Douce Poésie VII
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Douce Poésie VII
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Copyright 2017 (1ª Edição)
Todos os direitos desta edição reservados aos autores.
Impresso no Brasil Printed in Brazil.
Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto n 1.825, de 20/12/1907.
Projeto editorial e diagramação: Antônio Ramos da Silva
Capa:
UQC – Comunicação Visual
Revisão técnica e ortográfica: dos autores.
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
ISBN –
PERMISSÃO DOS AUTORES PARA CITAÇÃO
É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive
quanto às características gráficas e/ou editoriais. A violação de direitos autorais
constitui crime (Código Penal, art. 184 e Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980)
sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).
S586d Douce Poésie VII - poesias & textos / Antônio Ramos da Silva...
[et al.]. – 1. ed. – [S.l.]: Bookess, 2017. 139 p.
ISBN: 978-85-448-
1. Poesia brasileira. 2. Literatura brasileira – Miscelânea.
I. Ramos da Silva, Antônio. Título.
CDD: 869.98
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Antônio Ramos da Silva
Ana Júlia Machado
Carmen Jara
Janet Maria Faggion Corezola
Joabe Tavares de Souza
Jose Alfredo Evangelista
Maria Eli Souza Santos
Maurélio Machado
Pedro Luiz P. da Silva
Rose Bona
Sueli Schulka
1ª Edição
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Essa obra é um projeto da “Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, estado de Santa Catarina” integrando escritores, Baiano, Catarinense, Gaúcho, Mato-grossense, Paranaense, Paulista e Português. Intercâmbio cultural de ideias retratadas em poesias, pensamentos e textos.
“Reunir Escritas é Possível”.
A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.
Aristóteles
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Apresentação: (5)
Sumário: (6)
Poesias & Textos
Antônio Ramos da Silva: (7/18)
Ana Júlia Machado: (19/30) Carmen Jara: (31/42)
Janet Maria Faggion Corezola: (43/54) Joabe Tavares de Souza: (55/66)
Jose Alfredo Evangelista: (67/78)
Maria Eli Souza Santos: (79/90) Maurélio Machado: (91/102)
Pedro Luiz P. da Silva: (103/114) Rose Bona: (115/126)
Sueli Schulka: (127/138)
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Antônio Ramos da Silva
Nasceu em 19 de Setembro de 1960, na cidade de Brusque (SC). Vive e trabalha em São Bento do Sul (SC). Professor. Escritor. Ativista Cultural. Historiador e Poeta. Graduado em Ciências Econômicas, pela Faculdade De Plácido e Silva – FADEPS – Curitiba (PR). Pós-graduado em Gestão Financeira, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR - Curitiba (PR). Em suas atividades em exercício é Presidente da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul (SC) e membro da Associação Internacional de Poetas. Idealizou, planejou e executa o projeto “Diferente Sim, Indiferente Não” e “Oficina de Poetas” em São Bento do Sul (SC). Recebeu a Medalha do Mérito Cultural Dr. Arthur João de Maria Ribeiro - 2013, concedido pelo Instituto Montes Ribeiro e o Troféu Escritor Osvaldo Deschamps de Literatura e Artes - 2013. Publicou: 76 títulos entre poesias, textos, diálogo e história.
Contato:
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E por vez
E por vez as horas duram um dia.
Às vezes o dia se prolonga.
E por vez os pessoas que abraçamos
não vemos mais e nunca mais as lembramos.
Às vezes as encontramos e em um segundo
o que o tempo desfez, o coração despertamos.
E por vez notamos o que aparentamos
e por vez esquecemos ou recordamos e tantas vezes às vezes.
Sim! Ás vezes um segundo equivale a tantos anos.
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A sedução não está na beleza física,
porque não depende da visão. Está nos gestos e de como você olha.
A boca é fatal! Como dominar corpo e mente,
desejando-te ardentemente? O calor dos teus lábios
faz o amor sentir e a pele transpirar.
Sem ti o horizonte
é o abstrato traço de uma arte vazia.
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O agora
Caminho sem pressa, não possuo destino,
nem sei pra onde vou.
Entremeios a passos e eu há um contrassenso
entre se sou ou se estou um verbo intransitivo
que dita o meu andar denso e instintivo.
Sem pressa caminho. Sempre vou...
assim tenho tempo para divagar.
Giro sobre o meu eixo; a pressa que o mundo tem
rotacionando as minhas queixas.
Rumo ao meu momento que será sempre o agora
se tardio ou cedo demais não sei.
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Inocente
Sei que vou padecer inocente
talqualmente como vim ao mundo.
Assim tão descoberto.
Descalço como criança. No universo dos meus versos
um feliz analfabeto.
Não saberei definir o que é falsificado,
ou incorreto.
Sei que vou morrer inocente
exatamente como nasci.
Permanecerei sem saber o que é. Apenas saberei de mim.
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Sou claro
Sou claro a tua ausência machuca-me. Limita-se à alma e não sai.
Uma tristeza no olhar substitui a tua imagem. Uma mão fria e vazia toca o meu mundo e cai.
Sou claro
a tua ausência aprisiona-me. Do amor, acrescenta-me a solidão. Do sonho, diminui-me os planos.
O vazio do mundo me deixa na mão.
Sou claro a tua ausência doí-me.
Apenas em sonho me aproximo de ti.
Escrevendo é que te liberto. Tua voz explode de dentro de mim. A tua ausência é o eco da morte.
Fui claro!
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Apaixonar-se é abrir-se para o outro sem nenhuma garantia.
Nunca acabarão
com a distância, rugas na face e o amor.
A vida é uma sucessão contínua de oportunidades.
Quem se apaixona
por si mesmo não tem rival.
Se impressione com a vida não com as pessoas.
