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ESTUDO, COMPARAÇÃO E ANÁLISE

ECONÔMICA DA TRANSFERÊNCIA DE

CALOR EM ALETAS DE MOTORES

ELÉTRICOS FABRICADOS COM

ALUMÍNIO E FERRO FUNDIDO.

Denise Freire Duarte (UniFOA)

[email protected]

A utilização de aletas para potencializar a eficiência na troca de

energia na forma de calor tem sido um procedimento comum utilizado

há várias décadas. Provemos, neste trabalho, soluções analíticas para

condução de calor em aletas de perfiis retangulares, utilizando dois

diferentes tipos de materiais - o Alumínio e o Ferro Fundido que são

materiais comumente utilizados na confecção de carcaças de motores

elétricos bem como uma análise econômica comparando a viabilidade

de custo, obtenção destes materiais na natureza e vantagens de cada

tipo de material. Uma das aplicações industriais mais comuns de

sistemas de aletas ocorre em motores elétricos, que se tornaram um

dos mais notórios inventos do homem ao longo de seu desenvolvimento

tecnológico. Utilizamos dados reais de um motor elétrico (Weg modelo

W21), que pode ser utilizado na indústria para o acionamento de

bombas, ventiladores, exaustores, britadores, moinhos, talhas,

compressores e outras aplicações. A partir dos dados obtidos do motor

elétrico, sobre suas características físicas e de operação de trabalho,

foram obtidos resultados numéricos e gráficos, para ambos os

materiais. Os resultados demonstram o benefício que se consegue com

a utilização de aletas na determinação da taxa de transferência de

calor, neste tipo de equipamento.

Palavras-chaves: Aletas, transferência de calor, motores elétricos,

alumínio, ferro fundido.

XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção

Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

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1. Introdução

Motores elétricos são partes importantíssimas do processo produtivo industrial, não só no

Brasil como no mundo. Baseando-se pelo número de equipamentos e facilidades como

gerador de força motriz, o parque de motores elétricos é responsável pelo consumo de um

terço de toda a energia ofertada no país (Garcia, 2003). E num cenário onde a eficiência

energética torna-se tão presente, uma vez que a energia elétrica é a solução viável para a

substituição de energias 'sujas', como as por queima de combustível fóssil. Reduzir o consumo

de energia dos motores elétricos é fator crucial para a economia e sustentabilidade da

sociedade humana como um todo.

A utilização de aletas para potencializar a eficiência na troca de energia na forma de calor tem

sido um procedimento comum utilizado há várias décadas. Provemos, neste trabalho, soluções

analíticas para condução de calor em aletas de perfis retangulares, utilizando dois diferentes

tipos de materiais – o Alumínio e o Ferro Fundido que são materiais comumente utilizados na

confecção de carcaças de motores elétricos. Uma das aplicações industriais mais comuns de

sistemas de aletas ocorre em motores elétricos, que se tornaram um dos mais notórios

inventos do homem ao longo de seu desenvolvimento tecnológico.

Utilizamos dados reais de um motor elétrico (Weg modelo W21), que pode ser utilizado na

indústria para o acionamento de bombas, ventiladores, exaustores, britadores, moinhos, talhas,

compressores e outras aplicações. A partir dos dados obtidos do motor elétrico, sobre suas

características físicas e de operação de trabalho, foram obtidos resultados numéricos e

gráficos, para ambos os materiais. Os resultados demonstram o benefício que se consegue

com a utilização de aletas na determinação da taxa de transferência de calor, neste tipo de

equipamento.

2. Objetivo

O objetivo deste trabalho consiste em realizar uma análise comparativa da transferência de

calor existente nas aletas de motores elétricos fabricados com carcaça de alumínio e ferro

fundido observando os ganhos econômicos, ambientais e térmicos na transferência de calor

das aletas. As aletas e ou também chamadas de superfícies estendidas são responsáveis pela

troca de calor interna que é gerada dentro dos motores e transferida para o meio ambiente a

fim de prolongar sua vida útil reduzindo danos com queimas internas.

É possível obter um maior ganho na taxa de transferência de calor apenas mudando o material

que compõe a carcaça e por sua vez as aletas, desta forma mudando o valor da condutividade

térmica do material que no caso do alumínio é superior ao do ferro fundido. As grandezas de

interesse estudadas são: perfil de temperatura ao longo da aleta, material utilizado, taxa de

transferência de calor, altura ideal, largura ideal e eficiência global do sistema.

