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121.dez.2012

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2Fotos: 15: Luciana Lain/O Caxiense | 8: Andrei Andrade/O Caxiense | 19: Arquivo pessoal Luisa Paula Lira, Div./O Caxiense

Evite surpresas, faça a revisão antes de viajar

Senhores passageiros: eles fazem mais do que servir o seu lanche

O fim não estápróximo

30

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Por que o perufoi expulso da ceia de Réveillon

Esse é o seu clube. Talvez você nem saiba

A divisão do poder no primeiro escalão da prefeitura

Praia lotadae palcos vazios

Colheita do café caxiense,safra 2070

A persistênciado Leão da Montanha

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carros e motos

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Escrevo estas linhas antes de saber o resul-tado do fim do mundo... Hehehe! Até que a brincadeira do 21.12.12 ajudou a descontrair um pouco os últimos dias de 2012, não é? Foi assim, obviamente sem levar a “profecia maia” a sério, que definimos o tema de capa de nossa última edição do ano. Como assim, “últi-ma”? Calma, não sejam apocalípticos... É que resolvemos adotar a uma tradição das revistas semanais e fazer uma edição conjunta no perí-odo de Natal e Ano Novo. Por isso, este núme-ro 160 vale por dois, e no dia 28 O CAXIENSE não circulará. Voltaremos com tudo no dia 4, prontos para retratar, discutir e filosofar sobre os primeiros dias do resto de nossas vidas. Com novidades, é claro. Vem aí um especial com as melhores reportagens publicadas em O CAXIENSE – que planejávamos para este mês, comemorativo ao nosso 3º aniversário, mas optamos por deixar para 2013. Já que o mundo não acabou, vamos demorar um pouco mais para dar a vocês o nosso presente. Aguardem...

Uma revista tem uma relação diferente com o factual. Não faz notícia, faz reportagem. Isso significa uma reflexão mais profunda sobre um conjunto de fatos, e não apenas sobre um fato isolado, feita não necessariamente logo após sua ocorrência. Ainda assim, há mo-mentos em que a capa da revista deve estar diretamente ligada ao que acaba de aconte-cer ou é iminente, de forma a assinalar sua importância. Nesta página, reunimos algumas de nossas capas para compor uma rápida retrospectiva de situações importantes viven-ciamos ou observamos em 2012 – o poder da Lei Seca, a imigração de haitianos, as eleições municipais (da apresentação dos 5 candidatos até a vitória de Alceu Barbosa Velho), a alegria do festival de blues e o predomínio da dupla Gre-Nal sobre a dupla Ca-Ju. 2012 foi um ano cheio, polêmico, intenso. Que 2013 seja assim também. Boa leitura e Boas Festas!

Felipe Boff, publisher

Edição conjunta | VEm aí um EspEcial | BrEVE rEtrospEctiVa

Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) | 95020-471 | Fone: (54) 3027-5538

[email protected]

Diretor executivo - PublisherFelipe Boff

Paula Sperb

Diretor administrativoLuiz Antônio Boff

editor-chefe | revista Marcelo Aramis

editora-chefe | site Carol De Barba

Andrei AndradeDaniela Bittencourt

Gesiele LordesLeonardo PortellaPaulo Pasa

DesignerLuciana Lain

comercIaL

executiva de contasPita Loss

assINatUras

atendimentoEloisa HoffmannAssinatura trimestral: R$ 30Assinatura semestral: R$ 60Assinatura anual: R$ 120

caPaIlustração de Luciana Lain com reprodução da obra A Criação de Adão de Michelangelo Buonarotti/O Caxiense

tIraGem5.000 exemplares

113.JAN.2012 19.MAR.2012 120.abr.2012

37.DEZ.2012

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BastIDores

por Carol De Barba

Não era preciso bola de cristal, cal-culadora ou fonte secreta dentre os me-lhores amigos do prefeito eleito para adivinhar quais seriam as proporções partidárias do novo alto escalão admi-nistrativo municipal. E Alceu Barbosa Velho (PDT) também nunca fez questão de surpreender. “Ajudou a ganhar, vai ajudar a governar”, disse, logo no iní-cio do pronunciamento para anunciar o secretariado da gestão 2013-2016. A frase foi para o vice, Antonio Feldmann (PMDB), mas também era direcionada aos agora 19 partidos (PDT, PMDB, PT

do B, PTN, PPL, PSL, PTB, PSDB, PRP, PSB, PMN, PSD, PHS, PP, PSDC, PR, PSC, da coligação Caxias para Todos, e os recém-chegados PC do B e DEM) que apoiam o pedetista.

Identificar os preferidos de Alceu, isso sim, exige olho um tanto mais clínico. Político, o prefeito fez a leitura dos no-mes que assumirão as secretarias como quem dá as cartas em uma partida de pôquer, interrompendo o clima de ca-maradagem do salão no Hotel Samuara. Pouquíssimos escolhidos foram prece-didos por algumas palavras.

Para João Tonus (PMDB), que perma-nece na pasta da Cultura, o comentário

foi “escolha pessoal”. Talvez em resposta aos boatos de que o cargo seria do tradi-cionalista Jó Arse (PDT). Edson Néspo-lo (PDT), que sai da Chefia de Gabinete de Sartori para a presidência da Festa da Uva, foi o “amigo”, “companheiro” e mais uma penca de elogios que, em resumo, expressavam um sentimento de lealdade pelo coordenador de sua campanha.

Mas, no jogo da política, nem sem-pre as primeiras impressões são as que ficam. Acima e na página a seguir, você vê nos gráficos como Alceu deu as cartas para o início de sua gestão e como ficará a Câmara depois do mexe-mexe que le-vará vereadores para o secretariado.

Os escolhidos de Alceu

ninguém tEm o dirEito dE sEr fEliz sozinho | a oBra dE uma Vida dE supEração | o quE o aquEcimEnto gloBal nos pErmitirá plantar

Pc do B

PtB

PsB

PP

PmDB

PDt

CuLTuRAJoão Wianey Tonus SAúdEdilma Maria Tonolli Tessari

HAbiTAçãORenato Oliveira

dESEnvOLviMEnTO ECOnôMiCO, TRAbALHO E EMPREgOFrancisco de Assis Spiandorello

PsDB

MEiO AMbiEnTEAdivandro Rech

Pr

AgRiCuLTuRA, PECuáRiA E AbASTECiMEnTOAraí Horn COdECAvalter Webber EduCAçãOMarléa Ramos Alves ESPORTE E LAzERWashington Stecanela Cerqueira FESTA dA uvAEdson néspolo

FASMarlês Andreazza gESTãO E FinAnçASCarlos burigo PLAnEJAMEnTOgilberto boschetti

CHEFE dE gAbinETEManoel José Souza Marrachinho ObRAS E SERviçOS PúbLiCOSAdiló Ângelo didomenico

RECEiTA MuniCiPALPaulo Roberto dahmer SAMAEÉdio Elói Frizzo

TuRiSMOAdriana de Lucena Francisco uRbAniSMOFábio Vanin

Nao filiados RECuRSOS HuMAnOS E LOgíSTiCAJaqueline Marques bernardi SEguRAnçA PúbLiCA E PROTEçãO

SOCiALRoberto Soares Louzada

gOvERnO MuniCiPALAgenor basso iPAMPaulo Franzoi PROCuRAdORiAvictório giordano da Costa TRÂnSiTO,

TRAnSPORTES E MObiLidAdEzulmir baroni Filho

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A nova Câmara de vereadoresConfira a distribuição dos partidos na Câmara de Vereadores para o início da nova legislatura.

daniel guerra.

No lugar de Vinicius Ribeiro, que assume vaga de deputado estadual na Assembleia Legislativa, e de Washington Coração Valente, entram Pedro incerti e Jó Arse. Demais cadeiras: virgili Costa, Jaison barbosa e gustavo Toigo.

Kiko, Rodrigo beltrão e denise Pessôa.Mauro Pereira, Edson da Rosa e Felipe gremelmaier.

Flávio Dias, o amigo dos animais, substitui Adiló Didomenico, que assume a Secretaria de Obras e Serviços Públicos. Demais cadeiras: Flávio Cassina e zoraido Silva.

Henrique Fermiano da Silva assume a cadeira de Renato Oliveira, que vai para a Habitação. A outra cadeira é de Rafael bueno.

Arlindo bandeira e guila Sebben.

No lugar de Elói Frizzo, que vai para o Samae, entra Raimundo bampi. A outra cadeira é de Edicarlos. Renato nunes.

neri, O Carteiro.

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Lançamento do livro O Leão da Montanha em Galópolis |Fotos: Andrei Andrade/O Caxiense

O coração na ponta dos péspor Andrei Andrade

Para o aspirante a escritor, publicar o primeiro livro é o grande sonho, talvez o dia mais aguardado da vida. Para o caxiense Jean Carlo Bortolozzo, que no último sábado (15) promoveu sua tão esperada sessão de autógrafos, nunca foi diferente. E por isso fica fácil entender a ansiedade que ele não conseguia escon-der desde a chegada ao salão paroquial de Galópolis, bairro onde vive, para o lançamento de O Leão da Montanha, projeto ao qual dedicou os últimos 9 dos seus 46 anos.

Jean tem paralisia cerebral, uma con-sequência da falta de oxigenação no cérebro durante o parto, que lhe atrofia as pernas e os braços. Também sofre de coreoatetose, uma desordem nervosa que provoca movimentos involuntários e incontroláveis. Em um dia de grande expectativa, como o sábado em que lan-çou seu livro, Jean fica mais agitado do que o normal.

A falta de tratamento adequado desde os primeiros anos de vida fez com que as deficiências se tornassem irreversíveis e até se agravassem. Jean nunca caminhou. Sua mãe, Rosina Bortolozzo, de 72 anos, é também seus braços e pernas, é quem o alimenta, dá banho, locomove. Os dois passam os dias juntos e vivem um para o outro, principalmente depois da morte do pai de Jean, quando ele tinha 8 anos. Mas mesmo no quarto onde passa pra-ticamente todo o seu tempo, os limites estreitos que o mundo lhe apresenta sempre foram meros obstáculos mate-

riais. Em sua consciência e modo de ver a realidade, Jean sempre sonhou com conquistas que dessem sentido à sua vida e orgulhassem sua mãe. Nunca quis ser vítima.

Mesmo sem poder frequentar a esco-la, foi alfabetizado assistindo às aulas do Telecurso 2000, pela TV. Toda manhã, a mãe despertava antes das 7:00 para acompanhar o programa ao seu lado. “Ele sempre me disse, ‘mãe, tudo bem você ter um filho aleijado, mas não quei-ra ter um filho burro’”, conta Rosina.

A primeira aspiração de Jean, ainda na infância, era ser médico. Mas, ao ser con-vencido de que sem poder usar as mãos não teria como exercer a profissão, mu-dou de planos. Quis então ser psicólogo, para resolver os problemas das pessoas com a fala. Passou a ler muito, estudou filosofia, sociologia, literatura. Interes-sou-se por tudo que o ajudasse a enten-der melhor o ser humano. Mas quando também essa profissão a vida lhe negou, decidiu que queria ser escritor.

Usando o dedão do pé direito, técnica que desenvolveu para digitar no teclado do computador, contaria a sua própria história. Apenas de dois anos para cá, já recebendo o atendimento da fisiote-rapeuta Eléia de Macedo, professora da UCS, e de alguns de seus alunos, que fazem estágio no posto de saúde de Ga-lópolis, Jean conseguiu abrir os dedos das mãos e digitar com eles. Nove anos depois, já com sua autobiografia pronta e o título em alusão ao seu signo e à ge-ografia do bairro onde mora, só faltava apoio para publicar.