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O que busco?
Os laços que busco em um amor entrelaçado
é o poente de um sol com cheiro de maresia
deitado na areia da praia com as espumas batendo nos pés.
Saber o que busco
é o amor em lusco-fusco o vento que às vezes é brusco
eleva o nível do mar.
Quer o que busco? Nós interagindo no meio a sombra e sem receio
preparados para qualquer revés, sem ilusão e disfarce,
marcar nossas pegadas na areia da praia molhada,
a ver o dia acender-se e a noite vindo do nada.
Quer saber o que busco?
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Olhos teus
Com as palavras que li em teu olhar
escrevi um poema menor. Com um bocado de mel
teus pensamentos eu sei decór.
Adocei e servi-te chá.
Erva-doce que de minha alma
te leu quando te vi no meu olhar.
Adormeci
nos olhos teus nos meus calados
simplesmente enamorado foi só um sonho meu.
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Flor primeira
Vem amor, vem! O botão da rosa se abriu.
Colha a tua juventude que ontem...
fresca e perfumada se viu.
Não perdeu o frescor! Conserva rubra e linda, a cor.
Como se vê nos galhos,
em pleno maio, bela e jovial, roseira de primeira flor.
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Frases
As coisas que realizo nunca são tão belas quanto às que sonho, mas às vezes acontecem coisas tão belas que nunca ousei sonhar. Isso aconteceu comigo quando estou contigo! Ser vitorioso é uma droga inserida em nossa personalidade desde o berço, sendo isso um disfarce social hipócrita. Constituir o ego e o amor-próprio basta-nos o elogio não neurótico e desordenado, mas merecido. Estar só é extremamente necessário do ponto de vista da reflexão pessoal. A doença advém no “ser só”, sendo um projeto neurótico o longo prazo de distanciamento do outro, pelo temor à frustração que um relacionamento possa acarretar.
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Ana Júlia da Cunha Lopes Machado
Nasceu em 13 de Fevereiro de 1959, em Viana do Castelo (PT). Reside em Viana do Castelo (PT). Aposentada por invalidez absoluta. Escritora, Poetisa e Ativista cultural. Estudou até ao 12º ano, na Escola Comercial e Industrial e Liceu de Viana do Castelo. Concluí o curso médio de Secretária de Administração, Licenciatura em Comunicação e imagem na Universidade Fernando Pessoa - Porto. Concluiu ainda o Grau de Investigadora do Curso de Doutoramento em Intervenção Psico-educativa, na Faculdade de Vigo em Espanha. Lecionou no ensino secundário e profissional por 27 anos varias disciplinas na humanística e comunicação. Foi orientadora de provas de aptidão, coordenadora de cursos, diretora de turma e diretora de polo. Iniciou a escrever há cerca de 2 anos, por ter sido incentivada por vários escritores. É um ser que não tolera falta de valores; preza imenso o conceito de família. Gosta de respeitar e ser respeitada. Infelizmente, atualmente é muito céptica a um futuro melhor. Considera que o ser humano cada vez mais está ávido de poder e futilidades e falta de altruísmo. O mundo está em guerra. Gosta de ler, conviver com a família e os amigos e adora o ar livre. A sua religião consiste em ser responsável pelos seus atos. A habilidade mais relevante em si e que mais considera é a área de investigação e docente.
Publicou:
Premium VII e Premium X Ouro, (poesias & textos, 2015), Platinum I, XI, XXI e O Ser I, II, III, IV, V, VI (poesias & textos, 2016) e Douce Poésie II (poesias & textos, 2017) pela Bookess Editora.
Contato:
[email protected] Júlia Machado
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Nostalgia
Se ambiciona compreender o que é nostalgia Haverá que antecipadamente a tudo julgar
Experimentar o que é desejo, o que é meiguice E tiver por bem-fazer um desmedido estimar residir
Nesse caso, entenderá o que é nostalgia Posteriormente houver vivido um imenso afeto
Nostalgia é retiro! Taciturnidade! É taciturnidade! É recapitular. Viver!
Se ambiciona perceber o que é nostalgia... Haverá que antecipadamente atingir o que o rodeia!
Ensaiar o que é ânsia, o que é ternura! E haver por benefício um desmedido estimar habitar!
Nesse caso, perceberá o que é nostalgia! Posteriormente haver vivido um colossal bem-querer...
Nostalgia é segregação, Taciturnidade. É plangência! É reviver. Residir!
Sensibilidades e sentimentos que dispõem fração do ser.
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Muitos seres em mim…
Cabem muitos seres no meu âmago. Existe uma fêmea agradável e indulgente que vai arcando os vilipêndios da existência e outra, que em determinados dias, ingressa em entonteço de tão consternada. Existe igualmente uma criatura íntegra e inalterável no seu ambicionar, existe outra que, se insidiada nas suas confidências, possui complexidade em indultar e, dicotomicamente, outra até que iliba mesmo o que não carece ser ilibado. Existe a fêmea possante que sugere ser empedernida, sensivelmente unipessoal, e aquela que, isolada, lacrimeja toda a sua astenia e inépcia defronte do indeclinável. Coabitam em mim a justeza do quotidiano conduzido a término com consistência e a quimera e a sentimentalista que provêm tão fidedignas quão a existência diária. Existe uma fêmea ainda púbere e a sua silhueta sazonada. Existe uma criatura excessivamente resoluta que acossa os seus protótipos durante tempos e aquela que demanda ânimo em ocasiões de desamparo. Existe no meu espírito a fêmea entusiasta que prosa vivamente com criaturas que não possui qualquer ligação de conhecimento e outra tão pejada, que avermelha quando enaltecida, fica de cabisbaixo e não verbaliza verbo, a não ser um subtil grato existe uma fêmea, em peculiar, apreensivamente em não perpetrar iniquidades e que, irracionalmente, por ocasiões é padecente da mesma. Existe aquela que redige sem pejo e sem reprimenda tudo o que comporta e a outra que a espia e a sentencia com receio que seja incorretamente decifrada. Existe a criatura brincalhona, de rir despretensioso e a outra que queda miserável com um desenredo de uma película e que, agregando todos os fragmentos de sofrimento, pondera que a sua vida acha-se ceifada, para posteriormente ressarcir-se, pois a existência sojorna para ser sentida e não subaproveitado em padecimentos fúteis. Existe uma fêmea com fulgor, e admira o estar bem consigo mesmo, com sua imagem e outra que medita que tudo transita e que o fenecimento encurta a borralhas todas as ostentações do planeta assim matizaria a minha tela com pigmentações vivas e pigmentações pretas.
