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RI.UFF SETEMBRO/2011

Nota do Centro Acadêmico Sérgio Vieira de Mello – CASViM

Graduação em Relações Internacionais

Niterói, 05 de setembro 2011.

Nós, do Centro Acadêmico Sérgio Vieira de Mello, ex-pressamos o nosso apoio à ocupação que vem sendo

realizada na Reitoria desta Universidade pelos estudan-tes, uma vez que acreditamos ser fundamental a parali-sação do processo de implantação das Vias Orla e 100.

Reiteramos que a ocupação tem como objetivo pressio-nar por um esclarecimento junto à comunidade acadê-

mica da UFF e à sociedade fluminense acerca das referi-das obras, que foram aprovadas por uma decisão unila-

teral. Acreditamos, portanto, que um debate plural, envolvendo todos os atores que serão diretamente afe-tados pelas obras (moradores próximos, alunos, funcio-nários, professores e a população que vive em Niterói) seja absolutamente necessário antes que os projetos

sejam efetivados.

Repudiamos o corte de energia elétrica e o abasteci-mento de água nas dependências da Reitoria, assim

como possíveis represálias à comunidade acadêmica em virtude da ocupação pacífica que vem sendo realizada.

Acreditamos que a via do diálogo seja a única forma para a resolução da atual conjuntura na qual a Universi-dade se encontra. Tendo em vista que tentativas anteri-ores nesse sentido, por parte dos alunos, foram frustra-das, entendemos a ocupação como necessária para que as demandas da comunidade acadêmica sejam levadas em consideração nos processos deliberativos da atual

gestão desta Universidade.

Na expectativa de que o diálogo seja estabelecido, Centro Acadêmico Sérgio Vieira de Mello - CASViM.

RABISCOS REFLEXIVOSRABISCOS REFLEXIVOSRABISCOS REFLEXIVOSRABISCOS REFLEXIVOS

Na "Conferência de Apoio à Nova Líbia", realizada em 1º de setembro, em Paris, além de questões de cunho prático, acordos comerciais foram negociados com os

representantes do governo de transição. O novo governo rebelde vai ter capacidade de manter a independência e a autonomia líbia, apesar dos inte-resses geopolíticos e geoestratégicos das grandes po-

tências? Essa é a pergunta que o cartunista Latuff se faz na

charge abaixo.

Abaixo, alguns dos pontos da pauta aprovada pela Reitoria, em reunião com representantes da Ocupação “Maria Clemilda e

Manoel Gutiérrez”, no dia 6 de setembro de 2011. É preciso recordar, porém, que promessas só se tornam vitó-

rias com a constante mobilização.

● Criação de comissão com prazo de um mês para levantar o déficit de professores na universidade;

● Não abertura de novas turmas e matrículas de cursos pagos, não criação de novos cursos, nem mudança do caráter dos atuais; res-tabelecimento da comissão para a implementação do resultado do plebiscito, assim como da redação final da reforma do estatuto da UFF, até a avaliação pelo Conselho Universitário; ● Paralisação das obras da Via Orla. A Reitoria se posicionará publi-camente contra o desalojamento dos moradores e não cederá um milímetro de seus terrenos para a construção da Via 100. Retirada do ad referendum da construção da Via Orla em um prazo de uma semana desde o início das negociações, até que esta seja debatida com a comunidade acadêmica; ● Pagamento imediato das bolsas atrasadas, aumento dos valores e quantidade das bolsas de forma gradual e reajuste gradual ao salá-rio mínimo. Revisão do pagamento das bolsas; ● Expor junto ao poder público para a criação de ciclovias dentro dos espaços da UFF; ● Criação de opção vegetariana no bandejão; ● Será realizada uma seqüência de audiências públicas para discutir o andamento dos encaminhamentos deste documento, sendo a primeira no dia 5 de outubro.

CHURRASCO DE “BOAS VINDAS”

No dia 03 de setembro, realizou-se a festa de recepção aos calouros 2011.2 do curso de Relações Internacionais.

A festa, que começou com um churrasco muito bem preparado por um churrasqueiro profissional (viva Seu Terrinha!), rendeu muitas

comilanças. Contudo, como era de se esperar, o tranqüilo churrasco foi, desde o

seu início, regado à muita bebida. Ah, a bebida...! Chegamos ao pon-to em que ela domina a todos e, com o anoitecer, eis que as coisas

começam a se agitar. Montados todos os aparatos para que se começasse a noite, surgem danças das mais variadas, com direito à muita pegação. A diversão uniu veteranos e calouros, em todos os sentidos. Fica a cargo do

leitor imaginar todas as outras coisas que ocorreram. Um brinde a todos!

Colaborou: Murilo Gomes da Costa

Existem mais de dois tipos de pessoas no mundo, ao contrá-

rio do que os simplistas gostam de afirmar.

Quero falar sobre apenas um dos que compõem essa salada

de capacidades. Trata-se dos jovens que coçam.

Dentro deles, há um elemento de desconforto amorfo, incô-

modo como mordida de formiga. Cada vez que presenciam

injustiça ou assistem a retrocessos, estes jovens têm seus

botões de alerta acionados. São incapazes de dormir à noite

enquanto não ajeitarem os quadros tortos na parede do

mundo.

Reconhecem a necessidade do esforço coletivo, e buscam

expandir seus ideais para além das quatro paredes de seu

movimento.

