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DEPARTAMENTO DE DIREITO
Licenciatura em Direito Direito Processual Penal 1ª Frequência (Diurno)
23-06-2006
Docentes: Conselheiro António Quirino Soares. Dr. Flávio Serrano Roques. Duração: 2h.00m (+30min. tolerância). Cotação: I= 5 valores; IIA= 7 valores, IIB= 6 valores; 2 valores da ponderação global N.º páginas: 3 (Três)
I Questões teóricas
Responda a uma das questões seguintes:
1. “A acusação define e fixa perante o tribunal o objecto do processo”. Explique o
sentido e alcance da afirmação.
2. Comente a seguinte afirmação: “O Direito Processual Penal é na prática direito
constitucional aplicado”
II
Questões Práticas A
No âmbito de um inquérito por crime de contrabando, foram os telefones do arguido A
e de um seu amigo muito próximo, B, colocados sob escuta, por um período de 30 dias.
As escutas haviam sido autorizadas por se revelarem de grande interesse para a
descoberta da verdade.
No decurso e por efeito das escutas, ficou a saber-se, entre outras coisas que
interessavam à investigação do crime de contrabando, que A fizera, em tempos, uso de
um atestado médico falso, cometendo, assim, um crime previsto e punível pelo art.260º,
nº4, do Código Penal.
Passados os 30 dias, as escutas continuaram sem que tivesse havido qualquer renovação
da autorização e só terminaram três meses depois quando as fitas gravadas, juntamente
com o auto das intercepções e gravações, foram presentes à autoridade que autorizou as
escutas.
Responda fundadamente às seguintes perguntas:
1. Qual a autoridade competente para autorizar as escutas?
2. Poderia a informação obtida acerca da prática do crime de uso de atestado falso
ser aproveitada como meio de prova desse crime?
3. Quais as consequências processuais e probatórias resultantes de as escutas se
terem prolongado por dois meses para além dos 30 dias autorizados?
4. E qual a consequência processual e probatória de o auto da intercepção e gravação
relativo aos referidos 30 dias e respectivas fitas gravadas não terem sido levados ao
conhecimento da autoridade que autorizou as escutas logo que decorrido aquele
prazo?
B
Corre inquérito contra A, solteiro, de 30 anos, sem profissão e habitualmente residente
com a companheira, com quem vive em união de facto, na cidade de Lisboa, mas
ausentando-se, com frequência, por períodos longos, para parte incerta do País.
A prova já recolhida revela fortes indícios de que A praticou, na área da comarca de
Lisboa, um crime de furto qualificado previsto e punível pelas disposições conjugadas
dos art.202º al. b), 203º nº1 e 204º nº2 al. a), todos do Código Penal (a que corresponde
pena de prisão de 2 a 8 anos), tendo por objecto jóias guardadas no interior de uma casa
de habitação, onde penetrou mediante a utilização de uma gazua.
A não tem antecedentes criminais e confessou os factos quando interrogado pelo MºPº.
Encontra-se em liberdade mediante termo de identidade e residência.
Responda fundadamente às seguintes perguntas:
1. Poderia o agente do MºPº competente para o inquérito ordenar a detenção do
arguido? Com que finalidade?
2. Caso a detenção fosse efectuada, que actos processuais se seguiriam a ela, com
vista à realização das finalidades da detenção?
3. Que medida ou medidas de coacção deveria (m) ser aplicada (s) ao detido? E
qual a entidade competente para o efeito?
FIM Tenha especial cuidado com a caligrafia e com a ortografia. Faça uma atenta gestão do tempo disponibilizado para a realização da prova.
Boa Sorte!
DEPARTAMENTO DE DIREITO
Licenciatura em Direito Direito Processual Penal
1ª Frequência (Pós Laboral) 23-06-2006
Docentes: Conselheiro António Quirino Soares. Dr. Flávio Serrano Roques. Duração: 2h.00m (+30min. tolerância). Cotação: I= 5 valores; IIA= 6 valores, IIB= 7 valores; 2 valores da ponderação global N.º páginas: 3 (Três)
I Questões teóricas
Responda a uma das questões seguintes:
1. Será constitucionalmente admissível, em face do princípio do juiz natural, a solução
do artigo 16.º, n.º3, do Código de Processo Penal? Justifique.
2. Explique a estrutura do processo penal português tendo em conta o artigo 32.º da
CRP.
II
Questões Práticas
A Pelas 2 horas da madrugada, uma patrulha da PSP, deslocando-se de automóvel pelas
ruas de um parque onde habitualmente se pratica comércio sexual e tráfico de droga,
deparou, em local isolado, com um automóvel parado em cujo interior se encontravam
dois jovens adultos.