O escritor e sua mãe ouviram muitas promessas de políticos e muitas negati-vas em concursos literários. Finalmen-te, em maio desse ano, com a ajuda de um jornalista que apresentou o projeto à professora do Colégio São Carlos Magda Torresini, que se dispôs a corrigir e edi-tar o livro, o sonho de Jean pôde se tor-nar realidade. Mas longe de ter sido fácil também para a professora. “Deu um tra-balho enorme, porque ele não cria cone-xões entre as palavras, para formar uma frase. Separa tudo com ponto e vírgula, às vezes é difícil entender o que quer di-zer. Mas a riqueza da linguagem dele está nos sentimentos”, comenta Magda.

A primeira edição de O Leão da Mon-tanha teve 400 exemplares, pagos em parte com apoio de empresas, em parte pela própria Magda. O custo foi de R$ 1,4 mil. Ao fim da sessão de autógrafos, a edição já estava praticamente esgotada. Mas se surgirem novos apoiadores, mais exemplares serão impressos.

Quando recebeu o microfone das mãos de Magda, diante de um público de mais de 100 pessoas emocionadas – incluindo vizinhos, os amigos fisio-terapeutas do posto de saúde, alunos do São Carlos –, Jean começou sua fala manifestando uma inquietação. “Vocês estão chorando por que estão tristes?” A professora pediu o microfone. “Jean, lá-grimas também podem ser de emoção.” “De felicidade também?”, perguntou. “Claro, de felicidade também.” “Tá bom, então”, tranquilizou-se.

Não havia lugar para tristeza no dia mais feliz da vida de Jean.

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camPUs

Horários especiais

Seja bem-vindo

vagas

Quatro

A Universidade de Caxias do Sul (UCS) abre 40 vagas para os cursos de Licenciatura em Peda-gogia e Bacharelado em Bibliote-conomia, ambos pelo modo ensi-no a distância. Para se candidatar às vagas, o candidato terá que apresentar documento oficial e o diploma de curso superior. As so-

licitações devem ser protocoladas até 14 de fevereiro, na Central de Atendimento, que fica na Galeria Universitária, mediante o paga-mento de taxa de inscrição no valor de R$ 42 e da apresentação da documentação informada no edital, que pode ser visualizado no site da UCS.

A recepção de novos acadêmi-cos já está agendada na Faculdade da Serra Gaúcha. O projeto Ingres-sando na Vida Acadêmica ocorre-rá nos dias 20 e 21 de fevereiro, às 19:30. No dia 20, a recepção será

aberta aos familiares dos estudan-tes. A UCS, FAL e FTSG ainda não programaram as boas vindas. Na UCS, as aulas começam no dia 4 de março. Na FAL e FTSG, as aulas iniciam em 25 de fevereiro.

No período de férias, a Biblio-teca Central da Universidade de Caxias do Sul (UCS) atenderá em horário especial. Segundo a instituição, o atendimento só será normalizado a partir de março de 2013, quando recomeçam as aulas. De 24 de dezembro a 1º de janeiro

de 2013, o local estará fechado. Do dia 2 ao dia 20 de janeiro, o aten-dimento será das 13:00 às 22:00, e aos sábados, das 10:00 às 16:00. A partir do dia 21 de janeiro até 28 de fevereiro, o atendimento será das 7:45 às 22:00 e aos sábados, das 9:00 ás 18:00.

Faculdade da Serra gaúcha Dicção e Oratória. Inscrições até 4 de ja-neiro. Início em 7 de janeiro. Capacitação em Cuidador(a) de Idosos. Inscrições até 7 de janeiro. Início em 8 de janeiro.Estratégia de Vendas e Negociação. Ins-crições até 25 de janeiro. Início em 28 de janeiro. Showcase – Básico. Inscrições até 13 de janeiro. Início em 14 de janeiro.

WWW.UCS.BR 3218-2800 | WWW.FSG.BR 2101-6000 | WWW.AME-RICALATINA.EDU.BR. 3022-8600 | WWW.FTSG.EDU.BR. 3022-8700

A Faculdade América Latina (FAL) segue sendo bem avalia-da pelo Ministério da Educação (MEC). Após receber nota 4 no Índice Geral de Cursos (IGC), agora a instituição caxiense obte-ve conceito 4, em uma escala de 1 a 5, no curso de Administra-ção, também avaliado pelo MEC. Conforme relatório, a Organiza-ção Didático-Pedagógica e o Cor-po Docente receberam conceito 3,9. As instalações físicas foram avaliadas com nota 3,8.

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Lentilhas para crescerTradição trazida para o Brasil pelos italianos. Segundo eles, comer uma colher de lentilha na

virada do ano garante prosperidade para o ano todo. Por que a lentilha? Por ser um alimento que cresce durante o seu preparo, já que se espera que a sorte também traga crescimento ao longo do ano.Também há a versão de que, por seu formato parecer uma moeda, a lentilha atrai dinheiro.

Nada de aves à mesaAgora uma bem estranha. Dá azar incluir aves como frango e peru no cardápio do dia 31. Porque eles ciscam para trás, o que signifi-

ca atrair revés para o ano que se inicia. Embora passe a vida inteira atolado nos próprios excrementos, o porco é bem-vindo. Porque ele fuça para a frente, o que significa prosperidade. Então tá. Comum em diversos países, a origem dessa simpa-tia é desconhecida.

Reações químicas, ter-moquímica, estequiome-tria. Para o estudante Bru-no Variani Carpeggiani, aprender química é uma diversão. Concorrendo com estudantes do 2º ano do Ensino Médio de todo o Rio Grande do Sul, o es-tudante do CETEC rece-beu a medalha de ouro na Olimpíada de Química do Rio Grande do Sul. “Sem-pre tive muita facilidade com essa disciplina, o que ajudou na hora de estudar e no momento da avalia-ção”, diz o jovem. Bruno também participou da Olimpíada Brasileira de Química, recebendo uma menção honrosa pela par-ticipação na competição nacional. Na preparação,

o jovem de 16 anos fez aulas extras, promovidas pela escola, com outros estudantes que também participaram da avaliação. “Não é só no conteúdo que participar da avalia-ção é positivo. As duas provas ajudaram muito a conhecer novas pessoas, novos colegas com quem eu não tinha contato”, con-ta. Bruno destaca também o trabalho das professoras Rejane Dal Bó e Lilian Inês Guerra Pedruzzi, que foram fundamentais para a conquista. O título en-cerra o currículo de Bruno na Química. No final de 2013, ele deve prestar ves-tibular em uma área que gosta ainda mais: Relações Internacionais.

BOAGENTE

O campeão da química

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Simpatias de Ano novoTOP5

Precisando de dinheiro, de um novo amor ou apenas de um pouco de paz? A virada de ano é a oportu-nidade para ter tudo isso das formas mais rápidas e simples possíveis. Pelo menos de acordo com as interminá-veis simpatias que sempre reaparecem nessa época. Saiba de onde vêm essas tradições e, importante, não esqueça dos pedidos que fez. É a única forma de testar a eficácia dos rituais.

Branco pai de santoA tradição já meio brega de usar roupas brancas na virada do ano vem das religiões

africanas. Para os africanos, o branco representa bondade, harmonia e, acima de tudo, paz. Mas se você topa trocar um pouco de paz por algum dinheiro no bolso, misture o branco com amarelo, a cor do ouro. Se ainda quiser incluir um novo amor na

pedida, use alguma peça vermelha, a cor da paixão.

Uma dúzia de uvas Essa simpatia que ajuda na digestão vem de Portugal, mas com algumas alterações.

Lá, come-se o número de uvas que represente o número da sorte de cada um. No Brasil, o número corresponde às 12 badaladas do relógio, indicando a meia-noite.

As 7 ondas de IemanjáOutra que devemos aos africanos. Pular as 7 ondas do Ano Novo é uma home-

nagem a Iemanjá, a dona Janaína, rainha do mar, segundo o candomblé. O cabalístico número 7 representa os 7 reinos de Exu, mensageiro entre o mundo material e espiritual. A simpa-tia serve para atrair proteção e sorte dos orixás.

Frei Renato Zanolla |

Edit Maria Corso |Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

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O campeão da química

Frei Renato Zanolla |

Edit Maria Corso |Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

uma onda de bondadepor Leonardo Portella

Diante de um horizonte azul com nuvens brancas, duas crianças empinam uma pipa no folheto do Clube da Esperança. No verso, ex-plica-se “como se associar” – e essa expressão é a única que inspira burocracia, impressão desmentida logo na primeira frase do texto. “Para se associar não precisa dinheiro, reuni-ões, obrigações sociais ou qualquer compro-misso... nada, absolutamente.” Para ser sócio, basta adotar boas práticas, como sorrir, aben-çoar alguém mentalmente, desejar o bem, ce-lebrar a vida.

Com o lema Ninguém tem o direito de ser feliz sozinho, o Clube da Esperança tem raí-zes na Igreja Católica. Fundado pelo frei Re-nato Zanolla, o grupo possui uma espécie de rede de coordenadoras em cidades da Serra Gaúcha – na maioria, senhoras aposentadas – que consegue atrair público para as ações do grupo: visitas e doações a instituições as-sistenciais, celebrações e caravanas religiosas. Segundo ele, não há como estimar quantos membros estão inscritos. “No começo, quem aderia preenchia uma ficha. Tínhamos um controle interno de cada pessoa. Mas, com o tempo, esse controle não funcionou mais”, ex-plica o frei, sobre a compreensível dificuldade em contabilizar gente de bem.

Ao longo do ano, é na ajuda aos menos fa-vorecidos que o grupo cumpre o seu lema. Se-gundo a coordenadora-geral, Edit Maria Cor-so, de 72 anos, o clube visita escolas, creches e asilos. Na última quinta-feira de cada mês, os membros se encontram no Lar da Velhice São

Francisco de Assis ou no Recanto das Laran-jeiras, em Caxias. “A gente leva música para eles dançarem e o frei Renato faz a bênção. Nunca esquecemos de levar alguns donativos, que são todos arrecadados ao longo do mês”, diz Edit. Ela conta que quase chegou ao ponto de dedicar-se exclusivamente ao clube. Profes-sora aposentada, diminuiu o ritmo por causa de uma recente cirurgia no fêmur. Mas ainda cede a casa para as reuniões do clube.

Clube da Esperança é também o nome do programa de rádio idealizado e apresentado por frei Renato, que vai ao ar todos os dias, das 22:00 à meia-noite, pela RedeSul de Rá-dio. O projeto, primeiramente intitulado Em Nome da Esperança, basicamente com ora-ções e mensagens religiosas, foi reformulado na tentativa de se tornar mais social. “O foco é as coisas boas e que merecem ser comparti-lhadas. Tínhamos o contato com Deus através das orações, mas passamos a ter participações dos ouvintes, interação pela internet, por tor-pedo”, explica o frei. “O importante é sempre saudar os aniversariantes do dia (daí a utilida-de da inscrição formal). Depois, damos infor-mações sobre diversos assuntos e, entre um assunto e outro, tocamos uma música, seja ela nativista, religiosa ou clássica”, relata. Quem se associa formalmente tem acesso ao estatu-to, onde o programa é mencionado nos pri-meiros artigos, atribuições que os membros que fazem o bem mas não fazem a inscrição desconhecem. Ouvir o programa e contribuir com notícias e mensagens também são fun-ções dos associados mais atuantes. E o rádio multiplica a bondade.

