Entrevistas
Pessoal da Organização
Pretende-se determinar, de forma inequívoca, os motivos que estiveram na base da
decisão de saída das fileiras da FAP, espelhando, sem pressões organizacionais nem
ambientais, e elencados na primeira pessoa, os motivos individuais que levaram estes
pilotos a abandonarem a FAP e, para isso, também é pertinente entrevistar pessoal na
Organização e que não seja Piloto Aviador, de forma a obter um cruzamento de
informações.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Guião (informadores dentro da organização)
A inexistência de progressão na carreira por mérito mas sim por antiguidade, pode ser um
factor desmotivante para os indivíduos mais dinâmicos. Será que os que ficam são os que
são fiéis à organização, e nesse sentido a organização não vê interesse em alterar as
políticas instituídas de forma a colmatar as saídas dos pilotos para o mercado civil. Pode
existir uma associação entre a antiguidade e a fidelidade. A Força Aérea apenas alterou o
tempo de permanência no quadro da instituição, de oito para doze anos, para os pilotos
que terminaram o curso pós Setembro de 2007. Se não fosse um problema as saídas, não
tinham aumentado o tempo de obrigatoriedade de permanência no Quadro Permanente.
O enquadramento institucional envolvente pode, de alguma forma, condicionar as
respostas ao “politicamente correcto”, apesar de existir um natural anonimato obrigatório
em matérias tão sensíveis.
1 – Que parecer tem da organização relativamente a este assunto?
Parece-me que relativamente à saída dos Pilotos Aviadores, a organização FAP
assiste passivamente a tal situação, tomando medidas que podem adiar a saída
mas não a impedem, sem questionarem porque tal facto acontece.
2 – O que é que acha que a organização deveria ter feito ou fazer para estancar estas
saídas?
A organização devia de instituir o pagamento duma indemnização
independentemente do tempo de serviço cumprido pela pessoa, pois uma
formação como esta é cara e implica um investimento que vai para além das
horas de voo e do combustível, incluí também o instrutor, fardamento,
alimentação, alojamento, etc.
3- A única alteração que se verificou nos últimos tempos foi a Lei de Setembro de 2007,
em que o tempo de permanência no quadro permanente para um piloto passa de oito para
doze anos, sem ter que pagar indemnização. Como avaliam esta política?
Para mim é apenas uma questão de tempo, mais 4 ou menos 4 anos não vão fazer
diferença, se calhar alguns, entretanto, acabam por abandonar a ideia de pedir
abate ao quadro, mas quem tiver a ideia fixa de o fazer provavelmente acaba por
o fazer, pois saí da FAP com mais horas de voo, mais experiência, mais velho
também, mas ainda com capacidades para voar.
4 – São os indivíduos mais pegados à Força Aérea que acabam por chegar a major, mas
porque é que mesmo assim saem tantos majores?
Eu acredito que muitos acabam por ficar até ao posto de major, porque estão
ainda verdes no que respeita ao voo e ganham mais experiência entretanto, bem
como ao chegar a este posto acabam por perceber que os dias a voar estão
contados, o mais provável é serem posto de lado numa secretária.
5 – Será que existem vantagens em valorizar especialmente a antiguidade
Estamos numa instituição militar e como tal as regras e valores estão enraizados
há muito tempo, torna-se difícil altera-los. E alterá-los ia causar alguns conflitos
e colocar em causa a instituição; contudo, seria importante valorizar a
antiguidade mas conjugá-la com o mérito, experiência e interesse mostrados
pelo Piloto Aviador.
6 – Diz-se que no mercado civil é sempre melhor em termos de remuneração; concorda?
Se calhar é verdade, o mercado civil acaba por se tornar mais aliciante pela
remuneração e com a experiência que um Piloto Aviador já adquiriu na
instituição FAP, acaba por ter outras portas abertas no mercado externo. Mas
não creio que seja a única razão, a carreira dum Piloto Aviador enquanto piloto
acaba quase sempre no posto de major, o que promove a saída de muita gente;
depois de major maior parte dos pilotos mudam o rumo da carreira e são
colocados em funções de chefia, sem contacto com aeronaves e sem a experiência
do voo.
7 - Acha que poderá haver valores afectivos maiores dentro da FAP, uma identificação à
Organização, que poderá fazer os pilotos ficar? Se sim, porquê a uns e não a outros?
Eu acredito que os candidatos a Piloto Aviador na FAP assumem 2 perfis
genéricos, os que querem voar (na FAP ou no mercado externo) e os que têm
gosto pela vida militar. Estas duas razões, a meu ver, acabam por condicionar
quem fica e quem não fica.
8 – Acha que a segurança de emprego da Força Aérea em comparação com o mercado
civil poderá vir a ser um factor que leve os pilotos ponderarem a ficar na Organização?
Noutra altura eu diria que não, mas hoje e tendo em conta que estamos a viver
uma crise mundial bastante difícil, acredito que possa que muitos pilotos acabem
por equacionar ficar na organização. As companhias aéreas também já sentem o
peso da crise, o que pode tornar mais difícil penetrar no mercado civil.
Entrevistas
Pilotos Aviadores no activo
Os entrevistados são um major, um tenente-coronel e um coronel ainda no activo.
Por outro lado, pretende-se determinar, de forma inequívoca, os motivos que estiveram
na base da decisão de saída das fileiras da FAP, espelhando, sem pressões
organizacionais nem ambientais, e elencados na primeira pessoa, os motivos individuais
que levaram estes pilotos a abandonarem a FAP. Pertinente também inquirir quem
permaneceu na FAP e saber a sua opinião relativamente à saída dos camaradas para a
aviação civil.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Guião (pilotos que ficaram na FAP)
Se por um lado seria óbvio e lógico inquirir os pilotos na efectividade de serviço, por
outro lado, o enquadramento institucional envolvente poderia, de alguma forma,
condicionar as respostas ao “politicamente correcto”, apesar do natural anonimato
obrigatório em matérias tão sensíveis. Poderão ser entrevistados, um major, um tenente-
coronel e um coronel ainda no activo.
1 – Conte-me a sua história pela Força Aérea, o que é bom, o que é menos bom.
Vou tentar ser o mais directo possível e espero ajudar.
O lado positivo penso que é podermos fazer aquilo com que sempre sonhámos –
voar e ser piloto da Força Aérea. Para além disso outros aspectos positivos são o
espírito de camaradagem e entreajuda que existe entre as pessoas que fazem o
que gostam e por fim a questão da estabilidade financeira.
O lado menos positivo (no meu caso pessoal) é a instabilidade pessoal devido a
sucessivas convocações e o sentimento de que não existe preocupação da parte
das chefias sobre as nossas motivações e interesses.
2 – Explique-me a sua decisão de, ao contrário de muitos camaradas, permanecer na
FAP. É uma decisão definitiva? Alguma vez colocou seriamente a opção de sair e, se sim,
o que o fez optar por ficar? [razões afectivas vs instrumentais)
A opção de sair existe sempre e o que me faz manter na FAP é sentir que sou
reconhecido pelo trabalho que executo por parte dos meus subordinados e por
algumas chefias. No entanto coloco constantemente a questão se devo ou não sair
da FAP devido a questões motivacionais e não a questões financeiras, apesar de
reconhecer que um dos grandes aliciantes na aviação comercial é o dinheiro.
3 - Mantém ou manteve relações pessoais com antigos camaradas que tenham saído para
a aviação civil? Se sim, como avalia o que conhece das suas experiências?
Tenho relações com pessoal que está na aviação civil. As experiências deles são
pouco gratificantes a nível profissional, nomeadamente no prazer de voar, mas
compensam a nível financeiro e familiar visto haver uma maior estabilidade que
dificilmente se encontra na FAP enquanto piloto no activo.
4 - Alguma vez lhe foi oferecida uma oportunidade de emprego na aviação civil? Se sim,
por quem? [possíveis redes de recrutamento a partir dos já instalados na aviação civil]
Porque recusou essas oportunidades?
Sim, por antigos camaradas da FAP. Recusei por me sentir que dalguma maneira
ainda estava motivado e tenho prazer naquilo que faço.
5 – Como interpreta as saídas dos seus camaradas?
Como normais e naturais, principalmente aqueles que sempre foram “mal
tratados” (devido a sucessivas colocações forçadas ou não foram reconhecidos
pelo excelente trabalho que executaram) pela instituição.
6 - Qual deveria ter sido a postura da FAP para que os seus camaradas se mantivessem na
organização?
Manter as pessoas motivadas, reconhecer o seu trabalho quando assim o
merecem, ajuda-las dentro dos possíveis a conciliar os seus objectivos
profissionais e pessoais.
Entrevistas
Pilotos Aviadores no activo
Os entrevistados são um major, um tenente-coronel e um coronel ainda no activo.
Por outro lado, pretende-se determinar, de forma inequívoca, os motivos que estiveram
na base da decisão de saída das fileiras da FAP, espelhando, sem pressões
organizacionais nem ambientais, e elencados na primeira pessoa, os motivos individuais
que levaram estes pilotos a abandonarem a FAP. Pertinente também inquirir quem
permaneceu na FAP e saber a sua opinião relativamente à saída dos camaradas para a
aviação civil.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Guião (pilotos que ficaram na FAP)
Se por um lado seria óbvio e lógico inquirir os pilotos na efectividade de serviço, por
outro lado, o enquadramento institucional envolvente poderia, de alguma forma,
condicionar as respostas ao “politicamente correcto”, apesar do natural anonimato
obrigatório em matérias tão sensíveis. Poderão ser entrevistados, um major, um tenente-
coronel e um coronel ainda no activo.
1 – Conte-me a sua história pela Força Aérea, o que é bom, o que é menos bom.
Camaradagem, valores e experiência – é o que tem de bem e de mal. Em
diferentes alturas conseguem ser os extremos da mesma vivência.
2 – Explique-me a sua decisão de, ao contrário de muitos camaradas, permanecer na
FAP. É uma decisão definitiva? Alguma vez colocou seriamente a opção de sair e, se sim,
o que o fez optar por ficar? [razões afectivas vs instrumentais)
Não é uma decisão definitiva, já coloquei a questão de ser por diversas vezes e se
ainda estou na FAP é porque a situação global do país e do mundo assim não
permite uma pessoa abandonar o que tem de estável.
3 - Mantém ou manteve relações pessoais com antigos camaradas que tenham saído para
a aviação civil? Se sim, como avalia o que conhece das suas experiências?
Sim. Umas escolhas (no seu nível pessoal) bastante positivas e compensativas.
4 - Alguma vez lhe foi oferecida uma oportunidade de emprego na aviação civil? Se sim,
por quem? [possíveis redes de recrutamento a partir dos já instalados na aviação civil]
Porque recusou essas oportunidades?
Sim, por uma empresa de instrução. Pensei devido às contrapartidas expostas
pela FAP para a minha saída.
5 – Como interpreta as saídas dos seus camaradas?
Cada um faz o que achar melhor para a sua vida pessoal/profissional os que
saíram não se sentirem de alguma forma satisfeitos com as condições, estilo de
vida, forma de trabalho que tinham na organização, tendo decidido sair.
6 - Qual deveria ter sido a postura da FAP para que os seus camaradas se mantivessem na
organização?
Será que seria viável para o resto da Organização, se a FAP se equiparasse à
aviação civil, no que respeita aos aviadores? Creio que não existe nada que a
FAP possa fazer.
Entrevistas
Pilotos Aviadores no activo
Os entrevistados são um major, um tenente-coronel e um coronel ainda no activo.
Por outro lado, pretende-se determinar, de forma inequívoca, os motivos que estiveram
na base da decisão de saída das fileiras da FAP, espelhando, sem pressões
organizacionais nem ambientais, e elencados na primeira pessoa, os motivos individuais
que levaram estes pilotos a abandonarem a FAP. Pertinente também inquirir quem
permaneceu na FAP e saber a sua opinião relativamente à saída dos camaradas para a
aviação civil.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Guião (pilotos que ficaram na FAP)
Se por um lado seria óbvio e lógico inquirir os pilotos na efectividade de serviço, por
outro lado, o enquadramento institucional envolvente poderia, de alguma forma,
condicionar as respostas ao “politicamente correcto”, apesar do natural anonimato
obrigatório em matérias tão sensíveis. Poderão ser entrevistados, um major, um tenente-
coronel e um coronel ainda no activo.
1 – Conte-me a sua história pela Força Aérea, o que é bom, o que é menos bom.