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Jamais…
Adorava entender, mas jamais compreendi o frágil fio que dissocia e discrimina a deslealdade da emoção e da possança.
Inalteravelmente se é audacioso por privação de escolha. Amiudamente se é medroso por imoderação de sensação.
Incessantemente o ser impressiona-se e queda sem conduta.
Nego-me…
Quão consistências os verbos alvitram-nos? Quão susceptibilidades segredam-nos?
Como havia de prezar avassalar aprisionar todas essas qualidades em mim. Se fosse idónea a materializar tudo isso num escassamente momento.
Depreco um lacónico momento, chega-me um escasso fulgor, migalhice mais mendigo que um milésimo de segundo de perspicácia.
Mas, que inépcia perniciosa que aprisiona-me a este prosaísmo cavernoso que tão só embacia-me.
Que fato diabólico e arreigado é este que barra-me de escalar ao excelso, que coíbe-me de contemplar pulcritude das exultações e não dos acúleos.
Que selvajaria é esta que coíbe-me de prender aquilo que esbanjei, o que fui e cedi de ser e nem reconheço-me elejo-me inábil,
não desejo-me assim, abnego-me a este ser que enfastia-me!
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Expurgar…
Despejo-me a mim inerente. Ajustada acima de mim inerente despejo-me em emudecimento,
Expurgo-me, extirpo todo o lodo que no decorrer dos tempos, enroupou-me. São incomplexos, muito incomplexos,
modestos constituídos pela anexação de um fungo com um moliço, que desabrocham e fenecem ao palato das épocas do ano,
mas excessivamente intrincados. Tudo arrasam, ninharia os barra de serem eles, açoitam,
emprenham estirpes e posteriormente auferem existência própria. Não deixam de ser canibais da ostentação de sensações.
Já desprovida, observo-me ao reflexo. Miro-me, observo-me nos olhos e num trejeito de asco, arredo-os.
Espanto esta minha inanidade, que outros autenticam, extirpo este amargar arvorado pela origem,
abomino sem rancor tudo e todos, detesto-me por haver-me edificado assim.
Não volvo o dorso, aguento-me resistente e não arredo o olhar. Porfio a pesquisa. Diligencio em minúcia,
vou aos minúsculos detalhes de mim e diligencio coerência na minha causa e nas sensações.
Não desvendo antinomias, só a minha subalternidade e aparência divergem.
Distraio-me sem exultação.
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Léxico nauseabundo
Eu prezo a imperfeição de humano que falha. Que disserta o que considera.
Que diz a quem lhe merece que vá à trampa, quem achar que deve ir…
Gosto desses seres que não dissimulam. Reconhecer-me aí. Genuíno reconhecimento.
Não consigo denegar. Imperfeição de índole ajuda para redigir.
Alta sociedade da escumalha. Sociedade que aparecia na casa dos outros com um intuito,
a malvadez na escala dos desorientados. Não estou validando.
É que eu gosto de alongar meus pútridos com transparência. Possuo um léxico nauseabundo que é a elite do escoamento.
Remorder garras, casebre e calcantes surrados. Essa lasca de recordação entusiástica.
Era assim: jornadear na fina flor concertava. Certos dias da semana.
Com mortalha branca e desodorizante derrotado de venerar esse empobrecimento sebento.
Essa epinefrina de presídio. Aquele odor acidifica. Só para âmagos de obscenidade espagíria.
Pudicícia como? Arroga quem consegue; quem ambiciona. Quem joga. Arroga e lixa-se no bocal largo dessa plebe prudente.
Esses tantos que não me revelam apreço. Não invejo esse tipo de intelecto vulgar. Na realidade, eu execro.
Cobiçar é isolado demasiado. Sei de mim que era inócua. E putrefata de em certos dias da semana.
Careço exsudar toda essa servidão. Esse obstáculo. Essa penúria de cansaço do deleite dos lábios adoecidos.
Os lábios pegajosos. Reconhece… Já destilei todo o destroça das tropas.
Conheço não; certas reminiscências são como um parafuso apertado nas costas das pessoas que jamais desamarra.
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Oco volúvel
Como é possível, já nem espírito hei. Em mim vive tão só um oco volúvel um sorvedouro que desagrega-me
de um físico que similarmente não pertence-me. Sou possuidora tão somente de sensibilidades. Em mim vive meramente um ambiente universal
que dissipa-se abruptamente uma abolição de migalhice que desgarra-me por reminiscências de idoneidades sensitivas irreais, angélias efémeras de uns padecimentos mortificados,
impressões disseminam de um período que cobiça intervier. Em mim existe tão só coruscar escasso bolhoso,
vacuidades de exalações aprazíveis, paladares de suaves fragrâncias, aromáticos e bolhosos,
que ascendem à superfície do meu sofrer para imediatamente ausentarem-se como bolhas de vinho espumoso.
