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Dezembro de 2011 | Ano 3 | Nº 14
Universidade Veiga de Almeida | Comunicação SocialCurso de Jornalismo | Nota 4 no MEC
Morada da Esperança precisa de voluntários Instituição busca pessoas que possam doar carinho e atenção a mais de 30 meninas atendidas 8
Projeto de pacificação do governo do estado leva cidadania e valoriza imóveis na região
A primeira UPP da Zona Norte foi instalada em meados de 2010 e a última este ano, em 3 de novembro, com 18ª unidade na Mangueira (foto). Hoje, com oito Unidades, as comunidades vivem em um ambiente de paz, com atenção à cidadania, como a do Salgueiro, onde crianças participam de atividades educacionais. A população do entorno também ganha: a valorização de imóveis chegou a ter um aumento de 20% em relação à 2010 7
Esporte radical e bela paisagemVista Chinesa, no Alto da Boa Vista, reúne fãs de skate e mountain bike em cenário de tirar o fôlego 2
Passear é o melhor remédioDonos de cães que vivem em apartamentos sair com animais para evitar o estresse 3
Emprego estável
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Em busca de segurança financeira, pessoas de todas as idades buscam os cursos para concursos na esperança de conquistar uma vaga no serviço público 6
Fotos: Ananda Menali
Foto: ww
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As 16 praças do bairro da Tijuca são opções de lazer, mas o abandono gera insegurança em quem usa o espaço para diversão 4
Área de lazer e fonte de preocupação
Foto: Diogo Ribeiro
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Reitor
Dr. Mario Veiga de Almeida Júnior
Vice-Reitor
Prof. Tarquínio Prisco Lemos da Silva
Pró-Reitor Acadêmico
Prof. Arlindo Cardarett Vianna
Diretor Administrativo-Financeiro
Mauro Ribeiro Lopes
Diretor de Recursos Humanos
Alvaro Gonçalves Figueiredo Filho
Diretor do Campus Tijuca
Lysio Séllos
Diretor Acadêmico do Campus Tijuca
Prof. Sérgio Baltar
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
Jornal Laboratório Esquina Grande Tijuca
Dezembro de 2011 | Ano 3 | Número 14
Curso de Comunicação Social reconhecido
pelo MEC em 07/07/99, parecer CES 694/99
Coordenador:
Prof. Luís Carlos Bittencourt
Coordenador de Publicidade:
Prof. Oswaldo Senna
O Esquina Grande Tijuca é um produto da
Oficina de Jornalismo
Reportagens, edição e diagramação:
alunos da disciplina de Oficina de
Jornalismo
Professor-orientador e edição final:
Érica Ribeiro
AgênciaUVA
Redação: Rua Ibituruna 108, Casa da
Comunicação, 2º andar. Tijuca, Rio de
Janeiro - RJ 20271-020
Telefone: 21 2574-8800 (ramais: 319 e 416)
Site: www.agenciauva.com.br
e-mail: [email protected]
Oficina de Propaganda
e-mail: [email protected]
Tiragem
1.000 exemplares
Todos as edições estão disponíveis no
site da AgênciaUVA
Um cartão postal no meio da mataVictor Pencak
Escondido no coração do Alto da Boa Vista existe um ponto turístico que é pouco explorado pela população carioca. Conhecido como Vista Chinesa, esse cartão postal da cidade maravilhosa foi construído em 1903 a pedido do prefeito Pereira Passos para homenagear os chineses que ali viviam. Por estar localizado a 380 metros de altura, é possível ter uma visão de
todo o Rio de Janeiro de tirar o fôlego.
Além dos centenas de turistas que passam pelas estradas que levam ao mirante, essa região é movimentada por pessoas que buscam adrenalina e velocidade através da prática de esportes radicais.
Everton Fraga, um progra-mador de 22 anos é uma dessas pessoas. Comprou recentemente seu primeiro longboard e já se
aventura nas descidas que podem chegar a até 2km de extensão. Conhecido como downhill, essa categoria do longboard exige movimentos similares ao do surf e é considerado ideal para a região. “A Vista Chinesa está sendo um excelente local para sair da rotina e acabar com o estresse do trabalho”, disse o jovem skatista.
