Escola Estadual deEducação Profissional - EEEPEnsino Médio Integrado à Educação Profissional
Curso Técnico em Meio Ambiente
Higiene e Segurançano Trabalho
Governador
Vice Governador
Secretário Executivo
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Cid Ferreira Gomes
Francisco José Pinheiro
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Cristiane Carvalho Holanda
Secretária da Educação
Secretário Adjunto
Coordenadora de Desenvolvimento da Escola
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Maurício Holanda Maia
Maria da Conceição Ávila de Misquita Vinãs
Thereza Maria de Castro Paes Barreto
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SECRETARIA DA EDUCAÇÃO BÁSICA
COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL – COEDP
CÉLULA DE CURRÍCULO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO TÉCNICO
MATERIAL DIDÁTICO
Higiene e Segurança do Trabalho
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Sumário Lista de Siglas................................................................................................................... 3 Unidade I – Fundamentos da Segurança no Trabalho ...................................................... 5
1.1 Introdução .......................................................................................................... 5 1.2 Dados Estatísticos .............................................................................................. 6 1.3 Conceitos ........................................................................................................... 7 1.4 Termos e Definições .........................................................................................11
Unidade II – Condições de Trabalho .............................................................................. 18
2.1 Introdução ........................................................................................................ 18 2.2 O inimigo invisível .......................................................................................... 19 2.3 Os riscos que nos rodeiam ............................................................................... 20 2.4 Riscos físicos ................................................................................................... 20 2.5 Riscos químicos ............................................................................................... 26 2.6 Riscos biológicos ............................................................................................. 28 2.7 Riscos ergonômicos ......................................................................................... 28 2.8 Riscos de acidentes .......................................................................................... 30 2.9 Classificação dos riscos ocupacionais ............................................................. 31
Unidade III – Normas de Segurança............................................................................... 32
3.1 Aspectos gerais ................................................................................................ 32 3.2 Normas regulamentadoras (NR) ...................................................................... 34 3.3 Normas regulamentadoras rurais (NRR) ......................................................... 38 3.4 Normas internacionais e os programas de prevenção brasileiros .................... 40 3.5 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) .................................. 46 3.6 Laudo ambiental .............................................................................................. 50
Unidade IV – Das Atividades Insalubres e Periculosas.................................................. 54
4.1 Introdução ........................................................................................................ 54 4.2 Insalubridade.................................................................................................... 54 4.3 Periculosidade .................................................................................................. 59
Bibliografia..................................................................................................................... 61
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Lista de Siglas ASO Atestado de Saúde Ocupacional ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas BSI British Standards Institution (Instituto Britâncio de
Normalização - órgão inglês, responsável por segurança e saúde do trabalho naquele país)
CA Certificado de Aprovação CAT Comunicação de Acidente do Trabalho CBO Classificação Brasileira de Ocupações CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CPN Comitê Permanente Nacional Sobre Condições e Meio
Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção CPR Comitê Permanente Regional Sobre Condições e
Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção CIPATR Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural CLT Consolidação das Leis do Trabalho CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas CPATP Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário CTPP Comissão Tripartite Paritária Permanente DORT Doença Osteomuscular Relativa ao Trabalho DRT Delegacia Regional do Trabalho EPC Equipamento de Proteção Coletiva EPI Equipamento de Proteção Individual FAP Fator Acidentário Previdenciário FISPQ Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos FUNDACENTRO Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho GLP Gases Liquefeitos de Petróleo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INSS Instituto Nacional do Seguro Social INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial ISO International Organization for Standartization (Organização
Internacional de Normalização) LER Lesão por Esforços Repetitivos MTE Ministério do Trabalho e Emprego NBR Normas Brasileiras (da ABNT) NR Norma Regulamentadora NRR Norma Regulamentadora Rural NTEP Nexo Técnico Epidemiológico OIT Organização Internacional do Trabalho OSHA Occupational Safety and Health Administration (órgão
americano responsável por segurança e saúde do trabalho naquele país)
OHSAS Occupational Health and Safety Assessment Series (Série de Avaliações de Segurança e Saúde Ocupacional)
PAIR Perda Auditiva Induzida pelo Ruído
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PAT Programa de Alimentação do Trabalhador PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PGR Programa de Gerenciamento de Riscos PPP Perfil Profissiográfico Previdenciário PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais SENAR Serviço Nacional de Formação Profissional Rural SAT Seguro de Acidentes do Trabalho SESI Serviço Social da Indústria SESMT Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho SINMETRO Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial SIPAT Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho SSO Segurança e Saúde Ocupacional SSST Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalhado (órgão do
Ministério do Trabalho e Emprego, responsável pela segurança e saúde no Brasil).
SST Segurança e Saúde do Trabalho
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Unidade I – Fundamentos da Segurança no Trabalho
1.1 Introdução
O Acidente do Trabalho, bem como a Doença do Trabalho (que é equiparada ao
Acidente do Trabalho), são eventos indesejáveis que surgem no decorrer do processo
produtivo. O ser humano, para satisfazer as suas necessidades, precisa utilizar diversos
bens materiais que, em grande parte, não são encontrados na natureza. Assim, para
conseguir esses bens, precisa da realização de uma série de processos de trabalho,
através do uso de máquinas, ferramentas, equipamentos e da sua própria força de
trabalho, para transformar essas matérias-primas existentes na natureza em bens que
satisfaçam as suas necessidades.
Ao realizar o processo produtivo, um objetivo específico desse trabalho humano
é a obtenção de uma maior quantidade de produtos com uma menor quantidade de
insumos num menor tempo possível, ou seja, deseja-se obter uma maior quantidade de
bens materiais, utilizando menos matéria-prima e em menos tempo. No entanto, em
decorrência desse trabalho, e mesmo antes do seu início, podem surgir eventos
indesejáveis. Exemplo desses eventos indesejáveis é o Acidente do Trabalho e a Doença
Ocupacional.
No passado, principalmente com o advento da Revolução Industrial, o homem,
em favor da produção e da máquina, era tratado como um aspecto secundário. Com o
passar do tempo e após muitas lutas, o trabalhador começa a ser o centro de atenção do
processo produtivo. Diz-se “começa”, porque em pleno início de um novo milênio,
ainda discutimos se devemos ou não pagar os adicionais de insalubridade ou de
periculosidade; se devemos gerar ou não aposentadoria especial para determinados
trabalhadores sujeitos a determinados agentes ambientais de riscos de acidentes. O
correto é que se deveria estar discutindo a necessidade da existência desses agentes de
riscos que podem causar acidentes, ou seja, dever-se-ia estar discutindo a necessidade
de eliminá–los ou atenuar os seus efeitos.
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1.2 Dados Estatísticos
A necessidade urgente da sociedade e o Estado levarem a fundo a discussão do
tema “Segurança do Trabalho” pode basear-se em números alarmantes, tais como:
O Brasil é o 9.º país em maior número de Acidentes do Trabalho no mundo, no ano de 2000. (ANUÁRIO brasileiro de proteção, 2006);
O número de trabalhadores na formalidade, no Brasil, no ano de 2004, foi de apenas 31.407.576 (ANUÁRIO brasileiro de proteção, 2006);
O número de óbitos motivados por acidentes do trabalho, no Brasil, no ano de 2004, foi de 2.801 (ANUÁRIO brasileiro de proteção, 2006);
O número de acidentes do trabalho no Brasil, no ano de 2004, foi de 478.956 (ANUÁRIO brasileiro de proteção, 2006);
Em 1999, 16.757 trabalhadores tornaram-se incapazes permanentemente para o trabalho, parcial ou totalmente (BRASIL, 2001), ficando de fora dessas estatísticas em torno de 65% da população economicamente ativa – PEA, ou seja, os trabalhadores que estão na chamada economia informal. Dos 71,7 milhões de pessoas que estão trabalhando, apenas 24,9 milhões são trabalhadores com empregos formais (PROTEÇÃO. Saem os números de acidentes de trabalho do país, 2001);
O Brasil gasta em torno de R$ 20 bilhões por ano com acidentes do trabalho (PASTORE, 2001). A maior parcela dos custos referentes aos acidentes é paga pelas empresas que pagam uma verdadeira fortuna ao Governo Federal através do Seguro de Acidente do Trabalho - SAT, que é obrigatório;
No Ceará, no ano de 1997, um acidente custou, em média, R$ 7.919,29 (matéria do jornal Diário do Nordeste de 17 de setembro de 1998)
Em Sobral ocorre algo em torno de 200 Acidentes do Trabalho em média por ano, notificados ao INSS.
Não se pode deixar de dizer que os índices de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais no Brasil estão melhorando, mas ainda estão longe do ideal. Para se ter
uma idéia, o coeficiente de acidentes fatais (óbitos em 1.000.000 de empregados) no
Brasil, na década de 80, era 220, enquanto hoje está em torno de 150. Mas quando
comparado, por exemplo, com os Estados Unidos, esse coeficiente é de 5. Já na Grã-
Bretanha, o coeficiente é de 10 óbitos por 1.000.000 de empregados (CIPA, Cipa
notícias – fique sabendo... 2001).
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Ranking mundial
Segundo o estudo da OIT, o Brasil ocupa o 4º lugar em relação ao número de
mortes, com 2.503 óbitos. O país perde apenas para China (14.924), Estados Unidos
(5.764) e Rússia (3.090).
Na década de 1970, o Brasil registrava uma média de 3.604 óbitos para
12.428.826 trabalhadores. Nos anos 1980, o número de trabalhadores aumentou para
21.077.804 e as mortes chegaram a 4.672. Já na década de 1990, houve diminuição:
3.925 óbitos para 23.648.341 trabalhadores.
O Anuário Estatístico da Previdência Social de 2006, último publicado pelo
INSS, mostra que número de mortes relacionadas ao trabalho diminuiu 2,5%, em
relação ao ano anterior. Entretanto, os acidentes de trabalho aumentaram e
ultrapassaram os 500 mil casos.
Dados dos Ministérios do Trabalho e Emprego e Previdência Social de 2005
mostram que as áreas com maior número de mortes são Transporte, Armazenagem e
Comunicações, com sete óbitos entre 3.855 trabalhadores; a Indústria da Construção,
com seis óbitos entre 6.908 trabalhadores; e o Comércio e Veículos, com cinco óbitos
entre 24.782 trabalhadores.
1.3 Conceitos
O que é acidente? Se procurarmos a resposta em um bom dicionário,
encontraremos - acontecimento imprevisto, casual o não, ou então - acontecimento
infeliz que resulta em ferimento, dano, estrago, prejuízo, avaria, ruína etc.
Nesse sentido, é muito importante observar que um acidente não é simples obra
do acaso e pode trazer conseqüências indesejáveis. Em outras palavras: acidentes podem
ser previstos. E, se podem ser previstos, poder ser evitados!
Quem se dedica à prevenção sabe que nada acontece por acaso no universo
muito menos o que costumamos chamar de acidente. Todo acidente tem uma causa
definida, por mais imprevisível que pareça ser.
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Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de fatores, ente eles,
falhas humanas e falhas materiais.
Vale lembrar que os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem acontecer
em casa, no lazer, no ambiente de trabalho e nas inúmeras locomoções que fazemos de
um lado para o outro, para cumprir nossas obrigações diárias.
Quanto aos acidentes do trabalho, dos quais trataremos neste material didático, o
que se pode dizer é que grande parte deles ocorre porque os trabalhadores encontram-se
despreparados para enfrentar certos riscos.
Ao refletir sobre as conseqüências do acidente do trabalho para a vítima, para a
família, para a empresa e para a sociedade aprenderemos o que legislação brasileira
entende por acidente do trabalho (conceito legal) e o que se considera acidente do
trabalho numa visão prevencionista (conceito prevencionista), e atingiremos os
objetivos desse tópico.
Acidente do Trabalho – conceito legal
Numa sociedade democrática, as leis existem para delimitar os direitos e os
deveres dos cidadãos. Qualquer pessoa que sentir que seus direitos foram desrespeitados
pode recorrer à Justiça para tentar obter reparação, por perdas e danos sofridos em
conseqüência de atos ou omissões de terceiros.
