GGOOVVEERRNNOO DDOO EESSTTAADDOO DDEE MMAATTOO GGRROOSSSSOO SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA
SECRETARIA ADJUNTA DA RECEITA PÚBLICA
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11ºº BBiimm -- 22001177
Cuiabá – Maio - 2017
PEDRO TAQUES Governador do Estado de Mato Grosso
GUSTAVO PINTO COELHO DE OLIVEIRA Secretário de Estado de Fazenda de Mato Grosso
MARIA CÉLIA DE OLIVEIRA PEREIRA Secretária Adjunta Executiva - SAEX
FRANCISCO SERAFIM DE BARROS Secretário Adjunto do Tesouro Estadual – SATE
ÚLTIMO ALMEIDA DE OLIVEIRA Secretário Adjunto da Receita Pública - SARP
JOSÉ HORÁCIO FERREIRA CEREJO Secretário Adjunto de Atendimento ao Cliente - SAAC
CÂNDIDO DOS SANTOS ROSA JÚNIOR Secretário Adjunto de Administração Fazendária - SAAF
Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso
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Sumário
Resumo executivo - receita pública ................................................................................................ 7 Aspectos legais ............................................................................................................................. 13 Aspectos metodológicos ............................................................................................................... 15 Códigos das Atividades Econômicas (CNAE´s) .......................................................................... 18
Gráficos-ICMS ............................................................................................................................. 23 Tabelas .......................................................................................................................................... 28
Eficácia Tributária – Anual/16 ..................................................................................................... 31
Análise do Inconverso .................................................................................................................. 33
Resumos ....................................................................................................................................... 34 Arrecadação de ICMS com Valores Nominais e Corrigidos ........................................................ 37 Modelo econométrico de previsão da arrecadação de ICMS ....................................................... 55 Transferências Constitucionais per capita .................................................................................... 60
Transferências Voluntárias. .......................................................................................................... 62 Multas, juros e dívida ativa........................................................................................................... 63 Créditos tributários “sub judice”. ................................................................................................. 64
Valores transferidos a fundos. ...................................................................................................... 66 Prognósticos e Circunstâncias Relevantes .................................................................................... 67
Anexos......................................................................................................................................... 72
Sítios consultados pela Secretaria de Fazenda ............................................................................. 76
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EQUIPE DA SECRETARIA ADJUNTA DA RECEITA PÚBLICA - SARP
SECRETÁRIO ADJUNTO DA RECEITA PÚBLICA Ultimo Almeida de Oliveira
UNIDADE TÉCNICA DE NEGÓCIO DA RECEITA PÚBLICA - UNRP
Erlaine Rodrigues Silva - Fiscal de Tributos Estaduias/Gerente
Edson Fontana de Oliveira - Fiscal de Tributos Estaduais
Rodrigo Sarkis Moor Santos – Agente de Tributos Estaduais
Paulo César da Silva - Técnico em Processamento
UNIDADE DE PESQUISA ECONÔMICA E ANÁLISE DA RECEITA PÚBLICA
- UPEA
Luiz Gonçalo Pereira Ormond – Agente de Tributos Estaduais/Gerente
Vilma Blanco Alencar – Fiscal de Tributos Estaduais
Eliezer Pereira da Silva - Analista Administrativo
Elizeu Gomes de Souza - Analista Administrativo
Thaissa Radi Sposito - Analista Administrativo
Augusto Hideaki Borges Nohama – Técnico de Suporte
Rosianny Oliveira Costa - Digitadora
Denize Maria da Costa Assis - Fiscal de Tributos Estaduais
José Américo Fernandes Júnior - Fiscal de Tributos Estaduais
José Manoel Faria e Silva - Fiscal de Tributos Estaduais
Decio de Oliveira Sanches Júnior - Agente de Tributos Estaduais
UNIDADE DE RELAÇÕES FEDERATIVAS FISCAIS - URFF
Vinícius Jose Simioni Silva – Fiscal de Tributos Estaduais/Gerente
Denize Fabiane Boaventura - Técnico de Suporte
UNIDADE EXECUTIVA DA RECEITA PÚBLICA - UERP
Alex Sebastião da Silva - Fiscal de Tributos Estaduais/Gerente
Alexandre Paulino Monea - Fiscal de Tributos Estaduais
Jeane da Silva Souza - Fiscal de Tributos Estaduais
UNIDADE DE POLÍTICA TRIBUTÁRIA - UPTB
Fábio Fernandes Pimenta - Fiscal de Tributos Estaduais/Gerente
Marcos Aurélio Benetti - Fiscal de Tributos Estaduais
Fhabiane Cristini de Miranda Marques - Digitadora
PRÓ-FISCO Edson Fontana de Oliveira - Fiscal de Tributos Estaduais
APOIO DIRETO AO GABINETE Maria Alves da Silva – Agente da Área Instrumental do Governo
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APRESENTAÇÃO
O presente trabalho avalia o comportamento da receita pública do Estado de
Mato Grosso no 1º Bim/2017, cumprindo assim o dispositivo do Art. 12 da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF). Parte do conteúdo deste documento compara as receitas
efetivamente ingressadas no erário estadual com os montantes de receitas que foram
previstas pela Secretaria de Estado de Fazenda.
Art. 12 As previsões de receita observarão as normas
técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas (LRF, 2000)
As análises da receita visam prevenir riscos futuros, além de permitirem
correções de eventuais desvios das metas legais e econômicas. Desse modo, o esforço
em antecipar as distorções das metas pode ser corrigido em tempo como tentativa de
evitar desequilíbrios das contas públicas.
Uma visão geral de receita como a elaborada neste documento é uma tentativa
de sintetizar informações e evidenciá-las a todos os gestores, possibilitando a estes o
cumprimento da gestão fiscal (acompanhamento e avaliação permanente através de
análises, estudos e diagnósticos da receita) como estabelecido no Art. 67 da LRF, inc.4.
Ao auferir resultados obtidos referentes ao ano anterior pretende-se motivar
todos os gestores públicos a realizarem as receitas cabíveis ao Estado de Mato Grosso
de acordo com os princípios tributários e com o potencial da economia.
Procurou-se identificar o potencial de algumas das Receitas Tributárias e suas
componentes (IRRF, IPVA, ITCD, ICMS e TAXAS) como também, o FETHAB que,
no presente trabalho foram denominadas “receitas analisadas”.
A distância entre a receita realizada e a analisada representa possibilidades de o
Estado avançar na arrecadação sem aumentar alíquotas dos tributos de sua competência.
A diferença entre a arrecadação realizada e a analisada representa também um desafio
para os respectivos gestores dessas contas (IRRF, IPVA, ITCD, ICMS e TAXAS).
Procura-se, assim, contribuir tanto para o aperfeiçoamento das atividades fiscais como
melhorar os mecanismos ou processos para a operacionalização das receitas.
Ultimo Almeida de Oliveira
Secretário Adjunto da Receita Pública
Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso
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RESUMO EXECUTIVO - RECEITA PÚBLICA
Tabela 1 – Código, Especificação e Comparação entre Receita Prevista e Realizada
– Em 1º Bim-2017.
A tabela 1 ressalta o peso de três contas na composição da receita. As receitas
Tributárias, de Contribuições e Transferências Correntes responderam no 1º Bim/17 por
85,78 % de toda a receita estadual.
Receita Patrimonial
A receita patrimonial foi de R$ 37,07 milhões, destacando-se neste grupo as
receitas de valores mobiliários, remuneração de depósitos bancários e outras receitas de
valores mobiliários.
RECEITA AGROPECUÁRIA
A receita Agropecuária no período foi de apenas R$ 53,8 mil reais,
possuindo pouca representatividade do total das receitas, participando com apenas 0,002
%. As receitas que compõem este grupo são: Receita da produção animal e derivados e
Outras receitas agropecuárias.
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RECEITA INDUSTRIAL
A receita Industrial foi de R$ 1,05 milhão , sendo composta
basicamente pela receita da indústria de transformação.
RECEITA DE SERVIÇOS
A receita de Serviços foi de 98,31 milhões, representando 3,25 % do
total das Receitas do estado. Dentre as receitas deste grupo destacam-se os serviços
relativos ao trânsito, saúde e agropecuários.
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Tabela 2 - Especificação da Receita Prevista, Realizada e Participação
Percentual das Receitas - 1º Bim/2017 (em milhões de reais).
Tabela 2.1 - Especificação da Receita Prevista, Realizada - FETHAB - 1º Bim-17.
A Receita do Fethab realizada no 1º Bim/2017 foi de R$ 187,28 milhões, ante uma
previsão para o período de R$ 149,48 milhões, portanto 25,28 % acima. Cabe salientar
que foi recolhido receita da Contribuição do Fethab Adicional, criado pela Lei
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10.353/2015 e Resolução nº 006/16 do Conselho Diretor do FETHAB, no valor de R$
55,95 milhões.
A Receita Pública Total realizada no 1º bim/17 foi de R$ 3,02 bilhões (sem as
deduções do fundeb e as transferências aos municípos), ficando 12,3 % abaixo da
prevista na LOA (R$ 3,45 bilhões). Houve frustração tanto das receitas Tributárias,
Transferências Correntes e nas Receitas de Capital. Já as receitas de Contribuições
apresentaram bom desempenho.
A tabela mostra que as receitas Tributárias, Transferências Correntes e receitas
de Capital realizadas no período obtiveram um valor abaixo do projetado na LOA em
6,1%, 16,8% e 98,7%, respectivamente, em valores nominais. Já as receitas de
Contribuições superaram a previsão orçamentária em 9,5%.