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A colheita do aquecimento global

OndE TudO O QuE SE PLAnTA CRESCE

por Marcelo Aramis

Em 2070, o chapéu de palha dos agricultores caxienses terá a aba aumentada para cobrir o pescoço ou um tecido sob o boné cumprirá a função. A pele avermelhada dos italianos da uva – mais mestiços e talvez mais resistentes ao Sol – per-derá boa parte da sombra dos parreirais para dar lugar a ca-naviais. E Caxias também po-derá colher mandioca e café, enquanto algumas regiões do Norte brasileiro perderão até estas tradicionais culturas agrí-colas.

Este cenário é apresentado na publicação Aquecimento Global e a Nova Geografia Agrí-cola do Brasil, de 2008, estudo da Embrapa e da Unicamp so-bre os dados do mais recente Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), estabelecido pela Organização Meteorológica Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNU-MA), publicado em 2007. A pesquisa avalia os impactos do aquecimento global em 9 cul-turas agrícolas, em duas pro-jeções: otimista e pessimista. Conforme o estudo, que anali-sa a aptidão para o cultivo em projeções até 2070, o aumento da temperatura desenhará um mapa agrícola mais ameno – até positivo em algumas cultu-ras – no Sul do Brasil em com-paração com o Norte. Algumas regiões do Nordeste, como quase todo o território da Para-íba, por exemplo, estão grave-mente sujeitas à desertificação. O pesquisador da Embrapa José Eduardo Monteiro explica que, mais do que à temperatu-ra elevada, o contraste se deve à escassez de água da região, agravado pelo aquecimento. “Essas regiões vivem em con-

dições limítrofes de disponibi-lidade hídrica. Se reduzir um pouco mais, já é problema”, analisa.

Segundo o pesquisador, a mandioca, por ter raízes pro-fundas e grande capacidade de absorção de água, e a cana, por ser uma espécie rústica de fácil adaptação nas maioria das regi-ões brasileiras, ganhariam mais espaço. Mas vamos à uva, que, embora não tão relevante em nível nacional – não aparece nas projeções –, por ora é o que mais importa aqui. Conforme Eduardo, as safras dos últimos 3 anos sofreram as consequên-cias de temperaturas de até 4 °C acima da média, o que causa a antecipação da colheita. “A temperatura mais quente atua no metabolismo da planta, que floresce e amadurece mais cedo”, diz Eduardo. O resultado positivo: as uvas ficam mais do-ces e, teoricamente, necessitam de menos agrotóxicos, já que o clima seco diminui a incidência de doenças causadas pela umi-dade. O resultado negativo: os parreirais produzem menos e o que importa para quem produz uvas de mesa, as mais comuns na região, é o peso.

A longo prazo, lá em 2070, quando o nosso solo estiver apto às plantas do sertão, os períodos de frio, fundamentais para a dormência das videiras – que já estão diminuindo – serão ainda mais curtos. Com menos horas de frio do que o necessário, os parreirais terão brotação e maturação desuni-forme e reduzirão significativa-mente a produtividade. O que tem solução: um produto regu-lador de crescimento. Manter o vinhedo doerá no bolso do agricultor, mas os parreirais deverão sobreviver à tradição de poupar. Fazer a Festa da Uva será um luxo. Necessário.

Confira as possibilidades otimistas e pessimistas de cultivo agrícola em Caxias, em uma comparação entre 2010 e 2070.

Arroz, feijão, milho, girassol e sojaAntes do final do século, algumas regiões de grande

produção de grãos não terão solo apto ao plantio. O Rio Grande do Sul ainda terá boas condições para o arroz (aumentará a área apta); feijão, que hoje não é o nosso forte embora o solo seja adequado; o milho, do qual o Estado é um dos principais produtores atual-mente; o girassol, que, conforme a previsão para 2070 teremos a mesma aptidão de hoje e a mesma opção por não cultivá-lo. O soja é a cultura que terá mais prejuízo no país. O grão, que hoje é uma teimosia gaúcha, já que as condições climáticas não são as mais adequa-das para a produção, enfim ganhará área apta no solo daqui. E as modificações genéticas provavelmente re-solverão os problemas, em todo o território nacional, do principal produto agrícola de exportação no Brasil.

CaféMinas Gerais, Espírito Santo e São

Paulo deixarão de ser os maiores pro-dutores de café. Paraná, Santa Catari-na e Rio Grande do Sul terão condi-ções para ocupar o posto. A cultura, atualmente inviável no Estado pelo alto risco climático e risco de geada, ganhará áreas de baixo risco climático.

Cana de açúcar e mandiocaA cana-de-açúcar vibra com o aquecimento global.

Em 2070, a área de produção pode dobrar no Brasil. O Sul, que hoje é impróprio para a cana, que só não gosta de frio, apresentará baixo risco climático. A mandioca, que perderá algumas regiões do semiárido nordestino, e hoje sofreria com o frio do Sul, ganhará áreas de mé-dio risco na região.

Fonte: Aquecimento Global e a Nova Geografia Agrícola do Brasil. Embrapa e Unicamp

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1321.dez.2012

OndE TudO O QuE SE PLAnTA CRESCE

A convocação de 4 vereadores eleitos para o pri-meiro escalão de Alceu Barbosa Velho (PDT) e a ida de Vinicius Ribeiro (PDT) para a Assembleia Legisla-tiva abriram espaço generoso aos suplentes, alimen-tando a renovação. Apenas um, Pedro Incerti (PDT), já teve experiência no Legislativo. Flávio Dias (PTB), Henrique Fermiano da Silva (PCdoB), Jó Arse (PDT) e Raimundo Bampi (PSB) vão estrear na Câmara.

Os vereadores que assumirão secretarias são Wa-shington Stecanela (PDT), de Esportes; Adiló Dido-menico (PTB), de Obras; Renato Oliveira (PCdoB), de Habitação; e Elói Frizzo (PSB), que comandará o Samae.

Abrindo espaço

Erramos na coluna anterior. Houve, sim, uma despedida da atual presidente da Câmara de Vereadores, Geni Peteffi (PMDB), mesmo já li-cenciada do cargo por motivos de saúde. Foi na quinta-feira (13). O vereador Alaor de Oliveira (PMDB) leu uma mensagem de Geni, presente no plenário. A trajetória de 6 mandatos consecu-

tivos da peemedebista encerrou-se com palmas dos demais vereadores e servidores da Câmara.

Alaor é outro que deixa o Legislativo, assim como Francisco Spiandorello (PSDB), Ana Corso (PT) – uma perda considerável para a agora mi-núscula oposição – e Guiovane Maria (PT). Eles não conseguiram a reeleição.

Graças à articulação do ministro do De-senvolvimento Agrário, Pepe Vargas (PT), e à pronta concordância da prefeitura em alterar a data de um evento cujos convi-tes já haviam sido distribuídos, Caxias do Sul deve receber a presidente da Repúbli-ca pela segunda vez em 2012 (a primeira foi na Festa da Uva). Dilma Rousseff (PT) confirmou presença para a inauguração do Sistema Marrecas na manhã de sábado (22) – anteriormente marcada para sexta (21). Prestígio para a cidade e reconheci-mento à grandeza da obra.

A despedida de geni

Para receber dilma

desaceleração nas obras

r$ 7

Saldo negativo

Mais consumo, mais dívidas

A freada da construção civil nesta época do ano é geral, mas em Caxias, pelo menos em termos de emprego, foi mais forte. Segundo a Carta Mensal do Mercado Formal de Traba-lho de novembro, elaborada pelo Observatório do Trabalho da UCS, a redução de vagas neste segmento, na comparação com o mês anterior, foi de 4,17% na cidade, contra apenas 0,23% negativos no Rio Grande do Sul e menos 1,34% no Brasil. Em números absolutos, fica mais evidente: o saldo da construção civil em Caxias do Sul no mês de novembro foi de 313 vagas fechadas, quase o mesmo número do balanço do setor em todo o Estado (saldo de 316 empregos a menos).

Em época de consumo em alta, as dívidas crescem pro-porcionalmente. Em cerca de um mês o comércio caxiense ganhou 1,3 mil devedores, conforme dados do Serviço de Proteção ao Crédito divulgados pela CDL. Mesmo com as ações da entidade para promover a recuperação do crédito, os 67.182 CPFs cadastrados no SPC no início de novembro passaram a 68.487 na metade de dezembro. E isso que muita gente deixou as compras de Natal para a última hora. Para os comerciantes, a conta ainda vai estourar na arrancada de 2013.

Somados, os segmentos da cons-trução civil e da indústria eliminaram mais de 600 empregos em Caxias em novembro. Quem (quase) salvou a conta foram o comércio e os serviços, que criaram juntos pouco mais de 400 vagas. Mas o balanço final do estudo da UCS é negativo. A cidade perdeu 86 postos de trabalho em novembro.

é quanto passará a custar o pedágio da Convias para veículos de passeio no dia 1º de janeiro de 2013. Este deve ser o último reajuste dos atuais contratos – e da história da praça de Farroupilha, com extinção marcada para abril. E a concessionária ainda reclama do tal equilíbrio econômico-financeiro...

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Ninguém viverá para ver o fim

A redação de O CAXIENSE não temeu o fim do mundo por nem um minuto duran-te esta apuração. E, se você está lendo esta reportagem, é porque a nossa tranquilidade não foi irresponsável. A discussão universal gerada a partir de uma livre interpretação do calendário da civilização maia, que ti-nha nessa sexta-feira (21) sua última data, provocou muito pânico, muitas chacotas, mas, acima de tudo, dúvidas. Afinal, mesmo que o mundo não tenha acabado dessa vez, o que há de verdade nas diversas hipóteses levantadas para o fim?

Preocupado com a onda de terror provo-cada por fanáticos crentes na tal profecia do fim do mundo, o engenheiro elétrico caxien-se e professor do curso de Mecatrônica do Senai Zico Zugno dedicou-se a desmitificar cada um dos principais motivos apontados como causadores do fim, tanto em 2012 quanto em um futuro bem distante. Indo além, elencou razões para acreditar que a vida na Terra não existe e nem irá acabar por acaso, sobretudo se o homem parar de tentar destruí-la. Mas aí é outra história. No livro Antídoto Apocalíptico – 140 razões científicas emocionantes para você se apaixo-nar pela vida, já na introdução o autor faz questão de ressaltar que a obra não se pro-põe a ser um tratado de ciência (assim como não o faz essa reportagem). Mas mesmo sem tal pretensão, Zico utiliza argumentos embasados no conhecimento científico para defender por que não estamos a perigo de extinção por catástrofes como a colisão com cometas, meteoros ou asteroides e nem mes-mo pelo apocalipse bíblico.

De tempos em tempos, as profecias apo-calípticas voltam à tona. Qualquer um que

já tenha vivido mais de 20 anos certamente lembra do famoso “bug do milênio”, uma crença de que os computadores, por abre-viarem a data com os dois últimos algaris-mos de cada ano, sofreriam uma pane geral na virada de 99 para 00, no ano 2000, o que poderia comprometer o funcionamento de bancos até usinas nucleares, podendo provocar grandes catástrofes. Porém, nada ocorreu além de corrigíveis tilts em algumas máquinas. Também na virada do primeiro para o segundo milênio, houve na Europa medieval um medo entre os que acredita-vam que o reinado de Cristo duraria mil anos, corrente que ficou conhecida como “milenarista”, e que o mundo acabaria na vi-rada de 999.

