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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Ficha Técnica
Entidade Promotora
AEP – Associação Empresarial de Portugal
Equipa
Ana Fonseca (Processadvice)
Paula Pires (Processadvice)
Hélder Durão (IDIT)
Título
Benchmarking de Energia
Projeto
Efinerg 2 – Eficiência Energética na Indústria
Cofinanciamento
Junho de 2015
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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
ÍNDICE
1- INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 5
2- BENCHMARKING DO CONSUMO DE ENERGIA NA INDÚSTRIA
TRANSFORMADORA ............................................................................................................... 7
3 - POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ....................................................... 14
3.1 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA DINAMARCA ............... 14
3.2 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO REINO UNIDO ........... 15
3.3 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ESPANHA ..................... 17
3.4 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ÁUSTRIA ...................... 18
3.5 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA FINLÂNDIA .................. 19
3.6 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA IRLANDA ...................... 20
3.7 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO JAPÃO ........................... 21
3.8 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NOS ESTADOS UNIDOS
DA AMÉRICA ......................................................................................................................... 24
3.9 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ALEMANHA ................. 26
3.10 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA FRANÇA ..................... 27
3.11 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO CANADÁ .................... 29
3.12 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ÍNDIA ........................... 31
3.13 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA CHINA ......................... 31
3.14 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA RÚSSIA ....................... 32
3.15 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL ....................... 33
3.16 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA COREIA DO SUL .... 34
3.17 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDONÉSIA .............. 36
3.18 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO MÉXICO ..................... 37
3.19 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ARÁBIA SAUDITA . 37
3.20 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ITÁLIA ......................... 38
3.21 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ÁFRICA DO SUL .... 39
3.22 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA AUSTRÁLIA .............. 40
3.23 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA TURQUIA ................... 41
3.24 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ARGENTINA ............. 42
3.25 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM PORTUGAL .............. 43
3.25.1 ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A ENERGIA 2020 .................................. 43
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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
3.25.2 PLANO NACIONAL DE AÇÃO PARA AS ENERGIAS RENOVÁVEIS
(PNAER) ................................................................................................................................... 47
3.25.3 PLANO NACIONAL DE AÇÃO PARA A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
(PNAEE) .................................................................................................................................... 50
3.26 COMPARAÇÃO DAS POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .... 51
4 - BENCHMARKING SECTORIAL INTERNACIONAL .......................................... 56
SETOR DA FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE BORRACHA E MATÉRIAS
PLÁSTICAS ............................................................................................................................. 56
SETOR DA IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO DE SUPORTES GRAVADOS .... 60
SETOR DA FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS........................... 63
SETOR INDÚSTRIA DO COURO E DOS PRODUTOS DO COURO ................. 67
SETOR FABRICAÇÃO DE PASTA, DE PAPEL, CARTÃO E SEUS ARTIGOS ............. 75
SETOR INDÚSTRIA QUÍMICA ......................................................................................... 82
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 102
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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
1- INTRODUÇÃO
A nível mundial, em 2007, a atividade da indústria transformadora esteve associada a um
consumo de energia final de 127 exajoules (EJ), que equivale a cerca de um terço do
consumo de energia total da economia global (UNIDO, 2010).
Os países em desenvolvimento e as economias em transição representam 60% do
consumo total de energia na indústria. Apesar de já se terem registado melhorias
significativas no que diz respeito a eficiência energética, o consumo de energia na
indústria continua a aumentar, devido aos aumentos significativos no volume de bens
produzidos. Prevê-se que os níveis de produção continuem a aumentar substancialmente
nas próximas décadas, particularmente nos países em desenvolvimento. Como resultado,
taxas de eficiência energética reduzidas não serão suficientes para estabilizar ou diminuir
a procura de energia dos diversos sectores industriais em termos absolutos. Assim, será
certamente necessário implementar medidas significativas e ambiciosas de modo a
assegurar poupanças de energia relevantes.
O aumento contínuo na procura e gasto consumo de energia levou ao reconhecimento e
à preocupação com o impacto negativo no ambiente associado a este aumento,
nomeadamente devido à emissão de gases responsáveis pelo efeito de estufa. Existem
ainda outras repercussões negativas que podem ser evitadas ou minimizadas através de
melhorias na eficiência energética. Considerando que o sector industrial como um todo é
responsável por uma grande parte do consumo de energia, é inevitável que as atividades
industriais sejam responsáveis por uma quantidade abundante relevante das emissões
daqueles gases. As poupanças de energia por sector industrial surgem pois como uma
das alternativas mais atrativas e viáveis para ir ao encontro de exigências de redução de
energia e de emissões de gases de estufa em geral. Aliás, tem-se assistido recentemente
em vários países (desenvolvidos e em desenvolvimento) a um crescente interesse na
análise e diagnóstico dos diferentes usos da energia sob as mais diversas formas, com o
objetivo de definir e quantificar indicadores de eficiência energética e diminuir
consequentemente as emissões de dióxido de carbono equivalentes. Não admira pois
que surjam constantemente estudos e levantamentos de situação que apresentam este
tópico como o seu ponto central, analisando-se quer o sector industrial global, quer
sectores industriais específicos.
De facto, a projeção a longo prazo do uso de energia e das emissões de dióxido de
carbono constitui um argumento chave necessário para definir os custos e as
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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
repercussões industriais e sociais das políticas de atenuação da mudança de clima. Por
surpreendente que possa parecer, espera-se com elevado grau de certeza que a
implementação de algumas medidas de poupança energética de custo reduzido ou até de
custo desprezável em diversos sectores industriais proporcione uma diminuição
significativa (10% a 30%) nas emissões de gases com efeito de estufa (para além,
obviamente, de reduzir despesas com energia).
Sabe-se que o consumo industrial de energia é influenciado por vários fatores, porém as
tecnologias usadas para um dado processo podem afetar particularmente a eficiência
energética que pode ser atingida. Como já foi explicado, uma das principais soluções
ambientais para o aquecimento global é melhorar a eficiência energética, sendo esta uma
resposta rápida e eficaz a nível de custos contra a ameaça do aquecimento global.
A análise do consumo de energia revela-se pois importante para estabelecer tendências
e direções futuras em qualquer país. Como consequência, bastantes investigadores
dedicam os seus esforços ao estudo, em diferentes países e para distintos sectores
industriais, da interação entre processos de fabrico, consumo de energia, e crescimento
económico e sustentável. Se viável, dever-se-á recorrer a ferramentas analíticas (por
exemplo, baseadas em propriedades e fundamentos termodinâmicos) que permitam
concretizar uma gestão mais eficiente da energia consumida, entrando em consideração
com características e informações subjacentes aos equilíbrios energéticos entre
equipamentos e processos, com o objetivo de determinar o desempenho (do ponto de
vista de utilização apropriada da energia) e detetar ineficiências associadas aos sistemas
em estudo.
Neste cenário, importa pois assegurar uma familiarização com alguns conceitos,
princípios e variáveis da Termodinâmica e da Engenharia em geral, os quais podem ser
vantajosamente utilizados na realização de auditorias energéticas e na quantificação de
indicadores e parâmetros imprescindíveis a uma correta descrição da situação que está a
ser estudada.
Como primeiro passo, espera-se que a adoção das Tecnologias de Melhores Práticas (ou
TMP) permita, a curto prazo, reduções significativas na utilização de energia. Num estudo
efetuado recentemente, avaliou-se o potencial da poupança de energia que se poderia
concretizar pela implementação em grande escala das TMP em sectores industriais. Para
cada sector analisou-se a melhoria potencial a nível global, distinguindo-se entre os
países industrializados, os países em desenvolvimento e as economias em transição.
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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
2- BENCHMARKING DO CONSUMO DE
ENERGIA NA INDÚSTRIA TRANSFORMADORA
Atualmente a eficiência energética industrial e o potencial para melhorias nesta eficiência
são essencialmente analisados por aplicação de indicadores energéticos e por
benchmarking energético (Fleiter, et al., 2012). O benchmarking energético é útil para
perceber os padrões de utilização de energia, identificar ineficiências no uso de energia,
estimar o potencial para conservação e poupança de energia e, não menos importante,
conceber políticas que melhorem a economia da energia. O benchmarking de energia
para as indústrias pode ser definido como o processo de medição do desempenho
(performance) energético de uma instalação fabril ou até de um sector industrial face a
uma métrica que representa o desempenho padrão (ou otimizado) de uma instalação
fabril ou sector industrial de referência (Ke, et al., 2013).
O benchmarking pode igualmente ser concebido para comparar o desempenho
energético de um conjunto de instalações fabris ou para comparar o desempenho de uma
fábrica consigo mesma em diferentes períodos de tempo ou sob condições operatórias
diferentes. A comparação de uma fábrica (ou de um sector industrial) consigo mesma em
diferentes períodos e/ou condições operatórias é por vezes necessária, em particular nas
seguintes situações (Ke, et al., 2013):
- A informação relevante para estabelecer o benchmark não existe, não está disponível
ou não é suficiente (por exemplo, devido a concorrência intensa ou processos
patenteados), mas a fábrica (ou sector industrial) está de posse de elementos fiáveis
sobre a sua atividade e pretende avaliar o seu próprio desempenho
- Averiguar a melhoria de eficiência energética numa fábrica ou num sector industrial
Contudo, se existir mais informação disponível, é preferível efetuar o benchmarking
usando como referência os líderes do sector industrial, para perceber melhor as
diferenças existentes, quantificá-las e averiguar as causas dessas diferenças.
De uma maneira genérica, o benchmarking é muitas vezes encarado como “a procura
pelas melhores práticas industriais que conduzirão a um desempenho superior”. Neste
contexto, o benchmarking de energia pode ser entendido como a procura das melhores
práticas industriais no uso de energia que conduzem a um desempenho energético
superior (Ke, et al., 2013). Assim, é recomendável estabelecer objetivos e melhorar a
eficiência energética com base nas melhores práticas, de modo a fazer progredir a
própria economia de energia global em termos de conservação de energia e redução de
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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
emissões. O benchmarking energético a nível industrial assume pois importância
primordial, quer como metodologia analítica eficaz, quer como ferramenta de gestão, e
pode contribuir marcadamente para o aumento da eficiência energética e para a redução
das emissões de dióxido de carbono, protegendo-se assim o ambiente e mitigando as
alterações climáticas (para além de poder gerar benefícios económicos importantes).
Num estudo bastante aprofundado da UNIDO1, os benchmarks internacionais, baseados
no uso de energia associados às TMPs, foram estimados para um total de 26 processos
industriais, produtos e sectores industriais (UNIDO, 2010). Estes processos incluem
sectores com consumos intensivos de energia, como os do ferro e do aço, os sectores
químicos e petroquímicos, e ainda diversas indústrias de produção de energia e sectores
de pequena escala (como fundições e fornos de cal). A energia utilizada por estes
processos representa aproximadamente 60% do consumo final da indústria.
Para vários sectores, por exemplo para craqueamentos a vapor e fundições de alumínio,
os benchmarks internacionais são estimados a partir de curvas de benchmarking que
estão baseadas em informação da empresa. Para os sectores cujos questionários de
benchmarking não existem, o relatório da UNIDO compara os indicadores de energia em
diferentes regiões para fornecer uma estimativa para um benchmark internacional. Estes
indicadores são uma estimativa baseada em dados dos sectores (por exemplo,
estatísticas da produção e estatísticas de energia internacional), e em comparações a
nível de países, baseando-se em Índices de Eficiência Energética (IEE) ou numa média
dos níveis atuais de Consumo Específico de Energia (CEE).
A análise realizada mostrou a possibilidade de se poupar 31 EJ por ano se todos os
processos contemplados fossem utilizados em operações ao nível do “benchmarking”
internacional. Excluindo o uso de matéria-prima, isto é equivalente a uma melhoria
potencial, a nível mundial, de 26%, com uma melhoria de 15% a 20% para os países em
desenvolvimentos e as economias em transição. O potencial de poupança varia, como
seria de esperar, de sector para sector. A percentagem desta melhoria é menor do que a
média global para processos e sectores com grande intensidade energética, sendo que
muitos dos processos associados à produção de energia evidenciam potencial para
melhorias mais relevantes.
1 United Nations Industrial Development Organization
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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
As Tecnologias de Melhores Práticas (TMP) e as Melhores Tecnologias Disponíveis
(MTD)
As TMP e as MTD proporcionam potenciais de poupança a curto e a médio prazo. A
utilização futura de energia na indústria transformadora mundial está projetada para 2030
com base em cenários de eficiência energética. Neste contexto, prevê-se que o uso final
de energia aumente de 106 EJ em 2007 para 172 EJ em 2030, num cenário em que não
há melhorias na eficiência. O aumento para 2030 pode ser bastante menor (para 136 EJ)
num cenário onde existe uma taxa de melhoria na eficiência energética de 1% por ano.
Melhor ainda, se assumirmos que todos os processos industriais se encontram em fase
de adoção plena das TMP em 2030, a utilização final de energia seria ligeiramente mais
baixa do que 128 EJ. Mesmo assim, conseguir-se-ia poupar adicionalmente com a
adoção das MTD, visto que estas são cerca de 5% a 15% mais eficientes que as TMP.
Com a implementação de MTD, o uso da energia a nível industrial ficar-se-ia pelos 114
EJ em 2030. As tecnologias mais recentes, que, para efeitos práticos, ainda não foram
desenvolvidas, podem potencialmente dar origem a ainda maiores taxas de melhoria e,
nestas circunstâncias, promover um impacto significativo nos níveis de energia e na
redução de emissões de dióxido de carbono (CO2).
Diferenças regionais na consecução de níveis de eficiência energética
O trabalho subjacente ao estudo atrás referido procurou reunir informação e dados
relevantes que permitissem melhorar a compreensão das principais causas de diferenças
de níveis de eficiência energética entre diferentes regiões do mundo. A hipótese de que
os preços baixos de energia originam um IEE mais alto e vice-versa foi testada, tendo-se
chegado à conclusão de que este pressuposto é válido apenas para alguns sectores (por
exemplo, influencia parcialmente o sector de craqueamento a vapor). Um IEE mais alto é
um resultado de diversos fatores, e não apenas dos preços de energia. Por exemplo, o
elevado custo de capital das novas tecnologias pode levar algumas empresas a não
investirem em tecnologias mais recentes e mais eficientes, nomeadamente em situações
onde a instabilidade económica aumente as taxas de juros.
Requisitos associados ao “benchmarking” do consumo de energia industrial
Diversos estudos e trabalhos de investigação mostram que o benchmarking representa
uma mais-valia para avaliar, com fundamento, o potencial de melhoria e, não menos
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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
importante, para proporcionar informação valiosa sobre a utilização de energia nos
diversos sectores industriais. No entanto, convém salientar que os dados obtidos e
processados em muitas pesquisas podem estar associados a um número considerável de
incertezas, necessitando eventualmente de refinamento.
As recomendações a seguir apresentadas são fundamentais para maximizar o potencial
dos benchmarks, e dos indicadores de energia em geral, como ferramentas
indispensáveis à avaliação do desempenho no que concerne a utilização de energia na
indústria:
A cobertura regional dos questionários de benchmarking está frequentemente
incompleta. É necessário recolher informação dos sectores para os quais não
existem dados disponíveis ou, quando existem, são insuficientes e fragmentados,
o que sucede particularmente nos países em desenvolvimento e nas economias
em transição.
Os questionários de benchmarking precisam de ser melhorados, de modo a
conseguirem abranger mais processos nos sectores com elevada intensidade
energética. Por outro lado, necessitam de assegurar uma melhor cobertura dos
processos mais importantes nas indústrias da produção de energia e nos
aglomerados de menor escala, a maioria dos quais são compostos por pequenas
e médias empresas. O entendimento do perfil de utilização de energia nestas
indústrias de menor escala é essencial, visto que existe nestas um potencial
considerável de melhorias em termos percentuais.
A calibração das curvas de benchmarking é importante para suportar o
refinamento da informação obtida a partir de benchmarks internacionais. Para
uma comparação objetiva entre países, é obviamente necessário ter em
consideração certas condições específicas regionais, como por exemplo a
heterogeneidade na distribuição de matéria-prima e na qualidade das mesmas.
De facto, muitas fábricas que estão a operar atualmente não têm controlo sobre
estas condições, o que pode prejudicar a capacidade de atingir o nível de
eficiência definido pelos benchmarks internacionais.
É preciso observar mais detalhadamente os sectores industriais que ainda não
foram analisados ou onde a análise foi limitada a pouca informação sobre o CEE
– Consumo Específico de Energia. Estes sectores incluem o da alimentação e
bebidas, maquinaria, equipamento de transporte, processamento de metais,
construção, e couro, sendo muitas destas atividades responsáveis por consumos
apreciáveis de energia. Convém assinalar que a maioria destes sectores assume
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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
um papel preponderante no tecido económico de inúmeros países em
desenvolvimento.
Os indicadores estatísticos internacionais relativos à produção e consumo de
energia, que acabam por constituir a base para o cálculo dos IEE, estão sujeitos a
incertezas, que importa minimizar. Para tal, aconselha-se uma colaboração mais
estreita entre os peritos de energia das empresas e entidades responsáveis pela
recolha e processamento deste tipo de dados, de modo a assegurar a qualidade e
representatividade desses mesmos indicadores.
Realça-se ainda a conveniência de envidar esforços, sobretudo para os países
em desenvolvimento, que possibilitem uma disseminação de informação eficaz e
mais abrangente junto dos diferentes sectores industriais e das suas associações,
enfatizando a importância da eficiência no uso de energia e o encorajamento para
a adoção de medidas que permitiam uma gestão e monitorização eficientes da
utilização de energia.
Resultados mais importantes
A estrutura do uso de energia industrial é representada pela produção de um
número relativamente pequeno de bens com intensidade energética. Os sectores
dos produtos químicos e petroquímicos e os sectores do ferro e do aço são
responsáveis por, aproximadamente, metade da energia industrial consumida
mundialmente. Outros sectores que constituem uma percentagem significativa
desta utilização são os dos metais não-ferrosos, minerais não metálicos e o sector
do papel e da celulose.
O CEE difere significativamente entre países e sectores como resultado de
diferenças em disponibilidade de recursos, preços de energia, tamanho das
fábricas, a idade do capital social, fatores locais, custos do capital, custos de
oportunidade e medidas governamentais e consciência destes fatores referidos.
O benchmarking da utilização de energia dos sectores da indústria pode fornecer
informações valiosas sobre os potenciais de eficiência energética. Baseado em
dados das TMP, há estimativas para melhorias globais e também para países e
regiões onde esta informação está disponível. Os IEEs podem suplementar os
questionários de benchmarking e também podem ser usados para apoiar a
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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
estimativa das potenciais melhorias para os sectores onde a informação sobre
benchmarks não está disponível.
De acordo com dados de benchmarking, o potencial de poupança de energia atual
na indústria transformadora e refinarias de petróleo estima-se ser 31 EJ. Isto é
equivalente a uma melhoria de eficiência energética de aproximadamente 26% da
procura de energia industrial final atual, globalmente. Cerca de um quarto do
potencial de energia poupada (8 EJ a 9 EJ por ano) está localizada nos países
industrializados; três-quartos desta poupança (24 EJ a 25 EJ) encontra-se em
países em desenvolvimento e economias em transição.
Aproximadamente dois terços do potencial total de poupanças está associado aos
sectores industriais com alta intensidade energética, embora o potencial e
eficiência energética seja mais baixo em termos de percentagem nestes sectores
do que em sectores não-intensivos e nas entidades produtoras de energia.
Assumindo que o potencial de poupanças de energia iria resultar numa redução
de 3% a 4% nos custos totais de produção, a nível mundial, o custo deste
potencial está estimado em cerca de 23 mil milhões de dólares americanos por
ano (excluindo o custo dos investimentos requeridos para atualizar os níveis de
tecnologia atuais para TMP). Os países industrializados têm a possibilidade de
poupar à volta de 65 mil milhões de dólares americanos em custos de energia. Os
países em desenvolvimento e economias em transição têm oportunidade de
poupar cerca de 165 mil milhões de dólares americanos, que se traduz em mais
de 70% do potencial de poupanças de custos globais. Estas poupanças são
equivalentes a 2% do valor da indústria global.
Na Tabela 1 encontra-se alguma informação sobre o uso médio de energia em
vários sectores industriais a nível global.
Relativamente ao sector dos curtumes e do calçado, a informação disponível,
mesmo a nível internacional, é escassa, podendo contudo estimar-se que os
custos de energia não representarão mais do que 10% na estrutura de custos das
empresas destes sectores (DSIR - India, 2012).
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética 13
Tabela 1
Perspetiva geral das gamas de uso médio de energia e informação sobre benchmarks de energia (Saygin, et al., 2011)
Gama do uso médio de energia
Informação de benchmark de energia
Setores, produtos e processos
(entre parênteses: ano a que a
informação se refere)
Unidades Nível Global Fábrica mais Eficiente
(ou MTD)
Benchmark
Internacional
(ou TMP)
Fábrica menos
Eficiente
Químico e petroquímico
HVC – Produtos químicos de Alto
Valor (2005)
Amoníaco (2007)
Metanol (2006)
Celulose e papel (2007)
GJ/t HVC
GJ/t NH3
GJ/t MeOH
IEE
(aquecimento e eletricidade)
16,9
41
35,1
1,25
10,6
23,5
28,8
1
12,5
23,5
30
-
33,6
58
58
-
Fonte: Benchmarking the energy use of energy-intensive industries in industrialized and developing countries, D. Saygin, E. Worrel, M.K. Patel, D.J.
Gielen.
