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PROFESSOR: PAULO LACERDA (Orçamento Público) – 1ª e 2ª AULA

Capitulo 11.A P R E S E N T A Ç Ã O

O orçamento público é uma lei que, entre outros aspectos, exprime, em termos financeiros, a alocação, a distribuição e a estabilização dos recursos públicos.

Trata-se de um instrumento de planejamento que espelha as decisões políticas, estabelecendo as ações prioritárias para o atendimento das demandas da sociedade, em face da escassez de recursos. Apresenta múltiplas funções - de planejamento, contábil, financeira e de controle. As receitas e as despesas, para serem realizadas, têm que estar, respectivamente, previstas e autorizadas na lei orçamentária anual.1.2 CONCEITOS BÁSICOS1.2.1 O que é o Orçamento Público?

O Orçamento Geral da União (OGU) prevê todos os recursos e fixa todas as despesas do Governo Federal, referentes aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

As despesas fixadas no orçamento são cobertas com o produto da arrecadação dos impostos federais, como o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), bem como das contribuições, como o da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - COFINS, que é calculado sobre o faturamento mensal das empresas, nas vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, e bem assim do desconto na folha que o assalariado paga para financiar sua aposentadoria. Os gastos do governo podem também ser financiados por operações de crédito - que nada mais são do que o endividamento do Tesouro Nacional junto ao mercado financeiro interno e externo. Este mecanismo implica o aumento da dívida pública.

As receitas são estimadas pelo governo. Por isso mesmo, elas podem ser maiores ou menores do que foi inicialmente previsto.

Se a economia crescer durante o ano, mais do que se esperava, a arrecadação com os impostos também vai aumentar. O movimento inverso também pode ocorrer.

Com base na receita prevista, são fixadas as despesas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Depois que o Orçamento é aprovado pelo Congresso, o governo passa a gastar o que foi autorizado. Se a receita do ano for superior à previsão inicial, o governo encaminha ao Congresso um projeto de lei pedindo autorização para incorporar e executar o excesso de arrecadação. Nesse projeto, define as novas despesas que serão custeadas pelos novos recursos. Se, ao contrário, a receita cair, o governo fica impossibilitado de executar, em regra, o orçamento na sua totalidade, o que exigirá corte nas despesas programadas.

A inflação crônica, antes do Plano Real, distorcia o orçamento. Quando o governo elaborava a proposta orçamentária, previa uma taxa anual de inflação, a fim de corrigir as dotações orçamentárias para que elas mantivessem o valor real. Mas na última década, por causa da inflação crônica e ascendente, essa taxa estimada quase sempre era menor que a inflação efetivamente ocorrida no ano. Com isso, o processo inflacionário corroia as dotações orçamentárias.

Por exemplo, se o orçamento previa um determinado valor para a construção de uma estrada federal, quando o recurso era liberado, o seu valor real (ou seja, descontada a inflação do período) não era mais suficiente para a execução da obra. Esse problema gerou inúmeras distorções, como a paralisação de projetos pela metade ou a construção de estradas de péssima qualidade.1.3. CICLO ORÇAMENTÁRIO

No Brasil, como na maioria dos países de regime democrático, o processo orçamentário reflete a co-responsabilidade entre os poderes, caracterizando-se por configurar quatro fases distintas

O ciclo orçamentário, também conhecido como processo orçamentário, pode ser definido como um processo de caráter contínuo e simultâneo, por meio do qual se Elabora, Aprova, Executa e Controla, Avalia e Fiscaliza a programação de dispêndios do setor público nos aspectos físico e financeiro. Logo, o ciclo orçamentário corresponde ao período de tempo (4 anos para o mandato e 2 anos para a Lei Orçamentária Anual – LOA) em que se

processam as atividades típicas do orçamento público, desde sua concepção até a apreciação final.

Nos próximos capítulos, relataremos o ciclo orçamentário da LOA, pois esta lei é a mais cobrada em concursos, segundo entendimento majoritário da doutrina.

Capitulo 22.1 ELABORAÇÃO

1ª etapa do 1º ANO de ciclo orçamentário1 - a elaboração e consolidação da proposta são feitas no âmbito do Poder Executivo;Como é feito o Orçamento?

O Orçamento é elaborado pelos três poderes da República e consolidado pelo Poder Executivo. Ele precisa ser equilibrado, ou seja, não pode fixar despesas em valores superiores aos recursos disponíveis. Essa limitação obriga o governo a definir prioridades na aplicação dos recursos estimados. As metas para a elaboração da proposta orçamentária são definidas pelo Plano Plurianual (PPA) e priorizadas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Por força do disposto no § 5º do artigo 165 a Constituição Federal, a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal, o de investimentos das empresas estatais e o da seguridade social.

O projeto do Plano Plurianual precisa ser elaborado pelo governo e encaminhado ao Congresso Nacional, para ser discutido e votado, até o dia 31 de agosto do primeiro ano do mandato de cada presidente, como determina a Constituição. Depois de aprovado, o PPA é válido para os quatro anos seguintes. O PPA estabelece as diretrizes, objetivos e metas, de forma regionalizada, da administração pública federal.

O § 1º do artigo 165 da Constituição Federal preceitua que: “a lei que institui o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas de correntes, e para as relativas aos programas de duração continuada.”

A finalidade do PPA, em termos orçamentários, é a de estabelecer objetivos e metas que comprometam o Poder Executivo e o Poder Legislativo a dar continuidade aos programas na distribuição dos recursos. O PPA precisa ser aprovado pelo Congresso até o final do primeiro ano do mandato do presidente eleito. O controle e a fiscalização da execução do PPA são realizados pelo sistema de controle interno do Poder Executivo e pelo Tribunal de Contas da União. O acompanhamento e a avaliação são feitos pelo Ministério do Planejamento e Orçamento.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prioriza as metas do PPA e orienta a elaboração do Orçamento Geral da União, que terá validade para o ano seguinte. O projeto da LDO é elaborado pelo Poder Executivo, sob a direção do MPO e a coordenação da Secretaria de Orçamento Federal (SOF), e precisa ser encaminhado ao Congresso até o dia 15 de abril de cada ano. O projeto da LDO tem como base o PPA e deve ser apreciado pelo Congresso Nacional até 17 de julho de cada exercício (caso não seja, os parlamentares não terão o recesso parlamentar). Depois de aprovado, o projeto é sancionado pelo Presidente da República.“Nos termos do § 2º do artigo 165 da Constituição Federal, "a lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.”

Com base na LDO, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) elabora a proposta orçamentária para o ano seguinte, com a participação dos Ministérios (órgãos setoriais) e as unidades orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário. Por determinação constitucional, o governo é obrigado a encaminhar o projeto de lei do orçamento ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de cada ano. Acompanha a proposta uma mensagem do Presidente da República,

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na qual é feito um diagnóstico sobre a situação econômica do país e suas perspectivas, observando os seguintes procedimentos:1a Etapa: Entre os meses de janeiro e maio, na Secretaria de Orçamento Federal – SOF –, é desenvolvida a análise da série histórica da execução dos últimos exercícios, para definição dos limites de gastos por unidade orçamentária da União.2a Etapa: No mês de junho, os órgãos setoriais apresentam uma proposição detalhada relativa às suas programações em:Atividades - envolvendo o montante de recursos necessários para assegurar a manutenção da execução das ações atualmente desenvolvidas para a prestação de serviços à comunidade;Despesas Obrigatórias - relativas a despesas com pessoal, ao serviço da dívida, benefícios previdenciários.3a Etapa: Com a estimativa da Receita a ser arrecadada e o montante de gastos projetados para o exercício na 2ª Etapa, define um limite adicional e o remete aos órgãos para complementar a sua programação orçamentária, compreendendo:Expansão de atividades - os valores necessários para expansão dos serviços;Projetos - gastos requeridos para aumento da capacidade física de atendimento ou inserção de uma ação nova nas atribuições dos órgãos.Para saber mais

Os orçamentos podem se originar do: Legislativo – é o orçamento cuja elaboração, votação e

aprovação são da competência do poder legislativo, cabendo ao poder executivo sua execução;

Executivo – é o orçamento cuja elaboração, aprovação, execução e controle são da competência do poder executivo;

Misto – é o orçamento cuja elaboração e execução ocorre no âmbito do poder executivo, cabendo ao legislativo a aprovação e controle.