TAXAS Quanto às taxas (Segurança Pública, Serviços Estaduais e Judiciárias), o valor
realizado ficou abaixo do previsto na LOA em 7,4%, haja vista que estimou-se na LOA
um montante para o período de R$ 26,29 milhões e o valor realizado foi de R$ 24,35
milhões. A frustração ocorreu, principalmente, em Taxas pela Prestação de Serviços,
haja vista que foi impetrado MS pela Fiemt contra a cobrança do FUNDESTEC e
também pelo cumprimento da decisão proferida pelo TJMT nos autos da ADI 51410/15,
a qual declarou a inconstitucionalidade da cobrança da TSE sobre a expedição do
documento de arrecadação utilizado para recolhimento de tributos estaduais.
Receitas de Contribuições
As receitas de contribuições totalizaram R$ 246,11 milhões, contra uma
previsão de R$ 269,54 milhões, portanto 9,5 % acima do previsto.
IPVA
A previsão de arrecadação do IPVA para o período foi de R$ 118,91 milhões,
sendo realizados R$ 127,92 milhões, ficando 7,6% acima do previsto.
ICMS
O valor do ICMS projetado na LOA para o período foi de R$ 1,402 bilhão,
sendo realizado R$ 1,336 bilhão, portanto 1,4 % inferior ao previsto, em valores
nominais. Mais adiante veremos a análise do ICMS por segmento.
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Imposto sobre transmissão Causa Mortis ou Doação de Bens e Direitos
(ITCD)
O valor do ITCD previsto na LOA para o período foi de R$ 11,51 milhões e a
realização foi de R$ 15,31 milhões, portanto 33% superior ao previsto na LOA.
Transferências Correntes (Constitucionais e Legais) Estava prevista uma receita de R$ 854,92 milhões de transferências correntes
para o período, no entanto, a realização foi de R$ 711,49 milhões, ficando 16,8% abaixo
do valor orçado.
Multas e juros
Os valores efetivamente recebidos a título de Multas e Juros ficaram abaixo do
valor orçado, 14,6 % aproximadamente, totalizando R$ 29,68 milhões ante os R$ 34,77
milhões previstos na LOA.
Receita da Dívida Ativa A Receita orçada da Dívida Ativa para o período foi de R$ 9,96 milhões,
realizando-se R$ 7,06 milhões, portanto, 29,1 % abaixo do previsto. Destaca-se que
existe um trabalho em sintonia com a Procuradoria Geral do Estado, em especial com a
Subprocuradoria-Geral Fiscal.
RECEITAS DE CAPITAL
As receitas de capital apresentaram um resultado inferior em relação ao
estimado na LOA para o período, ou seja, estava prevista uma receita de R$ 98,73
milhões, realizando-se R$ 1,28 milhão, portanto, 98,7 % abaixo.
Salientamos que este comportamento pode ser explicado pelo fato de existirem
Operações de Crédito em andamento, principal componente de receita deste grupo, que
não foram liberadas na sua totalidade até o período analisado.
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Tabela 3 - Arrecadação ICMS, Nominal e Corrigido, para o período entre jan a
dez/2007 – jan a dez/2016 (em milhões de R$).
Observando-se o valor do ICMS, no intervalo de dez anos (jan a fev/2008 – jan
a fev/2017), verificamos uma variação nominal de 118,69 % e corrigida de 24,13 % na
arrecadação do referido tributo.
Comparando-se em termos nominais os valores arrecadados no período de jan
a fev/2017 com o mesmo período do ano anterior, observa-se uma variação positiva de
0,7%. Já em termos reais houve variação negativa de 6 %.
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Tabela 4 – Tributos (ICMS, IRRF, IPVA, ITCD e Taxas), Valores Projetados na
Lei Orçamentária Anual (LOA) e a Receita Realizada no 1º Bim/17.
Os dados mostram que o montante de arrecadação da receita tributária ficou
6,1% abaixo das projeções iniciais, resultando uma receita inferior à prevista em R$
105,26 milhões de reais.
ASPECTOS LEGAIS E METODOLÓGICOS
ASPECTOS LEGAIS
1. DISPOSIÇÕES LEGAIS
Lei de Responsabilidade Fiscal – LC 101/2000
A Lei de Responsabilidade Fiscal determina a realização, a cada dois meses, de
uma avaliação de desempenho da receita.
Uma das vantagens dessa análise é que ela propicia um contexto mais amplo
das causas que estão influenciando o comportamento das receitas. Naturalmente que a
observação das causas permite correção de rumos. Entre as mudanças possíveis,
destaca-se a atuação do aparelho fiscal movido pela necessidade de desdobramento e
cumprimento de metas bimestrais de receitas.
O acompanhamento da arrecadação visa garantir as metas estabelecidas na Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas
técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação,
da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de
qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de
demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção
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para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de
cálculo e premissas utilizadas.
Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas
serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de
arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das
medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores
de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da
evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança
administrativa.
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos,
nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de
execução mensal de desembolso.
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a
realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas
de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas
Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato
próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes,
limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda
que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram
limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
§ 2º Não serão objeto de limitação as despesas que
constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive
aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as
ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º No caso de o Poder Legislativo e Judiciário e o
Ministério Público não promoverem a limitação no prazo
estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os
valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes
orçamentárias.
§ 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o
Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas
fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão
referida no § 1º do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas
Legislativas estaduais e municipais.
(Constituição Federal, art. 166, § 1º... Comissão
permanente de Senadores e Deputados).
A LRF prevê também a prestação de contas periódicas à sociedade das
realizações do Poder Executivo no campo tributário. Trata-se da divulgação do seu
programa de melhoria da arrecadação e de sua política tributária.
Conforme se interpreta o Art. 12 da LRF, caso a receita própria venha mostrar-
se declinante, o Estado poderá:
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Adotar medidas para atualização do cadastro de contribuintes;
Focar o aparelho fiscalização para evitar sonegação de tributos;
Rever as isenções concedidas;
Adequar taxas ao custo real dos serviços e outras medidas.
Decidir sobre outras ações recuperadoras de créditos.
Nesse sentido, a LRF estabelece: Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho
da arrecadação em relação à previsão, destacando as providências
adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à
sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias
administrativa e judicial, bem como as demais medidas para
incremento das receitas tributárias e de contribuições.
ASPECTOS METODOLÓGICOS
METODOLOGIA
Projeção da Receita do ICMS
A metodologia de estimativa da receita de ICMS adotada pela SEFAZ/MT, em
março de 2001 e atualizado em 2016, considerou a dinâmica macroeconômica atual e
futura da base produtiva do Estado, ao invés da tendência histórica de comportamento
da receita. O acelerado processo de crescimento e transformação produtiva da economia
local, a partir da segunda metade da década de 90, motivou essa decisão. Entendeu-se
que o ritmo e a trajetória do ICMS de hoje não guardava aderência com o verificado nos
últimos 10 anos.
Assim, a previsão de receita de ICMS deu-se a partir de informações sobre o
potencial de consumo e de estimativas do comportamento do PIB setorial, em
agrupamentos denominados SEGMENTOS.
Esse agrupamento poderia ser feito sob a ótica do produto ou da sua cadeia
produtiva. Optou-se pelo agrupamento da cadeia produtiva, pois tal procedimento
guarda sintonia com a abordagem adotada pelo Governo do Estado em sua Política de
Desenvolvimento Regional. Além disso, essa estruturação contribui para a padronização
do Sistema de Administração Tributária, em consonância com o modelo de gestão da
SEFAZ/MT e permite maior eficácia na projeção e acompanhamento da receita. Permite
ainda mensurar e avaliar o efeito multiplicador da renda e de tributos decorrentes da
produção.
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Apesar desse entendimento, não foi possível enquadrar todos os Segmentos no
conceito de cadeia produtiva, de modo que alguns ainda permanecem sob a ótica do
produto. Adotou-se, portanto, o conceito misto, conforme demonstrado na tabela 8.
Segmentos da Economia Mato-Grossense e seu Respectivo Conceito Misto (sob a
Ótica de Cadeia Produtiva e da Ótica de Produto)
SEGMENTO CONCEITO MISTO
1. Algodão Produção, Indústria, Comercialização
2. Arroz Produção, Indústria, Comercialização (exclusive comercialização alcançada por outros segmentos)
3. Atacado Exclusive mercadorias contempladas nos segmentos
4. Bebidas Indústria, Distribuição e Comercialização
5. Combustíveis
Diesel, Álcool, Gasolina, GLP, GNV, Querosene
6. Comunicação
Telefonia, Rádio Difusão, TV, TV a Cabo, Correios, Internet
7. Energia Elétrica
Consumo
8. Madeira Extração, Beneficiamento, Indústria Moveleira
9. Medicamentos
Distribuidores e Farmácia
10. Pecuária
Produção, Indústria, Exportação, Comercialização (inclusive frigoríficos, casas de carnes, etc)
11. Soja Produção, Indústria, Exportação e Comercialização Mercado Interno
12. Supermercados
Hiper, Super, Produtos Alimentícios, bebidas, fumos, outros (inclusive substituição tributária)
13. Transportes
Aéreo, rodoviário de cargas e passageiros, ferroviário, fluvial
14. Varejo Exclusive mercadorias contempladas nos segmentos e inclusive substituição tributária
15. Veículos Automóveis, Motos, Ônibus, Caminhões, Auto-Peças, Pneus e Acessórios
16. Outros Outras receitas de ICMS (inclusive outros produtos agrícolas não alcançados pelos segmentos)
Os critérios para definir produto ou cadeia produtiva como Segmento foram
sua representatividade na receita tributária e/ou na economia do Estado, de modo que o
conjunto dos Segmentos representasse, no mínimo, 90% da arrecadação total.