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
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3 - POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
3.1 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA
DINAMARCA
As principais medidas do PNAEE Dinamarquês, aplicadas à indústria foram: i) o aumento
gradual dos impostos relativos às emissões de gases derivados da queima de
combustíveis fósseis; ii) a concessão de benefícios fiscais a indústrias que implementem
medidas de eficiência energética; iii) o incentivo quer à concorrência comercial quer à
investigação tecnológica no setor privado do mercado energético; iv) o financiamento de
Projetos públicos de investigação e o apoio a parcerias tecnológicas com o setor privado;
v) a atribuição de créditos/empréstimos a PME para implementação de Projetos de
eficiência energética; e vi) o aumento da divulgação, junto da população, das tecnologias
de gestão ambiental e dos benefícios associados à sua utilização.
O aumento gradual dos impostos sobre o consumo de energia e as emissões de CO2 tem
como objetivo incentivar as indústrias a assinar acordos voluntários com o Estado,
garantindo o cumprimento de um plano de redução do consumo de energia. As indústrias
que assinam estes acordos comprometem-se a efetuar um estudo pormenorizado do seu
consumo energético, que visa identificar pontos críticos passíveis de melhorias, e, num
prazo acordado, a implementar as medidas técnicas necessárias para atingir o aumento
de eficiência energética estipulado. Todo este processo está sujeito a auditorias estatais.
Os acordos voluntários assentam na implementação do conceito de Gestão de Energia
(Energy Management) que assegura a melhoria contínua e constante da eficiência
energética de uma empresa.
Tipicamente, uma indústria reduz o seu consumo de energia entre 10 a 15 % nos
primeiros anos de implementação destes acordos voluntários. Alguns exemplos mostram
poupanças superiores a 15 % e retornos de investimento (paybacks) inferiores a 4 anos.
As medidas técnicas a aplicar envolvem a manutenção e monitorização de
equipamentos, a alteração de procedimentos, a formação dos funcionários e a conceção
eficiente, sob o ponto de vista energético, de equipamentos e instalações.
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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
3.2 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO REINO
UNIDO
No Reino Unido, as políticas incidem principalmente sobre a redução das emissões de
gases com efeito de estufa. No entanto, estas políticas estão intimamente ligadas à
eficiência energética, uma vez que aumentos na eficiência energética produzem
reduções nas emissões. Algumas das medidas do Plano de Ação Nacional de Eficiência
Energética (PNAEE) do Reino Unido aplicadas à indústria englobam: i) o Climate Change
Levy; ii) os Climate Change Agreements; iii) o Carbon Trust e o iv) United Kingdom
Emissions Trading Scheme.
O Climate Change Levy (CCL) é um imposto sobre a utilização de energia que impõe
taxas fiscais mais elevadas às indústrias mais gastadoras de energias não renováveis. O
dinheiro resultante destas taxas serve para investir em tecnologias e equipamentos com
maior eficiência energética e, consequentemente, menos emissões de carbono.
Com os Climate Change Agreements (acordos voluntários, CCA), o governo tenta aliciar
as empresas a aceitar um acordo de redução de emissões de carbono, em troca de um
vantajoso desconto fiscal de 80 % sobre o Climate Change Levy.
O Carbon Trust é uma organização que visa informar e auxiliar as indústrias que
pretendam reduzir as suas emissões de gases poluentes. As suas atividades baseiam-se
em cinco grandes áreas: Perceção, Solução, Inovação, Iniciativa e Investimento.
O United Kingdom Emissions Trading Scheme (UK-ETS) é um esquema que tem como
objetivo reduzir as emissões de gases poluentes, para que com isso se cumpra o
Protocolo de Quioto e adiram ao rentável mercado de carbono.
O Plano de Ação Nacional de Eficiência Energética 2008-2016 define um objetivo de
poupança de energia de 136,5 TWh em 2016 para edifícios, transporte e de pequenas
indústrias, excluindo os setores sob a Emissions Trading Scheme (ETS), o que
corresponde a 9% do consumo de energia de referência dos consumidores finais.
O Compromisso de Eficiência Energética (CEE) consiste num sistema de obrigações de
poupança de energia e exige que os fornecedores de energia encorajem os seus clientes
no mercado interno a reduzir o seu consumo de energia. O esquema CEE resultou numa
economia anual de energia de cerca de 6 TWh/ano de eletricidade e cerca de 8 TWh/ano
para os combustíveis fósseis durante o período de 2002-2008 (ou cerca de 5% e 2% o
16
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
consumo energético doméstico em 2008, respetivamente). Desde abril de 2008, a
obrigação imposta de poupança de energia sobre a energia dos fornecedores é expressa
em termos de poupança de CO2 e é chamada Carbon Emissions Reduction Target
(CERT). O conjunto CERT para o período de três anos até o final de abril de 2011 era de
185 Mt CO2 (poupança ao longo da vida).
Relativamente à política de energias renováveis, em 2009 o governo lançou o Plano de
Transição de Carbono Baixo que tem como objetivo até 2020 produzir 30% da
eletricidade a partir de energias renováveis e 40% a partir de fontes de energia com
baixas emissões. Além disso, para atingir o objetivo de 2020, a energia eólica deve
responder com cerca de 66% e de biomassa para cerca de 22% da produção de
eletricidade a partir de energias renováveis.
De acordo com a Diretiva Europeia relativa à promoção da energia renovável, a meta
nacional é aumentar a quota de energias renováveis para 15% do consumo final de
energia do país até 2020.
Desde março de 2003, o desenvolvimento de energias renováveis tem sido assegurada
por Renewable Obligation Certificates (ROCs). Um ROC é emitido por cada MWh de
produção renovável elegíveis produzida.
Desde a sua introdução, os fornecedores de eletricidade foram obrigados a adquirir
proporções crescentes da sua eletricidade a partir de fontes renováveis certificadas. Os
ROC´s foram inicialmente prorrogados até 2027 no Livro Branco sobre Energia de 2007,
tendo sido prolongado para 2037 em abril de 2010. Em fevereiro de 2010, em linha com a
Lei de Energia 2008, o governo anunciou novos incentivos para a produção de
eletricidade a partir de renováveis em instalações até 5 MW. A eletricidade produzida a
partir de low-carbon tecnologia instalada desde julho de 2008 receberão subsídios,
mesmo quando a eletricidade é para uso próprio do produtor.
A eficiência energética nas indústrias consumidoras intensivas de energia é impulsionada
pela UK-ETS introduzido em 2010. O Carbon Reduction Commitment (CRC) Energy
Efficiency Scheme tem como objetivo melhorar a energia eficiência e reduzir as emissões
de CO2 nos grandes consumidores de energia, incluindo organizações públicas e
privadas. O esquema envolve a definição de valores máximos de emissões para cada
entidade qualificada e aquisição de permissões de emissão de CO2. A primeira venda de
licenças terá tido início em 2012.
17
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
3.3 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA
ESPANHA
A Estratégia de Poupança e Eficiência Energética em Espanha aprovada a 28 de
Novembro de 2003 propõe para cada um dos principais sectores envolvidos uma série de
medidas que devem ser implementadas durante o período de 2004-2012.
No âmbito desta estratégia, as medidas aplicáveis ao Setor Industrial espanhol são as
seguintes:
Realização de Auditorias Energéticas;
Projetos Empresariais de Eficiência Energética (Acordos Voluntários);
Programas de Ajudas Públicas.
As Auditorias Energéticas nos diferentes setores industriais possibilitam o estudo
detalhado e exaustivo dos processos produtivos e mais concretamente identificar os
principais equipamentos consumidores de energia. Permitem ainda determinar com
alguma precisão os investimentos necessários para a execução das medidas detetadas
assim como a rentabilidade e viabilidade das mesmas.
Os principais objetivos destas Auditorias Energéticas são:
Determinar o potencial de poupança de energia nas empresas do sector industrial;
Facilitar a tomada de decisão dos empresários no âmbito do investimento em
Poupança e Eficiência Energética;
Determinar o benchmarking dos processos produtivos auditados.
Os Acordos Voluntários têm como objetivo, fomentar a adoção de medidas de poupança
de energia e comprometer as Associações Empresariais e as Indústrias a alcançar o
potencial de poupança de energia estabelecido por Setor. No entanto, este compromisso
na consecução dos objetivos energéticos não deve comprometer a competitividade das
empresas.
Os Acordos Voluntários devem considerar os seguintes pontos essenciais:
O potencial de poupança detetado e a viabilidade da sua execução;
A vinculação explícita das empresas do subsector ou ramo de atividade
considerado;
18
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
As linhas de financiamento para incentivarem a poupança energética;
A possibilidade das empresas vinculadas formalmente terem tratamento
preferencial.
O objetivo do Programa de Ajudas Públicas é facilitar a viabilidade económica dos
investimentos na poupança e eficiência energética, com a finalidade de alcançar o
potencial de poupança de energia identificado. Pretende-se assim promover a
substituição de equipamentos e de instalações ineficientes, privilegiando a utilização de
tecnologias de alta eficiência energética que minimizem as emissões de CO2.
3.4 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ÁUSTRIA
A melhoria da eficiência energética é uma das principais estratégias na concretização dos
objetivos políticos de energia da Áustria. O Programa de Ação Energia foi elaborado em
2003 contendo políticas com relevância direta ou indireta na eficiência energética, tais
como:
Medidas ERAL com relevância para a eficiência energética (por exemplo,
harmonização das abordagens da política energética dos diversos intervenientes.
o governo federal e os estados).
Medidas relativas ao espaço e ao aquecimento de água (por exemplo, isolamento,
consumo de energia, cálculo dos custos de acordo com o consumo real).
Consumo de energia no processo produtivo (por exemplo, melhoria da informação
sobre os fluxos de energia nas empresas).
Mobilidade
Iluminação e processamento de dados.
A utilização da biomassa.
O uso do carvão (por exemplo, apoio de tecnologias de combustão moderna).
O uso de gás natural (por exemplo, tecnologias ecologicamente eficientes).
Uma série de medidas está disponível para o governo austríaco na área da eficiência
energética, incluindo medidas reguladoras (como padrões mínimos de eficiência ou de
regras de tributação de energia); investigação, desenvolvimento tecnológico e promoção
19
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
de penetração no mercado; divulgação de informações aos consumidores de energia, e
subsídios para a implementação de medidas de poupança de energia.
Uma caraterística da estrutura de muitos programas que cobrem a eficiência energética é
que melhorar a eficiência energética é apenas um dos vários objetivos prosseguidos.
Esses programas, portanto, consideram a melhoria da eficiência energética como uma
componente dentro de um conjunto de objetivos políticos.
3.5 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA
FINLÂNDIA
As Políticas de eficiência energética da Finlândia são basicamente orientadas por duas
declarações, nomeadamente o Plano de Ação para a Eficiência Energética, que foi
emitido em 2000 e atualizado em 2002, e a Estratégia Nacional de Energia e Clima, que
foi lançada em 2001 e atualizada em 2005. Em geral, a política de eficiência energética
na Finlândia baseia-se em quatro orientações: i) legislação, regulamentos e orientações;
ii) os mecanismos financeiros, tais como impostos e subsídios; iii) acordos de eficiência
energia com a indústria, e iv) Educação e comunicação. No âmbito da Estratégia
Nacional de Energia e Clima, o objetivo de poupança energética de 5% até 2015 -
diminuir o consumo de energia em 5% com novas medidas de políticas adicionais (em
comparação com o esperado em 2015, sem estas medidas adicionais). No longo prazo, o
objetivo é estabilizar e depois reduzir, o consumo de energia primária total na Finlândia.
A maioria das políticas de eficiência energética da Finlândia provém de diversas Diretivas
da UE relativas à eficiência energética e conservação, em particular as Diretivas relativas
à rotulagem de equipamentos, em edifícios, nos serviços de energia, na produção
combinada de calor e energia (CHP) e no ecodesign.
No total, 14 diretivas ou regulamentos específicos sobre as políticas finlandesas de
eficiência energética. São necessárias medidas adicionais para além das já promulgadas
pela UE e outros métodos inovadores, subsídios para a introdução de novas tecnologias
e regulamentações. A Finlândia baseia-se em ações de voluntariado, desenvolvimento de
tecnologia e a utilização de energias renováveis e outras.
Acordo voluntários são realizados entre o Ministério do Trabalho e Economia e a
associação que representa a indústria em particular ou setor. Empresas e comunidades
20
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
também se juntaram no acordo assinado pela indústria. Sob os termos dos acordos, as
associações comprometem-se a promover a conservação de energia e participação.
Empresas e comunidades comprometem-se a realizar auditorias de energia ou análises,
a elaborar um plano de conservação de energia e comprometem-se a implementar
medidas eficazes nos custos de conservação. O governo fornece subsídios para
auditorias energéticas (40% do custo) e análises, e, sob certas condições, a poupança
em investimentos de energia.
As Empresas de Serviços Energéticos (ESCO) são empresas especializadas em
eficiência energética, incluindo a auditoria, estabelecendo planos de eficiência,
implementando os planos de financiamento e os esforços em nome do cliente. Estima-se
que 15-25% dos investimentos em eficiência energética realizados pela indústria sob os
acordos voluntários foram executados através de ESCO.
3.6 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA IRLANDA
A Política de eficiência energética da Irlanda é baseada no Livro Verde da UE sobre a
eficiência energética. O principal veículo para a implementação da política é o Plano de
Desenvolvimento Nacional.
O Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2000-2006 continha uma prioridade
sustentável de energia composta de duas medidas de energia, uma das quais incluía
eficiência energética. Um investimento total de 117 milhões de euros para eficiência
energética e programas de energia alternativa nos termos do presente PDN. O principal
órgão de execução da política de eficiência energética na Irlanda, opera uma série de
programas abordando todos os setores da economia como descrito abaixo.
Os programas, que visam especificamente o setor industrial, incluem o programa Rede
de Energia de grandes Indústria (LIEN) e o programa de Acordos de Energia da Indústria.
O resultado é uma iniciativa voluntária da rede que compreende 80 dos maiores
consumidores de energia industrial na Irlanda que estão empenhados em reduzir o uso
de energia individualmente e reconhecer o benefício de colaborar com organizações
semelhantes. Os principais elementos do programa LIEN, são relatórios sobre os
progressos do desempenho energético e da definição de metas realistas, a partilha de
informações e experiência para alcançar as melhores práticas e melhorar a
competitividade, reduzindo custos de energia.
21
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
O Programa de Ação de Gestão de Energia (Energia MAP), surge para as empresas que
não têm recursos para a realização da auditoria. O núcleo do programa é o MAP Energia,
site, que disponibiliza orientações de boas práticas em gestão de energia e as mais
recentes tecnologias. Ao contrário dos Acordos de Energia, Energia MAP é projetado
para ajudar as empresas menos sofisticadas e comprometidas na adoção de programas
de gestão de energia sustentáveis nas suas organizações. Os principais utilizadores do
MAP Energia são as pequenas e médias empresas (PME), mas o site é um portal de
referência para as boas práticas de eficiência energética, para as PME e grandes
consumidores de energia.
3.7 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO JAPÃO
Os pilares da política de eficiência energética do Japão incluem a Lei de Base sobre a
política energética de 2002, o Plano Básico de Energia e a Nova Estratégia Nacional de
Energia.
A Lei Base de Política Energética, formulada em Junho de 2002, define a orientação para
a política de energia do Japão no futuro. Esta lei reconhece especificamente a garantia
de fornecimento estável, adequação ambiental e utilização de mecanismos de mercado
como orientações políticas fundamentais. Também exige que o governo formule um
plano básico sobre a oferta e aquisição de energia.
O Plano Básico de Energia esclarece as orientações das políticas relativas ao futuro
fornecimento de energia e aquisição, conforme exigido na Lei Base de Política
Energética.
Em março de 2007, o Plano Básico de Energia foi revisto com base na Nova Estratégia
Nacional para a Energia.
A nova estratégia energética nacional é uma estratégia para a segurança energética que
foi formulada em maio de 2006 para refletir as mudanças recentes no mercado doméstico
e situação energética internacional. Melhorar a eficiência energética é um elemento-
chave desta estratégia. Pontos-chave da estratégia visam:
Melhorar a eficiência do consumo de energia, pelo menos em 30% até 2030.
22
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Reduzir a dependência do Japão em relação ao petróleo na oferta total de energia
primária para 40% ou menos em 2030.
Reduzir a dependência do petróleo no setor dos transportes para cerca de 80%
até 2030.
Aumentar a proporção de energia nuclear na produção total de energia do Japão
em 30-40% ou mais em 2030 e posteriormente.
Expandir ainda mais a relação de exploração e desenvolvimento dos recursos
petrolíferos por empresas japonesas, para cerca de 40% até 2030.
O Japão usa uma combinação de medidas reguladoras, ações voluntárias por parte da
indústria e uma combinação de subsídios, isenções fiscais e empréstimos para
investimento para incentivar a melhoria da eficiência energética na indústria. A política de
economia de energia no setor industrial do Japão foi desenvolvida com uma forte
cooperação entre os setores públicos e privado.
Especificamente, fábricas e outros locais de trabalho com alto consumo de energia
(consumo de combustível anual igual ou superior a 3 000 kl de óleo equivalente) são
obrigados a nomear gestores de energia, preparar e apresentar a médio e longo prazo
planos de energia e relatórios periódicos sobre consumo de energia. Da mesma forma,
fábricas e outros locais de trabalho com o consumo de energia médio (maior ou igual a 1
500 kl de óleo equivalente) são obrigados a apresentar relatórios periódicos sobre
consumo de energia e nomear uma pessoa qualificada para a gestão de energia.
Outra evolução interessante no Japão desde a revisão anterior é um maior enfoque na
melhoria da eficiência energética em pequenas e médias empresas (PME). O governo
criou vários esquemas fiscais para apoiar as PME na redução das suas emissões de
CO2. Estes programas englobam subsídios para a introdução de equipamentos
energeticamente eficientes.
A política de eficiência energética é regida pela Lei da Conservação de Energia (Rational
Use of Energy Act), publicada em 1979, que obriga os fabricantes e importadores a
aumentar a eficiência energética dos seus produtos.
Em 2006 o governo definiu a Nova Estratégia Nacional para a Energia de modo a
promover medidas para a conservação de energia. A estratégia também apresentou o
Energy Conservation Frontrunner Plan. A meta estabelecida no plano consiste na
melhoria da eficiência energética em pelo menos 30% até 2030.
23
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
No âmbito do Programa Top-Runner, criado em 1999 e reforçado em 2006, foram criadas
normas de eficiência energética para diversos aparelhos elétricos e veículos. Atualmente,
estão abrangidos cerca de 23 produtos. O primeiro conjunto de metas, fixadas para o
primeiro período, foi alcançado.
Relativamente às energias renováveis, até 2010 não havia uma política de produção de
eletricidade a partir de energias renováveis com quotas. Agora, o desenvolvimento de
energias renováveis energia é conduzido pelas metas estabelecidas no Basic Act on
Global Warming Countermeasures Contramedidas, ou seja, 10% de energias renováveis
no consumo de energia primária em 2020. De acordo com o Renewable Portfolio
Standard (RPS), introduzido em 2003, o governo fixou quotas obrigatórias para os
produtores de eletricidade para produção de 3% de energia a partir de fontes renováveis
até 2010.
No final de 2009, o Japão tinha uma capacidade fotovoltaica instalada de 2.627 MW e
ficou em terceiro lugar no mundo, depois da Alemanha e Espanha.
Desde meados da década de 1970, vários incentivos financeiros e fiscais foram postos
em prática para incentivar a conservação de energia e eficiência na indústria. Para além
disso, foi introduzido um regime de incentivos fiscais (Tax Scheme for Promoting
Investment in the Reform of the Energy Demand-Supply Structure) para as empresas
investirem na conservação específica de energia e equipamentos eficientes,
beneficiando de uma taxa de depreciação especial de 30% do custo de aquisição. Para
as pequenas empresas, à taxa de depreciação especial é associada uma dedução fiscal
de 7% do custo da aquisição. As grandes empresas industriais são obrigados a nomear
um gestor de energia responsável por implementar um plano de gestão de energia na
empresa.
Na revisão da Lei de Conservação de Energia (2008), foram, pela primeira vez,
realizadas abordagens setoriais como por exemplo medidas regulamentares para o setor
doméstico. Estão a ser definidos indicadores de benchmarking para alguns subsetores,
inicialmente paras as industrias consumidoras intensivas de energia. Os indicadores são
estabelecidos para as empresas de referência com base no seu nível de eficiência
energética e comparados com outras empresas do mesmo subsetor, e são definidas
metas a médio e longo prazo a serem atingidas entre 2015 e 2020.
24
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Estão disponíveis empréstimos a juros baixos para a instalação de sistemas de
cogeração com mais de 50 kW de potência e com mais de 60% de eficiência no consumo
de energia primária.
Os acordos voluntários abrangem mais de 1.100 empresas industriais, com metas
diferentes para os vários subsetores.
3.8 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NOS
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
O compromisso assumido pelos Estados Unidos para aumentar a eficiência energética foi
enfatizado na Política Nacional de Energia (NEP) publicada em Maio de 2001. O
documento descreve, uma série de medidas pelas quais o governo federal pode
influenciar e promover a eficiência energética, incluindo a difusão de informação,
incentivos a investigação e desenvolvimento em produtos eficientes, bem como
programas como o programa Energy Star. O objetivo do NEP é melhorar o consumo de
energia dos Estados Unidos em 20% entre 2002 e 2012. O desenvolvimento legal mais
importante desde a última revisão foi o de Energia Policy Act de 2005. Esta foi a primeira
legislação de energia promulgada em mais de uma década e tem um forte foco na
melhoria da eficiência energética e aumento do uso de energia renovável.
No setor industrial existe o programa Energy Star que visa a melhoria do sistema de
gestão de energia. Este programa inclui o desenvolvimento de indicadores de
desempenho energético que permitem que as indústrias possam avaliar a eficiência da
produção.