Patavina hei neste âmago de mim que quotidianamente condensa-se, ninharia vive neste âmago aparente de severidade,
nestas cinzas que exterminam-me em ustão vagarosa. Sou somente possuidora de uma possança gravitacional ecuménica
que sintetiza-se em verbos anorgânicos, em sintagmas sintáxicos incoerentes, mas que patenteiam-me
Tendo em conta a erudição coerente, mais lógicas que as intrínsecas subtrações exatas.
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Verbos em suspensão…
Em determinadas condições, sinto tanta dificuldade em narrar a sensação que hei,
O enredo do labirinto sufocante é de tal gravidade consistente, que nem percebo se possuo uma real paridade, uma personalidade capaz.
Quedo com a ideia de que tudo aquilo que provei, no decurso de muito tempo, foi contrafeito.
Fui uma deturpação de mim, esta é a minha precisão deste momento. Quedo com a impressão de que as minhas sensibilidades
sempre foram capitaneadas, subalternas a um planeta extrínseco coeso que considerava haver.
As minhas sensibilidades constantemente foram um género de servil, sulco de ingresso de uma residência em desmoronamento,
e que, impassível, cederam-se inebriar pela consistência que cobiçava, pela garantia que deveras não há e jamais ensaiei.
Hoje, e porquanto enxerguei a exatidão, afluem-me à reminiscência a omnipresença dos verbos em suspensão e de gabinetes, para não intitular lhe diferente designação,
Contaminados por sinais e símbolos de cargos convincentes. Agora, em mim, existe um presságio de fenecimento
e uma ânsia de existência. Agora enxerguei as reais arteiras do éden terrestre,
enxerguei arteiras seduzidas de penachos sumptuosos e eu a ensaiar-me imunda, perante tal cenário
não faltam deveras dissimulados no planeta terra…
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Vórtice em mim
Presentemente amargo tudo como se a existência fosse uma enorme incumbência.
O comprometimento de abranger a mestria, se entendo que não há, a promessa para com o mundo,
O acordo para comigo, a encargo de viver. Tudo ónus lacera-me esta concepção visceralmente inveterada.
Esta biosmose tão somente de uma direção, esta inabilidade de me exonerar deste fardo,
emprenha em mim um sofrimento que converte-me ofuscada. Ser nesta circunstância, que denominação de resistência como pedra,
é como residir em cárcere constante, é como se fosse presidiária de uma sociedade falaciosa
que transporta-me para um aparato de distúrbio psicológico, uma conjuntura debilitante íntima que deambula
durante a insônia e o repouso. Macera-me. Desejo pelo astro-rei, por áreas amplas,
desejo pelos cicios das nascentes, desejo acalmar deste vórtice de mim.
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Coisas da mocidade…
Já vagabundei nos devaneios pelas vias. Tocava às campainhas nas portadas para rir.
Marcava encontro nas escuridões negras. Sem meus pais saberem
cobiçando avassalar o bem-querer e ser ditosa.
Já originei promessas de querença que omiti. Osculei muito sem achar-me enamorada.
Diversões da adolescência, onde em nada se via o mal. Já caminhei na chama e nela sumi-me.
Abanquei nos empedrados por querença extasiada.
Caminhei análoga às desditas de contenda repleta de fragrância pretendendo estimar.
Repleta de garra ensaiava-me ditosa alienada de amor pretendendo oscular.
Provoquei encanto fui apaixonada e querida.
Soltei recordações arquivei nostalgias dos entalões nos saraus ósculos húmidos,
do sortilégio e fascino das númenes queridas.
Tudo compunha para deleitar o espírito e bem-querer por desejos que nem consigo decifrar.
Executei e presentemente ainda hei nostalgias da mocidade que abalou-se e não regressa mais.
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Idoneidade de ser…
Nisto ando reiteradamente. Elevada do pojo, ao pojo, regressarei. Não existe ninharia que se desbarate
nesse vórtice de poeira da magnitude estrelar. Mesmo que proximamente possamos pressentir o eterno,
a dançar com as ondas eletromagnéticas de energia resplandecente pelo ambiente.
E do pojo concebe-se astro-rei e luzeiros a torvelinhar pelo universo o que acha-se além igualmente encontra-se descensionalmente.
Logo tudo que somos é o intelecto que edifica nossa idoneidade de ser. Fato mais que polvilho a tombar do paraíso.
Nisto aqui ando repetidamente. Isso é tudo que eu conheço.
Não conheço algum desígnio celestial. Não sei reduzir um problema ou uma questão a pontos simples e claros, a geometria que corresponde à nossa representação intuitiva do espaço
e que comporta três dimensões da natureza, nem o que belzebus principiaram na sua laboração.
Possuo erudição tão somente que neste instante hei a intenção e possuo o período para requestar lá interiormente,
com fervor, seja o que for como o amor. Seja o que for como a existência que seja toda essa leveza de pluma
dubitativa, que insufla como o vendaval, e não entendemos por onde transitou, pois quase não a compreendemos.
Tão só o intelecto contempla o planeta em toda sua excelência.
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Verbos afáveis
Elejamos a afabilidade dos verbos se escutamos caso mélico e pacífico,
a nossa auscultação identifica a melopeia amável da palavra e a nossa alma alaga-se de harmonia e claridade.
Por diversas circunstâncias haveremos a faculdade de exercer em nós a suavidade dos verbos,
mas poucas ocasiões progredimos aconselhar-nos a esta experiência, pois muitas circunstâncias é nos mais cómodo a severidade dos verbos,
do que a fineza em nosso discurso. Percebam que se decidimos nossas contrariedades mensurando o que
proferimos, meditando previamente a conversar, havemos muito mais possibilidades de sermos bem acontecidos
do que meramente manifestando em detonação. Disponhamos em tudo que suscitarmos a afabilidade dos verbos
e assim se contemplará o quão poderemos corrigir os procedimentos.
