www.spratings.com 9 de junho de 2020 1
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
9 de junho de 2020
Principais considerações
Com mais de 710.000 casos confirmados de COVID-19 e 37.000 mortes até 8 de junho, o Brasil
é o país mais atingido pela pandemia da América Latina. A combinação de cidades densamente
povoadas e medidas de prevenção mal coordenadas contribuiu para o aumento no número de
casos, o que está afetando o sistema de saúde.
Rebaixamos 21 ratings de empresas brasileiras na escala global e 17 na Escala Nacional Brasil,
e revisamos para baixo 95 perspectivas. Cerca de 65% dos ratings ainda têm viés negativo
(perspectiva negativa ou CreditWatch negativo). O gráfico 1 mostra que as concessionárias de
serviços de utilidade pública, ativos de infraestrutura e empresas de transporte e agronegócio
têm sido os mais afetados em termos de ações de rating até o momento. As alterações de
perspectivas de ratings das concessionárias e das entidades de infraestrutura seguiram-se
primordialmente à alteração da perspectiva dos ratings do Brasil. As alterações das empresas de
transporte foram principalmente em função das quarentenas, impostas pelo governo ou
autoimpostas, enquanto as mudanças nas entidades do agronegócio ocorreram principalmente
entre os produtores de açúcar e etanol, afetados pela demanda e preços de etanol
significativamente mais baixos.
O gráfico 2 apresenta os riscos de rebaixamento remanescentes para cada setor e o tempo
médio que podemos levar para revisá-los desde a última publicação. Os riscos de rebaixamento
são indicativos e podem ou não se materializar, dependendo de quando a economia se
recuperar.
Nossos ratings e perspectivas presumem uma contração de 4,6% do PIB em 2020, com o
declínio mais acentuado no segundo trimestre e recuperação a partir do terceiro trimestre. Se a
profundidade ou a duração da crise forem piores que nossas premissas de que as medidas de
restrição de circulação serão suspensas até o final do segundo trimestre, o impacto sobre os
emissores corporativos será mais grave. Para mais detalhes sobre nossas premissas macro, leia
nosso artigo “Economic Recovery From The COVID-19 Pandemic Will Be Uneven Across Latin
America”, publicado em 17 de abril de 2020.
O apetite dos investidores internacionais por dívida de entidades brasileiras permaneceu fraco
nos primeiros cinco meses de 2020, resultando em emissões de apenas US$1,8 bilhão antes da
emissão de US$3,25 bilhões da Petrobras no final de maio, em comparação com US$5,7 bilhões
no mesmo período de 2019. Além disso, o mercado local de títulos também está registrando
fraca atividade, embora tenha acelerado recentemente. No mesmo período, as empresas
ANALISTAS PRINCIPAIS
Flávia Bedran São Paulo 55 (11) 3039 9758 flavia.bedran @spglobal.com Luísa Vilhena São Paulo 55 (11) 3039-9727 luisa.vilhena @spglobal.com Wendell Sacramoni, CFA São Paulo
55 (11) 3039-4855 wendell.sacramoni @spglobal.com Marcelo Schwarz, CFA São Paulo 55 (11) 3039-9782 marcelo.schwarz @spglobal.com
Diego Ocampo Buenos Aires 54 (114) 891-2116 diego.ocampo @spglobal.com
CONTATOS ANALÍTICOS ADICIONAIS
Luciano Gremone Buenos Aires 54 (114) 891-2143 luciano.gremone
@spglobal.com
Julyana Yokota
São Paulo 55 (11) 3039-9731 julyana.yokota @spglobal.com
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
www.spratings.com 9 de junho de 2020 2
brasileiras emitiram US$4 bilhões (equivalentes em reais) no mercado doméstico, em
comparação com US$7 bilhões no mesmo período de 2019. Durante todo o ano passado, o
mercado doméstico registrou uma emissão recorde de US$38 bilhões (equivalentes em reais)
em debêntures.
Gráfico 1
Ações de rating globais no setor corporativo brasileiro desde o início da pandemia
Fonte: S&P Global Market Intelligence. Cálculos da S&P Global Ratings.
Copyright © 2020 por Standard & Poor’s Financial Services LLC. Todos os direitos reservados.
0
5
10
15
20
25
30
Revisão daperspectiva parabaixo
Rebaixamentos
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
www.spratings.com 9 de junho de 2020 3
Gráfico 2
Tendência negativa de rating e tempo de revisão médio por setor
Fonte: S&P Global Market Intelligence. Cálculos da S&P Global Ratings. A tendência negativa de rating representa a proporção de perspectivas negativas e de
CreditWatch negativo em cada setor, como % do número total do setor.
Copyright © 2020 por Standard & Poor’s Financial Services LLC. Todos os direitos reservados.
Companhias aéreas – perspectiva negativa. Enquanto a Latam Airlines Group S.A. protocolou falência nos EUA sob o Chapter 11 em 26 de maio de 2020, segue o risco de negociações de dívida distressed pela Azul S.A. e Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. em meio a mudanças estruturais no setor nos próximos anos.
A demanda por viagens aéreas caiu mais de 90% no Brasil desde o final de março e
provavelmente permanecerá muito fraca pelo menos na primeira metade do ano. A trajetória
de recuperação é altamente incerta, não apenas por conta da duração pouco clara das restrições
de viagem não essenciais, mas também devido ao medo de contágio dos turistas. Além disso, o
tamanho do mercado de viagens corporativas pode encolher permanentemente, porque as
empresas estão adotando cada vez mais o trabalho remoto, enquanto reuniões online estão mais
frequentes.