Para os diversos PIBs setoriais – PIB dos Segmentos - adotou-se a hipótese de
elasticidade unitária PIB - receita tributária, ou seja, para cada ponto de
crescimento/redução no PIB registra-se um incremento/queda de um ponto na receita de
ICMS.
Como Proxy do PIB considerou-se a estimativa do faturamento de cada
Segmento, com base em informações sobre a demanda local, obtida a partir de
indicadores de consumo per capta e do volume de produção do Segmento. Essa
informação permitiu identificar a capacidade contributiva potencial dos agentes
econômicos.
O ICMS potencial, obtido a partir da aplicação da alíquota média do ICMS do
segmento no valor do faturamento, refere-se ao valor da arrecadação em uma situação
ideal (ausência de externalidades na gestão tributária, tais como, renúncia,
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inadimplência, medidas judiciais que anulem a obrigação tributária, contencioso
administrativo e sonegação).
A renúncia por segmento foi calculada a partir de levantamento das concessões
de incentivos fiscais isolados (redução de base de cálculo, crédito presumido, crédito
outorgado, isenção, diferimento) e de programas de incentivos fiscais.
O ICMS potencial menos a renuncia, o aproveitamento de crédito é igual ao
ICMS efetivo. O Inconverso por sua vez é composto de quatro variáveis: contencioso
administrativo, contencioso judicial, conta corrente ou inadimplência e um valor
residual configurado como fraude (ver ilustração 1).
ICMS efetivo é obtido com base no registro das receitas recolhidas ao erário.
Essa metodologia permitiu identificar um importante indicador de desempenho da
receita pública, que é o de eficácia tributária, o qual estabelece uma relação entre a
receita efetiva e receita potencial, revelando o espaço ainda existente para avançar em
termos de arrecadação.
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Códigos das Atividades Econômicas (CNAE´s)
Segmento: Algodão
CNAES Descrição
1321-9/00 Tecelagem de fios de algodão
1311-1/00 Preparação e fiação de fibras de algodão
0112-1/01 Cultivo de algodão herbáceo
4623-1/03 Comércio atacadista de algodão
Segmento: Arroz
1061-9/02 Fabricação de produtos do arroz
0111-3/01 Cultivo de arroz
4632-0/01 Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados
1061-9/01 Beneficiamento de arroz
Segmento: Atacado
0114-8/00 a 1749-4/00
2011-8/00 a 2829-1/01
3050-4/00 a 3329-5/99
4623-1/04 a 4693-1/00
Com 212 atividades
Segmento: Bebidas
1112-7/00 Fabricação de vinho
1033-3/02 Fabricação de sucos de frutas, hortaliças e legumes, exceto concentrados
1033-3/01 Fabricação de sucos concentrados de frutas, hortaliças e legumes
1122-4/01 Fabricação de refrigerantes
1122-4/03 Fabricação de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas
1122-4/99 Fabricação de outras bebidas não-alcoólicas não especificadas anteriormente
1111-9/02 Fabricação de outras aguardentes e bebidas destiladas
1113-5/01 Fabricação de malte, inclusive malte uísque
1122-4/02 Fabricação de chá mate e outros chás prontos para consumo
1113-5/02 Fabricação de cervejas e chopes
1121-6/00 Fabricação de águas envasadas
1111-9/01 Fabricação de aguardente de cana-de-açúcar
4723-7/00 Comércio varejista de bebidas
4635-4/02 Comércio atacadista de cerveja, chope e refrigerante
4635-4/99 Comércio atacadista de bebidas não especificadas anteriormente
4635-4/03 Comércio atacadista de bebidas com atividade de fracionamento e acondicionamento associada
4635-4/01 Comércio atacadista de água mineral
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Segmento Combustíveis
3520-4/01 Produção de gás; processamento de gás natural
1922-5/01 Formulação de combustíveis
2021-5/00 Fabricação de produtos petroquímicos básicos
1921-7/00 Fabricação de produtos do refino de petróleo
2099-1/99 Fabricação de outros produtos químicos não especificados anteriormente
1922-5/99 Fabricação de outros produtos derivados do petróleo, exceto produtos do refino
1931-4/00 Fabricação de álcool
0600-0/02 Extração e beneficiamento de xisto
0600-0/03 Extração e beneficiamento de areias betuminosas
0600-0/01 Extração de petróleo e gás natural
3520-4/02 Distribuição de combustíveis gasosos por redes urbanas
1910-1/00 Coquerias
4732-6/00 Comércio varejista de lubrificantes
4784-9/00 Comércio varejista de gás liqüefeito de petróleo (GLP)
4731-8/00 Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores
4681-8/05 Comércio atacadista de lubrificantes
4682-6/00 Comércio atacadista de gás liqüefeito de petróleo (GLP)
4681-8/02 Comércio atacadista de combustíveis realizado por transportador retalhista (TRR)
4681-8/03 Comércio atacadista de combustíveis de origem vegetal, exceto álcool carburante
4681-8/04 Comércio atacadista de combustíveis de origem mineral em bruto
4681-8/01 Comércio atacadista de álcool carburante, biodiesel, gasolina e demais derivados de petróleo, exceto lubrificantes, não realizado por transportador retalhista (TRR)
0500-3/02 Beneficiamento de carvão mineral
Segmento: Comunicação
6120-5/01 Telefonia móvel celular
6130-2/00 Telecomunicações por satélite
6110-8/01 Serviços de telefonia fixa comutada - STFC
6120-5/99 Serviços de telecomunicações sem fio não especificados anteriormente
6110-8/99 Serviços de telecomunicações por fio não especificados anteriormente
6110-8/02 Serviços de redes de transporte de telecomunicações - SRTT
6110-8/03 Serviços de comunicação multimídia - SCM
6120-5/02 Serviço móvel especializado - SME
6190-6/02 Provedores de voz sobre protocolo internet - VOIP
6190-6/01 Provedores de acesso às redes de comunicações
6022-5/01 Programadoras
6190-6/99 Outras atividades de telecomunicações não especificadas anteriormente
6143-4/00 Operadoras de televisão por assinatura por satélite
6142-6/00 Operadoras de televisão por assinatura por microondas
6141-8/00 Operadoras de televisão por assinatura por cabo
6022-5/02 Atividades relacionadas à televisão por assinatura, exceto programadoras
6021-7/00 Atividades de televisão aberta
Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso
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Segmento: Energia
3512-3/00 Transmissão de energia elétrica
3511-5/00 Geração de energia elétrica
3514-0/00 Distribuição de energia elétrica
3513-1/00 Comércio atacadista de energia elétrica
Segmento: Madeira
1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira
1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira
0210-1/09 Produção de casca de acácia-negra - florestas plantadas
0210-1/08 Produção de carvão vegetal - florestas plantadas
0220-9/02 Produção de carvão vegetal - florestas nativas
1622-6/99 Fabricação de outros artigos de carpintaria para construção
3101-2/00 Fabricação de móveis com predominância de madeira
1621-8/00 Fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada
1622-6/02 Fabricação de esquadrias de madeira e de peças de madeira para instalações industriais e comerciais
1622-6/01 Fabricação de casas de madeira pré-fabricadas
1629-3/01 Fabricação de artefatos diversos de madeira, exceto móveis
2219-6/00 Fabricação de artefatos de borracha não especificados anteriormente
0210-1/07 Extração de madeira em florestas plantadas
0220-9/01 Extração de madeira em florestas nativas
0210-1/04 Cultivo de teca
0139-3/06 Cultivo de seringueira
0210-1/03 Cultivo de pinus
0210-1/01 Cultivo de eucalipto
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca
0210-1/02 Cultivo de acácia-negra
4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4671-1/00 Comércio atacadista de madeira e produtos derivados
0230-6/00 Atividades de apoio à produção florestal
Segmento: Medicamentos
4646-0/01 Comércio atacadista de cosméticos e produtos de perfumaria
4644-3/01 Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso humano
4644-3/02 Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso veterinário
4772-5/00 Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal
4771-7/03 Comércio varejista de produtos farmacêuticos homeopáticos
4771-7/02 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, com manipulação de fórmulas
4771-7/01 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem manipulação de fórmulas
2121-1/01 Fabricação de medicamentos alopáticos para uso humano
2121-1/03 Fabricação de medicamentos fitoterápicos para uso humano
2121-1/02 Fabricação de medicamentos homeopáticos para uso humano
2110-6/00 Fabricação de produtos farmoquímicos
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21
Segmento: Pecuária
0151-2/01 0322-1/99
1011-2/01 1529-7/00
1012-1/02 1012-1/01
4623-1/01 4722-9/01
63 Atividades
Segmento: Soja 1042-2/00 Fabricação de óleos vegetais refinados, exceto óleo de milho
1041-4/00 Fabricação de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho
0115-6/00 Cultivo de soja
4622-2/00 Comércio atacadista de soja
4637-1/03 Comércio atacadista de óleos e gorduras
Segmento: Supermercado
4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominância de revenda
4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominância de produção própria
4711-3/02 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - supermercados
4712-1/00 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - minimercados, mercearias e armazéns
4711-3/01 Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - hipermercados
4724-5/00 Comércio varejista de hortifrutigranjeiros
4637-1/99 Comércio atacadista especializado em outros produtos alimentícios não especificados anteriormente
4639-7/02 Comércio atacadista de produtos alimentícios em geral, com atividade de fracionamento e acondicionamento associada
4639-7/01 Comércio atacadista de produtos alimentícios em geral
4637-1/01 Comércio atacadista de café torrado, moído e solúvel
4621-4/00 Comércio atacadista de café em grão
Segmento: Transporte
4911-6/00 4950-7/00
5011-4/01 5320-2/02
48 atividades
Segmento: Varejo
1932-2/00
2029-1/00 2869-1/00
3102-1/00 3299-0/04
4615-0/00 4789-0/99
5611-2/01 5620-1/04
Segmento: Veículos
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22
4511-1/01 a 4520-0/01 67 CNAES
168 Atividades
Segmento: Outos
Demais CNAE-FISCAL não relacionados anteriormente
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23
COMPORTAMENTO DA RECEITA TRIBUTÁRIA - ICMS
Gráficos
Gráfico 1 – Total do ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 1º
bim/2017 – Algodão, Arroz, Atacado e Bebidas (em Milhões de Reais)
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24
Gráfico 2 – Total do ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 1º
bim/2017 – Combustível, Comunicação e Energia (em Milhões de Reais).
