortização de 5
anos e alíquota de Imposto de Renda e Contribuição Social (IR e CSLL) de 34%. Assumimos
também que o pagamento será feito em três parcelas iguais ao longo de três anos, sendo a primeira
no momento da aquisição e que ao final do período de projeção a Companhia arcará com alíquota
de Imposto de Renda Pessoa Jurídica de 15% mais o adicional de 10% sobre o que exceder R$ 240
mil por ano e alíquota de Contribuição Social sobre Lucro Líquido de 9%.
Para formação do intervalo do múltiplo de preço / lucro das companhias após o período de 08 anos,
utilizamos como critério múltiplos de mercado de uma seleção de empresas brasileiras e
estrangeiras comparáveis. Estes valores, tendo como referência o fechamento de mercado,
apresentaram uma mediana de aproximadamente 15,0x o lucro esperado para os próximos 12
meses.
A TIR Real anual que estimamos para as aquisições da Companhia varia de 29,7% a 63,8%.
Considerando uma taxa de inflação de 5,5%, a TIR nominal anual varia entre 36,8% e 72,8%. É
importante destacar que o múltiplo de avaliação após 8 anos para essas empresas pode ser ainda
superior aos múltiplos considerados para este Estudo de Viabilidade..
A seguir estão apresentadas as análises de sensibilidade em relação à TIR esperada das aquisições em diferentes cenários:
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A.T. Kearney Ltda. Rua Joaquim Floriano, 72 Cj. 201 55 11 3040 6200 Management Consultants 04534-000 São Paulo-SP 55 11 3168 3709 Fax
Brasil
Análise de Sensibilidade – TIR Real Esperada na Aquisição e Venda das Empresas de Turismo
Aquisição (x Lucro Líquido) 42,7% 10 12 14 16 18 20 22 24
5,0 54,4% 56,0% 57,6% 59,0% 60,3% 61,5% 62,7% 63,8%
5,5 50,2% 51,9% 53,5% 54,9% 56,3% 57,5% 58,7% 59,8%
6,0 46,6% 48,4% 50,0% 51,4% 52,8% 54,1% 55,3% 56,4%
6,5 43,6% 45,3% 47,0% 48,4% 49,8% 51,1% 52,3% 53,5%
7,0 40,9% 42,7% 44,3% 45,8% 47,2% 48,5% 49,7% 50,9%
7,5 38,5% 40,3% 42,0% 43,5% 44,9% 46,2% 47,4% 48,5%
8,0 36,4% 38,2% 39,9% 41,4% 42,8% 44,1% 45,3% 46,4%
8,5 34,5% 36,3% 38,0% 39,5% 40,9% 42,2% 43,4% 44,6%
9,0 32,7% 34,6% 36,2% 37,7% 39,2% 40,5% 41,7% 42,8%
9,5 31,1% 33,0% 34,6% 36,2% 37,6% 38,9% 40,1% 41,3%
10,0 29,7% 31,5% 33,2% 34,7% 36,1% 37,4% 38,6% 39,8%
Análise de Sensibilidade - Múltiplo de Lucro Líquido na aquisição vs. Múltiplo de Lucro Líquido após 8 anos
Múltiplo de Alienação após 8 anos
Análise de Sensibilidade – TIR Real Esperada em função do crescimento real do setor de Turismo e
Múltiplo Venda das Empresas de Turismo
Crescimento do Lucro Líquido (% ao ano)
42,7% 10 12 14 16 18 20 22 24
10,0% 31,5% 33,2% 34,8% 36,3% 37,6% 38,9% 40,0% 41,1%
11,0% 32,9% 34,7% 36,2% 37,7% 39,1% 40,3% 41,5% 42,6%
12,0% 34,3% 36,1% 37,7% 39,1% 40,5% 41,8% 43,0% 44,1%
13,0% 35,7% 37,5% 39,1% 40,6% 42,0% 43,2% 44,4% 45,6%
14,0% 37,1% 38,9% 40,5% 42,0% 43,4% 44,7% 45,9% 47,1%
15,0% 38,5% 40,3% 42,0% 43,5% 44,9% 46,2% 47,4% 48,5%
16,0% 39,9% 41,7% 43,4% 44,9% 46,3% 47,6% 48,9% 50,0%
17,0% 41,3% 43,2% 44,8% 46,4% 47,8% 49,1% 50,3% 51,5%
18,0% 42,7% 44,6% 46,3% 47,8% 49,2% 50,6% 51,8% 53,0%
19,0% 44,2% 46,0% 47,7% 49,3% 50,7% 52,0% 53,3% 54,5%
20,0% 45,6% 47,4% 49,1% 50,7% 52,1% 53,5% 54,8% 55,9%
Análise de Sensibilidade - Crescimento Real de Lucro vs. Múltiplo de Lucro Líquido após 8 anos
Múltiplo de Alienação após 8 anos
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A.T. Kearney Ltda. Rua Joaquim Floriano, 72 Cj. 201 55 11 3040 6200 Management Consultants 04534-000 São Paulo-SP 55 11 3168 3709 Fax
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E . P R E M I S S A S U T I L I Z A D A S E F A T O R E S L I M I T A N T E S
Caso as premissas utilizadas neste Estudo de Viabilidade se mostrem incorretas, os resultados do
mesmo poderão ser afetados ou ter sua utilidade reduzida. Dentre as premissas que podem alterar
as conclusões deste Estudo de Viabilidade, destacam-se os seguintes:
- Não assumimos a existência de quaisquer empréstimos bancários ou dívidas financeiras e,
portanto, assumimos que a geração futura de caixa esperada da Companhia seja suficiente para
suportar suas operações, custos e eventuais passivos. Na nossa visão esse risco é baixo em
função da lucratividade apresentada pelas empresas e as perspectivas de crescimento para o
mercado.