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Carmen Maria Maciel Jara
Nascida em 07 de outubro de 1948, na cidade de Pelotas-RS. Viúva. Vive a sublime ventura de ser mãe e avó. Pedagoga, graduada pela Universidade Federal de Pelotas. Pós-graduada em Ensino e Prática Pedagógica na mesma Universidade. Especialista em Educação Especial pela Universidade Católica de Pelotas. Encerrou sua carreira no Magistério, exercendo a função de direção na APAE Capão do Leão (RS), dedicando os últimos anos à educação especial. Aposentada, além da dedicação aos netos pequenos, voltou-se à poesia no ano de 2015. Usa com gosto e emoção a junção de letras à compor versos que expressam momentos e emoções que enalteçam e descrevam o amor, fragmentando sentimentos de forma poética. Feliz, enquanto estado de espírito. Numa felicidade desvinculada de eventos alegres e ou tristezas momentâneas. Canta e vive o amor na sua mais pura essência, reconhecendo-o como a energia Universal.
Publicou:
20° Antologia Logos - Maio de 2016. Platinum XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXIII (poesias, 2016) - Bookess Editora. Douce Poésie I, III, V (poesias, 2017) – Bookess Editora. Selecionada: Antologia Sui Generis – Saloios & Caipiras-Portugal - Agosto de 2016 e “O canto do Rouxinol” (poesias, 2016) obra solo publicada pela Bookess Editora.
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Que ninguém se engane...
Que ninguém se engane... Pensando em enganar
A verdade por mais dissimulada Tende sempre à se mostrar.
Pode-se enganar à muitos Nunca à todos e nem todo tempo, Mas o triste é quando tentamos O enganar a nós mesmos...
Negamos sentimentos reais Alardeamos o que não sentimos Pior que enganar os outros É o engano de negação...
Liberemos o coração Deixemos voar nossa alma Arranquemos de vez nossas máscaras Usadas como defesa...
Medo ou covardia Não enganemos aos outros
E muito menos à si. Autenticidade... sempre
Pra mim e também pra ti.
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Encontro marcado... Onde será? Quando? Na lanchonete, com um suco adoçado. No cinema com um beijo roubado. Somente olho no olho Ou nossas mãos irão se tocar... Teremos um abraço, dois ou mais. Como será esse encontrar... Ou melhor não será?!
Pensei melhor! Não quero mais. Suco com açúcar, não posso tomar. Beijo roubado; cadeia pode dar. Olho no olho; dois óculos podem quebrar E sem óculos as mãos não vão se achar E sem mãos se tocarem, tampouco abraços Teremos para contar.
Então sendo assim Não quero mais te encontrar
Na minha vida outro rumo vou dar.
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Transformação Essa imagem artificial Fria, contida Sem brilho e sem verdade Sem risos, sem vibração Caminhante sem rumo De uma estrada incerta Sem importar-se onde ir E tampouco quando chegar...
É a transformação da mulher que ficou Ao remover todo o amor Que no coração abrigou
Com ele saiu a intensidade E a ânsia de viver...
Agora não há nem saudade Nessa luta em esquecer Só não entendo essas lágrimas Teimando em escorrer Achei que peito vazio Não continuaria à doer E que sem esse amor Acabaria o meu sofrer.
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Grito sufocado Podemos gritar sem a boca abrir Sem o uso das cordas vocais Assim como podemos sorrir Enquanto nos chora a alma Silenciosamente gritamos...
Com a mudez do desencanto Gritamos a dor do desamor Ocultando-nos pelos cantos Ocultando estridentes gritos Que de forma ensurdecedora Nos atormentam a alma.
Sim! É possível gritar Sem a boca movimentar, Mas num rasgo de desespero A alma não vai aguentar O grito irá à garganta E toda dor irá extravasar.
Irá gritar o grito das impossibilidades Mostrando ao coração O quanto é vão Os sonhos de possibilidades.
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Como nasce um amor...
Nada nesta vida é por acaso Muito menos o amor
Esse quando menos esperamos Já nasceu sem percebermos
Eis um inventário dos sintomas Ao percebermos que o outro tem carências
Queremos logo supri-las (cuidem-se, essas nem sempre são reais)
Os sentidos afloram bem antes dos sentimentos As mãos tremem; a sudorese toma conta
Molhando o corpo todo A taquicardia diz presente
Ao conversarmos com o sujeito Ao acordar o pensamento tem endereço
Passeia pelo dia... teimoso Voltando à noite antes do sono chegar
Pronto! Já é fácil diagnosticar Nasceu o amor. Boa sorte!
Nem sempre é fácil enfrentar Pois nem sempre coincide De dois corações acertar
E sem reciprocidade É um constante penar
Principalmente para aquele Que incondicional sabe amar
Doa-se sem reservas Sem no amor próprio pensar,
Mas com dois corações flechados É sublime amar
A vida vira ventura Num eterno namorar.
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Minha poesia
Não há poesia vazia Com amontoado de letras
Palavras escolhidas Para acertar a rima E passar na crítica
A poesia é viva Ditada pela alma
Assinada pelo coração Nela fluem sentimentos
Ardor e emoção Dores e desamores Alegrias e mágoas
Expressa momentos Poesia tem vida
Tem alma Tem lirismo natural.
Minha poesia você quer? Partilho com você,
Mas sempre minha. Minha poesia
Meu sentir Meu viver Meu amar.