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25
Gráfico 3 – ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 1º
bim/2017, segmentos de Madeira, Medicamentos, e Pecuária (em Milhões
de Reais).
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26
Gráfico 4 – ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 1º bim/2017,
segmentos de Soja, Supermercado e Transporte (em Milhões de Reais).
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27
Gráfico 5 – ICMS, Projeção Inicial, Realizado e Analisado no 1º bim/2017,
segmentos de Varejo, Veículos e Outros (em Milhões de Reais).
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29
Tabela 6 – Potencial, Efetivo e Eficácia Tributária do ICMS por Segmentos – 1º bim/2017 .
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30
Tabela 7 – Comparação entre Receita Projetada, Realizada e Analisada – 1º bim/17 .
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31
Eficácia Tributária
A partir da Análise de 2010, a Unidade de Pesquisa Econômica Aplicada incorporou mudanças para obter a eficácia
da arrecadação de ICMS. Para manter a uniformidade da série, ajustes parciais foram feitos para os anos de 2007, 2008 e
2009. As referidas mudanças no procedimento de cálculo da eficácia constam do Quadro 01.
Quadro 01 – Mudanças introduzidas no cálculo da eficácia, antes e depois de 2010.
Eficácia antes Eficácia atual
E =
E =
–
A eficácia consistia numa divisão entre o ICMS arrecadado e o ICMS potencial.
Soma-se ao ICMS arrecadado, os valores do FESP, FETHAB e FUNGEFAZ.
Motivo: os fundos derivam do ICMS que integram o esforço fiscal de arrecadação. Já a renúncia caracteriza uma escolha de política tributária, portanto, não está ao alcance do erário. O agente arrecadador não tem governabilidade sobre as renúncias e nem sobre os créditos usufruídos já que estes integram a atividade operacional de aquisição de insumos inerente à mediação econômica.
E = eficácia
Como se observa no quadro 01 acima, a eficácia tributária do ICMS é uma relação entre o ICMS arrecadado e ICMS
potencial. A eficácia representa o percentual de realização que o Estado arrecada em relação aquilo que seria possível, ou
seja, um valor denominado de ICMS potencial. O ICMS potencial é montante teórico de arrecadação dimensionado num
ambiente sem qualquer desvio tributário.
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32
Tabela 8 - Eficácias Tributárias por segmentos.
A Eficácia Tributária Realizada no 1º bimestre de 2017 nos diversos segmentos que compõem o ICMS ficou em torno de 78,07%.
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33
Análise do Inconverso
Tabela 9 – Comparação do Inconverso do ICMS entre Original, Realizado e Analisado por Segmento – 1º bim/2017
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37
Arrecadação de ICMS com Valores Nominais e Corrigidos
Tabela 13 – Arrecadação de ICMS com Valores Nominais e Corrigidos – jan a fev
(2008-2017).
Nom= nominal, Cor = corrigido
Na tabela 13, comparando o 1º bim/2017 com o mesmo período do ano anterior,
verificamos que os piores desempenhos em termos de arrecadação são atribuíveis aos
segmentos de soja, bebidas, energia, transportes. Os melhores desempenhos foram observados
nos segmentos de algodão, arroz, medicamentos e varejo.
A arrecadação do ICMS no 1º bim 2017, foi de R$ 1,336 bilhões, em valores
nominais, enquanto que no mesmo período de 2016 foi de R$ 1,328 bilhões, registrando uma
variação positiva de 0,7%. Já em termos reais a variação foi negativa em 6%. Vale ressaltar
que vários setores foram afetados pela forte desaceleração econômica pela qual o país vem
passando, o que impactou diretamente na arrecadação de vários segmentos. O segmento de
comunicação foi afetado pela queda de alguns indicadores macroeconômicos, como o de
venda de bens e serviços. Outro fator que merece destaque no segmento de comunicação é a
corrosão da base, em razão do surgimento de novos aplicativos gratuito de envio de
mensagens. Já o segmento de veículos, conforme dados do IBGE, registrou crescimento
menor que no mesmo período do ano anterior, tendo em vista que em geral também sentiu os
efeitos da desaceleração econômica. No segmento de supermercados houve queda real de
0,07% no volume de vendas no 1º bim/17 em comparação com os mesmos meses do ano
anterior. O segmento de energia foi impactado no período devido à redução de pagamentos
de subsídios do setor elétrico, o que deixou as contas de energia mais barata, em média, 2,7%
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38
(Sul, Sudeste e Centro Oeste). Na pecuária, observou-se queda no Valor Bruto da Produção de
aproximadamente 7,18%. Quanto à soja, embora houve aumento do faturamento no período,
observa-se que a maior parte foi destinada à exportação, cerca de 85%, ante 66,5 % no mesmo
período do ano passado, não se refletindo em arrecadação pelos efeitos da Lei Kandir
(imunidade). Portanto houve queda no volume que ficou no mercado interno, justificando a
queda de arrecadação do segmento.
PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NA RECEITA DO ICMS
Tabela 14 – Segmento Econômico, Faturamento Total, Faturamento Tributável,
Renúncia Fiscal ICMS realizado – 5º Anual - 16.
A tabela 14 mostra que não há conversão proporcional do faturamento do
agronegócio em arrecadação de ICMS. São destacados os percentuais referentes à
participação relativa no faturamento e no ICMS efetivo: Agropecuária 30,6% do faturamento
tributável e 12,9% da arrecadação do ICMS efetivo; comércio 50,3% do faturamento
tributável e 64,4% do mesmo tributo; em serviços esses percentuais foram de 15,9 % e
21,0%, respectivamente; já para os segmentos que integram outros, o percentual do
faturamento foi de 3,2% e 1,7% de arrecadação de ICMS.
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39
Relação entre faturamento e ICMS
Na Tabela 14, observamos que o faturamento total da agropecuária representa
50,5 %, mas a parte que se converte em ICMS é de apenas 12,9 %. Isso ocorre devido à
imunidade dos produtos exportados e ao expressivo valor da renúncia que é concedida para os
segmentos componentes da agropecuária. Uma das maiores renúncias, de 20,0%, está na
pecuária, seguida do soja com 11,2% e do atacado, com 15,5%. O argumento justificador da
renúncia, geralmente leva em consideração os efeitos multiplicadores dessas atividades em
toda a economia, já que, em termos de arrecadação direta, há uma redução do ICMS.
As atividades ligadas ao comércio, embora tenham contribuído com 35,0% do
faturamento total neste período, apresentaram um peso de 64,4% na arrecadação efetiva do
ICMS.
Agrupando-se os segmentos de serviços - comunicação, energia e transportes –
cujo faturamento total representou 12,3% , em termos de participação na arrecadação do
ICMS, tais segmentos contribuíram com 21,0% do total.
SEGMENTOS ECONÔMICOS
Segmento Algodão
Tabela 15 – Memória de Cálculo do ICMS projetada para o algodão – 1º bim/17.
No segmento algodão, o faturamento tributável realizado ficou 14,6% superior ao
previsto, pois, foi projetado para o período R$ 1,18 bilhão e o valor realizado foi de R$ 1,351
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40
bilhões. Quanto ao ICMS efetivo, a LOA previu para o período R$ 21,78 milhões, realizando
em R$ 22,59 milhões, ou seja, 3,7 % acima.
Verifica-se também que a eficácia tributária ficou abaixo das projeções iniciais, pois
foi projetada em 81,01% e realizou-se em 70,16%. O índice de Inconverso ficou em 29,84%,
portanto, superior ao projetado de 18,99%. A renúncia fiscal refere-se ao Proalmat e Prodeic.
Os créditos renunciados referem-se à utilização de créditos decorrentes da aquisição de
insumos. Na análise do período, observa-se uma tendência de queda de 60% no algodão
destinado à exportação. Em contrapartida há uma tendência de aumento anual de 306% no
algodão destinado ao mercado interno.
Segmento Arroz
Tabela 16 – Memória de Cálculo do ICMS do Arroz – 1º bim/17.
O faturamento tributável no segmento de arroz ficou 5,48% abaixo das projeções
iniciais para o período, pois foi previsto R$ 173,53 milhões, realizando-se R$ 164,10 bilhão.
