SELEÇÃO DE HABITAT
1. Habitat
Definições
Classificações de habitat
2. Seleção de habitat
Modelo simples de seleção de habitat
Fatores que influem na “escolha” final de habitat
•Componente genético e aprendizado
•Pistas do habitat
•Predação
•Competição interespecífica
•Competição intraespecífica (modelo de Fretwell)
3. Exemplos de estudos em seleção de habitat (estudos de caso com análise de uso vs. disponibilidade)
4. Introdução sobre a prática Seleção de Recursos - parte 1
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
HABITAT HABITAT – é o lugar no qual o organismo vive, podendo ser definido por
características físicas/topológicas e/ou bióticas mais evidentes.
Um habitat é composto pelo conjunto de fatores abióticos (condições
físico-químicas) e bióticos que, juntos, permitem a sobrevivência e
reprodução de determinado animal.
CLASSIFICAÇÃO:
Física/topológica
Por exemplo, pode-se classificar os habitats em terrestres e aquáticos, e
dentre estes últimos em marinhos e de água doce, e assim por diante
fazendo-se subdivisões.
Espaço-temporal
Uma classificação mais adequada deveria seguir o “ponto de vista” de
cada organismo, segundo escalas de tempo e espaço.
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
Classificação espaço-temporal de habitat segundo Southwood
F – favourableness or intrinsic rate of increase
Time Space
H – period of time that a location permits existence Rt – trivial range or home range
T – generation time Rm – migratory range
L – period of time that a location remains unsuitable U – size of unfavourable areas
TIME
SPACE
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
Fonte:Begon & Mortimer(1986).
SELEÇÃO DE HABITAT
Heterogeneidade espaço-temporal dos ambientes
Nem mesmo no laboratório?
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
Existe ambiente perfeitamente homogêneo?
Praticamente nenhum ambiente é perfeitamente
homogêneo na natureza, e nenhum animal tem
capacidade de adaptar-se igualmente bem a todos os
diferentes habitats e seus recursos. Assim, ambientes
heterogêneos fazem com que os animais se detenham
com um dos principais problemas ecológicos: a seleção
de habitat.
SELEÇÃO DE HABITAT
A seleção de habitat é um processo que envolve uma série de decisões comportamentos inatas e/ou aprendidas feitas por um
animal sobre qual habitat ele usaria em diferentes escalas
ambientais.
A seleção de habitat é dependente de escala (Johnson 1980):
• seleção de 1ª. ordem: distribuição geográfica;
• seleção de 2ª. ordem: área de vida;
• seleção de 3ª. ordem: partes dentro da área de vida (p. ex.
sítios de atividade como forrageamento, reprodução,
etc.) frente a sua oferta/disponibilidade;
• seleção de 4ª. ordem: como o animal explora porções
(recursos) do habitat frente a sua oferta/disponibilidade.
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
(Mayor et al. 2009)
“Imagem”
Interna de
Habitat
Seleção
Final de
Habitat
Pistas do
Habitat
Interações
Interespecíficas
Variação Ambiental
Densidade
Populacional
Modelo simples de como se processa a seleção de habitat por um animal. Adaptado de Wiens (1985) e Krebs (1995).
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat Modelo de seleção de habitat
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
Componente inato ou
genético da seleção de
habitat
Tempo gasto em folhagens de Pinus e Carvalho por indivíduos de Spizella passerina experimentalmente submetidos a exposições diferenciais a essas plantas (adaptado de Klopfer 1963 e Krebs 1995).
Componente inato ou genético da seleção de habitat é importante,
mas pode ser complementado por aprendizado
© Erik Hendrickson
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
Variação Ambiental
“Imagem”
Interna de
Habitat
Seleção
Final de
Habitat
Pistas do
Habitat
Densidade
Populacional
Interações
Interespecíficas
Modelo simples de como se processa a seleção de habitat por um animal.
Adaptado de Wiens (1985).
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
When predator (largemouth bass) is present many
sunfish take prey from areas where the
percentage vegetation is high and where they are
relatively protected from predation (after Werner
et al. 1983)
Risco de predação e escolha
de habitat por Lepomis
macrochirus.