Além do longboard, é possível encontrar praticantes de mountain bike que também se aproveitam da geografia da região. O local é tão propício para a prática desse esporte que anualmente é realizado um encontro que reúne ciclistas do Brasil inteiro.
Pa ra chega r à V i s ta Chinesa, basta subir o Alto da Boa Vista e entrar na rua localizada em frente ao quartel de bombeiros.
Fotos: Victor Pencak
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Carta ao LeitorEsta é a terceira edição
publicada este semestre e a última deste terceiro ano de existência. As matérias, a edição e parte da diagramação foram produzidas pelos estudantes da disciplina de Edição, quando eles adquirem os primeiros conhecimentos para o fechamento comple-to de uma publ icação jornalística.
A dificuldade de encon-trar pautas que possam trazer novidades para o nos-so leitor aumenta a cada semestre, mas o desafio é mantido. Sob novos olhares, com novos personagens e dados atualizados, o Esquina Grande Tijuca de dezembro t r a z a lguns assun tos já trabalhados, como as Academias da Terceira Idade e a valorização dos imóveis na região. Por outro lado, há novidades: uma matéria especial sobre a Morada da Esperança e ainda dicas sobre a busca por cursos para quem sonha com um cargo público.
Boa leitura!
Do alto da Vista Chinesa tem-se uma das mais belas paisagens da cidade
Grupo de skatistas sai da rotina e se reúne para a prática do downhill em um dos acessos à Vista Chinesa
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Passeios ao fim do dia são ideais para cãesSair é a melhor escolha para cães que passam sozinhos nos apartamentos
Dicas para o passeio•Nãosaiacomseucão
se ele não estiver em dia com todas as vaci-nas e remédios anti-parasitas.
•Respeiteolimitedoseubichinho. Principalmente se for idoso, doente ou estiver em periodo de gestação.
•Evitesaircomoanimalem dias chuvosos. Ore-lha molhada pode causar otite.
•Se for agressivo, utilizeuma focinheira de grade. As feitas em plástico di-ficultam o processo de transpiração do cão, que acontece pela boca (por isso a língua para fora), nariz e patas.
•Sefordócil,permitaquecheire e entre em con-tato com outros animais e pessoas, mas respeite os direitos de quem não gosta dos bichos.
•Tome cuidado para elenão abocanhar o que está cheirando. Apesar dos cães acharem isso, nem tudo o que cai no chão é petisco, certo?
Cães gostam de conviver em grupos, mas é
possível criar um condicionamento
para que ele não perceba a
ausência do donoRogério da Silva
Ananda Menali
Quem anda pela Tijuca já deve ter reparado a quantidade de prédios que ocupam os quarteirões. Diz a história que essa verticalização do bairro começou por volta da década de 60, intensificada pela abertura dos túneis Santa Bárbara e Rebouças, facilitando o acesso à região da Zona Norte. Mas isso é mero detalhe sociológico.
Onde existem aparta-mentos, costumam existir donos de animais. E, se o melhor amigo do homem é o cachorro, pode-se considerar normal que a população canina represente grande parte dessa porcentagem. Mas, como cuidar de um peludo que passa o dia solitário em um ambiente com cerca de 60m²? O passeio é a melhor solução.
Cães que caminham com regularidade entram em um estado de relaxamento, pois a espera pelo dono durante o dia se torna uma rotina que eles sabem ser gratificante. É o que afirma o adestrador e responsável pela Passeio Dogs, Rogério da Silva. “Cães gostam de conviver em grupos, mas é possível criar um condicionamento para que ele não perceba a ausência do dono e relaxe mais”, explica.
Quem sente isso na pele é Yolanda Meghatti, de 59 anos,
moradora da Tijuca. Antes de se mudar para o bairro, a professora morava em um sobrado com espaço suficiente para acolher três cadelas. Na nova residência, os animais precisaram se adaptar ao hábito das caminhadas à noite, como recompensa pelas horas sozinhas durante o dia. “Uma das meninas começa a tremer de ansiedade só por olhar a coleira em cima da mesa, um fogo!”.
Os percursos são os mais variados: das ruas residenciais até o comércio. “A gente brinca bastante na praça. Então, quando preciso entrar, por exemplo, na pizzaria para comprar alguma coisa, ela já está cansada e me espera na entrada sem latir”, explica Yolanda. O point a que ela se refere é a Praça Afonso Pena, local de encontro dos cães
tijucanos mais esportistas. Com direito até a cercadinho exclusivo para os animais.