A receita realizada ficou 63,66% acima da prevista, ou seja previsão de R$ 28,98 milhões,
efetivando-se em R$ 47,44 milhões. A eficácia do segmento ficou acima das projeções
iniciais, ou seja, 93,81%, ante previsão de 80,49%, enquanto que o inconverso ficou em
6,19% ante projeção de 19,51%. Salienta-se que, conforme análise do período, há uma certa
estabilidade no faturamento em relação ao exercício anterior. Houve, também, queda de 39%
na exportação no 1º bim/17 em relação ao mesmo período do ano anterior.
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41
Segmento Atacado
Tabela 17 - Memória de Cálculo do ICMS para o Atacado – 1º bim/17.
Para o segmento de Atacado previa-se um faturamento de R$ 781,27 milhões,
realizando em R$ 764,3 milhões na análise do segmento no período, ou seja 2,2% inferior, em
função de queda no desempenho do segmento no período. A arrecadação do período, R$
81,26 milhões, ficou 1,83% acima da prevista na LOA, R$ 79,80 milhões. A eficácia
tributária foi de 93,80%, portanto superior a projetada na LOA para o período, que foi de
90,11%.
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42
Segmento: Bebidas
Tabela 18 - Memória de Cálculo ICMS do segmento de Bebidas - 1º bim/17.
O faturamento do segmento de Bebidas previsto na LOA para o período foi de R$
481,25 milhões, sendo realizado o montante de R$ 501,21 milhões, ou seja 4,15% acima do
previsto. O ICMS arrecadado no período foi de R$ 77,01 milhões, com uma eficácia de
79,04% ante projeção LOA de 91,83%. A renúncia fiscal refere-se principalmente ao
PRODEIC.
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43
Segmento: Combustíveis
Tabela 19 – Memória de Cálculo ICMS dos Combustíveis – 1º bim/17.
O faturamento tributável no segmento de combustíveis no período obteve
praticamente o mesmo desempenho em relação ao orçado. Refletindo isso na arrecadação,
cuja previsão para o período foi de R$ 396,59 milhões e realização de R$ 399,18 milhões, ou
seja apenas 2,40% acima (com a recomposição dos repasses ao fundo Fethab-diesel). A
Renúncia fiscal refere-se ao PRODEIC e Renúncia de ICMS do Diesel para Ônibus coletivos
na Região Metropol. Cuiabá (Lei 10235/2014, art. 5º, Inc. I, § 1º.
Analisando o comportamento do segmento no período, conclui-se que a eficácia
tributária ficou próxima à prevista na LOA, ou seja, 88,80 % contra previsão de 89,54%, e o
inconverso superior, 11,20% contra previsão de 10,46%. Vale ressaltar que este segmento
respondeu no período por aproximadamente 24,38 % da arrecadação total do ICMS.
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44
Segmento: Comunicação
Tabela 20 – Memória de Cálculo ICMS de Comunicação – 1º bim/17.
A lei Orçamentária Anual previu para o segmento de Comunicação para o
período uma receita de R$ 119,53 milhões, sendo realizados R$ 114,03 milhões, portanto,
4,60% abaixo da previsão (com a recomposição dos repasses ao fundo Fungefaz). A eficácia
tributária ficou abaixo da prevista, ou seja 64,97% contra uma previsão de 68,93%. Cabe
ressaltar que estava previsto na LOA repasses para o Fungefaz , referentes a créditos
outorgados às Concessionárias de Serviços de Comunicação, no valor de R$ 28,74 milhões,
efetivando-se em R$ 25,33 milhões. Vale salientar que a arrecadação do segmento, quando
comparado, em valores nominais, ao mesmo período do ano passado apresentou variação
positiva de 7%, já em valores reais não se obteve, praticamente, nenhuma variação.
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Segmento Energia Elétrica
Tabela 21 – Memória de cálculo ICMS da Energia Elétrica – 1º bim/17.
A receita do ICMS deste segmento prevista para o período foi de R$ 216,56
milhões, no entanto, efetivou-se o valor de apenas R$ 178,71 milhões, ou 17,5% abaixo (com
a recomposição dos repasses aos fundos Fesp). A eficácia tributária realizada no período foi
de 75,85%, contra previsão de 91,91%. Foram, também, recolhidos ao FESP, pela Rede
Cemat, valores que totalizaram R$ 17,93 milhões, gerando crédito de ICMS neste valor,
enquanto na LOA tais valores foram previstos em R$ 14,81 milhões.
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Segmento Madeira
Tabela 22 – Memória de cálculo ICMS da Madeira – 1º bim/17.
A projeção da Lei Orçamentária para o período, deste segmento, foi de R$ 6,76
milhões, realizando-se R$ 6,63 milhões, portanto, praticamente o mesmo da LOA.
A baixa eficácia deste segmento é explicada pelo aumento da exploração ilegal de
madeira, conforme informações divulgadas por órgãos oficiais, cujo previsão para o período
foi de 26,55% e efetivada em 24,50%. A análise do segmento no período reflete essa
afirmação ao se verificar a magnitude do inconverso de 73,45% (previsão) e 75,50%
(realização).
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Segmento Medicamentos
Tabela 23 – Memória de Cálculo ICMS do Segmento Medicamentos- 1º bim/17.
O valor do faturamento tributável no segmento de Medicamentos, previsto para o
período, foi de R$ 459,32 milhões, realizando-se R$ 473,02 milhões, portanto 2,98% acima.
O ICMS efetivo atingiu R$ 36,60 milhões, ficando 4,71 % acima do previsto na LOA, que foi
de R$ 34,95 milhões. A eficácia realizada foi de 87,29% contra previsão na LOA de 85,84%,
já o inconverso foi de 12,71%, ficando este abaixo da previsão de 14,16%.
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Segmento: Pecuária
Tabela 24 – Memória de Cálculo ICMS da Pecuária – 1º bim/17.
O segmento da pecuária engloba a cadeia produtiva dos bovinos, das aves e dos
suínos. O faturamento tributável analisado foi idêntico ao realizado, R$ 2,44 bilhões. Vale
ressaltar que 28,59% do faturamento foi proveniente das exportações e mercado interno de
Mato Grosso, portanto não constitui base para arrecadação de ICMS. O valor arrecadado ficou
6,37% inferior ao previsto, ou seja, R$ 68,19 milhões, contra R$ 72,83 milhões.
A renúncia de R$ 28,38 milhões refere-se aos incentivos do Programa de
Desenvolvimento Industrial e Comercial (PRODEIC) e Crédito presumido.
A eficácia tributária do segmento no período foi de 72,01%, portanto, um pouco
abaixo das projeções iniciais, que foi de 75,75%.
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49
Segmento Soja
Tabela 25 – Memória de Cálculo do ICMS da soja- 1º bim/17.
Foi previsto na LOA um faturamento tributável de R$ 1,247 bilhões, no entanto o
valor realizado atingiu o montante de R$ 938,46 milhões. Já o ICMS efetivo foi de R$ 28,18
milhões, ante um valor previsto de R$ 41,61 milhões, portanto 32,3% abaixo. A eficácia
tributária do período foi de 80,79%, ficando, portanto, ligeiramente superior às projeções
iniciais de 80,44%. A tabela acima demonstra que as exportações realizadas representaram
85,97% do faturamento, portanto não constitui base para arrecadação de ICMS. A renúncia
fiscal refere-se ao PRODEIC. O valor realizado no 1º Bim/17, de R$ 28,18 milhões, ficou
33,21% menor que o arrecadado no mesmo período de 2016 (R$ 42,20 milhões), em valores
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50
nominais. Já em valores reais a redução foi de 37,40%, sugerindo péssimo desempenho da
arrecadação do segmento no período analisado.
Segmento Supermercados
Tabela 26 – Memória de Cálculo do ICMS dos Supermercados - 1º bim/17.
O faturamento tributável previsto para o período foi de R$ 840,45 milhões,
entretanto, realizou-se em R$ 856,81 milhões, 1,95 % acima. A eficácia tributária prevista foi
de 70,43%, efetivando-se em 67,21%. O índice de inconverso do segmento no período foi de
32,79%, acima das projeções iniciais de 29,57%. O ICMS efetivo foi de R$ 60,93 milhões,
ficando 2,7% inferior ao valor previsto na LOA, R$ 62,63 milhões
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51
Segmento: Transporte
Tabela 27 - Memória de Cálculo do ICMS do Transportes – 1º bim/17.
No Segmento de Transporte, o faturamento realizado no período foi de R$ 970,0
milhões, ficando 6,45% maior que o valor previsto na LOA, R$ 911,2 milhões.
O ICMS efetivamente arrecadado foi de R$ 31,31 milhões, portanto, 20,64%
abaixo do valor previsto na LOA, R$ 39,45 milhões. A eficácia tributária ficou abaixo das
projeções iniciais, em torno de 57,28%, ante projeção de 77,39%. O Índice de inconverso, que
foi estimado em 22,61%, ficou em 42,72%. Em comparação com o mesmo período do ano
anterior, houve redução na receita deste segmento em valores nominais de 12,84%, e em
valores reais a queda foi de 18,18%, mostrando que o segmento ainda sente os efeitos da
crise. Outro ponto a destacar é que este segmento, principalmente o de cargas, está inserido na
cadeia produtiva e sente a retração da indústria e do comércio.
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52
Segmento Varejo
Tabela 28 – Memória de Cálculo do ICMS do Varejo – 1º bim/17.
