UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DO PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
ESCOLA CIDADÃ AUTOR: ANGELO ANTÔNIO REIS
ORIENTADOR: PROF. ANTÔNIO FERNANDO VIEIRA NEY
RI O DE JANEIRO, ABRIL DE 2002
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DO PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
TRABALHO MONOGRÁFICO COMO
REQUISITO PARCIAL PARA A OBTENÇÃO
DO GRAU DE ESPECIALISTA EM
DOCÊNCIA DO ENSINO FUNDAMENTAL E
MÉDIO.
RIO DE JANEIRO, ABRIL DE 2002
ii
Agradeço, primeiramente, a Deus.
Também a Ludmila, a meus pais e a todos
aqueles que, de alguma forma, contribuíram para
a execução desse trabalho.
iii
Ofereço esse trabalho para minha filha
Mila, que foi o estímulo maior para a conclusão
do Curso de Docência em Ensino Médio e
Fundamental.
iv
RESUMO
O objetivo desse trabalho é demonstrar como a escola consegue, através da
aceitação do indivíduo como ser único, tornar-se cidadã nos seus propósitos. Para isso, ela
deverá fazer a integração entre escola e comunidade, instituindo a democracia em sua
gestão. A eficiência e a qualidade deverão servir de base para o projeto
político-pedagógico da escola cidadã.
Deveremos deixar de lado o autoritarismo e a uniformização de idéias,
admitindo a parceria de opiniões como instrumento para aceitarmos as diferenças
existentes e instituirmos uma identidade em comum para toda a comunidade escolar.
A escola cidadã consegue obter uma visão dinâmica da educação com a
obtenção do Conselho Escolar, através da realização de Assembléias periódicas, entrevistas
e admitindo o diálogo entre comunidade escolar e direção, como formas de manutenção e
aprimoramento da cidadania.
v
SUMÁRIO INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 7
CAPÍTULO 1 ........................................................................................................................ 9 PROJETO ESCOLAR ...................................................................................................... 9
1.1 ÊXITO DO PROJETO ............................................................................................ 9
CAPÍTULO 2 ...................................................................................................................... 10 PROPOSTA POLÍTICO-PEDAGÓGICA ..................................................................... 10
CAPÍTULO 3 ...................................................................................................................... 11 TERMINOLOGIAS IMPORTANTES........................................................................... 11
3.1 AUTONOMIA ...................................................................................................... 11
3.2 CIDADANIA ........................................................................................................ 11
3.3 PARTICIPAÇÃO.................................................................................................. 11
CAPÍTULO 4 ...................................................................................................................... 13 VISÕES DA EDUCAÇÃO ............................................................................................ 13
4.1 VISÃO ESTÁTICA............................................................................................... 13
4.2 VISÃO DINÂMICA ............................................................................................. 13
CAPÍTULO 5 ...................................................................................................................... 14 CARTA ESCOLAR........................................................................................................ 14
5.1 UTILIZAÇÃO....................................................................................................... 14
5.2 ELABORAÇÃO.................................................................................................... 14
CAPÍTULO 6 ...................................................................................................................... 15 CONSELHO ESCOLAR................................................................................................ 15
6.1 ESTRUTURA........................................................................................................ 15
6.2 FUNCIONAMENTO ............................................................................................ 16
CAPÍTULO 7 ...................................................................................................................... 17 ASSEMBLÉIA ............................................................................................................... 17
7.1 FUNÇÕES............................................................................................................. 17
CAPÍTULO 8 ...................................................................................................................... 18 ENTREVISTA................................................................................................................ 18
8.1 IMPORTÂNCIA ................................................................................................... 18
8.2 PROPÓSITOS ....................................................................................................... 18
vi
8.3 FASES ................................................................................................................... 18
CAPÍTULO 9 ...................................................................................................................... 20 EDUCAÇÃO MORAL................................................................................................... 20