As decisões da Justiça são tomadas com base nas leis em vigor. Conhecer as leis
a fundo é tarefa dos advogados. Mas é bom que o cidadão comum, trabalhador, também
tenha algum conhecimento sobre as leis que foram elaboradas para proteger seus
direitos. Por isso, é importante saber o que a legislação brasileira entende por acidente
do trabalho. Afinal, nunca se sabe o que reserva o dia de amanhã.
Na nossa legislação, acidente do trabalho é definido pelo Decreto nº 611/92 de
21 de julho de 1992 que diz:
Art. 139 - Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou ainda, pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária.
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Resumindo: qualquer acidente que ocorrer com um trabalhador, estando ele a
serviço de uma empresa, é considerado acidente do trabalho. Para entender melhor a
definição anterior, e necessário saber também que:
Segurados especiais são trabalhadores rurais, isto é, que prestam serviço em
âmbito rural, individualmente ou em regime de economia familiar, mas não tem vinculo
de emprego.
Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como
por exemplo um corte no dedo, ou grave,como a perda de um membro.
Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão do
sentido. Por exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada.
Doença profissional. De acordo com o mesmo Decreto nº 611/92, doenças
profissionais são aquelas adquiridas em decorrência do exercício do trabalho em si.
Doenças do trabalho. São aquelas decorrentes das condições especiais em que o
trabalho é realizado. Ambas são consideradas como acidentes do trabalho, quando delas
decorrer a incapacidade para o trabalho.
Você já deve ter passado pela experiência de pegar uma forte gripe, de colegas
de trabalho, por contágio. Essa doença, embora possa ter sido adquirida no ambiente de
trabalho, não é considerada doença profissional nem do trabalho, porque não é
ocasionada pelos meios de produção.
Mas, se o trabalhador contrair uma doença por contaminação acidental, no
exercício de sua atividade, temos ai um caso equiparado a um acidente de trabalho. Por
exemplo, se um enfermeiro sofre um corte no braço ao quebrar um frasco contendo
sangue de um paciente aidético e, em consequência, é contaminado velo vírus HIV, isso
é um acidente do trabalho.
Por outro lado, se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem
proteção auditiva adequada, submetido ao excesso de ruído, gerado pelo trabalho
executado junto a uma grande prensa, isso caracteriza doença do trabalho.
Ou ainda, se um trabalhador adquire tenossinovite (inflamação dos tendões e das
articulações) por exercer atividades repetitivas, que solicitam sempre o mesmo grupo de
músculos, esse caso e considerado doença profissional.
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A lista das doenças profissionais e do trabalho é bastante extensa e pode sofrer
novas inclusões ou exclusões, à medida que forem mudando as relações entre o homem
e o trabalho. Para saber mais sobre esse assunto, procure se informar junto ao serviço
especializado em segurança, na sua empresa. Seja curioso, interessado. Não se
acomode.
O acidente típico do trabalho ocorre no local e durante o horário de trabalho. É
considerado como um acontecimento súbito, violento e ocasional. Mesmo não sendo a
única causa, provoca no trabalhador uma incapacidade para a prestação de serviço e, em
casos extremos, a morte.
Pode ser consequência de um ato de agressão, de um ato de imprudência ou
imperícia, de uma ofensa física intencional, ou de causas fortuitas como, por exemplo,
incêndio, desabamento ou inundação.
Mas a legislação também enquadra como acidente do trabalho os que ocorrem
nas situações apresentadas a seguir:
Acidente de trajeto (ou percurso) - Considera-se acidente de trajeto o que ocorre no percurso da residência para o trabalho ou do trabalho para residência. Nesses casos, o trabalhador está protegido pela legislação que dispõe sobre acidentes do trabalho. Também é considerada como acidente do trabalho, qualquer ocorrência que envolva o trabalhador no trajeto para casa, ou na volta para o trabalho, no horário do almoço.
Entretanto, se por interesse próprio, o trabalhador alterar ou interromper seu percurso normal, uma ocorrência, nessas condições, deixa de caracterizar-se como acidente do trabalho. Percurso normal é o caminho habitualmente seguido pelo trabalhador, locomovendo-se a pé ou usando meio de transporte fornecido pela empresa, condução própria ou transporte coletivo urbano.
Acidente fora do local e horário de trabalho - Considera-se, também, um acidente do trabalho, quando o trabalhador sofre algum acidente fora do local e horário de trabalho, no cumprimento de ordens ou na realização de serviço da empresa.
Se o trabalhador sofrer qualquer acidente, estando em viagem a serviço da
empresa, não importa o meio de condução utilizado, ainda que seja de propriedade
particular, estará amparado pela legislação que trata de acidente do trabalho.
Vamos ver se as definições discutidas até agora ficaram claras. Analise a
situação a seguir e depois responda às questões apresentadas.
João é técnico em manutenção de equipamentos eletrônicos em uma empresa
com sede em no bairro de Vila Nova. O chefe de João passou-lhe uma ordem de serviço
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de manutenção, a ser realizado na máquina de um cliente, em outro bairro. Quando João
se encontrava executando o trabalho, a firma foi invadida por um grupo de homens
armados, que anunciaram um assalto. Na confusão que se seguiu, João foi atingido por
uma bala perdida. Levado ao pronto-socorro foi dispensado após a extração de uma bala
na perna direita, com a recomendação médica de manter-se afastado do serviço por 15
dias. No seu entender:
O que ocorreu com João encaixa-se na definição legal de acidente trabalho? Por quê? João sofreu lesão corporal ou perturbação funcional em decorrência acidente? João se enquadra na categoria de segurado especial?
Coitado do João! Felizmente seu caso não foi mais grave. João está amparado
pelo conceito legal de acidente do trabalho, embora o ferimento não tenha resultado
diretamente do exercício de suas atividades profissionais, pois ele estava a serviço da
empresa. Em decorrência do acidente, João sofreu lesão corporal. Supondo-se que ele
volte a andar normalmente, após a retirada do curativo, não se pode dizer que tenha
havido perturbação funcional. João não se enquadra na categoria de segurado especial,
pois consta que ele era funcionário contratado da empresa.
1.4 Termos e Definições
Acidentes ocorrem desde tempos imemoriais, e as pessoas têm se envolvido, tendo em vista a sua prevenção por períodos comparavelmente extensos. Lamentavelmente, apesar de o assunto ter sido discutido continuamente, a terminologia relacionada ainda carece de clareza e precisão. Do ponto de vista técnico, é particularmente frustrante tal condição, pois da mesma resultam desvios e vícios de comunicação e compreensão, que podem se adicionar às dificuldades, na resolução de problemas. Qualquer discussão sobre riscos ou análise de riscos deve ser precedida de uma explicação da terminologia, seu sentido preciso e inter-relacionamento (HAMMER in PIZA, 1998).
Essa colocação nos faz refletir e torna necessária a definição de uma
terminologia consistente, que não deixe dúvidas quanto aos termos empregados. Os
termos (e sua explicação) que foram considerados importantes para este curso são:
ACIDENTE SEM AFASTAMENTO: é o acidente em que o acidentado pode
exercer sua função normal, no mesmo dia do acidente ou no dia seguinte, no horário
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regulamentar.
ACIDENTE COM AFASTAMENTO: é o acidente em que o acidentado sofre uma
incapacidade temporária ou permanente que o impossibilita de retornar ao trabalho no
mesmo dia ou no dia seguinte ao acontecido. Pode até mesmo ocorrer a morte do
trabalhador.
ACIDENTE DE TRAJETO: é aquele que ocorre no percurso da residência para o
local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção,
inclusive veículo de propriedade do segurado. É equiparado ao acidente do trabalho,
conforme art. 21 da Lei 8.213/91.
APOSENTADORIA ESPECIAL: aposentadoria devida a alguns empregados,
dependendo da exposição a agentes de riscos fora do limite de tolerância.
ATO INSEGURO: é um termo técnico utilizado em prevenção de acidentes que,
conforme a escola, possui definições diferentes, porém com o mesmo significado.
Entendem-se como atos inseguros todos os procedimentos do homem que contrariem as
normas de prevenção de acidentes. As atitudes contrárias aos procedimentos e/ou às
normas de segurança que o homem assume podem ou não ser deliberadas.
Normalmente, quando essas atitudes não são propositais, o homem deve estar sendo
impelido por problemas psicossociais.
Atualmente, o termo “ato inseguro”, em investigações de acidentes, não é mais
utilizado. Os profissionais preferem descrever o ato inseguro cometido, o que facilita
em muito a análise dos acidentes, aos invés de generalizá-lo.
Exemplos de atos inseguros: não seguir normas de segurança, não inspecionar
máquinas e equipamentos com que vai trabalhar, usar caixotes como escada, não usar
E.P.I. (Equipamentos de Proteção Individual), fazer brincadeiras ou exibição, ingerir
bebidas alcoólicas antes ou durante o trabalho, etc.
CAUSA: é a origem de caráter humano ou material relacionada com o evento
catastrófico (acidente) pela materialização de um risco, resultando danos. (PIZA, 1998).
COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO - CAT: conforme a Lei
8.213/91 é um documento obrigatório, que deve ser preenchido quando da ocorrência de
um acidente do trabalho ou de uma doença ocupacional, mesmo no caso em que não
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haja afastamento do trabalho, devendo ser encaminhado à Previdência Social e se
destina ao registro do tratamento médico do acidentado, bem como para fins estatísticos
oficiais. A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o
primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à
autoridade competente, sob pena de multa. Na falta de comunicação por parte da
empresa, podem formalizá-lo o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade
sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não
prevalecendo nestes casos o prazo acima previsto. Considera-se como dia do acidente,
no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade
laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória,
ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer
primeiro. A CAT é composta por 6 vias (de acordo com pesquisa na INTERNET, site:
http://www.mpas.gov.br , arquivo capturado em 06 de maio de 2001), sendo:
1 via para o Empregado
1 via para a Empresa
1 via para o Sindicato da categoria
3 vias para o INSS: 1 retida para o INSS; 1 enviada pelo INSS para o Ministério do Trabalho; 1 enviada pelo INSS para o Ministério da Saúde
OBS.:
1) Em Sobral, o Ministério do Trabalho é representado pela Sub
delegacia do Trabalho de Sobral, que é subordinada à Delegacia Regional do Trabalho
D.R.T., sediada em Fortaleza – Ceará.
2) Com base nos dados fornecidos pela CAT, o INSS faz a caracterização
do acidente do trabalho ou doença ocupacional ou acidente de trajeto.
3) Os procedimentos para emissão da CAT variam conforme as
instruções de cada posto da Previdência Social.
CONDIÇÕES DE TRABALHO: são as circunstâncias postas à disposição dos
trabalhadores para a realização de suas atividades laborais, representadas pelo meio
ambiente existente, máquinas e equipamentos, processos produtivos desenvolvidos, bem
como treinamentos específicos recebidos. Normalmente são classificados em:
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condições de segurança: quando as situações em que os trabalhos são
realizados estão livres da probabilidade da ocorrência de acidentes;
condições de insegurança ou condições inseguras: quando as
circunstâncias externas de que dependem as pessoas para realizar seu
trabalho são incompatíveis com ou contrárias às Normas de Segurança e
Prevenção de Acidentes. Exemplos: piso escorregadio, instalações
elétricas precárias, iluminação inadequada, falta de ordem e limpeza, etc.
Como essas condições estão nos locais de trabalho, podemos deduzir que foram instaladas por decisão e/ou mau comportamento de pessoas que permitiram o desenvolvimento de situações de risco àqueles que lá executavam suas atividades. Conclui-se, portanto, que as Condições Inseguras existentes são, via de regra, geradas por problemas comportamentais do homem, independente do seu nível hierárquico dentro da empresa” (PIZA, Informações básicas sobre saúde e segurança no trabalho, 1997).
DANO: é a severidade da lesão, ou perda física, funcional ou econômica, que
podem resultar se o controle sobre um risco é perdido. (PIZA, 1998).
DOENÇA OCUPACIONAL: doença adquirida, produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho. Pode ser uma doença profissional ou uma doença do trabalho.
Possui como característica uma ação lenta e paulatina, diferentemente do acidente do
trabalho, que é um infortúnio com conseqüências imediatas. Por força da legislação, são
equiparados.
DOENÇA PROFISSIONAL: equiparada ao acidente do trabalho que, conforme
explicita o Inciso I do Artigo 20, da Lei 8.213/91, é “produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social”. Exemplos: PAIR
(Perda Auditiva Induzida pelo Ruído), LER (Lesão por Esforços Repetitivos), DORT
(Doença Osteomuscular Relativa ao Trabalho), Asbestose, Silicose, Bissinose, etc.