Para saber mais Os orçamentos podem ter os seguintes aspectos:

Aspecto político – diz respeito a sua característica de plano de governo ou programa de ação do grupo ou facção partidária que detém o poder;

Aspecto jurídico – define a lei orçamentária no conjunto de leis do país;

Aspecto econômico – é o resultado decorrente da evolução das características políticas do orçamento onde o melhor plano é aquele que resulta em maior produção com menor gasto;

Aspecto financeiro – é caracterizado como meio efetivo e normal da execução orçamentária pelo fluxo monetário das entradas das receitas e das saídas das despesas.

Aspectos administrativos – faz uma referência ao mérito na hora da decisão, no tocante à arrecadação das receitas e, principalmente, a execução das despesas, parte fundamental da Administração Pública.

2.2 TIPOS DE ORÇAMENTO E NATUREZA JURÍDICAConceito de orçamento público.Tradicionalmente o orçamento é compreendido como uma peça

que contém apenas a previsão das receitas e a fixação das despesas para determinado período, sem preocupação com planos governamentais de desenvolvimento, tratando-se assim de mera peça contábil - financeira. Tal conceito não pode mais ser admitido, pois, conforme vimos no módulo anterior, a intervenção estatal na vida da sociedade aumentou de forma acentuada e com isso o planejamento das ações do Estado é imprescindível.

Hoje, o orçamento é utilizado como instrumento de planejamento da ação governamental, possuindo um aspecto dinâmico, ao contrário do orçamento tradicional já superado, que possuía caráter eminentemente estático.

Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público “é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela

política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei”.

Natureza jurídica do orçamento. Apesar de todas as divergências existentes na doutrina, hoje é

posição dominante, conforme já decidiu reiteradas vezes o próprio STF, considerar o orçamento como uma lei formal, que apenas prevê as receitas públicas e autoriza os gastos, não criando direitos subjetivos nem modificando as leis tributárias e financeiras.

Sendo uma lei formal, a simples previsão de despesa na lei orçamentária anual não cria direito subjetivo, não sendo possível se exigir, por via judicial, que uma despesa específica fixada no orçamento seja realizada.

Podemos então dar as seguintes características para a lei orçamentária:

. É uma lei formal – formalmente o orçamento é uma lei, mas, conforme vimos acima, em vários casos ela não obriga o Poder Público, que pode, por exemplo, deixar de realizar uma despesa autorizada pelo legislativo. Dizemos assim que o orçamento é uma lei formal, pois diversas vezes deixa de possuir uma característica essencial das leis: a coercibilidade.

. É uma lei temporária – a lei orçamentária tem vigência limitada (um ano).

. É uma lei ordinária – todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são leis ordinárias. Os créditos suplementares e especiais também são aprovados como leis ordinárias.

. É uma lei especial – possui processo legislativo diferenciado e trata de matéria específica.

Ratificando O orçamento compreende quatro aspectos fundamentais:a)o jurídico, que envolve a natureza do ato orçamentário

quanto aos direitos e obrigações que ele gera à Administração, aos agentes públicos e aos administrados.

b)o político, que indica para qual direção o poder político está atuando, isto é, qual necessidade coletiva entendeu ser de interesse público e usará, para sua satisfação, o serviço público mediante seu critério de gasto.

c)o econômico, quanto às diretrizes econômicas e políticas fiscais adotadas em sua elaboração e que se tornarão postulados a serem seguidos.

d)o técnico-financeiro, estabelecendo metodologias e procedimentos administrativos e contábeis adotados à persecução dos fins do instrumento orçamentário.2.2.1 ORÇAMENTO BASE-ZERO OU ESTRATÉGICO:

O orçamento de baixo para cima, como se o orçamento estivesse sendo preparado pela primeira vez. Todos os gastos propostos devem ser revistos.

A metodologia do OBZ não é adotada no Brasil, em nenhuma das unidades da Federação.

O orçamento de base zero é uma metodologia orçamentária onde exige que todas as despesas dos órgãos ou das entidades públicas, programas ou projetos governamentais sejam detalhadamente justificadas a cada ano, como se cada item de despesa se tratasse de uma nova iniciativa do governo.

A cada novo orçamento, as prioridades são abandonadas;Novo programa, nova justificação;Visa a economia de despesa.O foco principal do orçamento de base zero é o controle das

despesas de capital (investimentos), ou seja, parte-se da premissa do que precisa ser feito e não o que seria bom ser feito. Assim sendo, o orçamento torna-se o mais próximo possível da realidade.2.2.2 ORÇAMENTO INCREMENTAL

O orçamento é preparado para um exercício com base no realizado do período anterior, aplicando-se um percentual de incremento. Constitui-se em mera projeção do realizado para o futuro.2.2.3 ORÇAMENTO DE DESEMPENHO OU POR REALIZAÇÕES

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Uma evolução do orçamento clássico foi o chamado orçamento de desempenho. Neste tipo de orçamento, o gestor começa a se preocupar com o resultado dos gastos e não apenas com o gasto em si, ou seja, preocupa-se agora em saber “as coisas que o governo faz e não as coisas que o governo compra”. Apesar de ser um passo importante, o orçamento de desempenho ainda se encontra desvinculado de um planejamento central das ações do governo.

Nesse tipo de orçamento, a ênfase era as coisas que o governo fazia, ou seja, o foco era basicamente nos resultados, com desvinculação entre planejamento orçamento.Para saber maisÊnfase no resultado, e não no planejamento;Evolução do tradicional.2.2.4 ORÇAMENTO CLÁSSICO OU TRADICIONAL

O orçamento tradicional ou clássico era aquele onde constavam apenas a fixação da despesa e a previsão da receita, sem nenhuma espécie de planejamento das ações do governo. Era peça meramente contábil – financeira, um documento de previsão de receita e de autorização de despesas.Neste tipo de orçamento não havia preocupação com a realização dos programas de trabalho do governo, preocupando-se apenas com as necessidades dos órgão públicos para realização das suas tarefas, sem se questionar sobre objetivos e metas. 2.2.5 ORÇAMENTO- PROGRAMA

O orçamento - programa foi introduzido no Brasil através da Lei 4320/64 e do decreto – lei 200/67. O orçamento–programa pode ser entendido como um plano de trabalho, um instrumento de planejamento da ação do governo, através da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, além dos estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos relacionados.

A CF/88 implantou definitivamente o orçamento - programa no Brasil, ao estabelecer a normatização da matéria orçamentária através do PPA, da LDO e da LOA, ficando evidente o extremo zelo do constituinte para com o planejamento das ações do governo.

2.2.5.1 orçamento tradicional X Orçamento-programaDo Orçamento Tradicional ao Orçamento Programa Antes do

advento da Lei n.º 4.320, de 17/3/64, o tipo orçamentário utilizado pelo Governo Federal era o chamado orçamento tradicional ou orçamento clássico. O orçamento clássico se caracterizava por ser um simples documento de previsão de receita e de autorização de despesas, estas classificadas segundo o objeto de gasto e distribuídas pelos diversos órgãos, para o período de um ano.

Em sua elaboração não se enfatizava o atendimento das necessidades da coletividade e da Administração; tampouco se destacavam os objetivos econômicos e sociais a serem alcançados com os gastos.

O orçamento tradicional limitava-se a ser uma relação de despesas cobertas com uma previsão de receitas, qualquer análise gerencial do papel do Estado ficava bastante prejudicada, a partir dessa metodologia.

A maior deficiência do orçamento tradicional consistia no fato de que ele não privilegiava um programa de trabalho ou um conjunto de objetivos a atingir. Apenas dotava um órgão qualquer com as dotações suficientes para pagamento de pessoal e compra de material de consumo e permanente para o exercício financeiro, sem maiores preocupações com o objetivo a ser alcançado com o gasto. Os órgãos eram contemplados no orçamento sobretudo de acordo com o que gastavam no exercício anterior, e não em função do que se pretendiam realizar (inercialidade).