9.1 FORMAS............................................................................................................... 20
9.1.1 VIA PESSOAL............................................................................................... 20
9.1.2 VIA CURRICULAR ...................................................................................... 21
9.1.3 VIA INSTITUCIONAL ................................................................................. 21
CAPÍTULO 10 .................................................................................................................... 22 A ESCOLA DEMOCRÁTICA....................................................................................... 22
10.1 OBJETIVOS........................................................................................................ 22
10.2 PRATICANDO A DEMOCRACIA.................................................................... 22
CAPÍTULO 11 .................................................................................................................... 23 IMPORTÂNCIA DA SOCIEDADE .............................................................................. 23
CAPÍTULO 12 .................................................................................................................... 25 PLANEJAMENTO COLETIVO.................................................................................... 25
12.1 IDÉIAS ................................................................................................................ 25
12.2 ORGANIZAÇÃO................................................................................................ 25
CAPÍTULO 13 .................................................................................................................... 27 PROJETOS GLOBAIS................................................................................................... 27
CAPÍTULO 14 .................................................................................................................... 28 DIÁLOGO ...................................................................................................................... 28
14.1 OBSTÁCULOS................................................................................................... 28
CAPÍTULO 15 .................................................................................................................... 29 ALGUMAS IDÉIAS....................................................................................................... 29
15.1 FORMAÇÃO ESCOLAR ................................................................................... 29
15.2 PRÁTICA DO ENSINO...................................................................................... 29
CONCLUSÃO..................................................................................................................... 30
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................. 31
ANEXOS............................................................................................................................. 32
ANEXOS............................................................................................................................. 33
INTRODUÇÃO
O movimento atual da escola cidadã está inscrito num novo contexto histórico
de busca de identidade nacional. Para isso, faz-se necessário a integração entre educação e
cultura, escola e comunidade. A democratização das relações de poder dentro da escola é
de suma importância para concretizarmos a grande mudança educacional tão amplamente
almejada.
Este trabalho demonstra que a Educação só será acessível para todos enquanto
trabalhadores e não-trabalhadores em Educação, Estado e sociedade civil, interessarem-se
abertamente por ela. Somente no dia-a-dia, mudando passo a passo, conseguiremos
construir uma verdadeira escola cidadã embasada em conceitos éticos e morais sobre a
vida em geral.
É importante para a Escola Cidadã a autonomia adquirida através da eleição do
diretor pelo Conselho, formado por representantes de toda comunidade escolar. Esse passo
conquistado gerou a democracia tão amplamente necessária para o verdadeiro significado
de escola cidadã. Comunidade e diretoria escolar necessitam interagir-se, ouvindo uns aos
outros, praticando a comunicação e, acima de tudo, o respeito mútuo, para que a educação
possa caminhar na direção da construção do verdadeiro saber.
A educação para todos supõe todos pela educação, transformando simples
indivíduo em cidadão do mundo. Para isso, a grande evolução da educação, de sistema
fechado partindo para o sistema aberto, decisório, muito contribui para conseguirmos
realizar essa façanha.
Existe uma preocupação internacional em alcançar a erradicação da pobreza,
isto é, proporcionar melhor qualidade de vida para todos os cidadãos. A escola é um
elemento importante para que isso aconteça, pois o que gera o desenvolvimento humano
sustentável é a busca específica por ela.
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A educação dos cidadãos deve realizar-se durante toda a vida para tornar-se
uma linha de força da sociedade civil e da democracia viva. Todos devem participar na
construção de uma sociedade responsável e solidária, respeitadora dos direitos
fundamentais de cada um.
A escola cidadã deve proporcionar ao aluno a entrar na vida com capacidade
para interpretar os fatos mais importantes relacionados com o seu destino pessoal e
também o coletivo. O sistema educativo tem por missão preparar cada indivíduo para este
papel social, mostrando-lhe os seus diretos e deveres, desenvolvendo as suas competências
sociais e estimulando o trabalho em equipe na escola. O objetivo maior é a instrução cívica
concebida como uma alfabetização política.