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Insanidade e ilusões
Esse amor imenso Claramente insano Envolvente, intenso
Nem sagrado e nem profano Sem prumo e sem rumo
Sem presente e sem futuro Onde o tempo é ilusão
E frustrante o seu modo Amor de um só amante Vislumbrante de utopias
Figura triste, bucólica Travestida de alegria
Teimando em viver de sonhos Quando nem mesmo dormia
Personagem errante, sem norte Vivendo como se fora amor
Tresloucada realidade Sem assumir o torpor
Dá mais triste insanidade. Da mais pura ilusão.
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Cheia...
Estou cheia... Cheia de vazios Cheia de nadas
Cheia de espaços vagos Cheia de faltas; de vácuos
Cheia de ausências; de incertezas Cheia de fome de vida; de viver Cheia de frio na alma; gelada Cheia de sonhos abortados
De impossibilidades; de nãos Cheia de desesperanças De sonhos irrealizados Estou cheia de nadas...
Estou vazia de tudo.
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Renda-se... Renda-se à você mesmo Não escondas de ti a tua essência Se amas não negues Nem tampouco cales Ignores tabus e preconceitos Culpas e julgamentos...
Renda-se à vida em plenitude Nem sempre escutes a razão De vazão ao coração Nem te importes com recíproca Se ela não acontece... E daí!
Renda-se mesmo assim Dói menos um amor sofrido Do que mantê-lo sufocado Ignores o orgulho... Vivas os sentimentos...
Renda-se sempre ao amor... Nunca o negues Permita-o florescer, perfumar Mesmo que seja colhido Somente por quem amar.
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Fim
Jazem os sonhos e sentimentos Num esquife de desilusões
Chora a alma... Envolta tristemente
Nos véus do desencanto Vazio o coração... inerte
Inventariado... deserdado Nada restou... nem dor
Eis que na dor Ainda há vida
No desamor... somente a morte De um nascimorto amor.
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Janet Maria Faggion Corezola
Nasceu em 20 de Março de 1956 em Bento Gonçalvez (RS). Mora em Caxias do Sul (RS). Professora aposentada. Graduada em Pedagogia em Educação Especial para Deficientes Mentais, pela instituição UCS - Universidade de Caxias do Sul (1982). Lecionou por 30 anos na rede municipal, sendo doze dedicados a crianças com dificuldade em aprendizagem. Escreve a poetisa: - A vida é um sopro, então não espere que tudo se repita, o que passou não volta. Insistir em algo vencido é um esforço desnecessário; faça novos planos, foque na vida, em um novo arco-íris, há um sol a lhe beijar a face, uma chuva a lhe afagar os cabelos; tem tanta vida na sua vida, basta deixar sentimentos e emoções lhe afagar. Participou do projeto Platinum V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XXIII, XXIV (poesias, 2016) - Bookess Editora e Douce Poésie I, IV (poesias, 2017) – Bookess Editora.
Contato: [email protected]
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Joabe Tavares de Souza
Nasceu em 5 de janeiro de 1974, em Rondonópolis (MT). Graduado em Licenciatura Plena em História / Instituto de Ciências Humanas e Sociais pela UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso. Descreve a sua história de vida de um vencedor deficiente físico. Desde o nascimento, vem superando obstáculos e ocupando passo a passo, o seu lugar no mundo, se adaptando á diversas situações em seus respectivos momentos vivido com muita intensidade. Frequentou a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE, de 1984 a 1989 onde foi alfabetizado e a partir dai iniciou na arte da poesia onde se refugiou, tendo como um abrigo certo para as suas angustias. Ao terminar o ensino fundamental, elegeu como meta o ensino médio na Escola Estadual LA SALLE. Foi nessa escola, que na manhã do dia 17 de setembro de 2007 lançou o seu 1º livro de poesias: “Minhas poesias, doces palavras amor” e o 2º “Versificando” lançado no dia 11 de junho de 2014, fruto do seu período de isolamento. Diz o poeta: “Sou um sonhador e amo amar sem medo e vergonha de ser feliz. Eu não me importo se algumas pessoas me vejam como diferente, pois eu me vejo como normal”. Participou do projeto Douce Poésie V (poesias, 2017) – Bookess Editora. Contato:
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Ser eu
Ser eu é viver sempre sorrindo feliz Mesmo morrendo de vontade de chorar
É fazer de mim mesmo o meu heróis É dizer um não em cada dia a tristeza
Mesmo sabendo de onde ela vem.
Ser eu é acreditar e me entregar ao amor E ter a certeza que sou capaz de amar
Mesmo sabendo das contradições Entre o amar, ser e o me sentir amado,
Pois é nesta busca que eu me sinto vivo.
Ser eu é insistir em viver Mesmo tendo as claras Todas cruéis evidencias
Que vou a qualquer instante Simplesmente deixar de existir
Mas ainda assim eu quero Nem se for por mais um minuto viver.
Ser eu é gritar a este mundo
Que tenta sem lógica me excluir Vendo-me como o “diferente”
Que eu como todos posso ser ”igual” Que quero fazer parte dele
Escrevendo em suas paginas Essa minha humilde história.
Ser eu é ver em todas as manhãs o sol brilhar
E ao longo de cada quente dia Ir simplesmente me bronzeando
Com a felicidade de me fazer forte Para enfrentar as tempestades da vida
E sair ileso dos redemoinhos de indiferenças Que me causam alguns arranhões sem maiores danos.
Ser eu é ser insistente naquilo que eu quero
É perseguir meus sonhos até o final É confiar que em Deus e ter absoluta certeza Que com ele eu posso o meu alvo alcançar
É me dá por inteiro e saber que eu vou vencer É não deixar que as barreiras me atrapalhem
É consegui ser forte quando querem me vê fraco Ser eu é sempre dizer sim quando me dizem não
Este é o meu jeito de simplesmente ser eu.