O orçamento clássico evoluiu para o orçamento de desempenho ou de realizações, onde se buscava saber “as coisas que o governo faz e não as coisas que o governo compra”. Assim, saber o que a Administração Pública comprava tornou-se menos relevante do que saber para que se destinava aquela aquisição. O orçamento de desempenho, embora já ligado aos objetivos, não poderia, ainda, ser considerado um orçamento-programa, visto que lhe faltava uma

característica essencial, que era a vinculação ao sistema de planejamento. (ver Quadro 1)

Quadro 1Orçamento tradicional Orçamento-programa

Dissociado do planejamento É um Elo, do planejamento a programação

Ênfase nos aspectos contábeis Ênfase no planejamentoClassificação do gasto pelas unidades

orçamentáriasClassificação do gasto funcional-

programáticaNão há acompanhamento e medição Há indicadores e padrões de resultados

Visa a aquisição de meios (objeto do gasto) Visa a aquisição de fins (objetivo do gasto)

A adoção do orçamento-programa na esfera federal foi efetivada em 1964, a partir da edição da Lei nº 4.320/64. O Decreto-Lei nº 200, de 23/2/67, menciona o orçamento-programa como plano de ação do Governo Federal quando, em seu art. 16, determina: “em cada ano será elaborado um orçamento-programa que pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser realizado no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa anual”.

O orçamento-programa está intimamente ligado ao Sistema de Planejamento e aos objetivos que o Governo pretende alcançar, durante um período determinado de tempo.

O orçamento-programa pode ser definido como sendo “um plano de trabalho expresso por um conjunto de ações a realizar e pela identificação dos recursos necessários à sua execução”. Como se observa, o orçamento-programa não é apenas documento financeiro, mas, principalmente, instrumento de operacionalização das ações do governo, viabilizando seus projetos/atividades/operações especiais em consonância com os planos e diretrizes estabelecidos, oferecendo destaque às seguintes vantagens:a) melhor planejamento de trabalho;b) maior precisão na elaboração dos orçamentos;c) melhor determinação das responsabilidades;d) maior oportunidade para redução dos custos;e) maior compreensão do conteúdo orçamentário por parte do Executivo, do Legislativo e do público;f) facilidade para identificação de duplicação de funções;g) melhor controle da execução do programa;h) identificação dos gastos e realizações por programa e sua comparação em termos absolutos e relativos;i) apresentação dos objetivos e dos recursos da instituição e do inter-relacionamento entre custos e programas; ej) ênfase no que a instituição realiza e não no que ela gasta.2.3 Orçamento público no Brasil.2.3.1 A Constituição de 1824

Na Constituição Imperial de 1824 surgem as primeiras exigências no sentido da elaboração de orçamentos formais por parte das instituições imperiais. De acordo com seus termos, só a lei poderia autorizar o gasto e tal lei deveria ser votada pelo parlamento (Reserva Legal). Era de responsabilidade do Executivo a elaboração do orçamento, que, depois de pronto, seria encaminhado para aprovação pela Assembléia Geral (Câmara dos Deputados e Senado). Entretanto, as leis sobre impostos seriam de iniciativa exclusiva da Câmara dos Deputados.

Em seu artigo 172, a Constituição assim determinava: "O ministro de Estado da Fazenda, havendo recebido dos outros ministros os orçamentos relativos às despesas de suas repartições, apresentará na Câmara dos Deputados anualmente, logo que esta estiver reunida, um balanço geral da receita e despesa do Tesouro Nacional do ano antecedente, e igualmente o orçamento geral de todas as despesas públicas do ano futuro e da importância de todas as contribuições e rendas públicas."

Entretanto, somente em 1827 foi formulada a primeira lei orçamentária brasileira. Porém, os deficientes mecanismos arrecadadores a nível de províncias, as dificuldades de comunicação e conflitos com normas legais, frustraram sua aplicação. O primeiro orçamento brasileiro teria, então, sido aprovado pelo Decreto Legislativo de 15-12-1830, que fixava a despesa e orçava a receita

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das antigas províncias para o exercício de 1831 (de 1.7.1831 a 30.6.1832).

A fiscalização da execução orçamentária foi definida de forma vaga: "... participação da Câmara no exame da administração passada, e reforma dos abusos nela introduzidos."2.3.2 A Constituição de 1891

Na Constituição de 1891, que se seguiu à Proclamação da República, houve importante alteração na distribuição de competências em relação ao orçamento. A elaboração passou a ser privativa do Congresso Nacional, assim como a tomada de contas dos Executivo (art. 34). Visando auxiliar o Congresso no controle de gastos, a Constituição Federal instituiu um Tribunal de Contas (art. 39). A iniciativa da lei orçamentária ficou a cargo da Câmara, mas na realidade "sempre partiu do gabinete do ministro da Fazenda que, mediante entendimentos reservados e extra-oficiais, orientava a comissão parlamentar de finanças na elaboração da lei orçamentária".

Com a República, as antigas províncias transformaram-se em Estados regidos por constituições próprias, o que lhes assegurou grande autonomia, igualmente estendida aos municípios.

Em 1922, por ato do Congresso Nacional, foi aprovado o Código de Contabilidade da União (Decreto 4536/1922), possibilitando o ordenamento dos procedimentos orçamentários, financeiros, contábeis e patrimoniais da gestão federal. O Código formalizou a prática de o Executivo fornecer ao Legislativo todos os elementos para que este exercitasse sua atribuição de iniciar a elaboração da lei orçamentária.

No Art. 13 do referido Código lê-se: "O governo enviará à Câmara dos Deputados, até 31 de maio de cada ano, a proposta de fixação da despesa, como cálculo da receita geral da República, para servir de base à iniciativa da Lei de Orçamento." Esse artigo deixava claro que a proposta do governo deveria ter a forma de um projeto de lei acabado, não se assemelhando ao caso americano no qual o Congresso recebia e analisava as solicitações de dotações por parte dos órgãos.2.3.3 A Constituição Outorgada de 1934

A Revolução de 1930 representou o rompimento com o passado e a proposta de nova ordem, inclusive na modernização do aparelho do Estado. A autonomia dos Estados e o federalismo da Constituição Federal de 1891 cederam lugar à centralização da maior parte das funções públicas na área federal.

A competência para elaboração da proposta orçamentária é atribuída ao Presidente da República. O Legislativo encarregava-se da votação do orçamento e do julgamento das contas do Presidente, com auxílio do Tribunal de Contas. A Constituição não colocou limitações ao poder de emendar por parte dos legisladores, caracterizando-se a co-participação dos dois poderes na elaboração da lei.2.3.4 A Constituição Decretada de 1937

A Constituição de 1937 foi gerada no regime autoritário do Estado Novo. A proposta orçamentária seria elaborada por um Departamento Administrativo junto à Presidência da República e votada pela Câmara dos Deputados e pelo Conselho Federal (uma espécie de Senado com dez membros nomeados pelo Presidente da República). Na verdade, este último nunca foi instalado e o orçamento sempre foi elaborado e decretado pelo Executivo.

A competência é do DASP - Depto. Administrativo do Serviço Público. Seu Diretor passou a presidir a Comissão de Orçamento do Ministério da Fazenda. Após a conclusão do orçamento, este era encaminhado diretamente ao Presidente para aprovação.

Em 1939 foi instituído o Plano Especial de Obras Públicas e Aparelhamento da Defesa Nacional, cujas despesas eram cobertas por créditos paralelos ao orçamento geral da União. Em 1943, o Plano Especial foi transformado em Plano de Obras e Equipamentos, configurando-se, assim, um orçamento paralelo de capital, ou seja, o Princípio da Unidade foi para o espaço. Observe-se, portanto, que os orçamentos de 1944 e 1945 continham apenas despesas de custeio. Em 1947, com a redução dos recursos provenientes das fontes especiais, o Plano de Obras foi incorporado ao Orçamento.