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3. Metodologia

A metodologia utilizada foi à solução de equações diferenciais para o perfil de temperatura, -

utilizando o método analítico para determinação da taxa de transferência de energia na forma

de calor e outras grandezas de interesse. Utilizou-se o sistema de linguagem Fortran e o

sistema gráfico Grapher para representação gráfica.

O perfil de temperatura foi obtido para diferentes valores de temperatura externa com a

variação do coeficiente de transferência de calor por convecção. A análise da taxa de

transferência de calor foi obtida a partir da variação da temperatura do motor em relação ao

meio ambiente. A eficiência foi calculada utilizando os valores da troca de calor considerando

que o motor não se encontra aletado, com o valor da troca que se obtém quando o mesmo se

encontra aletado.

4. Desenvolvimento

A equação unidimensional da distribuição de temperatura em regime permanente de uma aleta

de seção transversal constante (Figura 1) pode ser descrita como [Silva, E. L. P., Incropera, F.

P., Witt D. P.]:

Figura 1- Representação esquemática de uma aleta retangular

Onde:

L

b

c

x

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Por conveniência estabelecemos a seguinte troca de variável:

Logo, a equação 1 se reescreve:

A solução geral da equação diferencial ordinária de segunda ordem (Eq. 2) é:

Utilizando a equação 3 em x=0:

Para x= L:

Onde obtemos:

Definimos:

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Substituindo e na equação 3 temos a seguinte equação para o perfil de temperatura ao

longo da aleta:

E a taxa de transferência de energia na forma de calor:

Neste trabalho foi utilizado um motor elétrico da Weg modelo W21

[http://www.weg.net/files/products/WEG-motores-eletricos-baixa-tensao-mercado-brasil-050-

catalogo-portugues-br.pdf] utilizado para o acionamento de uma bomba. Este modelo atende

uma série de normas que vão desde a sua forma de construção até o tipo de isolamento

empregado para fins de normalização.

O modelo W21 é um motor elétrico trifásico IP 55 (motores blindados), que possui as suas

dimensões construtivas atendendo a norma NBR – 5432. Sua carcaça é feita de ferro fundido

(NBR – 8441), com potência que vai de 0.16 a 500 Cv. É de categoria N (NBR – 7094), está

entre a maioria dos motores encontrados no mercado atendendo ao acionamento de cargas

normais. E possui classe de isolamento F (NBR – 7034).

Classe de Isolamento F

Temperatura ambiente 40°C

ΔT = elevação de temperatura (método da

resistência)

105°C

Diferença entre o ponto mais quente e a

temperatura média

10°C

Temperatura do ponto mais quente 155°C

Tabela 1- Composição da temperatura do catálogo da Weg

4.1. Ferro fundido

O ferro fundido é uma liga de ferro em mistura eutética com elementos à base de carbono e

silício. Sua diferença para o aço é que este também é uma liga metálica formada

essencialmente por ferro e carbono, mas com percentagens entre 0,008 e 2,11%.

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Entre os ferros fundidos, o cinzento é o mais comum, devido às suas características como

baixo custo (em geral é fabricado a partir de sucata); elevada usinabilidade, devida à presença

de grafite livre em sua microestrutura; alta fluidez na fundição, permitindo a fundição de

peças com paredes finas e complexas; e facilidade de fabricação, já que não exige

equipamentos complexos para controle de fusão e solidificação.

Este tipo de material é utilizado em larga escala pela indústria de máquinas e equipamentos,

indústria automobilística, ferroviária, naval e outras. A presença de veios de grafite em sua

microestrutura proporciona diversas características que tornam do ferro fundido cinzento

quase que insubstituível na fabricação de carcaças de motores e bases de equipamentos. A

grafite, entrecortando a matriz metálica, absorve vibrações, facilita a usinagem e confere ao

ferro fundido uma melhor estabilidade dimensional.

4.2. Alumínio

O alumínio é um metal leve, macio e resistente. Possui um aspecto cinza prateado e fosco,

devido à fina camada de óxidos que se forma rapidamente quando exposto ao ar. O alumínio

não é tóxico como metal, não-magnético, e não cria faíscas quando exposto a atrito.