Nesta era em que estamos conectados pe-las redes sociais na internet, os debates pa-recem ainda mais acalorados e as polêmicas ganham força. Nos últimos dias, os crentes do fim ganharam até o reforço do profeta Nostradamus (sempre ele). Uma profecia do francês que viveu no século XVI teria ligado o fim dos tempos ao sucesso do rapper sul-coreano Psy, autor de Gangnam Style. “O fim virá quando o número de círculos do cava-lo dançante chegar a 9”, escreveu o profeta, dando margem para a associação entre o número de zeros da quantidade de visualiza-ções do hit de psy no Youtube – previsão de atingir 1 bilhão no dia 21 – e a coreografia de Gangnam Style, que, de fato, pode remeter a um equino dançante.

Conversamos com o professor Zico Zug-no e compilamos, a partir das suas razões emocionantes para acreditar na continuida-de, e não na extinção da vida, motivos para crer que o mundo ainda terá muitos anos de vida. Cinco bilhões, para ser quase exato.

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As interpretações equivocadas do livro do Apocalipse já provocaram medo em várias culturas, em diversos períodos da História. É comum que se atribua a este texto bíblico um sentido profético de fim dos tempos. Mas, segundo Zugno, trata-se de um engano, uma metáfora não com-preendida. Escrito pelo apóstolo Paulo, o Apocalipse foi uma mensagem encami-nhada a igrejas cristãs na Ásia, 6 décadas após a ressurreição de Jesus. Era uma época em que o Cristianismo sofria forte perseguição do Império Romano. Por isso, a mensagem – pregando a necessidade da fé em Jesus para superar o mal – tinha que ser escrita de forma metafórica. Não se trata de uma profecia sobre o fim dos tempos, mas sim um estímulo a vencer o mal. É como se Paulo analisasse a situação crítica do Cristianismo e desabafasse “É o fim do mundo!” por força de expressão.

A ameaça de que um asteroide, cometa ou meteoro se choque com a Terra é real. Há evidências de que, há 65 milhões de anos, um asteroide de cerca de 10 mil metros de diâmetro – a distância entre a Praça Dante e Forqueta, em linha reta – teria provocado a extinção dos dinossauros e grande parte das espécies existentes. No entanto, a possibilidade de que sejamos atingidos novamente está praticamente descartada. Se hou-vesse alguma dessas ameaças em rota de colisão com a nossa morada já estaria sendo visualizada pelo sistema de monito-ramento da Nasa e por astrônomos do mundo inteiro. Além disso, estamos seguros graças ao que Zico chama de “planetas protetores”. Pelo fato de todos os planetas estarem alinhados no mesmo plano de órbita, antes de um asteroide atingir a Terra, esse seria atraído para planetas maiores, como Saturno e, principalmente, Júpiter, que tem uma massa 318 vezes maior que a da Terra e um campo gravitacional muito mais pode-roso. Segundo o cientista, apenas em 2011, 3 asteroides com potencial para aniquilar a vida na Terra bateram em Júpiter, causando algumas cicatrizes no maior planeta do Sistema Solar.

A ameaça de erupções dos supervulcões do planeta existe, mas eles estão dormindo há tanto tempo que não há nenhu-ma previsão de que venham a acordar sem avisar. Há vulcões gigantes espalhados por todo o mundo. O mais próximo de nós está na Argentina, e recebe o nome de Caldera de Vilama. O mais famoso é o do Parque Yellowstone (o mesmo do Zé Colméia), nos Estados Unidos, que entrou em erupção entre 620 mil e 640 mil anos atrás. Uma nova erupção deixaria pelo menos metade daquele país coberto com cinzas. Além disso, a grande quantidade de fuligem bloquearia o influxo de radia-ções solares, esfriando o planeta e provocando enormes danos à biosfera, dando fim a diversas espécies. A última erupção de um supervulcão ocorreu há 74 mil anos, na ilha indonésia de Sumatra. O despertar de um supervulcão é, sim, uma amea-ça, mas não há nenhuma previsão de quando possa ocorrer.

O APOCALiPSE nãO É O FiM

nãO SEREMOS bOMbARdEAdOS

O LOngO SOnO dOS vuLCõES

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1721.dez.2012

O famigerado planeta que entraria no Sistema Solar, com massa tão grande que seria capaz de tirar a Terra de órbita, não existe, segundo Zico e também a Nasa. Ainda bem, pois seria devastador, já que um dos fatores que viabilizam a vida em nosso planeta é a distância precisa e perfeita do Sol, de 150 milhões de quilômetros. Um pouco a mais ou a menos e não haveria vida, pois seria quente ou frio demais. A crença na existência do 10º planeta surgiu com os sumérios, civilização que habitou a Terra há cerca de 6 mil anos, antes de Plutão ser rebaixado. Hoje, os principais defensores de que o X Nibiru (ou apenas X) está vindo de encontro ao Sistema Solar são místicos e espíritas mais fervorosos, como o best-seller Divaldo Pereira Franco. “A internet está cheia de montagens muito bonitas e impressionantes, e quem está menos informado acaba acreditando”, avalia Zico.

X nibiRu nãO COnSTA nO CARdáPiO

INVESTIMENTOS SOCIAISA 13ª edição do Balanço Social do SIMECS está

repercutindo positivamente junto ao segmento metal-mecânico da região. O Balanço Social 2012 divulga ações que oportunizam melhor qualidade de vida para 70 mil trabalhadores metalúrgicos e seus dependentes, entre as quais, salários, programas de saúde, educa-ção, transporte, alimentação, participação nos lucros e resultados. Os números referem-se ao ano de 2011. Neste período, aproximadamente R$ 370 milhões foram investidos pelas empresas metalmecânicas em benefícios sociais aos seus funcionários. A mé-dia de investimentos das empresas metalúrgicas em benefícios sociais, por trabalhador, foi de R$ 439,00 mensais. A Remuneração média/mês por trabalhador foi de R$ 2.280,00. As empresas também valorizam o programa de Participação nos Lucros e Resultados. Por outro lado, somente os investimentos em alimen-tação e transporte totalizaram mais de R$ 142 milhões, incentivos fundamentais para garantir qualidade de visa aos trabalhadores. Na área da saúde foram in-vestidos aproximadamente R$ 87 milhões. Para se ter uma ideia, dos 496 municípios do Rio Grande do Sul, apenas dois superam as indústrias da base do SIMECS em investimentos nesta área. As empresas também investiram em creche, seguro de vida, auxílio escolar, equipamentos de segurança, meio ambiente, treinamento e capacitação.

CUTELARIA / DESONERAÇÃOEm encontro realizado no SIMECS, representantes

de 15 empresas do segmento de talheres, cuteleria e utilidades domésticas da região da serra solicitaram ao presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marcus Coester, apoio no sentido de incluir este setor na Desonera-ção da Folha de Pagamento. Conforme o diretor do SIMECS, Enio Luiz Martinazzo, as indústrias deste segmento encontram-se extremamente vulneráveis aos produtos importados, oriundos principalmente da China. Para se ter uma ideia, estas 15 empresas possuem um faturamento anual de R$ 1, 5 bilhão e empregam aproximadamente cinco mil pessoas, rep-resentando 99% da produção nacional de talheres e utilidades domésticas. Marcus Coester disse que o pleito das empresas da região é justo. Para tanto, o SIMECS vai elaborar um documento para ser ent-regue ao Governo Federal, ponderando as principais reivindicações. Os empresários também reivindicam a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, tendo em vista que os produtos aqui fabricados são de fundamental importância, de primeira necessidade para a população, estando ligados à higiene e saúde pública, vindo de encontro aos demais segmentos que o governo tem desonerado.

PARCERIA BRASIL E ITÁLIAImportantes indústrias dos segmentos automo-

tivo, eletroeletrônico e metalmecânico da Região do Vêneto, Itália, estão interessadas em estabelecer parcerias comerciais com as indústrias do segmento metalmecânico de Caxias do Sul. O interesse foi mani-festado por um grupo de empresários italianos durante encontro realizado no SIMECS com os dirigentes da entidade. Representando o SIMECS, participaram o presidente Getulio Fonseca e os diretores Reomar Sla-viero e Odacir Conte. O grupo vêneto, coordenado por Oscar De Bona, presidente da Associação Bellunesi Nel Mondo esteve representado por 12 empresários. O grupo italiano assistiu ao vídeo institucional do SIMECS e elogiou o potencial econômico de Caxias do Sul e região, polarizado pelas 2.900 empresas metalúrgicas representadas pelo SIMECS, as quais geram mais de 70 mil postos de trabalho. Cada integrante da comitiva vêneta fez sua apresentação, demonstrando grande interesse em estabelecer futuras parcerias comerciais com as empresas metalúrgicas locais. A vinda a Caxias do Sul dos empresários vênetos é fruto do convite feito pelos dirigentes do SIMECS, durante Missão Técnico-comercial à Itália em 2012.

FEIRAS 2013O diretor executivo do SIMECS, Odacir Conte man-

teve contato com o presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marcus Coester, com o objetivo de firmar uma possível parceria quanto à realização de Missões Técnico-comerciais em 2013, com a participação das empresas metalmecânicas em importantes feiras in-ternacionais. Conforme Conte, em setembro, na Ale-manha, o SIMECS já definiu participação na Schweis-sen & Schneiden – Feira de Soldagem e Corte; Feira IAA, voltada para o segmento de automóveis e na Feira EMO, especializada em máquinas e operatrizes. Já em novembro, estão programadas a Feira Internacional de Havana em Cuba – FIHAV e Feira Expotransporte, no México. Em São Paulo, o foco será Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços – Automec. As empresas metalúrgicas interessadas em participar das Missões do SIMECS devem entrar em contato com a entidade, através do fone (54) 3228.1855.

MÉRITO GIGIA BANDERAApós realizar com êxito o Mérito Metalúrgico Gigia

Bandera 2012, o SIMECS reuniu os homenageados desta edição para entregar oficialmente um material referente às suas participações. No Kit, os agraciados receberam DVDs com a filmagem e fotos do evento, bem como o Informativo Especial reproduzindo os prin-cipais momentos da solenidade que reuniu mais de 300 pessoas, entre autoridades, convidados e imprensa, no dia 23 de novembro, no Clube Juvenil em Caxias do Sul. Os três empresários escolhidos para a 20ª edição do mérito foram: Darte Carvalho Labatut, José Alceu Lorandi e Dolaimes Maria Stedile Angeli (In memorian). Desde 1987, o SIMECS reconhece com o Troféu Gigia Bandera personalidades que, com sua visão estratégi-ca, representação institucional, empresária e de defesa da livre iniciativa projetam suas organizações.

70 EVENTOS EM 2012Durante o ano de 2012 o SIMECS contabilizou a

realização de mais de 70 eventos para as empresas dos segmentos automotivo, eletroeletrônico e met-almecânico. A média foi de 07 eventos por mês, com

aproximadamente quatro mil participantes nos princi-pais municípios que compõem a sua base regional. So-mente em Caxias do Sul foram realizados em média quatro eventos mensais, totalizando aproximadamente duas mil pessoas participantes, entre as quais, em-presários e profissionais das empresas do segmento metalmecânico, especialmente as de pequeno porte. Foram palestras, seminários, cursos, entre outros. Todos os eventos foram realizados de forma gratuita, sem nenhum custo para as empresas em dia com suas obrigações junto ao SIMECS.