2.3.5 A Constituição de 1946Na Constituição de 1946, com a redemocratização, o

orçamento voltou a ser do tipo misto. O Executivo elaborava o projeto de lei do orçamento e o encaminhava para discussão e votação nas casas legislativas. Os legisladores co-participavam com emendas. Entretanto, essa abertura era exagerada, pois as emendas não exigiam os cancelamentos compensatórios. Como conseqüência, em 1959 o número de emendas foi de 8.572 e, em 1963, alcançou quase 100 mil.

Os dispositivos constitucionais consagraram certos princípios básicos: unidade, universalidade, exclusividade e especificação, além de evidenciar de forma clara o papel do Tribunal de Contas.

Destaca-se, ainda, que, em 1956, a Presidência da República criou a CEPA - Comissão de Estudos e Projetos Administrativos - com função de gerar um sistema nacional de planejamento e adequar as informações orçamentárias a essa finalidade.

A partir de 1964, o Regime Militar, marcadamente autoritário, refletiu novamente no equilíbrio de poder entre Executivo e Legislativo, especialmente na matéria orçamentária. O quadro de descontrole provocou a Lei 4.320/64, que impôs sérias restrições à possibilidade de emendar. Veja-se, por exemplo, o art. 33: "Não se admitirão emendas ao projeto de lei do orçamento que visem a:

o alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando provada, nesse ponto, a inexatidão da proposta;

o conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes;

o conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja anteriormente criado;

o conceder dotação superior aos quantitativos fixados em resolução do Poder Legislativo para concessão de auxílios e subvenções".2.3.6 A Constituição de 1967

A Constituição de 1967 terminou por retirar as prerrogativas do Legislativo quanto à iniciativa de leis ou emendas que criem ou aumentem despesas, inclusive emendas ao projeto de lei do orçamento. Veja-se o teor do Art. 67: "Não serão de deliberação emendas de que decorram aumentos de despesa global ou de cada órgão, projeto ou programa, ou que visem modificar o seu montante, natureza e objetivo."

Isso impossibilitava que emendas importantes fossem propostas pelo legislativo. O papel desse Poder passou a ser de homologar o projeto oriundo do executivo. A Emenda Constitucional nº1 de 1969, mudou diversos aspectos da Constituição de 67, mantendo, no entanto, os dispositivos sobre orçamento que limitavam a capacidade de iniciativa do legislativo em leis que gerem despesas e em emendas.2.3.7 A Constituição de 1988

A Constituição de 1988 trouxe duas novidades na questão orçamentária. Devolveu ao Legislativo a prerrogativa de propor emendas sobre a despesa no projeto de lei de orçamento e reforçou a concepção que associa planejamento e orçamento como elos de um mesmo sistema.

A CF/88 determinou que questões como: exercício financeiro, prazos, vigência, elaboração, organização dos orçamentos, das normas de gestão financeira e patrimonial seja objeto de disciplinamento de Lei Complementar, até hoje em discussão no CN.

A elaboração de planos plurianuais passou obrigatoriamente a abranger as despesas de capital e demais programas de duração continuada. Tornou obrigatório também o encaminhamento anual ao Legislativo do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

Outro aspecto constitucional relevante relaciona-se com os princípios da unidade e da universalidade. A Constituição de 1988 trouxe melhor entendimento para a questão ao precisar a composição do orçamento anual que passou a ser integrado pelo orçamento fiscal, orçamento da seguridade social e orçamento de investimentos das estatais, em função da multiplicidade organizacional e jurídica do setor público, explicitando quais as receitas e despesas públicas que devem integrar o orçamento público e merecer, portanto, aprovação

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legislativa. Este modelo, em linhas gerais segue o princípio da totalidade. A unidade  orçamentária de todos os órgãos públicos, portanto, deve fundamentar-se segundo uma única política orçamentária, estruturam-se uniformemente e ajustarem-se a um método único.

Capitulo 32ª etapa do 1º ANO de ciclo orçamentário

3.1 aprovação A apreciação e votação são feitas pelo Legislativo - no caso do

governo federal, o Congresso Nacional (comissão mista de planos, orçamento público e fiscalização - CMO);

Cuidado: a lei orçamentária anual não passa pelo trâmite normal das leis comuns, visto que a LOA tem um caráter de lei diferenciada, ou seja, uma lei que tramita por um processo legislativo especial.

Com a estabilização econômica, o orçamento se reveste da maior importância, na medida em que os valores expressos em termos reais tendem a não ficar defasados, como ocorria no período inflacionário. Em conseqüência, passa a espelhar, com maior nitidez, a alocação dos recursos, favorecendo o acompanhamento e a avaliação das ações governamentais, principalmente pelo contribuinte e seus representantes, colaborando assim, para a construção de um estado moderno, voltado para os interesses da sociedade.

Esta nova realidade demanda a necessidade de difundir amplamente o conteúdo do orçamento, que expressa o esforço do governo para atender à programação requerida pela sociedade, a qual é financiada com as contribuições de todos os cidadãos por meio do pagamento de seus tributos, contribuições sociais e tarifas de serviços públicos.3.2 planejamento orçamentário: leis orçamentárias:"É de Competência exclusiva do Poder Executivo iniciar o processo legislativo das matérias pertinentes ao Plano Plurianual, às Diretrizes Orçamentárias e aos Orçamentos Anuais.

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS...Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:I - o plano plurianual;II - as diretrizes orçamentárias;III - os orçamentos anuais.3.2.1 PPA: PLANO PLURIANUALA lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma

regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas (DOM) da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

Diretrizes são orientações ou princípios que nortearão a captação, gestão e gastos de recursos durante o período, com vistas a alcançar os objetivos de Governo no período do Plano.

Objetivos consistem na discriminação dos resultados que se pretende alcançar com a execução das ações governamentais que permitirão a superação das dificuldades diagnosticadas.

Metas são a tradução quantitativa dos objetivos.DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAISART 165 § 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e

setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

3.2.2 LDO: LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIASA lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e

prioridades da administração pública federal.DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAISConstarão da Lei de Diretrizes Orçamentárias:– as metas e prioridades da Administração Pública federal,

incluindo as despesas de capital para o exercício subseqüente;– as orientações a serem seguidas na elaboração do orçamento

do exercício subseqüente;– os limites para elaboração das propostas orçamentárias de

cada Poder;

– disposições relativas às despesas com pessoal (art. 169 da CF/88);

– disposições relativas às alterações na legislação tributária; – política da aplicação das agências financeiras oficiais de

fomento;DISPOSIÇÕES DA LRF– disposições relativas à administração da dívida pública; – dispõe sobre o equilíbrio entre receitas e despesas;– limita as propostas do Poder judiciário e MP;– regula as transferências de recursos para pessoas físicas e

jurídicas;– Anexo de metas fiscais;– anexo de riscos fiscais;A LDO é o instrumento propugnado pela Constituição, para

fazer a transição entre o PPA (planejamento estratégico) e as leis orçamentárias anuais (planejamento operacional).

A LDO tem aspectos:Constitucionais: arts. 165 a 167;Legais: Lei de Responsabilidade Fiscal;Específicos: apresentado pelo seu próprio corpo textual.3.2.3 LOA: LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL:DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus

fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

Para saber maisA loa deve ser enviada contendo:Mensagem sobre a política econômico-financeira e as dividas

consolidada e flutuante;Dispositivos que autorizam os créditos suplementares e

operações de créditos;Movimentações de recursos (descentralização de créditos e

recursos).

3.3 descentralizações de créditos e recursos públicosCréditos orçamentários: autorização de despesas;Dotações orçamentárias: limite para a contratação de despesas;Recurso financeiro: numerário para pgto de despesas;Cota financeira: limite do numerário disponível;Destaque: descentralização externa de créditos orçamentários;

Ministério para ministério;Provisão: descentralização interna de créditos orçamentários;

Unidades orçamentárias para unidades administrativas;Repasse: descentralização externa de recursos financeiros;Sub-repasse: descentralização interna de recursos financeiros.