(100)
(90)
(80)
(70)
(60)
(50)
(40)
(30)
(20)
(10)
00
2
4
6
8
10
12
Tendência líquida(eixo direito)
Tempo de revisão(eixo esquerdo)
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
www.spratings.com 9 de junho de 2020 4
As três companhias aéreas brasileiras estão cortando custos e investimentos, mas
continuarão queimando caixa em 2020. Medidas, incluindo reduções salariais da alta
administração, licenças não remuneradas e adesão ao pacote de apoio governamental para os
salários dos trabalhadores, reduziram as necessidades mensais de caixa pelo menos entre abril e
junho. Mas essas companhias aéreas possuem elevados vencimentos de dívida de curto prazo e
as necessidades de capital de giro, à medida que as viagens começam a se recuperar e as saídas
de caixa para reembolsar passagens não utilizadas reduzirão a liquidez. As companhias aéreas
também estão renegociando entregas de aeronaves, pagamentos a arrendadores e dívidas
bilaterais, enquanto se beneficiam dos baixos preços sem precedentes dos combustíveis. No
entanto, a forte depreciação do real e o EBITDA muito baixo das companhias aéreas farão com que
a alavancagem ultrapasse 8x em 2020. Esperamos que o volume de voos domésticos se recupere
mais rapidamente e, portanto, companhias aéreas como a Latam, mais expostas às rotas
internacionais, podem sofrer mais do que seus pares.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ofereceu novos
recursos, mas os custos e exigências podem atrasar as negociações. A Latam - como a
operação brasileira não entrou em falência -, a Gol e a Azul estão discutindo com o BNDES um
pacote de capitalização, que também inclui empréstimos de bancos privados e dívida do mercado
de capitais. Além disso, as companhias aéreas ainda se opõem à exigência do BNDES de receber
participação acionária nas empresas em troca de financiamento.
Materiais de construção – perspectiva negativa. Uma forte contração na demanda em meio a preços ainda baixos deve pressionar o fluxo de caixa das empresas.
Esperamos que os volumes de vendas do setor caiam cerca de 15% e o EBITDA, 30% em
2020. Dada a defasagem da indústria de cimento brasileira em relação a outras indústrias durante
as crises, acreditamos que a queda na demanda por materiais de construção causada pela
pandemia provavelmente se intensificará no segundo semestre de 2020. À medida que a confiança
do consumidor diminui, diante da expectativa de queda na renda real e de aumento do
desemprego, a demanda por construção diminuirá.
Os volumes no Brasil caíram 20% em março em base anual, mas esperamos uma queda
mais acentuada à medida que as construtoras suspendem novos lançamentos, mas
finalizam os projetos em construção. Produtores de cimento com diversificação geográfica,
como a Votorantim Cimentos S.A., devem estar mais bem posicionados, pois se beneficiariam das
operações em países onde a pandemia está diminuindo, enquanto geram fluxos de caixa em
moedas mais fortes. Os participantes de menor porte e menos capitalizados podem sofrer mais, e
não desconsideramos uma consolidação no mercado no próximo ano. As empresas de cimento que
planejavam ou já investiam na modernização de ativos no Brasil provavelmente adiarão até 2021,
reduzindo os investimentos aos níveis de manutenção. Não esperamos contração significativa
adicional de preços e margens, devido ao nível elevado de capacidade ociosa do setor, que é de
cerca de 45%.
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
www.spratings.com 9 de junho de 2020 5
Locação de veículos – perspectiva negativa. Fluxos de caixa mais estáveis na gestão de frotas e reduções significativas de capex atenuam o risco de baixas taxas de utilização por um período mais longo.
As locadoras de veículos no Brasil estão menos expostas ao tráfego de passageiros das
companhias aéreas do que as de outros países. Os passageiros aéreos representam apenas
10% a 20% da base de receita de cada empresa do setor. A maior proporção de clientes
contratuais, somada à de gerenciamento de frota, permite certa estabilidade da receita. Ainda
assim, vemos riscos para a renovação de tais contratos e para um aumento da inadimplência, a
depender da severidade da contração econômica.
As taxas de utilização caíram para 55%-60% em abril e nas primeiras semanas de maio
devido a restrições de circulação, ante os níveis históricos de 75%-80%. Esperamos uma
recuperação gradual, principalmente no quarto trimestre deste ano, levando a taxas de utilização
médias anuais de 65%-70% e tarifas médias entre 10%-20% abaixo do nível de 2019. Nesse
cenário, projetamos declínios no EBITDA de 10% a 20% em 2020 e uma recuperação em 2021, o
que recentemente nos levou a reafirmar os ratings das empresas do setor. Se as taxas de
utilização permanecerem entre 55%-60% com as tarifas atuais no restante de 2020, a queda no
EBITDA aumentaria para 20%-30%, o que poderia levar a rebaixamentos.
As empresas têm liquidez adequada para operar em meio à turbulência deste ano.
