ECOS do
ATLÂNTICO CASA DE SAÚDE CÂMARA PESTANA Nº 58 Janeiro e Fevereiro 2017
Ed
ito
rial
do
Bo
leti
m
Ano Novo, energias renovadas, esperanças
novas.
Iniciando um ano que pretende aprofundar
o ser família, como vocação de vida, o desa-
fio de início de ano é sedimentar a esperan-
ça, renovar a fé e fazer caminho com vista a
uma ordem social assente na paz, alegria,
apoio e compromisso uns com os outros.
A família, conforme também escreve o
Papa , “foi desde sempre o hospital mais
próximo”. Porque prestamos cuidados,
apoiamo-nos mutuamente e estimulamo-
nos mutuamente, e vivemos tudo isto
como parte da nossa espiritualidade fami-
liar. Transpondo isto para o nosso dia a dia,
numa instituição que tem como missão
servir o outro, e ainda mais os excluídos, os
parentes mais pobres da sociedade, os
afectados por problemas psíquicos ou com
alguma deficiência intelectual, é como se
duma família alargada se tratasse. E ao
fazermos e termos os cuidados com um
olhar de fé, esperança e amor, podemos
sempre renovarmos, e fortalecermos, fazer
esse tal caminho juntos, apoiando e dando
força nas dificuldades, festejando as con-
quistas e crescendo com os erros e falhas.
O ser família, é um desafio abrangente e
que nos toca a todos, e que também, pelos
laços e raízes nos impele a caminhar.
Façamos caminho.
Ricardo Gomes
PEÇA DE TEATRO ‘ESQUIZOFRENIA’
Grupo de Teatro Craq’ Otchad’
Cabo Verde
27 de Março - 15h00 Auditório Bento Menni (Colaboradores)
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IDA AO CIRCO
A ida ao circo já se tornou uma tradi-
ção para as pessoas assistidas na
nossa Casa de Saúde, sendo também
uma actividade, pelos menos na Madeira, mui-
to associada ao Natal.
Assim sendo, nos passados dias 04 e 06 de
Janeiro cumpriu-se uma vez mais esta tradição.
No dia 04 juntaram-se as pessoas assistidas
das áreas de intervenção da Psiquiatria Longo
Internamento e Psicogeriatria, que seguiram
até à Praia Formosa, no Funchal, para assistir a
este belo espetáculo. No dia 06 foi a vez da
áreas de Intervenção de Deficiência Intelectual
e Reabilitação rumarem até este cantinho da
cidade.
Quer num dia quer no outro todos tiveram a
oportunidade de assistir a diferentes números
integrantes deste magnifico espetáculo. Diver-
tidos palhaços, malabaristas e trapezistas fize-
ram as delicias de todo o público presente. E
ainda houve lugar para apreciar umas delicio-
sas pipocas e um fofo algodão doce.
De regresso a casa algumas pessoas assistidas
já pensam no regresso do circo à cidade no
próximo Natal.
Dídia Ferreira
ENCONTROS SEM FIM… Encontro de Familiares Área de Intervenção deficiência Intelectual
Meninas, moçoilas, varinas, nascidas de desconhecidas pétalas. Cada uma com um história de vida dife-
rente neste sempre e lembrado convívio entre famílias e pessoas assistidas das Unidades de São Rafael e
São João de Deus em que existe um reencontro de conhecimentos entre todos.
Falam e conversam sobre vários temas como seja, o dia a dia, o tempo, as suas vidas, as vidas dos seus
familiares, da roupa, do calçado, do penteado, da cor dos olhos, dos seus nomes, dos sorrisos, da beleza,
de tudo e mais alguma coisa… num curto espaço de tempo fica-se a conhecer uns e outros.
Em suma é um regresso ao passado, uma passagem pelo presente e uma visita ao futuro. Concluindo, as
pessoas assistidas são o centro dos seus familiares e os familiares são o centro das pessoas assistidas. A
existência e o amor de uns ou de outros é tão forte que move montanhas por todo o mundo.
Elisabete Fernandes
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N o passado dia 19 de Janeiro, das 15 às
17h, celebrámos o 13º aniversário da
constituição do Grupo de Leigos Hospi-
taleiros (LH), desta Casa de Saúde. Fizemos memó-
ria do passado, reforçámos a coragem do presente
e alimentámos a esperança no futuro do ser Leigo
Hospitaleiro, nos dias de hoje.
O aniversário foi celebrado com um momento de
oração, rezámos com as bem-aventuranças, refleti-
mos sobre a importância da paciência na nossa vida
pessoal, familiar e profissional. Em seguida fizemos
a celebração da Palavra de Deus onde, no ofertório,
renovámos o nosso compromisso. Para finalizar
fizemos um pequeno convívio.
É nosso desejo “Crescer Juntos na Fé para a Hospi-
talidade”, tema de reflexão proposto pela Província,
para os grupos Leigos Hospitaleiros, para o ano
2017.