DOENÇA DO TRABALHO: o Inciso II do artigo 20, da Lei 8.213/91, define
como sendo aquela “adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em
que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação
mencionada no inciso I”.
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ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO: é a ciência dedicada à
preservação da integridade física e da saúde do trabalhador realizando a prevenção de
acidentes através da análise de riscos dos locais de trabalho e das operações neles
realizadas. A sua atuação é na prevenção de acidentes do trabalho. E de sua
competência, por exemplo, quantificar os agentes existentes no ambiente de trabalho
que servirá para subsidiar o estudo do risco a que se expõem os trabalhadores.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO CONTRA ACIDENTES: representam todos
os dispositivos empregados com a finalidade de se evitar a ocorrência de acidentes do
trabalho ou minimizar os seus efeitos. Dividem-se normalmente em:
A – Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC: são dispositivos utilizados no
ambiente laboral destinados à proteção de grupos de trabalhadores contra a ocorrência
de acidentes do trabalho ou doenças profissionais, podendo ser representados por
proteções das máquinas e equipamentos, barreiras e sinalizadores, detectores de gases e
fumaças, cones de advertência, exaustores, corrimões, guarda-corpos, etc.
B – Equipamentos de Proteção Individual – EPI: são dispositivos utilizados
pelos trabalhadores para proteção da sua saúde e de sua integridade física no ambiente
laboral, podendo ser destinados à parte específica do corpo ou do corpo inteiro. Como
exemplos de EPIs podem ser citados: as luvas de raspa de couro, o capacete de
segurança, os calçados de proteção contra riscos de origem mecânica, o avental, os
óculos contra as radiações ultra-violetas, etc.
GRAU DE RISCO: o grau de risco de uma empresa é um número que varia de 1
a 4, dependendo da atividade da empresa, constante da Classificação Nacional de
Atividades Econômicas – CNAE. Significa que, quanto mais a atividade econômica
oferece riscos que podem proporcionar doença ou acidente do trabalho, maior o seu
grau de risco. O Quadro I da Norma Regulamentadora NR-4 do Ministério do Trabalho
e Emprego traz o Grau de Risco por tipo de atividade econômica.
HIGIENE OCUPACIONAL: é a ciência dedicada à atuação na prevenção técnica
das doenças profissionais, através do estudo dos agentes ambientais existentes no
ambiente de trabalho.
INCAPACIDADE TEMPORÁRIA: é a perda total da capacidade de trabalho por
um período limitado de tempo, nunca superior a um ano. É aquele em que o acidentado,
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depois de algum tempo afastado do serviço devido ao acidente, volta à empresa,
executando as suas funções normalmente, como fazia antes do ocorrido.
INCAPACIDADE PARCIAL PERMANENTE: é a diminuição, por toda a vida, da
capacidade de trabalho em razão de um acidente. Neste caso, o trabalhador sofre
redução parcial e permanente da sua capacidade laborativa. Exemplos: perda de um dos
olhos, perda de um dos dedos, etc.
INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE: é a invalidez incurável para o
trabalho. É quando o acidentado perde a capacidade total para o trabalho, não podendo
exercê-la em nenhuma função.
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO - É o conjunto das atividades de construção,
demolição, reparos e manutenção de empreendimentos como: usinas, edifícios, pontes,
estradas, indústrias, barragens, casas, etc.
MEDICINA DO TRABALHO: é a ciência dedicada à atuação no indivíduo
através de ações predominantemente preventivas, como, por exemplo, o estudo dos
produtos existentes no ambiente de trabalho, com o objetivo de avaliar o poder que estes
possuem de contaminar ou provocar doenças nos trabalhadores.
MORBIDADE: relação entre o número de casos de moléstias e o número de
habitantes de um dado lugar e momento. Portanto, é a relação entre os números de
doentes e sãos.
MORTALIDADE: conjunto de mortes ocorridas num espaço de tempo. Relação,
em determinado agrupamento humano, entre o número de mortos e o de habitantes, para
todas as moléstias em conjunto ou para cada uma delas em particular. Portanto, é a
relação entre números de mortos e de pessoas sãs.
OBS.: A diferença entre morbidade e mortalidade é que morbidade se refere ao
número de doentes e mortalidade ao número de mortos.
NÍVEL DE RISCO: expressa a probabilidade de possíveis danos dentro de um
período específico de tempo ou número de ciclos operacionais. Pode ser indicado pela
probabilidade de um acidente multiplicada pelo dano em reais, vidas ou unidades
operacionais (PIZA, 1998).
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 17
PERIGO: é a situação em potencial que indica a possibilidade ou a
probabilidade de ocorrências indesejáveis de conseqüências graves aos trabalhadores, ao
patrimônio ou ao meio ambiente. Portanto, é a situação potencial que pode causar
conseqüências graves. Expressa a exposição relativa a um risco que favorece a sua
materialização em danos.
PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO: representa todos os
procedimentos e comportamentos adotados no sentido de se evitar a ocorrência de
acidentes do trabalho.
RISCO: é a situação em potencial que indica a possibilidade ou a probabilidade
de ocorrências indesejáveis que causem danos aos trabalhadores, ao patrimônio ou ao
meio ambiente. Portanto, é uma situação potencial que pode causar danos. Segundo
PIZA (1998), risco é uma ou mais condições de uma variável, com o potencial
necessário para causar danos. Esses danos podem ser entendidos como lesões a pessoas,
danos a equipamentos ou estruturas, perdas de material em processo ou redução da
capacidade de desempenho de uma função predeterminada. Havendo um risco,
persistem as possibilidades de efeitos adversos. Um risco pode estar presente, mas pode
haver baixo nível de perigo pelas precauções tomadas. Por exemplo: risco é um
transformador de energia em operação, enquanto perigo é uma subestação toda
protegida.
SAÚDE OCUPACIONAL: é a ciência do ramo da saúde pública que dedica
atenção à saúde e à segurança do trabalhador no seu ambiente laboral, através de ações
predominantemente preventivas contra a ocorrência de acidentes ou doenças no
trabalhador. São citadas como ciências correlatas, dentre outras: a Engenharia de
Segurança do Trabalho, a Higiene Ocupacional e a Medicina do Trabalho.
SEGURANÇA: é freqüentemente definida como “isenção de riscos”. Entretanto,
é praticamente impossível a eliminação completa de todos os riscos. Segurança é,
portanto, um compromisso acerca de uma relativa proteção da exposição a riscos. É o
antônimo de perigo (PIZA, 1998).
SÚMULAS: São manifestações interpretativas que revelam a opinião dominante
nos tribunais superiores.
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 18
Unidade II – Condições de Trabalho
As condições ambientais de trabalho são as situações de trabalho existentes no
ambiente, que envolve desde a estrutura física, lay-out, materiais, utensílios, máquinas e
equipamentos, até os recursos humanos disponíveis. Sob o ponto de vista da Segurança
e Saúde do Trabalho, ênfase maior deve ser dada aos agentes ambientais ou riscos
ambientais, que são os elementos ou substâncias presentes nos diversos ambientes
humanos, que quando encontrados acima dos limites de tolerância, podem causar danos
à saúde das pessoas.
2.1 Introdução
O conjunto de elementos que temos à nossa volta, tais como as edificações, os
equipamentos, os móveis, as condições de temperatura, de pressão, a umidade do ar, a
iluminação, a ordem, a limpeza e as próprias pessoas, constituem o nosso Ambiente.
Nos locais de trabalho, a combinação de alguns desses elementos gera produtos e
serviços. A todo esse conjunto de elementos e ações denominamos condições
ambientais.
É possível imaginar que, num futuro próximo, os trabalhadores fiquem livres de
desenvolver atividades em ambientes que coloquem em risco sua integridade física e
saúde.
Já estamos chegando quase lá. Hoje, existem robôs que, manipulados por
controle remoto, descem ao fundo das crateras vulcânicas para colher amostra de solo e
registrar informações que permitirão prever a ocorrência de futuras erupções. Os
cientistas fazem a sua parte em locais mais seguros.
Entretanto, apesar de todo o avanço científico e tecnológico, ainda há situações
em que o homem é obrigado a enfrentar condições desfavoráveis em seu ambiente de
trabalho, expondo-se ao risco de contrair doenças ou sofrer lesões.
E o que é pior: há casos em que o homem desenvolve seu trabalho em condições
ambientais aparentemente inofensivas, sem ter consciência dos riscos invisíveis que está
enfrentando.
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 19
Nesta unidade estudaremos as condições ambientais e o impacto que elas
provocam no homem e em seu trabalho. Iremos identificar as condições ambientais que
representam riscos à saúde do trabalhador. Essas atividades são também chamadas de
Higiene do trabalho, que é a ciência que se dedica à prevenção e ao controle das
causas das doenças profissionais e do trabalho. Dá para avaliar a importância desse
assunto, tomando como base o fato de que o homem passa, em média, pelo menos um
terço de sua vida adulta no trabalho. Portanto, não se descuide!
2.2 O inimigo invisível
Qualquer um de nós já se submeteu a um exame de raio X por indicação
médica. Nada sentimos ou vemos sair do aparelho de raio X ao fazermos esse exame.
Porém, para executar a radiografia, o equipamento libera uma grande carga de
energia eletromagnética não percebida por nós. Essa radiação, em dosagens elevadas, é
prejudicial ao organismo humano, pois provoca alterações no sistema de reprodução das
células, ocasionando doenças e, em alguns casos, a morte.
Essa é uma das razões pelas quais consideramos certos riscos ambientais como
inimigos invisíveis: alguns deles não são captados pelos órgãos dos sentidos (audição,
visão, olfato, paladar e tato), fazendo com que o trabalhador não se sinta ameaçado.
Inconsciente do perigo, a tendência é ele não dá importância à prevenção.
Relatórios médicos falam de pessoas que adquiriram doença pulmonar depois de
trabalhar anos a fio, sem nenhuma proteção, com algum tipo de produto químico. Esse
tipo de doença avança vagarosamente, tornando difícil seu diagnóstico no início.
Quando a pessoa se dá conta, a doença já está em faze adiantada e a cura fica difícil, ou
o dano é irreversível. Essa é outra razão que torna os riscos ambientais traiçoeiros.
Em resumo, o desconhecimento de como os fatores ambientais geram riscos à
saúde é um dos mais sérios problemas enfrentados pelo trabalhador.
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 20
2.3 Os riscos que nos rodeiam
Há vários fatores de risco que afetam o trabalhador no desenvolvimento de suas
tarefas diárias. Alguns atingem grupos específicos de profissionais. É caso, por
exemplo, dos mergulhadores, que trabalham submetidos a altas pressões e a baixas
temperaturas. Por isso, são obrigados a usar roupas especiais para conservar a
temperatura do corpo, e passam por cabines de compressão e descompressão, cada vez
que mergulham ou sobem à superfície.
Outros fatores de risco não escolhem profissão: agridem trabalhadores de
diferentes áreas e níveis ocupacionais, de maneira sutil, praticamente imperceptível.
Esses últimos são os mais perigosos, porque são os mais ignorados. Neste tópico, você
ficará conhecendo os principais tipos de riscos ambientais que afetam os trabalhadores
de um modo geral: os agentes físicos, químicos e biológicos, sobre os quais fala a
Norma Regulamentadora - NR 9, do Ministério do Trabalho, e as conseqüências para o
organismo humano quando há um exposição exagerada a um ou mais desses elementos.
Os riscos ergonômicos e quais os principais fatores de riscos ocupacionais previstos
no Anexo IV da Norma Regulamentadora - NR 5 será abordada mais adiante. Serão
abordados apenas os riscos mais comuns, que podem estar presente em qualquer tipo de
ambiente de trabalho. Se você quiser se aprofundar neste assunto, conhecendo outros
fatores de risco, consulte as normas regulamentadoras citadas e as obras indicadas na
bibliografia.
2.4 Riscos físicos
Todos nós, ao desenvolvermos nossos trabalhos, gastamos uma certa quantidade
de energia para produzir um determinado resultado.