DESCENTRALIZAÇÃO DE RECURSOSO projeto de descentralização de recursos do

SIMECS para os municípios de sua base completou cinco anos em 2012. Aproximadamente 40 projetos envolvendo mais de mil pessoas foram desenvolvi-dos pelas bases regionais da entidade. As empresas metalúrgicas instaladas nos municípios de Carlos Bar-bosa, Farroupilha, Garibaldi, São Marcos e Veranópo-lis realizaram diversas ações referentes ao projeto de descentralização de recursos, proposto pelo sindicato. Entre estas ações constam: cursos, palestras e visitas técnicas. O processo de descentralização das bases do SIMECS é uma ação pioneira da entidade. A inte-gralidade da contribuição sindical, ou seja, 25% do or-çamento do SIMECS são aplicados neste projeto.

AVALIAÇÃO 2012É consenso no mundo econômico que 2012 está se

despedindo como um ano muito difícil. Na opinião do presidente do SIMECS Getulio Fonseca, o país soube fazer o tema de casa, adotando políticas econômicas importantes, através do controle da inflação, da respon-sabilidade fiscal e da manutenção do câmbio flutuante e incentivando o consumo, mas ainda vem contabili-zando dificuldades, resultantes das crises econômicas, que iniciaram em 2008. Diante do quadro de incerte-zas, convivemos com a ameaça da “desindustrializa-ção”, assunto que mais uma vez preocupou o seg-mento industrial. Por sua vez, os números do SIMECS mostram que o segmento metalmecânico de Caxias e Região fechará 2012 com um desempenho menor do que o observado em 2011, mas apresentando neste momento recuperação dos seus índices econômico e de geração de emprego, mostrando um 2013 mais animador. “A propósito, esperamos que no próximo ano o governo mantenha o quadro de estabilidade, promov-endo investimentos importantes para o setor industrial.” Em 2012 o SIMECS defendeu firmemente, a valori-zação do seu parque fabril, a qualidade dos produtos aqui produzidos e a manutenção e geração de novos empregos. Obrigado a todos que nos acompanharam nesta jornada. Boas Festas!

SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul - Rio Grande do Sul. Web Site: www.simecs.com.br -

E - Mail: [email protected]

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Para Zico Zugno, o aquecimento glo-bal é um mito. Segundo o professor, o efeito estufa dotou a Terra da tempera-tura média necessária, 14,5ºC. E embo-ra a influência humana seja maléfica e ponha em risco a biodiversidade, o Pla-neta tem um poder de automanutenção muito poderoso. Ao encontro da tese de Zugno, recentemente, cientistas rus-sos demonstraram que o derretimento das geleiras no Ártico é cíclico e que desde 2008 as camadas de gelo têm au-mentado. Também para esses cientistas o aquecimento global não passa de um mito.

Todas as grandes civilizações tiveram profetas falando do fim do mundo. Não será agora que isso vai acabar. Quem ficou frustrado com a promessa não cumprida de que 21 de dezembro seria o último dia ainda terá que esperar um pouco para que uma nova profecia possa acertar a catástro-fe que dizimará a humanidade. As próximas passagens de um asteroide com certo risco de atingir a Terra irão ocorrer em 2029 e 2036, quando o intitulado 99942 Apophis (re-ferência ao antigo deus egípcio Apep, o Destruidor), com 270 a 350 metros de extensão poderá ser visto a olho nu. Em 2029 ele pode passar por uma estreita fenda no espaço, chamada “buraco de fechadura”, que o faria ser atraído para o nosso planeta na sua passagem seguinte, 7 anos depois. Ainda assim, a chance de que ele colida com a Terra é de apenas uma para 45 mil, e daqui a mais de duas décadas são grandes as chances de já ter sido inventada uma tecnologia para desviar da rota terrestre objetos espaciais perdidos.

O fim do mundo por razões naturais só deverá mesmo ocorrer da-qui 5 bilhões de ano, quando o Sol, seguindo sua evolução natural, queimar todo o hidrogênio. Quando isso acontecer, ele terá inchado e se expandido a ponto de engolir todo o Sistema Solar, para depois resfriar e morrer. O processo seria gradativo e, provavelmente, com a aproximação do Sol, a vida na Terra acabaria antes do planeta su-cumbir. Mas isso só daqui a 5 bilhões de anos. Antes disso, o perigo somos nós mesmos. O livre arbítrio permite ao homem matar seu se-melhante, acabar com plantas, exterminar animais, enfim, atentar con-tra o próprio planeta. De acordo com Zico, o maior perigo de extinção real da humanidade é a guerra, em seus 3 tipos mais danosos: nuclear, química e biológica. Não há na natureza um vírus capaz de dizimar a humanidade, mas o homem é capaz de desenvolver um. Dificilmente a vida na Terra acabaria, pois sobrariam bactérias, fungos, algum inseto para contar a história. Só não sobrariam humanos para ouví-la.

nãO MORREREMOS dE CALOR FiQuE ATEnTO PARA

O PRóXiMO “FiM dO MundO”

A AMEAçA REAL

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1921.dez.2012

Todd Chappell, SXC, Divulgação/O Caxiense

Pela primeira vez em 5 anos, Marlise Ferrari, de 31 anos, vai conseguir passar o Natal com as fi lhas Valéria e Marina. A celebração provavelmente ocorrerá em Bento Gonçalves, onde as meninas de 12 e 10 anos moram com a avó materna. Em 2011, a comissária de bordo passou a vés-pera de Natal em algum lugar do espaço aéreo entre Vitória, Brasília e Manaus. A ceia improvisada, para a qual cada mem-bro da tripulação contribuiu com um petisco, aconteceu dentro de um dos avi-ões da companhia Gol, antes de pousar na capital do Tocantins. No primeiro dia de 2012, enquanto a grande maioria dos brasileiros curava a ressaca do Réveillon, ela se apresentava, às 9:00, em um aero-porto de São Paulo para a próxima escala de voos. Os aniversários das fi lhas, em novembro deste ano, foram comemora-dos dias antes – nas datas de fato, Marlise estava novamente voando.

Situações como essas são corriqueiras na vida dos comissários de bordo. Os profi ssionais que são fundamentais para reforçar a segurança do voo – não, a prin-cipal função deles não é servir os passa-geiros – passam datas importantes longe das famílias, têm folgas quando os ami-gos estão trabalhando e ainda precisam lidar com a frustração e o mau humor dos passageiros. Os ganhos fi nanceiros e a possibilidade de conhecer lugares diver-sos costumam ser os principais atrativos

da profi ssão, mas vêm acompanhados de algumas renúncias: a maioria delas, liga-das à ausência e à distância de casa. “São tantos desafi os! Mas o maior é fi car longe da família, saber que talvez aconteça algo importante ou triste e tu não consigas chegar a tempo. É abrir mão. Ter noção que nem sempre tu vais estar presente”, diz Marlise, que conversou com a repor-tagem enquanto aproveitava os primeiros dias de férias para fazer compras em Vi-tória, antes de ir para Bento Gonçalves. Para ela, os outros desafi os da profi ssão são mais fáceis de lidar: passageiros que desrespeitam as normas de segurança, falta de educação, falta de rotina e horá-rios bagunçados se diluem no dia a dia dos comissários.

Com um piso salarial de R$ 1.454,46, segundo convenção coletiva de trabalho 2011/2013, os ganhos dos comissários de bordo podem aumentar de acordo com as horas voadas – a jornada preestabele-cida é de 44 horas semanais – e eles não têm gastos com alimentação e hospeda-gem quando estão em serviço. A caxiense Luisa Paula Lira, de 30 anos, há 11 meses atuando como comissária, garante que em dois meses de trabalho já é possível recuperar o valor investido no curso que prepara para a profi ssão: R$ 2,5 mil a R$ 3 mil. Formada em Moda e Estilo pela UCS, Luisa se interessou em atuar como

comissária incentivada por um ami-go, quando estava desestimulada com o mercado da moda. Para se inscrever no curso de comissária, precisava ter mais de 18 anos, Ensino Médio completo e al-tura mínima de 1,58 m (para os homens, 1,65). A estatura é necessária para alcan-çar o compartimento de bagagens, por exemplo, e é desejável que o peso tam-bém seja proporcional. Um comissário teoricamente saudável – leia-se magro, conforme as exigências das companhias – é uma preocupação a menos e tende a ser mais ágil.

Os sonhados voos internacionais, que garantem melhor renda, exigem experi-ência de voo e inglês fl uente. Passam lon-ge dos iniciantes. Mesmo assim, o salário atrativo, a chance de conhecer o mundo e os poucos pré-requisitos são chamarizes para a profi ssão. Mas há quem garanta que para voar é preciso ter vocação. Nem todos estão preparados para a falta de rotina. Em uma tarde de terça-feira (18), de folga no apartamento onde mora com a família em Caxias, Luisa aguardava a escala de trabalho que determinaria os voos do mês seguinte. “A gente sempre fi ca ansioso, querendo saber para quais lugares vai”, conta. Mas mesmo essa programação não confere padrão ao dia a dia dos comissários. Eles podem fi car até 6 períodos de 24 horas fora de casa,

A SERviçO dA bOA viAgEMEles passam horas voando, dormem cada noite em uma cidade, passam datas importantes longe da família e ainda precisam lidar com passageiros teimosos. Para ser comissário, é preciso mais do que os poucos pré-requisitos da profi ssão

por Daniela Bittencourt

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trabalhando em jornadas de até 11 horas diárias. “Às vezes não ter rotina atrapalha. Cada noite é um quarto diferente, um lu-gar diferente, um clima diferente. Não tem teu travesseiro, tua cama. A bagagem já faz parte do uniforme”, conta Luisa, que aprendeu a se virar com uma ou duas mudas de roupa. Há quem leve chapinha e secador de cabelos, mas ela prefere dei-xar de fora. A maquiagem é item funda-mental: faz parte da profissão estar sem-pre bem apresentável, o que pode causar saias justas. “A maioria das meninas sabe lidar com o assédio, acho que os homens têm um certo fetiche, mas nunca soube de nada que tenha passado dos limites”, diz, lembrando que algumas comissárias são surpreendidas com números de tele-fone em guardanapos. “Às vezes a gente percebe que alguém tira foto nossa dis-farçadamente. Geralmente são gurizões”, brinca. Também há aqueles que fazem graça com o speech, o famoso discur-sinho/teatro que alerta que, em caso de despressurização, máscaras de oxigênio cairão sobre a sua cabeça. “A gente sabe que eles riem, inclusive do speech em in-glês (que não é obrigatório para voos do-mésticos e fica como opção do comissário apto ao idioma #sóquenão), mas a gente se diverte com isso”, ri.