Ao serem interpelados sobre as razões da sua presença ali, os dois indivíduos deram
sinais de muito nervosismo, e, por isso, foram convidados a sair do automóvel e a
mostrar tudo o que tinham nos bolsos.
Como nada do que foi exposto era suspeito, os agentes da polícia resolveram fazer, eles
mesmos, a revista aos próprios jovens e, nada tendo encontrado, fizeram, então, uma
busca no interior do veículo, onde, no porta-luvas, encontraram um pacote contendo
cerca de 50 gramas de heroína, que apreenderam, tendo detido os jovens.
Responda fundadamente às seguintes perguntas:
1. Foram legais a revista, a busca e a detenção?
2. Poderia, em qualquer caso, a apreensão valer para efeitos probatórios, no
inquérito instaurado na sequência do auto de notícia?
B
Deduzida acusação contra o arguido pelo crime de abuso sexual de crianças previsto e
punível pelo art.172º, n.º3 al. b), do Código Penal (a que corresponde pena de prisão até
3 anos), por ter actuado sobre menor de 14 anos, por meio de conversa obscena, o
ofendido, quando inquirido em plena audiência de julgamento, revelou factos que
configuravam uma tentativa de manter com ele coito anal, por meio de violência física,
e que, a serem provados, configurariam, no entender do juiz, não o crime da acusação,
mas, sim, o crime previsto e punível pelos art.22º, nº1 e 2 al. c), 23º nº2, 73º nº1 al. a) e
b) e 172º nº2, todos do Código Penal (a que corresponde pena de prisão entre o mínimo
de 7 meses e 6 dias e o máximo de 6 anos e 8 meses).
Responda fundadamente à seguinte pergunta
- Qual deveria ser a atitude do juiz perante aquelas declarações do ofendido?
Suponha, agora, que, deduzida nova acusação com base nos factos revelados pelo
ofendido em audiência e na qualificação jurídica que o juiz, ali, lhes atribuiu, e assim
submetido o arguido a julgamento, o tribunal colectivo concluiu, em plena audiência,
que a incriminação correcta é, não a da nova acusação, mas, sim, a que resulta das
disposições conjugadas dos art. 22º, nºs 1 e 2, al. c), 23º nº2, 73º nº1 al. a) e b), 164º nº1
e 177º n.º 4, todos do CP (a que corresponde pena de prisão entre o mínimo de 9 meses
e 18 dias e o máximo de 8 anos 10 meses e 20 dias).
Responda fundadamente à seguinte pergunta:
- Qual deveria ser, nessas circunstâncias, a atitude do tribunal colectivo?
FIM Tenha especial cuidado com a caligrafia e com a ortografia. Faça uma atenta gestão do tempo disponibilizado para a realização da prova.
Boa Sorte!
DEPARTAMENTO DE DIREITO
Licenciatura em Direito Direito Processual Penal
Exame 1.ª Época (Diurno) 18-07-2006
Docentes: Conselheiro António Quirino Soares. Dr. Flávio Serrano Roques. Duração: 3h.00m.. Cotação: I= 6 valores; IIA= 6 valores, IIB= 6 valores; 2 valores da ponderação global N.º páginas: 3 (Três)
I Questões teórico-práticas
Responda às questões seguintes:
1. Aberta a instrução em certo processo, o juiz de instrução decide inquirir algumas
testemunhas antes de designar data para o debate instrutório. Quando está a proceder a
essa inquirição, apresenta-se um advogado constituído pelo arguido, dizendo que
pretende assistir à diligência. Esta pretensão merece deferimento?
2. Um juiz realizou o primeiro interrogatório de arguido detido; procedeu, no mesmo
processo, durante a instrução, ao interrogatório de duas testemunhas; não presidiu ao
debate instrutório, por entretanto ter adoecido. Pode intervir no julgamento deste
processo?
3. Feita a chamada para uma audiência de julgamento, verifica-se que o arguido não está
acompanhado pelo seu advogado constituído, que foi devidamente notificado. O juiz
toma de imediato a iniciativa de lhe nomear defensor, e o julgamento prossegue. Quid
iuris?
II
Questões Práticas
A Acompanhado da competente denúncia, A foi apresentado, sob detenção, ao agente do
MºPº que exerce funções no local onde, nesse mesmo dia, acabara de cometer, em
autoria material, um crime de furto simples, previsto e punível pelo art.203º, nº1, do
Código Penal (a que corresponde a pena de prisão até 3 anos ou multa).