Quando as condições físicas do ambiente, como, por exemplo, o nível do ruído e
a temperatura, são agradáveis, produzimos mais com menor esforço Mas, quando essas
condições fogem muito dos limites de tolerância, vem o cansaço, a queda de produção,
a falta de motivação para o trabalho, as doenças profissionais e os acidentes de trabalho.
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 21
Em outras palavras, os fatores físicos do ambiente de trabalho interferem
diretamente no desempenho do trabalhador e na produção e, por isso, mereceram serem
analisados com o maior cuidado.
Ao estudar cada um dos fatores apresentados a seguir, pense em seu próprio
local de trabalho. Identifique os problemas, comunique-os aos setores ou pessoas
responsáveis, procure as soluções e coloque em prática, sem demora, as medidas que
estiverem ao seu alcance.
Riscos sonoros
Quando você se encontra em um ambiente de trabalho e não consegue ouvir
perfeitamente a fala das pessoas, isso é uma indicação de que o local é barulhento ou
ruidoso.
Os especialistas no assunto definem o ruído como todo som que causa sensação
desagradável ao homem.
Mede-se o ruído utilizando um instrumento denominado medidor de pressão
sonora, conhecido por decibelímetro. A unidade usada como medida é o decibel ou
abreviadamente dB.
Você sabia?
Para 8 horas diárias de trabalho, o limite máximo de ruído estabelecido pela norma regulamentadora do Ministério do Trabalho é de 85 decibéis. O ruído emitido por uma britadeira é equivalente a 100 decibéis. Pela mesma norma, o limite máximo de exposição contínua do trabalhado a esse ruído, sem protetor auditivo, é de 1 hora.
O som e o ruído, penetrando pelos ouvidos, atingem o cérebro. Se medidas de
controle não forem tomadas, graves consequências podem ocorrer. Agindo o aparelho
auditivo, o ruído pode causar surdez profissional cuja cura é impossível, deixando o
trabalhador com dificuldades para ouvir rádio, televisão e para manter um bom "papo"
com os amigos.
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Riscos climáticos
Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um ambiente quente para um
ambiente frio ou vice-versa, também são prejudiciais à saúde.
Nos ambientes onde há a necessidade do uso de fomos, maçaricos etc., ou pelo
tipo de material utilizado e características das construções (insuficiência de janelas,
portas ou outras aberturas necessárias a uma boa ventilação), toda essa combinação
pode gerar alta temperatura prejudicial à saúde do trabalhador.
A sensação de calor que sentimos é proveniente da temperatura resultante
existente no local e do esforço físico que fazemos para executar um trabalho. A
temperatura resultante é função dos seguintes fatores: umidade relativa do ar,
velocidade e temperatura do ar e calor radiante, isto é, produzidos por fontes de calor do
ambiente, como fornos e maçaricos.
A unidade de medida adotada no Brasil é o grau Celsius, abreviadamente ºC. De
modo geral, a temperatura ideal situa-se entre 21ºC e 26ºC; a umidade relativa do ar
deve estar entre 55% a 65%, e a velocidade do ar deve ser adequada, em torno de 0,12
m/s.
Para saber mais
Consulte o anexo 3 da Norma Regulamentadora 15 do Ministério do Trabalho, que trata das tabelas de temperaturas máximas para diferentes tipos de trabalho.
Já nos ambientes destinados a armazenagem de peixes, sorvetes e matadouros,
chamados de câmaras frigoríficas, a temperatura pode chegar a alguns graus abaixo de
zero (graus negativos).
Radiações perigosas
Por que será que o rádio e a televisão, quando anunciam a ocorrência de um
eclipse total do Sol, orientam para observá-lo através de lentes escuras especiais? Por
que não podemos ver o eclipse com os olhos desprotegidos?
A explicação não é tão simples, mas neste tópico estudaremos algumas noções
sobre radiação e seus efeitos sobre o homem.
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 23
As radiações são uma forma de energia que se transmite da fonte ao receptor
através do espaço, em ondas eletromagnéticas.
As radiações se movimentam no espaço em forma de ondas. É dessa forma, em
ondas, que o som chega até o seu rádio de pilhas.
Um dos elementos da onda é o seu comprimento, identificado pela letra grega l
(lambda). O comprimento de onda l tem grandes variações, de acordo com o tipo de
energia.
Existem diferentes tipos de radiações que se propagam no espaço em diferentes
comprimentos de onda. As radiações são tanto mais perigosas quanto menor for o
comprimento de onda l.
Veja a seguir quais os tipos de radiação que mais atingem o trabalhador.
Raios infravermelhos
Trabalhos com solda elétrica, com solda oxiacetilênica, trabalhos com metais e
vidros incandescentes, isto é, que ficam da cor laranja e emitem luz quando
superaquecidos, e também nos fomos, fornalhas e processos de secagem de tinta e
material úmido são atividades que produzem raios infravermelhos. Em trabalhos a céu
aberto, o trabalhador fica exposto ao Sol, que é uma fonte natural emissora de raios
infravermelhos.
Em doses bem controladas, os raios infravermelhos são usados para fins
medicinais. Mas, quando a intensidade dessa radiação ultrapassa os limites de
tolerância, atingindo o trabalhador sem nenhuma proteção adequada, os raios
infravermelhos podem causar sérios danos à saúde.
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Raios ultravioletas
Atividades com solda elétrica, processos de foto-reprodução, esterilização do ar
e da água, produção de luz fluorescente, trabalhos com arco-voltaico, dispositivos
usados pelos dentistas, processos de aluminotermia (atividade química com o emprego
de alumínio em pó), lâmpadas especiais e o Sol emites raios ultravioleta.
Em pequenas doses (mais ou menos 15 minutos diários de exposição ao Sol) o
ultravioleta é necessário ao homem porque é o responsável pela produção da vitamina D
no organismo humano. Mas, em quantidades excessivas, pode causar graves prejuízos à
saúde.
Tanto os raios infravermelhos como os ultravioleta normalmente não são
medidos nos ambientes de trabalho, mas quando ocorrem atividades que emitam esses
raios, como as citadas nesta aula, medidas de proteção devem ser tomadas para garantir
a saúde dos trabalhadores.
Microondas
As microondas são encontradas em formas domésticas ou industriais: fornos de
microondas, aparelhos de radar em aeroportos, aparelhos de radiocomunicação,
equipamentos de diatermia para obter calor e processos de aquecimento em produção de
plásticos e cerâmica. A medição ou avaliação das microondas pode ser por sistema
elétrico ou térmico, mas não é costumeira e não existem limites nacionais de tolerância
definidos.
Laser
Esta sigla, em inglês, vem de "Light Amplification by Stimulated Emission of
Radiation", que em Português pode ser traduzido por: amplificação da luz por emissão
estimulada de radiação.
O laser é um feixe de luz direcional convergente, isto é, que se concentra em um
só ponto. É muito utilizado em indústrias metalúrgicas para cortar metais para soldar e
também em equipamentos para medições a grandes distancias. Tem também aplicações
em medicina, para modernos processos cirúrgicos.
Os perigos que podem representar os raios laser têm sido motivo de estudos e
experiências, até agora não conclusivos. Daí as recomendações se limitarem mais aos
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 25
aspectos preventivos. O seu maior efeito no homem é sobre os olhos, podendo causar
grandes estragos na retina, que é a membrana sensível do olho, e em alguns casos
irreversíveis, podendo provocar cegueira.
Todas essas radiações estudadas: o infravermelho, o ultravioleta, a microonda e
o laser são classificadas como radiações não ionizantes. Porém, as mais perigosas são as
ionizantes, cuja energia é tão grande que, atingindo o corpo humano, produzem
alterações das células, provocando o câncer.
Radiações ionizantes
Do ponto de vista do estudo das condições ambientais, as radiações ionizantes de
maior interesse de uso industrial são os raios X, gama e beta, e de uso não industrial
são os raios alfa e nêutrons, cada uma com uma faixa de comprimento de onda l.
Essas radiações podem ser encontradas de forma natural nos elementos
radioativos, tais como Urânio 238, Potássio 40 etc., além das radiações cósmicas vindas
do espaço celeste.
Artificialmente, são originadas pela tecnologia moderna, como o raio X, usado
em metalurgia para detectar falhas em estruturas metálicas e verificar se há soldas
defeituosas. Outros tipos de radiações são usados para determinas espessuras de lâminas
metálicas, de vidro ou plásticos, bem como para indicar níveis de líquidos em
reservatórios.
Os raios gama servem para analisar soldagem em tubos metálicos, cujo processo
chama-se gamagrafia.
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As radiações são ainda usadas em tintas luminosas, nas usinas de produção de
energia elétrica (como a usina atômica de Angra dos Reis) e nos processos de
verificação de desgaste de cera para piso, desgaste de ferramentas de tornos e de anéis
de motores de automóveis. São também usadas em laboratórios de pesquisa e na
medicina, no combate ao câncer e em muitas outras aplicações.
A absorção de radiação no organismo humano é indiretamente avaliada pela
unidade chamada REM, em inglês: "Relative Efect Man" que em português quer dizer:
efeito relativo no homem. A detecção das radiações ionizantes é feita por vários tipos de
aparelhos, como detectores pessoais e de cintilação, dosímetros etc.
Os limites máximos de exposição são indicados pela Comissão Nacional de
Energia Nuclear e por norma do Ministério do Trabalho.
Cuidado! Este símbolo indica material radioativo. Não se aproxime, não mexa. Vendo este símbolo em materiais abandonados ou mal acondicionados, informe aos órgãos especializados.
2.5 Riscos químicos
Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industriais,
são lançadas no ambiente de trabalho, intencional ou acidentalmente. Essas substâncias
podem apresentar-se nos estados sólido, líquido e gasoso.
No estado sólido, temos poeiras de origem animal, mineral e vegetal, como a
poeira mineral de sílica encontrada nas areias para moldes de fundição. No estado
gasoso, como exemplo, temos o GLP (gás liquefeito de petróleo), usado como
combustível nos fogões residenciais. No estado líquido, temos os ácidos, os solventes,
as tintas e os inseticidas domésticos.
Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no
organismo do trabalhador por:
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 27
Via respiratória - essa é a principal porta de entrada dos agentes químicos,
porque respiramos continuadamente, e tudo o que está no ar vai direto aos nossos
pulmões. Se o produto químico estiver sob forma sólida ou líquida, normalmente fica
retido nos pulmões e provoca, a curto ou longo prazo, sérias doenças chamadas
pneumoconioses, como o edema pulmonar e o câncer dos pulmões. Se estiver no ar sob
forma gasosa, causa maiores problemas de saúde, pois a substância atravessa os
pulmões, entra na corrente sanguínea e vai alojar-se em diferentes partes do corpo
humano, como no sangue, fígado, rins, medula óssea, cérebro etc., causando anemias,
leucemias, alergias, irritação das vias respiratórios, asfixia, anestesia, convulsões,
paralisias, dores de cabeça, dores abdominais e sonolência.
Via digestiva - se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que
ficaram muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias químicas será
ingerida junto com o alimento, atingindo o estômago e provocando sérios riscos à
saúde.
Epiderme - essa via de penetração é a mais difícil, mas se o trabalhador estiver
desprotegido e tiver contato com substancias químicas, havendo deposição no corpo,
serão absorvidas pela pele. A maneira mais comum penetração pela pele é o manuseio e
o contato direto com os produtos perigosos, como arsênico, álcool, cimento, derivados
de petróleo etc. que causam câncer e doenças de pele conhecidas como dermatoses.
Via ocular - alguns produtos químicos que permanecem no ar causam irritação
nos olhos e conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes químicos pode se
dar também pela vista.
É importante tomar cuidado com os diferentes produtos químicos empregados
nas indústrias e até em casa. Faça um levantamento dos produtos químicos que você
utiliza, leia os rótulos das embalagens e informe-se sobre os efeitos que podem provocar
no organismo humano.
Falso remédio!
Quando você respira um ar cheio de produtos químicos, ele vai para os pulmões.Quando você bebe um copo de leite, ele vai para o estômago. Daí a pergunta: o que o leite tem a ver como desintoxicante pulmonar por substâncias nocivas? Resposta: Nada! O leite pode ser considerado alimento, nunca um preventivo de intoxicação. Sua utilização é até prejudicial, uma vez que acreditando no seu valor, as medidas de higiene industrial e os cuidados higiênicos ficam em segundo plano.