Enquanto os passageiros aproveitam o trajeto para dormir, ler, conversar e rela-xar, os comissários estão atentos a tudo que pode acontecer: queda de bagagens do compartimento, mal estar dos passa-geiros, ataques de pânico, fumantes que descumprem a regra de não fumar no banheiro – o que acontece pouco, garan-tem os comissários. “O mais complicado é o celular ligado no momento das portas fechadas. Eles não levam muito a sério,

não se dão conta que pode ter uma in-terferência na cabine de comando com a torre de controle. O tamanho de baga-gem também, o pessoal perdeu a noção do que é uma bagagem de mão, vem com aquelas bagagens gigantescas. As palavri-nhas ‘obrigada’ e ‘por favor’ sumiram. A grande maioria não se dá conta que esta-mos ali pela segurança, acha que é nossa obrigação servi-los”, desabafa Marlise. Sempre há trabalho para fazer. “Nosso pior momento são os pousos e decola-gens. Se houver algum erro, é o momento crítico, tu tens que ficar preparado e te concentrar, porque vais ter muito pouco tempo de ação”, explica o caxiense Cauê Laner, de 26 anos, comissário há dois anos e meio. Por causa da profissão, ele se mudou para São Paulo, mas sempre dá um jeito de, pelo menos uma vez por mês, visitar a família em Forqueta.

Os 4 comissários que, junto com um comandante e um copiloto compõem uma tripulação simples, precisam se re-vezar para fazer a contagem dos passa-geiros, verificar se todos estão com os cintos de segurança, conferir se não há nenhuma bagagem obstruindo as saídas de emergência, servir as refeições, cha-mar atenção daqueles que não seguem as regras e acalmar possíveis pânicos, fora os procedimentos técnicos. Comer é um luxo possível somente em voos mais longos. Mesmo assim, as refeições são rápidas, geralmente um lanche trazido de casa – a comida oferecida pelas com-panhias para os comissários tem muito salitre (um tipo de conservante), justifica Luisa. Acalmar os passageiros ansiosos também faz parte do trabalho – conver-sar, oferecer água e colocá-los nas poltro-nas da frente são alguns procedimentos

–, assim como lidar com emergências. “Se entra uma grávida no avião, a gente fica alerta, sempre dá um medinho que ela entre em trabalho de parto”, conta Luisa. Caso isso aconteça, os comissários não estão aptos para fazer o parto, necessaria-mente. Mas a passageira pode contar com o treinamento de primeiros socorros en-quanto o piloto procura o aeroporto mais próximo para pousar. Ela garante nunca ter passado por situação semelhante. A ex-comissária Carla Regelin, de 28 anos, que deixou a profissão por causa da falta de rotina e da saudade de casa, lembra de uma madrugada de voo em que uma pas-sageira levantou e foi até a cabine pedir água. Ao terminar de falar, desmaiou. Foi assistida pelos comissários, que tentavam reanimá-la. Cerca de 10 minutos depois, a equipe que trabalha em solo já estava avisada e uma ambulância esperava a passageira. “É preciso estar atento aos ou-tros passageiros, tranquilizá-los. Senão, em vez de um problema, você tem mais de 170”, lembra Carla, referindo-se ao número de passageiros.

Cauê costuma brincar que a emergên-cia sempre embarca em todos os voos, por isso é preciso pensar à frente, o que fica mais fácil com a colaboração dos passageiros. Entender que os comissá-rios são profissionais e pessoas comuns também ajuda, comenta Luisa. “Eles pen-sam que a gente é um ser nômade, que fica só voando, que não tem casa. Mas a gente também tem família, também sente fome, sede, sono, também se cansa”, ar-gumenta, deixando uma dica aos leitores passageiros: na próxima vez em que for voar, cumprir as normas do avião já é meio caminho andado para ter uma via-gem tranquila.

“Às vezes não ter rotina atrapalha. Cada noite é um

quarto diferente, um lugar diferente, um

clima diferente. A bagagem já faz parte

do uniforme”, diz a comissária Luisa LiraLuisa Paula Lira |

Acervo Pessoal/O Caxiense

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2121.dez.2012

PLateIa

por Leonardo Portella

Ano de transição de administração e falta de planejamento comprome-tem a programação artística do Natal e do Ano Novo em 5 praias do litoral gaúcho. O CAXIENSE gostaria de di-vulgar uma agenda lotada de eventos para quem for curtir as férias, ou pelo menos as Boas Festas, na praia. Mas, de Capão da Canoa a Torres, não há muito mais atrações do que o mar. Até o fe-chamento desta edição, apenas os sho-ws de fogos de artifício nos primeiros minutos de 2013 estavam confirmados. A seguir contamos como está a situação de cada local.

Arroio do Sal e Areias BrancasSegundo a Secretaria de Turismo,

Esporte, Indústria e Comércio, o Ré-veillon terá duas bandas: Lírio Árduo e Marauê. O show pirotécnico deverá du-

rar cerca de 9 minutos. Antes da quei-ma de fogos, haverá a escolha da rainha do Carnaval de Arroio do Sal, evento programado com dois meses de ante-cedência. O prefeito reeleito Luciano Pinto (PDT), que teve o diploma cas-sado pela Justiça Eleitoral, entrou com recurso no Tribunal Regional Eleitoral e deve assumir a prefeitura no dia 1°, quando começa, tardiamente, a elabo-ração da agenda de verão.

Capão da Canoa e Curumim

Em Capão da Canoa, a política tam-bém é culpada pela falta de atrações. O prefeito, Amauri Germano (PT), não se reelegeu. Quem assume é Valdo-miro Novaski (PDT). Por causa dessa transição de governo, a Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio do mu-nicípio diz que não pode deixar despe-sas pendentes para a próxima gestão e, por isso, cancelou as atrações de final

de ano na praia – planejamento não se aplica. Após a posse do novo prefeito é que as atrações culturais para o restante do veraneio serão programadas. Pense na qualidade...

TorresAté o fechamento desta edição, a au-

toproclamada “4ª maior festa de Ré-veillon do Brasil” não havia contratado nenhuma atração artística para animar o Ano Novo dos veranistas. Na última semana, a prefeitura chegou a emitir um comunicado oficial dizendo que estava acertando as contratações para iluminação e sonorização desse palco de ninguém. Informava também que o evento teria DJs e bandas musicais, vago assim. Em 2011, Armandinho e outras 4 bandas se apresentaram na praia. Para este ano, pelo menos os fo-gos de artifício estão confirmados: a queima deve durar 12 minutos.

Um brinde à desorganização

Arroio do Sal, a única praia com atrações definidas para o Réveillon, ainda não tem programação para o início de 2013 |Prefeitura de Arroio do Sal, Divulgação/O Caxiense

fantasia indiana nos cinEmas | Baladas natalinas | noVos talEntos dE tEfa | como a dislExia afEta o olhar (artístico)

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22

CINE

* Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de respon-sabilidade dos cinemas.

* O GNC não terá sessões na segunda (24). Na terça (25), a programação é normal.

* GNC e Cinépolis não divulgaram a progra-mação da primeira semana de 2013. O cinema do Ordovás está fechado e reabre somen-te no dia 10 de janeiro.

Suraj ShArmA. Irrfan KhAN. De Ang LEEAS AvEnTuRAS dE Pi

Cheia de efeitos especiais em uma atmosfera de fantasia, a adaptação do livro A Vida de Pi, diri-gida por Ang Lee, acompanha o estudante indiano Piscine Patel, que sobrevive a um naufrágio en-quanto transportava os animais do zoológico da família para o Canadá. À deriva, ele divide o bote salva-vidas com uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre de bengala. Estreia.

GNC 3D 13:40-16:20 | 3D 19:00-21:40 | 13:50-16:30-19:15-21:50CINÉPOLIS 3D 13:20 (exceto TEr. (25)) |19:00 (Exceto SEG. (24)) | 3D 16:10 | 22:00 (Exceto SEG. (24)) 12 2:10

O HObbiT: uMA JORnAdA inESPERAdACom mais de R$ 9 milhões arrecadados entre 14 e 16 de dezembro, O Hobbit é o atual queridinho

do público e da crítica. Bilbo Bolseiro, Gandalf e 13 anões seguem uma jornada até a Montanha Solitária para recuperar o Reino de Erebor, 60 anos antes da trilogia O Senhor dos Anéis. Quem assistiu garante que a exibição em 3D é tão boa, mas tão boa, que quase dá para sentir o fedor dos anões. 2ª semana.

★ ★ ★ ★ ★CINÉPOLIS 3D 13:30 (exceto TEr. (25)) | 17:00 (Exceto SEG. (24)) | 20:30 (Ex-ceto SEG. (24)) | 3D 15:00 | 21:00 (Exceto SEG. (24)) | 14:00 (Exce-to TEr. (25)) | 18:10 (Exceto SEG. (24)) | 21:40 (Exceto SEG. (24))GNC 3D 14:15 | 3D 17:45-21:15 | 17:00-20:30 | 14:00-17:30-21:00 12 2:49

Com Martin FrEEmAN. Ian mCKELLEN. De Peter JACKSON.

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2321.dez.2012

OS PEnETRASA comédia brasileira tem sido bem recebida por público e

crítica (não se deixe influenciar negativamente pela arte clichê do pôster). Depois de ser expulso de uma festa phyna ao ten-tar reatar com a ex-namorada, Beto oferece uma grana para o malandro Marco entrar de penetra no lugar e convencer a bela (Mariana Ximenes) a aceitar o ex de volta. Só que Marco dá em cima da garota. E aí segue o dilema moral que, dizem, até os malandros têm: cumpre o trato ou fica com a garota? 4ª semana.

GNC 14:40-16:40-18:50-20:50 CINÉPOLIS 13:00 (exceto TEr. (25)) | 15:20 | 17:30 (exceto SEG. (24)) | 19:50 (exceto SEG. (24)) | 22:10 (exceto SEG. (24) e TEr. (25)) 14 1:47

O iMPOSSívELO drama do casal Maria e Henry e seus 3 filhos pequenos é

livremente inspirado nas histórias dos sobreviventes ao tsuna-mi que devastou a Tailândia em dezembro de 2004. Enquanto aproveita as férias, a família é surpreendida pelas ondas gigan-tes, que os separa em dois grupos. Para o espectador, basta tor-cer pelo reencontro. Estreia.

CINÉPOLIS 14:10 (Exceto TEr. (25)) | 16:40 | 19:20 (Exceto SEG. (24)) | 21:50 (Exceto SEG. (24)) 14 1:47

A ORigEM dOS guARdiõESEntre uma folguinha e outra das entregas de Natal, Papai Noel se

une ao Coelho da Páscoa, Fada do Dente e outros seres mágicos para salvar o mundo da tristeza: Bicho Papão, o vilão, anda querendo aca-bar com a festa (alguém, pelo jeito, não se comportou bem neste ano). De Peter Ramsey. 5ª semana.

CINÉPOLIS 3D 12:30 (Exceto TEr. (25)) | 18:30 (exceto SEG. (24)) L 1:37

A SAgA CREPúSCuLO: AMAnHECER PARTE 2 - O FinALPossivelmente a última semana de 2012 é também a última de vida

– nos cinemas – do casal vampiresco Bella e Edward. Com a estreia de O Hobbit no sábado (15), o longa perdeu posição no topo das bi-lheterias brasileiras, caindo para terceiro lugar, abaixo de Os Penetras. Com Kristen Stewart. Robert Pattinson. De Bill Codon. 6ª semana.

GNC 14:30 12 1:57

Naomi WATTS. Ewan mCGrEGOr. De Juan Antonio BAyONA

Marcelo ADNET. Eduardo STErBLITCh. De Andrucha WADDINGTON.