O Programa de Tecnologias Industriais visa reduzir a intensidade energética dos Estados
Unidos através de um programa coordenado de pesquisa, atividades de desenvolvimento
e implementação. O programa colabora com a indústria (por exemplo, indústrias de
energia intensiva, tais como produtos florestais e papel, aço, alumínio, fundição de metais
e produtos químicos) em I&D para melhorar a eficiência energética e produtividade dos
processos industriais. O foco é em nove materiais e processos industriais que
representam a maioria do consumo de energia no setor industrial e apresentar a maior
oportunidade para limitar o consumo de energia. O programa espera ajudar as indústrias
parceiras a reduzir o consumo energético por unidade de produção em 25% dos níveis de
1990.
25
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Em 2002-2003, o governo implementou um extenso conjunto de medidas visando a
melhoria da eficiência energética dos equipamentos e aparelhos elétricos. No âmbito da
Iniciativa das Alterações Climáticas Globais (2002), os Estados Unidos definiram como
meta uma redução de 18% de intensidade dos gases com efeito de estufa até 2012. O
programa de eficiência energética inclui incentivos fiscais para as energias renováveis,
cogeração e novas tecnologias; acordos voluntários com as empresas locais; programas
de transporte global; e novas normas de eficiência para os aparelhos domésticos. O Ato
da Independência da Energia e Segurança (2005) também definiu como objetivo a
iluminação e eficiência energética na construção e criou um Gabinete de Alto
Desempenho para os Edifícios Verdes. Em 2006, a EPA iniciou o Plano Nacional de Ação
para a Eficiência Energética (NAPEE), um programa público-privado, visando economia
de energia de 200 TWh até 2025.
Os incentivos fiscais são um instrumento privilegiado; os créditos tributários de eficiência
energética ao nível doméstico já existentes, foram reforçadas pelo American Recovery
and Reinvestment Act (2009). O ARRA alocou um total de 2,7 bilhões de dólares para a
Energy Efficienty and Conservation Block Grant (EECBG) programa, que financiará o
desenvolvimento de programas de eficiência energética por parte dos governos locais e
estados. Num número crescente de estados, as metas de redução de energia estão
associadas aos mercados de certificados de aforro de energia ("Energy Efficienty
Portfolio Standards" ou certificados brancos).
A utilização de energias renováveis deve aumentar substancialmente, uma vez que a
meta estabelecida para a produção de energia a partir de energias renováveis foi de 20%
até 2020.
Os EUA promove a eficiência energética na indústria através de programas de I&D,
nomeadamente o Programa de Tecnologias Industriais, que foi lançado em 1999 para
desenvolver tecnologias inovadoras. Além disso, foram criados 26 Centros de Avaliação
Industrial para liderar auditorias de eficiência energética em pequenas e médias
indústrias.
A EPA promove acordos voluntários, como "Climate Savers "(2000). Em 2007, a iniciativa
"Climate Leaders" (2002) foi reforçada através da campanha "Save Energy Now",
estabelecendo uma meta de redução de 25% da intensidade energética até 2020. Como
parte da Política Energética Nacional, o Green Power Partnership
26
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
and the Combined Heat and Power Partnership (2001) promoveu o uso de fontes
renováveis e cogeração no setor industrial.
3.9 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA
ALEMANHA
A política de eficiência energética da Alemanha está subjacente na política climática, que
tem sido enfatizada nos últimos anos. Os partidos do governo estabeleceram as
seguintes metas e medidas para a política nacional de eficiência energética:
Aumentar a eficiência energética da economia nacional com o objetivo da
duplicação da produtividade energética até o ano 2020 em relação a 1990,
exigindo um aumento anual de 3%.
Aumentar o financiamento para o Programa de Reabilitação CO2;
Modernizar o stock existente de estações de energia e expandir o uso da geração
de energia descentralizada ultra-eficiente CHP.
Revisão dos critérios de financiamento da Lei da Cogeração (KWK-G).
Apoiar as iniciativas europeias para melhorar a eficiência energética
Continuar e intensificar a Agência Alemã de Energia (Deutsche Energie- Agentur,
DENA).
A Alemanha está focada na revisão da Diretiva relativa a rotulagem de equipamentos e
aparelhos, desde a eficiência na construção até ao desmantelamento do mesmo.
A Alemanha adotou o Plano de Ação Nacional de Eficiência Energética 2008-2016, que
define um objetivo de poupança de energia de 231 TWh em edifícios, indústrias de
transportes e pequenas, exceto os setores sob o regime da UE Energy Trading Scheme
(ETS), para 2016. Esta meta corresponde a, pelo menos, 9,6% do consumo final de
referência de energia.
O Integrated Energy and Climate Change Program (IECCP), adotado em agosto de 2007,
tem como objetivo reduzir as emissões de CO2 em 40% até 2020 (em comparação com
os níveis de 1990). O plano estabelece um objetivo de melhoria da eficiência energética
de 3%/ano em média até 2020. O ambicioso programa de eficiência energética para
27
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Construções (padrões de energia existente apertada por 30 por cento em
2009 para os novos edifícios e depois por outros 30 por cento por 2012) deve
desempenhar um papel importante na realização desse objetivo. As normas obrigatórias
sobre eletrodomésticos são uma medida adicional.
A Alemanha adotou um novo pacote de medidas climáticas em 2008 para implementar o
IECCP. O pacote legislativo incidia sobre os setores do transporte e construção. Em
2009, as normas térmicas para novos edifícios foram reforçadas cerca de 30%. Cerca de
500 milhões euros (1 euro = 1,39 dólares) serão gastos na reabilitação de edifícios
existentes ao longo do período 2009-2012.
Em agosto de 2010, o Gabinete Federal aprovou uma ação nacional para planear as
energias renováveis. O plano define a quota de produção de energia elétrica a partir de
energias renováveis em 38,6% até 2020. De acordo com o plano, a parte das energias
renováveis no consumo final de energia alcançaria 19,6% em 2020, ultrapassando assim
a meta dos 18% estabelecida pela diretiva da UE sobre a promoção da utilização de
energia proveniente de fontes renováveis.
Ao nível da indústria, no âmbito do plano de 2007 clima-energia, o sistema de cogeração
deve duplicar até 2020, atingindo 25% da produção total de energia elétrica, graças a
uma duplicação do subsídio atual (750 milhão de euros por ano).
Desde 2002, a lei da cogeração dá direito aos operadores da cogeração um bónus acima
do preço de mercado da eletricidade produzida em cogeração plantas introduzida na
rede. O valor do bónus varia de acordo com o tipo de instalação, a partir de 1,5
cêntimos/kWh para as instalações existentes e 5,1 cêntimos/kWh para instalações novas,
pequenas centrais. O governo federal apoia o financiamento de projetos de cogeração,
concedendo isenções da "eco-taxa" para instalações de cogeração.
3.10 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA FRANÇA
Os programas de eficiência energética e de redução do consumo específico de matérias-
primas são elaborados e propostos pela Agência do Ambiente e Gestão de Energia
(ADEME), criada em 1992,que é um órgão governamental que responde ao Ministério da
Economia, Finanças e da Indústria.
28
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Em 1996, a França implementou legislação específica para as ações vinculadas à
eficiência energética (Lei nº 96-1236 de 30 de Dezembro de 1996). Em janeiro de 2000
foi implementado um Programa Nacional visando a diminuição das mudanças climáticas
(Programme National de Lutte Contre le Changement Climatique). Este Programa
instituiu medidas técnicas e fiscais envolvendo todos os setores que vinham causando
impactos no curto e no médio prazo e ampliou a atuação da ADEME. Em Dezembro de
2000, foi implementado o Programa Nacional de Ações da Eficiência Energética
(PNAEE). O Programa visa uma maior divulgação e consciencialização das ações de
eficiência energética. A França implementou alguns incentivos fiscais/financeiros para a
melhoria da eficiência energética, como por exemplo:
Redução de impostos - redução no imposto de renda para investimentos em
isolamento térmico, melhorias nas instalações de aparelhos de aquecimento,
instalação de fornos de madeira;
Apoio financeiro de 50% do custo para as indústrias que realizam
diagnósticos/auditorias energéticas. Subsidiam, ainda, estudos de eficiência na
iluminação;
Existência de fundos provenientes da SOFERGIE (grupo de empresas que
financiam investimentos em economia de energia), FOGIME (fundo que garante
investimentos na gestão energética e ambiental) e FIDEME (fundo de
investimento em eficiência energética).
De salientar que os programas de eficiência energética da ADEME são muito
abrangentes e compreendem uma quantidade significativa de ações envolvendo
questões ambientais que vão muito para além de uma simples estratégia para tratar das
questões energéticas associadas ao aquecimento global.
A França adotou um Plano de Ação Nacional de Eficiência Energética 2008-2016
(PNAEE), que define um objetivo de poupança de energia de pelo menos 9% entre 2008
e 2016, ou seja, 139 TWh (12 Mtep) em edifícios, transportes e pequenas indústrias
(excluindo os setores sob ETS).
A Lei de Energia de 2005, pretende reduzir a intensidade de energia final em 2%/ano até
2015 e dá cumprimento às obrigações de poupança de energia para os concessionários
de energia, conhecidos como o esquema de certificação de economia de energia. Este
esquema pretende definir o volume de poupança de energia para as empresas. A meta
29
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
era chegar a 345 TWh (tempo de vida acumulada) entre 2010-2013. A maioria dos
certificados foram obtidos em edifícios residenciais (acima de 85%).
No âmbito da Lei das Finanças de 2005, o governo reforçou a taxa do sistema de crédito,
que pode ir até 50% para apoiar a difusão de materiais de eficiência energética.
De acordo com a diretiva europeia que promove a utilização de energia proveniente de
fontes renováveis, a meta nacional é para aumentar a quota das energias renováveis no
consumo final de 23% em 2020.
A meta europeia foi incluída num programa designado Grenelle de l'Environnement, que
define metas de capacidade instalada para a produção de eletricidade a partir de fontes
de energia renováveis em 2020: 25.000 MW de energia eólica; 5.400 MW de energia
solar fotovoltaica; 2.300 MW de biomassa; e 3.000 MW de hidroelétrica em períodos de
pico.
Ao nível da indústria, o principal fator de melhoria da eficiência energética é a UE-ETS
que estabelece quotas de CO2 nos consumidores intensivos de energia. A realização de
auditorias energéticas na indústria é subsidiada entre 50 a 70%, dependendo do tipo de
auditoria. A produção combinada de calor e produção de energia (sistema de cogeração)
é suportada através de uma tarifa feed-in, dependendo de fatores como a capacidade, o
preço do gás natural ou o número de horas de funcionamento.
3.11 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO
CANADÁ
O órgão responsável pela Eficiência Energética no Canadá é o Office of Energy Efficiency
(OEE), criado em 1998 e coordena os programas de eficiência energética e combustíveis
alternativos, nos setores comercial, residencial, industrial e de transportes.
As iniciativas de eficiência energética são o fator chave para a implementação da
estratégia nacional em relação às mudanças climáticas, visando cumprir as metas
acordadas no Protocolo de Kyoto.
Em 2000, o governo do Canadá, com a participação de representantes de todos os
setores, organizações não-governamentais e sociedade civil, foi elaborado o Plano de
Ação Mudanças Climáticas. Este plano visa ser efetivo na diminuição de gases de efeito
30
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
de estufa e, para tal, pretende ser replaneado de 5 em 5 anos, prevendo medidas e
ações nas seguintes áreas: transportes, energia (petróleo, produção de gás e
eletricidade), indústria, edificações, floresta e agricultura, Projetos internacionais e
investimento em soluções futuras (tecnologia e ciência).
Ao nível da legislação e regulamentação aplicável destacam-se as seguintes:
Energy Efficiency Act – 1992: estabelece padrões mínimos de eficiência
energética para determinados produtos, especificando a responsabilidade dos
vendedores do produto.
Energy Efficiency Regulations - 1994: novos padrões mínimos de eficiência
energética. Não é permitida a utilização de equipamentos ineficientes.
Certificação/Etiquetagem: obrigatoriedade de etiquetas de eficiência energética
para todos os equipamentos eletrónicos.
No que diz respeito aos Programas de eficiência energética geridos pelo OEE,
salientamos os seguintes:
Energuide para equipamentos e Energuide para aquecimento, ventilação e ar
condicionado – AVAC
Energy Efficiency Regulations
Energy Star
Industrial Energy Efficiency Program
Um programa chamado ecoENERGY Efficienty Iniciative envolvia o investimento de mais
de 1 bilhão de dólares canadenses (US $ 960,000,000) entre 2007 e 2011 para promover
o consumo inteligente de energia em habitações, edifícios públicos, transportes e
indústrias. A maior parte era dedicada à reabilitação de edifícios.
Existem programas federais destinados a incentivar o desenvolvimento das energias
renováveis, tais como o programa EPEE para o vento ("Programme d´Encouragement à
la Production d´Energie Eolienne", programa de promoção para a produção eólica). No
entanto, a maior parte dos incentivos dependem das políticas das províncias.
O programa "ecoENERGY for Industry" foi projetado para melhorar a eficiência
energética industrial e diminuir a emissão de gases com efeito estufa. Esperava-se
poupar a energia equivalente à energia consumida por 65.000 a 146.000 famílias.
31
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
O Cross-cutting Measures for Industry Program envolve diferentes medidas
implementadas em 2007, incluindo a expansão do Canadian Industry Program for Energy
Conservation (CIPEC); estudos de avaliação comparativa (benchmarking) das emissões;
melhor acompanhamento e elaboração de relatórios de eficiência energética e tendências
das emissões; iniciativas inovadoras (casos de sucesso) no âmbito consumo de energia
na indústria; e apoio para a realização de auditorias energéticas.
3.12 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ÍNDIA
Em 2001, o Parlamento aprovou uma lei sobre eficiência energética, conhecida como a
Lei de Conservação de Energia. Esta lei entrou em vigor em março de 2002 e exige que
os grandes consumidores de energia implementem ações específicas e etiquetas de
consumo de energia e introduzidos padrões de desempenho para eletrodomésticos.
OBureau of Energy Efficiency foi criada para aplicar estas disposições.
No âmbito do Plano Nacional de Ação sobre Alteração Climática (NAPCC) adotado em
2008, a Missão Nacional para Maior Eficiência Energética surgiu com vários objetivos
para 2014-2015: uma economia anual de combustível de pelo menos 23 milhões de tep,
uma capacidade acumulada de eletricidade de 19.000 MW e uma redução das emissões
de CO2 de 98 Mt.
No âmbito da Lei de Conservação de Energia, os grandes consumidores de energia de
nove setores têm de implementar auditorias energéticas, nomear gestores certificados de
energia e comunicar os dados sobre consumo de energia.
No âmbito da Missão Nacional para Maior Eficiência Energética, devem ser definidas
metas de melhoria da eficiência energética para a maioria das unidades industriais
consumidoras intensivas em energia do país e deve ser criado um mercado Certificado
de Poupança de energia (ESCerts).
3.13 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA CHINA
A China definiu como principal prioridade na estratégia energética a eficiência energética
e a conservação. Foram implementados vários tipos de medidas para promover a
eficiência energética e conservação, nomeadamente: rótulos de eficiência energética,
normas mínimas de eficiência, incentivos financeiros, preços e compras governamentais.
32
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Os instrumentos financeiros incluem financiamento direto de projetos de eficiência
energética na indústria e edifícios, empréstimos bonificados e garantias bancárias.
O programa mais significativo da eficiência energética na indústria é chamado Top-1000
Energy-Consuming Enterprises. No âmbito deste programa, as empresas abrangidas são
obrigadas a nomear gestores de energia; medir e reportar o consumo de energia;
elaborar planos de conservação de energia; e atingir as metas de redução de consumo
de energia. Estas 1.000 empresas representam cerca de um terço do total do consumo e
cerca de metade da procura industrial.
Em 2007, a National Development and Reform Commission (NDRC) emitiu ordens para
fechar as pequenas e ineficientes fábricas em vários subsetores industriais. A NDRC
anunciou também um conjunto de medidas para diminuir o consumo de carvão em fornos
e caldeiras para 70 milhões de toneladas, nomeadamente: seleção de carvão de alta
qualidade, renovação de caldeiras e fornos com técnicas avançadas tais como leito
fluidizado circulante, queima de carvão pulverizada e o estabelecimento de um sistema
de gestão e operação.
A China definiu como objetivo até 2020 o consumo de 15% de energia primária produzida
a partir de fontes renováveis, nomeadamente solar, eólica, hidroelétrica e biomassa.
3.14 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA RÚSSIA
A eficiência energética é uma prioridade na estratégia energética da Rússia para o
período até 2030, definido em 2009. A estratégia de energia estabelece uma meta de
56% de redução da intensidade energética para 2030 (em comparação com 2005). Para
alcançar este objetivo, a Rússia planeia criar um ambiente económico favorável, incluindo
a progressiva liberalização dos preços da energia no mercado interno para promover uma
utilização mais racional da energia, bem como o estabelecimento de um mercado de
serviços energéticos. Alguns instrumentos como novas normas, incentivos fiscais e
penalidades, bem como a realização de auditorias energéticas terão de ser adotados. A
Estratégia de Energia também visa aumentar a eficiência energética de edifícios em 50%
entre 2005 e 2030 (10% entre 2005 e 2015). Prevê-se a implementação de novas normas
obrigatórias de construção.
A Lei Federal de Conservação de Energia e Aumento da Energia Eficiência foi aprovada
em novembro de 2009 para criar o enquadramento legal e económico para a promoção
33
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
da eficiência energética. Esta Lei centra-se principalmente sobre a eficiência dos edifícios
e introduz a instalação de contadores obrigatórios, o estabelecimento de uma rede
federal de informação sobre eficiência energética e energia certificados de eficiência
energética ("passaportes de energia").
Ao nível da indústria, a Rússia tem desenvolvido programas de eficiência energética
setorial (especialmente nos setores consumidores intensivos em energia, como aço,
cimento, papel ou alumínio), como o Federal Targeted Program for an Energy Efficient
Economy (2002-2010) que promoveu tecnologias de alta eficiência nesses setores.
A Lei Federal de Conservação da Energia e Aumento da Eficiência Energética (novembro
de 2009) inclui auditorias energéticas e normas estaduais de eficiência energética para
os consumidores industriais. Os grandes consumidores (com um consumo energético
superior a 145 300 € / ano) são submetidos a auditorias energéticas obrigatórias. A lei
também prevê incentivos e benefícios fiscais para a indústria pesada para substituir
equipamentos ineficientes por equipamentos energeticamente eficientes.
A Estratégia de Energia da Rússia para o período até 2030 (2009) visa reduzir a
participação do gás na mistura térmica para 60 - 62% em 2030 (mais de 70% do que em
2008), para o benefício de carvão (de 26% em 2008 para 34 - 36% em 2030), e aumentar
a participação da produção livre de CO2, pelo menos, 38 %em 2030. A produção nuclear
deverá aumentar para 20% do total de produção de energia em 2030, enquanto a
produção de energia a partir de fontes renováveis (incluindo a energia hidroelétrica) deve
representar 18-19%. Excluindo as grandes centrais hidroelétricas (acima de 25 MW), as
energias renováveis devem responder a cerca de 4,5% de produção de eletricidade. A
Estratégia de Energia planeia criar a base institucional para a utilização de energias
renováveis no setor da energia, incluindo um sistema fiscal que incentive centrais de
energia renovável. A Rússia está a considerar a introdução de parcerias público-privadas
para acelerar a difusão de tecnologias avançadas de energia renovável.
3.15 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL
Em dezembro de 2008 o presidente do Brasil assinou o National Climate Change Plan
(PNMC). O plano centra-se em grande parte na redução da desflorestação, mas também
contém disposições relativas eficiência energética e energias renováveis. Destina-se a
aumentar eficiência energética em vários setores da economia em linha com as melhores
34
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
práticas, e para manter a alta energia renovável misture em setores de transporte e
energia do Brasil.
No âmbito do PNMC, está previsto um plano de ação que irá contemplar uma redução do
consumo de energia elétrica em cerca de 10% até 2030 (equivalente a uma poupança de
106 TWh), o que evitaria a produção de 30 milhões de toneladas de emissões de CO2. O
plano envolve também a substituição de um milhão de frigoríficos por ano durante 10
anos. Por último, o plano visa melhorar a eficiência energética na indústria, transportes e
edifícios.
Em dezembro de 2009, o Brasil anunciou que iria diminuir as emissões totais de gases
com efeito estufa entre 36,1 - 38,9% até 2020 através da redução da desflorestação e da
utilização da terra, 6,1 - 7,7% através da redução do consumo de energia.
Não existe uma política específica para o setor industrial.
Em 2002, foi lançado um programa de incentivo ao desenvolvimento de energias
renováveis (PROINFA) e para aumentar o share de energias renováveis no consumo
primário de 10% até 2020.
O programa contribuiu para o Brasil se tornar no maior produtor de energia eólica na
América Latina, com uma capacidade de 610 MW no final de 2009. Em 2009, as isenções
fiscais para a indústria de energia eólica foram estendidos até janeiro 2012. Desde 1998,
o regulador de energia brasileiro, a ANEEL, tem imposto obrigações às empresas de
distribuição de energia elétrica para fazer investimentos que reduzam o desperdício
elétrico, incluindo a implementação de medidas de eficiência energética.
3.16 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA COREIA
DO SUL
Em 2008, a Coreia do Sul anunciou Plano Básico Nacional de Energia 2008-2030, que
visa reduzir a intensidade energética em 46% entre 2007 e 2030. A meta total de
poupança de energia para 2030 é de quase 38 Mtep, dos quais 44% do setor da indústria
(17 Mtep), 32% do setor doméstico e dos serviços (12 Mtep), 19% do setor dos
transportes (7 Mtep) e 5% do setor público (1,9 Mtep).