- Não assumimos que a Companhia venha a ter necessidade de capital de giro superior aos
recursos iniciais com que contará, visto que os prazos para coleta de pagamentos dos clientes são
inferiores aos prazos para pagamento a fornecedores.
- Consideramos neste Estudo de Viabilidade que as empresas selecionadas na amostra são
representantes fidedignas de empresas com atuação nos mesmos segmentos de turismo e que a
composição de produtos oferecidos pelas mesmas se manterá semelhante no longo prazo.
- O objetivo deste Estudo de Viabilidade é demonstrar a viabilidade econômico-financeira para a
atuação da Companhia em diferentes segmentos da cadeia de turismo mantendo a lucratividade do
negócio, bem como comprovar a capacidade de geração de valor para a Companhia através da
proposta de aquisição e consolidação do seu setor de atuação.
- Consideramos neste Estudo de Viabilidade que o ambiente regulatório e a competitividade da
indústria de turismo não se alterarão significativamente, portanto não prevemos aumentos de custos
decorrentes de mudanças regulatórias ou do nível de competitividade. No nosso entendimento essa
medida foi conservadora no sentido de que o setor ainda é altamente fragmentado e há pouca
representatividade individual de cada empresa isoladamente, portanto as mudanças no curto prazo
serão favoráveis à Companhia.
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A.T. Kearney Ltda. Rua Joaquim Floriano, 72 Cj. 201 55 11 3040 6200 Management Consultants 04534-000 São Paulo-SP 55 11 3168 3709 Fax
Brasil
F . C O N C L U S Õ E S
Tendo em vista o que observamos quanto à lucratividade das Empresas, podemos confortavelmente
atestar que o setor de turismo apresenta boas oportunidades para a implementação da estratégia de
entrada, crescimento e consolidação proposta pela Brasil Travel, especialmente tendo em vista que
estas Empresas são empresas operacionais, com longo histórico de atuação e renomadas nos seus
respectivos mercados. Existe ainda um grande potencial de sinergias que poderão ser capturadas
pela Brasil Travel ao longo do processo de integração.
Entendemos que a baixa necessidade de capital inicial e a fragmentação do setor não oferecem
barreiras significativas de entrada e que as empresas que são administradas por equipes
qualificadas e com experiência podem se manter lucrativas ao longo de largos horizontes de tempo.
Na nossa visão, a estratégia proposta pela Brasil Travel de manter os sócios fundadores das
Empresas alinhados a partir da remuneração atrelada ao desempenho gera incentivo mútuo para se
maximizar as sinergias e geração de valor do conglomerado econômico. Fortalecendo esse cenário
há as restrições contratuais que limitam as possibilidades dos atuais acionistas se desligarem da
Companhia para iniciar negócios concorrentes.
A mencionada fragmentação do mercado aliada ao grande potencial financeiro que a Companhia
espera obter com a abertura de capital corrobora a possibilidade de praticar aquisições em grande
escala para o crescimento do negócio e o poder de negociação que o grupo econômico consolidado
passa a ter indica grandes possibilidades de retorno na prática de aquisições. Assim, concluímos
que a Companhia é econômica e financeiramente viável, possuindo uma estratégia de negócios
adequada para atuar na atividade de intermediação de produtos e serviços de turismo.
Silvana Rosa Machado
A.T. Kearney Consultoria de Gestão Empresarial Ltda
Diretora Presidente
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