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As medidas ou avaliações dos agentes químicos em suspensão no ar são feitas
por meio de aparelhos especiais que medem a concentração, ou seja, a porcentagem
existente em relação ao ar atmosférico. Os limites máximos de concentração de alguns
produtos e outras informações estão estabelecidos na NR 15, anexos 11,12 e 13 do
Ministério do Trabalho.
2.6 Riscos biológicos
São microrganismos, ou seja, reduzidíssimos seres vivos não vistos a olho nu,
presentes em alguns ambientes de trabalho, como hospitais, laboratórios de análises
clínicas, coleta de lixo, indústria do couro, fossas etc. Nessa categoria incluem-se os
vírus, as bactérias, os protozoários, os fungos, os parasitas e os bacilos. Penetrando no
organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele, são responsáveis por
algumas doenças profissionais.
Como esses microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em
ambientes sujos, as medidas preventivas a tomar são: rigorosa higiene dos locais de
trabalho, do corpo e das roupas; destruição por processos de elevação da temperatura
(esterilização) ou uso de cloro; uso de equipamentos individuais para evitar contato
direto com os microrganismos; ventilação permanente e adequada; controle médico
constante, e vacinação, sempre que possível.
A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho é feita
por meio de retirada de amostras de ar e de água, que serão analisadas em laboratórios
especializados. Em virtude das grandes dificuldades para a realização dessas análises,
não existem limites de tolerância definidos.
2.7 Riscos ergonômicos
A Ergonomia é a ciência que busca alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o
homem e o seu ambiente de trabalho. Entretanto, se não existir esse ajuste teremos a
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 29
presença de agentes ergonômicos que causam doenças e lesões no trabalhador. A
Norma Regulamentadora - NR 17, do Ministério do Trabalho, trata desse assunto.
Você já viu como funciona uma guilhotina manual que serve para cortar chapas
de aço? A haste de movimentação da guilhotina, que tem contato com as mãos do
trabalhador, deve ter uma forma adequada, de modo a permitir que todos os dedos nela
se apoiem, conforme mostra a ilustração abaixo. Essa forma respeita a anatomia das
mãos, proporcionando conforto ao trabalhador.
Os agentes ergonômicos presentes nos ambientes de trabalho estão relacionados
a: exigência de esforço físico intenso; levantamento e transporte manual de peso;
postura inadequada no exercício das atividades; exigências rigorosas de produtividade;
jornadas de trabalho prolongadas ou em turnos; atividade monótonas ou repetitivas; etc.
Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e dá tronco
produzem monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doenças inflamatórias,
curáveis em estágios iniciais, mas complicadas quando não tratadas a tempo, chamadas
genericamente de lesões por esforços repetitivos - ler (lê-se lér, com e aberto).
As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causar fadiga
muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos atingidos.
São exemplos de doenças cansadas por esforços repetitivos: bursite (inflamação
da bursa, que é uma cápsula contendo líquido lubrificante em seu interior, que reveste
algumas articulações); miosite (inflamação de músculo); tendinite (inflamação dos
tendões, que são fibras que unem os músculos) e tenossinovite (inflamação dos tendões
e das articulações).
Há registros de que essas doenças já atacavam os escribas e notários, há séculos.
Hoje afetam diversas categorias de profissionais: bancários, metalúrgicos, costureiros,
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 30
pianistas, telefonistas, digitadores, empacotadores, enfim, todos os profissionais que
realizam movimentos automáticos e repetitivos.
Contra os males provocados pelos agentes ergonômicos, a melhor arma como
sempre, é a prevenção: rodízios e descansos constantes; exercícios compensatórios
frequentes para trabalhos repetitivos; exames médicos periódicos; evitar esforços
superiores a 25 kg para homens e 12 kg para mulheres; postura correta sentado, em pé,
ou carregando e levantando peso, como mostra a ilustração a seguir.
2.8 Riscos de acidentes
Outros fatores de risco que podem ser encontrados e devem ser eliminados dos
ambientes de trabalho são decorrentes de: falhas de projeto de maquinas, equipamentos,
ferramentas, veículos e prédios; deficiências de leiaute; iluminação excessiva ou
deficiente; uso inadequado de cores; probabilidade de incêndio ou explosão;
armazenamento inadequado de produtos, presença de animais peçonhentos, etc.
Você acabou de ter uma visão geral dos principais fatores de risco encontrados
nos ambientes de trabalho, de um modo geral. Agora é importante você aplicar o que
aprendeu, começando por analisar seu próprio ambiente de trabalho.
Algumas questões para colaborar no seu aprendizado:
1) Pesquise, em seu ambiente de trabalho, se já houve afastamento de algum funcionário decorrente de doença profissional ou lesão cansada por risco ambiental.
2) Analise seu ambiente de trabalho e faça uma lista dos fatores de risco existentes. Depois, classifique-os de acordo com os Riscos Físicos, Riscos Químicos, Riscos Biológicos, Riscos Ergonômicos, Riscos de Acidentes.
3) Faça uma lista das consequências associadas aos riscos que você identificou na questão anterior.
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 31
4) Pesquise quais as medidas preventivas aplicáveis a cada um dos fatores risco que você identificou.
2.9 Classificação dos riscos ocupacionais
Sob o ponto de vista da Segurança e Saúde do Trabalho, ênfase maior deve ser
dada aos agentes ambientais ou riscos ambientais, que são os elementos ou substâncias
presentes nos diversos ambientes humanos, que quando encontrados acima dos limites
de tolerância, podem causar danos à saúde das pessoas.
CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS EM GRUPOS, DE ACORDO COM A SUA NATUREZA E A PADRONIZAÇÃO DAS CORES CORRESPONDENTES
(Tabela I do Anexo à Portaria No. 25, de 29 de dezembro de 1994, do Ministério do Trabalho e Emprego)
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Unidade III – Normas de Segurança
3.1 Aspectos gerais
NORMAS REGULAMENTADORAS (NR): são normas emitidas pelo Ministério
do Trabalho e Emprego através de portaria. Para dar cumprimento às disposições
relativas à Segurança e Saúde no Trabalho, ficou determinado no art. 200 da CLT (com
redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.77) que o Ministro de Estado do Trabalho
estabeleceria disposições complementares às normas consolidadas.
Para tanto expediu-se a Portaria MTb nº 3.214, de 08.06.78 (em vigência desde
06.07.78), a qual aprovou 28 (vinte e oito) Normas Regulamentadoras (NRs) que
detalham o disposto no Capítulo V do Título II da CLT.
Posteriormente, por meio da Portaria MTb nº 3.067, de 12.04.88, foram
aprovadas as Normas Regulamentadoras Rurais (NRR), relativas à “Segurança e
Higiene do Trabalho Rural”, e por meio da Portaria SSST nº 53, de 17.12.97, aprovado
o texto da Norma Regulamentadora relativa à “Segurança e Saúde no Trabalho
Portuário” (NR 29).
Portanto, hoje existem 33 Normas Regulamentadoras (NR) destinadas às
atividades urbanas e 5 Normas Regulamentadoras Rurais (NRR) destinadas à
regulamentação das atividades rurais relativas à segurança e saúde do trabalho, cada
uma delas tratando de um tema específico, conforme segue:
NR 1 – Disposições Gerais NR 2 – Inspeção Prévia NR 3 – Embargo ou Interdição NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho – SESMT NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA NR 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO NR 8 – Edificações NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA NR 10 – Instalações e Serviços em Eletricidade NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais NR 12 – Máquinas e Equipamentos NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão
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NR 14 – Fornos NR 15 – Atividades e Operações Insalubres NR 16 – Atividades e Operações Perigosas NR 17 – Ergonomia NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção NR 19 – Explosivos NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis NR 21 – Trabalho a Céu Aberto NR 22 – Trabalhos Subterrâneos NR 23 – Proteção Contra Incêndios NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho NR 25 – Resíduos Industriais NR 26 – Sinalização de Segurança NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério NR 28 – Fiscalização e Penalidades NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário NR 30 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário NR 31 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura NR 32 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde NR 33 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
NORMAS REGULAMENTADORAS RURAIS (NRR): são normas emitidas pelo
Ministério do Trabalho e Emprego através de portaria, conforme preceitua o artigo 13
da Lei No. 5.889, de 08 de junho de 1973, e que regem a segurança e saúde do trabalho
no Brasil no tocante ao trabalho rural. As primeiras Normas Regulamentadoras Rurais
(NRR) foram aprovadas pela Portaria No. 3.067, de 12 de abril de 1988. Atualmente são
5 NRRs, a saber:
NRR-1 – Disposições Gerais NRR-2 – Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural – SEPATR NRR-3 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural – CIPATR NRR-4 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI NRR-5 – Produtos Químicos.
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3.2 Normas regulamentadoras (NR)
Descrevemos abaixo o que trata cada Norma Regulamentadora (NR) urbana:
NR1 - Disposições Gerais: Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho do Trabalho Urbano, bem como os direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema específico. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 154 a 159 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
NR2 - Inspeção Prévia: Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao MTb a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 160 da CLT.
NR3 - Embargo ou Interdição: Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados, pela fiscalização trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas no tocante à Segurança e a Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 161 da CLT.
NR4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 162 da CLT.
NR5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, através da apresentação de sugestões e recomendações ao empregador para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 163 a 165 da CLT.
NR6 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI: Estabelece e define os tipos de EPI's a que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de trabalho o exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 166 e 167 da CLT.
NR7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional: Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e
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específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 168 e 169 da CLT.
NR8 - Edificações: Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 170 a 174 da CLT.
NR9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais: Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 175 a 178 da CLT.
NR10 - Instalações e Serviços em Eletricidade: Estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, assim como a segurança de usuários e de terceiros, em quaisquer das fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta destas, as normas técnicas internacionais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 179 a 181 da CLT.
NR11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais: Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 182 e 183 da CLT.
NR12 - Máquinas e Equipamentos: Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 184 e 186 da CLT.
NR13 - Caldeiras e Vasos de Pressão: Estabelece todos os requisitos técnicos-legais relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 187 e 188 da CLT.
NR14 - Fornos: Estabelece as recomendações técnicos-legais pertinentes à construção, operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 187 da CLT.
NR15 - Atividades e Operações Insalubres: Descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações
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que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 189 e 192 da CLT.
NR16 - Atividades e Operações Perigosas: Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas correspondentes. Especificamente no que diz respeito ao Anexo n° 01: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos, e ao anexo n° 02: Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis tem a sua existência jurídica assegurada através dos artigos 193 a 197 da CLT. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à caracterização da energia elétrica como sendo o 3° agente periculoso é a Lei n° 7.369 de 22 de setembro de 1985, que institui o adicional de periculosidade para os profissionais da área de eletricidade. A portaria MTb n° 3.393 de 17 de dezembro de 1987, numa atitude casuística e decorrente do famoso acidente com o Césio 137 em Goiânia, veio a enquadrar as radiações ionozantes, que já eram insalubres de grau máximo, como o 4° agente periculoso, sendo controvertido legalmente tal enquadramento, na medida em que não existe lei autorizadora para tal.
NR17 - Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 198 e 199 da CLT.
NR18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção: Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na industria da construção civil. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso I da CLT.
NR19 - Explosivos: Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso II da CLT.
NR20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis: Estabelece as disposições regulamentares acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores m seus ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso II da CLT.
NR21 - Trabalho a Céu Aberto: Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, tais como, em minas ao ar livre e em pedreiras. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso IV da CLT.
NR22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: Estabelece métodos de segurança a serem observados pelas empresas que desenvolvam trabalhos subterrâneos
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de modo a proporcionar a seus empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 293 a 301 e o artigo 200 inciso III, todos da CLT.
NR23 - Proteção Contra Incêndios: Estabelece as medidas de proteção contra Incêndios, estabelece as medidas de proteção contra incêndio que devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso IV da CLT.
NR24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: Disciplina os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando a higiene dos locais de trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VII da CLT.
NR25 - Resíduos Industriais: Estabelece as medidas preventivas a serem observadas, pelas empresas, no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de trabalho de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VII da CLT.
NR26 - Sinalização de Segurança: Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VIII da CLT.
NR27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho: Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar exercer as funções de técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, tem seu embasamento jurídico assegurado través do artigo 3° da lei n° 7.410 de 27 de novembro de 1985, regulamentado pelo artigo 7° do Decreto n° 92.530 de 9 de abril de 1986.