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24

+ SHOWS

MUSICASEXTA-FEiRA (21)

Fabrício beck Trio 22:00. R$ 10. Bier Haus Sai dessa 23:00. R$ 20 e R$ 10. Boteco 13 Rafa gubert & Tita Sachet 22:30. R$ 20 e R$ 15. MississippiAle Jorge 23:30. R$ 5. Cachaçaria SarauMaicon Rodrigues + Re-verso + dJ gilson 22:00. R$ 20. Portal Bowlingvegas + dJ Mestre Yoda 00:30. R$ 15 e R$ 12. VagãoLast night 23:30. R$ 10. LevelFesta The End - dJ Luck 23:30. R$ 25. Nox VersusCapitão Jack 23:00. R$ 10 e R$ 15. Cam-peão Social Club

SábAdO (22)

Federico barco 23:00. R$ 15 a R$ 40. Havana Puracazuah e vegas 23:30. R$ 20 e R$ 10. Boteco 13 dJ guga gazzola 23:00. R$ 5. Cachaçaria SarauOs Sobreviventes 23:30. R$ 25. Nox Versus Arde Rock 23:00. R$ 20 e R$ 15. Buku’s AnexoMaurício Santos + dinami-te Joe + dJ Eddy 23:00. R$ 20. Portal BowlingOs daltons 23:00. R$ 20 e R$ 15. MississippiFesta Latina 00:30. R$ 15 e R$ 12. Vagãodan Ferretti e Marcelinho 23:00. R$ 10 e R$ 15. Cam-peão Social Club

direto do velho Oeste

garoto da rima

A banda que se intitula não uma banda – portanto, desculpem-nos –, mas sim um bando, chega ao Mississippi Delta Blues Bar trazendo uma bagagem de quase 20 anos de bom country rock “e o que mais vier no laço”, como pro-clamam em sua página no Facebook. Os Daltons, de Porto Alegre, são William Dalton (Violão/Voz), Big Phil Dalton (Guitarra/Voz), Walter Dalton (bateria) e Clint Dalton (Baixo/Voz).

SÁB. (22). 23:00. r$ 20 e r$ 15. mississippi

A especialidade de Rael da Rima o nome artístico entrega: rimar. Nascido e cria-do na zona sul de São Paulo, o cantor e MC herdou dos pais o gosto pela música. Suas influências são Djavan, Tim Maia, Caetano Veloso, Jorge Benjor, Bob Marley e Racionais MCs. Em 2010, Rael lançou seu primeiro disco solo, MP3 - Música Po-pular do Terceiro Mundo, e agora se prepara para lançar o segundo. Mas, enquanto o álbum novo não vem, os caxienses ganham a oportunidade de ver o cara ao vivo. O DJ Zegon também é atração da noite.

SEX. (21). 23:00. r$ 20 a r$ 40. havana

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2521.dez.2012

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dJs Leo z, Elias Cappellaro, guz zanotto, Kahball e Marcelo Fal-cas. vJ daniel Jardim 22:45. R$ 30 e R$ 50. Pepsi

dOMingO (23)

Pagode Junior + Mateus e Fabiano 21:00. R$ 20. Portal Bowlingdomingueira zarabatana 16:00. Gratuito. Zarabatana

SEgundA-FEiRA (24)

blackbirds (tributo a beatles) 00:30. R$ 30 e R$ 20. MississippiSugarland Christmas 23:30. R$ 10. LevelMaurício Santos e banda 00:30. R$ 20 e R$ 15. Buku’s AnexoFesta Colours – dJ Jay West e outros 23:00. R$ 20 e R$ 30 (1° lote). HavanaCelebrate – dJ’s da casa 23:59. R$ 25. Nox VersusThobias Wolff, Cassiano Oxley, Leandro veiga e Lucas Masiero 23:59. R$ 30 e R$ 50. PepsiMateus e Fabiano 23:59. R$ 25 e R$ 45. Bulls

+ SHOWS Se o mundo não acabar, curta adoidado

Ainda brilha

Encerrando os trabalhos de 2012 no Vagão, os roqueiros da Salve Ferris ani-mam a festa em plena noite de Natal. Depois de oferecer essa oportunidade per-feita para curtir a vida adoidado, como o personagem do filme que inspira o nome da banda, o bar fecha por uma semana para dar uma redecorada e iniciar 2013 em grande estilo. Atenção para o horário: dá tempo de fazer aquela média com a família antes de cair no agito.

TEr. (25) 1:00. r$ 15 e r$ 12. Vagão

O Natal chegou e com ele chega ao fim mais uma edição do Brilha Caxias. No centro e no interior, ainda há tempo de aproveitar a programação musical do evento, que inclui apresentações de coros, danças e shows mu-sicais.

SÁB. (22)Natal Gaúcho

Apresentações de danças, passeio de dindinho e distribuição de balas pelo Papai Noel. Em segui-

da, show com Jéssica Thomé. 21:30. Forqueta

música na Praça Encenação do Presépio Vivo no Colégio Mu-

rialdo. 20:00. Praça Pedavena, em Ana Rech

Cantata de Natal Um Natal Inesquecível. 20:00. Lagoa do Rizzo

SEG. (24)missa do Galo, Encenação Natalina com

atores da comunidade, músicos e Co-ral da matriz e show pirotécnico. 22:00.

Igreja matriz de Santa Lúcia do Piaí

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26

+ SHOWS

QuARTA-FEiRA (26)

Fher Costa Trio 22:00. R$ 15 e 10. Mississippi

QuinTA-FEiRA (3)

Matheus e Fabiano 21:00. R$ 20. Portal Bowling

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O Mississippi não paraNo último fim de semana do ano, a maioria dos bares caxienses estará em

recesso. Paiol, Boteco 13, Portal Bowling e Vagão são alguns dos que não terão programação nestes dias. Mas a casa do blues não tem descanso. Primeiro, a cantora caxiense Fran Duarte se apresenta com sua banda de soul music. De-pois, a Blackbirds sobe no palco, com o acústico especial de 15 anos da banda seguido de um tributo a Pink Floyd. Até o fechamento desta edição, os valores dos ingressos ainda não haviam sido divulgados.

SEX. (28). 23:00. Fran Duarte e banda SÁB. (29). 23:00. Blackbirds acústico

DOm (30). 22:00. Blackbirds (tributo a Pink Floyd)

blues pré-ReveillonO Zarabatana abre espaço para duas bandas emergentes da cena blueseira

caxiense. A primeira a animar o anoitecer do café é a The Blues Beers, que recen-temente lançou o álbum Ao Som de Blues. A banda é formada por Camila Dengo (vocal), Cristian Rigon (guitarra), Léozão Reis (bateria), Rafael Reis (harmôni-ca) e Josué Baciquet (baixo). No sábado, é a vez da The Delta Jam desfilar seu repertório dedicado a mestres como Stevie Ray Vaughan e Jimi Hendrix. For-mada em 2010, a banda conta com Nelson Mello (vocal e harmônica), Bruno Lara (guitarra), Anderson Chaves (baixo) e Guilherme Basso (bateria).

SEX. (28) e SÁB. (29) 20:30. Gratuito. Zarabatana

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2721.dez.2012

PALCO

Palco triploO Ballet Margô encerra a seu festival de

fim de ano, dividido em 3 sessões, com cerca de 90 bailarinos em cena. No primeiro ato, com 15 coreografias, as turmas infantis agi-tam os pais na plateia, independentemente da performance. O segundo ato apresenta 25 coreografias de balé clássico, clássico de repertório, dança contemporânea, dança de rua e jazz. Além das coreografias premiadas durante o ano em concursos, a escola apre-senta remontagem de coreografias impor-tantes dos 30 anos do Ballet Margô Brusa.

O Fabuloso Caso de Amigdal TownCom dramaturgia própria construída a

partir de técnicas de teatro de rua e impro-visações, o espetáculo teve seu mote esco-lhido pelos alunos. O sensacionalismo da imprensa brasileira é o tema da peça, que teve em situações reais a inspiração para a arte.

SEX. (21). 17:00. Gratuito. Praça Dan-te Alighieri. L 0:40

A FeiaAs relações familiares e suas expectati-

vas e frustrações são abordadas no texto de Cleide Piasecki. Em um programa de auditório, as famílias levam seus conflitos a público – esmiuçando aquilo que os pais esperam dos filhos e o que os filhos espe-ram dos pais – na tentativa de resolvê-los.

SEX. (21). 19:30. r$ 5. Teatro municipal. L 0:40

Da sujeira viemos e para lá retornaremosO lixo como metáfora. O espetáculo,

contextualizado em um lixão, empresta-se da sujeira (o início e o fim de tudo) para revelar a mediocridade humana e os valo-res invertidos da sociedade. Também com dramaturgia própria, foi montado a partir de improvisações dos alunos da compa-nhia.

SEX. (21). 20:10. r$ 5. Teatro municipal. L 0:40

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28

ARTE

Conciliando a visão de diversos artistas sobre a dislexia e elaborando metáforas artísticas sobre o tema, a exposição sob a curadoria de Carina Turelly soma intervenções urbanas com artes plásticas e fotografia. Adriana Antunes, Alessandra Baldissarelli, Beta Mandelli, Douglas Trancoso, Érica Kuwer, Felipe Vitória, Giovana Mazzochi, Guilherme Castro, Karen Sartor dos Santos, Leandro dos Passos, Lilian Maschio e Raquel Longhi, nem to-dos com trajetória artística, integram a exposição. A Galeria do Ordovás fecha na sexta (21) e, se o mundo não acabar, reabre no dia 2 de janeiro.

Para dislexia digito 34753942 Coletiva. SEG.-SEX. 9:00-19-00. Ordovás

distúrbio coletivo

O início do ano é sempre uma período fraco para o tea-tro caxiense. E a última sema-na de dezembro e as primeiras de 2013 serão de vazio nos nossos palcos. O teatro do Or-dovás deve retomar a progra-mação normal somente após o Carnaval, dia 13 fevereiro, ainda sem peças agendadas. Também sem agendamento confirmado, o Sesc reabre no final de fevereiro. O Teatro São Carlos abre ainda em janeiro, mas só para eventos fechados. Do dia 7 a 28 de janeiro, a sala fecha para manutenção e volta a receber programação cul-tural em fevereiro. A Casa de Teatro reabre no dia 17 de fe-vereiro, com a Mostra de Mo-nólogos, com 4 espetáculos e 4 oficinas. O UCS Teatro realiza somente formaturas em janei-ro. E, para fevereiro, ainda não tem programação. A exceção é o Teatro Municipal. Pela pri-meira vez nos últimos anos, o teatro promoverá uma grande programação no primeiro mês do ano. Serão 10 espetáculos: Se meu ponto G falasse, Ma-nual Prático da Mulher Mo-derna, Primeiro as Damas II, Gozadas, Dez (quase) Amores, O Analista de Bagé, Mulita e Willmutt. Nei Lisboa se apre-senta no dia 25 para salvar a lista. Os ingressos custarão R$ 40 (na hora), R$ 30 antecipado e R$ 20 (meia-entrada).