João Pereira, advogado de 45 anos e também assíduo frequentador da Afonso Pena com seu labrador Marley — sim, por causa do filme —, defende a convivência dos cães no local. “Aqui a gente pode deixar todo mundo solto, sem riscos de atropelamento, do animal fugir. Ainda mais com o Marlouco, o cachorro mais curioso e hiperativo do mundo”. E ele pode defender a segurança do ambiente com conhecimento de causa: Marley já arrebentou três coleiras em simples passeios pelas ruas.
Mas é importante, além de tomar conta da distração e da segurança do animal, teve ter certos cuidados: os donos não podem se esquecer de ter um saco plástico sempre à mão, para recolher as necessidades fisiológicas do bicho e proteger os sapatos dos outros pedestres. Na hora do refresco, uma boa garrafa de água gelada e um potinho também são excelentes recompensas para o companheiro de quatro patas.
Por meio do faro, os cachorros ficam sabendo das novidades no mundo animal do seu bairro
Foto: Ananda Menali
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Violência das praças preocupa pedestres tijucanosAssaltos e presença de moradores de rua são as críticas mais comunsDiogo Ribeiro
Não é segredo para ninguém o problema com a segurança pública na cidade do Rio de Janeiro. Apesar da aparente melhoria com a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), a cidade ainda sofre desse mal que impede a população de aproveitar os ambientes ao ar livre. Mesmo assim, seja em busca de paz ou para marcar um encontro informal, os tijucanos utilizam as 16 praças do bairro. Entre as mais famosas, Praça Varnhagen é o foco da vida noturna tijucana e pólo de uma variedade de bares e restaurantes, que agradam a todos os gostos. As opções vão de restaurantes mexicanos a japoneses, de botecos a bares requintados. Mas, misturados à badalação, estão também os perigos que se escondem no entorno mal iluminado da praça.
Fabiano Netto, de 25 anos e estudante de Direito, já foi vítima de assalto perto do local. Frequentador assíduo da praça, ele conta que evita ir de carro encontrar com os amigos, pois sabe que vai beber, e,como
mora a poucas quadras do local, na Rua Conselheiro Olegário, vai caminhando. Um dia, assim que ele chegou próximo à praça foi abordado por dois adolescentes. “Tive vontade de reagir, mas não vale a pena, o melhor é entregar tudo mesmo. Tem que continuar andando como se nada tivesse acontecido e só parar quando estiver em segurança”, conta o jovem que teve que entregar sua carteira, o celular e o MP3 que estavam no bolso da calça.
Outras duas praças são a Afonso Pena e Saens Peña, que possuem características iguais e diferentes ao mesmo tempo. As duas chamam a atenção por serem centros comerciais badalados, com estação de metrô e pessoas na correria do dia a dia. A Saens Peña também se destaca pelo número de pessoas que passam, cruzam, correm (contra o relógio) ou simplesmente cortam caminho todos os dias. Com a chegada do metrô na região f icou evidente que, apesar de uma infraestrutura razoável, a parte ruim é a falta de investimento na segurança pública.
Marisa Vidal, professora, mora perto da praça há 20 anos e afirma que há pouca vigilância, o que facilita os assaltos e os arrastões esporádicos. Ela fala, ainda, que há muitos desabrigados que vivem permanentemente nos cantos e bancos da praça. “É ruim ter que sair de casa sempre preocupada com assaltos, principalmente porque tenho uma filha adolescente. Às vezes, levo
-a até o metrô para evitar que ela ande só pela praça, ou, quando ela tem uma festa para ir, eu peço para meu marido levá-la de carro. O mais triste disso tudo é que apenas uma patrulha da polícia no local resolveria o problema, mas o governo não se interessa pelo assunto”, desabafa.
A intensa movimentação causada pelo metrô, que tem como estação inicial justamente a Saens Peña – que nos horários de pico do transporte chega a transportar mais de 12 mil pessoas, segundo o Metrô Rio –, traz muita sujeira e correria para os arredores. O curioso é que na Afonso Pena, mesmo com uma frequência considerável de 3ª estação do metrô da Linha 1, não se observam tantos transtornos de transporte ou violência. Volta e meia o local pode contar com o policiamento ostensivo e a população de rua também não é muito frequente nas redondezas.