35
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
A estratégia de eficiência energética da Coreia do Sul inclui a elaboração de códigos para
os novos edifícios de uma determinada dimensão e um sistema de certificação; as
empresas que consumam mais de 2 ktep/ano podem participar em Parcerias de
Poupança de Energia ou celebrar acordos voluntários. As empresas que invistam em
instalações de poupança de energia têm direito a reduções fiscais (até 20% dos custos
de investimento para um ano). As empresas de serviços energéticos (ESCOs)
encontram-se em funcionamento desde 1992.
O Plano Básico Nacional de Energia 2008-2030 define uma meta de redução do
consumo de energia de cerca de 17 milhões de tep na indústria até 2030
(aproximadamente 13% de redução).
KEMCO promove acordos voluntários com grupos industriais por cada 5 anos; as
empresas que realizam acordos voluntários ou investem em tecnologias de poupança de
energia têm direito a suporte técnico e financeiro e créditos fiscais, cobrindo até 20% do
custo do investimento. Desde 2007, os grandes consumidores de energia (mais de 2 mil
tep/ano) têm de realizar auditorias energéticas obrigatórias em cada 5 anos; no caso das
pequenas e médias empresas (com menos de 5 mil tep/ano) o custo da auditoria pode
ser subsidiado até 90%. No âmbito do Integrated Energy Supply Act (1999), as indústrias
que investem em instalações de cogeração para o seu próprio fornecimento de calor têm
direito a reduções de impostos.
O Energy Saving Partnership Program (ESP) visa partilhar novas tecnologias de
economia de energia dentro dos vários ramos industriais; as fábricas que consomem
mais de 20 ktoe podem participar no ESP (mais de 10 ktoe na indústria automóvel,
alimentar, elétrica e eletrónica). Até à data, 195 empresas estiveram envolvidas neste
programa, que tornou possível para poupar 285 ktoe de combustível e 393 GWh de
eletricidade entre 2000 e 2007.
De acordo com seu Plano Nacional de Energia 2008-2030, a Coreia do Sul pretende
produzir 11% da energia que consome a partir de energias renováveis até 2030; foram
fixados objetivos intermédios em 4,3% em 2015 e 6,1% em 2020.
O governo fornece subsídios para acelerar o desenvolvimento das energias renováveis,
e, mais especificamente, para atingir o seu objetivo de "um milhão de casas verdes"
equipados com PV, solar térmica ou instalações eólicas. Os subsídios são concedidos às
regiões para a realização de projetos de energia renovável. Foram criados empréstimos a
36
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
juros baixos para cobrir até 90% do custo de instalação de energias renováveis (até 50%
para as grandes empresas) e até 20% do investimento pode ser isento de impostos. As
Empresas de Serviços de Energias Renováveis (RESCOs) foram criadas em 2005 para
contribuir ao desenvolvimento da indústria doméstica renovável. Em 2002, a Coreia do
Sul também introduziu tarifas feed-in para PV, energia eólica, energia hidroelétrica,
biomassa, resíduos e biogás, energia das marés e células de combustível. As tarifas de
incentivo para PV será transformado em um Renewable Portfolio Standard (RPS) a partir
de 2012. Em 2005, nove empresas de energia assinaram um acordo com o governo,
conhecido como o Renewable Portfolio Agreement, para investir em energias renováveis.
3.17 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA
INDONÉSIA
A meta do Plano Mestre Nacional de Conservação de Energia (2005), designado RIKEN,
é alcançar o potencial de economia de energia da Indonésia através de medidas de
eficiência energética e conservação (EE & C), e assim evitar o desperdício de energia na
Indonésia.
RIKEN identificou os seguintes potenciais de economia de energia setorial: 15-30% na
indústria, 25% no comércio e edifícios para a eletricidade, e 10-30% no setor doméstico.
A Política Energética Nacional (2006) afirma que o objetivo da Indonésia é conseguir uma
elasticidade de energia de menos do que 1 em 2025 (a elasticidade de energia é a taxa
de variação da energia primária total oferta em relação a taxa de variação do PIB).
O Fundo de Tecnologia Limpa (CTF) tem como objetivo acelerar o país a promover
iniciativas de eficiência energética e energias renováveis e para ajudar a alcançar o
objetivo de aumentar o acesso à eletricidade a partir de 65% da população até 90% em
2020.
Ao nível da indústria, o objetivo da Indonésia, no âmbito do Plano Mestre Nacional de
Conservação de Energia, consiste na redução da intensidade energética em cerca de
1%/ano, em média, até 2025. Os incentivos fiscais (deduções fiscais e empréstimos em
condições favoráveis), juntamente com outros instrumentos, como programas de
formação e de educação, bem como auditorias energéticas são
utilizados para implementar este plano.
37
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
3.18 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO MÉXICO
Em novembro de 2009, o governo adotou um programa para a economia de energia
(PRONASE) para o período de 2009-2012, estimando-se o potencial de economia de
energia em 2% em 2012 e 18% em 2030.
O programa identifica sete prioridades: veículos de transporte rodoviário, iluminação,
eletrodomésticos, cogeração, motores elétricos, normas de eficiência energética para
edifícios novos e de distribuição de água.
O Electric Power Savings Trust Fund (FIDE) lançou o Programa de Financiamento de
Economia de Energia Elétrica (PFAEE). O Programa financia a substituição de
equipamentos de ar condicionado e frigoríficos velhos por equipamentos modernos e
mais eficientes, e fornece também o suporte financeiro para o isolamento térmico de
casas. O custo de iluminação mais eficiente é também financiado através de um crédito
pago nas contas de luz, o que é recuperou grande parte devido a custos de eletricidade
reduzidos.
O rótulo FIDE é um rótulo voluntário que identifica a eficiência energética dos produtos no
mercado mexicano, certificando que o produto tem cumprido as normas especificadas.
Em 2012, a FIDE visava cobrir 7.700 produtos em 85 empresas.
O Programa Nacional para el Aprovechamiento Sustentable da la Energia 2009-2012
promove o desenvolvimento da cogeração e previa uma economia de energia de 2,1
TWh até 2012. O programa também previa a implementação de normas para motores
elétricos e subsídios para substituir motores elétricos ineficientes. O potencial de redução
de consumo de energia de motores elétricos era estimado em 3,5 TWh até 2012.
3.19 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ARÁBIA
SAUDITA
Na Arábia Saudita não há nenhuma administração central responsável pela eficiência
energética. O país está a ponderar a criação de um "Centro de Eficiência Energética da
Arábia", responsável pelo desenvolvimento de tecnologias energéticas eficientes e
políticas de conservação.
38
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Em 2008, o Programa Nacional de Eficiência Energética definiu oito objetivos, incluindo
os serviços de auditoria energética e apoio à indústria, o uso eficiente de petróleo e gás,
as etiquetas de eficiência energética, as normas para eletrodomésticos, os códigos de
construção, gestão técnica e formação.
Ao nível da indústria, o Programa Nacional de Eficiência Energética inclui a realização de
auditorias energéticas no setor industrial conduzidas por Energy Service Companies
(ESCOs).
3.20 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ITÁLIA
A Itália adotou um Plano Nacional de Ação de Eficiência Energética 2008-2016 (PNAEE),
que define um objetivo de redução do consumo de energia de pelo menos 9,6% entre
2008 e 2016, ou seja, 126,3 TWh (10,9 Mtep) em edifícios, transportes e pequenas
indústrias.
O Decreto-Lei de julho de 2004 impôs obrigações de poupança de energia aos
distribuidores de energia, cujas economias têm de ser atingidas nos consumidores finais.
As obrigações são expressas em energia primária e foram fixadas metas anuais até 2012
(por exemplo, 4,3 milhões de tep em 2010 e 6 milhões de tep para 2012).
Cada distribuidor de energia tem uma quota de economia de energia proporcional à sua
quota de mercado. Esta economia de energia permite aos distribuidores obterem
certificados emitidos pelo Gestore Mercato Elettrico (GME), que podem ser negociados
por meio de contratos bilaterais ou num dedicated marketplace. Os distribuidores podem
comprar certificados se as poupanças conseguidas através de seus projetos se
encontrarem abaixo do seu objetivo anual. Há sanções por não cumprir o volume
necessário de certificados. Durante o período 2005-2008, foram poupados 3,7 Mtep de
energia, em comparação com a meta de 3,3 Mtep; 77% dos projetos de economia de
energia foram destinados à redução do consumo de eletricidade, 19% em gás natural e
os restantes 4% em combustíveis. O custo médio dos certificados durante o período de
2007-2010 foi de 75 €/tep.
Ao nível da indústria, o programa CIP6 garantiu o desenvolvimento de instalações de
cogeração em toda a Itália desde a década de 1990. O regime de apoio prevê o
pagamento de preços mais elevados para a produção de energia a partir de fontes
"assimilated" (correspondente a cogeração ou centrais de valorização energética de
39
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
resíduos). As instalações de cogeração e biomassa de alta eficiência também são
suportadas através do regime de certificados verdes.
O Decreto Legislativo n.º 20/2007 promoveu a utilização cada vez maior de cogeração de
elevada eficiência na indústria e criou incentivos para apoiar a difusão desta tecnologia.
Os incentivos foram direcionados para motores e inversores de alta eficiência,
compressão mecânica de vapor e, mais amplamente, para a cogeração de alta eficiência.
Desde 2002, os produtores e importadores de energia elétrica (> 100 GWh) foram
obrigados a fornecer uma certa proporção de potência a partir de fontes renováveis,
incluindo a energia eólica, solar, geotérmica e biomassa. O cumprimento é monitorizado
pelo operador do mercado de energia GSE (Gestore dei Servizi Elettrici) e é
recompensado com certificados verdes. A proporção de energias renováveis está a
aumentar gradualmente, de 5,3% em 2010 para 7,55% em 2013. A promoção das
energias renováveis e cogeração (CHP) é apoiado pelo pagamento de prémios no âmbito
de um programa introduzido em 1992, conhecido como CIP6. Em 2009, a produção CIP6
ascendeu a 36 TWh (13% da produção total), 20% a partir de energias renováveis e 80%
a partir de fontes "assimilated" (correspondente a cogeração ou centrais de valorização
energética de resíduos).
De acordo com a Diretiva Europeia relativa à promoção da utilização de energia
proveniente de fontes renováveis, a meta nacional é aumentar a quota das energias
renováveis no consumo final de energia para 17% até 2020.
3.21 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ÁFRICA
DO SUL
Na sequência da aprovação da Estratégia de Eficiência Energética de África do Sul pelo
Conselho de Ministros em 2005, foi acordada uma lista de compromissos entre a
indústria e o governo. O Ministro de Energia e Minerais, juntamente com os CEO de 24
maiores consumidores de energia e sete associações industriais, assinou o Acordo
Eficiência Energética, comprometendo-se a trabalhar voluntariamente individualmente e
coletivamente no sentido da concretização do objetivo de poupança de energia definido
pelo governo. A estratégia envolve uma meta de redução do consumo de energia em
15% para a indústria até 2015 e uma meta de redução de intensidade total de energia de
12% para o país como um todo até a mesma data.
40
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Relativamente a energias renováveis, em 2013, o governo publicou no Livro Branco
sobre Energias Renováveis, que define a meta de 10 TWh para produção de energia
renovável até 2013.
3.22 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA
AUSTRÁLIA
O Conselho Ministerial Australiano sobre Energia aprovou o Quadro Nacional de
Eficiência Energética (NFEE) em 2004 e aprovou a aplicação de um conjunto de
"pacotes" de eficiência energética pacotes. A Fase 1, que chegou ao fim em junho de
2008, incluiu nove pacotes de políticas. A Fase 2 iniciou em julho de 2008, com cinco
novas medidas de eficiência energética: a expansão e o reforço do programa Minimum
Energy Performance Standards para aparelhos elétricos e aparelhos a gás; o
desenvolvimento de uma estratégia de alta eficiência para sistemas de aquecimento,
ventilação e ar condicionado (AVAC); a eliminação progressiva das lâmpadas
incandescentes no setor doméstico; proporcionar liderança ao governo para estimular a
eficiência energética nos edifícios através de locações verdes e o desenvolvimento de
medidas para melhorar a eficiência energética dos sistemas de aquecimento de água. A
Estratégia Nacional para a Eficiência Energética (NSEE), lançada em 2009, incorpora e
constrói sobre as medidas no NFEE. É uma resposta coordenada, uma estratégia global
de melhorias de eficiência energética definida para 10 anos para o setor doméstico e
empresas.
Em julho de 2009, o governo de New South Wales implementado uma obrigação de
poupança de energia para os lojistas de energia elétrica e outros partes que comprar ou
vender energia elétrica (sistema de poupança de energia, ESS). As necessidades totais
de poupança de energia são fixados para cada ano do regime, como uma determinada
percentagem das vendas de energia elétrica. A meta para o primeiro ano foi de 0,4 por
cento do total vendas de energia elétrica, e irá aumentar gradualmente para 4 por cento
em 2014.
O Programa de Eficiência Energética foi criado em 2010, no âmbito da Australian Carbon
Trust para promover a aceitação de tecnologias e práticas de eficiência energética no
setor empresarial. O Programa fornece soluções financeiras inovadoras e conselhos de
41
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
especialistas para ajudar as empresas a alcançar melhorias de eficiência energética e
redução de emissões de carbono.
No âmbito do programa Energy Efficiency Opportunities (EEO), que entrou em vigor em
2006, todas as grandes empresas que consomem energia mais de 139 GWh /ano (12
milhões de tep/ano) são obrigadas a realizar uma auditoria energética a cada cinco anos
e comunicar publicamente os resultados e as oportunidades de poupança de energia.
O EEO abrange cerca de 240 empresas de todos os setores, que representam mais de
60% do consumo total de energia.
O programa Minimum Energy Performance Standards (MEPS) tem como objetivo
aumentar a eficiência energética dos produtos utilizados nos setores da indústria
transformadora (motores elétricos trifásicos, etc.).
Ao nível das energias renováveis, em setembro de 2009, a Austrália estabeleceu uma
meta de 20% para a produção de eletricidade a partir de energias renováveis até 2020. A
Mandatory Renewable Energy Target (MRET) foi lançado em 2001, especificando as
quotas de energia renováveis para os produtores de eletricidade e incluindo a
possibilidade de negociar certificados renováveis.
3.23 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA
TURQUIA
A Lei de Eficiência Energética, aprovada em 2007, estabelece as regras para a gestão de
energia na indústria e em grandes edifícios, apoio a projetos, a empresas de consultoria
em eficiência energética, acordos voluntários, etc.
O Plano de Estratégia de Energia define uma meta de 20% de redução de energia
primária até 2023 relativamente a 2008.
A Direcção-Geral dos Recursos de Energia Elétrica, prevê investimento para apoio a
projetos de eficiência energética com um período de retorno máximo de cinco anos. O
apoio ao investimento abrange 20% do custo do projeto até um máximo de 500.000 liras
turcas (~289.250€). De modo a apoiar as pequenas e médias empresas (PME), a
administração para o apoio e desenvolvimento das PME subsidia até 70% dos custos de
42
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
formação em eficiência energética, serviços de estudo e de consultoria adquiridos pelas
PME.
Em 2009, o regulamento relativo ao aumento da eficiência energética na utilização dos
recursos energéticos e energia, que estabelecem as disposições da Lei de Eficiência
Energética de 2007, foi aprovado para apoiar Projetos de eficiência energética e acordos
voluntários na indústria.
A agência de eficiência energética turca (EIE) pode subsidiar até 20% dos custos do
projeto de investimento em eficiência energética de estabelecimentos industriais. Além
disso, se se comprometerem a reduzir a sua intensidade energética em 10%, em média,
durante um período de três anos, no âmbito de um acordo voluntário, o EIE subsidia 20%
os seus custos de energia durante o primeiro ano.
No âmbito da Lei de Eficiência Energética, os estabelecimentos industriais que tenham
um consumo de energia superior a 1.000 tep são obrigados a comunicar o seu consumo
de energia ao EIE e ter um gestor de energia para monitorizar a eficiência energética.
Além disso, as grandes empresas que apresentem um consumo superior a 50.000 tep
devem estabelecer unidades de gestão da energia.
Relativamente a energias renováveis, a Turquia pretende produzir 30% da sua
eletricidade a partir de energias renováveis em 2023.
No âmbito do Plano de Estratégia Energética 2010-2014, a Turquia prevê ter 10 GW de
capacidade instalada de energia eólica em 2015 e chegar a 20 GW em 2023.
3.24 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA
ARGENTINA
Em dezembro de 2007, o governo lançou o Programa Nacional de Uso Racional e
Eficiente de Energia (PRONUREE) que define objetivos a curto e longo prazo para
melhorar a eficiência energética na indústria, nos transportes, no agregado familiar (meta
de 10% de economia de energia para 2016) e do setor de serviços (12% de economia de
energia para 2016), bem como em edifícios públicos (meta de 10% de poupança de
energia para 2016).
43
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
O PRONUREE suporta programas educacionais sobre a eficiência energética,
regulamentos para expandir as atividades de cogeração, a rotulagem energética de
aparelhos, regulamentos de eficiência energética e o apoio ao desenvolvimento de
projetos de eficiência energética.
Ao nível da indústria, o PRONUREE tem como objetivo atingir 5,4% de poupança de
energia no setor até 2016. Contudo, ainda não há conhecimento de medidas específicas
implementadas.
Ao nível das energias renováveis, a lei de 2006 definiu como objetivo aumentar a quota
de energias renováveis para 4% da produção de eletricidade até 2013 e 8% cento em
2016. Além disso, o objetivo do Plano Nacional de Energias Renováveis (GENREN) é a
instalação de 1.000 MW de capacidade de energias renováveis, incluindo 500 MW de
energia eólica.
3.25 POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM
PORTUGAL
3.25.1 ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A ENERGIA 2020
A Estratégia Nacional de Energia (“ENE”) foi lançada em Abril de 2010, e os principais
objetivos deste plano para o ano de 2020 são os seguintes:
Dependência: reduzir dependência energética do país face ao exterior para 74%
(foi de 83% em 2008) e reduzir em 25% o saldo importador energético com a
energia produzida a partir de fontes endógenas;
Renováveis: 60% da eletricidade produzida e 31% do consumo de energia final
tenham origem em fontes renováveis; criar mais 100.000 postos de trabalho a
acrescer aos 35.000 já existentes (45.000 diretos e 90 000 indiretos) no sector
das energias renováveis; o impacto no PIB passará de 0,8 % para 1,7 % até 2020;
Eficiência: redução de 20% do consumo de energia final, nos termos da política
Comunitária para a energia e desenvolver um cluster industrial associado à
promoção da eficiência energética assegurando a criação de 21 000 postos de
44
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
trabalho anuais, gerando um investimento previsível de 13.000 milhões de euros
até 2020 e proporcionando exportações equivalentes a 400 milhões de euros;
Ambiente: cumprimento das metas de redução de emissões assumidas por
Portugal no quadro Europeu.
A ENE 2020 visa implementar uma séria de medidas e estratégias através da utilização
de cinco grandes vetores: competitividade, crescimento e independência energética e
financeira; aposta nas energias renováveis; promoção da eficiência energética; garantir
segurança no abastecimento energético; sustentabilidade económica e ambiental.
Competitividade, crescimento e independência energética e financeira
Os investimentos totais previstos ao abrigo da ENE para o setor da energia deverão
superar os 31.000 milhões de Euros, com o objetivo de desenvolver este setor, obter um
maior equilíbrio da balança comercial através do aumento das exportações de bens de
equipamento e de redução das importações de combustíveis fósseis. Por outro lado, os
setores associados à energia (moldes e ferramentas, materiais avançados, sistemas
elétricos, sistemas eletrónicos, sistemas de informação) têm uma intensidade tecnológica
elevada.
A redução da dependência energética e financeira tem por base o aumento da produção
renovável e a melhoria na eficiência energética. O setor dos transportes é responsável
por cerca de um terço do consumo final de energia e por isso existe a intenção de
introdução de veículos elétricos e o objetivo deste tipo de veículos substituir cerca de
10% dos combustíveis atualmente consumidos nos transportes rodoviários.
A liberalização dos mercados de energia na Europa teve como intenção a criação de um
mercado interno de energia, a redução dos custos de energia e o aumento de
competitividade económica. Foi neste contexto que em Julho de 2007 entrou em vigor o
Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL) e em Janeiro de 2008 foi aprovado o Model for
Organisation and Operating Principles do Mercado Ibérico de Gás Natural (MIBGAS).
Deste modo, estão planeados investimentos até ao ano de 2014 com vista a aumentar a
interligação entre Portugal e Espanha e reforçar as interligações entre a Península Ibérica
e França, de forma a garantir a integração do mercado Ibérico nas redes elétricas
Europeias.
45
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Por outro lado, a reorganização do mercado do gás com vista à implementação do
MIBGAS, conduzirá a um reforço das interligações e da capacidade de armazenamento
de Gás Natural. O terminal de Sines e a sua ligação ao armazenamento do Carriço
deverão formar um hub estratégico em Portugal.
Aposta nas renováveis
A dinamização do cluster das energias renováveis foi assumida pelo governo português
como um vetor estratégico nacional consubstanciado na Estratégia Nacional para a
Energia 2020 “O programa de Governo do XVIII Governo Constitucional estabelece que
um dos objetivos para Portugal deve «liderar a revolução energética» através de diversas
metas, entre quais «assegurar a posição de Portugal entre os cinco líderes europeus ao
nível dos objetivos em matéria de energias renováveis em 2020 e afirmar Portugal na
liderança global na fileira industrial das energias renováveis, de forte capacidade
exportadora.”