NR28 - Fiscalização e Penalidades: Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização trabalhista de Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à concessão de prazos às empresas para no que diz respeito à concessão de prazos às empresas para a correção das irregularidades técnicas, como também, no que concerne ao procedimento de autuação por infração às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, tem a sua existência jurídica assegurada, a nível de legislação ordinária, através do artigo 201 da CLT, com as alterações que lhe foram dadas pelo artigo 2° da Lei n° 7.855 de 24 de outubro de 1989, que institui o Bônus do Tesouro Nacional - BTN, como valor monetário a ser utilizado na cobrança de multas, e posteriormente, pelo artigo 1° da Lei n° 8.383 de 30 de dezembro de 1991, especificamente no tocante à instituição da Unidade Fiscal de Referência -UFIR, como valor monetário a ser utilizado na cobrança de multas em substituição ao BTN.
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NR29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário: Tem por objetivo Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiro socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado. A sua existência jurídica está assegurada em nível de legislação ordinária, através da Medida Provisória n° 1.575-6, de 27/11/97, do artigo 200 da CLT, o Decreto n° 99.534, de 19/09/90 que promulga a Convenção n° 152 da OIT.
NR30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário (consulta pública): Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no transporte de mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo curso, na cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e embarcações de apoio marítimo e portuário. A observância desta Norma Regulamentadora não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições legais com relação à matéria e outras oriundas de convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho.
NR31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados (consulta pública): tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados, seu reconhecimento, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores. Espaço confinado é qualquer área não projetada para ocupação humana que possua ventilação deficiente para remover contaminantes, bem como a falta de controle da concentração de oxigênio presente no ambiente.
NR32 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Assistência à Saúde. (consulta pública): tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
NR33 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estpaços Confinados: tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores que realizam suas atividades em espaços confinados.
3.3 Normas regulamentadoras rurais (NRR)
Descrevemos abaixo o que trata cada Norma Regulamentadora Rural (NRR):
NRR1 - Disposições Gerais: Estabelece os deveres dos empregados e
empregadores rurais no tocante à prevenção de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº.
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 39
5.889, de 8 de junho de 1973.
NRR2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural -
SEPATR: Estabelece a obrigatoriedade para que as empresas rurais, em função do
número de empregados que possuam, organizem e mantenham em funcionamento
serviços especializados em Segurança e Medicina do Trabalho, visando à prevenção de
acidentes do trabalho e doenças ocupacionais no meio rural. A sua existência jurídica é
assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.
NRR3 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural -
CIPATR: Estabelece para o empregador rural, a obrigatoriedade de organizar e manter
em funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. A sua existência
jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.
NRR4 - Equipamento de Proteção Individual - EPI: Estabelece a obrigatoriedade
para que os empregadores rurais forneçam, gratuitamente, a seus empregados
Equipamentos de Proteção Individual adequados ao risco e em perfeito estado de
conservação, a fim de protegê-los dos infortúnios laborais. A sua existência jurídica é
assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.
NRR5 - Produtos Químicos: Estabelece os preceitos de Segurança e Medicina do
Trabalho rural a serem observados no manuseio de produtos químicos, visando à
prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A sua existência jurídica é
assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.
Legislação - Portaria Revoga As Normas Regulamentadoras Rurais – NRR
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO GABINETE DO MINISTRO PORTARIA N.º 191, DE 15 DE ABRIL DE 2008 (DOU de 16/04/08 – Seção 1 – Pág. 102) Revoga as Normas Regulamentadoras Rurais – NRR. O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso da competência que lhe confere o inciso II, do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal e, considerando a vigência da Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura, aprovada pela Portaria GM n.º 86, de 03 de março de 2005, resolve:
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Art. 1º Revogar a Portaria GM n.º 3.067, de 12 de abril de 1988, publicada no DOU do dia 13 de abril de 1988, Seção 1, pág. 6.333 a 6.336, que aprovou as Normas Regulamentadoras Rurais – NRR. Art. 2º Revogar a Portaria GM n.º 3.303, de 14 de novembro de 1989, publicada no DOU do dia 17 de novembro de 1989, Seção 1, pág. 20.883 a 20.884, que estendeu às NRR a aplicação das penalidades constantes da Norma Regulamentadora n.º 28 (Fiscalização e Penalidades). Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. CARLOS LUPI
Fonte: SINTESP
3.4 Normas internacionais e os programas de prevenção brasileiros
A gestão de segurança e saúde do Trabalho adotada por uma empresa estabelece
as diretrizes do sistema de processos para conhecimento e eliminação dos riscos de
acidentes do trabalho e doenças ocupacionais nos ambientes de trabalho. Segundo
FATURETO (1998), a nova forma de gestão da segurança e saúde do trabalho deve
possuir os seguintes princípios: 1) definição de uma política de segurança clara e
compatível; 2) as ações de segurança e saúde no trabalho como parte integrante do
sistema produtivo; 3) gerenciamento integrado de qualidade, produtividade, meio
ambiente e segurança; 4) indicadores importantes, como ISO 9000, ISO 14000 e
OHSAS 18001; 5) o diretor é o patrocinador das ações de segurança e saúde do
trabalho; 6) os gerentes são os responsáveis pela alocação dos recursos nas áreas; 7) os
empregados têm o direito de recusar trabalhos em condições de risco acentuado.
Nos novos tempos, o discurso da sustentabilidade deixou de ser exclusivo
enfoque ambiental para abranger também questões sociais. Neste compasso as normas
ISO vêm ampliando seu horizonte abrangendo segurança e saúde no trabalho e
responsabilidade social, além das tradicionais qualidade e meio ambiente.
As normas da International Organization for Standartization (Organização
Internacional de Normalização), ou Normas ISO, visam estabelecer critérios para as
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questões técnicas que incidam na produção e comercialização de bens e serviços em
todo o mundo, sendo que a série ISO 9000 é voltada para qualidade e a série ISO 14000
para meio ambiente.
Já as normas OHSAS 18001, tanto quanto as normas BS 8800 e UNE 81.900 são
normas voltadas para segurança e saúde no trabalho.
A partir de 1996, com o surgimento da BS 8800 – Guide to Health and Safety
Management Systems (Guia para o Gerenciamento de Segurança e Saúde Ocupacional),
que é uma norma inglesa do BSI, e, posteriormente, da UNE 81.900 (séries de normas
espanholas), em 1996 e 1997, que trata do Sistema de Gestão e Prevenção de Riscos
Laborais, iniciou-se a procura por um sistema de gestão para a segurança e saúde,
inclusive no Brasil, onde sistemas foram adotados por organizações privadas e
independentes, que queriam utilizá-las em caráter voluntário (CAMPOS, 2001).
Diante disso, o mercado globalizado solicitava uma norma para certificação; ou
seja, existiam as normas BS 8800 e UNE 81.900, mas estas não conferiam certificação
para as empresas num âmbito internacional, o que acabou ocorrendo com o advento da
OHSAS 18.001e, posteriormente, com a edição da OHSAS 18.002: diretrizes para
implementação da OHSAS 18.001.
A OHSAS 18.001, que é uma série de normas para avaliação de segurança e
saúde no trabalho, foi criada em 1999 por organismos certificadores, tais como a DNV,
Lloyds Register Quality Assurance, BVQI, SGS, AENOR, etc. O processo de
desenvolvimento utilizado para a OHSAS 18.001 em conjunto com essas instituições é
aberto a outros patrocinadores que desejam produzir, em associação com o BSI – British
Standards Institution, tipos similares de documentos, contanto que esses patrocinadores
estejam dispostos a atender às condições do BSI para tais documentos.
O fato de uma organização estar em conformidade com a OHSAS 18.001 por si
só não lhe dá imunidade em relação às obrigações legais, mesmo porque não se trata de
uma certificação reconhecida pelos governos, vez que foi criada por instituições
certificadoras privadas.
Quanto às Normas ISO, na história recente do Brasil, várias delas foram
ratificadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, principalmente as
da série ISO 9000 (normas para o Sistema de Gestão de Qualidade) e ISO 14000
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(normas para o Sistema de Gestão Ambiental). As normas da série ISO 9000 fixam
diretrizes mínimas para os processos de gestão e devem ser prioritárias por parte das
empresas, notadamente aquelas que se voltam para o mercado internacional, pois este
cada vez mais exige a certificação de uma das normas da série ISO 9000 como
comprovação da qualidade técnica de seus produtos e serviços. A ISO 9000 é um
conjunto de cinco normas:
1. ISO 9000 – normas para gerenciamento e garantia da qualidade – diretrizes para seleção e uso;
2. ISO 9001 – sistemas da qualidade – modelos para garantia da qualidade no projeto, desenvolvimento, instalação, produção e assistência técnica;
3. ISO 9002 – sistemas da qualidade – modelo para garantia da qualidade na produção e instalação;
4. ISO 9003 – sistemas da qualidade – modelo para garantia da qualidade para inspeção e ensaios finais;
5. ISO 9004 – gerenciamento de qualidade e elementos do sistema de qualidade – diretrizes.
A ISO 14000 segue a mesma sistemática, ou seja, não haverá uma certificação
ISO 14000, mas uma certificação baseada na ISO 14001, que é a única da família ISO
14000 e que permitirá ter um certificado de Sistema de Gerenciamento Ambiental
(SGA). A ISO 14001 estabelece requisitos a serem seguidos pelas empresas no
gerenciamento de seus produtos e processos de maneira que não agridam o meio
ambiente, que a comunidade na qual esteja inserida não sofra com os resíduos gerados e
que a sociedade seja beneficiada. A empresa deve desenvolver uma sistemática que
propicie o acesso contínuo às exigências legais pertinentes ao exercício de sua atividade
e que seja de forma clara à direção da empresa. Os procedimentos devem permitir a
identificação, o conhecimento, a administração e o controle dos resíduos que ela possa
gerar durante a produção e uso dos produtos, sejam emissões atmosféricas, efluentes
líquidos ou resíduos sólidos. A certificação das empresas pela ISO 14001 é também um
fator diferenciador de mercado, tendo em vista, principalmente, o comércio exterior. A
adoção da Norma ISO da série 14000 promoverá a melhoria das condições e do meio
ambiente do trabalho, obtendo-se, assim, melhor qualidade de vida para o trabalhador
em seu ambiente laboral.
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A British Standard 8800 (BS 8800) é um programa de qualidade integrada,
contínua, que estabelece as diretrizes de avaliação de riscos da comunidade européia,
cujo objetivo é uniformizar os interlocutores sociais da comunidade européia no tocante
às obrigações relativas às avaliações de riscos no local de trabalho, de acordo com a
Directiva Marco 89/391/CEE. O Brasil não aceitou sua transformação numa norma
internacional, mas é um referencial de muitos profissionais de segurança e saúde no
trabalho. Os principais pontos da diretriz da BS 8800 são:
1 – Elaboração de programa de avaliação de riscos no local de trabalho
2 – Estruturação da avaliação
3 – Coleta de informações
4 – Determinação dos perigos
5 – Identificação das pessoas em condições de risco
6 – Determinação das normas sobre exposição a riscos
7 – Avaliação dos riscos
8 – Investigação das possibilidades de eliminação ou controle dos riscos
9 – Determinações das prioridades e seleção das medidas de controle
10 - Aplicação das medidas de controle
11 – Registro da avaliação
12 – Eficácia das medidas
13 – Revisão
14 – Continuidade do programa de avaliação de riscos caso haja alterações nos ambientes de trabalho.
O objetivo da saúde e segurança no trabalho é a integridade da saúde do trabalhador. E assim, evitar perdas, sejam elas quais forem, afina-se de forma ideal e perfeita com os critérios da qualidade, em sua plenitude (PIZA, Informações básicas sobre segurança e saúde no trabalho, 1997).
No Brasil, nos anos 80 e 90, surgiram os primeiros programas de prevenção de
perdas ou programas de qualidade. Um Programa de Prevenção de Perdas – PPP - deve
ter como principais pontos:
1 – Reunião de segurança: mensal, onde são discutidos os acidentes e quase - acidentes ocorridos durante o último período. Devem ser feitas reuniões do setor, da divisão e da gerência.
2 – Treinamento de segurança, no local de trabalho, sobre métodos e processos de trabalho.