O alumínio puro possui tensão de cerca de 19 megapascais (MPa) e 400 MPa se inserido

dentro de uma liga. Sua densidade é aproximadamente de um terço do aço ou cobre. É muito

maleável, muito dúctil, apto para a mecanização e fundição, além de ter uma excelente

resistência à corrosão e durabilidade devido à camada protetora de óxido. É o segundo metal

mais maleável, sendo o primeiro o ouro, e o sexto mais dúctil.

Considerando a quantidade e o valor do metal empregado, o uso do alumínio excede o de

qualquer outro metal, exceto o aço. É um material importante em múltiplas atividades

econômica. O motor elétrico utilizado para estudo possui armadura e aletas retangulares feitas

de ferro fundido. Com as mesmas características físicas, utilizamos os dados do material

alumínio para fazer as comparações:

Substância

FERRO FUNDIDO ALUMÍNIO

Condutividade térmica (k) 80 W/ m°K 237 W/ m°K

Calor específico 450 j/Kg°K 900 j/Kg°K

Massa específica 7,20g/cm3 2,70g/cm³

Ponto de fusão °C 1200 660,3

Estado da matéria Sólido Sólido

Eletronegatividade (Pauling) 1,83 1,61

Densidade (g/cm³) 7,3 2,7 Tabela 2- Dados do Alumínio e do ferro fundido

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Figura 2 - Representação dos componentes do motor elétrico Weg [03]

Efetuaram-se medições na armadura do motor e nas aletas onde foram retirados os seguintes

dados:

DIÂMETRO

EXTERNO DO

MOTOR

LARGURA DO

MOTOR

LARGURA DA

BASE DA

ALETA

ALTURA DA

ALETA

NÚMERO

DE ALETAS

139.60 mm 130.13 mm 5.84 mm 17.00 mm 32

Tabela 3 - Dados obtidos do motor

O motor opera com potência máxima de 750 W, e para efeito de análise foi estipulado que a

temperatura máxima de trabalho na parede do motor é de 98 °C e a temperatura externa no

ambiente de trabalho variando em 15 °C, 25 °C, 40°C, 55°C e 70 °C. Escolhemos neste

trabalho a temperatura ambiente de 15 °C como padrão, por ser um valor intermediário,

porque o fabricante especifica como a temperatura máxima ambiente em 40 °C. Temperaturas

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acima desse valor são consideradas um caso especial de operação, mas para efeito de análise

do comportamento do sistema, estas temperaturas foram utilizadas.

5. Resultados

Figura 3: Taxa de transferência de calor com variação da temperatura externa.

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Figura 4: Desempenho comparativo entre os dois materiais utilizando o método analítico variando a altura da

aleta.

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Figura 5: Desempenho comparativo entre os dois materiais utilizando o método analítico variando a largura da

base da aleta.

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Figura 6: Taxa de transferência de calor entre alumínio e ferro fundido com variação da largura base da aleta e

altura original utilizando o método analítico.

A tabela abaixo mostra a diferença de peso do ferro fundido para o alumínio:

MOTOR WEG W21

MATERIAIS FERRO FUNDIDO

(FE)

ALUMÍNIO (AL)

DIFERENÇA DE

PESO (FE/AL)

Carcaça 63 2,08kg 0,55kg 1,53kg

Carcaça 71 2,88kg 0,75kg 2,13kg

Tabela 4: Preço por unidade de peso

Como se pode observar há uma diferença significativa de peso utilizando alumínio comparado

com o ferro fundido.

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Em pesquisas de preço realizada no mercado observamos que o alumínio é um material mais

caro que o ferro fundido, ele custa em média R$ 5,00/kg, este o valor para alumínio

reciclável. Enquanto que o ferro fundido custa em média R$ 3,15/kg. Efetuando-se o cálculo

para os materiais apresentados chegamos aos seguintes valores:

TABELA DE PREÇO

MOTOR WEG W21 FERRO FUNDIDO ALUMÍNIO

Peso Carcaça 63 2,08kg 0,55kg

Peso Carcaça 71 2,88kg 0,75kg

Preço R$/Kg R$ 3,15 R$ 5,00

Custo Total Carcaça 63 R$ 6,55 R$ 2,75

Custo Total Carcaça 71 R$ 9,07 R$ 3,75

Tabela 5: Custo total por unidade de peso

6. Considerações finais

A Figura 3 mostra os valores da taxa de transferência de calor entre o alumínio (linhas

vermelhas e tracejadas) e o ferro fundido (linhas pretas contínuas) utilizando o método

analítico. É visível o aumento desta taxa para o alumínio em relação ao ferro fundido em

todos os valores assumidos para a temperatura ambiente. Isso acontece pelo fato do valor da

condutividade térmica do alumínio ser maior do que no ferro fundido.