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Trocadilho Não se aflige coração. Pois essa dor que te incomoda, É a companheira solidão. Não se acomode solidão. Pois o lugar que tu procura, É onde mora a ilusão. Não se alegre ilusão. Pois o crime que me acusa, É de viver essa paixão. Não se acostume paixão. Pois o lugar que tu ocupa, É o meu pobre coração. Não se desespere coração. Pois o amor que tu espera, Logo segurará a sua mão.
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Será?
Se você existe, Por que não tenho seus beijos?
Se você existe, Por que não sinto teu corpo?
Se você existe, Por que não tenho seu abraço?
Se você existe, Por que não sinto seu cheiro?
Se você existe, Por que te ver eu não consigo?
Se você existe, Por que essa dor aqui no peito?
Se você existe, Por que não mata meu desejo?
Se você existe, Por que não realiza meu sonho?
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Quero um coração
Quero um coração que seja meu, Que seja assim alegre e sincero.
Quero um coração bandido e louco, Que seja meu único esconderijo.
Quero um coração amigo e amante.
Que me tira o folego em instante. Quero um coração que seja meu alento, Que não me seja indiferente e ausente.
Quero um coração que seja egoísta,
Que ele me aceite como teu. Quero um coração manhoso,
Que seja meu cantinho aconchegante.
Quero um coração enamorado, Que me roube o sossego.
Quero um coração que me faça bem, Que seja um lugar bom sempre.
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Tu me queres?
Tu me queres com toda ternura que eu te quero? Tu me queres com todo amor que eu te quero?
Tu me queres com toda loucura que eu te quero? Tu me queres com todo desejo que eu te quero?
Tu me queres com toda brandura que eu te quero?
Tu me sente como eu te sinto nos brilhos das estrelas? Tu me sente como eu sinto você no calor do sol? Tu me sente como eu te sinto no cair do orvalho? Tu me sente como eu sinto você no véu do luar? Tu me sente como eu te sinto nas ondas do mar?
Tu me ver como eu te vejo na minha solidão?
Tu me ver como eu vejo você no espelho da paixão? Tu me ver como eu te vejo na minha inquietação?
Tu me ver como eu vejo você no pular do meu coração? Tu me ver como eu te vejo aqui no meu leito em escuridão?
Eu te amo, sinto e vejo quando eu cerro minhas pálpebras.
Eu te desejo, vejo e sinto quando eu me entrego a minha cama. Eu te vejo, sinto e desejo quando o meu corpo arde pela sua falta. Eu te quero, amo e sinto nos meus sonhos e nas minhas loucuras. Eu apenas te espero com toda ternura de desejar, sentir e amar.
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Você sabia? Que quando eu acordo, O sol é o primeiro, A me trazer você, Nos seus raios de amor?
Você sabia? Que eu tenho no meu peito um jardim,
E nele eu cultivos rosa juntos com jasmins, Para as rosas dei o seu singelo nome assim, Para os jasmins, perguntei se gosta de mim?
Você sabia? Que todos os meus versos, É um jeito secreto, De gritar ao mundo, O quanto eu apenas a amo?
Você sabia? Que quando a tarde se vá e a noite logo vem,
Cortejada pelas estrelas, na carruagem da paixão, Perfumando cada canto deste meu humilde leito,
Para que eu possa sonhar só com você meu bem? Você sabia? Que eu silenciosamente, Por você me encanto, E que tudo que eu sinto Por você é verdadeiro?
Você sabia? Que no meu corpo você está presente,
Com o perfume de suas delicadas caricias, No seu suo que ficou aqui na minha cama,
Que sempre me envolve e enlouquece? Você sabia?
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Oh! Vento
Oh! Vento veloz do Norte. Tu que és quente e forte, Leve de mim a má sorte.
Oh! Vento frio vindo do Sul. Tu que apaga o céu azul, Faz de mim um ser viril.
Oh! Vento cortante do Oeste. Tu que és sagaz e imponente,
Tire de mim essa dor sufocante.
Oh! Vento calmo vindo do Leste. Tu que és sereno e constante, Faz de mim um eterno amante.
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Sábado à noite
Ligações combinadas são trocadas, Palavras carregadas de carinhos são ditas. As emoções sede a elevação da adrenalina,
O nervosismo fica visível no tom da voz. As expectativas de viver um momento lindo,
Acelera e dar gás ao coração aflito pelo encontro. A vontade de dois corpos numa atração,
Na troca de olhares recheados de fantasias. Entrelaçando os desejos de dois amantes,
Beijos deslizando pelas nudezas das curvas. Nas liberdades insaciáveis dos ternos toques,
Alimentando as imaginações das caricias. Bocas se encontram no calor da fusão dos abraços,
Preparando a excitação de dois sedentos sexos. Posições trocadas para satisfação no amar,
Gemidos soltos no extasiante momento do gozo. Ah! As estrelas brilham no teto escuro,
Expandem-se pelos corpos as sensações de prazer, Lubrificando as gostosas loucuras de amor.
Numa entregas perfeitas de dois seres, Que se amam independentemente das barreiras,
Que se sentem um dentro do outro no amar. Entre quatro paredes de uma suíte de motel,
Guardam as juras das aventuras de amor de ambos. Sob a nudez de dois sonhos num encontro,
Fica o desejo de construir uma linda história. Iniciada numa bela e enluarada noite de sábado,
Cujo desenrolar e finalizar pertence ao futuro.
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Pai
Um herói sem nome? Um modelo sem história?
Não, pai é muito mais que isso.
Pai é um amigo nas horas difíceis, O cara que está ali pronto a ajudar. É também aquele cara esquecido, Quando tudo está bem conosco.
Um chato que vive te chamando atenção?