3.4 Princípios OrçamentáriosExistem princípios básicos que devem ser seguidos para

elaboração e controle do orçamento, que estão definidas na Constituição, na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

A Lei nº 4.320/64 estabelece os fundamentos da transparência orçamentária (art. 2o):

"A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o

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programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios da unidade, universalidade e anualidade".

O orçamento público surgiu para atuar como instrumento de controle das atividades financeiras do governo. Entretanto, para real eficácia desse controle, faz-se mister que a constituição orgânica do orçamento se vincule a determinadas regras ou princípios orçamentários.

Divergem os escritores na fixação dos princípios e, em conseqüência, torna-se extensa a relação que apresentam. Entre os principais solicitados pelos tratadistas, destacamos os seguintes:

Anualidade: de conformidade com o princípio da anualidade, também denominado periodicidade, as previsões de receita e despesa devem referir-se, sempre a um período limitado de tempo. Ao período de vigência do orçamento denomina-se exercício financeiro. No Brasil, de acordo com o art. 34 da Lei nº 4.320/64, o exercício financeiro coincide com o ano civil: 1º de janeiro a 31 de dezembro;

Unidade: o orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um orçamento e não mais que um para dado exercício financeiro. Visa-se com esse princípio eliminar a existência de orçamentos paralelos;

Universalidade: o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas referentes aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. (art. 165, § 5º, CF); Princípio pelo qual o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas do Estado. Indispensável para o controle parlamentar, pois possibilita :

a) conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para respectiva arrecadação e realização;

b) impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e de despesa sem prévia autorização Legislativa;

c) conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a cobrança de tributos estritamente necessários para atendê-las.

Na Lei 4.320/64, o cumprimento da regra é exigido nos seguintes dispositivos:  Art.2º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da

receita e da despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. Art.3º A Lei do Orçamento compreenderá todas as

receitas, inclusive as operações de crédito autorizadas em lei.A Emenda Constitucional n.º 1/69 consagra essa regra de forma

peculiar: "O orçamento anual compreenderá obrigatoriamente as despesas  e receitas relativas a todos os Poderes, órgãos, fundos, tanto da administração direta quanto da indireta, excluídas apenas as entidades que não recebam subvenções ou transferências à conta do orçamento”.

Observa-se, claramente, que houve um mau entendimento entre a condição de auto-suficiência ou não da entidade com a questão, que é fundamental, da utilização ou não de recursos públicos.

Somente a partir de 1988 as operações de crédito foram incluídas no orçamento. Além disso, as empresas estatais e de economia mista, bem como as agências oficiais de fomento (BNDES, CEF, Banco da Amazônia, BNB) e os Fundos Constitucionais (FINAM, FINOR, PIN/PROTERRA) não têm a obrigatoriedade de integrar suas despesas e receitas operacionais ao orçamento público. Esses orçamentos são organizados e acompanhados com a participação do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG), ou seja, não são apreciados pelo Legislativo. A inclusão de seus investimentos no Orçamento da União é justificada na medida que tais aplicações contam com o apoio do orçamento fiscal e até mesmo da seguridade.

Totalidade: Coube à doutrina tratar de reconceituar o princípio da unidade de forma que abrangesse as novas situações. Surgiu, então, o princípio da totalidade, que possibilitava a coexistência de múltiplos orçamentos que, entretanto, devem sofrer consolidação, de forma a permitir uma visão geral do conjunto das finanças públicas.

A Constituição de 1988 trouxe melhor entendimento para a questão ao precisar a composição do orçamento anual que passará a ser integrado pelas seguintes partes: a) orçamento fiscal; b) orçamento da seguridade social e c) orçamento de investimentos das estatais. Este modelo, em linhas gerais segue o princípio da totalidade.

Exclusividade: o orçamento deve conter apenas matéria orçamentária e não cuidar de assuntos estranhos, o que, aliás, está previsto no art. 165, § 8º da Constituição.

O princípio da exclusividade foi introduzido no Direito brasileiro pela reforma constitucional de 1926. Sua adoção como norma constitucional pôs fim às distorções das famosas “caudas orçamentárias”. Exceção feita à autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de créditos;

Especificação, Especialização ou Discriminação: este princípio tem por escopo vedar as autorizações globais, ou seja, as despesas devem ser classificadas com um nível de desagregação tal que facilite a análise por parte das pessoas. De acordo como art. 15 da Lei nº 4.320, 17/3/64, a discriminação da despesa na lei-de-meios far-se-á, no mínimo, por elementos (pessoal, material, serviços, obras, etc.). As leis de Diretrizes Orçamentárias também vêm determinando que o Poder Executivo enviará ao Congresso Nacional os projetos de lei orçamentária e dos créditos adicionais em meio eletrônico com sua despesa regionalizada e discriminada, no caso do projeto de lei orçamentária, por elemento de despesa;

EXCEÇÃODECRETO 93.872/86Art . 18. As dotações globais consignadas no Orçamento ou em

créditos adicionais classificados como 4.1.3.0 - Investimentos em Regime de Execução Especial estão sujeitas para sua utilização, a plano de aplicação aprovado pelas autoridades definidas no Art. 71 do Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967 e elaborado segundo modelo da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, sendo obrigatória a publicação do respectivo plano no Diário Oficial da União.

Parágrafo único. Somente serão admitidas dotações globais quando se tratar de projetos ou atividades novos, sem similares que possibilitem experiências quanto ao desdobramento da despesa em seus respectivos elementos.

Publicidade: o conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) através dos veículos oficiais de comunicação/divulgação para conhecimento público e para a eficácia de sua validade, que é princípio para todos os atos oficiais do governo. No caso específico, a publicação deve ser feita no Diário Oficial da União;

Equilíbrio: por equilíbrio se entende que, em cada exercício financeiro, o montante da despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o período. O equilíbrio não é uma regra rígida, embora a idéia de equilibrar receitas continue ainda sendo perseguida, principalmente a médio ou longo prazo. Uma razão fundamental para defender esse princípio é a convicção de que ele constitui um meio eficaz de limitar o crescimento dos gastos governamentais e do conseqüente endividamento público;

Orçamento Bruto: todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução.

A regra pretende impedir a inclusão, no orçamento, de importâncias líquidas, isto é, a inclusão apenas do saldo positivo ou negativo resultante do confronto entre as receitas e as despesas de determinado serviço público.

De acordo com o art. 6º da Lei nº 4.320/64, “todas as despesas constarão da Lei de Orçamento pelo seus totais, vedadas quaisquer deduções”.

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Não-Afetação: este princípio está expresso no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal, que estatui: “É vedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação a que se referem os arts. 158 e 159 (FPE, FPM, FCO, FNO, FNE”. "São vedados "a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts., 158 e 159, a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino (art. 212), prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º".), a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento de ensino, como determinado pelo art.212 e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem assim o disposto no § 4º deste artigo (vinculação de receitas próprias para prestação de garantia à União). (O grifo e as observações são nossos.)

Clareza ou Objetividade: O orçamento público deve ser apresentado em linguagem clara e compreensível a todas pessoas que, por força do ofício ou interesse, precisam manipulá-lo. Exatidão: De acordo com esse princípio as estimativas devem ser tão exatas quanto possível, de forma a garantir à peça orçamentária um mínimo de consistência para que possa ser empregado como instrumento de programação, gerência e controle. Indiretamente, os autores especializados em matéria orçamentária apontam os arts. 7º e 16 do Decreto-Lei nº 200/67 como respaldo ao mesmo.

Legalidade: Historicamente, sempre se procurou dar um cunho jurídico ao orçamento, ou seja, para ser legal, tanto as receitas e as despesas precisam estar previstas a Lei Orçamentária Anual, ou seja, a aprovação do orçamento deve observar processo legislativo porque trata-se de um dispositivo de grande interesse da sociedade.

Para saber maisPrincípios orçamentários fundamentais.Legalidade, periodicidade (anualidade), exclusividade, unidade

(totalidade) e universalidade.Princípios orçamentários funcionais ou operacionais Provocam um processo orçamentário mais racional e eficiente.