Mesmo assim, os moradores do bairro sabem que o déficit na segurança e a badalação sempre existirão. A Tijuca é considerada um eixo de conexões. Na maioria das vezes, um elo cultural, de lazer e entretenimento. Para outros, um elo social e, com isso, local de problemas sociais também. Há quem diga que há beleza em passear por essas praças, independentemente de tudo o que já fora citado por aqui (ver aquele joguinho clássico de buraco com os amigos numa mesa de cimento, fazer umas comprinhas básicas nas feiras artesanais, comer um pastel com caldo de cana ou apenas correr ou andar de bicicleta). Para estes, o prazer de estar na Tijuca é o que realmente importa.Apesar de movimentadas, as praças da bairro muitas vezes não contam com policiamento ostensivo necessário
Foto: Diogo Ribeiro
É ruim ter que sair de casa sempre
preocupada com assaltos, principalmente
porque tenho uma filha adolescente
Marisa Vidal
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Longe de dores no corpo e má forma físicaTerceira Idade mostra que ainda dá tempo para a prática de exercícios
Foi bobeira minha não
ter começado com ela. Já na
segunda semana de aula comecei a me sentir mais disposto. Me faz um bem enorme
vir pra cáPedro Vivas
Karen Russo
Andar de bicicleta ou dar uma volta caminhando pelo Maracanã são exercícios comuns e antigos para os tijucanos. Mas a novidade, para quem gosta de se exercitar ao ar livre, está nas academias instaladas na região. Inspiradas nas academias chinesas, com aparelhos voltados especialmente para pessoas acima dos 60 anos, as Academias da Terceira Idade (ATI) estão sendo implantadas em diversas praças do Rio. A da Tijuca e a de Vila Isabel estão entre as mais frequentadas da cidade.
Quem pensa que a Terceira Idade só quer ficar em casa vendo televisão está “por fora” da realidade. Cada vez mais, esse grupo vem procurando atividades e deixando de lado as dificuldades que antes eram comuns quando se chegava aos 60 anos. Prova dessa vontade de se exercitar é Wilma Vivas, de 72 anos, que frequenta três vezes por semana a ATI da Praça Xavier de Brito, na Tijuca. “Eu já estou em uma idade que não posso deixar parar. O sedentarismo é que mata. Me sinto muito bem quando venho para a aula e faço meus exercícios. Só não
Visite a Academia mais próxima!
venho mais porque preciso ficar em casa com meu netinho pequeno”, conta.
As ATIs são compostas por dez módulos de aparelhos, permi t indo a p rát ica de atividades físicas que atendem diretamente à necessidade dos idosos e trabalhando de forma conjunta exercícios de força e flexibilidade. Além disso, a sequência de exercícios ajuda a desenvolver a capacidade aeróbica do praticante. Pedro
Vivas, de 78 anos, antes achava “uma frescura” se exercitar, mas, levado por sua esposa Wilma a experimentar uma aula, agora não quer mais parar. “Foi bobeira minha não ter começado com ela. Já na segunda semana de aula comecei a me sentir mais disposto. Me faz um bem enorme vir pra cá”.
Para Fábio Figueiredo, professor de atividades físicas para idosos, o comportamento desta geração que está na Terceira Idade mudou. “O pessoal acima de 60 anos está deixando o controle remoto para trás e indo às academias, caminhando ou fazendo alguma dança. Movimentos difíceis, dores no corpo que antes faziam parte da vida deles, agora são passado. Eles estão se cuidando. Não só
estão chegando aos 60 mais inteiros, como continuam se cuidando, o que é muito bom”.
As aulas são oferecidas em dois turnos: manhã e tarde. Todas as academias foram montadas pensando nos estilos de exercícios para maiores de 60 anos. Elas são gratuitas e sempre com um profissional de educação física orientando e supervisionando as atividades. A ATI fica aberta todos os dias para quem desejar utilizar os equipamentos. Além da Tijuca e Vila Isabel, o projeto já chegou aos bairros da Penha, Cavalcanti, Anchieta e Ilha do Governador, na Zona Norte; Leme, Flamengo, Botafogo, Leblon, Ipanema, Peixoto e Largo do Machado, na Zona Sul; e em Bangu e na Praça Seca, na Zona Oeste.
