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SALVADOR, SÁBADO,4 DE MAIO DE 2013

ESPORTEDE REISurgido no século 19, naInglaterra, o tênis tem chancesde ser mais conhecido no Brasilcom as Olimpíadas de 2016, noRio de Janeiro

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Thainá Carvalho, 11,aprendeu a sacar emem uma semanapara poder competir

PAULA MORAIS

Rede rasgada

Pai-trocínioO pai de Thainá, Elton Carvalho, disse que a Federação Baiana deTênis ajuda com parte do dinheiro. “Faltam projetos”. O presidente dafederação, Edgar Silva Neto, explicou que existem três projetos paraque mais crianças possam jogar tênis em Salvador. Faltam quadras eincentivo. “Estamos conversando com a prefeitura para que as quadrasda Boca do Rio façam parte da federação até o final deste ano”.

O coordenador de Esportes, Lazer e Entretenimento de Salvador,Edmilson Machado, falou que qualquer criança pode se inscrever parajogar tênis nas quadras públicas e que existe professor para ajudá-las.Ele explicou que a prefeitura quer levar o tênis para as escolas e queainda não estão preparados para formar profissionais.

[ onde jogar ]

História deboleiro

David Rodrigues, 19, é estudante deeducação física e professor de tênis. Eleconheceu o esporte quando era boleiro.

Um nome engraçado para chamar aspessoas que ficam em quadra pegandoe devolvendo as bolas para os tenistas.

Ele começou a gostar do esportequando trabalhava em uma academia.“O dinheiro era pouco para comprar os

equipamentos. Pegava raqueteemprestada”. Ele conseguiu ser

ajudante de árbitro e, depois, deprofessor. Hoje, tem os

próprios alunos.

Falta menos de três meses para Luiz Berenguer e ThaináCarvalho, de 11 anos, vencerem o jogo contra a ansiedade.Eles vão viajar para a Espanha porque foram campeões,em categorias diferentes, do Circuito de Tênis Escolar eUniversitário. Lá, vão conhecer outra cultura e treinar emuma das melhores academias de tênis da Europa.

Luiz e Thainá estão entre os três melhores tenistas daBahia, nas categorias masculina e feminina, com idade até12 anos. Eles participam do ranking da Federação Baianade Tênis e ganham pontos quando vencem os torneios.Juntar muitos pontos é importante para fazer parte doranking brasileiro. Os dez primeiros colocados recebemajuda com equipamentos, alimentação e hospedagemquando viajam para jogar.

Luiz Berenguer, 11, vaipara a Espanha pelasegunda vez depois devencer torneio de tênis

4e5

Mila Cordeiro / Ag. A Tarde

Academia Winner, Pituaçu: 713461-2442Associação Atlética do Banco doBrasil, Piatã: 2102-8250Quadras Públicas da Boca do Rio

Luiz demorou cinco anos para juntar tantos pontos echegar à oitava posição do ranking brasileiro. Isso

aconteceu porque existem poucos jogos e faltampessoas nos torneios na Bahia. “Na minhacategoria, conto 10 inscritos por campeonato esão sempre os mesmos tenistas. Os pontostambém são poucos”.

Para ter maior pontuação é preciso jogar emoutras cidades, e o custo fica muito alto. Umaraquete pode chegar a R$ 500, e a diária paraum treino, mais de R$ 100. Para conseguir asduas coisas, uma pessoa que ganha, porexemplo, R$ 20 de mesada por semana teria quejuntar o dinheiro por seis meses sem gastar nada.

“Também faltam treinadores para nível avançado.É mais lucrativo um treinador ter 10 alunos

amadores do que três atletas”.Segundo Thainá, o esporte em Salvador não é

divulgado. E fica difícil para quem tem pouco dinheiro.“Na Boca do Rio tem quadras públicas, mas falta

professor”. De tanto correr na quadra, precisa comprarum sapato a cada três meses por causa do desgaste, eviaja com a ajuda somente dos pais.

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