A comunicação e a troca de saberes já não serão mais, para a escola cidadã,
apenas um dos pólos de crescimento das atividades humanas, mas sim um fator de
desenvolvimento pessoal, no contexto de novos modos de vida social, baseados na
multiculturalidade existente.
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CAPÍTULO 1
PROJETO ESCOLAR
Projeto significa projetar-se, ir para frente. É uma ação intencionada com um
sentido definido, explícito, sobre o que se quer inovar. Para a sua implantação, é
importante tomarmos consciência dos momentos da sua concepção, bem como da sua
institucionalização e implementação. Somente assim, uma escola conseguirá impor os
traços de cidadania nos seus parâmetros curriculares.
1.1 ÊXITO DO PROJETO
Para o projeto obter sucesso, é fundamental estabelecer-se uma comunicação
eficiente entre direção, funcionários e comunidade atendida pela escola. Isto facilitará uma
adesão voluntária de todos ao projeto, pois somente nos interessamos por aquilo que
entendemos bem, criando uma consciência coletiva.
Todo projeto pedagógico tem uma dimensão, uma intenção política. Isso nos
dará condições para um suporte financeiro imprescindível para que se alavanque qualquer
idéia vigente. É essencial para o êxito desse projeto que se obtenha um controle constante,
bem como sua avaliação periódica para, se for necessário, concretizarmos as mudanças
necessárias que se aplicam em cada realidade.
Toda a comunidade interessada nesse projeto tem que impor credibilidade,
depositando uma atmosfera positiva em torno dele. Não adiantam idéias boas sem
comprovada legitimidade, sem um mínimo de referencial teórico no embasamento de tal
projeto.
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CAPÍTULO 2
PROPOSTA POLÍTICO-PEDAGÓGICA
Com a construção democrática e coletiva de seu projeto político-pedagógico, a
escola cidadã garante que os interesse da maioria sejam atendidos. Para isso acontecer,
fazem parte o corpo docente e futuros professores, enfim, toda a comunidade escolar,
participando das decisões e informações para compreender melhor o funcionamento da
escola.
Deve-se deixar em evidência que todo projeto pedagógico da escola é também
político, pois a direção política, o rumo a ser seguido é essencial para o sucesso de tal
projeto. A escolha do dirigente escolar deverá ser muito criteriosa, pois é ele quem guiará o
caminho que a escola trilhará na obtenção de resultados, favoráveis ou não.
A gestão democrática é atitude e método. Tudo deverá ser discutido na escola
cidadã, como a escolha do livro didático, o planejamento do ensino, a organização de
eventos culturais, bem como atividades cívicas, esportivas e recreativas.
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CAPÍTULO 3
TERMINOLOGIAS IMPORTANTES
Queremos expor alguns termos muito discutidos na escola cidadã:
3.1 AUTONOMIA
Capacidade que cada escola adquire de elaborar e executar sua própria
proposta pedagógica, com o auxílio de toda comunidade escolar. É essencial a prestação de
contas e a divulgação de informações referentes ao uso de recursos e à qualidade dos
serviços prestados. Não se deve confundir autonomia com autogestão, pois não existe mais
somente um dono da verdade.
3.2 CIDADANIA
A escola deve sempre preocupar-se em formar seus alunos como cidadãos do
mundo, discutindo sempre a democracia, a lealdade, a justiça, o meio-ambiente, a ética. A
escola deverá integrar o seu currículo com a realidade do mundo atual, associando as
disciplinas com os problemas e soluções do cotidiano.
3.3 PARTICIPAÇÃO
É o estímulo que a escola deverá dar, para que toda sociedade se engaje com a
vida escolar. A formação do Colegiado Escolar muito contribui para o interesse e
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envolvimento de toda comunidade, distribuindo a responsabilidade pelo projeto escolar
entre todos.