Infelizmente, o transbordamento de vontade por vezes afoga

seus criadores. E perde-se. O entusiasmo gera agonia que,

involuntária, transforma guerreiros em saqueadores. Qual-

quer evento é motivo para gritar, sem o crivo da coerência e

do equilíbrio. Nestes casos, os jovens precisam se reorgani-

zar em favor da causa, evitando o retorno a uma situação de

dissidência e apatia. Deve-se pesquisar, debater a pertinên-

cia das propostas, além de nortear continuidade. E dormir

um pouquinho, quem sabe, para lembrar os sonhos que um

dia os fizeram despertar.

Por: Rita Feodrippe

“ALÉM DO QUE SE VÊ”“ALÉM DO QUE SE VÊ”“ALÉM DO QUE SE VÊ”“ALÉM DO QUE SE VÊ”

Esta entrevista possui como objetivo apresentar a perspectiva do Deputado Federal Jair Bolsonaro acerca de temas relacionados com Defesa, possibilitan-do uma percepção de como o mesmo se posiciona e de que idéas defende.

Entrevista realizada no dia 3 de setem-bro de 2011 na ESAO, em Deodoro, Rio de Janeiro – RJ, durante reunião

da turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Entrevis-

tadora: Ana Helena Cavalcante.

Ana Helena: Qual a sua opinião sobre o envolvimento das Forças Armadas (FA) brasileiras no Haiti? Jair Bolsonaro: Já está na hora de sair. A população do Haiti já está perdendo o respeito pelas tropas brasileiras. Ne-nhuma ajuda pode ser eterna. A inicia-tiva de saída das tropas é da presiden-te da república.

AH: De que maneira um deputado fe-deral pode contribuir com a política de Defesa do Brasil? JB: Esse é um grande problema, pois o parlamento brasileiro não é indepen-dente. O Brasil não tem passado de inimigos, sendo assim, as FA ficam em segundo plano. Em outros países, com histórico de conflito, a maneira como a política de Defesa é abordada, é dife-rente.

AH: Na sua opinião, quais são as pers-pectivas para o Ministério da Defesa no comando do Ministro Celso Amorim? JB: Ideologicamente, ele está na ex-trema esquerda. O que houve e há de pior no mundo foi representado por essa posição política, como diversas ditaduras ao redor do mundo. Amorim apoiou a possibilidade de o Irã enri-quecer urânio; não concedeu asilo aos boxeadores cubanos, os mandando de volta para Cuba; fez aproximação com países indesejados (ditaduras), como no caso da Bolívia com a Petrobras, quando Amorim deixou de defender a pátria dele para defender um país dita-torial. A liderança de Celso Amorim é mais ideológica. Além disso, é impor-tante lembrar que é o Ministro da De-fesa que decide a promoção de gene-rais.

AH: Um recado para os alunos de Re-lações Internacionais. JB: Para o primeiro mundo, é bom que o Brasil continue com esses péssimos brasileiros à frente. Tudo é perdido por uma política retrógrada. O PIB brasilei-ro vem de commodities. A Vale deveria ser nossa. Importante seria também a existência de prisão perpétua no Bra-sil, a pena de morte e o controle de natalidade. Me escolher como presi-dente seria uma boa opção.

Jair Bolsonaro é militar da re-serva e Deputado Federal em seu sexto mandato consecutivo pelo Partido Progressista (PP), além de ser uma das figuras mais polêmicas do cenário polí-tico brasileiro.

As opiniões expressas nesta entrevista são exclusivas do

Deputado.

ENTREVISTA COM

JAIR BOLSONARO

Todos repararam que a Reitoria da nossa Universidade esteve ocupada por um tempo até terça-feira da semana passa-da. Não é nenhum segredo, ainda, que essa ocupação teve como maior objetivo a paralisação imediata, visando à discus-são pela comunidade acadêmica, do projeto de construção de duas vias que passariam por dentro e pelas imediações da UFF, a Via Orla e a Via 100. Agora, como e por quem essa ocupação foi feita, ima-ginamos ser algo que só quem esteve lá conseguiu perceber. A ocupação não contou com a presença de nenhum grupo político majoritário. A maior parte dos estudantes que lá esteve não se encaixa no estereótipo de “estudante profis-sional”, tão caro ao movimento estudantil brasileiro. Eram, de fato, pessoas saídas das aulas querendo discutir temas de seu interesse em assembléias muitas vezes extensas e prolixas, que chegavam até altas horas da madrugada — e a galera ainda ia pra aula cedo no dia seguinte. A organização lá dentro era ainda mais surpreendente. Comissões de alunos se responsabilizaram pela logística que implica manter uma ocupação de estudantes em um prédio sem água e luz — cortadas pelo reitor ainda no primeiro dia. Com a aprovação de mais de 70% da pauta de reivin-dicações pelo Magnífico Reitor Bob Salles, o movimento mos-trou ainda que é possível fazer manifestações pacíficas, que respeitam o patrimônio e dão certodão certodão certodão certo. A despolitização recorrente de RI em assuntos referen-tes à Universidade não condiz com a quantidade de Teoria Política que nós estudamos. Opor-se ou manter-se neutro são também decisões políticas. Negar-se ao debate, recusar-se a ouvir e manter e propagar idéia baseadas em conceitos pré-concebidos são atitudes que prejudicam a todos, não apenas aos que optam por tal postura. O Gragoatá é o nosso campus. A UFF é a nossa Uni-versidade. Não ligamos para o que acontece com eles? Acha-mos que ligamos. E alguns de nós foram para lá exatamente por isso. Porque estamos aí.

Por: Juliane Bianchi e Vivian Souza

ASSEMBLÉIA GERAL DE RI

Quinta-feira, 22/09, 14h Local a definir

Para discutir questões como regula-mentações para o funcionamento

do CA. Necessária sua participação.


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