Sempre fui fascinado pela vida militar, e quando fiz 18 anos o serviço militar era
obrigatório, e não me decepcionou. Resolvi ingressar na pilotagem, era o meu
sonho voar. Com a vida militar aprendi a ser mais responsável, “cresci”, ser
mais seguro de mim mesmo, ganhei grandes amigos, a camaradagem e o espírito
de inter ajuda é muito importante. Claro que quando cheguei ao posto de major,
fui um pouco encostado e deixei de voar tanto como desejava. Mas não trocava
as experiências, o voo militar pelo voo civil.
2 – Explique-me a sua decisão de, ao contrário de muitos camaradas, permanecer na
FAP. É uma decisão definitiva? Alguma vez colocou seriamente a opção de sair e, se sim,
o que o fez optar por ficar? [razões afectivas vs instrumentais)
Claro que as regalias financeiras da aviação civil são muito aliciantes, mas quer
comparar pilotar um F-16 ou um avião civil. A sensação é única, completamente
diferente, é paixão, sabermos que somos ou podemos vir a ser úteis para a nossa
sociedade, que temos um papel muito importante a desempenhar apesar de estar
um pouco camuflado e as pessoas não terem noção disso.
3 - Mantém ou manteve relações pessoais com antigos camaradas que tenham saído para
a aviação civil? Se sim, como avalia o que conhece das suas experiências?
Sim, apesar de tudo, contínuo amiga dos meus ex – camaradas. A estabilidade
familiar pesou muito na decisão deles de saírem para a aviação civil, saberem
quanto tempo estão fora, para onde vão. E claro o ordenado, comparativamente
a um piloto militar é bastante superior. Por aquilo que tenho falado, nenhum
deles está arrependido de ter saído da Força Aérea. Como tudo na vida, são
opções que se tomam e temos que arcar com as responsabilidades e com o que
advém daí.
4 - Alguma vez lhe foi oferecida uma oportunidade de emprego na aviação civil? Se sim,
por quem? [possíveis redes de recrutamento a partir dos já instalados na aviação civil]
Porque recusou essas oportunidades?
Sim, claro que à sempre ex-camaradas que nos tentam aliciar. Mas como já disse
anteriormente não troco a paixão militar pela aviação civil.
5 – Como interpreta as saídas dos seus camaradas?
Consigo-os perceber, principalmente quando alguns deles quando entraram já
tinham como objectivo ingressar na aviação civil. Foi uma forma de não
pagarem pelo curso, que é muito caro lá fora, fizeram os tempos mínimos
obrigatórios de permanência no quadro permanente e saíram sem pagar
indemnização.
6 - Qual deveria ter sido a postura da FAP para que os seus camaradas se mantivessem na
organização?
Quando se vem com o espírito de abandonar a organização, dificilmente a FAP
pode fazer algo, porque o que motiva essas pessoas é o dinheiro que vão ganhar
na aviação civil. Quanto aos outros que saem por outros motivos, pode-se dar
mais valor e reconhecimento das funções que desempenham.
Entrevistas
Pilotos Aviadores no activo
Os entrevistados são um major, um tenente-coronel e um coronel ainda no activo.
Por outro lado, pretende-se determinar, de forma inequívoca, os motivos que estiveram
na base da decisão de saída das fileiras da FAP, espelhando, sem pressões
organizacionais nem ambientais, e elencados na primeira pessoa, os motivos individuais
que levaram estes pilotos a abandonarem a FAP. Pertinente também inquirir quem
permaneceu na FAP e saber a sua opinião relativamente à saída dos camaradas para a
aviação civil.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Guião (pilotos que ficaram na FAP)
Se por um lado seria óbvio e lógico inquirir os pilotos na efectividade de serviço, por
outro lado, o enquadramento institucional envolvente poderia, de alguma forma,
condicionar as respostas ao “politicamente correcto”, apesar do natural anonimato
obrigatório em matérias tão sensíveis. Poderão ser entrevistados, um major, um tenente-
coronel e um coronel ainda no activo.
1 – Conte-me a sua história pela Força Aérea, o que é bom, o que é menos bom.
O que considero menos bom é a instabilidade, hoje tanto podemos estar numa
unidade perto de casa, como amanhã irmos parar aos Açores. Denoto por vezes
que não existe da parte das chefias um reconhecimento dos nossos serviços, uma
preocupação com as nossas motivações. A parte boa é o espírito de
camaradagem, fazermos aquilo que gostamos que é voar.
2 – Explique-me a sua decisão de, ao contrário de muitos camaradas, permanecer na
FAP. É uma decisão definitiva? Alguma vez colocou seriamente a opção de sair e, se sim,
o que o fez optar por ficar? [razões afectivas vs instrumentais)
A opção de sair existe sempre e o que me faz manter na FAP é sentir que sou
reconhecido pelo trabalho que executo por parte dos meus subordinados e por
algumas chefias. No entanto coloco constantemente a questão se devo ou não sair
da FAP devido a questões motivacionais e não a questões financeiras, apesar de
reconhecer que um dos grandes aliciantes na aviação comercial é o dinheiro.
3 - Mantém ou manteve relações pessoais com antigos camaradas que tenham saído para
a aviação civil? Se sim, como avalia o que conhece das suas experiências?
Mantenho relações com alguns camaradas. Financeiramente dizem que é
aliciante, mas profissionalmente os voos são diferentes, pouco motivados. Mas a
presença de uma estabilidade familiar, saber quando vou e para onde durante um
determinado tempo é muito importante.
4 - Alguma vez lhe foi oferecida uma oportunidade de emprego na aviação civil? Se sim,
por quem? [possíveis redes de recrutamento a partir dos já instalados na aviação civil]
Porque recusou essas oportunidades?
Já me foi oferecida, por alguns camaradas que ingressaram na aviação civil e
tentam me aliciar, bem como por empresas de instrução, uma vez que já tenho
largas horas de voo em aviões bi-motores, é aliciante. Mas não troco a vida, a
paixão que sinto pela Força Aérea, apesar de agora como coronel as horas de
voo serem menores, uma vez que somos encostados à secretária a partir,
essencialmente, de Major.
5 – Como interpreta as saídas dos seus camaradas?
Acabo por os perceber, principalmente por aqueles que sentiram que o seu
trabalho na instituição não estava a ser reconhecido.
6 - Qual deveria ter sido a postura da FAP para que os seus camaradas se mantivessem na
organização?
Penso que é importante manter as pessoas motivadas, dar-lhes boas condições de
trabalho e reconhecimento pelo trabalho que fazem. Quando se vem para a Força
Aérea sabe-se para o que se vem, que o ordenado não é aumentado
independentemente das horas de voo, que somos promovidos a partir de “X”
tempo num determinado posto. Por isso a Força Aérea tem que motivar as
pessoas de outras formas.
Entrevistas
Ex – Pilotos Aviadores da Força Aérea Portuguesa
Entrevista a 3 capitães e 3 majores, deste universo, 3 que saíram antes de 2001 e
outros 3 que saíram após 2001, devido a alterações legislativas em 2001 que a Força
Aérea implementou na tentativa de reter mais pilotos na instituição.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Questionário aos Pilotos (questionário fechado)
1. Seleccione de entre as causas seguintes, a (s) que esteve/estiveram na base da sua saída
da FAP, atribuindo-lhe (s) o grau de importância que pesou na sua decisão, de acordo
com o seguinte critério:
1 2 3 4 5 6
Pouco importante Muito Importante
a) A instituição defraudou as minhas expectativas de carreira; 3
b) Os vencimentos são baixos para as funções desempenhadas, por comparação com a
vida civil; 5
c) A constante falta de recursos materiais de apoio; 3
d) As recomendações de quem está “no terreno” não têm eco; 5
e) Pressões políticas provocam deriva nas decisões das chefias; 6
f) Política de colocações; 3
g) Estabilidade familiar; 6
h) Assistência médica; 1
i) A sobrecarga de trabalho, provocada pela falta generalizada de pessoal; 5
j) Falta de reconhecimento/consideração pelas chefias; 6
k) Falta de reconhecimento/consideração pela sociedade civil; 2
l) Excesso de dias fora de casa em serviços, missões, alertas, destacamentos, “vida de
fim-de-semana”, etc. 4
m) A “secretária” não é uma aeronave aliciante; 6
n) Situação operacional/profissional desmotivante; 1
o) Outra_____________________________________________
2. Se todas as causas a que deu mais relevância (especificar: 4 a 6) tivessem sido
corrigidas em tempo útil, teria permanecido na FAP? (Assinale a opção com um círculo e
comente no caso de ser Não).
a) Sim X
b) Não
• Porquê?
Qualidade de vida melhor
3. Em sua opinião, qual o problema principal que leva à saída dos pilotos da FAP?
Estabilidade
4. Em sua opinião, qual a resolução para o problema?
5. Ficou triste com a Organização por ter de a abandonar?
Sim
Guião (aos pilotos que saíram da FAP)
A - (avaliação geral)
1 – Conte-me a história da sua passagem pela Força Aérea, o que foi bom, o que foi
menos bom.
Bons: missões de guerra operacionais, Menos Bom: Lidar com chefes
influenciados por políticas alheias à FAP.
B - (Ingresso e expectativas)
2 - Porque ingressou na FAP? Quais eram as suas expectativas à entrada?
Queria ser piloto militar. (OS MELHORES)!
C - (História da saída)
3 – Fale-me sobre a sua saída. Porque saiu e de que modo?
Saí porque estava cansado da FAP.
(a partir de quando se colocou seriamente a opção de sair, e quando tomou a decisão de
que definitivamente iria sair.)
Em 2006 e saí em 2007.
4 – Houve alguém que o influenciasse na sua decisão?
Nã.o
5 – Como interpreta a sua saída?
Foi uma saída muito cara.
6 – Acha que a instituição poderá ter defraudado as suas expectativas de carreira? Se sim,
de que forma?
Sim, de todas as formas.
7 - E as suas expectativas quanto ao interesse e motivação das funções? A partir de
quando sentiu essas expectativas defraudadas?
DESDE 2004
8 - Qual deveria ter sido a postura da FAP, relativamente à sua situação pessoal, para que
se tivesse mantido na organização?
RECONHECIMENTO PELO TRABAÇHP DOS PILOTOS DA FAP E NAO
PALMADINHAS NAS COSTAS.
D - (Ingresso na aviação civil)
9- Mantinha, ainda antes de ingressar na aviação civil, algumas relações com pilotos do
mercado de trabalho civil? Se sim; essas relações tiveram algum papel na decisão de sair?
SIM, NAO
10 - Quando saiu, já tinha uma oferta de emprego na aviação civil? Como obteve essa
oferta?
CONCORRI A TAP E ENTREI, PELO JORNAL
E - (sentimento de pertença à instituição)
11 - Teve alguma hesitação por motivos afectivos / sentimentos de perda (espírito de
pertença à FAP, perda de camaradagem, perda do sentimento de dever...]?
SIM, CAMARADAGEM E ESPIRIO DE MISSAO
12 - Sente hoje falta de alguma coisa relativamente a quando estava na FAP [sentimentos
de perda instrumentais vs afectivos / identitários]
SINTO A FALTA DE VOAR AVIOES A SERIO E CAMARADAGEM
13 - Em sua opinião, [situar: em geral, para além da sua experiência pessoal] qual o
problema principal que leva à saída dos pilotos da FAP?
DINHEIRO E ESTABILIDADE (HORARIO CERTO)
14 - Em sua opinião, qual seria a resolução para o problema?
MAIOR ORDENADO
15 – Que tipo de incentivos a instituição pode dar para estancar este problema?
INCENTIVOS MONETARIOIS E DE CARREIRA
Entrevistas
Ex – Pilotos Aviadores da Força Aérea Portuguesa
Entrevista a 3 capitães e 3 majores, deste universo, 3 que saíram antes de 2001 e
outros 3 que saíram após 2001, devido a alterações legislativas em 2001 que a Força
Aérea implementou na tentativa de reter mais pilotos na instituição.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Questionário aos Pilotos (questionário fechado)
1. Seleccione de entre as causas seguintes, a (s) que esteve/estiveram na base da sua saída
da FAP, atribuindo-lhe (s) o grau de importância que pesou na sua decisão, de acordo
com o seguinte critério:
1 2 3 4 5 6
Pouco importante Muito Importante
a) A instituição defraudou as minhas expectativas de carreira; 3
b) Os vencimentos são baixos para as funções desempenhadas, por comparação com a
vida civil; 5
c) A constante falta de recursos materiais de apoio; 5
d) As recomendações de quem está “no terreno” não têm eco; 3
e) Pressões políticas provocam deriva nas decisões das chefias; 4
f) Política de colocações; 3
g) Estabilidade familiar; 6
h) Assistência médica; 2
i) A sobrecarga de trabalho, provocada pela falta generalizada de pessoal; 5
j) Falta de reconhecimento/consideração pelas chefias; 6
k) Falta de reconhecimento/consideração pela sociedade civil; 4
l) Excesso de dias fora de casa em serviços, missões, alertas, destacamentos, “vida de
fim-de-semana”, etc. 4
m) A “secretária” não é uma aeronave aliciante; 6
n) Situação operacional/profissional desmotivante; 2
o) Outra_____________________________________________
2. Se todas as causas a que deu mais relevância (especificar: 4 a 6) tivessem sido
corrigidas em tempo útil, teria permanecido na FAP? (Assinale a opção com um círculo e
comente no caso de ser Não).
a) Sim x
b) Não
• Porquê?