A detenção fora efectuada por dois particulares que presenciaram os factos, não se
encontrando presente qualquer autoridade judiciária ou entidade policial, e não sendo
viável pedir a sua comparência a tempo de evitar a fuga do suspeito.
A entidade policial que apresentou o detido fez as notificações referidas no art.383º, do
Código de Processo Penal.
A denúncia indicava, como testemunhas oculares, os autores da detenção e era
acompanhada do objecto do furto.
Responda fundadamente às seguintes perguntas:
1. Deveria o detido ser julgado em processo sumário?
2. Caso não, como deveria, então, proceder o agente do MºPº quanto ao destino a
dar ao detido?
3. Caso entendesse que não era admissível o processo sumário, poderia o agente
do MºPº, sem realizar mais diligências, deduzir acusação na forma de processo
abreviado?
4. Que possibilidade tinha o agente do MºPº de reagir contra o despacho do juiz
que, julgando inadmissível o processo abreviado por entender faltar o requisito
“provas simples e evidentes”, declarasse a nulidade do processo por emprego
de forma de processo especial fora dos casos previstos na lei (art.119º, al. f), do
Código de Processo Penal)?
B
No âmbito de um processo cível, as duas testemunhas arroladas pelo réu A prestaram,
sob juramento, falsas declarações, não obstante terem conhecimento pleno da
veracidade dos factos, tendo-o feito com o único e exclusivo propósito de causar
prejuízo à parte contrária, B.
A decisão proferida naquele processo civil considerou estas testemunhas essenciais para
a formação da convicção do julgador sobre a matéria de facto.
Responda fundadamente às seguintes perguntas:
1. Tendo as falsas declarações sido denunciadas por B ao MºPº, para instauração de
procedimento criminal, pelo crime previsto e punível pelo art.360º, nº3, do Código
Penal (falsidade de testemunho) poderia B constituir-se assistente?
2. Poderia o MºPº organizar um único inquérito contra os dois denunciados e acusá-
los em conjunto, caso concluísse, finalizado o inquérito, ter recolhido indícios
suficientes de que os arguidos cometeram cada um o referido crime.
FIM Tenha especial cuidado com a caligrafia e com a ortografia. Faça uma atenta gestão do tempo disponibilizado para a realização da prova.
Boa Sorte!
DEPARTAMENTO DE DIREITO
Licenciatura em Direito Direito Processual Penal
Exame 2.ª Época (Diurno) 12-09-2006
Docentes: Conselheiro António Quirino Soares. Dr. Flávio Serrano Roques. Duração: 3h.00m.. Cotação: 4,5 valores cada pergunta; 2 valores da ponderação global N.º páginas: 2 (duas) Nota: O enunciado é constituído por um só grupo grupos. Deverá responder a quatro perguntas Responda desenvolvida e fundadamente a quatro das oito seguintes questões
1. Defina direito processual penal e diga quais as suas fontes, o seu objecto e os
seus fins.
2. Defina o princípio da publicidade e os direitos que ele implica e relacione-o
com a regra do segredo de justiça, indicando as fases ou momentos do processo
penal em que se impõe a exclusão da publicidade.
3. Pronuncie-se sobre a natureza e funções do juiz de instrução criminal e sobre as
relações desta entidade com os órgãos de polícia criminal.
4. Defina inquérito, diga quem o dirige e indique as suas finalidades e as formas
pelas quais se efectua o respectivo encerramento.
5. Diga quais os efeitos possíveis dos vícios formais dos actos processuais,
explicando o regime de cada um desses efeitos; diga quais os efeitos da
utilização de métodos proibidos de prova, nos termos do art.126º, nº1, CPP.
6. Explique o que são medidas de coacção e de garantia patrimonial e indique os
princípios fundamentais que as regem.
Com base nesses princípios e nas normas legais que lhes dão corpo, diga se é
legalmente admissível que um arguido relativamente ao qual existam fortes
indícios da prática de um crime doloso de homicídio aguarde julgamento sujeito
simplesmente a termo de identidade e residência.
7. Defina alteração substancial de factos e alteração não substancial de factos e
suas consequências em sede de instrução e em sede de audiência de julgamento.
Com base na resposta dada, diga se considera haver alteração de factos,
substancial ou não substancial, no caso de o tribunal formar a convicção de que
os factos que integram o crime de ofensa à integridade física grave, p. e p. pelo
art.144º, al. d, do Código Penal, e que foi objecto da acusação, foram realizados
como meio de atingir o objectivo alcançado de subtrair à vítima uma carteira,
com ilegítima intenção de apropriação, assim integrando a previsão do art.210º,
nº2, al. a, do mesmo código.