Juntamente com um perfil de amortização suave para o ano, as empresas acessaram os mercados
de crédito nos estágios iniciais da pandemia, aumentando as posições de caixa. Enquanto isso, as
vendas de veículos usados desaceleraram, mas começaram a se recuperar em abril e nas
primeiras semanas de maio, com descontos entre alguns players. Esperamos que as empresas
utilizem entradas de caixa provenientes da venda de veículos, combinadas com reduções
significativas nos investimentos, para preservar sua liquidez.
Bens de consumo – perspectiva negativa. A demanda estável compensa o fraco consumo discricionário.
Esperamos que a demanda por bens de consumo discricionários caia de 15% a 20% este
ano. Categorias como bebidas e cosméticos provavelmente cairão 50%, chegando ao nível mais
baixo no segundo trimestre de 2020. As empresas estão se concentrando em plataformas online e
ajustando o mix de produtos e canais. Um exemplo é o crescimento significativo das vendas online
para a Natura Cosméticos S.A., com uma crescente demanda por produtos de higiene, como
sabonetes, sabonete antibacteriano e xampu, enquanto as vendas de tinturas para cabelos e
cosméticos da Avon caíram significativamente. Recentemente, revisamos para baixo os perfis de
crédito individuais (SACPs - stand-alone credit profiles) da Avon e da Natura Cosméticos, mas a
injeção de caixa de pelo menos R$ 1 bilhão na holding ajudou a reafirmar os ratings do grupo por
enquanto.
A alta porcentagem de consumo de bebidas alcoólicas fora de casa reduzirá as vendas on-premise
(bares e restaurantes). Empresas como a Ambev S.A. estão aumentando gradualmente os volumes
para os varejistas, mas as margens sofrerão um impacto devido à menor diluição de custos fixos e
maior competição em preços, principalmente porque o nível de produção permanece intacto. A
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
www.spratings.com 9 de junho de 2020 6
maior incerteza é quanto ao retorno à normalidade, porque mais de 50% dos volumes de bebidas
alcoólicas vão para bares e restaurantes.
A exceção são os produtores de alimentos, como a Camil Alimentos S.A., cuja receita subiu com a
corrida na compra de itens básicos que atingiu o pico no final de março e no início de abril, e pode
permanecer estável durante o restante do ano. Os ratings da Camil permanecem limitados no nível
do rating soberano, mas as dificuldades para acessar financiamento de longo prazo podem nos
levar a revisar seu SACP para baixo.
Concessionárias de eletricidade – perspectiva estável. As distribuidoras avaliadas têm flexibilidade suficiente para absorver a menor demanda e taxas de inadimplência mais altas até que recursos adicionais de liquidez se tornem disponíveis.
As concessionárias de serviços de utilidade pública brasileiras são, em geral, mais resistentes aos
efeitos da COVID-19 do que a maioria dos outros setores, devido ao serviço essencial que prestam
e por sua natureza regulada ou com contratos de longo prazo. Esperamos que as concessionárias
resistam principalmente devido às suas posições de liquidez relativamente confortáveis e
flexibilidade para reduzir investimentos e dividendos, se necessário. Apesar dos menores fluxos de
caixa operacionais projetados no curto e médio prazo causados pelas medidas governamentais de
apoio aos consumidores em dificuldades financeiras e pela menor demanda (o consumo de energia
caiu 13% em abril) decorrente da desaceleração econômica, atualmente esperamos que a maior
parte de nossos ratings das concessionárias de energia elétrica brasileiras permaneçam estáveis
em meio à pandemia.
No geral, esperamos que as geradoras e transmissoras de energia estejam menos expostas à
desaceleração do que as distribuidoras. No entanto, atualmente o regulador e o governo estão
elaborando um pacote extraordinário de liquidez para apoiar as distribuidoras, que, a nosso ver,
estão mais expostas às necessidades de capital de giro neste período. Essas empresas arrecadam
receitas para todo o setor, equilibrando o descompasso entre a menor demanda e as sobras de
energia, além do aumento da inadimplência.
Produtos florestais – perspectiva estável. A demanda resiliente por papéis tissue e embalagens e o real mais fraco devem compensar baixos preços e volumes de vendas.
Os preços da celulose provavelmente cairão cerca de 15% este ano em relação aos níveis já
baixos em meio à recessão global. A demanda por papel tissue e embalagens deve permanecer
constante, enquanto a de papel para imprimir e escrever provavelmente cairá, acelerando uma
tendência já secular. As empresas que avaliamos neste setor estão aumentando as vendas para
papel tissue. Esperamos que a Ásia continue impulsionando o aumento da demanda pelos
produtos da indústria.
A depreciação do real deve compensar os preços e volumes baixos este ano. Isso ocorre
porque os preços de venda das empresas brasileiras de celulose estão em dólares e uma grande
parte dos produtos de papel é exportada, enquanto os custos são principalmente em reais. As
empresas também poderiam aproveitar as linhas de crédito disponíveis e aumentar a liquidez por
meio da venda de ativos, como florestas e terras.
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
www.spratings.com 9 de junho de 2020 7
A perspectiva negativa do rating da Suzano S.A. desde o final de 2019 reflete sua alavancagem
acima das expectativas para seu nível de rating. A depreciação do real pode até ajudar a empresa
a reduzir a alavancagem e alcançar as metas de sua política financeira em 2021. A perspectiva do
rating da Klabin S.A. é estável. A demanda por suas embalagens de papel aumentou após a
imposição de restrições de circulação, e a empresa está atualmente em uma fase de investimento
que provavelmente aumentará a alavancagem em 2020.