Porque me dariam mais estabilidade para continuar na vida militar que é muito
mais aliciante.
3. Em sua opinião, qual o problema principal que leva à saída dos pilotos da FAP?
É a falta de estabilidade
4. Em sua opinião, qual a resolução para o problema?
Para além de melhores regalias financeiras, uma maior estabilidade no local de
trabalho, não estarmos sempre a rodar de unidade em unidade sem saber onde
vamos estar daqui a 5 anos por exemplo.
5. Ficou triste com a Organização por ter de a abandonar?
Não, foi uma opção minha. Achei que a instituição já não respondia aquilo que
eu pretendia para mim.
Guião (aos pilotos que saíram da FAP)
A - (avaliação geral)
1 – Conte-me a história da sua passagem pela Força Aérea, o que foi bom, o que foi
menos bom.
O espírito de camaradagem, as missões são uma mais valia, as experiências que
se adquirem. O menos bom, é o facto de quando chegamos a Major, praticamente
somos encostados e começamos a fazer funções administrativas. E quando
ingressamos é com a ideia de sermos pilotos e não técnicos administrativos.
B - (Ingresso e expectativas)
2 - Porque ingressou na FAP? Quais eram as suas expectativas à entrada?
Ingressei porque o meu pai era militar e sempre gostei dos valores e dos ideais
militares que o meu pai me transmitia.
C - (História da saída)
3 – Fale-me sobre a sua saída. Porque saiu e de que modo?
(a partir de quando se colocou seriamente a opção de sair, e quando tomou a decisão de
que definitivamente iria sair.)
Comecei a ficar cansado de o meu trabalho não ser reconhecido, e de começar a
fazer trabalho de secretaria, que não foi o motivo que me levou a ingressar na
Força Aérea. Aconselhei-me com camaradas meus que entretanto já tinham
saído, e cheguei à conclusão que estava na altura de sair também. Encontrava-
me pouco motivado para o trabalho.
4 – Houve alguém que o influenciasse na sua decisão?
Os meus ex – camaradas, sem dúvida. Coloquei no prato da balança os prós e os
contras desta decisão e achei que era a melhor atitude a fazer.
5 – Como interpreta a sua saída?
Já tinha feito os 8 anos obrigatórios de permanência no quadro, nesse aspecto foi
uma saída fácil. Mas o abandonar aquilo que eu conhecia, as pessoas com quem
trabalhava, as boas relações que se conseguem foi o que realmente me custou
mais.
6 – Acha que a instituição poderá ter defraudado as suas expectativas de carreira? Se sim,
de que forma?
Sim, tinha uma ideia relativamente às Forças Armadas que ao longo do tempo se
foi desvanecendo. Defraudou as minhas expectativas e por esse motivo resolvi
sair.
7 - E as suas expectativas quanto ao interesse e motivação das funções? A partir de
quando sentiu essas expectativas defraudadas?
A partir do posto de capitão, ao fim de algum tempo deixamos de voar tanto, as
funções deixam de ser desinteressantes. Ainda ponderei ficar ou não, mas depois
decidi definitivamente abandonar a Força Aérea.
8 - Qual deveria ter sido a postura da FAP, relativamente à sua situação pessoal, para que
se tivesse mantido na organização?
Reconhecer o trabalho e boas condições, não existir tantas políticas no interior
das Forças Armadas e colocações consoante a política das direcções.
D - (Ingresso na aviação civil)
9- Mantinha, ainda antes de ingressar na aviação civil, algumas relações com pilotos do
mercado de trabalho civil? Se sim; essas relações tiveram algum papel na decisão de sair?
Sim, com camaradas/amigos meus que saíram ainda em capitão. Conversei com
eles e claro que a opinião deles ponderou bastante na minha decisão.
10 - Quando saiu, já tinha uma oferta de emprego na aviação civil? Como obteve essa
oferta?
Sim, claro. Resolvi sair após a confirmação. Essa oferta foi através de amigos
que já trabalhavam nessa companhia aérea. Candidatei-me e consegui.
E - (sentimento de pertença à instituição)
11 - Teve alguma hesitação por motivos afectivos / sentimentos de perda (espírito de
pertença à FAP, perda de camaradagem, perda do sentimento de dever...]?
A camaradagem, os amigos, as missões que são completamente distintas.
12 - Sente hoje falta de alguma coisa relativamente a quando estava na FAP [sentimentos
de perda instrumentais vs afectivos / identitários]
A falta de pilotar aviões militares, é diferente. A adrenalina, os objectivos dessas
missões, os convívios.
13 - Em sua opinião, [situar: em geral, para além da sua experiência pessoal] qual o
problema principal que leva à saída dos pilotos da FAP?
O horário certo, conseguirmos ter uma estabilidade, isto é, conseguir combinar
algo e sabermos que não vão acontecer situações inopinadas que vão alterar.
14 - Em sua opinião, qual seria a resolução para o problema?
Maiores recompensas monetárias ajudavam.
15 – Que tipo de incentivos a instituição pode dar para estancar este problema?
Para além dos incentivos monetários, os incentivos de carreira também. Haver
uma progressão diferente. Aproveitarem as mais valias e a experiência dos
pilotos para darem melhor formação aos mais novos, ou ocuparem os lugares de
comandantes de esquadras que têm falta de pessoal, por exemplo. E porquê,
porque colocam os majores que deviam lá estar em trabalhos de secretaria e
estes desmotivam-se e saem.
Entrevistas
Ex – Pilotos Aviadores da Força Aérea Portuguesa
Entrevista a 3 capitães e 3 majores, deste universo, 3 que saíram antes de 2001 e
outros 3 que saíram após 2001, devido a alterações legislativas em 2001 que a Força
Aérea implementou na tentativa de reter mais pilotos na instituição.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Questionário aos Pilotos (questionário fechado)
1. Seleccione de entre as causas seguintes, a (s) que esteve/estiveram na base da sua saída
da FAP, atribuindo-lhe (s) o grau de importância que pesou na sua decisão, de acordo
com o seguinte critério:
1 2 3 4 5 6
Pouco importante Muito Importante
a) A instituição defraudou as minhas expectativas de carreira;5
b) Os vencimentos são baixos para as funções desempenhadas, por comparação com a
vida civil;5
c) A constante falta de recursos materiais de apoio;5
d) As recomendações de quem está “no terreno” não têm eco;4
e) Pressões políticas provocam deriva nas decisões das chefias;4
f) Política de colocações;5
g) Estabilidade familiar;6
h) Assistência médica;2
i) A sobrecarga de trabalho, provocada pela falta generalizada de pessoal;4
j) Falta de reconhecimento/consideração pelas chefias;5
k) Falta de reconhecimento/consideração pela sociedade civil;3
l) Excesso de dias fora de casa em serviços, missões, alertas, destacamentos, “vida de
fim-de-semana”, etc.5
m) A “secretária” não é uma aeronave aliciante;6
n) Situação operacional/profissional desmotivante;4
o) Outra_____________________________________________
2. Se todas as causas a que deu mais relevância (especificar: 4 a 6) tivessem sido
corrigidas em tempo útil, teria permanecido na FAP? (Assinale a opção com um círculo e
comente no caso de ser Não).
a) Sim
b) Não X
• Porquê?
A minha ideia quando ingressei na Força Aérea, foi só conseguir obter o brevet e
depois ingressar na aviação civil.
3. Em sua opinião, qual o problema principal que leva à saída dos pilotos da FAP?
O facto de se assemelhar cada vez mais a uma outra instituição, aceita cada vez
mais as pressões políticas existentes, e tal não deveria acontecer. Depois, os
chefes não reconhecem o trabalho dos seus subordinados, ainda são/eram da velha
guarda, mandam fazer e tem que se fazer, e sem questionar. E cada vez mais as
pessoas têm mais conhecimentos, qualificações e apercebem-se de certas
situações e questionam-se.
4. Em sua opinião, qual a resolução para o problema?
Acho que a Força Aérea devia parar para pensar e ver que realmente alguma
coisa está mal e que faz com que os pilotos abandonem as fileiras. Realmente
não sei como estão as saídas actualmente, mas com a nova lei de 2001 as saídas
foram reduzindo, mas não foi motivo suficiente. Por isso algo não está bem.
5. Ficou triste com a Organização por ter de a abandonar?
Não, já tinha essa ideia antes de ingressar.
Guião (aos pilotos que saíram da FAP)
A - (avaliação geral)
1 – Conte-me a história da sua passagem pela Força Aérea, o que foi bom, o que foi
menos bom.
Na Força Aérea tem de bom a camaradagem, os amigos que se ganham, as
experiências diferentes que não temos numa outra profissão. Menos bom, acho
que não se recebe para as responsabilidades e para as funções que
desempenhamos. Fora a existência de uma instabilidade do local de trabalho.
B - (Ingresso e expectativas)
2 - Porque ingressou na FAP? Quais eram as suas expectativas à entrada?
Ingressei na FAP, 1º porque na altura o serviço militar era obrigatório, e depois
achei que podia aproveitar e tirar o curso de piloto que saia mais barato e depois
reingressar na vida civil. Aproveitei o facto de antes de 2001 poder permanecer
na Força Aérea e tirar uma licença para eleições que na realidade me permitia
trabalhar cá fora. Mas a uma dada altura começou a ser incompatível e então
resolvi deixar a Força Aérea.
C - (História da saída)
3 – Fale-me sobre a sua saída. Porque saiu e de que modo?
(a partir de quando se colocou seriamente a opção de sair, e quando tomou a decisão de
que definitivamente iria sair.)
Quando se tornou incompatível conciliar a vida militar com a vida civil, resolvi
colocar um ponto final. Decidi abandonar definitivamente a FAP. Tinha maior
estabilidade com a aviação civil, e ganhava bem mais. Claro, foi numa altura de
boom na aviação civil, era mais fácil naquela altura ingressar do que agora.
Hoje há mais concorrência, e o número de candidatos é maior que os números
das vagas. A instabilidade na aviação civil, com a crise financeira que se
instalou este ano, dificulta a tomada de decisão de um piloto da FAP, que neste
momento tem um emprego estável e garantido para o resto da vida, enquanto na
aviação civil não é um emprego estável e permanente. Existe várias vantagens,
e uma delas é podermos voar até mais tarde. Enquanto na FAP aos 38 anos,
quando não mais cedo somos encostados e fazemos trabalho de secretaria,
ao passo que no mercado civil voamos muito mais horas e até bem mais tarde.
4 – Houve alguém que o influenciasse na sua decisão?
Existe sempre alguém que influencia as nossas decisões. No meu caso, como eu
queria sair da Força Aérea ao fim de um determinado tempo, não houve ninguém
em particular que influenciasse a minha decisão.
5 – Como interpreta a sua saída?
Foi uma saída pacífica, e sem grandes chatices e sem grandes indemnizações,
uma vez que sai após o tempo obrigatório de permanência no QP, os oito anos.
E ainda beneficiei da lei em que permitia ingressarmos na vida eleitoral,
independentemente de sermos eleitos ou não.
6 – Acha que a instituição poderá ter defraudado as suas expectativas de carreira? Se sim,
de que forma?
Não
7 - E as suas expectativas quanto ao interesse e motivação das funções? A partir de
quando sentiu essas expectativas defraudadas?
8 - Qual deveria ter sido a postura da FAP, relativamente à sua situação pessoal, para que
se tivesse mantido na organização?
Acho que a FAP tem que adoptar outra postura, por vezes não aproveita as mais
valias do seu pessoal. Não se preocupa com as suas motivações, com os seus
interesses, relativamente às colocações do pessoal, podia ter mais preocupações
relativamente ao conhecimentos dos seus recursos humanos, e aproveitar as suas
qualificações.
D - (Ingresso na aviação civil)
9- Mantinha, ainda antes de ingressar na aviação civil, algumas relações com pilotos do
mercado de trabalho civil? Se sim; essas relações tiveram algum papel na decisão de sair?