ATI de Vila IsabelPraça Barão de Drummond
Aulas: De 2ª a 6ª, das 7h às 10h e das 16h às 19hNa Praça Xavier de Brito, uma placa ensina exercícios de alongamento
Fotos: Karen Russo
Academia da Terceira Idade atrai diversos moradores da região
ATI da Tijuca Praça Xavier de Brito
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Em busca do emprego público número 1Ideia do cargo perfeito aumenta a quantidade de cursinhos na Tijuca
Onde estudarCAAP - Centro de Aplicação e AprendizadoRua Barão de Mesquita, nº 482 - Salas 201 e 202Tel.: (21) 4104-0631www.caaprj.com.br
Centro Integrado de Educação e MissõesRua Uruguai, nº 514Tel.: (21) 2570-6793www.ciem.org.br
Curso IntellectusRua Padre Elias Gorayeb, 36Tel.: 2570-5761www.cursointellectus.com.br
Pedro Amorim
Estabilidade no emprego. Esse é o propósito que persegue a cabeça de todo brasileiro e, não diferentemente, do tijucano. A opção para conseguir esse objetivo é o concurso público, porém, devido à grande procura, apenas os mais estudiosos conseguem uma vaga. Por isso, são criados os famosos “cursinhos para concursos”.
De acordo com pesquisas, oito entre dez brasileiros afirmam que o concurso público é, de fato, um jeito garantido de se ter uma estabilidade financeira. Pablo Homero, morador do bairro e funcionário do Estado há 20 anos, afirma que a escolha por este tipo de emprego ocorre porque os salários são bons e não há chance de demissão. “Só irei sair quando me aposentar”, brinca.
Com uma alta na demanda de pessoas que procuram por esses cursos, o bairro da Tijuca oferece algumas opções, ou melhor, diferentes denominações de um mesmo serviço, para preparar o aluno para prestar o concurso público. As opções de vagas são muitas e para diversos
cargos, como: merendeira, auxiliar administrativo, chefe de produção, diretor e até representante executivo para empresas multinacionais ou órgãos públicos, como o Tribunal Regional, o IBGE, os Correios e o Banco do Brasil.
Um dos problemas sobre os concursos, apontado por especialistas, é a falta de escolha, provocando o indivíduo a fazer algo que não goste durante muito tempo, por culpa da falta de dinheiro. André Santos é uma dessas pessoas. Ele é engenheiro e tenta uma vaga de administrador no Tribunal Regional Federal. Perguntado sobre sua escolha, ele explica: “A necessidade me fez optar por isso”.
Obras de revitalização do Parque Recanto do Trovador gera discussões
Danielle Feijóo
O P a r q u e R e c a n t o do Trovador, antigo Jardim Zoológico do Grajaú, passa por reforma e recebe a construção da Nave do Conhecimento junto com a nova Vila Olímpica. A revitalização de uma das mais importantes áreas de lazer da Zona Norte, com mais de 35 mil metros quadrados, tem investimento previsto de R$ 5 milhões.
Mesmo em meio ao tumulto provocado pelas obras, o parque permanece aberto a visitação. A área é utilizada como espaço para prática de exercícios físicos e até como passagem, já que próximo à entrada secundária está o Colégio Ass is de Chateaubriand.
Mesmo com a revitalização em andamento, quem frequenta o lugar já se sente mais seguro.
Maria de Lourdes, de 50 anos, que realiza trabalho de evangelização no ponto de ônibus em frente ao parque, acredita que além de uma melhor iluminação o projeto trará outros benefícios para a comunidade.
É no que também acredita o verdureiro Nilton, de 43 anos, apesar de ter sido obrigado a mudar a barraca de lugar. “Comparando com o que
estava melhorou muito, porque veio a UPP”.
Mas nem tudo o agrada. Ele enfatiza que a Nave do Conhecimento será construída no local em que é o campo de futebol, usado pela maioria das pessoas da comunidade próxima. “Querem tirar o campo de futebol para por uma nave. Aqui tem uma escolinha do Vasco e as crianças gostam, agora o campo está cercado para a obra”.