Construção civil – perspectiva negativa. O aumento do desemprego, os salários mais baixos e menor confiança do consumidor afetarão substancialmente a demanda por moradias, afetando os fluxos de caixa do setor.
Demanda deve encolher. As moradias destinadas a famílias de baixa renda, subsidiadas pelo
programa 'Minha Casa, Minha Vida', mostraram mais resiliência nas crises econômicas passadas
do que as de famílias de média e alta renda. Esperamos a mesma tendência desta vez. As
construtoras finalizarão os projetos em construção, mas os lançamentos foram congelados por
tempo indeterminado devido às incertezas sobre a demanda, resultando em menor receita e fluxo
de caixa este ano. No entanto, acreditamos que as empresas que avaliamos possuem um colchão
de liquidez suficiente para enfrentar a crise, dadas suas posições de caixa e acesso a linhas de
crédito para construção.
A qualidade de crédito das empresas dependerá da duração da crise gerada pela pandemia e da
rapidez com que a confiança dos compradores se recupera. Além da liquidez, monitoraremos o
fluxo de caixa operacional livre das construtoras e a magnitude do impacto no patrimônio líquido
nos próximos trimestres, dado que o índice de dívida sobre capital é a métrica mais relevante para
o setor.
Ainda acreditamos que as perspectivas de longo prazo para o setor sejam fortes. Isso se
deve à alta demanda reprimida por imóveis e as taxas de juros historicamente baixas, como
destacado no artigo "Incorporadoras imobiliárias brasileiras desfrutam de condições favoráveis no
setor habitacional", publicado em 4 de fevereiro de 2020. Portanto, as empresas que continuem
operando em meio as condições atualmente adversas podem se beneficiar de uma recuperação
futura no setor.
Metais e mineração – perspectiva negativa. As empresas reduziram a produção de aço, enquanto a alavancagem aumentou. Os preços do minério de ferro continuam favoráveis.
Os preços do minério de ferro têm sido favoráveis desde o início do ano e provavelmente
continuarão assim, à medida que a produção industrial da China for retomada e os
fornecedores reduzirem a produção. O recente aumento nos preços reflete a menor produção
global - principalmente da Vale - à medida que o tempo chuvoso diminuiu a extração. Ainda
esperamos que a produção da Vale permaneça considerável, em torno de 330.000 toneladas de
minério de ferro em 2020. Os preços atuais acima de US$100 por tonelada beneficiarão o EBITDA
e os fluxos de caixa da Vale e das empresas siderúrgicas integradas, principalmente a Companhia
Siderúrgica Nacional, uma vez que o minério de ferro contribuiu com 80% do EBITDA em 2019 e,
em menor grau, a Gerdau S.A. e a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. No entanto, a
perspectiva dos ratings da Vale segue negativa por causa de fatores de risco ambientais, sociais e
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
www.spratings.com 9 de junho de 2020 8
de governança (ESG - environmental, social, and governance) substanciais, combinados com a
listagem CreditWatch negativo dos ratings da CSN devido a pressões de liquidez.
Esperamos que os volumes de aço no Brasil caiam de 15% a 20% em 2020. A provável
contração nos volumes respalda as perspectivas negativas dos ratings de siderúrgicas que
avaliamos. A queda de volumes também está ocorrendo em outros países onde a Gerdau possui
operações, como EUA, Chile, México, etc. Isso se deve à fraca demanda, principalmente dos
segmentos automotivo e outros segmentos industriais, bem como às atividades de construção que
podem sofrer mais a partir do segundo semestre de 2020. Como resultado, a Gerdau e a Usiminas
suspenderam suas operações desde o surto de coronavírus nos países em que operam, incluindo
interrupções no alto-forno. A CSN acabou de anunciar paralisações a partir de junho. Embora as
dívidas da Gerdau e Usiminas sejam gerenciáveis e a liquidez seja robusta, suas métricas de
crédito se enfraquecerão devido à depreciação do dólar e ao enorme declínio do EBITDA. Por outro
lado, observamos maiores pressões de liquidez para a CSN em meio a dificuldades de
refinanciamento em um cenário de demanda mais incerto.
Esperamos que todas as siderúrgicas reduzam o capex e qualquer remuneração dos acionistas,
mas um período prolongado de fraca demanda pode levar a outras ações de rating negativas.
Petróleo e gás e produtos químicos – perspectiva negativa. O colapso dos preços e da demanda do petróleo está afetando o fluxo de caixa das empresas.
Esperamos preço médio do petróleo Brent de US$30 por barril (bbl) para o restante de 2020 e
US$50/bbl em 2021. O setor de petróleo e gás foi fortemente afetado devido à queda na demanda
resultante das quarentenas e das restrições de viagens aéreas, somados a altos níveis de
produção e estoques em todo o mundo. Apesar do acordo da Opep+ sobre cortes na oferta, existe
um desequilíbrio substancial no mercado, que mantém os preços do petróleo em níveis muito
baixos.
A receita e o EBITDA da Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras devem cair de 30% a 40% este
ano. Para compensar parcialmente a contração da demanda, a empresa reduziu seu plano de
investimentos e tomou várias medidas para reduzir custos e preservar a liquidez. Embora nossa
perspectiva geral para o setor seja negativa, nossa perspectiva para a Petrobras é estável, pois o
SACP 'bb' da empresa é mais alto do que o rating final, que é limitado ao nível do rating soberano.