Sim, alguns camaradas de curso saíram primeiro que eu. Eu já tinha ideias de
sair, não saído antes porque ainda não tinha qualificações numa das aeronaves
militar que me permitiam depois pilotar um avião civil. Por isso demorei mais
tempo a sair, comparativamente a alguns camaradas do meu curso.
10 - Quando saiu, já tinha uma oferta de emprego na aviação civil? Como obteve essa
oferta?
Sim, falei com camaradas se tinham conhecimento de algo, quando disseram que
sim, concorri e consegui entrar.
E - (sentimento de pertença à instituição)
11 - Teve alguma hesitação por motivos afectivos / sentimentos de perda (espírito de
pertença à FAP, perda de camaradagem, perda do sentimento de dever...]?
Não
12 - Sente hoje falta de alguma coisa relativamente a quando estava na FAP [sentimentos
de perda instrumentais vs afectivos / identitários]
Não
13 - Em sua opinião, [situar: em geral, para além da sua experiência pessoal] qual o
problema principal que leva à saída dos pilotos da FAP?
Realmente não sei, talvez a estabilidade e o ordenado ser maior.
14 - Em sua opinião, qual seria a resolução para o problema?
Maior ordenado. Acho que resolveria um pouco essa situação.
15 – Que tipo de incentivos a instituição pode dar para estancar este problema?
Penso que incentivos na carreira também são importantes. Podermos voar até
mais tarde e não ficarmos estagnados aos 38 anos de idade.
Entrevistas
Ex – Pilotos Aviadores da Força Aérea Portuguesa
Entrevista a 3 capitães e 3 majores, deste universo, 3 que saíram antes de 2001 e
outros 3 que saíram após 2001, devido a alterações legislativas em 2001 que a Força
Aérea implementou na tentativa de reter mais pilotos na instituição.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Questionário aos Pilotos (questionário fechado)
1. Seleccione de entre as causas seguintes, a (s) que esteve/estiveram na base da sua saída
da FAP, atribuindo-lhe (s) o grau de importância que pesou na sua decisão, de acordo
com o seguinte critério:
1 2 3 4 5 6
Pouco importante Muito Importante
a) A instituição defraudou as minhas expectativas de carreira; 5
b) Os vencimentos são baixos para as funções desempenhadas, por comparação com a
vida civil; 5
c) A constante falta de recursos materiais de apoio; 5
d) As recomendações de quem está “no terreno” não têm eco; 4
e) Pressões políticas provocam deriva nas decisões das chefias; 4
f) Política de colocações; 5
g) Estabilidade familiar; 6
h) Assistência médica; 2
i) A sobrecarga de trabalho, provocada pela falta generalizada de pessoal; 5
j) Falta de reconhecimento/consideração pelas chefias; 5
k) Falta de reconhecimento/consideração pela sociedade civil; 4
l) Excesso de dias fora de casa em serviços, missões, alertas, destacamentos, “vida de
fim-de-semana”, etc. 5
m) A “secretária” não é uma aeronave aliciante; 6
n) Situação operacional/profissional desmotivante; 5
o) Outra_____________________________________________
2. Se todas as causas a que deu mais relevância (especificar: 4 a 6) tivessem sido
corrigidas em tempo útil, teria permanecido na FAP? (Assinale a opção com um círculo e
comente no caso de ser Não).
a) Sim X
b) Não
• Porquê?
Gostava da Força Aérea, mas para mim a estabilidade profissional e familiar era
muito mais importante. Ponderei e ao fim de algum tempo achei que era melhor
sair, enquanto tinha idade para ser aceite na aviação civil.
3. Em sua opinião, qual o problema principal que leva à saída dos pilotos da FAP?
Para além de questões monetárias, o excesso de dias fora de casa em serviços,
missões, alertas, destacamentos, a falta de reconhecimento/consideração por
parte das chefias, a política de colocações, são tudo factores instáveis que leva
um piloto militar ponderar se vale ou não a pena continuar na Força Aérea.
4. Em sua opinião, qual a resolução para o problema?
Estabilidade e reconhecimento
5. Ficou triste com a Organização por ter de a abandonar?
Fiquei um pouco, acho que podia mudar um pouco a sua forma de agir e assim
evitar tantas saídas.
Guião (aos pilotos que saíram da FAP)
A - (avaliação geral)
1 – Conte-me a história da sua passagem pela Força Aérea, o que foi bom, o que foi
menos bom.
Gostei muito do período em que estive na Força Aérea, grandes amigos,
aventuras, pilotar um helicóptero é único, principalmente quando está em jogo
missões muito importantes. Para além de disso, o convívio. Tenho de frisar que o
menos bom são as politicas de colocação, quando existe jogos de interesses e
quando somos voluntários não somos colocados no sítio que queremos e somos
por vezes obrigados a desempenhar funções pouco desmotivantes.
B - (Ingresso e expectativas)
2 - Porque ingressou na FAP? Quais eram as suas expectativas à entrada?
Após o serviço militar obrigatório resolvi ingressar na Força Aérea. Tinha
grandes expectativas, os grandes valores morais, sociais, uma profissão com
valores nobres e de ajuda para com os outros, que por vezes é esquecido pela
sociedade.
C - (História da saída)
3 – Fale-me sobre a sua saída. Porque saiu e de que modo? (a partir de quando se colocou
seriamente a opção de sair, e quando tomou a decisão de que definitivamente iria sair.)
Custou-me sair da FAP, mas tinha que optar por continuar a voar e fazer uma
coisa que gostava ou fazer então trabalho administrativo que não me fascinava
em nada. Aproveitei a legislação que nos permitia ingressar na vida política e e
starmos na reserva e mantermos ainda ligação com a FAP. Assim deu para c
onstatar se seria boa opção optar pela vida civil ou não, se seria fácil a
integração. Mas custou-me perder o que já tinha, a vida segura por uma
incerteza que por vezes não sabemos se são as melhores opções que tomamos.
4 – Houve alguém que o influenciasse na sua decisão?
Mais ou menos, falei com camaradas para saber se estavam arrependidos ou não
da decisão que tomaram e para me auxiliar na minha decisão.
5 – Como interpreta a sua saída?
Foi um pouco complicada, a nível emocional principalmente, gostava muito do
que fazia e da vida militar. Deixar camaradas e ingressar numa vida nova e
desconhecida, foi complicado. Para além do apontar de dedos do pessoal da
Força Aérea e que perante a minha atitude resolveram deixar de me falar.
6 – Acha que a instituição poderá ter defraudado as suas expectativas de carreira? Se sim,
de que forma?
Sim, não valorizam o trabalho, as promoções, independentemente de sermos
competentes ou não somos promovidos por antiguidade, não adianta terminar o
curso em primeiro ou em quarto lugar. Tornasse desmotivante trabalhar nestas
condições.
7 - E as suas expectativas quanto ao interesse e motivação das funções? A partir de
quando sentiu essas expectativas defraudadas?
A partir de capitão, inícios de major. Praticamente somos encostados, e voamos
menos. Demoramos 7 anos a tirar o curso para depois voarmos dez anos
incessantemente, para depois passarmos a ter funções de chefia e sem voar, ou
voar pouco. E essencialmente o que me fez vir para a Força Aérea, foi poder
voar.
8 - Qual deveria ter sido a postura da FAP, relativamente à sua situação pessoal, para que
se tivesse mantido na organização?
Reconhecimento do trabalho
D - (Ingresso na aviação civil)
9- Mantinha, ainda antes de ingressar na aviação civil, algumas relações com pilotos do
mercado de trabalho civil? Se sim; essas relações tiveram algum papel na decisão de sair?
10 - Quando saiu, já tinha uma oferta de emprego na aviação civil? Como obteve essa
oferta?
Sai apenas depois de ter garantias. Concorri através de uma oferta na Internet de
uma empresa da aviação civil.
E - (sentimento de pertença à instituição)
11 - Teve alguma hesitação por motivos afectivos / sentimentos de perda (espírito de
pertença à FAP, perda de camaradagem, perda do sentimento de dever...]?
Sim, a missão, as nossas funções da aviação civil são diferentes. Existe uma
união muito forte na Força Aérea, uma inter ajuda muito importante que nos
ajudam nos momentos mais difíceis a ultrapassar determinados obstáculos.
12 - Sente hoje falta de alguma coisa relativamente a quando estava na FAP [sentimentos
de perda instrumentais vs afectivos / identitários]
Sim, claro que cá fora pagam mais, mas identificava-me mais com a vida militar.
13 - Em sua opinião, [situar: em geral, para além da sua experiência pessoal] qual o
problema principal que leva à saída dos pilotos da FAP?
A sensação de falta de objectivo comum na FAP leva a uma postura reactiva, por
parte da Organização, as pressões políticas provocam deriva nas decisões das
chefias, e o reconhecimento/consideração pela sociedade civil. Não existe uma
ligação forte com esta, principalmente desde que o serviço militar deixou de ser
brigatório. Os vencimentos são baixos para as funções desempenhadas por
mparação com a vida civil
14 - Em sua opinião, qual seria a resolução para o problema?
Penso que a constituição de um grupo multidisciplinar permanente, com o
objectivo de estudar aprofundadamente o problema, construindo e mantendo
actualizada uma base de dados com as reais vontades, desejos e necessidades dos
pilotos da FAP, em termos de carreira, colocações e anseios. A contribuição do
CPSIFA nesta área torna-se, por isso indispensável, com a natural colaboração
da DPA e do COFA, para o adequado planeamento. O estudo deverá ser
conduzido individualmente e pessoalmente, a fim de auscultar as motivações ou
desmotivações de cada um, e ser acompanhado, em permanência, por subgrupos
de trabalho, nomeados e colocados nas diversas Unidades da FAP.
15 – Que tipo de incentivos a instituição pode dar para estancar este problema?
Acho que era bom as chefias desenvolverem actividades específicas no sentido de
promover o prestígio social dos pilotos, nos planos interno e externo à
organização, que enalteçam em público os feitos conseguidos pelos pilotos da
FAP, nas mais diversas circunstâncias e missões, ainda que sejam coisas banais
do dia-a-dia, mas que representam exemplo a seguir, seja na comunicação social
(não serve só para relembrar a opinião pública que abriu mais um concurso para
a TAP!) seja pela atribuição do louvor ou qualquer outra forma de
reconhecimento público que mostre o resultado do empenho dos pilotos no
cumprimento da missão.
Contudo, todo este trabalho de nada servirá se não se optar por um caminho bem
determinado para a Organização em que se defina, com exactidão, o que se quer
da FAP para o futuro, fazendo saber a todas as pessoas envolvidas, qual o seu
papel e o que delas se espera, reduzindo ou mesmo anulando a ideia geral de que
a FAP reage em vez de agir.
Para este factor convém, ainda, estabelecer uma política de colocações
transparente e, na medida do possível e enquadrado no resultado continuado do
grupo de trabalho proposto anteriormente, com um prazo útil de vários anos,
possibilitando o atempado planeamento pessoal e organizacional.
Um factor que contribui, não só para a falta de pilotos mas também para a forma
de reagir da Organização é que, muito provavelmente, existem frotas e missões a
mais para a dimensão do país onde se insere a FAP, com a natural dispersão de
recursos humanos que tal acarreta. Uma das opções possíveis seria, a título de
exemplo, acabar com a instrução básica e elementar, recorrendo ao outsourcing
nesta área, mantendo apenas a capacidade de conversão operacional. Não sendo
esta, naturalmente, a única alternativa, permitiria recuperar pilotos para outras
áreas operacionais críticas.
Uma outra possibilidade para reduzir a falta de pilotos, passa pela qualificação
das tripulações em mais do que uma aeronave, a exemplo do que se faz em outras
Forças Aéreas como, por exemplo, na Suíça, com resultados muito positivos.
Poder-se-ia qualificar tripulações em C-130 e P-3, em Alpha-Jet e Epsilon, em
EH-101 e AL-III, etc.
Outra vertente de actuação passa pela criação de carreiras horizontais que
permitissem a continuação da actividade de voo, por oposição à carreira de
chefia. Em simultâneo, reactivar o quadro PIL e incentivar os pilotos RC a
permanecer na FAP retomando, assim, o papel que em tempos lhes esteve
atribuído de continuidade nas Esquadras de voo, permitindo ainda poupar o
montante equivalente aos custos de formação de novos pilotos.