8. Pronuncie-se sobre o papel dos princípios da oralidade e da imediação em
audiência de julgamento e relacione-os com o sistema de leituras permitidas de
autos e declarações.
FIM Tenha especial cuidado com a caligrafia e com a ortografia. Faça uma atenta gestão do tempo disponibilizado para a realização da prova.
Boa Sorte!
DEPARTAMENTO DE DIREITO
Licenciatura em Direito Direito Processual Penal
Exame 2.ª Época (Pós-laboral) 12-09-2006
Docentes: Conselheiro António Quirino Soares. Dr. Flávio Serrano Roques. Duração: 3h.00m.. Cotação: 4,5 valores cada pergunta; 2 valores da ponderação global N.º páginas: 2 (duas) Nota: O enunciado é constituído por um só grupo grupos. Deverá responder a quatro perguntas Responda desenvolvida e fundadamente a quatro das oito seguintes questões
1. Diga o que entende por princípio da suficiência e justifique a afirmação de que o
legislador do Código de Processo Penal optou por um princípio mitigado de
suficiência o qual deu origem a um sistema de devolução facultativa ou de
suficiência discricionária.
2. Diga o que entende por competência por conexão e por separação de processos,
e quais os efeitos da separação de processos sobre aquela competência.
3. Dentro da categoria dos sujeitos processuais, pronuncie-se sobre a natureza e
funções do Ministério Público e sobre as relações desta entidade com os órgãos
de polícia criminal.
4. Diga de que forma é que o legislador penal e processual penal encarou e
resolveu o problema da indemnização pelos danos causados pelo crime, pronunciando-
se, em especial, sobre o princípio de adesão, sobre os conceitos de lesado, de
demandados e de intervenientes e, ainda, sobre a possibilidade de coexistência de julga-
mento penal absolutório criminal com condenação em indemnização civil.
5. Defina instrução, diga quem a dirige, indique as finalidades desta fase
processual e as formas pelas quais se efectua o respectivo encerramento.
6. Defina o princípio da livre apreciação da prova, aponte o local do CPP onde se
encontra consagrado, e diga em que medida se concilia com esse princípio o que
o CPP prescreve sobre o valor probatório da prova pericial, da prova por
documentos autênticos ou autenticados e da prova por confissão integral e sem
reservas em audiência de julgamento.
7. Defina as medidas de coacção de prisão preventiva e de obrigação de
permanência na habitação, indique os respectivos pressupostos e aponte as
afinidades de regime que existem entre ambas.
8. Relativamente à audiência de julgamento, defina o princípio da concentração e
diga se, apesar dele, é legalmente admissível, e em que casos, a interrupção ou o
adiamento da audiência.
FIM Tenha especial cuidado com a caligrafia e com a ortografia. Faça uma atenta gestão do tempo disponibilizado para a realização da prova.
Boa Sorte!
DEPARTAMENTO DE DIREITO
Licenciatura em Direito Direito Processual Penal
Exame Época Especial (Diurno/Pós-laboral) 30-11-2006
Docentes: Conselheiro António Quirino Soares. Dr. Flávio Serrano Roques. Duração: 3h.00m. Cotação: 4,5 valores cada pergunta; 2 valores da ponderação global N.º páginas: 2 (duas) Nota: O enunciado é constituído por dois grupos. Deverá responder a uma questão no primeiro grupo e analisar as três hipóteses práticas do segundo grupo.
I Questões teóricas
Responda a uma das seguintes questões:
1. Findo o inquérito, quais as possíveis atitudes do Ministério Público? 2. Quais as finalidades da instrução? Quem tem legitimidade para a requerer? Com
que fundamentos? 3. O que entende por indícios suficientes?
II Questões Práticas
A António é ofendido num processo penal por crime de ofensa à integridade física simples (art.143º, nº1, do Código Penal), pendente há mais de dez meses, sem que tivesse sido deduzida acusação. Descontente com o atraso verificado, interpôs acção cível de indemnização em tribunal da jurisdição civil, visando ser ressarcido dos prejuízos que o aludido crime lhe causou. Porém, como já apresentara anteriormente idêntico pedido no decurso do inquérito, veio a este processo informar que, tendo interposto acção cível autónoma, desistia do pedido cível formulado no processo penal, embora mantivesse o interesse no prosseguimento deste para condenação penal do arguido, pela prática do crime. - A pretensão de António (de dedução em separado da acção cível e de
prosseguimento da acção penal) merece deferimento?
B Contra António, solteiro, de 23 anos de idade, sem profissão e habitualmente residente com seus pais na cidade de Aveiro, corre inquérito no decurso do qual já se encontram apurados fortes indícios da prática, por aquele arguido, de um crime de furto qualificado
previsto e punível pelas disposições conjugadas dos art.202º, alínea b), 203º, nº1 e 204º, nº2, alínea a), todos do Código Penal, tendo por objecto um veículo automóvel. António ausenta-se, com frequência e por períodos mais ou menos longos, para algures no Algarve, Não tem antecedentes criminais e confessou os factos. - Qual ou quais a (s) medida (s) de coação que, face à situação exposta, deveria (m) ser aplicada (s), em concreto, a António? Na resposta, tenha, designadamente, em conta os princípios que regem as medidas de coacção.
C Em audiência de julgamento de um processo-crime, António, arguido, não prestou quaisquer declarações sobre os factos constantes da pronúncia. O assistente requereu ao tribunal a leitura das declarações prestadas por António no inquérito perante o Ministério Público, tendo o arguido, a quem foi dada a palavra para se pronunciar sobre o requerimento, dito que se não opunha. - Que decisão deveria o tribunal tomar acerca do referido requerimento?
FIM Tenha especial cuidado com a caligrafia e com a ortografia. Faça uma atenta gestão do tempo disponibilizado para a realização da prova.
Boa Sorte!
FACULDADE DE DIREITO
Licenciatura em Direito Direito Processual Penal
Frequência (Diurno) 22-06-2007
Docentes: Conselheiro António Quirino Soares. Dr. Flávio Serrano Roques. Duração: 2h.00m. Cotação: I= 6 valores; II= 12 valores (3 valores por sub-questão); 2 valores da ponderação global. N.º páginas: 2 (duas).
I
Questão teórica
Pronuncie-se sobre o direito do arguido a defensor, sobre o momento processual a partir
do qual deve obrigatoriamente ser feita a sua nomeação, caso ainda não tenha sido
constituído ou nomeado, e sobre os casos de assistência obrigatória do defensor e
consequências da sua falta.
II
Questão prática
António, de 20 anos de idade, praticou um crime de roubo (art.210º - 1, Código Penal),
durante a noite, numa rua de Setúbal.
Foi imediatamente perseguido pela vítima e por uma pessoa que passava no local e por
elas alcançado e manietado.
Chamada de imediato a patrulha da PSP mais próxima, os agentes, informados do
sucedido, conduziram António à esquadra, onde elaboraram auto de notícia e
constituíram António como arguido, com simples leitura dos direitos e deveres
consignados no art.61º Código de Processo Penal.
Em conversa informal com os agentes policiais, António informou que se dedicava
habitualmente a essa actividade criminosa, actuando, como actuou, em colaboração com
Mário, deslocando-se ambos de automóvel à procura do momento e local mais
adequados, escolhendo de comum acordo o momento de actuar por meio de violência e
ficando, sempre, um deles dentro do carro, a fim de possibilitar uma fuga rápida.
A detenção foi comunicada telefonicamente ao magistrado do Ministério Público da
comarca de Setúbal, que ordenou a apresentação do arguido, no tribunal, no dia
seguinte.
O arguido foi notificado pelos agentes policiais que elaboraram o auto de notícia de que
podia apresentar em audiência de julgamento até cinco testemunhas de defesa.
Responda fundamentadamente às seguintes perguntas:
1. Ao ser constituído arguido na esquadra, deveria António ter sido assistido
por defensor?
2. Poderia o agente do Ministério Público apresentar o detido de imediato
para julgamento em processo sumário?
3. Se, perante o juiz, António se recusasse a prestar quaisquer declarações,
podiam os depoimentos dos agentes policiais ser aproveitados para a
abertura de inquérito contra Mário e ali constituir meios de prova contra
este?
4. No caso de, por qualquer motivo, se não ter realizado julgamento em
processo sumário, e de os depoimentos dos agentes policiais poderem ser
aproveitados para a abertura de inquérito contra Mário, deveria o agente
do Ministério Público instaurar um inquérito único contra António e Mário
ou inquéritos separados?
FIM
Tenha especial cuidado com a caligrafia e com a ortografia. Faça uma atenta gestão do tempo disponibilizado para a realização da prova. Boa Sorte!
FACULDADE DE DIREITO
Licenciatura em Direito Direito Processual Penal Frequência (Pós Laboral)
22-06-2007
Docentes: Conselheiro António Quirino Soares. Dr. Flávio Serrano Roques. Duração: 2h.00m. Cotação: I= 6 valores; II= 12 valores (3 valores por sub-questão); 2 valores da ponderação global. N.º páginas: 2 (duas)
I
Questão teórica
Pronuncie-se sobre as noções de ofendido e de assistente, sobre o estatuto processual do
assistente, as suas funções, e os seus poderes, relacionando-os com os poderes do
Ministério Público.
II
Questão prática
No dia 1 de Janeiro de 2007, na cidade de Almada, José foi vítima de uma agressão
com arma de fogo, por parte de Aníbal, feita com intenção de matar.
Transportado numa ambulância para o Hospital de São José, em Lisboa, ali veio a
falecer, em consequência das lesões sofridas, e apesar de submetido a intervenção
cirúrgica.
Responda fundamentadamente às seguintes perguntas:
1. Qual o magistrado do Ministério Público competente para proceder ao
inquérito, o de Lisboa ou o de Almada?
2. Deduzida acusação contra o Aníbal, como autor de homicídio voluntário, e
requerida instrução pelo arguido, o juiz de instrução, findo o debate instrutório,
entendeu que estavam suficientemente indiciados todos os factos que constavam
da acusação, mas discordou da respectiva qualificação jurídica, porque
entendeu que, em vez do crime de homicídio simples, se verificava o crime de
homicídio qualificado, p. e p. pelo art.132º 1 e 2, al. b), devido à avançada
idade e à doença grave de José.
Que procedimento deveria o juiz de instrução adoptar?
3. Na audiência de julgamento, o arguido Aníbal, quando confrontado, pelo juiz
presidente, com os factos por que foi pronunciado declarou não desejar prestar
declarações.
a) Quais as consequências, se as há, criminais, processuais ou especificamente
probatórias dessa atitude?
b) Poderia o juiz presidente, nessas circunstâncias, ler, em audiência, as
declarações prestadas pelo arguido no primeiro interrogatório judicial de
arguido detido, onde constava uma pormenorizada confissão dos factos?
FIM Tenha especial cuidado com a caligrafia e com a ortografia. Faça uma atenta gestão do tempo disponibilizado para a realização da prova.
Boa Sorte!
FACULDADE DE DIREITO
Licenciatura em Direito Direito Processual Penal
Exame 1.ª Época (Diurno) 17-07-2007
Docentes: Conselheiro António Quirino Soares. Dr. Flávio Serrano Roques. Duração: 3h.00m. Cotação: I= 6 valores; II= 6 valores; III= 6 valores (2 valores por cada sub-questão) 2 valores da ponderação global. N.º páginas: 2 (duas)
I
Questão teórica (6 valores)
Comente e desenvolva a seguinte expressão, dita a propósito da interpretação e
integração da lei processual penal: “O Código de Processo Penal é
tendencialmente autónomo e auto-suficiente”
II
Questão teórico-prática (6 valores)
José foi pronunciado pela prática de um crime p. e p. pelo art.144º, al. a), do
Código Penal (ofensa à integridade física grave) e um crime de furto simples p. e
p. pelo art.203º - 1, do mesmo código.
Terminada a produção da prova, os membros do tribunal colectivo, reunidos no
gabinete por iniciativa do juiz presidente, concordaram na convicção de que não
se provaram os factos integradores do crime de ofensa à integridade física e que,
por outro lado, se provou o crime de furto, mas qualificado, p. e p. pelos art.203º
- 1 e 204º - 1, al. a), do referido Código Penal, porque o objecto subtraído, ao
contrário do que constava do despacho de pronúncia, era de valor elevado.
Que procedimento deveria o presidente do tribunal adoptar em seguida?
III
Questão prática (6 valores)
A e B, réus numa acção cível que lhes foi movida por C, apresentaram, para
prova de factos essenciais alegados na contestação, um cheque falso, por ambos
fabricado com intuito de prejudicar C, assim incorrendo na previsão do art.256º,
nº2, do Código Penal.
A falsificação foi realizada na área da comarca de Lisboa, onde também
decorreu o processo cível.
C denunciou o crime perante o Ministério Público da comarca de Lisboa.
1. Poderá organizar-se um só inquérito quanto a A e B e nele ser
deduzida uma única acusação? (2 valores)
2. Suponha que o magistrado do Ministério Público que tem a direcção
do ou dos inquéritos aplica cumulativamente aos arguidos, já
constituídos como tal, as medidas de coacção de termo de identidade
e residência e de caução. (2 valores)
Poderia o Ministério Público fazê-lo? Se não, como classifica o acto,
no âmbito da categoria das invalidades processuais?
3. No ou nos processos instaurados, poderá C, prejudicado com a
falsificação, constituir-se assistente? Como e até quando? (2 valores)
FIM Tenha especial cuidado com a caligrafia e com a ortografia. Faça uma atenta gestão do tempo disponibilizado para a realização da prova.
Boa Sorte!
FACULDADE DE DIREITO
Licenciatura em Direito Direito Processual Penal
Exame 1.ª Época (Pós-laboral) 17-07-2007
Docentes: Conselheiro António Quirino Soares. Dr. Flávio Serrano Roques. Duração: 3h.00m. Cotação: I= 6 valores; II= 6 valores; III= 6 valores (2 valores por cada sub-questão) 2 valores da ponderação global. N.º páginas: 2 (duas)
I
Questão teórica (6 valores)
Comente e desenvolva o seguinte comando legal: “O processo penal é
promovido independentemente de qualquer outro e nele se resolvem todas as
questões que interessam à decisão da causa”
II
Questão teórico-prática (6 valores)
Numa sentença condenatória, o juiz fundamentou a decisão de facto da seguinte
maneira: “O tribunal considerou provados os factos referidos atrás com base nas
declarações do arguidos e dos queixosos e nos depoimentos das testemunhas,
que falaram com isenção e verdade, e, ainda, nos documentos juntos ao
processo”.
Aprecie a fundamentação transcrita sob o ponto de vista da sua suficiência.
III
Questão prática (6 valores)
A e B, réus numa acção cível que lhes foi movida por C, apresentaram, para
prova de factos essenciais alegados na contestação, um cheque falso, por ambos
fabricado com intuito de prejudicar C, assim incorrendo na previsão do art.256º,
nº2, do Código Penal.
A falsificação foi realizada na área da comarca de Lisboa, onde também
decorreu o processo cível.
C denunciou o crime perante o Ministério Público da comarca de Lisboa.
1. Supondo que foi instaurado um único inquérito quanto a A e B,
poderão eles serem assistidos pelo mesmo defensor? (2 valores)
2. No decurso das investigações, apurou-se que D e E eram amigos
íntimos e confidentes de B, e, entre eles, também, amigos íntimos,
sendo frequente manterem contactos telefónicos uns com os outros.
Nessas circunstâncias, poderia o telefone das residências de D e E
serem colocados sob escuta? Qual a entidade competente para a
autorizar a intercepção? (2 valores)
3. Qual a forma de processo aplicável ao julgamento dos arguidos, e qual
o tribunal de competência específica competente? (2 valores)
FIM Tenha especial cuidado com a caligrafia e com a ortografia. Faça uma atenta gestão do tempo disponibilizado para a realização da prova.
Boa Sorte!
FACULDADE DE DIREITO
Licenciatura em Direito Direito Processual Penal
Exame 2.ª Época (Diurno) 12-09-2007
Docentes: Conselheiro António Quirino Soares. Dr. Flávio Serrano Roques. Duração: 3h.00m. Cotação: I= 6 valores; II= 6 valores; III= 6 valores. 2 valores da ponderação global. N.º páginas: 2 (duas)
I
Questão teórica (6 valores)
O que entende por indícios suficientes?
II Questão teórico – prática (6 valores)
No decorrer da investigação de um crime de homicídio voluntário, uma testemunha que
não presenciou os factos revelou a identidade de uma pessoa que lhe disse “ter visto
tudo”.
Fê-lo apenas porque foi fisicamente agredido e teve receio de o continuar a ser.
Podia aquela outra pessoa ser inquirida?
III
Questão prática (6 valores)
Em Janeiro de 2007, Cristina apresentou queixa contra Manuela, dizendo que esta lhe
telefonava frequentemente para casa, insultando-a e ameaçando-a directamente.
No âmbito do inquérito instaurado, foi montada, com autorização do juiz de instrução,
uma intercepção do telefone de Manuela.
No âmbito dessa intercepção, ficou gravada um telefonema entre Manuela e Cristina,
durante o qual a primeira, referindo-se à mãe de Cristina, afirmou: “a tua mãe é uma
grande aldrabona e uma grande vigarista”.
Tendo tomado conhecimento através da filha das afirmações de Manuela a seu respeito,
que considerou ofensivas da sua honra, a mãe de Cristina apresentou, por seu turno,
queixa contra Manuela e requereu que a gravação da escuta do telefonema fosse
transcrita para ser utilizada e valer como meio de prova no inquérito instaurado na
sequência da sua queixa.
É legalmente possível a requerida utilização?
FIM Tenha especial cuidado com a caligrafia e com a ortografia. Faça uma atenta gestão do tempo disponibilizado para a realização da prova.
Boa Sorte!
FACULDADE DE DIREITO
Licenciatura em Direito Direito Processual Penal
Exame 2.ª Época (Pós-Laboral) 12-09-2007
Docentes: Conselheiro António Quirino Soares. Dr. Flávio Serrano Roques. Duração: 3h.00m. Cotação: I= 6 valores; II= 6 valores; III= 6 valores. 2 valores da ponderação global. N.º páginas: 2 (duas)
I
Questão teórica (6valores)
O que entende por suspensão provisória do processo? Explique em que momento do
processo e em que circunstâncias pode surgir ou ser aplicada.
II
Questão teórico – prática (6 valores)
Certo arguido por um crime de homicídio involuntário, que nunca foi encontrado, foi
declarado contumaz.
Tendo, depois disso, tomado conhecimento da existência do processo, juntou a este,
subscrito por advogado constituído, um requerimento para abertura de instrução.
Quid juris?
III Questão prática (6 valores)
Durante a instrução, requerida pelo arguido, na sequência de acusação pela prática
voluntária e consciente de um crime de roubo, p. e p. pelo art.210º CP, o juiz de
instrução ordenou a realização de perícia psiquiátrica.
O relatório pericial, conjugado com os demais elementos do processo, fê-lo concluir que
o arguido sofria, à data dos factos por que vinha acusado, de uma psicopatia grave que o
impedira de se aperceber da ilicitude da sua conduta e que havia perigo de continuar a
agir da mesma maneira, praticando mais roubos (art.20º - 1 e 91º - 1 CP).
Por outro lado, o juiz de instrução considerou suficientemente indiciados os restantes
factos da acusação.
Nestas circunstâncias, que deveria fazer o juiz de instrução?
FIM Tenha especial cuidado com a caligrafia e com a ortografia. Faça uma atenta gestão do tempo disponibilizado para a realização da prova.
Boa Sorte!
FACULDADE DE DIREITO
Licenciatura em Direito Direito Processual Penal
Exame Época Especial (Diurno/Pós-laboral) 21-XI-2007
Docentes: Conselheiro António Quirino Soares. Dr. Flávio Serrano Roques. Duração: 3h.00m. Cotação: I= 6 valores; II= 6 valores; III= 6 valores. 2 valores da ponderação global. N.º páginas: 2 (duas)
I Questão teórica
Desenvolva a seguinte temática: métodos proibidos de prova.
II Questão teórico-prática
António é detido em flagrante delito, por dois agentes da PSP, no interior de um
estabelecimento comercial, devido a factos subsumíveis ao tipo legal de furto
qualificado, p. e p. pelo artigo 204.º, n.º1, alínea f) do Código Penal. Já na esquadra da
PSP é constituído arguido e sujeito a termo de identidade e residência. Durante a
efectivação destes dois actos processuais, em conversa informal com os dois agentes
que o detiveram, António afirma ter sido contratado por um indivíduo, que apenas sabe
chamar-se Bártolo, para fazer a subtracção a troco de 5000euros., tendo combinado
encontrar-se com ele, logo após o assalto, pelas duas horas, no Largo do Chiado, em
Lisboa.
No dia seguinte, perante o Juiz de Instrução, António recusa-se a prestar qualquer
declaração.
a) Poderão os depoimentos dos agentes da PSP, relatando o conteúdo da referida
conversa informal, permitir a abertura de inquérito e simultaneamente ali
constituir meio de prova contra António e Bártolo?
III
Questão prática
No final de um jogo de futebol, na cidade da Guarda, dois adeptos envolveram-se em
confrontos no exterior do Estádio. A PSP deteve no local os 2 indivíduos. Ambos
apresentaram queixa, foram constituídos arguidos, sujeitos a termo de identidade e
residência e presentes ao Ministério Público para interrogatório. Após o interrogatório o
Ministério Público requereu ao Juiz de Instrução Criminal a aplicação de uma caução e
a proibição de entrar em campos de futebol, sendo tais medidas aplicadas pelo juiz.
Findo o inquérito o Ministério Público requereu o julgamento dos arguidos em processo
sumaríssimo, imputando-lhes a prática de um crime de ofensa à integridade física, p. e
p. no artigo 143.º do Código Penal, tendo para o efeito apresentado a devida proposta
sancionatória.
a) Aprecie a validade da aplicação das referidas medidas de coacção.
b) Haveria lugar à aplicação das regras da conexão de processo? Justifique.
c) Imagine que um dos arguidos, na sequência da notificação que lhe é feita ao
abrigo do disposto no artigo 396, n.º1 alínea b) do Código de Processo Penal,
se opõe à pena proposta pelo Ministério Público. Qual a tramitação
subsequente dos autos? Poderia o referido arguido requerer ainda a abertura
da fase de instrução?
Tenha especial cuidado com a caligrafia e com a ortografia. Faça uma atenta gestão do tempo disponibilizado para a realização da prova.
Boa Sorte!