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CAPÍTULO 4
VISÕES DA EDUCAÇÃO
4.1 VISÃO ESTÁTICA
Há um consenso geral de idéias, com bastante uniformização e adaptação. Não
se debate nada, tudo é aceito dentro dos mais arcaicos conceitos de ordem, enfatizando a
idéia de se seguir sempre uma hierarquia de poderes.
4.2 VISÃO DINÂMICA
As idéias estão sempre gerando contradições, pois somos seres diferentes e
pensantes. Cada qual tem a sua realidade, sempre estamos vivendo conflitos para
causarmos as mudanças necessárias. O poder é descentralizado e a importância da
autonomia é ressaltada. A escola cidadã resvale-se desta visão dinâmica de educação, pois
não nos interessa mais projetos anônimos e distantes do dia-a-dia escolar.
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CAPÍTULO 5
CARTA ESCOLAR
A Carta Escolar é um sistema de planejamento do sistema educacional que
permite o estudo das condições sociais, econômicas, demográficas, culturais, fisiológicas,
urbanísticas e arquitetônicas das comunidades que abrigam sistemas escolares. Isso
assegura o atendimento das demandas específicas de cada nível, garantindo segurança e
conforto compatíveis com as faixas etárias dos usuários.
5.1 UTILIZAÇÃO
A escola cidadã utiliza a Carta Escolar adaptada à unidade escolar. Isto oferece
ao diretor da escola, aos seus professores e a todos os segmentos escolares, uma real
“fotografia” das condições da escola.
5.2 ELABORAÇÃO
A Carta Escolar é elaborada coletivamente, constituindo um pólo aglutinador
de intenções e de forças que, caminhando lado a lado, colaboram para a construção da
verdadeira democracia educacional presente na escola cidadã.
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CAPÍTULO 6
CONSELHO ESCOLAR
O Conselho Escolar é um colegiado formado por pais, alunos, professores,
diretor, pessoal administrativo e operacional que, juntos, administram coletivamente a
escola. Assim, o exercício da cidadania fica facilitado, enfatizando o aprendizado de
relações sociais mais democráticas e a formação de cidadãos ativos.
A Escola Cidadã ensina por meio do conteúdo com o qual trabalha em sala de
aula, como também pelas relações que estabelece com os alunos no seu dia-a-dia. A prática
cotidiana contribui para reforçar ou superar determinadas formas de agir e pensar.
Devemos sempre nos perguntar se o conteúdo que a escola trabalha e a prática que adota,
estão favorecendo para a inserção do indivíduo na sociedade.
6.1 ESTRUTURA
Diz-se que o Conselho é de natureza consultiva quando não toma decisões,
apenas é consultado sobre os problemas da escola. Sua função é sugerir soluções, que
poderão ou não ser encaminhadas pela direção.
O Conselho de natureza deliberativa, além dos poderes que o de natureza
consultiva possui, tem o poder de definir diretrizes, elaborar, aprovar, eleger, enfim, possui
maior força de atuação e de poder escolar.
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6.2 FUNCIONAMENTO
O Conselho é a instância em que os problemas da gestão escolar serão
discutidos e as reivindicações educativas serão analisadas para, dependendo, serem
aprovadas e remetidas para o corpo diretivo escolar, que se encarregará de colocar em
prática as decisões ou sugestões do Conselho da Escola.
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CAPÍTULO 7
ASSEMBLÉIA
As Assembléias são o momento institucional da palavra e do diálogo na escola
cidadã. É o momento em que o coletivo se reúne para refletir, tomar consciência de si
mesmo e gerar a transformação necessária.
7.1 FUNÇÕES
- Informar sobre tudo que se passa na comunidade escolar, tanto do ângulo dos
funcionários como dos alunos.
- Relatar sobre os trabalhos a serem realizados durante o ano letivo, o seu
significado educacional e a sua temporalização.
- Estabelecer projetos de trabalho a partir dos interesses do aluno.