Os cerca de dois anos gastos em cursos e serviços, que representam 20% do tempo não
aproveitado no emprego operacional, devem ser alvo de análise profunda. Sugere-se a
diluição de todos os cursos e refrescamentos previstos ao longo da carreira de um piloto,
em períodos de tempo, não superiores a um mês por ano, de forma a reduzir o impacto
operacional ainda mais que, no caso dos PILAV, a formação académica é bastante
completa e abrangente conduzindo, neste momento, ao grau de mestre, os alunos que
terminam, com sucesso, o curso PILAER na AFA. Em simultâneo, rever todo o sistema de
serviços de escala, referidos no decorrer deste trabalho. Pode-se assim dizer que, o
problema é bastante mais complexo do que se possa inicialmente supor não sendo,
necessariamente, o problema económico a principal motivação (ou desmotivação) que
leva os pilotos a abandonarem a FAP, mas antes um conjunto de causas internas que
necessitam de urgente atenção, revestida de grande abertura, por forma a levar a cabo
transformações indispensáveis à sobrevivência da própria Instituição Força Aérea.
Entrevistas
Pessoal da Organização
Pretende-se determinar, de forma inequívoca, os motivos que estiveram na base da
decisão de saída das fileiras da FAP, espelhando, sem pressões organizacionais nem
ambientais, e elencados na primeira pessoa, os motivos individuais que levaram estes
pilotos a abandonarem a FAP e, para isso, também é pertinente entrevistar pessoal na
Organização e que não seja Piloto Aviador, de forma a obter um cruzamento de
informações.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Guião (informadores dentro da organização)
A inexistência de progressão na carreira por mérito mas sim por antiguidade, pode ser um
factor desmotivante para os indivíduos mais dinâmicos. Será que os que ficam são os que
são fiéis à organização, e nesse sentido a organização não vê interesse em alterar as
políticas instituídas de forma a colmatar as saídas dos pilotos para o mercado civil. Pode
existir uma associação entre a antiguidade e a fidelidade. A Força Aérea apenas alterou o
tempo de permanência no quadro da instituição, de oito para doze anos, para os pilotos
que terminaram o curso pós Setembro de 2007. Se não fosse um problema as saídas, não
tinham aumentado o tempo de obrigatoriedade de permanência no Quadro Permanente.
O enquadramento institucional envolvente pode, de alguma forma, condicionar as
respostas ao “politicamente correcto”, apesar de existir um natural anonimato obrigatório
em matérias tão sensíveis.
1 – Que parecer tem da organização relativamente a este assunto?
Creio que a Organização, dada a sua natureza militar, tem actuado na medida
das suas possibilidades para a retenção dos seus pilotos, nomeadamente através do
aumento do tempo obrigatório de permanência no quadro da Instituição. Penso
que não haverá muito mais a ser feito, se considerarmos que os pilotos são
também eles militares, devendo ser tratados em pé de igualdade com os restantes
camaradas.
2 – O que é que acha que a organização deveria ter feito ou fazer para estancar estas
saídas?
Creio que a questão não reside naquilo que a Organização deve ou não fazer,
mas antes na atitude e motivação (ou falta dela) dos indivíduos que saem para a
aviação civil.
3- A única alteração que se verificou nos últimos tempos foi a Lei de Setembro de 2007,
em que o tempo de permanência no quadro permanente para um piloto passa de oito para
doze anos, sem ter que pagar indemnização. Como avaliam esta política?
Creio que o tempo deveria ser ainda mais dilatado.
4 – São os indivíduos mais pegados à Força Aérea que acabam por chegar a major, mas
porque é que mesmo assim saem tantos majores?
Desconheço as razões, contudo, arrisco que seja por questões retributivas.
5 – Será que existem vantagens em valorizar especialmente a antiguidade
Esta questão de fundo deverá ser analisada no conjunto das Forças Armadas.
Creio que faria sentido a progressão na carreira com base no mérito.
6 – Diz-se que no mercado civil é sempre melhor em termos de remuneração; concorda?
Não tenho conhecimento dessa situação, pressuponho que seja uma realidade.
7 - Acha que poderá haver valores afectivos maiores dentro da FAP, uma identificação à
Organização, que poderá fazer os pilotos ficar? Se sim, porquê a uns e não a outros?
Do meu ponto de vista, uma vez militar do Quadro Permanente, para sempre
militar. Esta atitude deveria ser regra e não uma excepção, se não esquecermos o
significado do Juramento de Bandeira.
8 – Acha que a segurança de emprego da Força Aérea em comparação com o mercado
civil poderá vir a ser um factor que leve os pilotos ponderarem a ficar na Organização?
Creio que esse factor não se aplica à profissão em causa dada a sua
especificidade.
Entrevistas
Pessoal da Organização
Pretende-se determinar, de forma inequívoca, os motivos que estiveram na base da
decisão de saída das fileiras da FAP, espelhando, sem pressões organizacionais nem
ambientais, e elencados na primeira pessoa, os motivos individuais que levaram estes
pilotos a abandonarem a FAP e, para isso, também é pertinente entrevistar pessoal na
Organização e que não seja Piloto Aviador, de forma a obter um cruzamento de
informações.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Guião (informadores dentro da organização)
A inexistência de progressão na carreira por mérito mas sim por antiguidade, pode ser um
factor desmotivante para os indivíduos mais dinâmicos. Será que os que ficam são os que
são fiéis à organização, e nesse sentido a organização não vê interesse em alterar as
políticas instituídas de forma a colmatar as saídas dos pilotos para o mercado civil. Pode
existir uma associação entre a antiguidade e a fidelidade. A Força Aérea apenas alterou o
tempo de permanência no quadro da instituição, de oito para doze anos, para os pilotos
que terminaram o curso pós Setembro de 2007. Se não fosse um problema as saídas, não
tinham aumentado o tempo de obrigatoriedade de permanência no Quadro Permanente.
O enquadramento institucional envolvente pode, de alguma forma, condicionar as
respostas ao “politicamente correcto”, apesar de existir um natural anonimato obrigatório
em matérias tão sensíveis.
1 – Que parecer tem da organização relativamente a este assunto?
A Instituição militar desde à bastante tempo que se debate com a questão da
saída dos pilotos da aeronáutica militar. É bem certo que o estado não pode, nem deve,
estar sujeito ao pagamento de cursos de formação de pilotagem que envolvem
verbas altíssimas, para que num curto prazo estes mesmos pilotos enveredem pela
carreira da aviação civil. No entanto, a Organização militar, como qualquer
outra Instituição, não pode (e não deve) ser compelida a andar a duas velocidades, ou
seja, a carreira dos pilotos, e a carreira dos outros. Este factor cria
desmotivações no seio da Instituição, com especialidades a serem preteridas em
detrimento de outras (veja-se a titulo de exemplo a progressão de carreira).
2 – O que é que acha que a organização deveria ter feito ou fazer para estancar estas
saídas?
Muito se tem falado ultimamente na atribuição de subsídios extraordinários aos
pilotos militares, como forma de equiparar os seus vencimentos à realidade civil.
No entanto, não me parece que essa seja a forma correcta porque se não
vejamos: os técnicos de manutenção me material aéreo verem os seus
vencimentos equiparados aos que são pagos pelas OGMA ou pela
Groundforce? Os técnicos de electrónica terão vencimentos equiparados aos
pagos pelas multinacionais deste ramo? A carreira de oficial técnico terá os seus
vencimentos equiparados às de técnico superior de 1ª categoria? Para todos, a
resposta é não.
Outra vertente poderia passar pela criação (reactivação) do QP de Pilotos
milicianos, com projecção de carreira até ao posto de Coronel. A
obrigatoriedade de estes militares serem portadores do grau de licenciado
garante elevados conhecimentos científicos, complementados com 2 anos de
formação em aeronáutica.
3- A única alteração que se verificou nos últimos tempos foi a Lei de Setembro de 2007,
em que o tempo de permanência no quadro permanente para um piloto passa de oito para
doze anos, sem ter que pagar indemnização. Como avaliam esta política?
Torna-se mais justo que o militar que pretenda abandonar as fileiras seja
compelido a indemnizar o Estado pelas despesas inerentes à sua formação. No
entanto, um piloto com 12 anos de carreira continua a ser um jovem (andará na
casa dos 35 anos), idade e experiência suficiente para alcançar a categoria de
piloto comandante na aviação civil. Assim, penso que 12 anos ainda é pouco
tempo.
4 – São os indivíduos mais pegados à Força Aérea que acabam por chegar a major, mas
porque é que mesmo assim saem tantos majores?
Provavelmente porque é nesta faixa etária que atingem a maturidade enquanto
piloto e a idade para piloto comandante na aviação civil.
5 – Será que existem vantagens em valorizar especialmente a antiguidade?
Acima de tudo, existe uma grande vantagem. Torna-se mais claro o critério de
progressão de carreira, não gerando ambiguidades de avaliações ou de
prestação de serviço. No entanto, dilui-se por completo o conceito de
meritocracia.
6 – Diz-se que no mercado civil é sempre melhor em termos de remuneração; concorda?
No caso dos pilotos, sem duvida.
7 - Acha que poderá haver valores afectivos maiores dentro da FAP, uma identificação à
Organização, que poderá fazer os pilotos ficar? Se sim, porquê a uns e não a outros?
Cabe ao militar criar os seus próprios valores afectivos com as Forças Armadas
e a Pátria, e não o contrário. A carreira de piloto, como qualquer outra, deve
pautar-se pelo serviço à Nação com o prejuízo da própria vida pessoal e familiar.
E alem disso, como seria criar novos valores afectivos aos pilotos, não
comportando os restantes militares?
8 – Acha que a segurança de emprego da Força Aérea em comparação com o mercado
civil poderá vir a ser um factor que leve os pilotos ponderarem a ficar na Organização?
Neste momento ainda não, mas a médio prazo sim. Acima de tudo, existe uma
grande vantagem. Torna-se mais claro o critério de progressão de carreira, não
gerando ambiguidades de avaliações ou de prestação de serviço. No entanto,
dilui-se por completo o conceito de meritocracia.
Entrevistas
Pessoal da Organização
Pretende-se determinar, de forma inequívoca, os motivos que estiveram na base da
decisão de saída das fileiras da FAP, espelhando, sem pressões organizacionais nem
ambientais, e elencados na primeira pessoa, os motivos individuais que levaram estes
pilotos a abandonarem a FAP e, para isso, também é pertinente entrevistar pessoal na
Organização e que não seja Piloto Aviador, de forma a obter um cruzamento de
informações.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Guião (informadores dentro da organização)
A inexistência de progressão na carreira por mérito mas sim por antiguidade, pode ser um
factor desmotivante para os indivíduos mais dinâmicos. Será que os que ficam são os que
são fiéis à organização, e nesse sentido a organização não vê interesse em alterar as
políticas instituídas de forma a colmatar as saídas dos pilotos para o mercado civil. Pode
existir uma associação entre a antiguidade e a fidelidade. A Força Aérea apenas alterou o
tempo de permanência no quadro da instituição, de oito para doze anos, para os pilotos
que terminaram o curso pós Setembro de 2007. Se não fosse um problema as saídas, não
tinham aumentado o tempo de obrigatoriedade de permanência no Quadro Permanente.
O enquadramento institucional envolvente pode, de alguma forma, condicionar as
respostas ao “politicamente correcto”, apesar de existir um natural anonimato obrigatório
em matérias tão sensíveis.
1 – Que parecer tem da organização relativamente a este assunto?
A organização quanto a este assunto não me parece estar muito preocupada,
pois em vez de alterarem o tempo mínimo de permanência de 8 para 12 anos
devia mesmo acabar com essa opção. Formava os pilotos e apenas saiam no fim
de carreira.
2 – O que é que acha que a organização deveria ter feito ou fazer para estancar estas
saídas?
No meu ponto de vista a organização não devia os deixar sair. É um absurdo as
despesas em que o curso fica para depois alguns dos pilotos virem para aviação
civil só porque o vencimento é muito superior.
3- A única alteração que se verificou nos últimos tempos foi a Lei de Setembro de 2007,
em que o tempo de permanência no quadro permanente para um piloto passa de oito para
doze anos, sem ter que pagar indemnização. Como avaliam esta política?
É uma política incorrecta, pois é esta organização que suporta todos os custos de
formação e se tem essa hipótese de sair ao menos que pagassem uma
indemnização.
4 – São os indivíduos mais pegados à Força Aérea que acabam por chegar a major, mas
porque é que mesmo assim saem tantos majores?
Porque na aviação civil têm outro estatuto, tanto de experiência, como de idade e
acabam por lá estar pouco tempo e acabam por se reformar cedo, o que não
acontece dentro desta Organização.
5 – Será que existem vantagens em valorizar especialmente a antiguidade?
Relativamente a valorizar antiguidade não vejo qualquer vantagem .