Foi com agrado que o grupo de LH da CSCP, cons-
tituído por 16 elementos, acolheu o tema na espe-
rança de crescer juntos na vivência da FÉ, acolhen-
do o estímulo dos nossos Fundadores que nos con-
vidam a uma HOSPITALIDADE que manifeste, àque-
les a quem servimos, o amor infinito de Deus que
os cura e liberta.
Temos um longo caminho a percorrer para CRES-
CER no conhecimento de Jesus Cristo e do seu
Evangelho. Vemos distantes os horizontes da com-
preensão da fé e do compromisso cristão, precisan-
do de mergulhar na Palavra de Deus e de ancorar
as nossas convicções para sabermos dar razão à
nossa crença. Desejamos viver a hospitalidade
segundo o exemplo de Jesus, dos Fundadores e de
tantas Irmãs que foram sólidos alicerces desta Obra
Hospitaleira. Para sermos fiéis ao que nos compro-
metemos, acordámos reunir na terceira terça-feira
de cada mês, às 16h, para aprofundar, partilhar e
viver a liturgia documentada do último Domingo
de cada mês.
Celeste Lima
13º ANIVERSÁRIO GRUPO DE LEIGOS HOSPITALEIROS DA CSCP
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RECICLAR O NATAL
O Departamento de Ambiente da Câmara Municipal
do Funchal promoveu o concurso “reutilizar no natal”
que te como objectivo principal sensibilizar os muníci-
pes para a importância da reutilização e reciclagem de
materiais sólidos, bem como apelar à criatividade.
O concurso englobou duas categorias, a individual e a
coletiva, sendo esta última destina a instituições e
empresas. Sendo assim, a Casa de Saúde, nomeadamente a área de intervenção da Psicogeriatria,
concorreu e recebeu o prémio no passado dia 17 de Janeiro com um Anjo elaborado nas duas
unidades pertencentes a esta área de intervenção. O prémio foi entregue pela Sra. Vice Presiden-
te da Câmara Municipal do Funchal, Dra. Idalina Perestrelo Luís.
As decorações de Natal vencedoras ficaram em exposição no Departamento de Ambiente da
Câmara Municipal do Funchal no Edifício dos Viveiros.
Luisa Vasconcelos e Sílvia Nunes
ESPAÇO GAR Presidente Vice-Presidente
Eleições GAR
Como é habitual, em janeiro procedemos às eleições do
grupo. Durante o ano de 2017 a presidente do GAR será a
Ângela Ornelas e a Vice-presidente a Agostinha Crico.
Ângela Ornelas Agostinha Crico
Para o 1º Quadrimestre temos planeado:
Janeiro Fevereiro Março Abril
Eleições
Reporte de resultados
dos Questionários de
Satisfação 2016
Reflexão e trabalho
individual e de grupo
“Eu e os Outros”
Reunião para trabalhar a
confidencialidade
Apresentação de suges-
tões para plano de ativi-
dades da CSCP
Reunião com enfoque
na Participação e Envol-
vimento
Artigo para o Jornal da
CSCP
Apresentação do GAR
em visitas de Estudo
Apresentação do GAR
em visitas de Estudo
Apresentação do GAR
em visitas de Estudo
Apresentação do GAR
em visitas de Estudo
Auto-Representação e
Empowerment
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DIA MUNDIAL DO DOENTE
F oi com alegria que no passado dia 10 de fevereiro 2017 celebrámos em família hospi-
taleira o 25º Dia Mundial do Doente, dia em que se comemora Nª Senhora de Lour-
des. Este ano sob o lema «O todo o Poderoso fez em mim maravilhas…» baseado no
cântico do Magnificat proclamado por Nossa Senhora em atitude de louvor a Deus. Neste dia
destacamos a bela celebração eucarística vivida e animada por colaboradores e irmãs onde
pudemos saborear a alegre presença do Senhor, seguida da Bênção do Santíssimo às pessoas
assistidas, por todas as unidades do centro. Momento forte onde tivemos a mais uma vez a
ocasião de experimentarmos a alegria de estarmos ao serviço das “vivas imagens de Jesus”
como diz S. Bento Menni. Dia de reforçar a “dignidade inalienável” de cada pessoa e uma verda-
deira cultura de respeito pela vida e pela pessoa. Pela tarde a festa continuou… com um diverti-
do e animado karaoke no Auditório Bento Menni desfrutado por todos nós. É com este desejo
de continuarmos a ser mensageiros de esperança junto dos que sofrem que continuamos como
família hospitaleira empenhados em oferecer cada dia um sentido para a vida segundo o nosso
Modelo Hospitaleiro.
Mariana Camacho
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O CONTO… O MISTÉRIO DA LAGOA AZUL
A Cidália Santos é uma pessoa Assistida da Unidade de Santa Teresinha. Escreveu o conto “O MISTÉRIO DA
LAGOA AZUL” que aborda encontros e desencontros, violência e vidas à margem da lei.
Num estilo sempre crescente, a Cidália dá vida a personagens quase reais, com emoções e sentimentos, que
ousam arriscar em situações limite.