Esperamos que a alavancagem da Petrobras atinja seu pico este ano em torno de 6x, mas caia
para próximo de 4x em 2021, dadas as expectativas de aumento das vendas e dos preços do
petróleo. Ainda assim, se esperássemos um atraso na recuperação do EBITDA e da geração de
caixa para o próximo ano, poderíamos revisar para baixo o SACP da Petrobras para 'bb-' nos
próximos meses.
Também esperamos que a indústria química brasileira gere fluxos de caixa mais fracos, uma vez
que a maioria dos clientes finais provavelmente enfrentará uma significativa contração de volumes.
Esse será o caso especialmente dos setores de produção automotiva, habitacional e construção, e
industriais. Os fatores mitigantes para a indústria química são as vendas de produtos químicos para
uso final médico e de embalagens, cujos volumes podem aumentar. Provavelmente, veremos
preços baixos em geral este ano, uma vez que geralmente estão atrelados aos preços do petróleo.
Ainda assim, a estrutura de custos da Braskem S.A., por exemplo, se beneficia dos menores
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
www.spratings.com 9 de junho de 2020 9
preços de petroquímicos. O spread dos produtos da Braskem deve ser beneficiado pela
competitividade de seus crackers base nafta comparado com seus pares globais, porque a maioria
produz crackers de base gás. Além disso, como uma parcela significativa da receita da Braskem é
proveniente de exportações, tais receitas devem aumentar com o real mais fraco.
Produtores de proteínas – perspectiva estável. As vendas de varejo e exportação estão aumentando as margens e os fluxos de caixa.
Em nossa opinião, os fundamentos permanecem favoráveis, mas a volatilidade do lucro
persiste. Isso ocorre porque o setor está enfrentando muitas fontes de interrupção, desde o
fechamento de fábricas nos EUA e no Brasil até um enorme declínio na demanda em bares e
restaurantes, que é o principal canal de cortes de carne premium, não apenas no Brasil, mas
também na Europa. Esses fatores nos levaram a alterar as perspectivas dos ratings da Minerva
S.A. e da BRF S.A. de positivas para estáveis. Atualmente, os ratings das cinco empresas latino-
americanas de proteínas que avaliamos têm perspectiva estável.
Esperamos que as empresas mantenham uma alavancagem bastante estável e aumentem o
EBITDA. Isso resultará de maiores fluxos de caixa das exportações em meio à depreciação do real
e do aumento das vendas no varejo e da crescente demanda da Ásia, compensando a menor
demanda do setor de serviços de alimentação. Esperamos políticas financeiras mais
conservadoras, especialmente em relação a fusões e aquisições e dividendos, devido a incertezas
durante o período de fechamento de fábricas e padrões de demanda.
Ferrovias – perspectiva estável. Exposição considerável a produtos agrícolas mais resilientes em meio a custos mais baixos de combustível.
Esperamos que o fluxo de caixa das operações ferroviárias permaneça relativamente
estável, pois os volumes consistem principalmente de commodities para exportação. Além
disso, o real mais fraco, combinado com uma redução acentuada nos custos de combustível,
poderia sustentar ainda mais as margens das empresas. Não observamos nenhuma interrupção
nas operações portuárias ou problemas de logística. Ainda assim, as operações podem sofrer em
caso de quarentenas mais rígidas ou restrições de movimentos adicionais se a COVID-19 não for
contida. Apesar das incertezas econômicas e políticas, a probabilidade de renovações antecipadas
de concessão está aumentando, como foi o caso da concessão da Malha Paulista da Rumo S.A.
Esperamos um impacto muito limitado nas necessidades de caixa no curto prazo, uma vez que as
tarifas de renovação da concessão tendem a ser distribuídas ao longo do prazo da concessão.
Durante os estágios iniciais da pandemia, observamos empresas utilizando linhas de crédito
comprometidas para aumentar a posição de caixa. Tais iniciativas, combinadas com a redução dos
investimentos este ano, devem permitir aos operadores ferroviários posições de liquidez
confortáveis para enfrentar a crise atual.
Varejo (alimentar) – perspectiva estável. A demanda por produtos essenciais, como alimentos, deve permanecer resiliente durante a crise.
Quando começaram a surgir sinais de casos de COVID-19 no Brasil, os mercados ficaram lotados
de consumidores que estocavam alimentos e outros produtos para enfrentar a quarentena, gerando
vendas historicamente altas nas mesmas lojas naquele período, que em alguns casos superaram
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
www.spratings.com 9 de junho de 2020 10
em 2x-3x os níveis registrados em meses regulares. Supermercados e farmácias são consideradas
prestadores de serviços essenciais; portanto, permanecem abertos, enquanto outros varejistas
foram obrigados a fechar. Esperamos que as margens permaneçam estáveis, pois o aumento das
vendas deve ser compensado por custos mais altos.
Consequentemente, esperamos que os ratings da Companhia Brasileira de Distribuição (brAA-
/Negativa/--) e do Atacadão S.A. (brAAA/Estável/--) permaneçam inalterados. Além disso, não
esperamos riscos de refinanciamento para ambas as entidades, que devem captar recursos para
dar suporte à liquidez, se necessário. Atualmente, não esperamos mudanças na política de
dividendos, mas o capex pode ser postergado em alguns casos para proteger a posição de caixa.
