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E M P R E S A C I D A D Ã

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por Patrícia Mariuzzo

Bombril investe em programas sociaisde esporte e de combate à violência

Em 2003, atletas brasileiras conquis-taram 40 medalhas nos Jogos Pan-ame-ricanos de Santo Domingo. Dobrar essenúmero na próxima edição dos Jogos em2007 no Rio de Janeiro é o objetivo doprojetoMulheres que fazem o Brasil bri-

lhar, da Bombril, que vai investir R$ 12milhões para apoiar cerca de 50 atletase paraatletas de 20 modalidades. ÁdriaRocha Santos, do atletismo paraolímpi-co, é uma delas. Com quatro medalhasde ouro e oito de prata em cinco ediçõesdas Paraolimpíadas ela espera contri-buir para que a delegação feminina bra-sileira cumpra a meta das 80 medalhas.

Já em Olinda, cidade pernambucanaonde a Bombril mantém o Centro deReferência da Mulher Márcia Dangre-mon, a meta é atender as vítimas de vio-lência, num programa de apoio e preven-ção. Só neste ano, 105 mulheres foramassassinadas em Pernambuco,estado que detém o recorde dehomicídios entre mulheres noBrasil. Colabora para agravarainda mais esse quadro o fatode que ninguém foi preso emnenhum dos casos.

ESPORTIVO FEMININOCom uma longa história na

área de marketing esportivo —como, por exemplo, a marcaBombril na camisa dos jogado-res do Santos Futebol Clube nocampeonato brasileiro — o atual

projeto redireciona o envolvimento daempresa nesse segmento. "Optamos poruma estratégia de comunicação maisdirigida. Além da visibilidade da marcacomo no futebol, o programa Mulheres

que fazem o Brasil brilharoferece apoioao desenvolvimento feminino no espor-

te, agregando à marca uma imagem deempresa preocupada com o bem estarda população", explica Cássia Viane deCastro, do departamento de marketing.

Em pesquisa realizada pela Bombrilem parceria com a Brunoro & CoccoSports Business constatou-se um des-compasso entre a qualidade atribuídaàs atletas brasileiras e a relevância queelas têm merecido. "O levantamento, rea-lizado com 300 mulheres casadas, reve-lou que a maioria do público feminino(82%) percebe o desempenho das atle-tas brasileiras como bom e ótimo, mas68% acham que essas atletas não têm omerecido reconhecimento", diz o consul-tor José Estevão Cocco.

COMPETIÇÕES INTERNACIONAISA participação da mulher no espor-

te é crescente. Nas Olimpíadas de 1984,em Los Angeles, a participaçãofeminina foi de 14% do total deatletas. Nos jogos de Atenas, em2004, 49% da delegação brasilei-ra era composta por mulheres. NaParaolimpíada, 21% da delegaçãoera de mulheres, que consegui-ram 35% das medalhas. ÁdriaRocha dos Santos, deficientevisual que integra o programa daBombril há mais de um ano, setornou a maior vencedora da his-tória brasileira nos JogosParaolímpicos. Apesar de tantasconquistas, ela manteve-se por

A EMPRESA FOCOU SEUMARKETING E INVESTIMENTO

EM AÇÕES SOCIAIS QUE VALORIZAM ATLETAS

FEMININAS EM DIVERSASMODALIDADES ASSIM COMONA CRIAÇÃO DE UM CENTRO

DE APOIO ÀS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA, EM PERNAMBUCO

Ádria Rocha dosSantos, deficiente

visual e campeã ematletismo nos Jogos

Paraolímpicos

Divulgação

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Além dos patrocínios individuais, oprojeto abrange equipes brasileiras denatação, ginástica, vôlei e basquete.Desde a implantação do programa, asatletas já conquistaram 123 medalhasem competições nacionais e internacio-nais. Inclui, ainda o subprojeto "Afilhadasdas atletas" que incentiva as atletas bene-ficiadas a adotar pelo menos duas outrasatletas durante a vigência do contrato.Atualmente já estão efetivadas 22 afi-lhadas de atletas.