3 – Registros de atos contra a segurança. Por exemplo, operar equipamento sem
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 44
autorização.
4 - Uso de EPI: utilização, adequação, integridade, limpeza, validade, etc.
5 – Permissão de trabalho: é uma autorização escrita emitida pela chefia, definindo condições seguras antes da execução do serviço.
6 – Análise de segurança do trabalho: elaborar padrões de atividades.
7 – Observação planejada de trabalho: ver se o padrão está sendo seguido pelo trabalhador.
8 – Inspeção planejada de segurança: para detectar acidente potencial e condições sub–padrão.
9 – Comunicação pessoal – instrução de trabalho: instruir o empregado para trabalhar com segurança, qualidade, produtividade e controle dos custos.
10 – Auditoria: (tipo uma ISO 9000) através de pontuação de cada setor de trabalho (LATANCE Júnior, 2000).
Numa gestão de segurança e saúde no trabalho, para a estrutura da prevenção,
hierarquicamente tem-se em primeiro lugar a Política de Segurança, que define
responsabilidades e atribuições de todos os níveis hierárquicos; em segundo, o
Regulamento Interno de Segurança, estabelecido através de Ordens de Serviço emitidas
pela empresa a serem seguidas pelos trabalhadores; em terceiro, o Programa de Saúde e
Segurança do Trabalho, que engloba, além de um PPP - Programa de Prevenção de
Perdas, os programas obrigatórios constantes nas NR - Normas Regulamentadoras, que
são o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (previsto na NR-9), o
PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (previsto na NR-7)
e o PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria
da Construção (previsto na NR-18).
A distinção entre estes programas obrigatórios é que o PPRA é direcionado para
prevenção dos riscos de acidentes do trabalho, o PCMSO para prevenção das doenças
ocupacionais e o PCMAT para prevenção de acidentes do trabalho em um canteiro de
obras, incluindo-se terceiros e meio ambiente. O PCMAT nada mais é do que um PPRA
para as obras de construção civil, onde, além das necessidades de enfoque dos riscos
ambientais, se enfatizem os riscos inerentes às atividades da indústria da construção.
Todas as empresas que possuam empregados regidos pela CLT são obrigadas a ter
PPRA e PCMSO. Obras com mais de vinte empregados são obrigadas a possuir um
PCMAT e não o PPRA, sendo que as obras com até vinte empregados são obrigadas a
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possuir PPRA.
Uma gestão de segurança e saúde do trabalho tem por objetivo a prevenção de
acidentes e doenças. A prevenção passa pela eliminação ou, caso não seja possível,
neutralização dos riscos ambientais geradores de infortúnios laborais. Nos estudos para
a sua eliminação deve-se dar prioridade à análise da relação custo x benefício dentre as
alternativas de solução possíveis e, caso venha a ocorrer o acidente, dar ênfase às causas
dos acidentes e não ao acidentado, para que, conhecendo-se as causas, se tomem
providências para que não mais ocorram acidentes semelhantes.
Em qualquer programa de ação, de qualquer atividade, se faz necessária a
comprovação do seu cumprimento após um certo período. Essa comprovação se baseia
em técnicas de controle, que podem ser muito diferentes em seus vários aspectos. Uma
das técnicas é a auditoria, que pode ser tanto interna como externa. Em segurança e
saúde ocupacional, ela é relativamente recente, vez que o que se fazia antes era, na
verdade, inspeção. Está havendo o incentivo das auditorias dos sistemas de qualidade e
ambiental. E os fundamentos das auditorias de SSO são comuns aos aplicados por essas
áreas.
A auditoria é um eficaz instrumento empresarial para a melhoria das operações,
com um papel positivo, frente à interpretação, já superada, de um sentido fiscalizador e
sancionador.
As auditorias devem ser planejadas não apenas para verificarem a conformidade
do documental, as normas de referências e a efetiva implementação deste documental,
mas também para prover informações que permitam à gestão com responsabilidade
executiva determinar, através de análises críticas, a propriedade, eficácia e a eficiência
do sistema para atingir metas e objetivos.
As auditorias estão previstas nos sistemas de qualidade, nos sistemas de gestão
ambiental e nos sistemas de SSO, que são BS 8800, UNE 81.900 e OHSAS 18.001.
A decisão de realizar uma auditoria pode estar motivada por uma ou várias das
seguintes razões: a) legais: para verificar o cumprimento obrigatório de uma legislação;
b) econômicas ou estruturais: motivadas pelo objetivo de melhoria dos sistemas
operativos e sua rentabilidade econômica; c) sociais: orientada a facilitar uma
informação independente aos empregados, os consumidores ou à sociedade.
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A justificativa direta das auditorias é comprovar o grau de cumprimento das
exigências de uma norma (ou Plano de Ação). A finalidade essencial é a melhoria das
condições a partir da correção das anomalias detectadas.
A essência de uma gestão eficaz em segurança e saúde no trabalho não deve
distinguir-se das sólidas práticas de gestão defendidas pelos promotores da excelência
da qualidade. Consequentemente, as empresas que têm sucesso comercial conseguem
também sucesso na gestão da segurança e saúde. Assim é que atualmente, em geral, as
empresas têm procurado implantar três sistemas de gestão: um sistema para a qualidade
(SGQ), com base na ISO 9001/2000; um sistema de gestão para o meio ambiente
(SGA), com base na ISO 14001, e um sistema de gestão em segurança e saúde no
trabalho, com base na OHSAS 18.001, onde cada um tem sua documentação própria.
Num Sistema Integrado de Gestão – SIG (qualidade, meio ambiente e segurança
e saúde), o sistema de qualidade (ISO 9001) é a base para todos os outros sistemas. Isso
foi possível, porque na revisão ocorrida em 2000 da ISO 9001, ela se adequou à
melhoria contínua que já era prevista na ISO 14001 e OHSAS 18.001, além de agora
começar e terminar com o foco no cliente e ser obrigatória a satisfação deste,
facilitando, inclusive, a uniformização dos procedimentos para aquelas organizações
que possuem os três sistemas de gestão, gerando grandes benefícios.
Essa é a tendência que se apresenta num mundo globalizado e altamente
competitivo, onde todos querem comprar de e vender a todos. Segurança e saúde têm
uma influência muito grande sobre a produção de um bem, produto ou serviço, sendo
difícil vislumbrar vida longa para uma organização que não tenha pelo menos um
sistema de gestão, ou que, tendo vários sistemas de gestão, não procure a médio prazo
integrá-los.
3.5 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
A NR-9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte
de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados,
do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, visando a preservação da
saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento,
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MEIO AMBIENTE – Higiene e Segurança no Trabalho 47
avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que
venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio
ambiente e dos recursos naturais.
São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos.
São considerados fatores de riscos ambientais a presença destes agentes em
determinadas concentrações ou intensidade. O tempo máximo de exposição do
trabalhador a esses agentes é determinado por limites pré estabelecidos.
Agentes de Risco Ambientais
Os agentes físicos decorrem de processos e equipamentos:
Ruído e vibrações; Pressões anormais em relação a pressão atmosférica; Temperaturas extremas (altas e baixas); Radiações ionizantes e radiações não ionizantes.
Os agentes químicos são oriundos da manipulação e processamento de matérias
primas e insumos:
Poeiras e fumos; Névoas e neblinas; Gases e vapores.
Os agentes biológicos são oriundos da manipulação, transformação e
modificação de seres vivos microscópicos, dentre eles:
Genes, bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, e outros.
Objetivo do programa (PPRA)
O objetivo do programa é orientar os estudos na identificação de agentes de risco
no ambiente do trabalho e a sua relação com a exposição das pessoas, dando um
tratamento apropriado à prevenção, para não causar danos à saúde do trabalhador.
O programa traz consigo benefícios complementares como:
Criação da mentalidade preventiva em trabalhadores e empresários. Redução ou eliminação de improvisações. Promoção da conscientização em relação a riscos e agentes existentes no
ambiente do trabalho. Desenvolvimento de uma metodologia de abordagem e análise das diferentes
situações e condições do ambiente do trabalho.
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Treinamento e educação dos trabalhadores para a utilização da metodologia.
Metodologia
As seguintes etapas são planejadas para implementação do PPRA:
Antecipação e reconhecimento dos riscos; Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; Monitoramento da exposição aos riscos; Registro e divulgação dos dados.
Obrigatoriedade da implementação do PPRA
A lei define que todos empregadores e instituições que admitem trabalhadores
como empregados são obrigadas a implementar o PPRA. Em todas as atividades de
trabalho onde haja vinculo empregatício, há a obrigação de implementação do
programa, sejam: indústrias; fornecedores de serviços; hotéis; condomínios; drogarias;
escolas; supermercados; hospitais; clubes; transportadoras; magazines etc. O não
cumprimento das exigências desta norma estabelece penalidades que variam de multas e
até interdições.
Opções de implementação do programa
Para as organizações que possuem o SESMT, Serviço Especializado de
Segurança, é responsabilidade deste serviço a implementação. Para as empresas que não
possuam o SESMT algumas opções podem ser aplicadas na elaboração,
desenvolvimento, implementação do PPRA, como a contratação de uma empresa
especializada ou um Engenheiro de Segurança do Trabalho para desenvolvimento das
diversas etapas do programa em conjunto com a direção da empresa.
Precauções e cuidados
A principal preocupação são que os objetivos sejam efetivamente a proteção aos
trabalhadores. A medição da presença de agentes podem atingir partes por bilhão (ppb) e
precisam de metodologias adequadas para a medição. As empresas especializadas à
serem contratadas precisam ser verificadas quanto a capacitação técnica e idoneidade na
realização destes trabalhos.
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Desenvolvimento do PPRA
A) Fase de Antecipação – análise de projeto das instalações e estudar possíveis
riscos que no futuro possam prejudicar a saúde dos trabalhadores.
B) Fase de Reconhecimento – reconhecer os riscos físicos, químicos e
biológicos presentes nos locais de trabalho.
C) Fase de Avaliação – avaliação quantitativa
D) Fase das Medidas de Controle – propor medidas para eliminação ou
minimização ou controle dos riscos.
E) Fase do Monitoramento – monitorar as mudanças e registrá-las.
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3.6 Laudo ambiental
O Laudo Ambiental é a peça mais importante para a quantificação e
caracterização da exposição do trabalhador ao agente de risco.
O levantamento ambiental pode parecer uma ação isolada no campo da higiene
do trabalho ou no aspecto pericial. Na verdade ele possui uma função mais nobre e
abrangente do que se imagina, no campo preventivo, estando diretamente relacionado
com o PPRA, Mapa de Riscos Ambientais e PCMSO.
Mapa de Riscos Ambientais
O Mapa de Risco foi criado através da Portaria nº 5 de 17/08/92 tratando da
obrigatoriedade, por parte de todas as empresas, da “representação gráfica dos riscos
existentes nos diversos locais de trabalho”.
O Mapa de Riscos apresenta-se como uma expressão subjetiva de risco,
proveniente da percepção individual e coletiva dos trabalhadores e da CIPA – Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes, o que lhe garante um caráter mais educativo do que
técnico.
Este documento não possui o compromisso com a constatação dos riscos
ambientais através da avaliação quantitativa porque nem todos os riscos caracterizados
são passíveis de quantificação.
A elaboração do Mapa de Riscos compreende duas fases distintas:
a) Identificação das condições de risco nos locais de trabalho
Conforme prevê a legislação, deve-se buscar a cooperação dos trabalhadores de
todos os setores.
A forma como os trabalhadores participarão, dependerá de cada empresa. Pode-
se, por exemplo, constituir grupos compostos de trabalhadores e membros da CIPA, que
de acordo com o cronograma estabelecido, realizam inspeções para a identificação dos
riscos. Os dados das inspeções são lançados em um roteiro conforme proposta de
formulário abaixo. Ainda pode-se reunir grupos representativos dos trabalhadores e
discutir com estes a existência dos riscos ambientais de acordo com a sua experiência e
vivência no local de trabalho.
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No preenchimento do formulário, deve-se observar o correto preenchimento dos
campos disponíveis considerando:
A localização do risco A descrição da atividade que implica em risco O grupo de risco a que pertence o risco
Obs.: Verificar a possibilidade do risco existente não pertencer a outros grupos
Identificar dentro do campo “Grupo de Risco”
A gravidade dos riscos encontrados através da utilização de letra maiúscula em:
P – pequeno; M- médio; G-grande
Risco Grande - É aquele que possui potencial para causar uma incapacidade
permanente, perda de vida ou partes do corpo.