Esses princípios funcionais incluem o do equilíbrio, o da especificação, não-afetação, orçamento bruto.

EXERCÍCIOSELABORAÇÃO E APROVAÇÃO

1. (ANTT) Um regime político e as formas de relações entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário interferem na forma de elaboração de um orçamento que, usualmente, pode ser classificado em legislativo, executivo ou misto. Julgue segundo a assertiva acima__legislativo é o executado pelo Poder Legislativo, após elaboração e aprovação do Poder Executivo;__legislativo é o votado e controlado pelo Poder Legislativo, mas elaborado pelo Poder Executivo;__executivo é o executado pelo Poder Executivo, após elaboração e aprovação do Poder Legislativo;__misto é elaborado e executado pelo Poder Executivo, mas votado e controlado pelo Poder Legislativo;__misto é o elaborado pelo Poder Judiciário, votado pelo Poder Legislativo e executado pelo Poder Executivo.__ As decisões relativas à elaboração do orçamento governamental podem ser classificadas, segundo o processo decisório, em processo descendente, processo ascendente ou processo misto. Uma vantagem do processo ascendente, pelo qual os objetivos são estabelecidos pelos órgãos inferiores e aprovados pela cúpula do governo, é a compreensão dos órgãos executores; __ A elaboração da lei orçamentária é a etapa que caracteriza a idéia de processo orçamentário e configura um processo legislativo especial, compreendendo as seguintes fases: iniciativa, discussão, sanção, veto e promulgação e publicação. Sobre o assunto, julgue as assertivas a seguir.

__iniciativa, é traduzida a responsabilidade pela apresentação do projeto de lei ao Legislativo, sendo que essa iniciativa é dita vinculada por estar o Executivo obrigado ao prazo fixado;__discussão, os trabalhos envolvem debates em plenário onde se têm etapas tais como a elaboração e proposição de ementas por parte do relator;__sanção, o titular do Poder Executivo está obrigado a sancionar o projeto na forma enviada pelo Legislativo;__veto, o titular do Poder Executivo pode vetar total ou parcialmente o projeto de lei dentro de 30 dias úteis de seu recebimento, sem necessidade de exposição de motivos;__promulgação e publicação, o projeto de lei é transformado em lei, sendo que a promulgação torna a lei de cumprimento obrigatório e a publicação é um ato declaratório que mostra sua executabilidade.2. (FNDE) JULGUE__O orçamento dos municípios brasileiros envolve os Poderes Executivo e Legislativo. As etapas de elaboração, aprovação, execução e controle são de responsabilidade dos seguintes poderes, nesta ordem: legislativo, executivo, executivo e legislativo.3. (SENADO) No que concerne à tramitação do projeto de lei do orçamento, no âmbito do Poder Legislativo, julgue os itens abaixo.__A discussão e a votação da proposta oriunda do Poder Executivo, assim como das emendas aprovadas no âmbito da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, deverão ocorrer em cada uma das Casas do Congresso Nacional.__A Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização somente pode aprovar emendas que indiquem os recursos necessários, em especial, os provenientes de excesso de arrecadação verificado no exercício financeiro anterior.__O Congresso Nacional deverá devolver o projeto de lei orçamentária anual, para sanção presidencial, em até trinta dias do encerramento do exercício financeiro.__O parecer da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização sobre as emendas apresentadas será conclusivo e final, salvo requerimento para que a emenda seja submetida a votação, assinado por um décimo dos congressistas e apresentado à mesa do Congresso Nacional até o dia anterior ao estabelecido para a discussão da matéria.__Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais e suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. 4. (SENADO) No que concerne às etapas, aos prazos e aos órgãos envolvidos no processo de elaboração da proposta orçamentária, no âmbito do Poder Executivo, julgue os seguintes itens.__ O Poder Executivo elaborará planos nacionais de desenvolvimento, de duração igual à do mandato do Presidente da República, os quais serão submetidos à deliberação do Congresso Nacional até 15 de setembro do primeiro ano do mandato presidencial.__ Os planos plurianuais fixarão, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas totais, conforme regulamentação a ser estabelecida em lei complementar ainda não-promulgada.__O Presidente da República deve encaminhar a proposta orçamentária para o ano seguinte ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto.__As secretarias-executivas de cada órgão do Poder Executivo, com o apoio da respectiva unidade setorial de orçamento, efetuarão a análise preliminar das propostas elaboradas pelas unidades orçamentárias sob sua subordinação.__O Ministério do Planejamento e Orçamento desincumbe-se das funções de unidade central de planejamento e orçamento por intermédio da Secretaria de Orçamento Federal. __Comissão permanente integrada por deputados e senadores que tem por atribuição apreciar e emitir parecer sobre os projetos de lei relativos ao Plano Plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao

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orçamento anual e aos créditos adicionais da União, sobre as contas apresentadas anualmente pelo presidente da República e sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição, além de exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas especificamente. __Em direito administrativo brasileiro, o orçamento público é um ato administrativo através do qual o Poder legislativo autoriza o Poder executivo a executar determinada despesa pública, destinada a cobrir o custeio do Estado ou a seguir a política econômica do país.5. (SECONT/ES) JULGUE__ No processo legislativo referente às leis orçamentárias, é admissível a utilização de emendas pelos membros do Poder Legislativo, ainda que se trate de proposições constitucionalmente sujeitas à cláusula de reserva de iniciativa e independentemente de relação de pertinência com a proposição original.6. (ANATEL-CONTADOR)__ Na hipótese de um parlamentar apresentar projeto de lei que implique em aumento de despesas em 2009, terá de efetuar ou apresentar uma estimativa do respectivo impacto, sob pena de a proposição ser considerada inadequada. A responsabilidade do Poder Executivo se restringe aos projetos de lei de sua iniciativa ou às medidas provisórias.__ Em face da independência, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário elaboram suas próprias propostas orçamentárias, de acordo com os critérios e limites estabelecidos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. O Ministério Público integra a proposta do Executivo. As agências reguladoras, por sua autonomia, encaminham suas propostas diretamente ao Congresso Nacional.

1EEECECCCEEEE 2E 3EEECC 4EECCCCC 5E6EE

LEIS ORÇAMETÁRIAS1. (SEEL) JULGUE__“É o orçamento que abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da Administração Direta ou Indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.” De acordo com a Constituição Federal de 1988, o enunciado acima refere-se ao orçamento Fiscal. 2. (SEEL) Analise as assertivas abaixo, quanto aos instrumentos de planejamento público, estabelecidos na Constituição de 1988:__ A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação da receita, nos termos da lei.__Cabe à lei Complementar dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual.__As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem, somente podem ser aprovados caso indiquem recursos necessários, admitidos apenas os provenientes do excesso de arrecadação.3.(SEPLAG/MG) Assinale a afirmativa INCORRETA.a)A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem uma duração maior do que a do exercício financeiro anual.b)O plano plurianual tem por objetivo as despesas correntes para aqueles programas de duração continuada.c)A lei orçamentária anual é aquela que prevê de forma estimativa as receitas do Estado, assim como autoriza a realização das despesas.d)Crédito suplementar é aquele a ser aberto por ato do chefe do Executivo, no curso do exercício financeiro, para reforçar algum item do orçamento que se encontre na iminência de exaustão.4.(TST) JULGUE__De acordo com a atual legislação brasileira, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) disporá sobre as alterações na legislação tributária, que, para todos os fins, não estarão sujeitas aos princípios da anterioridade e da anualidade.