O faturamento tributável do período foi de aproximadamente R$ 2,16 bilhões,
idêntico ao analisado. O ICMS previsto de R$ 200,21 milhões, efetivou-se em R$ 201,68
milhões ou seja, praticamente o mesmo. O mesmo aconteceu em relação à eficácia tributária
que efetivou-se em 80,12% com uma previsão na LOA de 79,90%. Houve impacto positivo
na arrecadação da receita deste segmento em termos nominais de 12,98%, quando comparado
ao mesmo período do ano anterior. Já em termos reais houve crescimento de 5,97%, o que
sugere uma ligeira retomado do crescimento deste segmento.
Existem, aproximadamente, 170 atividades com CNAE’s - Código Nacional da
Atividade Econômica inseridas no segmento de varejo, entre elas: lanchonetes, produtos de
limpeza, vestuário, calçados, azulejos, pisos, móveis e material elétrico. A renúncia Fiscal do
período refere-se principalmente ao PRODEIC.
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Segmento Veículos
Tabela 29 – Memória de Cálculo do ICMS do segmento Veículos - 1º bim/17.
O segmento de veículos continua a apontar sinais de desaquecimento, haja vista que
as vendas continuaram em patamares idênticos aos do mesmo período de 2016, sendo
atingidas pela forte desaceleração das atividades econômicas e continuaram nestes dois
primeiros meses de 2017. O faturamento realizado, de R$ 989,21 milhões, ficou 5,4% inferior
ao previsto que foi de R$ 1,045 bilhões.
A projeção do ICMS deste segmento para o período foi de R$ 86,52 milhões,
realizando-se em R$ 76,95 milhões, ou seja, 11,1% abaixo. A eficácia realizada no período
ficou em 74,08%, enquanto o inconverso em 25,92%.
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OUTROS
Tabela 30 – Memória de Cálculo ICMS do segmento Outros - 1º bim/17.
A UPEA, por orientação da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas,
trabalha com a seguinte premissa: quando o faturamento do segmento Outros apresentar um
ICMS cujo percentual ultrapasse 5% do valor do ICMS total, a atividade dentro do segmento
Outros que for identificada pelo desempenho será desagregada e se transformará em novo
segmento. Desse modo o segmento Outros continuará existindo como um resíduo inferior a
5%. Nele estão inseridas mais de 600 atividades em todo o Estado de Mato Grosso.
O ICMS efetivo, no período, foi de R$ 22,79 milhões, ficando 8,1 % abaixo do
previsto que foi de R$ 24,8 milhões. A eficácia tributária ficou inferior à prevista em 8,1
pontos percentuais, 64,04% contra 72,05% , enquanto que o inconverso ficou acima na
mesma proporção, 35,96% ante 27,95% nas projeções iniciais. Vale ressaltar que a renúncia
fiscal do segmento refere-se aos programas: Prodeic, Proder, Refis e Programa Recintos
Alfandegados).
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55
MODELO ECONOMÉTRICO DE PREVISÃO DA ARRECADAÇÃO DE
ICMS
No ano de 2003 a Secretaria de Fazenda, visando testar sua metodologia de projeção
da receita do ICMS, contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE para
desenvolver um modelo econométrico de previsão da arrecadação. O relatório foi feito com
base nos valores históricos da receita do ICMS dos anos de 1992 a 2001.
Optou-se por essa alternativa porque, embora os problemas de economia
possam ser analisados de diversas formas, uma das mais importantes dentre elas é a
econometria, que é, segundo a literatura, a aplicação de métodos matemáticos e estatísticos a
problemas de economia.
A econometria é o ramo da Economia que trata da mensuração de relações
econômicas, isto é, das relações entre variáveis de natureza econômica.
O método mais importante da econometria é a análise de regressão. Ela serve para
estimar valores não conhecidos de uma variável dependente (comumente chamada de y) a
partir de uma série de valores conhecidos de uma variável independente (geralmente
denominada x).
Um das técnicas mais difundidas da econometria consiste em encontrar uma equação
que melhor descreva a relação entre os pontos distribuídos num sistema de eixo ortogonais
(uma reta horizontal e vertical). Entretanto, é comum trabalhar com um terceiro eixo, ou seja,
três variáveis independentes. Quando há mais de três variáveis, os cálculos são apenas
algébricos – sem representação gráfica.
As variáveis dependentes são aquelas que recebem influência de outras variáveis, das
independentes. As primeiras também são chamadas de variáveis endógenas, variáveis-efeitos
ou explicativas. O conjunto de variáveis explicativas mais o termo constante (não captado nas
equações) são chamados de regressores.
As etapas metodológicas para a pesquisa em economia com uso de modelos
econométricos são três:
Formulação de hipóteses sobre o comportamento da realidade. Nessa etapa aplicam-
se conhecimentos sobre a teoria econômica e/ou da observação do mundo real. A seguir essas
hipóteses estão reunidas em um modelo matemático, utilizando-se uma função definida, com
o acréscimo de um termo aleatório;
A segunda etapa consiste na coleta de dados estatísticos e estimação dos parâmetros;
A terceira e última etapa é a avaliação. No presente caso, a avaliação foi feita
comparando-se a arrecadação anual resultante da aplicação do modelo com arrecadações já
realizadas em determinado ano (valores previstos x valores observados).
As pressuposições de um modelo de regressão linear, ou seja, as premissas a serem
satisfeitas, foram atendidas no modelo. (São elas: Relação linear entre Y e X; erro aleatório
com média zero; erro aleatório com variância constante - presença de homocedasticidade;
erros aleatórios independentes; variáveis não aleatórias – fixas; os erros apresentaram
distribuição normal, com média zero e variância constante; ausência de relação linear exata
entre as variáveis explicativas).
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Tabela 31 – Classificação PIB per capita
A tabela 31 demonstra que a Renda média per capita anual no
Brasil é de R$ 28.266 (dados do último PIB divulgado pelo IBGE). O Estado de Mato Grosso
classifica-se acima dessa média, com R$ 31.001 , na oitava posição a nível nacional. O
Distrito Federal ocupa a primeira colocação com R$ 67.734, enquanto que o Estado do
Maranhão ocupa a última colocação com R$ 11.130 anual.
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Ranking PIB por Unidade da Federação
Tabela 32 – Ranking PIB por Unidade da Federação.
A tabela demonstra o valor do último PIB divulgado pelo IBGE por unidade da
federação. Como esperado, São Paulo lidera o ranking com um PIB de 1,858 trilhões e Mato
Grosso encontra-se em 14º lugar com PIB no valor de R$ 101,23 bilhões.
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Ranking Transferências Constitucionais
Tabela 33 – Ranking dos Estados Brasileiros, FPE, IOF, IPI-EXP, FUNDEB, LC 87/96,
CIDE – 1º bim/17 .
Considerando todas as rubricas da tabela, Mato Grosso foi o vigésimo em
recebimento de FPE, IOF, IPI-EXP, FUNDEB, Lei Constitucional 87/96, CIDE. Um
esclarecimento adicional deve ser feito quanto ao IPI-EXP. O critério para compor o montante
do IPI-EXP é originado de uma fração de 10% do IPI. Após a apuração desses 10%, os
Estados receberão uma parcela conforme a participação deles na exportação de produtos
industrializados. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram os Estados que mais
receberam essa modalidade de transferência constitucional.
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Tabela 34 – Especificação das Transferências Correntes e sua Comparação entre o
valor previsto na Lei Orçamentária e o Realizado – 1º bim/17.
As Transferências Correntes efetivadas para Mato Grosso no 1º bim/17
ficaram 16,78% inferior ao valor consignado na LOA para o período. O Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(FUNDEB) são os valores mais representativos da Tabela. Ambos receberam abaixo do
previsto em 2,05% e 10,71%, respectivamente. Nota-se que o valor de R$ 383,26 milhões do
FPE recebido por Mato Grosso (conforme tabela 34) está acima do montante de R$
306,61milhões (conforme tabela 33). Essa diferença ocorre porque os dados da tabela 33
originam-se da STN e, deles estão deduzidos os valores referente aos repasses do FUNDEB,
cálculo não efetuado na tabela 34.
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Transferências Constitucionais per capita
Tabela 35 - Transferências Constitucionais per capita – 1º bim/17.
A tabela mostra que as Transferências Correntes no Brasil no 1º bim/17 chegaram a
R$ 25,63 bilhões. Em valores absolutos, São Paulo foi à unidade da federação que recebeu o
maior valor, cerca de R$ 3,13 bilhões. Já em termos per capita, Roraima recebeu R$ 932,06
reais por pessoa, sendo a unidade da federação que recebeu a maior fração per capita das
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transferências. Mato Grosso, com uma população de, aproximadamente, 3,035 milhões,
recebeu R$ 191,02 reais por pessoa, ficando na 12º posição do ranking nacional.
As transferências têm por finalidade amenizar as desigualdades regionais, na
busca incessante de promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e Municípios. Esse
mecanismo provê recursos adicionais aos governos subnacionais, de modo a manter os
serviços públicos sob suas competências. As transferências não constituem fonte primária de
receita, mas alteram a receita disponível dos tesouros subnacionais.
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Transferências Voluntárias.
Tabela 37 – Transferências de Convênios da União – 1º bim/17.
As receitas de Transferências de Convênios estavam previstas para o período em
análise o valor de R$ 46,51 milhões, sendo realizados R$ 6,079 milhões, ou seja, 86,93 %
abaixo do previsto na LOA.