A intenção é promover uma fileira industrial, diversificar a diversificação de fontes e
tecnologias por forma a reduzir a dependência externa e aumentar a segurança de
abastecimento.
No seguimento do objetivo estabelecido de consumo de 31% da energia final através de
energias renováveis, tem sido efetuados investimentos significativos nesta área,
nomeadamente na energia eólica, que colocaram Portugal como uma referência. Por
outro lado, a aposta nas energias renováveis é considerada vital para a redução da
dependência energética externa.
Atualmente a produção de energia renovável em Portugal é feita na sua maioria através
da combinação da energia hídrica e eólica. No entanto, existe a intenção de diversificar
para outras energias renováveis. Neste contexto, foi aprovado o Plano Nacional para as
Energias Renováveis (PNAER).
Promoção da eficiência energética
Existe uma preocupação em tornar o consumo energético mais eficiente, nomeadamente
no que diz respeito aos produtos derivados do petróleo. Um dos grandes objetivos da
ENE para 2020 é a redução de 20% do consumo de energia final em 2020, e para isso
46
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
existem medidas fiscais, promoção de Projetos com vista a aumentar a eficiência
energética, nomeadamente nos setores dos transportes, serviços e na gestão energética
de edifícios.
O objetivo de promover a eficiência energética é o de reduzir em 20% o consumo de
energia final até 2020 através de medidas fiscais e da inovação tecnológica,
nomeadamente os veículos elétricos e as redes inteligentes, a otimização dos sistemas
de iluminação pública e da gestão energética dos edifícios públicos, residenciais e de
serviços. Neste contexto foi aprovado o Plano Nacional de Ação para a Eficiência
Energética (PNAEE).
Garantia da segurança de abastecimento
A estratégia para garantir a segurança no abastecimento de energia passa pela
diversificação das fontes e origens energéticas. A aposta nas energias renováveis foi
uma das formas escolhidas para alcançar esta diversificação e por outro lado para reduzir
a dependência externa. Por outro lado, está previsto o desenvolvimento das
infraestruturas para o transporte e distribuição de energia, no âmbito do MIBEL e do
MIBGAS.
A concretização deste programa prevê a criação de um centro de investigação
tecnológica em Badajoz - Centro Ibérico para as Energias Renováveis e a Eficiência
Energética (CIEREE) - e apoia-se ainda nas parcerias estabelecidas com o
Massachusetts Institute of Technology (MIT). Prevê-se a implementação de um Fundo de
apoio à inovação e já está aprovado o apoio a Projetos para desenvolvimento de novas
tecnologias no âmbito das redes inteligentes, energia das ondas e outras tecnologias na
área das energias. Prevê-se um investimento global de 31 milhões de euros nos
próximos 10 anos.
Por outro lado espera-se por efeito de arrastamento o crescimento de outros sectores
associados à energia (moldes e ferramentas, materiais avançados, sistemas elétricos,
sistemas eletrónicos e de sistemas de informação).
Prevê ainda que os investimentos tenham em conta a integração territorial, pela
implementação de centrais de produção de energia elétrica em zonas mais deprimidas e
espera-se que esta estratégia contribua para a criação de empregos a nível local.
47
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Sustentabilidade económica e ambiental
O desenvolvimento das energias renováveis deverão contribuir para um contexto
energético diferente, com uma contribuição relevante para a redução da dependência
energética externa e para um maior equilíbrio económico, para além da geração de
emprego. Para este objetivo deverá ainda contribuir a introdução de uma maior
concorrência no sector e o desenvolvimento das infraestruturas energéticas previstas.
Não menos relevante é a redução das emissões dos gases de estufa.
3.25.2 PLANO NACIONAL DE AÇÃO PARA AS ENERGIAS
RENOVÁVEIS (PNAER)
Tal como o PNE, o PNAER resulta da transposição de uma Diretiva comunitária
(2009/28/CE do Parlamento Europeu e do Conselho), que estabelece que os Estados-
Membros devem aprovar e apresentar à Comissão Europeia um Plano Nacional de Ação
para as Energias Renováveis (PNAER) até 30 de Junho de 2010, fixando mesmo os
objetivos nacionais que cada Estado-Membro deve no domínio da energia proveniente de
fontes renováveis a consumir nos transportes, produção de eletricidade e aquecimento e
arrefecimento até 2020. O PNAER apresenta um conjunto de medidas que visam o
cumprimento dos compromissos assumidos no âmbito da UE, assumindo que a base de
desenvolvimento da produção nacional renovável assentará sobretudo no aumento
articulado da capacidade instalada hídrica e eólica, sem descurar outras fontes. Assim,
será também promovido o desenvolvimento nas tecnologias baseadas no aproveitamento
da energia solar, quer nas aplicações de grande escala quer na aposta nos sistemas de
mini e microprodução e sistemas para aquecimento de água sanitárias. Fazem ainda
parte da estratégia do Governo a médio prazo a biomassa, o biogás, os biocombustíveis,
a geotermia e a energia das ondas. Um conjunto de medidas muito específicas estão já
desenhadas e algumas regulamentadas com vista à aplicação deste plano.
Energia hídrica
O Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidrelétrico (PNBEPH), criado em
2007, visa desenvolver o potencial hídrico nacional e viabilizar o crescimento da energia
eólica. A capacidade instalada de energia hídrica deverá crescer dos 4.900 MW para
8.600 MW até 2020 e por outro lado permitir o aumento da eficiência na produção de
48
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
eletricidade através da energia eólica. Existe ainda o objetivo de atingir os 250 MW
através da mini hídrica.
Energia Eólica
A energia eólica tem sido uma das fortes apostas no passado recente, tendo a
capacidade instalada passado de 537 MW no ano de 2004, para cerca de 3.500 MW em
2009. Até ao ano de 2011 previa-se a instalação de mais 2.000 MW e até ao ano de
2020, poderão ainda ser instalados outros 3.000 MW adicionais de potência eólica.
Energia solar
Após os grandes desenvolvimentos nas energias hídricas e eólica, a solar é a tecnologia
com maior potencial de desenvolvimento nos próximos anos. O objetivo passa por atingir
1.500 MW de capacidade instalada em 2020, quer através de Projetos com a tecnologia
solar termoelétrico, quer através do desenvolvimento do fotovoltaico de concentração.
Existe ainda um plano de desenvolvimento da micro e mini geração em Projetos com
potências até 150 MW ou 250 MW, dependendo da tecnologia.
Biomassa
Irá ser implementada a capacidade já atribuída de 250 MW. Existe a intenção de
promover a produção de biomassa florestal de forma integrada com a promoção da
certificação florestal, promoção de culturas energéticas e biomassa residual proveniente
da atividade agrícola e agroindustrial. Deverá ser ainda criado o Centro de Biomassa,
para o desenvolvimento de investigação e desenvolvimento nesta área.
Biocombustíveis
As Diretivas europeias deverão ser seguidas, tendo em conta a obtenção das metas
colocadas para a utilização de energias renováveis no sector dos transportes. Um dos
objetivos comunitários estabelecidos consiste na utilização de 10% de biocombustíveis
no combustível para veículos.
Geotermia
O governo Português tem como objetivo de alcançar a capacidade instalada de 250 MW
até 2020. Portugal é considerado como sendo uma região com elevado potencial neste
campo, existindo atualmente uma aposta em Projetos desta natureza nos Açores,
enquanto estão a ser desenvolvidos outros projeto-piloto no território nacional de
investigação científica.
49
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Energia das ondas
O elevado potencial do nosso país, aliado ao movimento para o desenvolvimento do
cluster do mar tem fomentado o desenvolvimento desta tecnologia. Estão previstos
diversos contratos de concessão da zona-piloto para a preparação das infraestruturas
para a instalação de Projetos de demonstração. A meta é atingir a capacidade instalada
de 250 MW até 2020.
Hidrogénio
O desenvolvimento das tecnologias de pilhas de combustível a hidrogénio poderá alterar
o paradigma energético atual, devido ao potencial de sinergias entre a produção de
energia através de fontes renováveis e a eficiência energética. O hidrogénio poderá
funcionar no futuro como tecnologia para viabilizar a utilização de energias renováveis em
larga escala e para permitir soluções inovadoras no sector dos transportes. Está prevista
a participação em iniciativas do SETPlan (Strategic Energy Techonology Plan) que está a
ser promovido pela União Europeia.
Para o desenvolvimento e promoção destas últimas prevê-se a criação de medidas
próprias. Importa referir a criação de uma zona piloto em S. Pedro de Moel,
concessionada à REN, para a instalação de Projetos de demonstração no domínio da
energia dos oceanos, em especial das ondas (DL n.º 5/2008) para testar as tecnologias
de aproveitamento deste tipo de energia, que visa contribuir para a promoção de um
cluster industrial ligado às atividades do mar.
Neste quadro, o PNAER, estabelece como principais objetivos para o horizonte temporal
de 2020:
Ter origem em fontes renováveis 31% do consumo final bruto de energia, 60% da
eletricidade produzida e 10% do consumo de energia no sector dos transportes
rodoviários;
Reduzir a dependência energética do exterior para cerca de 74%, a partir de uma
crescente utilização de recursos energéticos endógenos;
Reduzir em 25% o saldo importador energético (cerca de 2.000 milhões €) com a
energia produzida a partir de fontes endógenas, possibilitando uma redução de
importações estimada em 60 milhões de barris de petróleo;
Consolidar o cluster industrial associado à energia eólica e criar novos clusters
associados às novas tecnologias do sector das energias renováveis assegurando
50
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
um VAB de 3800 milhões de euros e criando 100 mil novos postos de trabalho a
acrescer aos 35 mil afetos à produção de energia elétrica com Fontes de Energia
Renováveis (FER);
Promover o desenvolvimento sustentável também pela redução de emissões de
gases com efeito de estufa, através de uma maior utilização das FER e da
eficiência energética;
Criar, até 2012, um fundo de equilíbrio tarifário que contribua para minimizar as
variações das tarifas de eletricidade, beneficiando os consumidores e criando um
quadro de sustentabilidade económica que suporte o crescimento a longo prazo
da utilização das energias renováveis.
Promover o investimento no domínio das energias renováveis através da
implementação de instrumentos de financiamento com base no QREN, para o
apoio à energia solar térmica, visando também o incremento das exportações
nesses domínios;
Aprovar medidas de promoção da produção de biomassa florestal, para
assegurar as necessidades de consumo já instaladas e a instalar; da promoção
da certificação da gestão florestal sustentável; da avaliação e promoção das
culturas energéticas, bem como da biomassa resultante das atividades agrícolas e
agroindustriais.
Implementar o Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico,
os novos empreendimentos hídricos em curso com o objetivo de facilitar o
crescimento da energia eólica;
Criar condições para a introdução e massificação da utilização do veículo elétrico
a nível nacional, procurando colocar Portugal como um país de referência ao nível
do teste.
3.25.3 PLANO NACIONAL DE AÇÃO PARA A EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA (PNAEE)
O PNAEE foi criado tendo em vista que Portugal cumpra os objetivos estabelecidos pela
União Europeia relativos à eficiência na utilização de energia. A meta estabelecida é
redução do consumo final de energia em 10% até 2015.
51
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Uma das medidas tomadas foi a implementação do programa MOBI. E para a promoção
de veículos elétricos e criação de uma rede nacional de carregamento. Para além da
melhoria na utilização de energia, este projeto procura ter outros impactos positivos,
como seja, na produção de baterias, componentes e infra estruturas energéticas.
Outro vetor do plano é o desenvolvimento do setor das Energy Saving Companies
(ESCO´s), com o objetivo de criação de um mercado de serviços de energia.
Para suportar financeiramente a aplicação do PNAEE, será implementado o Fundo de
Eficiência.
3.26 COMPARAÇÃO DAS POLÍTICAS DE EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA
Na tabela seguinte é realizada uma comparação entre os diferentes
instrumentos/políticas adotados por cada país.
52
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
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Pu
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cid
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e
Austrália x E x x P x x x x
Japão x x x x X x x x
República
da Coreia x x X P x x
Nova
Zelândia X x x
Áustria x X x x x x
Bélgica x x x X X x
República
Checa x X x x E
Dinamarca x x x x X x x
Finlândia x E X x x x
França x E x x x X x x x x
Alemanha x x x x x X x x x x
Grécia x X x x
53
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Hungria x X x x
Irlanda x X x X x X X x
Itália x x x x x x x x
Luxemburgo x x x x x x
Holanda x x x x x x x
Polónia x x x
Portugal x x x x x x x
República
Eslovaca x x x x E x
Espanha x x x x x
Suécia x x x x x x
Reino Unido X X x x x x x x x
Turquia x x x x x
Noruega x x x x E E
Suíça x x x x x E
Canadá x x x P x x x x
Estados
Unidos x x x P x x x
Rússia x x
China x x x x X x
54
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Brasil x X x x
Índia x x X x x x
México x x X x
África do
Sul x x x X x x
Fonte: Kanako Tanaka, 2011. Legenda: x - políticas em implementação; E - políticas terminadas e P - políticas planeadas.
Tabela - Políticas de Eficiência Energética na Indústria por País (em Novembro de 2010)
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
55
Como considerações gerais sobre as políticas de Eficiência Energética nos países
analisados, salientamos as seguintes:
Nos países estudados existem instituições específicas para a eficiência energética
(agências de energia), com o objetivo da redução do consumo final de energia e da
redução das emissões dos gases de efeito de estufa.
O estabelecimento de agências de energia e a relação destas com a implementação
de medidas e o aumento da eficiência energética também vai depender do grau de
prioridade que cada governo define para o tema.
Muitos países possuem, ainda, agências locais, como é o caso dos países da União
Europeia. A descentralização permite uma maior proximidade com as
especificidades locais e direcionar as ações de eficiência energética necessárias.
Embora com caraterísticas próprias, os países estudados têm uma série de ações
coincidentes que fazem com que a eficiência energética seja instituída com
objetividade nestes países, com resultados positivos. Tais ações são,
principalmente, informação, consultoria, incentivos económicos e financeiros,
marketing, educação, regulamentação, padrões de eficiência energética,
etiquetagem de produtos e diagnósticos energéticos.
Os padrões mínimos de desempenho energético para os equipamentos – Minimum
Energy Performance Standards – impõem um índice mínimo de eficiência que os
equipamentos devem ter ou indicam qual o consumo máximo.
Os incentivos económicos, especialmente os fiscais e financeiros, visam estimular
investimentos em produtos e processos energeticamente eficientes. De uma forma
geral, o subsidio concedido é uma parte do investimento necessário, ou proporcional
à economia do consumo de energia.
56
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
4 - BENCHMARKING SECTORIAL
INTERNACIONAL
SETOR DA FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE BORRACHA E MATÉRIAS
PLÁSTICAS
De acordo com o autor do estudo “Energy Efficiency: European Plastics and Rubber
Machines Well Placed”, promovido pela EUROMAP, existe uma relação estreita entre a
eficiência energética e a produtividade.
O estudo analisa as principais tecnologias de transformação de plásticos e borracha,
designadamente de injeção, extrusão, extrusão-sopro e termoformagem, que representam
cerca de 90% do total do volume processado. A eficiência da produção praticamente
duplicou em 20 anos, enquanto o consumo de energia específico das máquinas baixou
30%. As melhorias realizadas nos sistemas hidráulicos aumentaram a eficiência e
reduziram os consumos de energia das máquinas de injeção em cerca de 40%. A
capacidade das extrusoras também duplicou no mesmo período, mas o consumo de
energia baixou cerca de 20%. O mesmo se verifica nas máquinas de produção de
compostos.
A utilização crescente de servo-acionamentos em processos cíclicos como injeção, sopro e
moldação por vácuo veio reduzir a metade os consumos de energia. As fábricas com uma
fonte potência central e com sistemas de transmissão de potência e de controlo de perdas
estão a ser substituídas. A tecnologia dos servo-acionamentos há muito que conquistou
áreas de alto desempenho como é o caso das aplicações médicas e de embalagem. Os
sistemas servos proporcionam atualmente soluções simples para a recuperação de energia.
Na injeção, por exemplo, durante os movimentos rápidos das unidades de fecho, os
acionamentos são usados como geradores para produzir energia durante a atuação dos
freios. O mesmo princípio é também usado com as unidades de fecho rápidos das
máquinas de sopro e das máquinas de termoformagem.
A utilização de componentes economizadores de energia e de elevado dinamismo vai
permitir continuar a melhorar a eficiência energética nos próximos dez anos. A substituição
da tecnologia convencional pelos acionamentos totalmente elétricos e pelos sistemas servo-
hidráulicos poderá mesmo permitir melhorias adicionais da eficiência energética, em alguns
casos até aos 50%.
57
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
A parte mais importante da melhoria das máquinas reside nos desenvolvimentos em
engenharia de processos: a evolução da tecnologia de sem-fins trouxe um aumento
significativo das capacidades das unidades de plastificação, a par de uma melhoria da
qualidade da massa. Isto permitiu construir extrusoras e máquinas de injeção mais
pequenas sem comprometer o desempenho. Os sistemas de aquecimento radiante
evidenciam elevado potencial nas máquinas de termoformagem. Também existe um
elevado potencial na combinação de vários processos: é o caso do aproveitamento do calor
residual de uma etapa para a etapa seguinte, eliminando a necessidade de reaquecimento.
As maiores economias podem também ser conseguidas através do apuramento dos
processos na indústria transformadora. A monitorização dos fluxos de energia nas
máquinas, instalações e nas fábricas é compensadora, na medida em que torna mais
transparentes as necessidades de energia e permite reduzir os custos operacionais. Ao
mesmo tempo, a indústria contribui para atingir as metas de redução do consumo de
energia em 20% até ao ano 2020 (Artigo publicado na revista REVIPLAST em 5 de
dezembro de 2011).
Num estudo publicado pelo MidAmerican Energy Company, em 2013, é referido que o
maior potencial de redução do consumo de energia e custos na indústria dos plásticos e
borracha reside na aplicação de medidas de eficiência energética nos equipamentos de ar
comprimido e processos de produção de calor, bem como na iluminação e sistemas AVAC.
De seguida e de acordo com este estudo, apresenta-se um conjunto de melhores práticas
de eficiência energética na fabricação de artigos plásticos e de borracha.
Iluminação As lâmpadas fluorescentes de alta potência são uma alternativa
efetiva às lâmpadas de descarga de alta intensidade uma vez que
utilizam menos 50% energia, proporcionam uma melhor reprodução
de cores e maior difusão da luz, proporcionando o local de trabalho
mais seguro, mais confortável e eficiente em termos de consumo de
energia.
Variadores
Eletrónicos de
Velocidade
(VEV´s)
Os motores elétricos dos equipamentos estão muitas vezes
sobredimensionados para as reais necessidades e não são
controlados de forma eficiente. A utilização de VEV´s permite a
redução de picos de potência durante o arranque e paragem do
motor, aumento da duração do motor e aumento do fator de
58
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
potência, correspondendo a uma diminuição da parcela de energia
reativa na fatura energética.
A aplicação de VEV´s permite uma redução do consumo de energia
entre 20 a 50%.
Sistemas de Ar
Comprimido
Podem ser conseguidas reduções de energia na ordem dos 40%
através da melhoria da instalação e da redução de fugas dos
sistemas de ar comprimido. A melhoria da instalação pode incluir a
instalação de um compressor novo ou a otimização do equipamento
existente e a redução da pressão do sistema.
Processos de
Produção de Frio
A otimização de processos de produção de frio pode reduzir o custo
anual de energia em 10 a 25% e pode incluir a redução da
temperatura da água de condensação e melhoria do rendimento
através da utilização de VEV´s. Os chillers convencionais poderão
ser substituídos por torres de refrigeração, dependendo da
temperatura necessária do processo e da aplicação.
Processos de
Produção de
Calor
O isolamento térmico da extrusora pode proporcionar cerca de 60%
de poupança de energia. Esta é uma das medidas mais simples e
com poupanças significativas. Além disso, a utilização de gás
natural nos processos de produção de calor normalmente traduz-se
num grande potencial técnico e económico para a poupança de
energia.
Fonte: MidAmerican Energy Company, 2013.
Ainda de acordo com este estudo, apresenta-se de seguida um conjunto de tecnologias
emergentes de eficiência energética para a fabricação de artigos plásticos e de borracha.
Máquinas de
Injeção Elétrica
As máquinas de moldagem de injeção elétrica podem reduzir o
consumo de energia em cerca de 50 a 80% quando comparadas
com as máquinas de moldagem de injeção hidráulica.
As máquinas de injeção elétrica apresentam vantagens adicionais
de controlo, nomeadamente a melhoria da precisão e de ciclos de
produção, permitindo maior rapidez e eficiência na produção, com
menor taxa de rejeição.
59
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Recuperação do
ar comprimido
O processo de moldagem por sopro utiliza ar comprimido a uma
pressão muito elevada (normalmente mais de 500 psi). Após a
moldagem estar concluída, o ar dentro da garrafa é libertado para a
atmosfera.
As máquinas de moldagem de injeção existentes podem ser
adaptadas para recuperar este ar e utilizá-lo no sistema de ar
comprimido a baixa pressão (100 psi). Esta medida reduz
grandemente a carga no sistema de ar comprimido a baixa pressão
e pode resultar em economias significativas de energia.
"Radiant Barrel
Heater Band"
Aquecedores de
banda radiante
O processo de produção de calor é o maior consumidor de energia
na maioria das instalações. O mais recente projeto do aquecedor
de banda radiante é uma solução promissora. Estes aquecedores
são fáceis de instalar, requerem menos manutenção e eficientes do
ponto de vista do consumo de energia. O design inovador acelera
os tempos de aquecimento e pode tornar os sistemas de
aquecimento mais eficazes e eficientes. As empresas que
incorporaram esta tecnologia nas máquinas de extrusão
(extrusoras) devem ter atingido uma redução de 33% do consumo
de energia.