__Cada ente da Federação deve indicar os resultados fiscais pretendidos para o exercício financeiro a que a LDO se referir e para os dois exercícios seguintes. Para se obter superavit nominal, é preciso que os juros nominais líquidos sejam inferiores ao resultado primário.5. (FNDE) Quanto ao orçamento, correlacione os conceitos com suas definições correspondentes:1)Iniciativa Vinculada. 2) LDO. 3)Duodécimo. 4)PPA. 5)LOA__ É o plano de ação governamental de médio prazo.__O Poder Executivo está obrigado aos prazos da lei para apresentação do projeto de lei orçamentária ao Legislativo.__Prevê receita e fixa despesa.__Compõe a programação do orçamento na busca do equilíbrio da execução.__Tem a finalidade principal de orientar a elaboração do orçamento.Assinale a alternativa que apresente a ordem correta, de cima para baixo.a) 1, 3, 2, 5, 4. b) 4, 1, 5, 3, 2. c) 2, 4, 5, 3, 1. d) 4, 3, 2, 1, 5.e)2, 1, 4, 3, 56.(PGE/PI) Cabe à Lei de Diretrizes Orçamentárias__disciplinar as transferências financeiras entre entidades privadas.__estabelecer limitações à expansão de receitas governamentais.__dispor sobre o controle de custos e a avaliação dos resultados dos programas financiados pela iniciativa privada.__quantificar o resultado primário a ser obtido com vistas à redução do montante da dívida e das despesas com juros.__dispor sobre o equilíbrio entre custos e despesas.7.(SENADO) No que tange à lei orçamentária anual, a Constituição Federal de 1988 trouxe as seguintes inovações:__a inclusão do orçamento de investimentos das empresas estatais, que era controlado somente pelo Poder Executivo, de maneira mais abrangente, pois considerava também as receitas e as despesas operacionais.__a inclusão de todas as operações de crédito no orçamento fiscal, uma vez que grande parte delas constava somente do orçamento monetário.__a inclusão das entidades de Seguridade Social que, por não receberem recursos à conta do orçamento fiscal, ficavam inteiramente à margem do processo legislativo-orçamentário.__a inclusão da possibilidade de autorização para a contratação de qualquer modalidade de operação de crédito.__a inclusão da possibilidade irrestrita de concessão de majoração de vencimentos e vantagens aos servidores públicos. 8.(SENADO) A propósito do plano plurianual previsto no inciso I e no § 1°. do art. 165 da Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que__caracteriza-se pelas justificativas ao orçamento plurianual de investimentos.__a regionalização das diretrizes, dos objetivos e das metas da administração pública federal compatibiliza-se com a função orçamentária de reduzir desigualdades inter-regionais.__o plano plurianual estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.__o plano plurianual, no âmbito dos órgãos da administração indireta, será idealizado de tal forma que sejam aprovados apenas montantes globais, a fim de que essas entidades não sejam prejudicadas em sua autonomia, na gestão legal dos seus recursos.__a elaboração e a organização do plano plurianual serão regulamentadas por lei complementar, que deverá substituir a Lei n°. 4.320/64. __O projeto do Plano Plurianual precisa ser elaborado pelo governo e encaminhado ao Congresso, para ser discutido e votado, até o dia 31 de agosto do primeiro ano do mandato de cada presidente, como determina a Constituição. Depois de aprovado, o PPA é válido para os quatro anos seguintes. O PPA estabelece as diretrizes, objetivos e metas, de forma regionalizada, da administração pública federal.__Até à Constituição de 1988, o Congresso apenas homologava o orçamento tal qual ele vinha do Executivo. A partir de 1988,

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deputados e senadores adquiriram o direito de emendar o orçamento, o que significa que os parlamentares podem propor alterações em programas e projetos apresentados pelo Poder Executivo, mesmo que sejam incompatíveis com o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.__O Orçamento é elaborado pelos três poderes da República e consolidado pelo Poder Executivo. Ele precisa ser equilibrado, ou seja, não pode fixar despesas em valores superiores aos recursos disponíveis. Essa limitação obriga o governo a definir prioridades na aplicação dos recursos estimados. As priorizadas para a elaboração da proposta orçamentária são definidas pelo Plano Plurianual (PPA) e metas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). 9. (MRE) Faz parte integrante da Lei das Diretrizes Orçamentárias(A) a autorização para contratação de operações de crédito.(B) o orçamento da seguridade social.(C) o anexo das metas fiscais.(D) o montante estimado das despesas de pessoal do Banco Central do Brasil.(E) o montante de despesas correntes para o exercício seguinte.10. (MRE) No que concerne à Lei Orçamentária Anual, analise:I. Conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definidos com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias.II. Compreenderá o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.III. Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.IV. Incluirá as despesas relativas às fundações instituídas e mantidas pelo poder público.É verdadeiro anuir que(A) estão corretas as assertivas I, II e IV.(B) a única afirmação correta é a IV.(C) existem apenas duas afirmações verdadeiras.(D) apenas a afirmação III está correta.(E) existem três afirmações falsas.11. (FAPEAL) Analise os três tipos de orçamento, relacionando a primeira coluna de acordo com a segunda:1. Plano Plurianual2. Lei de Diretrizes Orçamentárias3. Lei Orçamentária Anual( ) Representa um pré-orçamento, cabendo-lhe, previamente, proceder às indicações das prioridades e dos critérios para feitura do Orçamento anual.( ) É o instrumento utilizado para estimar a receita e fixar a despesa, evidenciando a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo.( ) É um instrumento que estabelece de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública para as despesas de investimento e outras de natureza correlata, dispondo ainda sobre os programas de duração continuada.Marque a seqüência correta.A) 2; 3; 1 B) 2; 1; 3 C) 1; 3; 2 D) 3; 1; 2 E) 1; 2; 312. (SEFAZ/SP) Em relação ao orçamento público, é correto afirmar:a) cabe projeto de lei orçamentária de iniciativa popular.b) não pode a Constituição do Estado de São Paulo prever que, rejeitado o projeto de lei orçamentária, subsista a lei orçamentária anterior.c) pode haver plebiscito ou referendo à lei orçamentária.d) cabe Medida Provisória no processo orçamentário.e) o chefe do Poder Executivo tem prazo para enviar a proposta de lei orçamentária, devendo o Poder Legislativo, na hipótese de ausência de envio, considerar os recursos que ficarem sem despesa correspondente como passíveis de utilização mediante créditos especiais ou suplementares.

13. (SEFAZ/SP) Segundo disposição da Constituição Federal de 1988, as diretrizes e metas da administração pública, para as despesas de capital, são definidas no seguinte instrumento:a) em lei ordinária de ordenamento da administração pública.b) na lei que institui o plano plurianual.c) na lei orçamentária anual.d) na lei de diretrizes orçamentárias.e) no decreto de programação financeira do poder executivo.14. (TCE/CE) a meta relativa ao montante da dívida pública, para o exercício a que se referir e para os dois seguintes, valores correntes e constantes, será estabelecido no anexo de a) programação orçamentária. b) passivos permanentes.c) riscos permanentes. d) programação financeira.e) metas fiscais.15. (TCE/CE) o projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas da lei de responsabilidade fiscal, disporá sobre a) a variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos.b) a forma de realização de despesas sem prévio empenho.c) o cálculo do baixo crescimento da taxa de variação acumulada sobre o PIB.d) a reserva de contingência destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.e) as formas de compra de títulos da dívida e a data de sua colocação no mercado.16. (TCE/CE) o investimento cuja duração ultrapasse um exercício financeiro, só poderá ser iniciado se for previamente incluído no (a)a) plano plurianual.b) lei de diretrizes orçamentárias.c) lei orçamentária.d) plano diretor.

e) lei de diretrizes e bases.1E 2CCE 3B 4EC 5B6EEECE 7CCCCE 8ECEECCEE 9C 10A11A 12B 13B 14E 15D16A