Transferências voluntárias são os recursos financeiros
repassados pela União aos Estados, Distrito Federal e
Municípios em decorrência da celebração de convênios,
acordos, ajustes ou outros instrumentos similares cuja
finalidade seja a realização de obras e/ou serviços de interesse
comum às três esferas de Governo. Conforme a Lei de
Responsabilidade Fiscal, entende-se por Transferência
Voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro
ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência
financeira, que não decorra de determinação constitucional,
legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
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Multas, juros de mora.
Tabela 38 – Especificação multas e juros: ICMS, IPVA, ITCD, Taxa
Fisc.Vig.Sanitária, Contribuições, Dívida Ativa e Outros Tributos – 1º bim/17.
A receita realizada decorrente de Multas e Juros de ICMS, ITCD, IPVA, TAXA
Fisc.Vig. Sanitária, Contribuições, Dívida Ativa e Outros Tributos alcançou, no período, o
total de R$ 29,68 milhões, ante uma previsão LOA de R$ 60,28 milhões, ou seja, 50,76 %
inferior à prevista.
Dívida ativa
Tabela 39 – Código, Especificação (Receita da Dívida Ativa), Valor Previsto, Realizado
e Analisado – 1º bim/17.
A receita da Divida Ativa no período alcançou o montante de R$ 7,06 milhões, ou
seja, 29,12% inferior ao valor previsto na LOA, que foi de R$ 9,96 milhões.
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CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS “SUB JUDICE”.
Tabela 40 – Segmentos, Quantidades de Processos, Valor e Participação percentual do
Valor Econômico Sobre o Valor da Operação – 1º bim/17.
A tabela mostra a quantidade e valores questionados de processos por segmento. Os
contribuintes ligados aos segmentos energia e varejo foram os que mais questionaram os
débitos tributários no 1º Bim/17, com 42 e 38 processos, respectivamente. O valor econômico
do ICMS atualizado foi de R$ 2,86 milhões.
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Tabela 41– Objetos de Processo Judicial, Quantidades de Processos, Valor e
Participação percentual do Valor Econômico Sobre o Valor da Operação – 1º bim/17.
A tabela quantifica em 275 a totalidade de processos judiciais no período analisado,
por objeto. Os processos Não Incidência (ICMS) com 155 processos são os objetos que têm
causado maior quantidade de litígios. A soma de tributos em questionamento alcança mais de
R$ 2,86 milhões em ICMS.
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Tabela 42 – Valores Transferidos a Fundos (FUNGEFAZ, FUPIS, FESP e FUNDO
DA CULTURA), Previstos e Realizados – 1º bim/17.
Como evidenciado na tabela, o FUNGEFAZ realizado no período ficou
praticamente o mesmo valor previsto na LOA, R$ 25,28 milhões, contra previsão de R$ 25,33
milhões, FUPIS 41,9 % abaixo (R$ 1,2 milhões contra previsão de R$ 2,1 milhões) , FESP
2,4% acima (R$ 16,3 milhões contra previsão de R$ 15,9 milhões). A variação negativa do
Fupis pode ser explicada pelo descredenciamento, pelo CEDEM - Conselho Estadual de
Desenvolvimento Empresarial, de ofício de várias empresas que contribuíam para o fundo.
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PROGNÓSTICOS E CIRCUNSTÂNCIAS RELEVANTES
Em relação ao Cenário internacional e o nacional, decidimos reproduzir abaixo as
análises da 206ª Reunião do Comitê de Política Monetária – COPOM realizada em 21 e
22/02/2017.
A) Atualização da conjuntura econômica e do cenário básico do Copom
O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última
reunião do Copom mostra alguns sinais mistos, mas compatíveis com estabilização da
economia no curto prazo. A evidência sugere uma retomada gradual da atividade econômica
ao longo de 2017.
A economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção,
refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa
de desemprego.
No âmbito externo, o cenário ainda é bastante incerto. Entretanto, até o momento, a
atividade econômica global mais forte e o consequente impacto positivo nos preços de
commodities têm mitigado os efeitos sobre a economia brasileira de revisões de política
econômica em algumas economias centrais, notadamente nos Estados Unidos. Há, também,
incerteza sobre os rumos da economia chinesa.
Voltando à economia doméstica, a inflação apresenta dinâmica favorável, com
sinais de menor persistência no processo inflacionário. O processo de desinflação é mais
difundido e indica desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à
política monetária. Isso aumenta a confiança na sua continuidade. Houve ainda uma retomada
na desinflação dos preços de alimentos, que constitui choque de oferta favorável. As
expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus para 2017 recuaram para em torno de
4,4% e as expectativas para 2018 e horizontes mais distantes permanecem ancoradas, em
torno de 4,5%.
Para a trajetória de preços administrados por contrato e monitorados, que compõem
as projeções condicionais para a inflação produzidas pelo Copom, projeta-se variação de 5,8%
em 2017 e 5,3% em 2018.
O cenário de mercado supõe, entre outras hipóteses, que as taxas de juros e câmbio
seguirão as trajetórias apuradas pela pesquisa Focus. Em particular, supõe taxas de câmbio de
R$3,30/US$ e R$3,40/US$ ao final de 2017 e de 2018, respectivamente, e taxas de juros de
9,50% ao ano (a.a.) e 9,00% a.a. ao final dos mesmos períodos.
Sob essas hipóteses, a projeção de inflação do Copom para 2017 recuou em relação
à divulgada nas Notas da reunião do Copom em janeiro (204ª reunião), para em torno de
4,2%. A projeção para 2018 nesse cenário manteve-se ao redor de 4,5%.
As projeções no cenário com taxas de juros e câmbio inalteradas (por todo o
horizonte de projeção) em 13,00% a.a. e R$3,10/US$, respectivamente, encontram-se em
torno de 3,8% para 2017 e 3,3% para 2018 .
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B) Riscos em torno do cenário básico para a inflação A retomada na desinflação dos preços de alimentos constitui choque de oferta favorável,
que pode ter efeitos secundários na inflação. Notadamente, pode contribuir para quedas
adicionais das expectativas de inflação e da inflação em outros setores da economia.
O processo de aprovação das reformas fiscais tem sido positivo. Os próximos passos
envolvem apreciação de reformas fundamentais para a sustentabilidade das contas públicas,
como é o caso da reforma da previdência. Esse processo pode ser longo e envolve incertezas.
A atividade econômica dá sinais de estabilização no curto prazo, mas a recuperação da
economia pode ser mais (ou menos) demorada e gradual do que a antecipada.
O alto grau de incerteza no cenário externo pode dificultar o processo de desinflação.
C) Discussão sobre a condução da política monetária Os membros do Comitê debateram a evolução da atividade econômica, à luz das estatísticas
disponíveis. Todos concordaram que há sinais mistos, mas compatíveis com estabilização da
economia no curto prazo. A avaliação prospectiva do Comitê é de que os riscos parecem mais
equilibrados do que nos últimos meses de 2016. Entretanto, os desafios para a retomada da
atividade econômica permanecem, e o Comitê avalia que a recuperação da economia ao longo
de 2017 deverá ser gradual.
No que tange à conjuntura internacional, os membros do Comitê destacaram a continuidade
das incertezas associadas a possíveis mudanças na política econômica nos EUA e aos rumos
da economia chinesa. No entanto, acreditam que a economia brasileira apresenta hoje uma
maior capacidade de absorver eventual revés no cenário internacional, devido ao progresso no
processo desinflacionário e na ancoragem das expectativas.
Todos os membros do Comitê concordaram que as perspectivas para a inflação evoluíram
de maneira favorável e, em boa parte, em linha com o esperado desde a reunião do Copom em
janeiro (204ª reunião). O amplo conjunto de medidas de núcleo da inflação acompanhado pelo
Copom aponta para inflação em níveis compatíveis com a meta de 4,5% para 2017 e 2018. As
expectativas de inflação seguem ancoradas.
Os membros do Comitê reafirmaram o entendimento de que, com expectativas de inflação
ancoradas, projeções de inflação na meta para 2018 e marginalmente abaixo da meta para
2017, e elevado grau de ociosidade na economia, o cenário básico do Copom prescreve
antecipação do ciclo de distensão da política monetária.
No que tange à extensão do ciclo, i.e., à redução acumulada da taxa Selic ao cabo do
processo de flexibilização monetária, a discussão centrou-se em duas dimensões distintas,
ambas relevantes para sua determinação. A primeira dimensão diz respeito à taxa de juros
estrutural da economia. Essa taxa depende de fatores como crescimento da produtividade da
economia, perspectivas para a política fiscal, qualidade do ambiente contratual e de negócios,
eficiência na alocação de recursos via sistema financeiro e qualidade das políticas
econômicas. Suas estimativas invariavelmente envolvem elevado grau de incerteza. Por essa
razão, avaliações sobre a taxa de juros estrutural da economia necessariamente envolvem
julgamento. O Comitê julga que o redirecionamento da política econômica pelo governo, com
aprovação e implementação das reformas fiscais, notadamente a reforma da previdência, além
de outras reformas e ajustes necessários na economia, pode produzir uma queda da taxa de
juros estrutural da economia brasileira. Nesse contexto, o Comitê continuará reavaliando suas
estimativas da taxa estrutural de juros da economia ao longo do tempo. Essa dimensão produz
mudanças menos frequentes e mais estruturais para a política monetária.
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A segunda dimensão diz respeito a aspectos conjunturais. O Comitê entende que suas
estimativas da extensão do ciclo de flexibilização monetária em curso dependem não apenas
da trajetória vislumbrada para a taxa de juros estrutural da economia, mas também da
evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco mencionados acima, e das
projeções e expectativas de inflação.