Varejo (não alimentar) – perspectiva estável. Varejistas de segmentos discricionários devem priorizar redução de custos e vendas online, mas resultados financeiros serão fortemente afetados.
Acreditamos que restaurantes e revendedores de produtos discricionários continuarão enfrentando
grandes desafios nos próximos 12 a 18 meses.
A maioria das empresas já fechou um número significativo de lojas, que juntamente com demissões
e revisões de contratos de trabalho, conforme permitido pelas leis locais, são os principais
caminhos para reduzir custos fixos. No entanto, essas medidas não são suficientes para
compensar uma queda drástica nas vendas, prejudicando os fluxos de caixa - e consequentemente
- as métricas de crédito e liquidez.
Apesar de uma sólida posição de liquidez e de operações historicamente fortes, a Lojas Renner
S.A. (brAAA/Negativa/--) tem registrado vendas e fluxos de caixa dramaticamente mais baixos.
Após a quarentena de 30 a 40 dias, a empresa começou a reabrir lojas, mas a maioria delas está
operando apenas como centros para entrega de produtos via drive-through em shopping centers.
Esperamos um grande deficit nas vendas mesmas lojas no segundo trimestre e uma recuperação a
partir do terceiro trimestre.
O Magazine Luiza S.A. (brAAA/Estável/--) reportou 50% da receita de 2019 proveniente do e-
commerce, e acreditamos que esse canal continuará entregando uma parcela significativa das
vendas a partir de 2020. No entanto, esses canais podem não ser suficientes para compensar uma
queda drástica nas vendas das lojas físicas, uma vez que a interação estreita com os clientes é
fundamental para oferecer crédito para impulsionar as vendas em geral. Acreditamos que as taxas
de inadimplência aumentarão e poderão atingir níveis semelhantes aos da última crise financeira no
país. Devido ao aumento de capital em 2019, não esperamos uma ação de rating negativa para o
Magazine Luiza, uma vez que a empresa poderia usar seu excedente de recursos para proteger a
liquidez.
Rebaixamos a varejista brasileira de restaurantes International Meal Company Alimentação S.A.
(brBBB-/CW Neg./--) devido a operações muito mais fracas após vários fechamentos de lojas e ao
potencial de uma reabertura tardia das operações. Os restaurantes permanecem fechados, com
alguns operando para retirada ou entrega, o que não é suficiente para cobrir a forte perda das
receitas das lojas físicas.
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
www.spratings.com 9 de junho de 2020 11
Setor sucroalcooleiro – perspectiva negativa. A vulnerabilidade à dívida denominada em dólar e a incapacidade de mudar a produção de etanol para açúcar podem levar a rebaixamentos.
As restrições de circulação reduziram o consumo de gasolina e etanol em cerca de 30% em
abril. Esperamos que a demanda permaneça fraca no segundo trimestre. Ao mesmo tempo, os
preços globais historicamente baixos do petróleo deprimiram os preços domésticos, uma vez que a
Petrobras está repassando grande parte desse declínio para manter a paridade de preços. Nesse
sentido, os processadores de cana-de-açúcar com flexibilidade operacional e financeira estão
aumentando a produção de açúcar em detrimento do biocombustível e transportando estoques de
etanol para vender no final do ano quando a demanda se recuperar um pouco e os preços
tenderem a aumentar durante a entressafra.
Os fatores de compensação são os preços do açúcar estabelecidos em reais e a capacidade
de algumas empresas de aumentar a produção de açúcar. Esses fatores ajudarão a diminuir a
oferta de etanol. Acreditamos que o aumento da produção de açúcar das empresas brasileiras
poderia reduzir a produção de etanol em cerca de 4 bilhões de litros, o que sustentará os preços no
final da safra, se a demanda se recuperar como esperado. A liquidez e a estrutura de capital
conduzirão as ações de rating no setor, sendo as empresas com consideráveis dívidas
denominadas em dólares e riscos de refinanciamento as mais vulneráveis. Ainda esperamos que
as empresas do setor moam todo o volume de cana plantada durante esta safra, mas uma
demanda muito mais fraca poderá levá-las a revisar estratégias e reduzir fluxos de caixa, e
consequentemente aumentar a alavancagem.
Telecomunicação – perspectiva estável. Resiliência geral graças à alta demanda por serviços de banda larga e pós-pagos, parcialmente compensada pelas tendências de queda acelerada nos serviços de telefonia fixa, TV paga e pré-pago.
Acreditamos que a COVID-19 pode reduzir o número de novos assinantes, devido ao fechamento
dos pontos de venda, enquanto acelera o fenômeno do corte de cabos nos negócios de telefonia
fixa e TV paga, ao mesmo tempo que as pessoas reduzem as despesas e atrasam as recargas de
pré-pagos. Portanto, as empresas com maior exposição à linha fixa, principalmente a rede de
cobre, os celulares pré-pagos e a TV paga sofrerão mais. Além disso, esperamos que os
recebimentos mais fracos pressionem as métricas de crédito e a liquidez. A grande economia
informal do Brasil, somada a restrições disruptivas de circulação, pode reduzir os pagamentos em
caixa dos clientes, principalmente durante as semanas de pico da pandemia. Por outro lado,
esperamos que o aumento no tráfego de dados e no uso da voz melhore a receita de serviços de
banda larga fixa e pós-pagos.