6 – Diz-se que no mercado civil é sempre melhor em termos de remuneração; concorda?
Concordo, a remuneração no mercado civil é bastante superior á remuneração
desta Organização. Por exemplo: um co-piloto civil em inicio de carreira recebe
um vencimento igual a um Major. Por aí podem ver a frustração que não é! Daí os
pilotos acabarem o curso e tentarem aguentar-se os 12 anos para dar o salto para
a vida civil onde voam mais, têm ordenados bastante superiores e o curso foi dado
basicamente.
7 - Acha que poderá haver valores afectivos maiores dentro da FAP, uma identificação à
Organização, que poderá fazer os pilotos ficar? Se sim, porquê a uns e não a outros?
Não vejo nada que esta Organização possa fazer para os pilotos ficarem a não ser
os que gostam mesmo da vida militar e têm amor à camisola.
8 – Acha que a segurança de emprego da Força Aérea em comparação com o mercado
civil poderá vir a ser um factor que leve os pilotos ponderarem a ficar na Organização?
Não, pois com a experiência e com as poucas/muitas horas de voo com que saiam
desta Organização é o suficiente para ingressar no mercado civil e claro tem outro
tipo de vantagens por terem sido militares e arriscam.
Entrevistas
Pessoal da Organização
Pretende-se determinar, de forma inequívoca, os motivos que estiveram na base da
decisão de saída das fileiras da FAP, espelhando, sem pressões organizacionais nem
ambientais, e elencados na primeira pessoa, os motivos individuais que levaram estes
pilotos a abandonarem a FAP e, para isso, também é pertinente entrevistar pessoal na
Organização e que não seja Piloto Aviador, de forma a obter um cruzamento de
informações.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Guião (informadores dentro da organização)
A inexistência de progressão na carreira por mérito mas sim por antiguidade, pode ser um
factor desmotivante para os indivíduos mais dinâmicos. Será que os que ficam são os que
são fiéis à organização, e nesse sentido a organização não vê interesse em alterar as
políticas instituídas de forma a colmatar as saídas dos pilotos para o mercado civil. Pode
existir uma associação entre a antiguidade e a fidelidade. A Força Aérea apenas alterou o
tempo de permanência no quadro da instituição, de oito para doze anos, para os pilotos
que terminaram o curso pós Setembro de 2007. Se não fosse um problema as saídas, não
tinham aumentado o tempo de obrigatoriedade de permanência no Quadro Permanente.
O enquadramento institucional envolvente pode, de alguma forma, condicionar as
respostas ao “politicamente correcto”, apesar de existir um natural anonimato obrigatório
em matérias tão sensíveis.
1 – Que parecer tem da organização relativamente a este assunto?
Concordo que a FAP queira, ao reter os pilotos nas suas fileiras, rentabiliza o
investimento dispendido na formação daqueles pilotos.
2 – O que é que acha que a organização deveria ter feito ou fazer para estancar estas
saídas?
Julgo que antes de pensar nas saídas, deveria pensar nas entradas, ou seja,
esclarecer os candidatos quais as condições adequadas ao futuro dos pilotos na
organização.
3- A única alteração que se verificou nos últimos tempos foi a Lei de Setembro de 2007,
em que o tempo de permanência no quadro permanente para um piloto passa de oito para
doze anos, sem ter que pagar indemnização. Como avaliam esta política?
A política peca por tardia, ou seja, prejudica aqueles que já estavam a finalizar o
curso.
4 – São os indivíduos mais pegados à Força Aérea que acabam por chegar a major, mas
porque é que mesmo assim saem tantos majores?
Pelo conhecimento que tenho, até agora só têm saído capitães, pois é naquele
posto que estão a atingir os oito anos obrigatórios.
5 – Será que existem vantagens em valorizar especialmente a antiguidade?
Penso que sim, e a valorização do trabalho que muitas vezes é esquecida.
6 – Diz-se que no mercado civil é sempre melhor em termos de remuneração; concorda?
Não só concordo, como asseguro que isso é verdade.
7 - Acha que poderá haver valores afectivos maiores dentro da FAP, uma identificação à
Organização, que poderá fazer os pilotos ficar? Se sim, porquê a uns e não a outros?
Isso vai da consciência de cada um. Existem aqueles que acreditam na
organização, mas poucos. No entanto essa questão deveria ser colocada aos
próprios.
8 – Acha que a segurança de emprego da Força Aérea em comparação com o mercado
civil poderá vir a ser um factor que leve os pilotos ponderarem a ficar na Organização?
Concordo. Nos dias que correm, a segurança do emprego leva muitos a não se
aventurarem no desconhecido. Mas com a Força Aérea têm uma certeza e uma
garantia para o futuro.
Entrevistas
Pessoal da Organização
Pretende-se determinar, de forma inequívoca, os motivos que estiveram na base da
decisão de saída das fileiras da FAP, espelhando, sem pressões organizacionais nem
ambientais, e elencados na primeira pessoa, os motivos individuais que levaram estes
pilotos a abandonarem a FAP e, para isso, também é pertinente entrevistar pessoal na
Organização e que não seja Piloto Aviador, de forma a obter um cruzamento de
informações.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Guião (informadores dentro da organização)
A inexistência de progressão na carreira por mérito mas sim por antiguidade, pode ser um
factor desmotivante para os indivíduos mais dinâmicos. Será que os que ficam são os que
são fiéis à organização, e nesse sentido a organização não vê interesse em alterar as
políticas instituídas de forma a colmatar as saídas dos pilotos para o mercado civil. Pode
existir uma associação entre a antiguidade e a fidelidade. A Força Aérea apenas alterou o
tempo de permanência no quadro da instituição, de oito para doze anos, para os pilotos
que terminaram o curso pós Setembro de 2007. Se não fosse um problema as saídas, não
tinham aumentado o tempo de obrigatoriedade de permanência no Quadro Permanente.
O enquadramento institucional envolvente pode, de alguma forma, condicionar as
respostas ao “politicamente correcto”, apesar de existir um natural anonimato obrigatório
em matérias tão sensíveis.
1 – Que parecer tem da organização relativamente a este assunto?
Noto que devido à saída de vários pilotos existe um grande número de pilotos
jovens e falta de pilotos com mais experiência.
2 – O que é que acha que a organização deveria ter feito ou fazer para estancar estas
saídas?
Acho que a partir do momento que as condições civis sejam melhores as saídas
serão inevitáveis. A solução passará por criar na Força Aérea condições
monetárias, familiares e trabalho melhores que as existentes.
3- A única alteração que se verificou nos últimos tempos foi a Lei de Setembro de 2007,
em que o tempo de permanência no quadro permanente para um piloto passa de oito para
doze anos, sem ter que pagar indemnização. Como avaliam esta política?
Representa uma tentativa de atrasar uma possível saída.
4 – São os indivíduos mais pegados à Força Aérea que acabam por chegar a major, mas
porque é que mesmo assim saem tantos majores?
5 – Será que existem vantagens em valorizar especialmente a antiguidade?
Na falta de elementos comparativos dever-se-á valorizar quem já tiver mais
experiência.
6 – Diz-se que no mercado civil é sempre melhor em termos de remuneração; concorda?
Considero que o mercado civil é mais volátil, tanto se pode ganhar muito mais
como até se pode ganhar menos ou até não ganhar nada.
7 - Acha que poderá haver valores afectivos maiores dentro da FAP, uma identificação à
Organização, que poderá fazer os pilotos ficar? Se sim, porquê a uns e não a outros?
Obviamente que sim, porque como é óbvio todos são iguais e nem todos se
poderão sentir realizados.
8 – Acha que a segurança de emprego da Força Aérea em comparação com o mercado
civil poderá vir a ser um factor que leve os pilotos ponderarem a ficar na Organização?
Mais uma vez nem todos são iguais. Existem pessoas que poderão valorizar mais
esse aspecto e outros nem tanto, mas obviamente será um factor a ter em conta.
Entrevistas
Pessoal da Organização
Pretende-se determinar, de forma inequívoca, os motivos que estiveram na base da
decisão de saída das fileiras da FAP, espelhando, sem pressões organizacionais nem
ambientais, e elencados na primeira pessoa, os motivos individuais que levaram estes
pilotos a abandonarem a FAP e, para isso, também é pertinente entrevistar pessoal na
Organização e que não seja Piloto Aviador, de forma a obter um cruzamento de
informações.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Guião (informadores dentro da organização)
A inexistência de progressão na carreira por mérito mas sim por antiguidade, pode ser um
factor desmotivante para os indivíduos mais dinâmicos. Será que os que ficam são os que
são fiéis à organização, e nesse sentido a organização não vê interesse em alterar as
políticas instituídas de forma a colmatar as saídas dos pilotos para o mercado civil. Pode
existir uma associação entre a antiguidade e a fidelidade. A Força Aérea apenas alterou o
tempo de permanência no quadro da instituição, de oito para doze anos, para os pilotos
que terminaram o curso pós Setembro de 2007. Se não fosse um problema as saídas, não
tinham aumentado o tempo de obrigatoriedade de permanência no Quadro Permanente.
O enquadramento institucional envolvente pode, de alguma forma, condicionar as
respostas ao “politicamente correcto”, apesar de existir um natural anonimato obrigatório
em matérias tão sensíveis.
1 – Que parecer tem da organização relativamente a este assunto?
Basicamente todos aqueles que abandonam a instituição são infiéis à mesma e à
missão que prestam, mas um interesse de força maior leva-os a procurar um
melhor nível de vida.
2 – O que é que acha que a organização deveria ter feito ou fazer para estancar estas
saídas?
Olhar para o bem estar profissional e pessoal da pessoa.
3- A única alteração que se verificou nos últimos tempos foi a Lei de Setembro de 2007,
em que o tempo de permanência no quadro permanente para um piloto passa de oito para
doze anos, sem ter que pagar indemnização. Como avaliam esta política?
Tendo em conta que os oito anos de permanência na FAP asseguram os custos
tidos com cada piloto, a passagem para os doze sem qualquer recompensa
monetária está errado.
4 – São os indivíduos mais pegados à Força Aérea que acabam por chegar a major, mas
porque é que mesmo assim saem tantos majores?
O assédio financeiro exterior à FAP é um elemento muito forte e importante para
essa decisão.
5 – Será que existem vantagens em valorizar especialmente a antiguidade?
Para todos aqueles que realmente valorizam apenas a instituição sim.
6 – Diz-se que no mercado civil é sempre melhor em termos de remuneração; concorda?
Sim
7 - Acha que poderá haver valores afectivos maiores dentro da FAP, uma identificação à
Organização, que poderá fazer os pilotos ficar? Se sim, porquê a uns e não a outros?
Porque a oferta de trabalho exterior à FAP é na maioria das vezes mais
compensatória para os pilotos.
8 – Acha que a segurança de emprego da Força Aérea em comparação com o mercado
civil poderá vir a ser um factor que leve os pilotos ponderarem a ficar na Organização?
Sim, será uma razão de força maior.
Entrevistas
Pessoal da Organização
Pretende-se determinar, de forma inequívoca, os motivos que estiveram na base da
decisão de saída das fileiras da FAP, espelhando, sem pressões organizacionais nem
ambientais, e elencados na primeira pessoa, os motivos individuais que levaram estes
pilotos a abandonarem a FAP e, para isso, também é pertinente entrevistar pessoal na
Organização e que não seja Piloto Aviador, de forma a obter um cruzamento de
informações.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Guião (informadores dentro da organização)
A inexistência de progressão na carreira por mérito mas sim por antiguidade, pode ser um
factor desmotivante para os indivíduos mais dinâmicos. Será que os que ficam são os que
são fiéis à organização, e nesse sentido a organização não vê interesse em alterar as
políticas instituídas de forma a colmatar as saídas dos pilotos para o mercado civil. Pode
existir uma associação entre a antiguidade e a fidelidade. A Força Aérea apenas alterou o
tempo de permanência no quadro da instituição, de oito para doze anos, para os pilotos
que terminaram o curso pós Setembro de 2007. Se não fosse um problema as saídas, não
tinham aumentado o tempo de obrigatoriedade de permanência no Quadro Permanente.
O enquadramento institucional envolvente pode, de alguma forma, condicionar as
respostas ao “politicamente correcto”, apesar de existir um natural anonimato obrigatório
em matérias tão sensíveis.
1 – Que parecer tem da organização relativamente a este assunto?
Este é um problema que se arrasta à demasiado tempo sem que se consiga
resolver. O aumento de tempo de permanência não me parece que resolva
alguma coisa. A institução só tomou essa decisão porque não tem poder de
decisão para acabar com o problema, e o problema é a diferença de
vencimentos entre os pilotos civis e militares.