TIPOS DE ORÇAMNENTO1.(TST) Com base nos conceitos e na legislação acerca de orçamentos públicos, julgue os itens a seguir.__ O orçamento público passa a ser utilizado sistematicamente como instrumento da política fiscal do governo a partir da década de 30 do século XX, por influência da doutrina keynesiana, tendo função relevante nas políticas de estabilização da economia, na redução ou expansão do nível de atividade.__ A utilização da política orçamentária para os propósitos de estabilização econômica implica promover ajustes no nível da demanda agregada, expandindo-a ou restringindo-a, e provocando a ocorrência de deficits ou superavits.__ O orçamento-programa se diferencia do orçamento incremental pelo fato de que este último pressupõe uma revisão contínua da estrutura básica dos programas, com aumento ou diminuição dos respectivos valores. __ A principal característica do orçamento-programa, em contraposição com os orçamentos tradicionais, é a ênfase no objetivo — e não no objeto — do gasto. Em organizações mais simples, que desempenham uma única função, a indicação do objeto do gasto ou a natureza da despesa é suficiente para se identificar, ainda que indiretamente, o objetivo dos dispêndios realizados pela unidade responsável.2. (SENADO) No que concerne aos fundamentos do orçamento-programa, julgue os itens a seguir.__As primeiras diferenças entre o orçamento-programa e a sistemática orçamentária tradicional residem no fato de que esta visa avaliar a eficiência, a eficácia e efetividade das ações governamentais

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enquanto o orçamento-programa busca garantir a viabilidade financeira das unidades.__Os elementos essenciais do orçamento-programa, definidos pela ONU, são: os objetivos e propósitos perseguidos, os programas, os custos dos programas e as medidas de desempenho.__O orçamento-programa visa avaliar a honestidade dos agentes governamentais e a legalidade no cumprimento do orçamento. 3. (SENADO) No que tange à técnica de elaboração do orçamento-programa, julgue os itens a seguir.__ O elemento básico da estrutura do orçamento-programa é o programa.__Sua estrutura está fundamentalmente calcada na classificação funcional-programática da despesa, que deve separar os programas de funcionamento dos programas de investimento.__O processo decisório, para cada nível de mensuração dos produtos que se espera obter pela execução do orçamento, deve ser: para as funções, o mais alto nível administrativo; para os programas e subprogramas, o nível administrativo médio; para os projetos e atividades, o nível de execução.__O sistema de mensuração do orçamento-programa tem por base a relação insumo/produto, uma vez que qualquer instituição ou unidade organizacional existe para viabilizar realizações, utilizando uma gama variada de recursos.__Em um programa de defesa sanitária vegetal, o produto final mais condizente com a sua natureza seria a quantidade de hectares abrangidos, em vez de ser a diminuição dos prejuízos decorrentes da ação de pragas e doenças que atacam a produção agrícola.

1CCEC 2ECE 3CCECEPRINCÍPIOS

1.(SENADO) A respeito dos princípios orçamentários estabelecidos pela Constituição Federal de 1988, julgue os itens abaixo.__O princípio da unidade é flagrantemente desobedecido, haja vista a existência de múltiplos orçamentos elaborados de forma independente, como o orçamento monetário.__A não-inclusão do orçamento das receitas e despesas operacionais das empresas estatais representa uma desobediência incontestável ao princípio da universalidade.__No orçamento fiscal brasileiro, podem ser efetuadas algumas deduções nas receitas e despesas, em função de sua transferência a outros órgãos.__A existência do orçamento plurianual de investimentos não fere o princípio da anualidade.__No Brasil, a anualidade do orçamento não foi consagrada nos dispositivos constitucionais, fazendo parte somente do texto da Lei n°. 4.320/64.2.(SENADO) No que concerne aos princípios orçamentários, julgue os itens que se seguem.__A Constituição Federal brasileira criou a possibilidade de vinculação de receitas como regra geral, desconsiderando o princípio da não-afetação das receitas.__A lei orçamentária brasileira poderá destinar dotações globais a certos programas de trabalho relacionados ao custeio de determinadas atividades.__A lei orçamentária deverá conter apenas matéria financeira relativa à previsão da receita e à fixação da despesa, excetuadas as autorizações para a abertura de créditos adicionais e a contratação de operações de crédito.__Na Constituição Federal brasileira de 1988, foi aberta a possibilidade da existência de orçamentos desequilibrados, nos quais o déficit deverá figurar nas chamadas operações de crédito.__Os orçamentos públicos, ao cumprir múltiplas funções - algumas não-técnicas - devem ser apresentados em linguagem clara e compreensível a todos os possíveis usuários das informações neles contidas. 3.(PREFEITURA DE RIO BRANCO) JULGUE__O princípio da universalidade determina que a Lei Orçamentária contenha todas as receitas e despesas relacionadas aos poderes municipais.

__Na elaboração orçamentária, deve-se observar o princípio da exclusividade, segundo o qual o orçamento deve conter apenas matéria orçamentária.__No âmbito da PMRB, o princípio orçamentário do equilíbrio indica que o volume de recursos destinado ao Poder Executivo deve ser igual àquele destinado ao Poder Legislativo.__Além de assegurar a manutenção da administração e dos serviços públicos, as atividades relacionadas às finanças públicas são essenciais para a correção de desequilíbrios, a promoção da distribuição de renda e o controle da economia.__As finanças públicas resumem-se à elaboração e publicação das leis orçamentárias. 4.(PREFEITURA DE MESQUITA/RJ)JULGUE__Um orçamento municipal, além de prever as receitas e fixar as despesas, autorizou o Prefeito a efetuar as contratações temporárias de interesse público. Nesse caso houve descumprimento do princípio orçamentário da exclusividade;5.(AFC/CGU) No Brasil, para que o controle orçamentário se tornasse mais eficaz, ao longo dos anos, tornou-se necessário estabelecer alguns princípios que orientassem a elaboração e a execução do orçamento. Assim, foram estabelecidos os chamados “Princípios Orçamentários”, que visam estabelecer regras para elaboração e controle do Orçamento. No tocante aos Princípios Orçamentários, julgue.__O princípio da exclusividade veda a inclusão, na lei orçamentária anual, de autorização para aumento da alíquota de contribuição social, mesmo respeitando-se o prazo de vigência previsto na Constituição.__O orçamento deve ser uno, ou seja, no âmbito de cada esfera de Poder deve existir apenas um só orçamento para um exercício financeiro.__A vinculação de receitas de taxas a fundos legalmente constituídos é incompatível com o princípio da não-afetação, definido na Constituição Federal.__O princípio da especificação estabelece que a lei orçamentária anual deverá especificar a margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado, conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal.__O princípio do equilíbrio é constitucionalmente fixado e garante que o montante das receitas correntes será igual ao total das despesas correntes.6.(SENADO) Julgue à luz do Princípio da não-afetação.__Princípio orçamentário clássico, também conhecido por Princípio da não-afetação de Receitas, segundo o qual todas as receitas orçamentárias devem ser recolhidas ao Caixa Único do Tesouro, sem qualquer vinculação em termos de destinação. Os propósitos básicos desse princípio são: oferecer flexibilidade na gestão do caixa do setor público — de modo a possibilitar que os seus recursos sejam carreados para as programações que deles mais - necessitem — e evitar o desperdício de recursos (que costuma a ocorrer quando as parcelas vinculadas atingem magnitude superior às efetivas necessidades). 7. (AGU) JULGUE __Pelo Princípio da Unidade, Cada esfera de governo deve possuir apenas um orçamento, fundamentado em uma única política orçamentária e estruturado uniformemente. Assim, existe o orçamento da União, o de cada Estado e o de cada Município.__Pelo princípio do orçamento bruto em que todas as receitas e despesas devem constar do orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução, de forma a permitir efetivo controle financeiro do orçamento e universalidade. Esse princípio está implícito na doutrina brasileira, visto que não está consagrado na legislação brasileira. 8. (AUDITOR-AUGE/MG) Acerca de princípios orçamentários, assinale a opção correta.A) A observação ao princípio do orçamento bruto é um instrumento que auxilia a ligação técnica entre as funções de planejamento e gerência.

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B) A aplicação do princípio da universalidade possibilita ao Poder Legislativo impedir que o Poder Executivo realize qualquer operação de despesa e receita sem prévia autorização parlamentar.C) De acordo com o princípio da unidade, o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas do Estado.D) Segundo o princípio da especialização, a lei orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária, excluindo dela qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e fixação da despesa.

E) De acordo com o princípio da discriminação, o orçamento público deve ser apresentado em linguagem clara e compreensível.

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