Para a Figura 4 foi efetuada uma análise comparativa entre o desempenho do alumínio para

com o ferro fundido, mantendo os valores de temperatura na parede – 98°C e temperatura

ambiente (externa) – 15°C e variando a altura da aleta, que mostrou que mesmo mudando

uma característica original, o alumínio continua trocando mais calor do que o ferro fundido.

A Figura 5 é semelhante à Figura 4, porém alterando os valores da largura da base da aleta e

mantendo sua altura original. É observável que o desempenho entre aletas de alumínio e ferro

fundido é muito mais eficiente quando se aumenta a altura da aleta do que quando se aumenta

a largura de sua base.

A Figura 6 mostra os resultados do método analítico comparando a taxa de transferência de

calor entre o alumínio e o ferro fundido fixando as temperaturas externa – 98°C e interna –

25°C com variação na largura da base da aleta e mantendo sua altura original. Evidencia-se a

vantagem de utilização do alumínio sobre o ferro fundido.

Os resultados obtidos neste trabalho estão consistentes fisicamente e demonstram que é mais

vantajoso, em termos de desempenho, a utilização do alumínio no lugar de ferro fundido para

aletas de motores elétricos.

Observando a diferença de preço e peso do alumínio com o ferro fundido, pode-se notar que o

ferro fundido, mais barato que o alumínio, tem custo mais elevado. Isso ocorre devido ao peso

do ferro fundido, que é superior em 1,53 kg. Essa diferença é significativa, e é função da

massa específica do ferro fundido, que é bem superior a do alumínio (Tabela 2).

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O resultado observado acima é um fator relevante, pois o alumínio, apesar de ser mais caro

que o ferro fundido, acabou ficando mais atrativo economicamente, em relação a custo por

peso. Outro fator importante, que não pode ser negligenciado, é que para reciclar uma

tonelada de alumínio gasta-se apenas 5% da energia necessária para produzir a mesma

quantidade de alumínio pelo processo primário. Isso significa que a reciclagem do material

evita a extração da bauxita, o mineral beneficiado para a fabricação da alumina, que é

transformada em liga de alumínio.

Cada tonelada do metal exige cinco de minério, e utilizando a reciclagem evitamos essa

retirada de minério da natureza. Dessa forma contribuímos para o meio ambiente evitando a

retirada de minério, ferro ou alumínio, e contribuindo para a reciclagem, que é um meio

ecologicamente correto. Com o ferro fundido não é possível efetuar esta reciclagem, pois é

um material que se oxida e com isto impedindo o seu reaproveitamento.

O custo do motor elétrico poderá também ser reduzido utilizando novas geometrias para as

aletas, que utilizarão menos material por unidade de peso, conseqüentemente ficando mais

barato para sua fabricação.

7. Referências

DENISE, F. D.; ÉLCIO N. “Aplicação de equações diferenciais em eficiência da troca de

calor em motores aletados”. 10º Congresso Nacional de Iniciação Científica CONIC-

SEMESP, realizado nos dias 19 e 20 de novembro de 2010, na Universidade Presbiteriana

Mackenzie, em São Paulo - SP.

GARCIA, AGENOR GOMES PINTO. “Impacto da Lei de Eficiência Energética para

Motores Elétricos no Potencial de Conservação de Energia na Indústria”. Dissertação

(Mestrado em Engenharia Elétrica). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

2003.

INCROPERA, F. P., WITT D. P. “Fundamental of Heat and Mass Transfer”, 3rd Ed., 79 –

142.

PADILHA, A.F. “Materiais de engenharia: Microestrutura e propriedades”. 5. ed. Curitiba

- PR: Hemus, 2000.

SILVA, E. L. P; E. NOGUEIRA. “Estudo de Técnicas Matemáticas para Solução de

Equações Diferenciais – Uma Aplicação em Condução de Calor em Aletas”. Universidade do

Vale do Paraíba, 1997, São José dos Campos – SP.

SISSOM, L. E., PITTS D. R. “Fenômenos de Transporte”. 96 – 140.

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