- Realizar acompanhamento dos trabalhos escolares, que contribua à tomada de
consciência dos êxitos e das dificuldades.
Em suma, a escola cidadã objetiva uma convivência atenta às necessidades do
indivíduo e do coletivo. Para conseguirmos tal objetivo, deveremos dar espaço para
diálogo racional e a busca de justiça, fazendo o uso honesto do pensamento produtivo.
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CAPÍTULO 8
ENTREVISTA
8.1 IMPORTÂNCIA
A entrevista é de suma importância na escola cidadã, pois ela proporciona ao
educador o conhecimento de seu educando. Todos os anseios, desejos e perspectivas do
aluno são revelados, bem como seus medos e dificuldades.
8.2 PROPÓSITOS
A entrevista tem o propósito de retirar o aluno do anonimato, colocando-o em
destaque perante a sociedade escolar que vive. Através do diálogo, podem-se estabelecer
pactos entre educador e educando, que o ajude a progredir no âmbito de que mais
necessite.
Seria interessante realizar três entrevistas com cada estudante no decorrer do
ano letivo.
8.3 FASES
Para a entrevista ser de valor e surtir o efeito desejado, é preciso que se
monitore conscientemente o rumo a ser dado. Para isso, deveremos:
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1º) Estabelecer quais serão os objetivos da entrevista.
2º) Executar a plano previsto previamente.
3º) Fazer a avaliação e instituir o auto-reforço.
4º) Realizar a intervenção necessária, sempre centrada em pequenos grupos.
5º) Debater sobre a vida moral dos pequenos grupos.
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CAPÍTULO 9
EDUCAÇÃO MORAL
A escola cidadã baseia-se numa educação voltada para a instrução e formação.
Isso porque ela prepara o jovem para se adaptar e melhorar o mundo dos saberes culturais,
bem como para se relacionar da melhor maneira possível com o mundo dos seres humanos:
consigo mesmo, com os outros e com as regras existentes.
A educação moral está mais próxima da aprendizagem crítica e da criatividade
aplicadas à vida pessoal e social. Praticando tal educação, o ser humano aprenderá o
significado de certas normas e aprenderá a construir novas formas significativas de vida.
9.1 FORMAS
A escola cidadã utiliza três vias para o aprendizado da educação moral.
9.1.1 VIA PESSOAL
O caráter do professor muito influencia para a formação da
personalidade do aluno. Ele se espelha nas atitudes e na posição tomada pelo professor
sobre determinado assunto.
Em situações vividas pelo aluno, seu inconsciente irá lembrá-lo do
que o professor faria se estivesse em seu lugar. Por isso, o educador deverá ter o
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discernimento de manter-se neutro ou posicionar-se e defender uma determinada opção de
valor.
9.1.2 VIA CURRICULAR
A formação moral do jovem é muito influenciada pelo conteúdo
curricular da escola que freqüenta. Por isso, tal conteúdo deverá dar margem à geração de
conflitos de valores e não treinar o aluno para aprender a ser “soldadinho de chumbo”. A
discussão de temas pessoais e sociais é muito importante para o auxílio de formação do
caráter do cidadão.
9.1.3 VIA INSTITUCIONAL
As atividades educativas que a escola proporciona deverão incentivar
a participação democrática do alunado. Isso irá gerar no indivíduo a necessidade do
diálogo para enfrentar futuros problemas que o dia-a-dia promova.
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CAPÍTULO 10
A ESCOLA DEMOCRÁTICA
A escola cidadã enfatiza a democracia nos seus preceitos educacionais,
gerando conceitos de igualdade, liberdade, participação e justiça. Ela utiliza-se da
conscientização, contrapondo-se ao chamado currículo oculto, que incentiva alunos
competitivos, agressivos, sexistas e discriminatórios. A sociedade sabe qual é o verdadeiro
papel da escola cidadã na formação do caráter discente.
