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Page 1: Estudantes na mira

Salvador, SÁBADO,24 de julho de 2010 3

Toda criançatem direito a:

Amor e àcompreensão porparte dos pais e dasociedade

Alimentação,moradia eassistência médicaadequadas

Crescer dentrode espírito desolidariedade,compreensão,amizade e justiça

Educação gratuita

Igualdade, semdistinção de raça,religião ounacionalidade

Lazer infantil

Proteção para seudesenvolvimentofísico, mentale social

Vida, à liberdadee à segurançapessoal

Fonte: DeclaraçãoUniversal dos Direitosda Criança e DeclaraçãoUniversal dos DireitosHumanos

UM BASTA CONTRA A VIOLÊNCIA

Estudantes na miraUm protesto na praia de Copacabana emociona o País

FERNANDO FRAZÃO / AG

Alunos pintaram o rosto com lágrimas vermelhas depois que Wesley, 11, levou um tiro

infantojuvenil daperiferia, pois brincammais nas ruas, local ondepode haver disputa entrebandidos e polícia.

A diretora do InstitutoMunicipal de Educaçãode Jovens e Adultos(Imeja), MagdaGuimarães, percebe que,em alguns bairros, os

professores dão aula commedo. A solução,acredita, seria unir escolae comunidade.

A socióloga Marlenealerta: a violência tem seaproximado cada vezmais da nossa casa e doslocais onde a gentebrinca. Por isso, temosque exigir segurança.

VERENA PARANHOS

Um protesto no calçadãoda praia de Copacabana,no Rio de Janeiro, noúltimo dia 18,emocionou o Brasil.Dezenove criançasparticiparam de um atopúblico contra aviolência nas escolas.

A vítima mais recentefoi Wesley de Andrade,11, que morreu na salade aula após ter sidoatingido no peito poruma bala perdida,quando policiais etraficantes trocavamtiros perto de sua escola.

Não vamos à aula parasermos alvo de violência,mas sim estudar eaprender a construir ummundo melhor. Temosdireito à proteção e àeducação, conforme estáescrito na lei.

Casos como o deWesley não acontecemsó no Rio. Ano passado,uma menina de doisanos foi vítima de balaperdida no bairro de

Tancredo Neves, emSalvador, quando saía daescola com a mãe.

A socióloga MarleneVaz conta que a violênciahoje invade as salas deaula. “O governo deveriadar mais atenção àscrianças e adolescentes”.

Ela diz que a violênciaatinge mais o público

A expressão “balaperdida” é confusapara você? Afinal, comouma bala pode se“perder”? Ela não tinhaum “destino certo”? Naverdade, um dos doislados (policial ebandido ou grupos decriminosos) queriaatingir o inimigo, masterminou atingindo

uma pessoa que nãotinha nada a ver com ahistória. Essa expressãosurgiu nos anos 1980,nos morros do Rio deJaneiro, nas disputasentre policiais etraficantes. Osmoradores, quandoeram atingidos porbalas que não sabiamde onde tinham vindo,

acusavam a polícia,antes mesmo dequalquer investigação.Eles faziam isso porquetinham medo dostraficantes. A políciacomeçou a se defender,usando o termo “balaperdida”, pois não sesabia quem realmentetinha atirado.Fonte: Marlene Vaz, socióloga

Bala perdida

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