No setor de B2B, esperamos que as receitas se baseiem nas necessidades de banda larga e das
soluções de rede, em vez do número de funcionários, o que mitiga o risco de aumento da taxa de
desemprego imposto à trajetória de receita do segmento empresarial, como observado uma década
atrás. Os clientes corporativos afetados pela crise podem atrasar os pagamentos, embora não
esperemos baixas expressivas, pois o acesso à telecomunicação deve continuar sendo um serviço
prioritário para o segmento corporativo.
Acreditamos que o setor de telecomunicações é mais resiliente do que a maioria dos setores e
esperamos que a maioria das empresas avaliadas se concentre no controle de despesas, com
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
www.spratings.com 9 de junho de 2020 12
margens EBITDA saudáveis e fluxos de caixa operacionais livres nos próximos 12 meses. Além
disso, acreditamos que a Telefônica Brasil S.A. (brAAA/Estável/--) e a Algar Telecom S/A
(brAAA/Estável/--) possuem balanços sólidos e liquidez adequada para operar durante a crise. Por
outro lado, realizamos uma ação de rating negativa para a Oi S.A. (brBBB-/Negativa/--) em 11 de
março de 2020, refletindo a deterioração das métricas de crédito, principalmente devido à queda do
valor do real (aproximadamente 50% da dívida da empresa é denominada em dólares), potenciais
impactos nos segmentos de linhas pré-pagas e linhas fixas, bem como liquidez menos que
adequada.
Infraestrutura do transporte – perspectiva estável. Embora expostos à fraca atividade econômica, os ativos de infraestrutura que avaliamos possuem flexibilidade financeira suficiente.
A principal diferença entre a crise econômica atual e a anterior é que a contenção da pandemia
depende da imposição de restrições de circulação. Isso põe em risco as operações de vários ativos
de infraestrutura, particularmente no segmento de transporte, incluindo aeroportos, rodovias com
pedágio, metrôs – e em menor escala – portos. O tráfego de passageiros no Brasil caiu em torno de
50% e o tráfego pesado, cerca de 20% durante abril, mas a severidade depende da localização
geográfica do ativo. Ainda assim, diferentemente do tráfego nos aeroportos, esperamos que nas
estradas com pedágio se recuperem até o final de 2020, quando os passageiros retomarem as
atividades diárias regulares.
Premissas de tráfego versus níveis de 2019
2020 2021
Veículos Pesados Leves Total Pesados Leves Total
(%)
AB Concessões S.A. (10)-(15) (15)-(20) (10)-(15) (2,5)-(5,0) 0-5 0-(2,5)
Arteris S.A. (10)-(15) (20)-(25) (10)-(15) 2,5-5,0 2,5-5,0 2,5-5,0
CCR S.A. (8)-(13) (15)-(20) (10)-(15) 5-10 5-10 5-10
Ecorodovias Concessões e Serviços S.A. (5)-(10) (15)-(20) (10)-(15) 5-10 5-10 5-10
No entanto, as rodovias pedagiadas que avaliamos e que compõem a maior parte de nosso
portfólio avaliado de ativos de transporte no país pertencem a grandes grupos que operam carteiras
de ativos, permitindo maior flexibilidade financeira e posição de liquidez confortável. A perspectiva
negativa dos dois terminais de contêineres que avaliamos no Brasil, Santos Brasil Participações
S.A. (brAAA/Negativa) e Terminal de Contêineres de Paranaguá S.A. (brAAA/Negativo/brA-1+),
reflete sua exposição ao comércio exterior, especialmente importações da China e exportações
para a Europa e América do Norte. Estimamos uma queda de mais de 15% no volume de
contêineres movimentados no Brasil em 2020, com redução contínua em 2021 após uma recessão
comercial global.
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
www.spratings.com 9 de junho de 2020 13
Ainda assim, esperamos que as métricas de crédito das rodovias e portos melhorem gradualmente,
voltando aos níveis históricos, depois de atingir um nível mínimo em 2020. Também limitamos a
maioria de nossos ratings de ativos de infraestrutura no rating soberano, havendo assim uma folga
para absorver fluxos de caixa mais baixos sem acionar imediatamente as ações de rating.
Artigos Relacionados
COVID-19 deve afetar, mas não abalar empresas brasileiras do setor elétrico, 29 de maio de
2020
Protein Processors Scramble To Adjust To Disruption From Pandemic, 29 de abril de 2020
Perspectiva dos ratings de 29 entidades corporativas brasileiras alterada para estável após
mesma ação no rating soberano, 7 de abril de 2020
Perspectiva dos ratings do Brasil alterada de positiva para estável por incertezas relacionadas à
COVID-19; ratings ‘BB-/B’ reafirmados, 6 de abril de 2020
Este relatório não constitui uma ação de rating.