Fonte: MidAmerican Energy Company, 2013.
60
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
SETOR DA IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO DE SUPORTES GRAVADOS
De acordo com um estudo publicado pelo Austalian Industry Group, em 2012, relativo à
redução do consumo de energia nas pequenas e médias empresas do setor da impressão,
concluíram que a maior parte da energia, sobretudo eletricidade, era consumida na
iluminação, prensas de impressão, tecnologia de informação e outros equipamentos,
sistemas de ar condicionado, sistemas de tratamento de emissões gasosas e água quente.
O mesmo estudo apresenta um conjunto de soluções de eficiência energética com a
estimativa de custos, percentagem de redução do consumo de energia e tempo de retorno
conforme se pode analisar na tabela seguinte.
Os custos apresentados incluem estimativas de custos iniciais, como capital, trabalho e
instalação, mas não incluem as despesas correntes, a menos que estes sejam
fundamentais para a opção por si só (por exemplo, regimes de manutenção melhorados).
A aplicação e os benefícios de cada opção depende da natureza e tamanho da empresa.
Devem também ser verificados os requisitos legais de ambiente e segurança em vigor no
local da instalação da empresa.
Solução Custo
(€)
Poupança
de
Energia
(%)
Período
de
Retorno
Alt
era
ção
ao
nív
el d
o P
roc
es
so
Revisão da necessidade de funcionamento dos
sistemas de tratamento das emissões gasosas
(por exemplo, precipitadores eletrostáticos),
podendo funcionar em sistema intermitente
durante a impressão.
Nulo ** Imediato
Revisão das condições de temperatura dos
sistemas de água quente (por exemplo, uma
redução de 5 ºC pode reduzir entre 3 - 5% os
custos de energia). Para a maior parte dos
processos, a temperatura de 60ºC é suficiente.
Nulo * Imediato
61
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Redução da pressão do sistema de ar comprimido
em 10% para minimizar perdas. Nulo * Imediato
Desligar o sistema de ar comprimido e sistema de
iluminação quando não estão a ser utilizados.
Colocar códigos nos interruptores de modo a que
os colaboradores saibam quais os interruptores
que devem desligar e quais os que têm de deixar
ligados.
Nulo * Imediato
Gestão e redução do tempo de funcionamento da
impressão em períodos não produtivos. Manter
registos dos períodos de funcionamento.
Nulo * Imediato
Limitar a utilização do sistema de extração de
vapor associada à operação de impressão.
Reduzir a necessidade de utilização do sistema de
extração através da redução da quantidade de
solvente utilizado (melhorando a qualidade do
ambiente de trabalho e reduzindo as emissões de
gases com efeitos de estufa).
€ - €€ * 1- 2 Anos
Utilização de gás nos sistemas de secagem. €€ *
2 - 3
Anos
Instalação de sensores de movimento em locais
onde não é necessária iluminação permanente.
€€ -
€€€ **
2 - 3
Anos
Maximizar a utilização de iluminação natural (por
exemplo, a instalação de janelas e claraboias).
Proceder à limpeza das claraboias e luminárias de
modo a otimizar a eficiência.
€€ -
€€€ * - **
3 - 5
Anos
Me
lho
ria
s a
o n
ível d
os
Eq
uip
am
en
tos/I
nsta
laçõ
es
Instalação de relógios nos motores e
equipamentos de secagem. € *
1 - 2
Anos
Instalação de VEV´s (variadores eletrónicos de
velocidade) nos motores dos ventiladores de
exaustão de modo a facilitar o controlo
operacional (potencial de poupança de energia
entre 20 a 40%).
€ * 2 Anos
Instalação de lâmpadas economizadoras de €€ * 1 - 3
62
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
energia. Anos
Melhoria do isolamento de edifícios e de caldeiras
de água quente e fechar e ventilar equipamentos
de produção de calor. Instalação de vidros duplos.
€€€ ** 3 - 5
Anos
Legenda:
* < 5% poupança de energia ** 5 - 10% poupança de
energia *** >10% poupança de energia
€ > 1 000€ €€ 1 000 - 10 000€ €€€ 10 000 - 50 000€
Fonte: Australian Industry Group, 2012.
Tabela - Estimativa de custos, redução do consumo de energia e tempo de retorno para
algumas soluções de eficiência energética no setor da impressão.
63
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
SETOR DA FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
O setor da Fabricação de Equipamentos Elétricos engloba a fabricação de motores,
geradores e transformadores elétricos e fabricação de material de distribuição e de controlo
para instalações elétricas, a fabricação de acumuladores e pilhas, a fabricação de fios e
cabos isolados e seus acessórios, a fabricação de lâmpadas elétricas e de outro tipo de
iluminação, a fabricação de aparelhos para uso doméstico e de outro equipamento elétrico.
Atendendo à diversidade de atividades incluídas neste setor e à dificuldade na obtenção de
informação sobre este setor, considerou-se relevante realizar uma abordagem abrangente
que pudesse ser aplicável a todas as pequenas e médias empresas (PME´s).
Um estudo publicado pelo Austalian Industry Group, em 2012, relativo à redução do
consumo de energia nas PME´s, refere alguns aspetos a ter em consideração aquando da
implementação de um sistema de melhorias do consumo de energia, destacando-se:
A proposta de alterações nas máquinas, sistemas de iluminação ou outras ações
devem ser discutidas com gestores, representantes de segurança no local de
trabalho, seguradoras e fornecedores de modo a garantir que tais alterações não
vão interferir de forma negativa nas condições de produtividade, trabalho, segurança
ou outros requisitos legais em vigor.
A formação dos colaboradores e o envolvimento da gestão de topo são os fatores-
chave para o sucesso das medidas de poupança de energia.
A monitorização contínua do consumo de energia é fundamental de modo a
identificar problemas atempadamente e medir (e recompensar!) melhorias. As
principais medidas de desempenho (por exemplo, kWh/ € vendas) podem ser
usadas para medir o custo dos consumos energéticos e de poupança conseguida
através de toda a empresa ou para trabalhos individuais ou processos.
A fase mais fácil de economizar energia é geralmente aquando da construção ou da
reabilitação das instalações e na aquisição de novos equipamentos.
O mesmo estudo apresenta um conjunto de soluções de eficiência energética com a
estimativa de custos, percentagem de redução do consumo de energia e tempo de retorno
conforme se pode analisar na tabela seguinte.
64
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Os custos apresentados incluem estimativas de custos iniciais, como capital, trabalho e
instalação, mas não incluem as despesas correntes, a menos que estes sejam
fundamentais para
a opção por si só (por exemplo, regimes de manutenção melhorados).
A aplicação e os benefícios de cada opção depende da natureza e tamanho da empresa.
Devem também ser verificados os requisitos legais de ambiente e segurança em vigor no
local da instalação da empresa.
Solução Custo
(€)
Poupança
de
Energia
(%)
Período
de
Retorno
Alt
era
ção
ao
nív
el d
o P
roc
es
so
Nomear um responsável para promover a poupança de
energia.
O papel do responsável é um desafio e deve ser
reconhecido e recompensado.
Nulo NA NA
Monitorização do consumo de energia (incluindo medição
de equipamentos ou processos) de modo a identificar
consumos significativos de energia e definir prioridades de
eficiência energética.
€ NA NA
Revisão dos procedimentos de ligar e desligar máquinas.
Instalação de relógios em máquinas e equipamentos
(incluindo equipamentos de ar comprimido, equipamentos
de ar condicionado, iluminação e produção de água
quente) quando não existe necessidade do seu
funcionamento em contínuo.
Nulo -
€€ * - ** 0 - 3 Anos
Configurar o computador para o modo de "dormir" (Energy
Star) quando não está a ser utilizado.
Substituição dos monitores de tubos de raios catódicos
para monitores LCD.
€ * 1 Ano
Maximizar a utilização de ventilação natural, em vez da
utilização intensiva
do ar condicionado.
€€€ * - ** 0 - 4 Anos
65
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Ma
nu
ten
çã
o
Realizar manutenção aos equipamentos de ar
comprimido, equipamentos de ar condicionado, incluindo a
limpeza regular de filtros, para maximizar a eficiência da
energia.
€€€ * 2 - 4 Anos
Identificação e correção de fugas ao nível da instalação do
sistema de ar comprimido e ajustar a pressão às reais
necessidades de funcionamento.
€ * 2 - 4 Anos
Me
lho
ria
s a
o n
ível d
os
Eq
uip
am
en
tos/I
nsta
laçõ
es
Maximizar a iluminação natural (por exemplo, a instalação
de janelas e claraboias). Até mesmo a colocação de
espelhos pode aumentar os níveis de luz numa sala.
€€€ * - ** 3 - 5 Anos
Instalar iluminação seccionada de modo a controlar a
utilização da iluminação apenas necessária e colocar
interruptores de luz rotulados próximos das áreas de
trabalho para facilitar o acesso.
€€€ * 3 Anos
Instalação de sensores de movimento em locais onde não
é necessária iluminação permanente (por exemplo, wc´s)
e sensores de luz natural de modo a evitar deixar
iluminação acesa durante a noite ou quando não é
necessária.
Instalação de interruptores nas casas de banho para
controlo do sistema de ventilação.
€€€ * 3 Anos
Instalação de unidades de redução de tensão, se a
empresa utilizar iluminação fluorescente com mais de 5
anos.
Substituição de lâmpadas T12 por lâmpadas T8s ou T5s.
€€€ * 3 Anos
Isolamento de telhado, paredes e pisos.
Isolamento de equipamentos como refrigeradores,
caldeiras e respetivas tubagens.
Utilização de tintas isolantes.
€€ * 2 - 4 Anos
Colocação de estores exteriores (por exemplo) nos
edifícios para controlar a temperatura.
Instalação de vidros duplos para reduzir o ganho de calor
€€ * 3 - 6 Anos
66
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
no verão e a perda de calor no inverno.
Investigar a cogeração de energia elétrica a partir dos
resíduos produzidos ou tornando a caldeira mais eficiente. €€€€
*** (up to
80%)
10 -15
Anos
Instalação de painéis solares fotovoltaicos para produção
de energia renovável. €€€€ ***
5 -10
Anos
Legenda:
* < 5% poupança de energia
** 5 - 10% Poupança de energia
*** >10% poupança de
energia
€ > 1 000€ €€ 1 000 - 10 000€ €€€ 10 000 - 50 000€
€€€€ + 50
000€
Fonte: Australian Industry Group, 2012.
Tabela - Estimativa de custos, redução do consumo de energia e tempo de retorno para
algumas soluções de eficiência energética para PME´s.
67
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
SETOR INDÚSTRIA DO COURO E DOS PRODUTOS DO COURO
Consumo de Energia na Indústria de Curtumes
Em 2011, a eletricidade era utilizada para obter quase 50% do consumo global de energia
nas indústrias de curtumes da União Europeia. A energia térmica (associada à combustão
de gás natural e combustíveis fósseis) representava cerca de 40%, e outras fontes de
energia (incluindo fontes de energia renováveis) cerca de 10%. Nas indústrias de curtumes,
a energia elétrica é sobretudo empregue para a operação de maquinaria e reservatórios,
para produção de ar comprimido e para iluminação. A energia térmica é requerida nas fases
de secagem de couro, para aquecimento de água até às temperaturas apropriadas dos
processos químicos envolvidos, e ainda para controlo da temperatura no ambiente de
trabalho. Os fatores mais significativos que afetam o consumo de energia nas empresas do
sector industrial de curtumes são os seguintes: tipo de matérias-primas introduzidas no
processo (por exemplo, peles já curtidas ou peles salgadas não curtidas) e a intensidade
energética das diferentes fases processuais envolvidas. A compilação dos dados fornecidos
pelas associações setoriais de vários países da União Europeia conduziu, para o período
2010-2011, a um consumo específico de energia médio de cerca de 2,0 tep por 1000 m2
(cerca de 32 kWh/m2) de couro produzido. Contudo, devido à adoção de medidas de
redução de consumo energético (por exemplo, instalação de máquinas com maior eficiência
energética e modificação de processos com o objetivo de minimizar o uso de energia),
verificou-se uma redução de 2,1 para 1,9 tep/1000 m2 entre 2010 e 2011.
No âmbito do projeto IND-ECO (Industry Alliance for reducing energy consumption and CO2
emissions), iniciado em 2012, do Program Intelligent Energy Europe, financiado pela
Comissão Europeia, verificaram-se em 2013 os seguintes consumos específicos de energia
(valores médios, após eliminação de alguns valores extremos) em empresas de curtumes,
obtidos a partir de informações fornecidas por 76 empresas deste setor sediadas em Itália,
Espanha, Reino Unido, Bulgária e Roménia.
Como se pode verificar, os CEE obtidos neste projeto são bastante inferiores aos referidos
no estudo anterior, o que pode significar que, de 2011 para 2013, as empresas do sector do
couro procuraram reduzir significativamente os consumos de energia.
68
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Tipo de matéria-prima Ciclo produtivo CEE (kWh/m2)
Peles de gado bovino
Peles em bruto
↓
Couro acabado
16,5
Peles de gado bovino
Peles em bruto
↓
Couro “wet-blue” 2
1,8 a 3,2
Peles de gado bovino
Couro “wet-blue”
↓
Couro acabado
6,0 a 9,2
Peles de gado bovino
Couro “crust” 3
↓
Couro acabado
4,1
Peles de gado bovino
Peles em bruto
↓
Couro acabado com
curtimenta vegetal
7,0
Peles de vitelo (“calfs”)
Peles em bruto
↓
Couro acabado
8,2
Peles de vitelo (“calfs”)
Couro “wet-blue”
↓
Couro acabado
6,4
Peles de gado ovino
Peles em bruto
↓
Couro acabado com pêlo
14,7 a 16,8
Tabela - Consumos Específicos de Energia (CEE) usados como “benchmarks” para a
indústria de curtumes (Ano: 2013) – Fonte: Projeto Ind-Eco
2 Couro “wet-blue”: couro após curtimenta com crómio, sem processamento adicional, ainda húmido
3 Couro “crust”: couro após curtimenta, tingido e seco, mas não submetido ao acabamento
69
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Consumo de Energia na Indústria do Calçado
O projeto Ind-Eco atrás referido envolveu um diagnóstico bastante aprofundado dos
consumos específicos de energia em empresas de calçado de diversos países da União
Europeia (Bulgária, Itália, Portugal, Roménia, Espanha, Reino Unido).
Os resultados obtidos permitiram, entre outros indicadores, calcular Consumos Específicos
de Energia (em kWh/par de sapatos) para o processo produtivo global (incluindo corte e
costura) cujos valores se encontram na Tabela seguinte.
País CEE médio
(kWh/par)
CEE mínimo
(kWh/par)
CEE máximo
(kWh/par)
Nº empresas
avaliadas
Bulgária 1,2 a 3,6 0,4 4,6 30
Itália - 0,7 7,1 3
Portugal 1,1 a 2,9 0,8 4,7 21
Roménia 0,5 a 3,9 0,4 6,3 25
Espanha 0,8 a 2,0 0,5 4,7 27
Reino Unido - 8,9 9,3 2
Tabela - Consumos Específicos de Energia (CEE) usados como “benchmarks” para a
indústria de calçado (Ano: 2013) – Fonte: Projeto Ind-Eco
Como se pode verificar, com exceção do Reino Unido, os consumos específicos de energia
nas empresas de calçado dos diversos países situa-se entre um valor mínimo de 0,4-0,8
kWh/par e um valor máximo de 4,6-7,1 kWh/par. No âmbito do projeto Ind-Eco, decidiu-se
adotar um CEE médio de 1,0-1,2 kWh/par.
Melhoria da Eficiência Energética
As empresas dos setores dos curtumes e do calçado podem adotar diversas práticas
devidamente testadas e comprovadas para obter ganhos significativos a nível de eficiência
energética.
No âmbito do projeto Ind-Eco, foram também identificados investimentos de valor
relativamente reduzido que podem acarretar ganhos significativos de energia nas indústrias
de curtumes e de calçado, a seguir descritos com algum pormenor.
70
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
1. Substituição de lâmpadas fluorescentes (incluindo compactas) e de halogéneo por LEDs
Os LEDs (Light Emitting Diodes) usam, no máximo, 20% da energia elétrica consumida
pelas lâmpadas de halogéneo com tungsténio, são muito compactos e funcionam quase
como fontes pontuais de luz, sendo pois ideais para aplicações em que é importante dispor
de luz direcionada.
Num estudo de caso, verificou-se que seria possível substituir, numa instalação fabril, 52
lâmpadas fluorescentes internas de 430 W cada, 142 lâmpadas fluorescentes compactas
(internas e externas) de 70 W cada, e 11 lâmpadas de halogénio (9 internas – 400 W e 2
externas – 1000 W), por 3 LEDs de 30 W, 28 LEDs de 50 W, 27 LEDs de 100 W e 6 LEDs
de 200 W, com um investimento inicial de cerca de 30000 € (incluindo instalação). Nestas
circunstâncias, o consumo de energia elétrica anual diminuiria de cerca de 215000 kWh
para cerca de 26000 kWh, o que permitiria poupar cerca de 190000 kWh, traduzindo-se
numa redução de custos da ordem dos 30000€ (assumindo 0,16 €/kWh), o que constitui um
período de retorno do investimento muito interessante.
2. Utilização de economizador no gerador de vapor (apenas para indústria de curtumes)
Um economizador é um aparelho de transferência de calor por convecção forçada, que
permite aquecer previamente a água de alimentação à caldeira tirando partido da
condensação dos gases de exaustão da caldeira.
O quadro seguinte resume a avaliação económica e energética associada à utilização deste
sistema.
Capacidade
da caldeira
(MW,
máximo)
O2 no
gás de
exaustão
(%)
Temperatura
do gás de
exaustão,
sem
economizador
(ºC)
Temperatura
do gás de
exaustão,
com
economizador
(ºC)
Nº de
horas de
operação
(h/ano)
Poupança
de
energia
(kWh/ano)
Redução
de
custos
(€/ano)
4 2,8 210 130 1500 217200 8700
6 2,6 230 130 2500 673000 26900
8 2,4 250 130 1500 640000 25600
10 2,2 270 130 500 310000 12400
Fonte: Projeto Ind-Eco
71
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
3. Pré-aquecimento do ar de combustão (apenas para indústria de curtumes)
Esta prática pode funcionar como alternativa ao aquecimento prévio da água de
alimentação, sendo contudo importante assinalar que muitas caldeiras a gás e a óleo não
foram concebidas para temperaturas elevadas de pré-aquecimento do ar enviado para o
queimador. Os queimadores mais modernos podem suportar temperaturas bastante mais
elevadas no ar pré-aquecido, sendo este pré-aquecimento assegurado num permutador de
calor em que o gás de exaustão proveniente da queima do combustível, a uma temperatura
elevada (superior a 200ºC) é utilizado para aumentar a temperatura da corrente de ar
enviada para o queimador da caldeira. Em geral, por cada 20ºC de aumento na temperatura
do ar de combustão obtém-se um aumento de 1% na eficiência térmica.
4. Deteção de fugas na rede de ar comprimido
A existência de fugas nos sistemas de ar comprimido pode representar um desperdício
muito significativo de energia. Em muitas empresas, a taxa de fugas pode alcançar
facilmente 20% do total de ar comprimido produzido. A realização de verificações periódicas
(em que se usam frequentemente detetores ultrassónicos) pode ter repercussões muito
positivas na redução de custos energéticos, como se pode comprovar na Tabela seguinte.
Diâmetro do orifício
de fuga (mm)
Caudal de fuga de
ar, a uma pressão
de 8 bar (L/min)
Perdas de energia
(kWh/ano)
Custos com
energia (€/ano)
1(normalmente não
se consegue sentir ou
ouvir)
75 5300 790
1,5 (normalmente
pode-se sentir nas
não é audível)
150 11400 1700
2 260 17500 2600
3 600 38500 5800
4 (pode-se sentir e
ouvir)
1100 77100 11600
5 1700 116000 17300
Fonte: Projeto Ind-Eco
72
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
5. Recuperação de calor originado nos compressores
Durante o processo de compressão de ar, ocorre transformação da energia elétrica em
calor, o qual pode ser vantajosamente aproveitado, até 70-80% da energia elétrica
consumida, noutras aplicações. As duas opções mais comuns para recuperar o calor
gerado são as seguintes: (i) usar diretamente o ar aquecido proveniente do compressor
para aquecimento de salas ou secções produtivas (no Verão, esta corrente de ar quente
pode servir como ar de combustão alimentado ao queimador da caldeira); (ii) aproveitar o
calor armazenado no óleo do compressor para aquecer, num permutador de calor, água
destinada a ser empregue noutros locais (é possível deste modo obter água a uma
temperatura de 70ºC).
A Tabela seguinte permite avaliar o potencial de redução de custos associados à
recuperação de calor de compressores, assumindo-se um período de funcionamento de
1000 h/ano e um preço de 0,5 €/m3 PTN de gás naturall.
Potência do motor do
compressor (kW)
Potência descarregada
(kW)
Redução de custos (€/ano)
22 18 1100
30 24 1500
45 38 2400
65 55 3500
90 74 4700
160 135 8400
Fonte: Projeto Ind-Eco
6. Recurso a motores de elevada eficiência
Embora o preço de um motor de alta eficiência seja habitualmente superior ao do motor que
se pretende substituir, este diferencial é compensado pela redução de consumo energético
durante a vida útil do novo motor (embora os períodos de retorno do investimento sejam
muitas vezes superiores a 2 anos).
A Tabela seguinte evidencia a redução de consumos associada à substituição de um motor
de eficiência “normal” (classe IE1 de acordo com a Norma IEC 60034-2-1) por um motor
“premium” (classe IE3 de acordo com a mesma Norma). Assumiu-se um preço médio da
energia elétrica de 0,16€/kWh, um regime de funcionamento de 3000 h/ano e um fator de
potência de 0,8.