Melhor do que nada

CAMARIMMarcelo araMis

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A Fluir Giovana Mazzochi e Marcos Clasen. Até SEX. (28). SEG.-SÁB. 8:00-20:00. Sesc

uCS 45 anos – Homena-gem desenhada Coletiva. SEG.-SEX. 8:30-18:00. SÁB. 10:00-16:00. Galeria Municipal

bakna girl Fghta Fsh. Até SEX. (21). 9:00-19:00. Ordovás

Capelinhas: Memória e Fé Museu Coletiva. TER.-SÁB. 9:00-17:00. Museu Municipal

Monumentos de uma trajetória Bruno Segalla. Até SEX. (28). SEG.-SEX. 9:00-12:00 14:00-17:30. Instituto Bruno Segalla

new York Fghta Fsh. Até SÁB. (29). SEG.-SEX. 9:00-19:00 SÁB. 9:00-12:00. Ipam

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2921.dez.2012

LEGENdADuração Classificação Avaliação ★ 5 ★ Cinema e TeatroDublado/Original em português Legendado Ação. Animação. Artes.Circenses. Aventura. Bonecos. Comédia. Documentário.Drama. Fantasia. Ficção.Científica. Infantil. Musical. Policial. Romance. Suspense. Terror.

MúsicaBlues. Coral. Eletrônica. Erudita. Folclórica. Funk. Hip.hop Indie. Jazz. Metal. MPB. Pagode. Pop. Reggae. Rock. Samba. Sertanejo. Tango. Tradicionalista

dançaClássico. Contemporânea. Flamenco. Folclore. Forró. Jazz. Dança.do.Ventre. Hip.hop Salão.

ArtesAcervo. Desenho. Diversas Escultura. Fotografia. Grafite. Gravura. Instalação Pintura.

ENdERE OSCINEMAS:CINÉPOLIS. AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEG.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 14 (NOITE), R$ 22 (3D). TER. R$ 7, R$ 11 (3D). SEX.SÁB.DOM. R$ 16 (MA-TINE E NOITE), R$ 22 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CARTEIRINHA. | GNC. RSC 453 - KM 3,5 - SHOPPING IGUATEMI. 3289-9292. SEG. QUA. QUI.: R$ 14 (INTEIRA), R$ 11 (MOVIE CLUB) R$ 7 (MEIA). TER: R$ 6,50. SEX. SAB. DOM. FER. R$ 16 (INTEIRA). R$ 13 (MOVIE CLUB) R$ 8 (MEIA). SALA 3D: R$ 22 (INTEIRA). R$ 11 (MEIA) R$ 19 (MOVIE CLUB) | ORDOVÁS. LUIz ANTUNES, 312. PANAzzOLO. 3901-1316. R$ 5 (INTEIRA). R$ 2 (MEIA) |

MÚSICA:ARISTOS. AV. JúLIO DE CASTILHOS, 1677, CENTRO 3221-2679 | BIER HAUS. TRONCA, 3.068. RIO BRANCO. 3221-6769 | BOTECO 13. DR. AUGUSTO PESTANA, S/N°, LAR-GO DA ESTAÇÃO FÉRREA, SÃO PELEGRINO. 3221-4513 | CACHAÇARIA SARAU. CORONEL FLORES, 749. ESTAÇÃO FÉRREA. 3419-4348 | LEVEL CULT. CORONEL FLORES, 789. 3223-0004. | OLIMPO MUSIC. PERIMETRAL BRUNO SEGALLA, 11655, SÃO LEOPOLDO. 3213-4601 | MISSISSIPPI. CORONEL FLORES, 810, SÃO PELEGRI-NO. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3028-6149 | NOX VERSUS. DARCy zAPAROLI, 111. VILAG-GIO IGUATEMI. 8401-5673 | PAIOL. FLORA MAGNABOSCO, 306. 3213-1774 | PARQUE DOS MACAQUINHOS. RUAS DOUTOR MONTAURI, DOM JOSÉ BARÉA, DA VINDIMA E ALFREDO CHAVES. ExPOSIÇÃO | VAGÃO CLASSIC. JúLIO DE CASTILHOS, 1343. CENTRO. 3223-0616 | ZARABATANA. LUIz ANTUNES, 312. PANAz zOLO. 3228-9046

TEATROS:TEATRO MUNICIPAL. DOUTOR MONTAURy, 1333. CENTRO. 3221-3697 | CASA DE TE-ATRO: RUA OLAVO BILAC, 300. SÃO PELEGRINO. 3221-3130

GALERIAS:CAMPUS 8. ROD. RS 122, KM 69 S/Nº. 3289-9000 | FARMÁCIA DO IPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, ExPOSIÇÃO. 4009.3150 | GALERIA MUNICIPAL. DR. MON-TAURy, 1333, CENTRO, 3215-4301 | INSTITUTO BRUNO SEGALLA. R. ANDRADE NEVES, 603. CENTRO. 3027-6243 | MUSEU MUNICIPAL. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221-2423 | ORDOVÁS. LUIz ANTUNES, 312. PANAz zOLO. 3901-1316 | SESC. MOREIRA CÉSAR, 2462. PIO x. 3221-5233 |

A

carol De BarBa

O Parkour, aquele esporte de origem francesa que ficou famoso pelos adeptos que escolhem como obstáculos os prédios e constru-ções da cidade, foi a principal inspiração da campanha 2013 da marca de fitness Base Ativa. A grife fez até um vídeo conceitu-al (veja no site), em que também aparecem outras tribos urbanas de Caxias, como ciclistas e ska-tistas. O conceito reflete a carac-terística bem urbana das peças da coleção, como mostra a foto.

O projeto Artesanato como fonte de renda certificou 960 no-vas artesãs em Caxias. Os cursos ocorreram em 48 bairros, em seis modalidades: confecção em ma-lha ou tricô, bordado em malha e em pedrarias, macramé e con-fecção em tear. As alunas também receberam noções sobre empre-endedorismo.

Parkour

Artesanato

Foto

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30

carros e motos

Antes de viajar, seja neste final de ano ou em qualquer época, é fundamental fazer uma boa revisão no carro. Dessa forma, você evita não só acidentes graves como também problemas aparentemente pequenos, mas capazes de causar grandes transtornos nos planos de um passeio relaxante. Listamos alguns dos itens mais importantes:

ROdAS E PnEuSAlém de checar o desgaste dos 4 que estão

no carro, verifique também o estepe. Se hou-ver bolhas, substitua imediatamente, pois elas são um indicativo de dano estrutural ir-reversível. O que isso significa? Que ele pode explodir em temperaturas mais altas, como na estrada. Antes de sair, calibre (incluindo o estepe) conforme a quantidade de passagei-ros e bagagem.

Em rodas de ferro, procure amassados. Eles podem permitir a fuga de ar se a pressão de um pneu estiver mais baixa que os demais. Nas de liga, observe a quebras e trincas.

Sintomas de problemas no alinhamento da suspensão e balanceamento das rodas costu-mam aparecer somente em velocidades mais altas. Portanto, verifique antes de descobrí-los no meio da estrada.

Se vai viajar, revise

DIrIGIr PILotar

“A maneira como o motorista conduz o seu veículo é um fator que possibilita que o trânsito flua da melhor maneira. É simples, bem eficaz e acabaria com muitos dos nossos problemas diários do trânsito na cidade”

“Não é uma questão de momento, mas a secretaria já trabalha para que isso seja uma realidade nas ruas de Ca-xias. Nós queremos disciplinar as conversões, nós temos direita e esquerda em quase toda”

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direção consciente conversões

bARuLHOSRangidos, batidas secas ou ruídos

que se assemelham a algo frouxo devem ser inspecionados. Depen-dendo do tipo de pavimento onde você costuma andar, itens como a suspensão podem sofrer desgaste antes da hora.

dETALHESOs mecânicos costumam observar

mais atentamente partes internas do carro, mas o motorista pode solicitar a avaliação de outros itens que muitas vezes passam despercebi-dos no dia a dia, como a palheta do limpador de parabrisas, fundamental em dias de chuva.

FERRAMEnTASConfira se triângulo, macaco e

chave de roda estão no veículo, mas observe também se eles estão funcionando. Um macaco quebrado ou desregulado, que não consegue erguer o carro, é inútil.

FLuídOSComo o motor faz um esforço

maior na estrada, é preciso checar todos cuidadosamente. Líquido de arrefecimento, óleo do motor e transmissão, fluído de freio, direção hidráulica e embreagem, nível do combustível do reservatório de par-tida a frio (em carros flex) e nível do reservatório de limpeza dos vidros. Certifique-se que não há vazamen-tos e, se o prazo de validade estiver próximo, pode adiantar a troca.

SiSTEMA ELÉTRiCOFundamental principalmente se

você vai viajar à noite ou já sabe que tem previsão de mau tempo no caminho. Confira lanternas, faróis e piscas com antecedência e na hora da viagem. A troca de uma lâmpada é rápida e pode ser feita antes de partir.

nãO ESQuEçA: os itens que dizem respeito a uma análise mais mecâ-nica devem ser verificados com um bom tempo de antecedência, caso seja preciso trocar componentes mais complexos e deixar o veículo por uns dias na oficina.

por Manoel José Souza Marrachino, secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade até o fim de 2012

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3121.dez.2012

categoria

123456789

1011

tipo de Veiculo

Passeio e utilitários 2 eixos 2 Comercial3 Comercial 4 Comercial

Comercial 5 eixos Comercial 6 eixos

Passeio com reboque 3 eixosPasseio com reboque 4 eixos

Veículos especiais 7 eixos Veículoes especiais 8 eixos Veículos especiais 9 eixos

tarifa (r$)

R$ 7,00R$ 8,80

R$ 13,20R$ 17,60R$ 22,00R$ 26,40R$ 10,50R$ 14,00R$ 35,20R$ 44,00R$ 52,80

A partir de 1° de janeiro, a passagem de ônibus em Caxias passa a custar R$ 2,85. O cálculo do reajuste do transpor-te coletivo é previsto na lei e acontece a cada fim de ano. Segundo a Visate, são levados em conta o custo do chassi, do dissídio dos funcionários (que será de 7,5%) e benefícios, o valor da carroceria, do combustível e as gratuidades (passe livre, idosos, integração, PCD e presidentes de bairro).

A Agergs aprovou esta semana o último reajuste dos polos de pedagio estaduais antes do fim dos contratos, previstos para abril de 2013, no caso de Caxias. O aumento é de 4,7%, e vale a partir de 1° de janeiro. Veja na tabela os valores para cada categoria de veículo.

Reajuste no ônibus...

… e no pedágio

GaraGem

Passar cera (ou mandar polir em uma ofici-na especializada) é uma boa opção para pro-teger a lataria do sol e da maresia quando não se tem um lugar coberto para deixar o veículo. Essa vem em branco, preto, vermelho, prata e chumbo, e promete realçar a pintura original.

Se dizem que as cores escuras ab-sorvem mais o calor do que as claras, então a melhor opção para um tapa-sol deve ser... metálica! Esse tipo é o mais encontrado por aí para vender e, independente do efeito refletor, com certeza ele vai durar mais do que os de papelão, que geralmente são dados de brinde por aí.

Proteção na lateral é fundamental principalmen-te para as crianças. Esses, com a ventosa no meio, são fáceis de colocar. É preciso apenas observar se o modelo é compatível com a janela do seu carro.

Que tal ter o privilégio de chamar a tripulação do Millennium Falcon para proteger seu carro do calor? Para quem tem paciência de comprar online interna-cional e pagar um pouquinho mais caro.

Esse é mais, digamos, feminino. Também pode ser uma ótima alternativa para divertir as crianças enquanto procuram o carro no estacionamento do shopping.

POLImENTO

PrATEADOLATErAL

NErDFOFO

radna | R$ 15 (em média) R$ 9 a 20

R$ 15 (média)

Big Bad Toy Store | R$ 75 Big Box Save | R$ 33

Foto

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