Outro também insatisfeito com a construção da Nave é José Itamar, de 43 anos. “O campo de futebol sempre existiu. Tem até o futebol dos veteranos aos domingos”.
Segundo o porta l da Prefeitura do Rio de Janeiro, para a construção da Nave do Conhecimento foi destinado um espaço de 350 metros quadrados, onde será construída uma praça digital. O hall de acesso também terá uma área de exposição de arte eletrônica, se prolongando pela área externa, onde será construído o Anfiteatro Digital, com cerca de 50 metros quadrados. Os filmes, cursos, exposições e a tela dos termin-ais de computadores serão projetados na telão da fachada.
Foto: Danielle Feijóo
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Procura-se imóvel na TijucaEventos esportivos e alta de preços na Zona Sul atraem novos compradores para a regiãoDiogo Ribeiro
Desde a instalação da primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Zona Norte, o mercado imobiliário na Tijuca sofreu uma transformação. Esse movimento também é reflexo da alta de preços na Zona Sul, que, segundo economistas, é um forte componente da bolha imobiliária. Outro fator de grande relevância são os eventos esportivos, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, que a cidade irá sediar nos próximos anos.
De acordo com dados da Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário do Rio (ADEMI), o reaquecimento do mercado na Tijuca teve início em 2008. Antes disso, a desvalorização chegava a 70%. Embora o número de lançamentos no ano passado tenha sido menor do que em 2008, a liquidez vem aumentando, bem como o valor dos imóveis.
moradora da Tijuca há mais de um ano, conta que escolheu o bairro porque é perto do trabalho e dos locais que frequenta. “Em pouco tempo me adaptei. É fácil chegar a qualquer lugar saindo da Tijuca”, conta.
A valorização da área também vem incentivando as construtoras a inovarem nos tipos de edificação. No lugar de edifícios sem playgrounds e de apartamentos com até 200m², o bairro terá condomínios com amplas áreas de lazer e recreação. Para Joana Alvim, arquiteta da Rubi Engenharia, o morador da Zona Norte valoriza os prédios modernos, com
infraestrutura de conforto, lazer e segurança.
Um exemplo d isso é Rodrigo Bessa, que estava planejando se mudar e tinha o bairro da Tijuca como primeira opção de escolha. O advogado, que sempre passa pelo bairro quando vai trabalhar, conta que reparou na quantidade de novos prédios e, como sempre teve vontade de morar na Tijuca, aproveitou para adquirir o novo imóvel. “Eu gosto daqui porque, além de ficar perto da faculdade dos meus filhos, vai facilitar a minha ida e a da minha esposa para o trabalho”, explica.
A valorização dos imóveis está em cerca de 20% em relação à mesma época no ano de
2010Ysis Neves
“A valorização dos imóveis está em cerca de 20% em relação à mesma época no ano de 2010. A tendência é que esses números aumentem, não só pela segurança que as UPPs trazem à região, mas também pelos eventos esportivos que a cidade está se preparando para receber”, explica a corretora de imóveis Ysis Neves.
A localização privilegiada também é atraente. Paula Braga,
Ilustração: Érica Ribeiro
UPP do Salgueiro promove aulas contra as drogas para crianças
Gustavo Borges
Após a instalação da 11ª Unidade de Polícia Pacificadora do estado, os moradores do morro do Salgueiro, na Tijuca, tem mais o que comemorar. Um campo de grama sintética foi inaugurado no fim de janeiro, aulas de esporte, ginástica e gincanas acontecem com boa frequência na comunidade. Entre os programas sociais e culturais no local, um se destaca pela preocupação maior em manter as crianças longe das drogas.
O Sargento Ulisses, lotado na UPP do Salgueiro, explicou que o PROERD – Programa Educacional de Resistência às Drogas – consiste num esforço cooperativo da Polícia Militar, Escola e Família, visando através de atividades educacionais em sala de aula prevenir o abuso de drogas e a prática de atos de violência entre estudantes do Ensino Fundamental no país. Os professores são policiais
militares formados num curso específico para essa função.