73
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Potência
Nominal
(kW)
Velocidade
Nominal
(rpm)
Eficiência
IE3 (IEC
60034-2-
1)
Preço
do
motor
classe
IE3 (€)
Eficiência
IE1 (IEC
60034-2-
1)
Redução
de
consumo
(kWh/ano)
Redução
de custos
de
energia
(€/ano)
Período de
retorno de
investimento
(anos)
1,5 2860 84 180 76,5 430 69 2,6
5,5 2920 89 400 83,7 970 155 2,6
22 2940 93 1300 89,0 2370 379 3,4
90 2970 95 4500 92,9 5140 822 5,5
160 2975 96 7600 93,5 9020 1440 5,3
Fonte: Projeto Ind-Eco
7. Estudos de Casos
Uma pesquisa bibliográfica aprofundada, recorrendo a motores de busca e à consulta de
bases de dados de revistas científicas revelou uma escassez significativa de informações
sobre a aplicação de medidas de eficiência energética e o recurso a indicadores de
“benchmarking” em indústrias de curtumes e de calçado.
No que diz respeito à indústria do calçado, algumas empresas da Indonésia que trabalham
para o grupo Adidas desenvolveram Projetos destinados ao aumento da eficiência
energética, no âmbito da iniciativa GIZ PAKLIM (em 2013).
Duas empresas concentraram-se na Gestão da Energia, quer recorrendo a campanhas de
sensibilização com cartazes, etiquetas, reuniões e memorandos, quer recorrendo a
formação apropriada e a um aumento e melhoria dos sistemas de monitorização e medição
dos consumos de energia. No primeiro caso, o potencial de redução de consumo energético
é de 5% e no segundo é de 16%, ambos ao fim de um ano, como resultado de pequenos
investimentos.
Nas empresas de calçado que utilizam máquinas de costura, revelou-se fundamental
proceder a uma seleção eficaz e bem fundamentada da tecnologia subjacente a estas
máquinas, que podem ser responsáveis por consumos apreciáveis de energia elétrica. O
recurso a motores servo para substituição dos tradicionais motores de indução, sem alterar
os outros componentes do processo produtivo, permite poupar até 50% de energia e até
melhorar a qualidade do produto final. Os motores de indução podem ser gradualmente
substituídos (por exemplo, durante um período de dois ou três anos) pelos motores servo,
recorrendo-se à equipa de manutenção já existentes, de modo a não sobrecarregar
financeiramente as empresas.
74
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Em geral, as fábricas de calçado utilizam bastante energia elétrica para iluminação, sendo
habitual encontrar lâmpadas fluorescentes nas áreas de produção. Uma das empresas
envolvidas na iniciativa GIZ PAKLIM arrancou com um programa piloto de substituição das
lâmpadas fluorescentes por lâmpadas tipo LED, e o novo sistema de iluminação permite
uma redução de 50% no consumo de eletricidade, sem que a qualidade da iluminação seja
afetada.
75
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
SETOR FABRICAÇÃO DE PASTA, DE PAPEL, CARTÃO E SEUS ARTIGOS
De acordo com a Base de Dados de Tecnologia para a Eficiência Industrial do IIP - Instituto
para a Produtividade Industrial, uma organização independente, sem fins lucrativos, com
parceiros nos EUA, Europa, China e Índia (IIP - Institute for Industrial Productivity, 2015), o
sector da fabricação de pasta, papel e cartão constitui um utilizador significativo de energia,
sendo o quarto maior consumidor de energia a nível mundial. Em 2006, este sector utilizou
6,7 EJ (EJ – exajoules; 1 EJ = 1x1018 J) de energia, o que representa cerca de 6% do
consumo global para fins industriais. Apesar do consumo relevante de energia, o setor
apresenta uma baixa intensidade na vertente de emissões de CO2, visto que utiliza
biomassa como combustível (em 2006, as emissões de CO2 alcançaram 184 milhões de
toneladas, o que corresponde a apenas 3% das emissões globais naquele ano). A IEA
considerou que o potencial para poupança de energia neste setor, resultante de melhorias
na eficiência dos processos, dos sistemas e no âmbito de ciclo de vida, se situa entre 2,1 a
2,4 EJ/ano (IEA - International Energy Agency, 2007).
Os processos empregues na produção de pasta de papel (normalmente classificados como
processos químicos e processos mecânicos) e do papel propriamente dito (papel seco
obtido nas máquinas de papel) são os principais consumidores de energia neste tipo de
indústrias (cerca de 50% da energia total é usada em cada uma destas fases). A nível
mundial, as principais instalações são fábricas de pasta de papel ou fábricas integradas
(produção de pasta de papel e do próprio papel). Em geral, segundo o IIP, as instalações
integradas apresentam maiores taxas de eficiência energética.
A produção de pasta pelo método denominado Kraft é o processo químico mais utilizado
para produção de pasta de papel, permitindo obter fibras de alta qualidade, essenciais para
conseguir papéis de categorias superiores. Este processo Kraft requer grandes quantidades
de energia sob forma térmica, visto que o rendimento na produção de fibras é reduzido,
mas uma boa parte desta energia (se não toda) pode ser obtida a partir de subprodutos do
próprio processo (nomeadamente a partir do chamado “licor negro”). De modo análogo, a
produção de pasta de papel pelo processo do Sulfito, usada em papéis para aplicações
especiais, exige quantidades significativas de energia, que podem ser parcialmente geradas
na própria fábrica a partir de subprodutos do processo.
A produção de pasta de papel por meios mecânicos origina fibras mais fracas, mas como o
rendimento deste processo é elevado, o consumo específico de energia final é mais baixo
do que nos processos químicos. Contudo, como a eletricidade é a principal fonte de
energia, esta tecnologia está associada a um consumo significativo de energia primária
(bem como a emissões relevantes de CO2).
76
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
A pasta de papel pode também ser obtida a partir de fibras recuperadas, situação esta em
que o consumo de energia é significativamente menor do que quando se produz pasta por
processos químicos. De acordo com estimativas da IEA (IEA - International Energy Agency,
2009), os valores MTD para fibras recuperadas situam-se entre 0,7 e 3 GJ/tonelada,
enquanto para o processo Kraft podem alcançar 14 GJ/tonelada. Na União Europeia, a
produção de 1 tonelada de papel requer cerca de 11,5 GJ de energia (JRC - Joint Research
Centre, 2013). Assim sendo, o recurso a papel recuperado surge como uma opção
interessante e promissora para redução de consumo de energia e das emissões de CO2
(estima-se que o potencial de redução associado a esta modificação possa atingir 35%).
Todavia, a disponibilidade de papel recuperado pode condicionar a adoção desta alternativa
e motivar alterações noutras fases do ciclo de vida associado à produção do papel.
A quantidade de energia utilizada pelas máquinas de produção de papel depende
habitualmente da qualidade da pasta de papel e do grau de qualidade pretendido para o
papel seco, e pode oscilar significativamente de empresa para empresa e de região para
região. Como foi atrás referido, as fábricas integradas conseguem eficiências energéticas
superiores devido ao facto de eliminarem a secagem intermédia da pasta e ainda por
recorrerem a processos mais otimizados.
A aplicação de procedimentos de cogeração (produção combinada de energia elétrica e de
energia térmica) pode aumentar sensivelmente a eficiência energética de uma empresa
produtora de pasta de papel e de papel. O potencial de redução de consumo de energia
neste sector industrial, resultante do recurso à cogeração, deverá situar-se no intervalo 0,3
a 0,6 EJ/ano, segundo estimativas da IEA (IEA - International Energy Agency, 2009), e da
Comissão Europeia. Por outro lado, espera-se que uma empresa que introduza a
cogeração consiga diminuir em 10-15% o consumo de energia primária (JRC - Joint
Research Centre, 2013).
A IEA (IEA - International Energy Agency, 2008), afirma que, para o sector da pasta de
papel e do papel, algumas técnicas inovadoras (gasificação do licor negro, secagem
avançada de papel, captura e armazenamento de carbono) e o aumento da reciclagem de
papel desempenharão nos próximos anos um papel preponderante na redução dos
consumos de energia e das emissões de gases com efeito de estufa.
Consumos de Energia nas Indústrias de Pasta de Papel e de Papel
Uma fábrica típica integrada produz diferentes tipos de pasta e/ou de papel, utilizando
diferentes espécies de madeira e diferentes misturas de materiais fibrosos em bruto.
Embora se possa conhecer o consumo específico de energia associados a diferentes tipos
77
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
de produtos, o consumo total anual oscila geralmente em função da distribuição da
produção (para além de existirem nos tipos de produção e nos subprocessos envolvidos).
Nestas circunstâncias (existência de diversos fatores afetando os consumos de energia) o
estabelecimento de indicadores de “benchmarking” e a comparação entre empresas
constitui um desafio. Por outro lado, há ainda que considerar as repercussões das
diferentes medidas de aumento da eficiência energética na qualidade do produto (por
exemplo, opacidade, resistência à tração).
Não obstante, é viável proceder a comparações credíveis naquelas situações em que as
empresas alvo do “benchmarking” trabalham com certos tipos de pasta de papel e/ou de
papel, usando o mesmo tipo de produção e com subprocessos comparáveis (Comissão
Europeia, 2010). As tabelas seguintes proporcionam valores associados às melhores
práticas para diferentes tipos de empresas.
Consumos específicos de energia associados à adoção de melhores práticas a nível
mundial – Indústrias produtoras de Pasta de Papel
Matéria – Prima Produto Processo
Uso de combustível
para produção de
calor (GJ/ADt)
Consumo de
eletricidade
(kWh/ADt)
Eletricidade
Produzida
(kWh/ADt)
Total
(GJ/ADt)
Final Primária* Final Primária
* Final Primária
*
Madeira Pasta
Kraft 11,2 640 1939 -655 -1985 11,1 11
Sulfito 16 700 2121
18,5 23,6
Termo-
Mecânico 2190 6636
6,6 22,6
Papel Pasta
recuperada 0,3 330 1000
1,5 3,9
ADt = tonelada seca com ar (o peso do produto é corrigido para refletor o peso que teria se
a pasta fosse composta por 10% água e 90% fibra, ou seja, admite-se que o produto tem
90% de sólidos e 10% de humidade e corrige-se em conformidade).
*A energia primária pressupõe perdas de 67% na geração, transmissão e distribuição de
eletricidade
78
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Consumos específicos de energia associados à adoção de melhores práticas a nível
mundial – Indústrias produtoras de Pasta de Papel
Matéria-
Prima Produto Processo
Uso de
combustível
para produção
de vapor
(GJ/ADt)
Consumo de
eletricidade
(kWh/ADt)
Total
(GJ/ADt)
Final Primária* Final Primária
*
Pasta
Papel fino não revestido Máquina de
papel 6,7 640 1939 9,0 13,7
Papel fino revestido Máquina de
papel 7,5 810 2455 10,4 16,3
Papel para Impressão Máquina de
papel 5,1 570 1727 7,2 11,3
Cartão Máquina de
papel 6,7 800 2424 9,6 15,4
Kraftliner Máquina de
papel 5,9 535 1621 7,8 11,7
Papel tecido Máquina de
papel 6,9 1000 3030 10,5 17,8
ADt = tonelada seca com ar
*A energia primária pressupõe assume perdas de 67% na geração, transmissão e
distribuição de eletricidade
79
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Consumos específicos de energia associados à adoção de melhores práticas a nível
mundial – Indústrias Integradas de Pasta e Papel
Matéria-
Prima Produto Process
Uso de
combustível
para produção
de vapor
(GJ/ADt)
Consumo de
Eletricidade
(kWh/ADt)
Total
(GJ/ADt)
Final Primária* Final Primária* Final Primária*
Madeira
Papel fino
branqueado não
revestido
Kraft 14 14 1200 3636 18.3 27.1
Kraftliner (não
branqueado) e
papel para sacos
Kraft 14 14 1000 3030 17.6 24.9
Papel fino
branqueado
revestido
Sulfito 17 14 1500 3030 22.4 24.9
Papel fino
branqueado não
revestido
Sulfito 18 17 1200 4545 22.3 33.4
Papel de imprensa TMP -1.3 18 2200 3636 6.6 31.1
Papel para revistas TMP -0.3 -1.3 2100 6667 7.3 22.7
Cartão 50% TMP 3.5 -0.3 2300 6364 11.8 22.6
Cartão (sem
destintagem) 8 3.5 900 6970 11.2 28.6
Papel de imprensa
(com destintagem) 4 8 1000 2727 7.6 17.8
Papel tecido (com
destintagem) 7 4 1200 3030 11.3 14.9
ADt = tonelada sêca com ar
*A energia primária pressupõe assume perdas de 67% na geração, transmissão e
distribuição de eletricidade
80
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Melhoria da Eficiência Energética
A Tabela seguinte apresenta uma compilação de oportunidades de intervenção nas fábricas
de pasta de papel, de papel e de cartão com o objetivo de aumentar a eficiência energética
nos processos específicos identificados (Kramer, et al., 2009). Para além destas
oportunidades, convém não esquecer alternativas transversais a outros sectores, como a
utilização de motores mais eficientes ou a otimização da geração e distribuição de vapor
(CEPI, 2014). Por outro lado, existe uma dinâmica interessante neste sector no
desenvolvimento de novas tecnologias, tais como as associadas à gasificação do “licor
negro” e à secagem do papel. Finalmente, convém assinalar que a reciclagem de papel
constitui uma alternativa importante para reduzir o uso de energia (não é necessário
produzir pasta de papel a partir de madeira) e poupar no uso de recursos naturais (GEA
Team, 2012).
Preparação da matéria-prima
Substituir o transporte pneumático da estilha
por correias transportadoras (as quais
permitem reduzir o consumo de 18 kWh/ton
para 1 kWh/ton).
Manipulação e crivagem automática da
estilha
Ao descascar a madeira por via húmida,
usar calor secundário em vez de vapor para
aquecer a água
Usar crivos com barras em vez de crivos
com outras configurações (por exemplo, em
disco).
Produção da pasta por via química
Produção da pasta
Uso de aditivos específicos na produção de
pasta para aumentar o rendimento
Recuperação de calor dos efluentes da
secção de branqueamento
Sistema de controlo do digestor em tempo
real
Otimização do controlo do fator de diluição
na lavagem da pasta, de modo a reduzir
consumo de energia nos evaporadores
Branqueamento
Pré-aquecer o dióxido de cloro (ClO2) num
permutador de calor recorrendo à energia
térmica de correntes processuais
Melhoria da lavagem da pasta “crua”,
usando por exemplo prensas de lavagem
em vez dos tambores convencionais
(poupança até 12 kWh/ton).
Recuperação de produtos químicos
Aumento da concentração de sólidos no
“licor negro”
Utilização de tubos em materiais compósitos
nas caldeiras de recuperação, de modo a
81
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
permitir a admissão de “licor negro” com
teores em sólidos mais elevados (aumento
da eficiência térmica).
Preparação da pasta por via mecânica
Aumento da incorporação de pasta reciclada Otimização do funcionamento do refinador
Uso de rotores mais eficientes, com motores
de velocidade variável, concebidos para
pastas e suspensões (a redução de energia
pode chegar aos 30%).
Fracionamento das fibras recicladas para
facilitar o processo de remoção de tintas e
pigmentos
Uso de recipientes em forma de tambor para
produção de pasta a partir de papel e cartão
recuperados. Estes tambores, funcionando
em contínuo, requerem menos energia,
usam menos água e reduzem a redução do
tamanho das fibras.
Destroçamento da madeira pressurizado,
para manter temperatura da água acima dos
95ºC, o que promove o amaciamento da
lenhina, melhora a separação de fibras e
diminui o consumo específico de energia em
20 a 30%.
Fabrico do Papel
Recuperação de calor residual Emprego de processo de secagem
Condebelt.
Redução das necessidades de ar (por
exemplo, encapsulando a máquina, de modo
a reduzir o volume de ar a aquecer e a
potência dos ventiladores do sistema de
exaustão)
Utilização de rolos de prensagem do tipo
“nip”, com maior área disponível para
secagem.
Tabela - Alguns exemplos de oportunidades para melhoria da eficiência energética na
indústria da pasta de papel e do papel (Kramer, et al., 2009)
82
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
SETOR INDÚSTRIA QUÍMICA
Consumos de Energia na Indústria Química
De modo sumário, podemos descrever a atividade da indústria química como envolvendo a
transformação de energia e matérias-primas em produtos químicos solicitados por outros
setores industriais e pelos consumidores finais.
A nível mundial, a indústria química é o maior utilizador industrial de energia, com um
consumo de 36,2 exajoules (EJ) em 2008, o que corresponde a 30% do consumo
energético industrial e a 10% do uso global de energia na economia global (Saygin, et al.,
2012).
Em 2012, o consumo de energia elétrica e de combustível pelas empresas deste sector, na
União Europeia (incluindo empresas farmacêuticas), alcançou 55,6 milhões de tep (cerca de
2,4 EJ). Este valor traduz uma diminuição de cerca de 16% face ao consumo contabilizado
em 1990 (CEFIC, 2014). As principais fontes de energia para este sector industrial, na EU e
em 2012, foram as seguintes: gás natural – 34%; eletricidade – 29%; petróleo – 17%; outras
fontes – 20%.
Note-se que uma parte significativa da energia usada pela indústria química fica
“armazenada” nos produtos fabricados e pode ser reaproveitada.
Existem vários estudos que analisaram o histórico de uso de energia na indústria química,
bem como o potencial para aumento da eficiência energética neste sector (Patel, et al.,
2009). Contudo, existem ainda bastantes lacunas no que se refere a informação detalhada
sobre o consumo de energia em subsectores da indústria química e relativamente a
diversos produtos. Em geral, os dados disponíveis referem-se aos produtos mais
importantes: compostos orgânicos como etileno, propileno, compostos aromáticos e seus
derivados; polímeros como poliestireno e polietileno tereftlato (PET); e compostos
inorgânicos como amoníaco e cloro (Neelis, et al., 2004). Assim sendo, quase todas as
análises sobre eficiência energética na indústria química abarcam uma pequena fração de
todos os produtos e processos, fração esta que se assume muitas vezes como
representativa de todo o setor. Ao quantificar o potencial para melhoria de eficiência
energética, admite-se habitualmente que todos os processos na indústria química usam as
Melhores Tecnologias Disponíveis (MTD) a curto prazo, ou então que se atingem os
requisitos energéticos mínimos teóricos (Saygin, et al., 2012). Não admira pois que os
dados sobre consumo de energia recolhidos para fins estatísticos estejam tipicamente
83
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
associados a uma incerteza significativa, como é o caso dos CEE - Consumos Específicos
de Energia (Neelis, et al., 2007) (Patel, et al., 2009) (Saygin, et al., 2011).
Face ao que ficou atrás referido, é essencial assegurar, para a indústria química, uma
análise mais rigorosa e fiável do consumo de energia e das melhorias alcançadas a nível de
eficiência energética, nomeadamente pelos seguintes dois motivos (Saygin, et al., 2012):
- Avaliar a eficácia das políticas energéticas atuais
- Estabelecer objetivos a curto e a longo prazo para a redução do consumo de energia
nesta indústria e para a redução da emissão de gases com efeito de estufa
No âmbito geográfico da União Europeia, e no sector da fabricação de produtos químicos, a
Alemanha constitui um estudo de caso interessante, nomeadamente para definição de
alguns indicadores de benchmarking, visto que as fábricas e empresas químicas daquele
país são responsáveis por 28% e 5%, respetivamente, dos proveitos da indústria química
na UE e no mundo (CEFIC, 2014) e, a nível de consumo de energia, por 22% e 4%,
respetivamente, do consumo total de energia da indústria química na EU e no mundo
(Saygin, et al., 2012).
Redução do Consumo de Energia na Indústria Química
Na UE, o setor da indústria química usava em 2012, para produzir uma unidade de produtos
químicos, metade da energia necessária em 1990 para o mesmo efeito. Esta redução na
intensidade energética permitiu aumentar a produção em 59% ao mesmo tempo que o
consumo de energia diminuía 16% (CEFIC, 2014).
Os ganhos de energia foram obtidos à custa da instalação de unidades de cogeração, de
uma mudança para produtos de maior valor acrescentado e com menos intensidade
energética, e ainda por melhorias tecnológicas nos processos. Não obstante estes
aperfeiçoamentos, o custo da energia no setor da indústria química continua a afetar
marcadamente a competitividade das empresas deste sector. Por exemplo, na UE, o custo
de produção de etileno, um dos produtos químicos mais importantes a nível mundial (é
usado como matéria prima na indústria dos plásticos, dos detergentes e dos revestimentos,
por exemplo), é cerca do triplo do custo nos EUA ou no Médio Oriente, diferença esta
resultante essencialmente do custo energético (CEFIC, 2014).
Na China, atualmente o maior consumidor de energia do mundo, a indústria usa 70% da
energia consumida naquele país. A indústria química chinesa, com proveitos equivalentes à
soma dos obtidos pela UE e pelos EUA, tem adotado medidas de redução da intensidade
84
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
energética dos produtos e, entre 2005 e 2010, reduziu entre 7 e 10% a intensidade
energética associada à produção de etileno e de amoníaco.
Produto
químico 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Etileno 28,9 28,3 28,0 27,6 26,7 25,8
Amoníaco 42,6 43,4 41,8 41,8 40,8 39,8
Tabela - Evolução do consumo específico de energia (GJ/ton) na indústria química chinesa
entre 2005 e 2010 (Ke, et al., 2012)
Casos de Sucesso de Eficiência Energética na Indústria Química
A indústria química nos EUA é responsável por 6% do consumo energético naquele país.