10.1 OBJETIVOS
A escola democrática pretende colocar seu aluno como protagonista da própria
educação, facilitando a participação dos jovens sem prejudicar o papel e a responsabilidade
dos educadores.
10.2 PRATICANDO A DEMOCRACIA
O incentivo à disciplina é fundamental para exercermos o lado democrático,
dando espaço para a participação e diálogo, qualidades necessárias para a boa convivência
em qualquer instituição escolar.
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CAPÍTULO 11
IMPORTÂNCIA DA SOCIEDADE
Na escola cidadã, já conseguimos nos superar da administração de uns poucos,
fora da escola, detendo o poder de decisão e controle; enquanto os demais executavam
tarefas que não lhes faziam sentido algum.
É interessante para a escola o aprofundamento da participação da sociedade
civil, pois somente assim, conseguirá incorporar os brasileiros à cidadania ativa. Para haver
o desenvolvimento auto-sustentado do país, é essencial a presença da educação básica para
a sociedade. Não basta somente melhor distribuição de renda e solidariedade das classes
médias, se os jovens não se sentem preparados para o trabalho.
Estamos diante do pensar em eficiência e qualidade, deixando de lado a
quantidade. Por isso, a escola cidadã ganha a qualidade da eficácia, preocupada em rever
antigos conceitos educacionais. A escola precisa preparar o indivíduo para a autonomia
pessoal, para a inserção na comunidade e emancipação social.
Está acontecendo um processo histórico de renovação na educação. Cidadão é
quem participa do governo, e só se consegue isso quem tiver poder de liberdade e
autonomia para exercê-lo. Daí a importância da participação do coletivo, de toda
comunidade escolar à frente da escola cidadã.
A autonomia desta nova proposta de escola chegou para vencer o autoritarismo
e a uniformização, pois aceita a diferença e a parceria. Isso é conseguido com o
intercâmbio entre escola e sociedade.
A escola cidadã respeita a individualidade, o regionalismo, as várias culturas
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existentes, a diversidade social e étnica. Essa busca de identidade garante um ótimo padrão
de qualidade.
A descentralização acontece através da gestão democrática. Ela contrapõe-se
ao corporativismo das organizações de educadores e à burocracia do Estado. Com a
autonomia da escola, adquiriu-se o direito de avaliação permanente do desempenho
escolar.
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CAPÍTULO 12
PLANEJAMENTO COLETIVO
O planejamento coletivo numa escola cidadã compensa, temporariamente, a
inexistência de um Conselho e de um projeto político-pedagógico. Precisa-se fazer um
diagnóstico da situação e/ou município em que a escola se insere, identificando as suas
características, problemas e necessidades em relação à demanda de recursos físicos,
humanos, pedagógicos ou financeiros.
12.1 IDÉIAS
Por ser um planejamento socializado, valoriza todos os níveis de participação
da escola. O dinamismo do processo é evidenciado pela não separação estanque dos
momentos de planejar. Tudo é feito concomitantemente, como a reflexão, a tomada de
decisão, a organização da ação e a avaliação de resultados.
12.2 ORGANIZAÇÃO
O planejamento coletivo dispõe de uma estratégia ascendente que ordena a
participação. Existe a combinação, a partir das bases, de divisão de tarefas. Há a
coordenação de grupos e a escolha de representantes dos segmentos escolares e das
equipes multissegmentárias. Representantes da escola deverão ser também definidos pelo
grupo. Deve-se tomar cuidado com o democratismo e com o populismo, pois isso atrapalha
a formação de organização na escola cidadã.
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Para concluir, a gestão da escola cidadã deverá ser comunitária em um
planejamento coletivo. Todos os segmentos escolares e comunitários devem eleger o
dirigente escolar. Essa escola destina-se igualmente a toda sociedade, sem exceções ou
distinções.
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CAPÍTULO 13
PROJETOS GLOBAIS
Os projetos globais de uma escola muito contribuem para a criação do
sentimento de coletividade e de participação na vida da instituição escolar.