Jorge Santos, pai de Jeferson, comemora a ideia do programa. “A instalação da
UPP aqui no Salgueiro já ajudou na questão da violência. Mas é sempre bom ter esses projetos dentro e fora das escolas para as crianças aprenderem o que
é certo ou errado desde cedo. Essas aulas, com certeza, vão tirar muitos meninos do vício e principalmente ajudar que eles não experimentem essas drogas”.
Esse plano tem o com-promisso de complementar o projeto pedagógico das Unidades de Ensino, realizando uma abordagem eclét ica, combinando os aspectos p o s i t i v o s d o s d i v e r s o s programas de prevenção.
E disciplina é o que se vê na unidade e nas ruas que cercam o morro do Salgueiro. A ronda de uma patrulha durante todo o dia e à noite ajuda na prevenção de assaltos, que acontecia com frequência naquela região.
Foto: Galeria de imagens do Governo do Estado do Rio de Janeiro (Flickr)
Crianças jogam bola no novo campo durante um evento realizado pela UPP
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8 Dezembro de 2011 | Ano 3 | Número 14
A alegria nunca é demais na Morada da EsperançaInstituição no Grajaú oferece apoio sócio-educativo a meninas de baixa rendaKaren Russo
Quantas vezes você já desejou ajudar alguma instituição, mas não conseguiu por algum motivo? Não sabia onde poderia ir, como ajudar, ou até mesmo quem ajudar. São diversos os motivos que acabam enfraquecendo quem quer ter um gesto de solidariedade. Algumas instituições colocam muitos empecilhos para o voluntário; outras são tão pequenas que poucos conhecem. Ainda há aquelas que não querem ajuda – sim, pode parecer brincadeira, mas existem – e algumas que sonham com visitas e doações. É o caso da Instituição Morada da Esperança.
Instituições da região
Morada da EsperançaRua Barão do Bom Retiro, 939 – GrajaúTel.: (21) 2577-1121
Hospital Universitário Gaffrée e GuinleRua Mariz e Barros, 775 – TijucaTel.: (21) 2569-5925
Instituto Ronald McDonaldRua Pedro Guedes, 29 –MaracanãTel.: (21) 2176-3800
pela manhã, são encaminhadas para a escola e depois retornam para a instituição para fazer as refeições básicas. Na casa, elas têm contato com outras crianças, brincam, estudam e desenvolvem diversas atividades educacionais.
Com mais de 40 meninas correndo pelo pátio, a professora Érica Augusto comenta a felicidade que sente quando vê todas as crianças alegres. “Elas são assim, agitadas, contentes. Querem viver tudo aqui dentro, porque sabem que quando o horário acabar, tudo muda. Muitas das meninas que estão aqui quando chegam em casa
não podem mais ser crianças. Precisam arrumar a casa, fazer comida, cuidar dos irmãos... E não são as mais velhas, estou falando das de 5 e 6 anos”.
Carentes de infância, espaço e até mesmo de carinho. As doações são importantes, mas não são apenas as posses materiais que fazem a diferença. Atenção, dedicação e amor são algumas das doações que Silvia Medeiros, presidente da Instituição, diz estar em falta. “São poucos os voluntários que nos procuram para fazer um trabalho com as crianças. Alguns vêm uma vez para conhecer e fazer algum trabalho da faculdade
ou colégio e depois não voltam. O que estamos precisando é de pessoas dedicadas, com motivação e desejo de ajudar. Toda a ajuda é sempre bem vinda”, explica.
A instituição atende meninas de 4 a 14 anos, moradoras das comunidades da região e que a família esteja precisando de apoio sócio-educativo para a menor. Serviços como reforço escolar, higiene e saúde, assistência social, psicologia e fonoaudiologia são oferecidos pela Morada. Mas, assim como esta, há outras instituições e organizações que trabalham para proporcionar o bem ao próximo.
O que estamos precisando é de
pessoas dedicadas, com motivação e desejo de ajudar
Silvia Medeiros
Desde 1979 funcionando no Grajaú, a Morada acolhe meninas cujas famílias não possuem condições de suprir todas as necessidades. A casa funciona como um apoio sócio-educativo: as meninas chegam
Cerca de 40 meninas são assistidas pela instituição e têm uma rotina variada de exercícios educacionais
Além de doações em dinheiro, a Morada da Esperança também conta com a ajuda de voluntários para recreação
Fotos: Ananda Menali
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