Cerca de metade desta energia está contida nas matérias-primas associadas a
hidrocarbonetos (provenientes principalmente do petróleo e do gás natural). A outra metade
é usada para transformar as matérias-primas em produtos químicos úteis através de
processos e operações de reação e de purificação (Neelis, et al., 2007).
Devido à magnitude do seu consumo energético, a indústria química nos EUA tem adotado
medidas para reduzir o seu consumo de combustíveis e de energia elétrica nas últimas
décadas. Assim, entre 1974 e 2009, o consumo de energia por unidade de produto foi
reduzido em 50%. As oportunidades para poupar energia extravasam o consumo interno na
indústria química. Uma vez que mais de 96% dos bens manufaturados nos EUA envolvem
fenómenos químicos, a indústria química pode melhorar o uso de energia pelos
consumidores através de uma cuidadosa conceção do ciclo de vida do produto (Patt, et al.,
2009).
Nos EUA, a indústria química tem procurado melhorar a eficiência energética atuando nas
seguintes vertentes:
Aperfeiçoamento dos processos existentes
Comercialização de novos processos
Reciclagem e reaproveitamento de resíduos
Investimento em matérias-primas renováveis
Criação de produtos que proporcionem poupanças de energia
Apresentam-se a seguir alguns exemplos da empresa Dow Chemical Company (a seguir
designada apenas por Dow), a maior empresa química dos EUA (Patt, et al., 2009),
exemplos estes que poderão ser aplicados, caso a caso e em menor escala, a pequenas e
médias empresas.
85
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Em 2008, a Dow gastou 27000 milhões de dólares em energia, valor que representa cerca
de metade do total de proveitos e que constitui o principal componente dos custos da
empresa. A nível global, a Dow usou energia equivalente a 850000 barris de petróleo por
dia (consumo este superior ao de alguns países, como por exemplo Holanda e Austrália).
Entre 1994 e 2009 a Dow reduziu a intensidade energética em 22%, recorrendo a um
programa estruturado que tinha como objetivo a melhoria nos processos de fabrico
existentes. Esta abordagem permitiu poupanças de cerca de 40 milhões de tep, pelo que
um investimento de 1000 milhões de dólares originou poupanças de 8600 milhões de
dólares num período de 15 anos.
Controlo Avançado e Otimização
Uma outra melhoria com repercussões positivas na indústria química é a recente, e cada
vez mais comum, implementação de sistemas de controlo avançado e de otimização (CAO).
O controlo de processos tradicional envolve a monitorização e a manipulação de sectores
de uma instalação química (por exemplo, estipular a temperatura e pressão de um reator
para controlar o rendimento do produto). Com a implementação do CAO, os engenheiros
criam um modelo preditivo para todo o processo, baseado quer em álgebra matricial quer
em equações obtidas a partir de princípios fundamentais. Este modelo é considerado uma
aplicação em circuito fechado, o que significa que o modelo “lê” valores fornecidos por
sensores existentes na instalação (por exemplo, temperaturas, pressões, caudais,
composições), avalia as condições operatórias, calcula as condições em que a instalação
permite gerar mais lucros (o que obriga a introduzir no modelo preços e restrições sobre a
oferta e a procura dos produtos e matérias primas), e ajusta toda a instalação às novas
condições. Uma vez que uma instalação química pode ser bastante complexa, não é
possível a um operador humano selecionar as melhores condições operatórias. Por
exemplo, o arranque de uma instalação com diversas correntes de recirculação pode
demorar vários dias, até que se atinja um estado estacionário. O COA pode trabalhar nos
limites de estabilidade e reduzir este tempo de arranque para metade. A Dow verificou que
o emprego de aplicações COA aumentou a capacidade produtiva em 3-5% e diminuiu a
intensidade energética em 4-6%.
Aumento do rendimento das matérias-primas
Apesar de existirem várias opções para melhorar a eficiência energética de uma fábrica,
muitas vezes os benefícios mais significativos resultam do aumento do rendimento da
transformação de matérias-primas nos produtos. Uma das áreas em que as empresas do
86
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
setor da indústria química têm vindo a investir é o desenvolvimento de novos catalisadores
que, por vezes sem alterações nas instalações existentes, permitem maximizar a
produtividade de um processo reacional. Por exemplo, no processo de hidroformilação
(reação do propileno com gás de síntese, uma mistura de hidrogénio e monóxido de
carbono, que permite obter aldeídos a partir de alcenos) para produzir isómeros de
butiraldeído, o isómero mais valioso é o n-butiraldeído, que é depois convertido em 2-etil-
hexanol para uso na produção de agentes plasticizantes que conferem mais flexibilidade ao
PVC. A empresa NanYa Plastics, de Taiwan, começou a usar em 2010 um novo
catalisador, em cuja conceção e produção a Dow participou, baseado em ródio modificado
com um ligando de bifosfito, que impede seletivamente o movimento de moléculas em torno
do centro de ródio. Este impedimento aumenta a produção de n-butiraldeído face ao iso-
butiraldeído, porque as moléculas destes dois isómeros apresentam diferentes geometrias.
Deste modo, o novo catalisador permite à NanYa duplicar o rácio de produção entre o n- e o
iso-butiraldeído, devido ao aumento da seletividade de 30:1. Esta melhoria permite reduzir a
quantidade de propileno necessária para produzir 2-etil-hexanol em mais de 6% comparado
com o processo antigo.
Comercialização de novos processos
O óxido de propileno é um dos 50 compostos mais utilizados a nível mundial como produto
químico intermediário, sendo utilizado como matéria-prima para um grande conjunto de
produtos comerciais e industriais, incluindo poliuretanos, propilenoglicóis e éteres glicólicos.
Historicamente, a produção de óxido de propileno exigia ou a produção de volumes
significativos de coprodutos ou a reciclagem de produtos orgânicos intermédios. A Dow
desenvolveu com a BASF um novo processo, baseado na reação química de peróxido de
hidrogénio (um oxidante “limpo”, versátil, e amigo do ambiente) com propileno para produzir
óxido de propileno. Esta reação é beneficiada pelo emprego de um catalisador de titânio-
silicalite (patenteado), e proporciona uma elevada taxa de conversão e uma alta
seletividade para o óxido de propileno. O coproduto é água, o peróxido de hidrogénio é
completamente convertido, e o propileno não convertido é reciclado para a entrada do
reator tubular, que opera a temperatura moderada e baixa pressão, o que permite reduzir
custos energéticos (cerca de 35%), e diminuir a produção de água residual em 80%, o que
reduz custos energéticos e de operação de infraestruturas a jusante.
MATRIZ COMPARATIVA DE MEDIDAS DE EFICIENCIA ENERGÉTICA AO NIVEL INTERNACIONAL
FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE
BORRACHA E MATÉRIAS
PLÁSTICAS
IMPRESSÃO E
REPRODUÇÃO DE
SUPORTES GRAVADOS
FABRICAÇÃO DE
EQUIPAMENTOS
ELÉTRICOS
Fabricação de Pasta, Papel, Cartão e seus
Artigos
Fabricação de Produtos Químicos e de Fibras Sintéticas
ou Artificiais
Indústria do Couro e dos Produtos do
Couro
87
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Iluminação
As lâmpadas
fluorescentes de alta
potência são uma
alternativa efetiva às
lâmpadas de descarga
de alta intensidade uma
vez que utilizam menos
50% energia,
proporcionam uma
melhor reprodução de
cores e maior difusão da
luz, proporcionando o
local de trabalho mais
seguro, mais confortável
e eficiente em termos de
consumo de energia.
Instalação de
sensores de
movimento em
locais onde não é
necessária
iluminação
permanente.
Maximizar a
utilização de
iluminação natural
(por exemplo, a
instalação de
janelas e
claraboias).
Proceder à
limpeza das
claraboias e
luminárias de
modo a otimizar a
eficiência.
Instalação de
Maximizar a
iluminação natural
(por exemplo, a
instalação de
janelas e
claraboias). Até
mesmo a
colocação de
espelhos pode
aumentar os
níveis de luz
numa sala.
Instalar
iluminação
seccionada de
modo a controlar
a utilização da
iluminação
apenas
necessária e
colocar
Em geral, neste
setor, a
contribuição da
iluminação para o
consumo global
de energia é
desprezável.
Em geral, neste
setor, a
contribuição da
iluminação para o
consumo global
de energia é
desprezável.
Substituição de
lâmpadas
fluorescentes
(incluindo
compactas) e de
halogéneo por
LEDs
Os LEDs (Light
Emitting Diodes)
usam, no
máximo, 20% da
energia elétrica
consumida pelas
lâmpadas de
halogéneo com
tungsténio, são
muito compactos
e funcionam
quase como
fontes pontuais
de luz, sendo
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Artigos
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ou Artificiais
Indústria do Couro e dos Produtos do
Couro
88
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
lâmpadas
economizadoras
de energia.
Desligar o
sistema de
iluminação
quando não está
a ser utilizado.
Colocar códigos
nos interruptores
de modo a que os
colaboradores
saibam quais os
interruptores que
devem desligar e
quais os que têm
de deixar ligados.
interruptores de
luz rotulados
próximos das
áreas de trabalho
para facilitar o
acesso.
Instalação de
sensores de
movimento em
locais onde não é
necessária
iluminação
permanente (por
exemplo, wc´s) e
sensores de luz
natural de modo a
evitar deixar
iluminação acesa
durante a noite ou
quando não é
necessária.
pois ideais para
aplicações em
que é importante
dispor de luz
direcionada.
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BORRACHA E MATÉRIAS
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Artigos
Fabricação de Produtos Químicos e de Fibras Sintéticas
ou Artificiais
Indústria do Couro e dos Produtos do
Couro
89
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Instalação de
interruptores nas
casas de banho
para controlo do
sistema de
ventilação.
Instalação de
unidades de
redução de
tensão, se a
empresa utilizar
iluminação
fluorescente com
mais de 5 anos.
Substituição de
lâmpadas T12 por
lâmpadas T8s ou
T5s.
Variadores
Eletrónicos
de
Os motores elétricos dos
equipamentos estão
muitas vezes
Instalação de
VEV´s (variadores
eletrónicos de
Uso de rotores
mais eficientes,
com motores de
Utilização de
variadores
eletrónicos de
- Recurso a
motores de
elevada
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Artigos
Fabricação de Produtos Químicos e de Fibras Sintéticas
ou Artificiais
Indústria do Couro e dos Produtos do
Couro
90
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
Velocidade
(VEV´s)
sobredimensionados
para as reais
necessidades e não são
controlados de forma
eficiente. A utilização de
VEV´s permite a
redução de picos de
potência durante o
arranque e paragem do
motor, aumento da
duração do motor e
aumento do fator de
potência,
correspondendo a uma
diminuição da parcela
de energia reativa na
fatura energética.
A aplicação de VEV´s
permite uma redução do
consumo de energia
entre 20 a 50%.
velocidade) nos
motores dos
ventiladores de
exaustão de
modo a facilitar o
controlo
operacional
(potencial de
poupança de
energia entre 20 a
40%).
velocidade
variável,
concebidos para
pastas e
suspensões (a
redução de
energia pode
chegar aos 30%).
velocidades em
bombas.
eficiência
Embora o preço
de um motor de
alta eficiência
seja
habitualmente
superior ao do
motor que se
pretende
substituir, este
diferencial é
compensado
pela redução de
consumo
energético
durante a vida
útil do novo
motor (embora
os períodos de
retorno do
investimento
sejam muitas
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Fabricação de Pasta, Papel, Cartão e seus
Artigos
Fabricação de Produtos Químicos e de Fibras Sintéticas
ou Artificiais
Indústria do Couro e dos Produtos do
Couro
91
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vezes superiores
a 2 anos).
Sistemas de
Ar
Comprimido
Podem ser conseguidas
reduções de energia na
ordem dos 40% através
da melhoria da
instalação e da redução
de fugas dos sistemas
de ar comprimido. A
melhoria da instalação
pode incluir a instalação
de um compressor novo
ou a otimização do
equipamento existente e
a redução da pressão do
sistema.
Recuperação do ar
comprimido
O processo de
moldagem por sopro
utiliza ar comprimido a
Desligar o
sistema de ar
comprimido
quando não está
a ser utilizado.
Realizar
manutenção aos
equipamentos de
ar comprimido
para maximizar a
eficiência da
energia.
Identificação e
correção de fugas
ao nível da
instalação do
sistema de ar
comprimido e
ajustar a pressão
às reais
necessidades de
funcionamento.
Atualizar os
compressores
para funcionarem
mais
eficientemente,
em particular a
pressões mais
baixas.
Substituição de
compressores de
pistão por
compressores de
parafuso.
Redução de
fugas de ar e
diminuição da
temperatura de
entrada nos
compressores.
A existência de
fugas nos
sistemas de ar
comprimido pode
representar um
desperdício muito
significativo de
energia. A taxa
de fugas pode
alcançar
facilmente 20%
do total de ar
comprimido
produzido. A
realização de
verificações
periódicas pode
ter repercussões
muito positivas na
- Recuperação
de calor
originado nos
compressores
Durante o
processo de
compressão de
ar, 70-80% da
energia elétrica é
transformada em
calor que pode
ser aproveitado.
Opções mais
comuns: (i) usar
diretamente o ar
aquecido em
salas ou secções
produtivas (no
Verão, o ar
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uma pressão muito
elevada (normalmente
mais de 500 psi). Após a
moldagem estar
concluída, o ar dentro da
garrafa é libertado para
a atmosfera.
As máquinas de
moldagem de injeção
existentes podem ser
adaptadas para
recuperar este ar e
utilizá-lo no sistema de
ar comprimido a baixa
pressão (100 psi). Esta
medida reduz
grandemente a carga no
sistema de ar
comprimido a baixa
pressão e pode resultar
em economias
redução de
custos.
quente pode
servir como ar de
combustão de
caldeiras); (ii)
aproveitar o calor
do óleo do
compressor para
aquecer água
destinada a ser
empregue
noutros locais.
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EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
significativas de energia.
Processos
de
Produção
de Frio
A otimização de
processos de produção
de frio pode reduzir o
custo anual de energia
em 10 a 25% e pode
incluir a redução da
temperatura da água de
condensação e melhoria
do rendimento através
da utilização de VEV´s.
Os chillers
convencionais poderão
ser substituídos por
torres de refrigeração,
dependendo da
temperatura necessária
do processo e da
aplicação.
Realizar
manutenção aos
equipamentos de
ar condicionado,
incluindo a
limpeza regular de
filtros, para
maximizar a
eficiência da
energia.
Instalação de
compressores de
parafuso
eficientes com
condensadores
evaporativos para
refrigeração.
Processos O isolamento térmico da Recuperação de Instalação de Utilização de
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de
Produção
de Calor
extrusora pode
proporcionar cerca de
60% de poupança de
energia. Esta é uma das
medidas mais simples e
com poupanças
significativas. Além
disso, a utilização de
gás natural nos
processos de produção
de calor normalmente
traduz-se num grande
potencial técnico e
económico para a
poupança de energia.
O processo de produção
de calor é o maior
consumidor de energia
na maioria das
instalações. O mais
recente projeto do
calor dos
efluentes da
secção de
branqueamento.
Utilização de
tubos em
materiais
compósitos nas
caldeiras de
recuperação, de
modo a permitir a
admissão de
“licor negro” com
teores em sólidos
mais elevados
(aumento da
eficiência
térmica).
Redução das
necessidades de
ar (por exemplo,
encapsulando
unidades de
cogeração.
Aproveitamento
de calor de
correntes quentes
para aquecer
correntes frias.
economizador no
gerador de vapor
para aquecer
previamente a
água de
alimentação à
caldeira tirando
partido da
condensação dos
gases de
exaustão da
caldeira e
transferência de
calor por
convecção
forçada.
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aquecedor de banda
radiante é uma solução
promissora. Estes
aquecedores são fáceis
de instalar, requerem
menos manutenção e
eficientes do ponto de
vista do consumo de
energia. O design
inovador acelera os
tempos de aquecimento
e pode tornar os
sistemas de
aquecimento mais
eficazes e eficientes. As
empresas que
incorporaram esta
tecnologia nas máquinas
de extrusão (extrusoras)
devem ter atingido uma
redução de 33% do
máquinas, de
modo a reduzir o
volume de ar a
aquecer e a
potência dos
ventiladores do
sistema de
exaustão).
Otimização do
controlo do fator
de diluição na
lavagem da
pasta, de modo a
reduzir consumo
de energia nos
evaporadores.
Ao descascar a
madeira por via
húmida, usar
calor secundário
em vez de vapor
para aquecer a
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consumo de energia. água.
Processo
As máquinas de
moldagem de injeção
elétrica podem reduzir o
consumo de energia em
cerca de 50 a 80%
quando comparadas
com as máquinas de
moldagem de injeção
hidráulica.
As máquinas de injeção
elétrica apresentam
vantagens adicionais de
controlo, nomeadamente
a melhoria da precisão e
de ciclos de produção,
permitindo maior rapidez
e eficiência na
produção, com menor
taxa de rejeição.
Gestão e redução
do tempo de
funcionamento da
impressão em
períodos não
produtivos.
Manter registos
dos períodos de
funcionamento.
Revisão das
condições de
temperatura dos
sistemas de água
quente (por
exemplo, uma
redução de 5 ºC
pode reduzir entre
3 - 5% os custos
de energia). Para
Monitorização do
consumo de
energia (incluindo
medição de
equipamentos ou
processos) de
modo a identificar
consumos
significativos de
energia e definir
prioridades de
eficiência
energética.
Revisão dos
procedimentos de
ligar e desligar
máquinas.
Instalação de
relógios em
Reciclagem e
reaproveitamento
de resíduos de
papel e de cartão.
Substituir o
transporte
pneumático da
estilha por
correias
transportadoras
(permite reduzir o
consumo de 18
kWh/ton para 1
kWh/ton).
Emprego de
processo de
secagem
Condebelt.
Uso de
Implementação
de sistemas de
controlo
avançado e de
otimização
(CAO).
Com a
implementação
do CAO, aplica-
se um modelo
preditivo para
todo o processo,
baseado quer em
álgebra matricial
quer em
equações obtidas
a partir de
princípios
fundamentais. O
Nas empresas de
calçado que
utilizam
máquinas de
costura, o
recurso a
motores servo
para substituição
dos tradicionais
motores de
indução, sem
alterar os outros
componentes do
processo
produtivo,
permite poupar
até 50% de
energia e até
melhorar a
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a maior parte dos
processos, a
temperatura de
60 ºC é suficiente.
Limitar a
utilização do
sistema de
extração de vapor
associada à
operação de
impressão.
Reduzir a
necessidade de
utilização do
sistema de
extração através
da redução da
quantidade de
solvente utilizado
(melhorando a
qualidade do
máquinas e
equipamentos
(incluindo
equipamentos de
ar comprimido,
equipamentos de
ar condicionado,
iluminação e
produção de água
quente) quando
não existe
necessidade do
seu
funcionamento em
contínuo.
Configurar o
computador para
o modo de
"dormir" (Energy
Star) quando não
está a ser
recipientes em
forma de tambor
para produção de
pasta a partir de
papel e cartão
recuperados,
visto que
requerem menos
energia, usam
menos água e
reduzem a
redução do
tamanho das
fibras.
modelo “lê” e
avalia valores
fornecidos por
sensores (por
exemplo,
pressões,
temperaturas,
caudais), calcula
as condições em
que a instalação
permite gerar
mais lucros e
ajusta toda a
instalação às
novas condições.
Aumento do
rendimento da
transformação de
matérias-primas
nos produtos com
recurso ao
qualidade do
produto final.
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ambiente de
trabalho e
reduzindo as
emissões de
gases com efeitos
de estufa).
Utilização de gás
nos sistemas de
secagem.
Instalação de
relógios nos
motores e
equipamentos de
secagem.
Revisão da
necessidade de
funcionamento
dos sistemas de
tratamento das
emissões
gasosas (por
utilizado.
Substituição dos
monitores de
tubos de raios
catódicos para
monitores LCD.
Maximizar a
utilização de
ventilação natural,
em vez da
utilização
intensiva
do ar
condicionado.
desenvolvimento
de novos
catalisadores que
permitem
maximizar a
produtividade de
um processo
reacional.
Comercialização
de novos
processos (por
exemplo, uso de
oxidantes
“limpos”,
versáteis, e
amigos do
ambiente).
Reciclagem e
reaproveitamento
de resíduos
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exemplo,
precipitadores
eletrostáticos),
podendo
funcionar em
sistema
intermitente
durante a
impressão.
Isolamento
Melhoria do
isolamento de
edifícios e de
caldeiras de água
quente e fechar e
ventilar
equipamentos de
produção de
calor. Instalação
de vidros duplos.
Isolamento de
telhado, paredes
e pisos.
Isolamento de
equipamentos
como
refrigeradores,
caldeiras e
respetivas
tubagens.
Utilização de
Encapsulamento
de máquinas, de
modo a reduzir o
volume de ar a
aquecer e a
potência dos
ventiladores do
sistema de
exaustão.
Isolamento de
tubagens e
acessórios.
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100
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tintas isolantes.
Colocação de
estores exteriores
(por exemplo) nos
edifícios para
controlar a
temperatura.
Instalação de
vidros duplos para
reduzir o ganho
de calor no verão
e a perda de calor
no inverno.
Energias
alternativas
Investigar a
cogeração de
energia elétrica a
partir dos
resíduos
produzidos ou
tornando a
caldeira mais
Utilização de
biomassa como
fonte de energia
renovável para
combustão em
caldeiras.
Utilização de
biocombustíveis.
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101
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eficiente.
Instalação de
painéis solares
fotovoltaicos para
produção de
energia renovável.
102
EFINERG 2 - Benchmarking Internacional – Eficiência Energética
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