Em relação ao ritmo de flexibilização ao longo do ciclo, o Comitê entende que, para uma
dada estimativa de sua extensão, uma intensificação do ritmo equivale a um maior grau de
antecipação do ciclo. Alguns membros do Comitê ponderaram que essa estimativa de
extensão poderá ser revisada também em função do grau de antecipação do ciclo.
Todos os membros do Copom concordaram que a evolução da conjuntura desde a reunião
do Copom de janeiro era compatível com a redução da taxa Selic para 12,25% a.a.
Assim, os membros do Comitê debateram os próximos passos e manifestaram preferência
por manter maior grau de liberdade quanto às decisões futuras, a serem tomadas em função da
evolução do cenário básico do Copom e dos fatores de riscos apontados acima. Enfatizaram,
de início, a condição fundamental de que qualquer decisão futura seja compatível com
manutenção das projeções de inflação na meta nos horizontes relevantes para a condução da
política monetária, e com ancoragem das expectativas de inflação. Debateram também, por
um lado, como a política monetária contribuiria para o processo de estabilização e posterior
retomada da atividade econômica e, por outro lado, os efeitos defasados que a política
monetária pode ter sobre a inflação para o ano-calendário de 2018, cujas projeções
encontram-se em torno da meta de 4,5% – tanto as apuradas pela pesquisa Focus, quanto a
projeção condicional do Copom no cenário de mercado.
Os membros do Copom voltaram a enfatizar que o ambiente com expectativas de inflação
ancoradas permitiria ao Comitê se concentrar em evitar possíveis efeitos secundários de
ajustes de preços relativos que possam ocorrer ao longo do tempo. Isso se aplica ao choque de
oferta favorável nos preços de alimentos. O Copom entende que deve buscar identificar os
efeitos primários desse choque de oferta, aos quais a política monetária não deve reagir, levando em conta as condições de demanda no setor. A política monetária deve concentrar-se,
então, em possíveis efeitos secundários desse choque, que podem contribuir para quedas
adicionais das expectativas de inflação e da inflação em outros setores da economia.
Todos os membros do Comitê enfatizaram que a aprovação e implementação das reformas,
notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira são fundamentais para a
sustentabilidade da desinflação e para a redução de sua taxa de juros estrutural, com amplos
benefícios para a sociedade.
Por fim, os membros do Copom destacaram a importância de outras reformas e
investimentos em infraestrutura que visam aumento de produtividade, ganhos de eficiência,
maior flexibilidade da economia e melhoria do ambiente de negócios. Esses esforços são
fundamentais para a estabilização e a retomada da atividade econômica e da trajetória de
desenvolvimento da economia brasileira. D) Decisão de política monetária Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações
disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros para
12,25% a.a., sem viés. O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta de 4,5%
no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de
2017 e, com peso gradualmente crescente, de 2018, é compatível com o processo de
flexibilização monetária.
O Copom entende que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá das
estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira, que continuarão a ser
reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo.
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O Copom ressalta que uma possível intensificação do ritmo de flexibilização monetária
dependerá da estimativa da extensão do ciclo, mas, também, da evolução da atividade
econômica, dos demais fatores de risco e das projeções e expectativas de inflação.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente),
Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney Menezes Ferreira, Luiz
Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago
Couto Berriel.
Cenário Estadual
Em relação à análise para o Cenário Estadual reproduzimos o Artigo abaixo publicado no site
Globo Rural, em 17-02-2017.
17 de Fevereiro de 2017
Chuvas reduzem ritmo da colheita da soja em Mato Grosso
O plantio do milho, que é semeado na sequência, também foi prejudicado pelo excesso de umidade POR VENILSON FERREIRA
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As
chuvas frequentes e o excesso de umidade do solo prejudicaram os trabalhos (Foto: José Medeiros/Ed. Globo)
Os produtores de Mato Grosso colheram até esta semana 51,9% da área cultivada
de soja, estimada em 9,396 milhões de hectares pelo Instituto Mato-grossense de
Pesquisa Agropecuária (Imea). A área colhida até agora corresponde a 4,88
milhões de hectares.
O avanço nesta semana foi de 6,1 pontos percentuais, com a colheita do equivalente a
577 mil hectares. As chuvas frequentes e o excesso de umidade do
solo prejudicaram os trabalhos, que na semana passada avançaram 15,1 pontos
percentuais, equivalente a 1,4 milhão de hectares.
Apesar da desaceleração, os trabalhos estão 12,5 pontos percentuais adiantados em
relação à mesma época do ano passado, quando o plantio da soja começou com
atraso por causa da falta de chuvas.
Nesta safra os trabalhos estão mais acelerados na região do médio-norte, que é a
maior produtora. Lá os produtores já colheram 72,3% da área, com avanço de 6
pontos percentuais nesta semana. O avanço é 26 pontos percentuais em relação ao
mesmo período da safra passada.
Milho
A perda de ritmo na colheita da soja atrapalhou o plantio do milho de segunda
safra, que é semeado na sequência. Até esta semana os produtores plantaram 58,4%
da área, o equivalente a 2,58 milhões de hectares.
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O avanço do plantio do milho nesta semana foi de 11,7 pontos percentuais (517 mil
hectares), abaixo dos 19,9 pontos da semana passada (883,6 mil hectares). Os
trabalhos estão 16,5 pontos adiantados em relação à mesma época do ano passado.
Na região do médio-norte, maior produtora, os produtores semearam 76,5% da
área prevista de milho, com avanço de 10 pontos na semana e adiantamento de 33
pontos ante a mesma época do ano passado.
ANEXOS
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GLOSSÁRIO
Alíquota média Alíquota resultante da ponderação
de cada alíquota com o respectivo faturamento num mesmo segmento econômico
Analisada (Receita)
Dummy (Variable)
Receita obtida a partir da atualização das hipóteses utilizadas na projeção inicial da receita.
Uma variável que considera as alterações exógenas ou mudanças de inclinação de uma curva numa relação econométrica. Por exemplo: as variáveis dummy podem ser utilizadas para estimação das influências sazonais sobre um conjunto de dados. Administrando a uma dummy o valor 1 para os meses de inverno e “zero” para os demais, ela indicará em que medida uma relação econométrica (preços de produtos agrícolas e quantidades produzidas, por exemplo) se alterará durante o inverno, em relação aos demais meses do ano
Eficácia tributária Relação entre a receita efetiva e a potencial.
Elasticidade Mede a reação/sensibilidade de uma variável a uma mudança em outra, sendo as duas variações expressas em termos percentuais. A elasticidade mede um aumento ou diminuição no ICMS dos segmentos econômicos ocasionados por acréscimo ou redução do PIB.
Evasão Fuga ou subtração do contribuinte ao pagamento do tributo, que lhe é atribuído, usando para isso de meios que evitem a incidência tributária a seu cargo.
Execução Cobrança ajuizada
Faturamento tributável Faturamento do segmento econômico sobre o qual incide a alíquota média
ICMS efetivo
ICMS potencial, menos renúncia, créditos e Inconverso do ICMS.
ICMS potencial Valor obtido a partir da aplicação da alíquota média do ICMS do segmento sobre o valor do faturamento.
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Inconverso
Inconverso do ICMS
Não convertido; inconvertido. ICMS que poderia ser ou ter sido
arrecadado, mas deixou de sê-lo em virtude de contencioso administrativo, contencioso judicial, inadimplência e fraudes.
Índice de Inconverso
Relação entre o Inconverso e o
ICMS efetivo.
Renúncia A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, isenção de caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado (LRF, Art. 14, Inciso II, § 1º). Os
Programas de incentivos fiscais (PROALMAT, PRODEIC, PROARROZ, etc.) são
Isenção Dispensa legal do pagamento do
tributo. Segmento
econômico/Segmento Produto ou cadeia produtiva com
representatividade na receita tributária e/ou na economia do Estado.
Sonegação Sonegação simples: Falta de
pagamento do tributo sem qualquer malícia, ou sem o emprego de ardil, ou fraude, com que o contribuinte procura furtar-se ao cumprimento da imposição fiscal.
Sonegação dolosa (ou fraudulenta): Decorrente da fraude ou da má-fé do contribuinte, usando meios, manobras ou ardis para se furtar, ou se subtrair ao pagamento do tributo.
PIB – Produto Interno Bruto
Proxy
Valor monetário total de todos os
bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras de uma Nação, mesmo que tenham sido produzidos por estrangeiros.
Variável utilizada para substituir
outra teoricamente mais satisfatória, nos casos
em que não se dispõe de dados para esta última ou estes não podem ser obtidos.
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Avenida Historiador Rubens de Mendonça, 3415 A
Cuiabá – MT – CEP: 78.055-500
Telefone SARP 0xx65 – 3617-2201
www.SEFAZ.mt.gov.br
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Sítios consultados pela Secretaria de Fazenda www.bc.gov.br
www.imf.org
www.worldbank.org/
www.ibge.gov.br
www.imea.com.br
www.tesouro.fazenda.gov.br
www.famato.org.br
www.detran.mt.gov.br
www.fiemt.com.br
www.aprosoja.com.br
www.ampa.com.br
www.seplan.mt.gov.br www.portaldoagronegocio.com.br
www.esalq.usp.br
www.agricultura.gov.br/
aliceweb.desenvolvimento.gov.br
www.uba.org.br
www.indea.mt.gov.br/
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-
planeta/amazonia/noticia/2015/05/comercio-de-madeira-ilegal-cresce-31-no-mato-grosso.html