É muito importante a comemoração de festas tradicionais, a realização de
campanhas e excursões em grupo, as semanas temáticas e outras atividades que
desenvolvam o senso comum, envolvendo e responsabilizando todos os membros da escola
cidadã.
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CAPÍTULO 14
DIÁLOGO
O diálogo é considerado o ponto-chave para o desenvolvimento da democracia
na escola cidadã. Através dele, conseguimos estabelecer afetividade e respeito das pessoas,
bem como acolhemos a diversidade existente num determinado assunto.
Com o diálogo, estabeleceremos o compromisso com os valores universais,
como respeito à vida e ao meio ambiente, impondo um sentimento de amor e solidariedade.
14.1 OBSTÁCULOS
Devemos ficar atentos para não nos afastarmos do tema em discussão. Também
quando conseguimos expor sobre um tema, mas não utilizamos dos raciocínios e
argumentos de outros companheiros. Não deveremos ficar falando a esmo, sem saber a que
ponto chegarmos com a discussão.
Evitando impor estas falhas ao diálogo, chegaremos a alguma conclusão,
pactuando um acordo ou esclarecimento para a solução do problema.
Dentro da escola cidadã, cabe aos educadores aproveitar o desenvolvimento
normal dos temas das assembléias, para conscientizar seus alunos quanto aos
procedimentos e valores que guiam as discussões.
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CAPÍTULO 15
ALGUMAS IDÉIAS
15.1 FORMAÇÃO ESCOLAR
A escola cidadã sabe que formar um aluno é muito mais do que simplesmente
treiná-lo, pois o ser humano é um ser inconclusivo, num incessante movimento de busca. A
ética deve sempre estar presente na prática educativa progressista, favorecendo a
autonomia do ser educando. O ensino deve criar condições para a produção e a construção
de idéias novas por parte dos alunos; ele deve dar espaço para a geração de conflitos e não
incentivar a reprodução sem criticidade.
15.2 PRÁTICA DO ENSINO
A prática do ensino exige rigorosidade metódica por parte do educador, pois
ele deverá ensinar a pensar certo e não apenas ensinar os conteúdos. Com isso, os alunos
aprenderão a intervir no mundo, modificando-o. Não devemos deixar o autoritarismo de
idéias vencer a liberdade de sabermos expressar nossos sentimentos. Devemos nos
contrapor a qualquer tipo de discriminação ou preconceitos existentes.
Sabendo executar o que o educando tem a dizer e estando disponível ao
diálogo, o educador estará contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e
consciente de seus direitos e deveres, sempre baseados nos conceitos da verdadeira
cidadania.
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CONCLUSÃO
Pudemos apurar, através dessa monografia, que numa sociedade multicultural,
o ser humano deve ser visto como indivíduo, sendo um diferente do outro. Daí, criou-se a
proposta da escola cidadã, integrando as várias culturas, etnias, diversidades sociais e
estabelecendo identidade própria para os diversos segmentos da sociedade.
Em suma, a comunidade escolar deverá estar antenada para essa nova realidade
e institucionalizar a gestão democrática. Assim, proporcionaremos o acesso de todos os
cidadãos às informações inerentes à escola. Somente desse modo, conseguiremos instalar a
eficiência necessária para a consolidação dessa tão almejada escola cidadã.
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BIBLIOGRAFIA 1- DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. MEC/UNESCO. 3ª ed. SP:
Cortez, 1996.
2- FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. SP:
Paz e Terra, 1996.
3- MEC/Salto para o futuro. Construindo a Escola Cidadã. Projeto Político Pedagógico,
Brasília, 1996.
4- PUIG, Josep e alguns. Democracia e Participação Escolar. São Paulo:Moderna, 2000. 5- SANDER, Benno. Gestão da Educação na América Latina. Campinas: autores
associados, 1995.
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ANEXOS
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ANEXOS