O conto terá de ser dividido em várias partes, dada a sua extensão.
Vamos todos “mergulhar” no Mistério da Lagoa Azul. Boa leitura.
O MISTÉRIO DA LAGOA AZUL
1
E ra verão e sob o céu azul-turquesa, nem uma nuvem aparecia. A praia estava cheia de gente
desejosa de refrescar-se. Nos montes, os pinheiros pareciam estupefactos com o calor.
A minha mão tremia. No seio da montanha eu corria. A transpiração acompanhada pelo dia ago-
niava-me. Queria gritar e gritei. Ali podia ser eu outra vez. A liberdade do terreno e da minha alma assim o
desejava. Corria por uma pequena vereda que dava até a cabana. Queria fugir de mim e de todos, sobre-
tudo. Como um homem no deserto, desejoso de encontrar água, assim era eu para encontrar felicidade.
Tinha os pés doloridos com a corrida e a garganta doía-me. Assim que cheguei à cabana, pressenti a obs-
curidade. Parece que me tinham encontrado outra vez. Se fosse assim, teria de partir novamente. Escapar.
Sentia um peso no coração, o medo atormentava-me o peito. Abri a porta de mansinho. A porta não se
abriu completamente. Forcei-a. Um vulto negro atravessou. Entrei, mas, antes disso, vi o que parecia uma
raposa. O medo foi diminuindo enquanto eu entrava.
Hoje é domingo. Fiquei recordando a minha infância quando ia à missa com os meus pais. Detestava o
sermão, gostava de rezar o Pai-nosso porque era a única oração que tinha sido ensinada por Jesus Cristo.
Quando voltávamos da igreja a minha mãe cozinhava galinha. E fazia disso um manjar de sabores. Tenho
andado com fome ultimamente. Aprendi a ir buscar à Lagoa Azul o peixe e água para o que preciso. Os
terrenos com frutos, as vinhas têm dado alimento, mas pouco como. As minhas roupas estão ficando
velhas. Eu estou desgastada pelo tempo, medo e insegurança. Fechei a porta, nada estava lá dentro. O
medo desapareceu. Fugia deles, dos bandidos que desapareceram com a minha família: os meus pais e
irmão. Não queria sofrer tanto, mas aconteciam as coisas mais terríveis a mim e aos meus.
De repente ouvi um tiro. O passado ficou esquecido e o presente em tumulto. De onde viria o som? Saí à
rua e ouvi outro tiro. Meu Deus! Seria para mim? Um aviso, talvez. Fui em direcção ao som. Vinha da
Lagoa. Logo hoje no dia do Senhor. Nem isso respeitam. Corri de novo. O ar entranhava-se-me no nariz e
o inspirar parecia cada vez mais intenso. A Lagoa Azul ficava a pique. Parei com medo, mas tinha tamanha
curiosidade. O som da água estava cada vez mais próximo e aí ia eu.
(Continua na nossa próxima edição)
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A IMPORTÂNCIA DOS RESULTADOS NO PLANEAMENTO
A Casa de Saúde Câmara Pestana
define de 3 em 3 anos os seus
objetivos estratégicos, que são
operacionalizados de forma anual através do
Plano de Gestão, onde prioriza as atividades,
planeia e monitori-
za, orientando
todos os recursos
existentes para a
execução dos seus
fins assistenciais.
Um dos aspetos
essenciais neste pla-
neamento é a iden-
tificação das neces-
sidades e expetati-
vas de todas as par-
tes interessadas.
Esta instituição trabalha anualmente no
levantamento dessas necessidades e expeta-
tivas das pessoas assistidas, familiares e pes-
soas significativas, profissionais, voluntários,
parceiros, financiadores e comunidade.
São vários os mecanismos existentes de
recolha desta informação, mas salientamos
as seguintes metodologias, com os respeti-
vos resultados:
Grau de Satisfação: Pessoas assistidas Curto
e Médio Internamento 100%, Familiares Curto
e Médio Internamento 100%, Pessoas Assisti-
das Longo Internamento 92%, Familiares Lon-
go Internamento 100%, Voluntários 100%,
Profissionais 82%, Parceiros e Financiadores
100%.
Feedback da Comunidade: 87% das pessoas
inquiridas consideram a CSCP como uma ins-
tituição respeitada e
reconhecida na comu-
nidade pela sua quali-
dade e utilidade.
Reclamações, Suges-
tões e Agradecimen-
tos: Ao longo do ano
foram tratadas 32
reclamações sendo
25% destas com ações
de melhoria imple-
mentadas, 56 suges-
tões sendo 82% destas com ações de melhoria
implementadas e 107 agradecimentos realiza-
dos.
Além destes mecanismos, as Reuniões
Comunitárias e de Unidades/Serviços com as
Direções assumem-se como uma estratégia
eficaz de auscultação dos vários intervenien-
tes do Modelo Hospitaleiro contribuindo
desta forma para o alcance progressivo de
níveis de qualidade mais elevados, face ao
princípio de melhoria contínua.
Diogo Mota
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE