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Doutrinas Éticas Fundamentais
Licenciatura em Filosofia- 4 Período
Antony Christian - Augusto Rodrigues - José Matias
1. ÉTICA E
HISTÓRIA
• As doutrinas éticas
fundamentais nascem em
diferentes épocas como
respostas a problemas básicos
• Elas não podem ser
consideradas isoladamente,
mas dentro de um processo
• Mudando a vida social, muda
também a vida moral
2. A ética grega
- O processo de democratização
como estímulo
- O naturalismo sucedido pelo
humanismo
- A pólis como contexto: “Ser
ético para governar
I. Os Sofistas
- Um movimento intelectual
-O Saber prático e a Retórica
como instrumento: arte de
persuasão.
“ (...) a arte de convencer é
transmitida e desenvolvida
pondo a dúvida, não só à
tradição, mas a existência de
verdades e formas
universalmente válidas” (p. 269)
Protágoras: relativismo e
subjetivismo
Górgias: é impossível saber o que
existe realmente e o que não
existe.
II. Sócrates
Adversário da democracia
ateniense e mestre de Platão
- Concorda com os sofistas no
“desprezo” pelo conhecimento
natural e na paixão pelo
homem: Conhece-te a ti
mesmo”
- Discorda do relativismo (o
valor varia conforme a
situações ou relações com os
outros), e o subjetivismo
(tendência a reduzir tudo ao
sujeito)
II. Sócrates
-Conhecimento é sempre
universal, moral, prático.
- A Ética Socrática é racionalista.
Nela encontramos:
a) Uma concepção de bem e
de bom
b) A tese da virtude
c) A tese (sofista) de que a
virtude pode ser transmitida
e ensinada
- Resumidamente, para Sócrates
o homem que conhece o bem
se esforça por praticá-lo
III. Platão
.
“A pólis é o terreno da vida
moral”
A ética que depende da
metafísica dualista e da sua
doutrina da alma
Virtudes: razão- prudência,
vontade- fortaleza, apetite-
temperança= Justiça.
“O indivíduo por si só não
alcança a perfeição”
(p.271)- A necessidade do
Estado
III. Platão
.
Justiça= harmonia
A República como estado
ideal à semelhança da alma
Na ética platônica
transparece o desprezo
pelos trabalhos físicos
O homem só se forma
espiritualmente no Estado e
mediante sua subordinação
à comunidade
IV. Aristóteles
.
-Discípulo de Platão,
preceptor de Alexandre da
Macedônia
-Oposição ao dualismo
ontológico de Platão
-Potência e Ato
-O homem é atividade,
constante passagem
-Deus é ato puro
-O fim último: a felicidade
(eudaimonia)
IV. Aristóteles
.
-Felicidade identificada com
a vida “contemplativa”
-As virtudes dianoéticas e
éticas
-“A virtude está no meio”
-A comunidade é o meio
necessário da moral
-A vida política acessível
apenas à uma pequena elite
O homem bom tem que ser
bom cidadão
V. Estóicos e
Epicuristas
.
-Decadência do mundo
antigo greco-romano
-Estóicos: Zenão, Sêneca,
Epíteto, Marco Aurélio
-Epicuristas: Epicuro e Tito
Lucrécio Caio.
-A moral não mais se
define em relação a pólis,
mais ao universo.
V. Estóicos e
Epicuristas
.
-Para os Estóicos: no mundo
acontece apenas o que Deus
quer. O sábio aceita seu
destino e age consciente
dele.
-O Bem supremo consiste
em agir de acordo com a
sua natureza (com a razão)
-Apatia e impertubabilidade
V. Estóicos e
Epicuristas
.
-Para os Epicuristas: tudo é
formado de átomos
materiais que possuem certo
grau de liberdade.
-Não há intervenção divina
-O bem, para Epicuro, é o
prazer espiritual
-O homem alcança a
felicidade retirado da vida
social. Dissolve-se a unidade
moral & política
3. A ética cristã
MEDIEVAL
-O cristianismo se eleva sob as
ruínas da sociedade antiga
-A escravidão cede o seu lugar
ao regime da servidão
-Fragmentação política e
econômica. A religião é o
elemento de unidade social
-Moral e Ética impregnadas de
conteúdo religioso
I. A Ética Religiosa
.
- Verdades reveladas
-O que fazemos diante de Deus
(não mais do cosmos ou da
pólis). Uma “ética pessoal”
-A essência da felicidade
(beatitude) está na
contemplação de Deus
-A supremacia do plano
espiritual
-As virtudes fundamentais em
relação ao homem (Prudência,
Fortaleza, Temperança, Justiça) e
em relação a Deus (Fé, Esperança
e Caridade)
I. A Ética Religiosa
.
-Elevar o homem a uma
ordem sobrenatural
-A solução transferida para o
DEPOIS
-O cristianismo deu aos
homens, pela primeira vez
sua consciência de igualdade
(utópica no momento)
-Princípios absoluto-
dogmáticos
II. A Ética Cristã
Filosófica
.
-O cristianismo não é uma
filosofia, mas uma religião (fé e
dogma), mas utilizou-se da
filosofia para esclarecer e
justificar suas verdades reveladas
-Filosofia ancilla theologiae
-Aproveitamento da herança
clássica, e processo de
cristianização
-Agostinho e Santo Tomás
-A purificação da alma platonica,
transforma-se em elevação
ascética a Deus em Agostinho
-A ética tomista coincide em seus
traços gerais com Aristóteles
4. A ética moderna
-Ética dominante desde o sec.