Empresas brasileiras enfrentam pressões relacionadas à COVID-19
www.spratings.com 9 de junho de 2020 14
Copyright© 2020 pela Standard & Poor's Financial Services LLC. Todos os direitos reservados. Nenhum conteúdo (incluindo-se ratings, análises e dados relativos a crédito, avaliações, modelos, software ou outras aplicações ou informações obtidas a partir destes) ou qualquer parte destas informações (Conteúdo) pode ser modificada, sofrer engenharia reversa, ser reproduzida ou distribuída de nenhuma forma, nem meio, nem armazenada em um banco de dados ou sistema de recuperação sem a prévia autorização por escrito da Standard & Poor’s Financial Services LLC ou de suas afiliadas (coletivamente, S&P). O Conteúdo não deverá ser utilizado para nenhum propósito ilícito ou não autorizado. Nem a S&P, nem seus provedores externos, nem seus diretores, representantes, acionistas, empregados nem agentes (coletivamente, Partes da S&P) garantem a exatidão, completitude, tempestividade ou disponibilidade do Conteúdo. As Partes da S&P não são responsáveis por quaisquer erros ou omissões (por negligência ou não), independentemente da causa, pelos resultados obtidos mediante o uso de tal Conteúdo, ou pela segurança ou manutenção de quaisquer dados inseridos pelo usuário. O Conteúdo é oferecido “como ele é”. AS PARTES DA S&P ISENTAM-SE DE QUALQUER E TODA GARANTIA EXPRESSA OU IMPLÍCITA, INCLUSIVE, MAS NÃO LIMITADA A QUAISQUER GARANTIAS DE COMERCIABILIDADE, OU ADEQUAÇÃO A UM PROPÓSITO OU USO ESPECÍFICO, LIBERDADE DE FALHAS, ERROS OU DEFEITOS DE SOFTWARE, QUE O FUNCIONAMENTO DO CONTEÚDO SEJA ININTERRUPTO OU QUE O CONTEÚDO OPERE COM QUALQUER CONFIGURAÇÃO DE SOFTWARE OU HARDWARE. Em nenhuma circunstância, deverão as Partes da S&P ser responsabilizadas por nenhuma parte, por quaisquer danos, custos, despesas, honorários advocatícios, ou perdas diretas, indiretas, incidentais, exemplares, compensatórias, punitivas, especiais ou consequentes (incluindo-se, sem limitação, perda de renda ou lucros e custos de oportunidade ou perdas causadas por negligência) com relação a qualquer uso do Conteúdo aqui contido, mesmo se alertadas sobre sua possibilidade. Análises relacionadas a crédito e outras, incluindo ratings e as afirmações contidas no Conteúdo são declarações de opiniões na data em que foram expressas e não declarações de fatos. As opiniões da S&P, análises e decisões de reconhecimento de ratings (descritas abaixo) não são recomendações para comprar, reter ou vender quaisquer títulos ou tomar qualquer decisão de investimento e não abordam a adequação de quaisquer títulos. Após sua publicação, em qualquer maneira ou formato, a S&P não assume nenhuma obrigação de atualizar o Conteúdo. Não se deve depender do Conteúdo, e este não é um substituto das habilidades, julgamento e experiência do usuário, sua administração, funcionários, conselheiros e/ou clientes ao tomar qualquer decisão de investimento ou negócios. A S&P não atua como agente fiduciário nem como consultora de investimentos, exceto quando registrada como tal. Embora obtenha informações de fontes que considera confiáveis, a S&P não conduz auditoria nem assume qualquer responsabilidade de diligência devida (due diligence) ou de verificação independente de qualquer informação que receba. Publicações relacionadas a ratings de crédito podem ser divulgadas por diversos motivos que não dependem necessariamente de uma ação decorrente de um comitê de rating, incluindo-se, sem limitação, a publicação de uma atualização periódica de um rating de crédito e análises correlatas. Até o ponto em que as autoridades reguladoras permitam a uma agência de rating reconhecer em uma jurisdição um rating atribuído em outra jurisdição para determinados fins regulatórios, a S&P reserva-se o direito de atribuir, retirar ou suspender tal reconhecimento a qualquer momento e a seu exclusivo critério. As Partes da S&P abdicam de qualquer obrigação decorrente da atribuição, retirada ou suspensão de um reconhecimento, bem como de qualquer responsabilidade por qualquer dano supostamente sofrido por conta disso. A S&P mantém determinadas atividades de suas unidades de negócios separadas umas das outras a fim de preservar a independência e objetividade de suas respectivas atividades. Como resultado, certas unidades de negócios da S&P podem dispor de informações que não estão disponíveis às outras. A S&P estabeleceu políticas e procedimentos para manter a confidencialidade de determinadas informações que não são de conhecimento público recebidas no âmbito de cada processo analítico. A S&P pode receber remuneração por seus ratings e certas análises, normalmente dos emissores ou subscritores dos títulos ou dos devedores. A S&P reserva-se o direito de divulgar seus pareceres e análises. A S&P disponibiliza suas análises e ratings públicos em seus sites na www.standardandpoors.com (gratuito), e www.ratingsdirect.com e www.globalcreditportal.com (por assinatura), e pode distribuí-los por outros meios, inclusive em suas próprias publicações ou por intermédio de terceiros redistribuidores. Informações adicionais sobre nossos honorários de rating estão disponíveis em www.standardandpoors.com/usratingsfees. Austrália Standard & Poor's (Austrália) Pty. Ltd. conta com uma licença de serviços financeiros número 337565 de acordo com o Corporations Act 2001. Os ratings de crédito da Standard & Poor’s e pesquisas relacionadas não tem como objetivo e não podem ser distribuídas a nenhuma pessoa na Austrália que não seja um cliente pessoa jurídica (como definido no Capítulo 7 do Corporations Act).