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
Micropterus salmoides
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
Fonte: Castilho (2006)
Risco de predação influindo no uso de microhabitat por Clyomys
bishopi em cerrado do interior paulista.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Lua Nova
Lua Cheia
Solo descoberto
Cobertura
parcial
Cobertura
total
De
slo
ca
me
nto
(m
)
χ² = 71,79; g.I. = 2;
p < 0,00001
Clyomys bishopi © J
.C.M
ott
a -
Jr
Entre as presas mais
consumidas do lobo-
guará e da coruja-
orelhuda na área de
estudo.
(Microtus pennsylvanicus)
(Microtus ochrogaster)
High-quality food/High cover
High-quality food/Low cover
Low-quality food/High cover
Low-quality food/Low cover
Competição interespecífica pode mudar seleção de habitat:
p. ex., roedores (Microtus spp.) nos
EUA.
Fonte: Lin & Batzli (2001)
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
Variação Ambiental
“Imagem”
Interna de
Habitat
Seleção
Final de
Habitat
Pistas do
Habitat
Densidade
Populacional
Interações
Interespecíficas
Modelo simples de como se processa a seleção de habitat por um animal.
Adaptado de Wiens (1985).
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
Influência da densidade populacional na escolha final de habitat no modelo de Fretwell.
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
x y z
Fonte: Krebs (1995)
Confirmação do modelo de
Freetwell em condições naturais
para gaivotas (Larus argentatus),
numa região de alta densidade
destas (situação populacional “z”).
217.8/ha 96.3/ha 74.7/ha
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
Fonte: Krebs (1995)
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
EXEMPLOS DE ESTUDOS DE CASO
EM SELEÇÃO DE HABITAT
Seleção de habitat
de 2ª. ordem (área de vida)
Onça-pintada (Panthera onca)
Fêmea x Macho
Seca x Chuva
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
Seleção de habitat
de 3ª. ordem (sitio atividade)
Falcão-de-coleira no interior paulista
© G
reg L
ais
ley
134 134 100 127,4 Total
35 4 26 33,3 Cana
23 23 17 21,4 Laranjal
36 66 27 34,6 Pastagem “suja”
3 2 2 3,2 Pinus
2 22 2 2,1 Cerrado aberto
5 10 4 4,8 Cerrado
30 7 22 27,9 Mata
Esperado Observado Habitat (%) Habitat (ha) Tipo de habitat
Uso de habitat por Falco femoralis na região central do estado de São Paulo, entre setembro de
2005 e fevereiro de 2007. Os valores observados correspondem ao número total dos registros
obtidos no censo por veículo e os valores esperados são derivados das proporções de cada
habitat na área de estudo. Fonte Granzinolli (2008). x2 = 66,3; g.l.=6; p < 0,0001.
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
Phylloscopus collybita© H.Reinhard
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat Phylloscopus collybita em floresta de coníferas
Seleção 3a ordem - sítio forrageamento
Seleção de 4ª. ordem (uso x disponibilidade de parte do
ambiente: p.ex., alimento)
Lobo-guará
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Seleção de Habitat
Fonte: Bueno (2009)
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Prática Corujas
Prática: Seleção de recursos - Estudo da dieta de um predador – a coruja
suindara (Tyto alba)
•Coruja cosmopolita
•massa corporal = 300-500g
•Noturna
•Caça em áreas abertas
© J
.C.M
ott
a -
Jr
•Audição tão ou mais importante que a visão
para localizar presas
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Prática Corujas
Corujas engolem suas presas inteiras e regurgitam o material não digerido
após 12-15h em compactas pelotas de material não digerido.
© J
.C.M
ott
a -
Jr
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Prática Corujas
Tratamento e limpeza de pelotas ©
J.C
.Motta -
Jr
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Prática Corujas
Tratamento e limpeza de pelotas
© J
.C.M
ott
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ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Prática Corujas
Tratamento e limpeza de pelotas ©
J.C
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tta -
Jr
ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Prática Corujas
Tratamento e limpeza de pelotas ©
J.C
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ECOLOGIA ANIMAL – BIE 315 – Prática Corujas Guia de identificação de presas da suindara