2 – O que é que acha que a organização deveria ter feito ou fazer para estancar estas
saídas?
Não me parece que a organização possa fazer mais do que já fez. A resolução
passa pelo governo e não exclusivamente pela organização.
3- A única alteração que se verificou nos últimos tempos foi a Lei de Setembro de 2007,
em que o tempo de permanência no quadro permanente para um piloto passa de oito para
doze anos, sem ter que pagar indemnização. Como avaliam esta política?
Não resolve nada, só atrasa o problema.
4 – São os indivíduos mais pegados à Força Aérea que acabam por chegar a major, mas
porque é que mesmo assim saem tantos majores?
Mais uma vez o diferencial de vencimentos é tal que obriga as pessoas a tomar
decisões. Não me parece que exista algum piloto que prefira a aviação civil em
detrimento da aviação militar. Os vencimentos pesam.
5 – Será que existem vantagens em valorizar especialmente a antiguidade?
Não me parece. O que existe é falta de reconhecimento por parte das chefias.
6 – Diz-se que no mercado civil é sempre melhor em termos de remuneração; concorda?
Claro. Esse é o grande problema.
7 - Acha que poderá haver valores afectivos maiores dentro da FAP, uma identificação à
Organização, que poderá fazer os pilotos ficar? Se sim, porquê a uns e não a outros?
A efectividade, a dedicação a uma causa depende de vários factores e da própria
personalidade de cada indivíduo. Quando as diferenças são muito grandes,
tomam-se decisões muitas vezes contrárias à vontade do “coração”.
8 – Acha que a segurança de emprego da Força Aérea em comparação com o mercado
civil poderá vir a ser um factor que leve os pilotos ponderarem a ficar na Organização?
Nos dias que correm é uma situação que pode levar a ponderar a saída. Mas não
será nunca a solução. O mercado civil hoje é seguro, mas amanhã a situação
pode inverter.
Entrevistas
Pessoal da Organização
Pretende-se determinar, de forma inequívoca, os motivos que estiveram na base da
decisão de saída das fileiras da FAP, espelhando, sem pressões organizacionais nem
ambientais, e elencados na primeira pessoa, os motivos individuais que levaram estes
pilotos a abandonarem a FAP e, para isso, também é pertinente entrevistar pessoal na
Organização e que não seja Piloto Aviador, de forma a obter um cruzamento de
informações.
A pergunta central que orienta todo processo de análise: O que leva os pilotos a saírem
da Força Aérea?
Guião (informadores dentro da organização)
A inexistência de progressão na carreira por mérito mas sim por antiguidade, pode ser um
factor desmotivante para os indivíduos mais dinâmicos. Será que os que ficam são os que
são fiéis à organização, e nesse sentido a organização não vê interesse em alterar as
políticas instituídas de forma a colmatar as saídas dos pilotos para o mercado civil. Pode
existir uma associação entre a antiguidade e a fidelidade. A Força Aérea apenas alterou o
tempo de permanência no quadro da instituição, de oito para doze anos, para os pilotos
que terminaram o curso pós Setembro de 2007. Se não fosse um problema as saídas, não
tinham aumentado o tempo de obrigatoriedade de permanência no Quadro Permanente.
O enquadramento institucional envolvente pode, de alguma forma, condicionar as
respostas ao “politicamente correcto”, apesar de existir um natural anonimato obrigatório
em matérias tão sensíveis.
1 – Que parecer tem da organização relativamente a este assunto?
Este é mais um dos graves problemas com que a FAP tem de lidar. A falta de
pilotos com que a FAP tem de lidar. A falta de pilotos está a começar a tornar-se
gritante. Existem frotas limitadas no número de tripulação por falta de Pilotos –
Comandantes (sendo que no geral, existe falta de pessoal em todas as
especialidades…). Relativamente à progressão na carreira por mérito,
pessoalmente, não julgo que fosse uma solução exequível, tão somente por uma
questão! Penso que seria mais uma pequena fonte de
descontentamento…Relativamente à questão de fidelidade, não creio que se passa
por o problema nesses termos. Todo e qualquer militar é fiel à sua pátria e à sua
organização, e nada tem a ver com opções de carreira e profissionais. Um piloto
não “trai” a FAP, por abandonar as suas fileiras. O aumento do tempo de
permanência no QP foi uma medida imediata e á qual a FAP podia recorrer mais
fácil e rapidamente.
Que outras medidas a FAP pode tomar? Na minha opinião, poucas. A FAP está
de pés e mãos atadas! Aumentos? Não é a FAP como órgão independente que
não é, que os pode proporcionar! O sistema de saúde foi alterado para pior, e
não só pela FAP… Os meios materiais? O orçamento é dado pelo Estado, a FAP
não é uma empresa com lucros próprios. Agora, pequenas coisas como o
reconhecimento do trabalho e esforço por parte dos militares, através de louvores
e afins; o estudo da parte dos Recursos Humanos das necessidades, satisfações e
insatisfações dos militares, são coisas que estão perfeitamente ao alcance da
FAP.
2 – O que é que acha que a organização deveria ter feito ou fazer para estancar estas
saídas?
Para além do aumento do tempo de permanência no QP, não vejo que existam
muitas mais alternativas como funcionários públicos que somos. É certo que
aumento da remuneração é um dos principais factores que deveriam ser
aplicados, mas na própria carreira há muitas outras coisas que devem ser
repensadas, nomeadamente um maior reconhecimento público, sob a forma de
louvores, pelo trabalho que estes homens e mulheres desempenham tantas e
tantas vezes com prejuízo da própria família. Os louvores, assim como outras
formas de reconhecimento público, são poucos e muitas vezes atribuídos de forma
dúbia… e são um factor que considero elevado nível motivacional.
3- A única alteração que se verificou nos últimos tempos foi a Lei de Setembro de 2007,
em que o tempo de permanência no quadro permanente para um piloto passa de oito para
doze anos, sem ter que pagar indemnização. Como avaliam esta política?
Considero uma medida importante, mas não basta aumentar o período de
“obrigatoriedade”, é preciso criar condições para que as pessoas se sintam
motivadas no seu trabalho, tanto a nível pessoal (desde os louvores até à
remuneração) como a nível material (quer nas funções que desempenha quer na
vivência ou habilidade nas unidades).
4 – São os indivíduos mais pegados à Força Aérea que acabam por chegar a major, mas
porque é que mesmo assim saem tantos majores?
É no posto de Major que se começam a assumir as funções de chefia mais
importantes. Julgo que é nessa altura que se começa a tentar mudar aquilo que se
pensa estar mal. Mas infelizmente é preciso vencer uma inércia muito grande. O
que leva muitas vezes a uma sensação de frustração.
5 – Será que existem vantagens em valorizar especialmente a antiguidade?
Como em tudo existem duas faces da mesma moeda. Mas atenção que
antiguidade não é aleatória. Existem pelo menos três alturas na carreira de um
militar em que a sua antiguidade pode mudar. E só depende do seu esforço e
trabalho. É isto que a antiguidade reflecte.
6 – Diz-se que no mercado civil é sempre melhor em termos de remuneração; concorda?
Neste momento, é um facto. E desengane-se quem pensa que isto é só um
problema com os pilotos! Se houvesse equivalência na aviação civil para outras
especialidades tripulantes também mais gente sairia! Os pilotos são apenas a
face vísivel.
7 - Acha que poderá haver valores afectivos maiores dentro da FAP, uma identificação à
Organização, que poderá fazer os pilotos ficar? Se sim, porquê a uns e não a outros?
Os valores afectivos existem sempre! São eles que levam um adolescente de 18
anos a ingressar na FAP par se tornar num Piloto Aviador. No entanto, até estes
valores são abalados quando uma carreira o seu trabalho não é valorizado ou
apreciado. A aviação civil é muito diferente da militar, e julgo que muitos dos
pilotos preferem a adrenalina das missões e do tipo de voo que fazem na FAP,
mas em determinadas alturas da vida isso não é tudo! E uma vez que muitos
sentem que não lhe é reconhecido o devido valor, a estabilidade financeira e
familiar fala mais alto. Outros julgam nunca se adaptar à aviação civil e optam
por fazer carreira na FAP.
8 – Acha que a segurança de emprego da Força Aérea em comparação com o mercado
civil poderá vir a ser um factor que leve os pilotos ponderarem a ficar na Organização?
Obviamente que se a aviação civil passar por algum período de crise em que não
haja necessidade de mais pilotos ou mesmo que haja despedimentos nesse sector,
as pessoas optarão por permanecer no emprego que têm e que sabem ser seguro,
muito embora a remuneração seja significativamente inferior.
Despacho nº 27/99/A do CEMFA de 24SET
INDEMNIZAÇÃO AO ESTADO POR MILITARES ABATIDOS AOS QUADROS PERMANENTES.
O militar abatido ao quadro permanente (QP), a seu pedido, antes de cumprido o
tempo mínimo de serviço efectivo para o efeito estabelecido, está sujeito ao pagamento de uma indemnização ao Estado, a fixar pelo Chefe do Estado-Maior do ramo respectivo, nos termos do disposto na alínea c) do nº 1 do artº 171º do Estatuto dos Militares das Forças Armadas (EMFAR), aprovado pelo Decreto-Lei nº 236/99, de 25 de Junho.
No cálculo da indemnização deverão ser ponderados, de acordo com o previsto no nº 3 do referido nº 171º do EMFAR, a duração e os custos de formação e subsequentes acções de qualificação e actualização, na perspectiva de utilização efectiva do militar em funções próprias dos respectivos posto e quadro especial, decorrentes da formação adquirida.
A fórmula e critérios fixados pelo Despacho nº 25/90, de 10 de Agosto, do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), não traduzem, porém, com a necessária aproximação à realidade, os custos envolvidos com as acções de formação dos militares dos QP, nomeadamente dos destinados a pessoal navegante, nem a rendibilização do investimento efectuado, em termos de funcionamento do sistema, pelo que se impõe a sua reformulação.
Nesta conformidade:
Nos termos do disposto na alínea c) do nº 1 do artº 171º do EMFAR, determino o seguinte: 1. A indemnização a pagar pelo militar que solicite o abate ao QP, antes de decorrido o tempo mínimo de serviço efectivo a que por lei se encontra vinculado, é determinada através da aplicação da seguinte fórmula:
I=Tm-Tf x Cf Tm
em que:
I - indemnização a pagar pelo militar; Tm - tempo mínimo de serviço efectivo legalmente exigido para abate ao QP,
expresso em meses completos; Tf - tempo de exercício efectivo de funções, após o ingresso do militar no
respectivo quadro especial, não incluindo as acções de qualificação e actualização, expresso em meses completos;
Cf - custos de formação suportados pela Força Aérea, com a frequência de cursos, estágios e acções de qualificação ou actualização.
2. Os custos de formação (Cf) são apurados de acordo com a fórmula:
Cf = V+A+S+CD+QA+HV
em que:
V - montante dos vencimentos pagos, durante a frequência do curso de formação ou estágio técnico-militar que habilita ao ingresso no QP;
A - verba despendida em alimentação, durante a frequência do curso ou estágio;
S - montante dos suplementos liquidados, durante a frequência do curso ou estágio;
CD - custos didácticos suportados com a formação do militar; QA - verbas despendidas, excluindo ajudas de custo, em acções de qualificação e
actualização; HV - despesa global calculada com base no número de horas de voo previstas no
currículo do curso e no preço da hora de voo com pessoal, apurada anualmente para a aeronave voada.
3. Se o abate ao QP ocorrer antes de o militar completar 3 anos de serviço efectivo, após a qualificação para o exercício de funções, o montante da indemnização é acrescido das percentagens que se indicam:
a. 20%, se o período de serviço prestado for inferior a 1 ano; b. 10%, se o período de serviço prestado for igual ou superior a 1 ano e
inferior a 2 anos; c. 5%, se o período de serviço prestado for igual ou superior a 2 anos e inferior
a 3 anos.
4. Nos valores referidos no nº 2 incluem-se os anos de curso repetidos, por razões imputáveis ao militar. 5. É revogado o Despacho nº 25/90, de 10 de Agosto, do CEMFA. 6. O presente despacho produz efeitos desde a data da sua assinatura. O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA FORÇA AÉREA MANUEL JOSÉ ALVARENGA DE SOUSA SANTOS – GENERAL/QE.
(O.S. I Série do EMFA nº 19 de 27SET99)
DESPACHO N.º51/2008
Assunto:QUADROS ESPECIAIS DOS MILITARES DOS QP DA FORÇA AÉREA
O artº 1º do Decreto-Lei nº 202/93, de 3 de Junho, fixa os quadros de pessoal dos Ramos das
Forças Armadas, a vigorar a partir de 1 de Janeiro de 1996.
Assim, importa estabelecer os correspondentes quadros especiais da Força Aérea. Nos termos do nº
3 do artº 164º do EMFAR determino:
1. Os quadros especiais dos militares dos quadros permanentes da Força Aérea, a vigorar a partir de
25SET2008, inclusive, são os constantes dos mapas I e II em anexo ao presente Despacho, que dele
fazem parte integrante.
2. As transferências de efectivos previstas no presente Despacho, que têm carácter transitório,
cessarão quando vier a ocorrer uma das seguintes situações:
a. Logo que se verifique a sua vacatura nos quadros de destino;
b. Logo que sejam necessárias nos quadros de origem.
3. O presente Despacho revoga o Despacho do CEMFA nº 31/2008, de 31JUL.
4. Compete ao EMFA/DIVREC propor superiormente, quando for julgado conveniente, a posterior
alteração ou revogação do presente Despacho.
Alfragide, 29 de Setembro de 2008
O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA FORÇA AÉREA
Luís Evangelista Esteves de Araújo General
Anexo A ao Despacho
do CEMFA n.º 51/2008 de 29SET
A-1
MAPA I - QUADROS ESPECIAIS DOS MILITARES DOS QP DA FORÇA AÉREA
CATEGORIA DE OFICIAIS
POSTO CAP/
ESPEC GEN TGEN MGEN COR TCOR MAJ
SUB TOTAIS
PILAV (a) 1 6 8 21 29 44 176 285 ENGAER (b) 2 4 9 5 18 38 ENGAED (c) 1 2 6 2 12 23 ENGEL (d) 2 4 15 8 20 49 ENGINF(e) (f) 3 4 7 MED 1 4 13 16 42 76 ADMAER (g) 2 5 13 11 37 68 JUR 1 2 3 6 12 PSI 1 2 6 9 PIL (e) (h) 1 3 0 3 7 NAV (i) 1 2 6 29 38 TINF 1 4 14 41 60 TOCC 1 2 6 26 35 TOMET (j) 1 2 3 18 24 TOCART (l) 1 3 16 44 64 TODCI (m) 1 3 28 68 100 TMMA (n) 1 3 18 60 82 TMMT 1 2 6 21 30 TMMEL (o) 1 3 20 47 71 TMAEQ (p) 1 2 14 30 47 TABST 1 3 13 38 55 TPAA (q) 1 6 32 80 119 PA (r) 1 3 19 49 72 TS 0 12 12 TMI 0 12 12 CHBM 1 1 1 3 TOTAL de Oficiais 1 6 16 55 130 290 900 1398 (a) 1 vaga de MGEN e 12 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (b) 1 vaga de MGEN atribuída e com carácter transitório e 8 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (c) 6 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (d) 11 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (e) Especialidade em extinção (f) 3 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório (g) 12 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (h) 6 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (i) 2 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (j) 1 vaga de MAJ retirada com carácter transitório (l) 4 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório (m) 15 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório
Anexo A ao Despacho do CEMFA n.º 51/2008
de 29SET
A-2
(n) 7 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório (o) 6 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório (p) 7 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório (q) 13 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório (r) 7 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório
MAPA II - QUADROS ESPECIAIS DOS MILITARES DOS QP DA FORÇA AÉREA
CATEGORIA DE SARGENTOS
POSTO 1SAR/
ESPEC SMOR SCH SAJ
2SAR TOTAIS
OPCOM 1 5 17 117 140 OPMET 1 1 5 33 40 OPCART 1 5 15 109 130 OPRDET 1 3 14 92 110 OPINF 1 2 6 36 45 MMA 2 16 60 402 480 MMT 1 3 15 106 125 MARME 1 4 20 160 185 MELIAV 1 5 20 154 180 MELECT 1 2 11 71 85 MELECA 2 8 35 215 260 ABST 1 3 17 119 140 SS 1 2 10 72 85 SAS 2 11 46 240 299 PA 1 6 17 151 175 CMI 1 1 4 34 40 OPSAS 1 2 8 59 70 BF 1 3 10 60 74 AMA 20 20 TOTAL de Sargentos 21 82 330 2250 2683
Despacho nº 27/99/A do CEMFA de 24SET
INDEMNIZAÇÃO AO ESTADO POR MILITARES ABATIDOS AOS QUADROS PERMANENTES.
O militar abatido ao quadro permanente (QP), a seu pedido, antes de cumprido o
tempo mínimo de serviço efectivo para o efeito estabelecido, está sujeito ao pagamento de uma indemnização ao Estado, a fixar pelo Chefe do Estado-Maior do ramo respectivo, nos termos do disposto na alínea c) do nº 1 do artº 171º do Estatuto dos Militares das Forças Armadas (EMFAR), aprovado pelo Decreto-Lei nº 236/99, de 25 de Junho.
No cálculo da indemnização deverão ser ponderados, de acordo com o previsto no nº 3 do referido nº 171º do EMFAR, a duração e os custos de formação e subsequentes acções de qualificação e actualização, na perspectiva de utilização efectiva do militar em funções próprias dos respectivos posto e quadro especial, decorrentes da formação adquirida.
A fórmula e critérios fixados pelo Despacho nº 25/90, de 10 de Agosto, do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), não traduzem, porém, com a necessária aproximação à realidade, os custos envolvidos com as acções de formação dos militares dos QP, nomeadamente dos destinados a pessoal navegante, nem a rendibilização do investimento efectuado, em termos de funcionamento do sistema, pelo que se impõe a sua reformulação.
Nesta conformidade:
Nos termos do disposto na alínea c) do nº 1 do artº 171º do EMFAR, determino o seguinte: 1. A indemnização a pagar pelo militar que solicite o abate ao QP, antes de decorrido o tempo mínimo de serviço efectivo a que por lei se encontra vinculado, é determinada através da aplicação da seguinte fórmula:
I=Tm-Tf x Cf Tm
em que:
I - indemnização a pagar pelo militar; Tm - tempo mínimo de serviço efectivo legalmente exigido para abate ao QP,
expresso em meses completos; Tf - tempo de exercício efectivo de funções, após o ingresso do militar no
respectivo quadro especial, não incluindo as acções de qualificação e actualização, expresso em meses completos;
Cf - custos de formação suportados pela Força Aérea, com a frequência de cursos, estágios e acções de qualificação ou actualização.
2. Os custos de formação (Cf) são apurados de acordo com a fórmula:
Cf = V+A+S+CD+QA+HV
em que:
V - montante dos vencimentos pagos, durante a frequência do curso de formação ou estágio técnico-militar que habilita ao ingresso no QP;
A - verba despendida em alimentação, durante a frequência do curso ou estágio;
S - montante dos suplementos liquidados, durante a frequência do curso ou estágio;
CD - custos didácticos suportados com a formação do militar; QA - verbas despendidas, excluindo ajudas de custo, em acções de qualificação e
actualização; HV - despesa global calculada com base no número de horas de voo previstas no
currículo do curso e no preço da hora de voo com pessoal, apurada anualmente para a aeronave voada.
3. Se o abate ao QP ocorrer antes de o militar completar 3 anos de serviço efectivo, após a qualificação para o exercício de funções, o montante da indemnização é acrescido das percentagens que se indicam:
a. 20%, se o período de serviço prestado for inferior a 1 ano; b. 10%, se o período de serviço prestado for igual ou superior a 1 ano e
inferior a 2 anos; c. 5%, se o período de serviço prestado for igual ou superior a 2 anos e inferior
a 3 anos.
4. Nos valores referidos no nº 2 incluem-se os anos de curso repetidos, por razões imputáveis ao militar. 5. É revogado o Despacho nº 25/90, de 10 de Agosto, do CEMFA. 6. O presente despacho produz efeitos desde a data da sua assinatura. O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA FORÇA AÉREA MANUEL JOSÉ ALVARENGA DE SOUSA SANTOS – GENERAL/QE.
(O.S. I Série do EMFA nº 19 de 27SET99)
DESPACHO N.º51/2008
Assunto:QUADROS ESPECIAIS DOS MILITARES DOS QP DA FORÇA AÉREA
O artº 1º do Decreto-Lei nº 202/93, de 3 de Junho, fixa os quadros de pessoal dos Ramos das
Forças Armadas, a vigorar a partir de 1 de Janeiro de 1996.
Assim, importa estabelecer os correspondentes quadros especiais da Força Aérea. Nos termos do nº
3 do artº 164º do EMFAR determino:
1. Os quadros especiais dos militares dos quadros permanentes da Força Aérea, a vigorar a partir de
25SET2008, inclusive, são os constantes dos mapas I e II em anexo ao presente Despacho, que dele
fazem parte integrante.
2. As transferências de efectivos previstas no presente Despacho, que têm carácter transitório,
cessarão quando vier a ocorrer uma das seguintes situações:
a. Logo que se verifique a sua vacatura nos quadros de destino;
b. Logo que sejam necessárias nos quadros de origem.
3. O presente Despacho revoga o Despacho do CEMFA nº 31/2008, de 31JUL.
4. Compete ao EMFA/DIVREC propor superiormente, quando for julgado conveniente, a posterior
alteração ou revogação do presente Despacho.
Alfragide, 29 de Setembro de 2008
O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA FORÇA AÉREA
Luís Evangelista Esteves de Araújo General
Anexo A ao Despacho
do CEMFA n.º 51/2008 de 29SET
A-1
MAPA I - QUADROS ESPECIAIS DOS MILITARES DOS QP DA FORÇA AÉREA
CATEGORIA DE OFICIAIS
POSTO CAP/
ESPEC GEN TGEN MGEN COR TCOR MAJ
SUB TOTAIS
PILAV (a) 1 6 8 21 29 44 176 285 ENGAER (b) 2 4 9 5 18 38 ENGAED (c) 1 2 6 2 12 23 ENGEL (d) 2 4 15 8 20 49 ENGINF(e) (f) 3 4 7 MED 1 4 13 16 42 76 ADMAER (g) 2 5 13 11 37 68 JUR 1 2 3 6 12 PSI 1 2 6 9 PIL (e) (h) 1 3 0 3 7 NAV (i) 1 2 6 29 38 TINF 1 4 14 41 60 TOCC 1 2 6 26 35 TOMET (j) 1 2 3 18 24 TOCART (l) 1 3 16 44 64 TODCI (m) 1 3 28 68 100 TMMA (n) 1 3 18 60 82 TMMT 1 2 6 21 30 TMMEL (o) 1 3 20 47 71 TMAEQ (p) 1 2 14 30 47 TABST 1 3 13 38 55 TPAA (q) 1 6 32 80 119 PA (r) 1 3 19 49 72 TS 0 12 12 TMI 0 12 12 CHBM 1 1 1 3 TOTAL de Oficiais 1 6 16 55 130 290 900 1398 (a) 1 vaga de MGEN e 12 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (b) 1 vaga de MGEN atribuída e com carácter transitório e 8 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (c) 6 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (d) 11 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (e) Especialidade em extinção (f) 3 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório (g) 12 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (h) 6 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (i) 2 vagas de MAJ retiradas com carácter transitório (j) 1 vaga de MAJ retirada com carácter transitório (l) 4 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório (m) 15 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório
Anexo A ao Despacho do CEMFA n.º 51/2008
de 29SET
A-2
(n) 7 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório (o) 6 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório (p) 7 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório (q) 13 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório (r) 7 vagas de MAJ atribuídas com carácter transitório
MAPA II - QUADROS ESPECIAIS DOS MILITARES DOS QP DA FORÇA AÉREA
CATEGORIA DE SARGENTOS
POSTO 1SAR/
ESPEC SMOR SCH SAJ
2SAR TOTAIS
OPCOM 1 5 17 117 140 OPMET 1 1 5 33 40 OPCART 1 5 15 109 130 OPRDET 1 3 14 92 110 OPINF 1 2 6 36 45 MMA 2 16 60 402 480 MMT 1 3 15 106 125 MARME 1 4 20 160 185 MELIAV 1 5 20 154 180 MELECT 1 2 11 71 85 MELECA 2 8 35 215 260 ABST 1 3 17 119 140 SS 1 2 10 72 85 SAS 2 11 46 240 299 PA 1 6 17 151 175 CMI 1 1 4 34 40 OPSAS 1 2 8 59 70 BF 1 3 10 60 74 AMA 20 20 TOTAL de Sargentos 21 82 330 2250 2683