Risco Médio – É aquele que possui potencial para causar uma lesão ou doença
grave.
Risco Pequeno – É aquele que possui potencial para causar uma lesão
ou doença leve, não incapacitante.
OBS.: Vale lembrar que as referências acima são utilizadas para determinar um
parâmetro geral, tendo em vista que a classificação dos riscos em três níveis, depende
da sensibilidade do trabalhador em relação a eles.
A população envolvida no risco, observando a inclusão do efetivo de todos os
turnos de trabalho, a descrição do tipo e característica do risco.
O grupo de trabalho encarregado de executar o levantamento de riscos
ambientais, analisa as distintas fases do processo produtivo, procurando identificar os
fatores presentes no ambiente de trabalho, que podem causar doenças ou acidentes ao
trabalhador, com base nos grupos de riscos ambientais (riscos físicos, químicos,
biológicos e de acidentes).
b) Elaboração do Mapa
Consiste em transpassar os dados lançados para uma planta ou desenho que
identifique o local de trabalho avaliado, utilizando a simbologia conforme figura abaixo.
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Figura - Círculo indicativo de risco ambiental
Os mapas devem ser construídos de forma a facilitar a visualização e
identificação dos riscos pelos funcionários e demais pessoas que transitam pelo local.
Nos ambientes de trabalho, conforme os tipos de atividades desenvolvidas, as
pessoas estão expostas ao contato com diferentes agentes que poderão provocar danos
à integridade física, psicológica e social.
Estes agentes são classificados em Riscos Físicos, Químicos, Biológicos,
Ergonômicos e de Acidentes.
Figura - Formulário de identificação e localização dos riscos ambientais
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Figura - Tabela de riscos ambientais
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Unidade IV – Das Atividades Insalubres e Periculosas
4.1 Introdução
A Insalubridade, a Periculosidade e a Penosidade estão previstas na Constituição
Federal, no art. 7º :
“São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social. XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.”
No entanto, até agora, na forma da lei, somente atividades insalubres e perigosas
foram regulamentadas. Não há lei regulamentando as atividades penosas.
O Ministério do Trabalho e Emprego – MTE regulamentou as atividades
insalubres e perigosas, através de Norma Regulamentadora - NR. Porém a observância
somente é obrigatória para empresas privadas ou públicas que possuam empregados
regidos pela CLT (carteira assinada), conforme NR-1 – Disposições Gerais.
E os funcionários das empresas públicas que são regidos pelo Estatuto do
Servidor Público, como fica? Somente terão direito se houver lei específica,
regulamentando.
4.2 Insalubridade
Art. 189 – CLT: “São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas
que, por sua natureza, condições e métodos de trabalho, exponham os empregados a
agentes noviços à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza
e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.”
O Art. 190 da CLT delega ao Ministério do Trabalho a aprovação das atividades
e operações insalubres e a adoção de normas regulamentadoras.
Em razão disso, o MTE emitiu a Norma Regulamentadora NR – 15: “Atividades
e Operações Insalubres”
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Norma Regulamentadora NR – 15: “Atividades e Operações Insalubres”
São consideradas atividades e operações insalubres as que se desenvolvem:
Acima dos Limites de Tolerância:
Anexo No. 1 – Ruído Contínuo ou Intermitente Anexo No. 2 – Ruído de Impacto Anexo No. 3 – Calor Obs.: Anexo No. 4 – Iluminação foi revogado. Anexo No. 5 – Radiações Ionizantes Anexo No. 11 – Agentes Químicos Anexo No. 12 – Poeiras Minerais
Nas atividades mencionadas no:
Anexo No. 6 – Trabalho sob condições hiperbáricas Anexo No. 13 – Agentes Químicos Anexo No. 14 – Agentes Biológicos
Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes no:
Anexo No. 7 – Radiações não ionizantes (microondas, ultravioletas e laser) Anexo No. 8 – Vibrações Anexo No. 9 – Frio (só câmaras frigoríficas ou similares) Anexo No. 10 – Umidade
NR-15 – Anexo No. 1 – Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente Ruído contínuo ou intermitente – é que não é de impacto.
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Cálculo do tempo de exposição para aplicação da NR-15 – Anexo 1:
Se na jornada ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a níveis diferentes,
deve ser considerado o efeito combinado, de tal forma que se a DOSE > 1 (um), a
exposição estará acima do Limite de Tolerância.
C = tempo total em que o trabalhador fica exposto a um nível de pressão específico
T = máxima exposição diária permissível (Limite de Tolerância) a este nível específico
Exemplo:
Um trabalhador ficou exposto a 85 dB(A) durante 5 horas e a 90 dB(A) durante
3 horas. Calcule a dose, diga se está acima do Limite de Tolerância e se tem direito ao
Adicional de Insalubridade, se não houver proteção.
Solução:
Portanto, acima do Limite de Tolerância. Tem direito ao Adicional de
Insalubridade, embora que, individualmente, em cada nível de pressão sonora esteja
dentro da máxima exposição diária permissível.
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NR-15 – Anexo No. 2 – Limites de Tolerância para Ruído de Impacto Ruído de Impacto é aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo. Limite de Tolerância = 130 dB (LINEAR) ou 120 dB (C)
NR -15 – Anexo No. 3 – Limites de Tolerância para Exposição ao Calor 1. A exposição ao calor deve ser avaliada através do "Índice de Bulbo Úmido - Termômetro de Globo" – (IBUTG) definido pelas equações que se seguem: Ambientes internos ou externos sem carga solar IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg Ambientes externos com carga solar IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
Onde: tbn = temperatura de bulbo úmido natural tg = temperatura de globo tbs = temperatura de bulbo seco 2. Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliação são: termômetro de bulbo úmido natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum. 3. As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, à altura da região do corpo mais atingida. NR -15 – Anexo No. 5 – Limites de Tolerância para Radiações Ionizantes Transforma átomo em íon, retirando elétron. Os danos ao DNA são os mais importantes e podem levar ao mal funcionamento ou morte da célula. Os Limites de Tolerância são os especificados na Norma CNEN-NE-3.01: “Diretrizes Básicas de Radioproteção” da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN NR -15 – Anexo No. 6 – Trabalhos sob Condições Hiperbáricas Trabalhos sob ar comprimido, onde o trabalhador é obrigado a suportar pressões maiores que a atmosférica. Trabalhos submersos. NR -15 – Anexo No. 7 – Radiações Não Ionizantes Para efeito desta norma são radiações não ionizantes: microondas, ultravioletas e laser. Somente vai aquecer. O órgão que se deve ter mais cuidado, neste caso, é o cristalino do olho humano. Exemplos de atividades: - proveniente do calor radiante de usinas siderúrgicas - antenas. Deve-se ficar atrás da antena. VHF = Very High Frequency. UHF = Ultra High Frequency (microondas).
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- bico do avião, pois possui radar. - operação com solda com arco aberto (ultravioleta). Obs.: Campo eletromagnético é não ionizante, mas não é considerado insalubre. NR -15 – Anexo No. 8 – Vibrações È a energia mecânica que não se dissipa em forma de ruído. Limites de Tolerância da Organização Internacional para a Normalização – ISSO em suas normas ISO2631 e ISSO/DIS 5349. NR -15 – Anexo No. 9 – Frio As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. NR -15 – Anexo No. 10 – Umidade As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. NR -15 – Anexo No. 11 – Agentes Químicos cuja Insalubridade é caracterizada por Limite de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho. Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância constantes do Quadro no 1 deste Anexo. NR -15 – Anexo No. 12 – Limites de Tolerância para Poeiras Minerais ASBESTO, MANGANÊS e SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA. NR -15 – Anexo No. 13 – Agentes Químicos Arsênico, Carvão Mineral, Chumbo, Cromo, Fósforo, Hidrocarbonetos e outros Compostos de Carbono, Mercúrio, Silicatos, Substâncias Cancerígenas, Benzeno. Operações Diversas. NR -15 – Anexo No. 14 – Agentes Biológicas Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa. Insalubridade de grau máximo Trabalho ou operações, em contato permanente com: - pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas, bem como objetos de seu uso, não previamente esterilizados; - carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e dejeções de animais portadores de doenças infectocontagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose); - esgotos (galerias e tanques); - lixo urbano (coleta e industrialização).
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Insalubridade de grau médio Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infectocontagiante, em: - hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso desses pacientes, não previamente esterilizados); - hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com tais animais); - contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros produtos; - laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só ao pessoal técnico); - gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se somente ao pessoal técnico); - cemitérios (exumação de corpos); - estábulos e cavalariças; - resíduos de animais deteriorados.
4.3 Periculosidade
A legislação brasileira confere o direito ao adicional de periculosidade nas
seguintes situações:
1ª.) Art. 193 – CLT: “São consideradas atividades ou operações perigosas, na
forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua
natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou
explosivos em condições de risco acentuado.”
NR – 16: “Atividades e Operações Perigosas” regulamenta as atividades
envolvendo inflamáveis e explosivos.
Adicional de Periculosidade = 30% incidente sobre o salário, sem os acréscimos
resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa.
2ª.) Energia Elétrica – Lei No. 7.369/85, regulamentada pelo Decreto No.
93.412/86.
3ª.) Radiação Ionizante – No. PORTARIA Nº 518, de 4 de abril de 2003;
Publicada no DOU de 07/04/2003
Art. 1º Adotar ...... radiações ionizantes ou substâncias radioativas, o "Quadro de
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Atividades e Operações Perigosas", aprovado pela Comissão Nacional de Energia
Nuclear - CNEN,
Art. 2º O trabalho.......se refere o artigo 1º, assegura ao empregado o adicional de
periculosidade de que trata o § 1º do art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho
Art. 193 -.......
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um
adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
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Bibliografia
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FUNDACENTRO, Curso de engenharia do trabalho.
SALIBA, Tuffi Messias...[et al.]. Higiene do trabalho e programa de riscos ambientais. São Paulo. 1998.
FATURETO, Agenor Moreira...[et al.]. Manual técnico do PPRA. Belo Horizonte. 1996.
PEREIRA, Fernandes José & FILHO, Orlando Castello. Manual prático - Como elaborar uma perícia de insalubridade e periculosidade. São Paulo. LTR. 1998.
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SANTOS, Ubiratan de Paula. Ruído-riscos e prevenção. São Paulo. Editora Hucitec. 1994.
OLIVEIRA, João Cândido de Oliveira – Segurança e Saúde no Trabalho uma questão mal compreendida, São Paulo em Perspectiva- 2003 - Fundacentro
ABNT - Iluminamento de interiores NB -57
ABNT – 5382 – Verificação da iluminância de interiores
ABNT – 5413 – Níveis mínimos de iluminamento
Manual de auditoria de risco NR 22, CPRM Santa Catarina.
Hino do Estado do Ceará
Poesia de Thomaz LopesMúsica de Alberto NepomucenoTerra do sol, do amor, terra da luz!Soa o clarim que tua glória conta!Terra, o teu nome a fama aos céus remontaEm clarão que seduz!Nome que brilha esplêndido luzeiroNos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!Chuvas de prata rolem das estrelas...E despertando, deslumbrada, ao vê-lasRessoa a voz dos ninhos...Há de florar nas rosas e nos cravosRubros o sangue ardente dos escravos.Seja teu verbo a voz do coração,Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!Ruja teu peito em luta contra a morte,Acordando a amplidão.Peito que deu alívio a quem sofriaE foi o sol iluminando o dia!
Tua jangada afoita enfune o pano!Vento feliz conduza a vela ousada!Que importa que no seu barco seja um nadaNa vastidão do oceano,Se à proa vão heróis e marinheirosE vão no peito corações guerreiros?
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!Porque esse chão que embebe a água dos riosHá de florar em meses, nos estiosE bosques, pelas águas!Selvas e rios, serras e florestasBrotem no solo em rumorosas festas!Abra-se ao vento o teu pendão natalSobre as revoltas águas dos teus mares!E desfraldado diga aos céus e aos maresA vitória imortal!Que foi de sangue, em guerras leais e francas,E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Hino Nacional
Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante,E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!