XVI até os começos do sec. XIX
-Ética dominante desde o sec.
XVI até os começos do sec. XIX.
I. A ética antropocêntrica no
mundo moderno
.
-Um período de mudanças
em todas as ordens
-Incremento das forças
produtivas e
desenvolvimento científico
(Galileu e Newton)
-Fortalecimento da burguesia
e revoluções
-Religião perde espaço e
Igreja Católica perde
hegemonia
I. A ética antropocêntrica no
mundo moderno
.
-O que a Idade Média uniu a Idade
Moderna o separa: A razão da fé, a
natureza de Deus, o Estado da
Igreja
-O homem adquire um valor
pessoal: ser corpóreo, sensível, com
vontade, e na ação
-O homem afirma seu valor em
todos os campos: ciência;
arte, política, moral (o centro)
-Descartes: eu pensante
-Iluministas: o novo homem através
da ilustração
-Kant: o homem como consciência
ativa
II. A ética em Kant
.
-Do Koenigsberg
acompanha os grandes
acontecimentos que
culminaram com a
Revolução de 1789
-No campo do
conhecimento: O que o
sujeito conhece é produto
de sua consciência
-A mesma coisa se verifica
no campo moral: o homem
dá a si mesmo a própria lei
II. A ética em Kant
.
- O que a vontade ordena é
universal por sua forma e não
tem um conteúdo concreto.
Imperativo Categórico
- A ética de Kant é formal e
autônoma:+ Formal- postula um dever para todos+ Autônoma- culminação -renascimento
- Conclusão: na ética de Kant o
homem se define antes de tudo
como um ser ativo, produtor ou
criador = AUTÔNOMO
5. A ética contemporânea
Contexto histórico:
I- Instauração de uma ordem social
que se apresenta conforme a
natureza racional do homem.
II - Profunda irracionalidade da
burguesia
III- Uma época de contínuos
progressos científicos e técnicos.
Imenso desenvolvimento das forças
produtoras.
IV- Novo sistema social- socialismo-
reavaliação de comportamentos
5. A ética contemporânea
Filosoficamente:
I- Uma reação contra o
formalismo e o racionalismo
abstrato kantiano.
II- Hegel- o apogeu do sujeito
soberano, ativo e livre... Ideia,
Razão ou E. Absoluto.
III- A ética sai em defesa do
homem real.
I. De KierKegaard ao
existencialismo
.
- Kierkegaard (1813- 1855)
-Anti- Hegel
-O homem é o concreto...
Sua objetividade.
-O irracionalismo absoluto
e o Individualismo radical
-Três estágios da
existência do indivíduo:
Estético, Ético e o
Religioso.
Em Kierkegaard a moral é
limitada.
I. De KierKegaard ao
existencialismo
.
Max Stirner (1806- 1856)Johann Kaspar Schmidt
- Encontrar o homem
moderno Eu, na Vontade
Individual ou no Único.
-O Egoísmo integral
-Negação Absoluta de
toda instância de
autoridade
- Se em Kierkegaard a
moral ocupa um setor
limirado da
individualidade, em Stiner
ela se torna impossível.
I. De KierKegaard ao
existencialismo
.
Jean Paul Sartre (1905- 1980)
- Deus não existe
- Resta apenas o homem como
fundamento sem fundamento
(sem razão de ser) dos valores.
- O homem é liberdade- a
liberdade é a única fonte de
valor.
- Se a liberdade é o valor
supremo, o valioso é escolher e
agir livremente.
- Posso tomar minha liberdade
como fim e tomo também
como fim a do outro.
-A ética sartreana é liberdade
individualista.
II. O pragmatismo
.
-Pierce, James e Dewey
-Filosofia antiespeculativa e
afastada de problemas
abstratos, voltada para as
questões práticas... Utilitárias.
- A verdade é o útil, que
melhor ajuda a viver e conviver.
- Moral reduzida a atos que
levam ao êxito pessoal numa
variante utilitarista egoísta que
rejeita a existência de valores
ou normas objetivas.
III. Psicanálise e ética
.
-Sigmund Freud (1856- 1939)
- “O pressuposto básico da
psicanálise é a afirmação de que
existe uma zona da
personalidade, da qual o sujeito não
tem consciência” (p.289)
-Os atos inconscientes (instintivos)
devem ser excluídos do campo
moral
-Fromm e a visão social: os fatores
sociais tem mais peso que os
inconscientes
IV. O Marxismo
.
- Crítica à moral do passado e
bases para uma nova moral
-A tentativa de recuperar o
homem concreto de Marx
-O homem é antes de tudo
práxis
-O homem é um ser social
-O homem é um ser histórico
-A moral tem uma função
social
-O homem deve intervir na
transformação da sociedade
V. Neopositivismo e filosofia
Analítica
.
Reduz a tarefa das investigações
éticas a uma análise das
proposições morais, ou da
linguagem do comportamento
moral.
- Moore “Falácia naturalista”.
Intuição.
-O bem só pode ser captado por
meio da intuição.
-Alfred J. Ayer: os conceitos
éticos... São somente expressão de
emoções do sujeito.
- Stirverson- a linguagem ética é
não só expressão de
emoções, mas produção de
emoções nos outros.
-
Obrigado!
ADOLFO, Sánchez Vásquez. Ética.
In: Doutrinas éticas fundamentais.
Tradução Joao Dell`Anna. 29 ed.
Rio de janeiro, 2007.
Referências