PROJETO CONTRA A VIOLÊNCIAPernambuco é um dos estados bra-

sileiros mais afetados pela violência con-tra a mulher. Só na cidade de Olindaforam registrados três mil casos em2004, segundo a Secretaria de DefesaSocial de Pernambuco. "Esses dados che-garam até a Bombril em 2005, quandoa empresa já estava envolvida em pro-gramas com mulheres carentes em SãoPaulo. A prefeitura de Olinda tinha umlocal para montar uma unidade paraatender mulheres, mas não recursospara mantê-la funcionando. Foi aí que aempresa entrou na parceria, responsa-bilizando-se pela contratação e manu-tenção dos funcionários", lembra LuizCareli, gerente de recursos humanos daBombril. Nascia assim o Centro deReferência da Mulher Márcia Dangre-

mon que oferece assistência jurídica epsicológica para mulheres vítimas deviolência em Pernambuco.

O Centro funciona 24 horas por diae mantém um serviço de call center, paraorientação e assistência à mulher. A equi-pe é formada por 20 funcionários entrepsicólogos, pedagogos, advogados e pes-soal de apoio para as mulheres e seusfilhos, todos com treinamento específi-co oferecido pela ONG Mulheres do Cabo,há quase 20 anos com atividades na área.Segundo Careli, unidades de atendimen-to como esse centro têm dificuldade deencontrar patrocínio por causa da natu-reza dos problemas com os quais lidam.

O Centro atende hoje 206 mulherese a empresa é responsável, ainda, portrês vagas para as mulheres e seus filhosmenores ameaçados de morte na CasaAbrigo Sempre Viva, em Recife.

"Estamos trabalhando na formaçãode uma rede de combate à violência quepassa pelo atendimento no Centro, masque tem que cuidar da prevenção, o queinclui combater a educação sexista nasescolas. Além disso, participamos de ati-vidades em 12 comunidades de Olindapromovendo palestras, seminários e ofi-cinas sobre o tema da violência", com-pleta Avanir. O Centro organizou esteano o primeiro Arrastão Cultural de com-bate e prevenção da violência contra amulher na semana do pré-carnaval deOlinda. Um dos resultados da mobiliza-ção foi um convite da companhia detransporte urbano da cidade para oCentro fazer um treinamento com os 1,2mil funcionários da empresa. "Na maio-ria das vezes que uma mulher foge decasa, o motorista ou o cobrador do ôni-bus é a pessoa com quem ela tem conta-to", explica Avanir.

Segundo o gerente de RH, a intençãoda Bombril é fazer do Viva Mulher umprograma "guarda-chuva" para abrigaroutras iniciativas direcionadas para opúblico feminino.

longo tempo sem apoio. "No Brasil é mui-to difícil obter patrocínio, pois as empre-sas têm pouco interesse no esporte indi-vidual e valorizam pouco bons resulta-dos, como as medalhas de bronze ou pra-ta. Só com o ouro se tem reconhecimen-to", lamenta. Com o investimento daBombril ela pôde participar, no ano pas-sado, de uma competição em Paris, naFrança, onde conquistou o terceiro lugar.Seu objetivo para este ano é o mundialde atletismo na Holanda, em setembro.

Para aumentar as possibilidades deconquistar medalhas nos Jogos Pan-ame-ricanos, foram selecionadas atletas emodalidades com maior potencial dedesenvolvimento ao longo do períododeterminado para o projeto. A judocaDanielle Zangrando foi uma delas. Nopassado ela perdeu o patrocínio do SãoPaulo Futebol Clube. "A ajuda da Bombrilveio na hora certa", comemora ela, queconquistou medalha de bronze na Copado Mundo de Judô em 2004 e foi cam-peã pan-americana no mesmo ano.

Danielle destaca, ainda, a questão dogerenciamento da carreira do atleta,outro aspecto do projeto. "Não é somen-te o patrocínio, há uma preocupação como todo, com a motivação, com a assesso-ria de imprensa e isso faz a diferença,principalmente em esportes poucoconhecidos", diz Danielle.

Equipe de atletas

apoiadas pelaempresa

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