Um fanfarão desengonçado na frente dos amigos? Não, pai é aquele palhaço que está sempre como seu escudo.
Pai é aquele que não dorme quando sabe que você está enfermo.
O cara que faz de tudo para te ver sempre bem e feliz. Mas também aquele velho inútil que você joga no asilo da vida.
Este mesmo velho quando jovem te deu todo o amor.
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Olha a chuva
Olha a chuva,
Chuva para um vinho. Chuva de carinho,
Olha a chuva.
Sinta a chuva cair, Chuva de prata.
Chuva de lágrima, Sinta a chuva cair.
Cheire a chuva,
Chuva perfume da terra. Chuva fragrância de vida,
Cheire a chuva.
Deixe a chuva escorrer, Chuva que lava a alma. Chuva que trás calma,
Deixe a chuva escorrer.
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Jose Alfredo Evangelista
Nasceu no dia 25 de Fevereiro de 1946, na cidade de São Roque (SP). Ingressou nas fileiras do Exército Brasileiro e passou para a reserva, após trinta anos de efetivo serviço, tendo fixado residência na cidade de Lorena onde formou sua família. Estudou Teologia na Universidade Salesiana de Lorena e Jornalismo em Mogi das Cruzes. É um dos fundadores da Associação dos Militares Inativos e Pensionistas de Lorena – AMIPEL. Possui o título de Comendador outorgado pelo Poder Executivo de Lorena com a “Comenda Bernardo José de Lorena” por relevantes serviços prestados à comunidade. É Acadêmico na ALLARTE – Academia Lorenense de Letras e Artes, ocupando a cadeira nº 11 e tem como seu Patrono, o Marechal Cândido da Silva Rondon, Patrono das Comunicações. É autor dos livros: “TENENTE CLÁUDIO PEREIRA – Tributo e Memórias”; “CASOS E CAUSOS DA CASERNA – Relatos de um militar inativo”; “DIVAGAÇÕES POÉTICAS – Um olhar aos meandros da vida”, “CONTOS & CRÔNICAS – Uma resenha da vida”, “POEMAS DA ALMA” e “VERSOS DESNUDOS”, “JORNALISMO EM VERSOS” todos na suas 1ª Edições. Participou das antologias “Platinum III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII, XXIV” - (poesias, 2016) - Bookess Editora e “Douce Poésie I, II, III, IV, V, VI” – (poesias, 2017) – Bookess Editora. Contato:
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O canto da cigarra Uma orquestra afinada alegra ao jardim com sua música. Ela vem não se sabe de onde. Mas sabe-se que elas estão atarracadas ao tronco das árvores. Uma canta daqui e outra responde de lá. Parecendo falarem entre si, dizem umas às outras: -“COMO ESTÁ QUENTE AMIGA”! A outra responde no mesmo tom: -“ACHO QUE VAI CHOVER”!... E a conversa musical toma conta da pracinha arborizada e sob a brisa fresca fazem seu concerto encantando o jardim de nossas lembranças... A noite chega ao entardecer e lá estão elas, novamente formadas e executando de suas pautas suas músicas e cantos saudosos. Fazem-nos rebuscar no baú da via, lembranças de crianças, quando então brincávamos de corre-corre e pega-pega, sob os mesmos acordes do verão quente e dia longo! O ano passa, mas, as cigarras sempre voltam às suas algazarras sinfônicas nas dezembradas calorentas e de sol causticante. O verão se extingue e elas, todas ao chão e secas, exprimem a saudade das tarde fagueiras, da brisa fresca, da noite que chega... Da grande lua prateada e sorridente no céu parecendo querer ouvir também as humildes cantadeiras que mais parecem comadres no bate-papo dos causos da vida! Os cantos saudosos das cigarras haverá sempre de voltar em mais um verão. E elas, novamente irão anunciar a chuva e o calor que abrasa sua orquestra com amor!
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O Sol e a Lua Eis que a Lua começa a despontar no limiar do novo ano. Ela então, ao pressentir o nascer do Sol, lhe pergunta ainda às escuras da noite: - “Caro amigo Sol, que vais iluminar o primeiro dia do novo ano com tua poderosa luz, que achas do novo tempo que vais anunciar”? O amigo sol muito esperançoso, responde a Lua alegre e prateada no alto da abóboda celeste: -“Amiga Lua dou-te o meu até breve porque tenho muita coisa pra fazer... Está raiando o primeiro dia”! A humilde e garbosa Lua diz com um pouco de tristeza e saudades: -“Pois é amigo Sol; Você se prepara para teus afazeres diários ao novo ano que está a nascer, mas, eu estou um pouco triste, porque, para, muitos, não vou ser ícone da paixão dos namorados e casais que me buscam seus romances à minha luz prateada”! E o Sol intrigado lhe diz: -“Mas amiga Lua, eu faço a minha parte durante o dia e você tem que fazer a sua à noite”! Responde então a Lua: -“Amigo Sol o que fazes de dia é a rotina dos humanos no dia a dia... Mas eu que não tenho o seu poder de luz, apenas acaricio o amor noturno e alimento seus prazeres e tudo passa rápido e muito efêmero! Os humanos estão cada vez mais sem amor e sem romance”! Diz o Sol mais esclarecido da verdade que disse a amiga lua: -“É verdade amiga Lua! Os humanos estão mais ambiciosos nas suas conquistas que se esquecem das noites enluaradas plenas de romances e se atiram com afinco ao dia para ganharem mais dinheiro, mais conforto, mais poderes na sociedade em que vivem”! Então, os dois amigos estelares, chegam a um acordo na filosofia de cada um, sobre seus valores aos humanos; Diz o Sol: -“Cara Lua, não posso te ajudar nos seus objetivos românticos, pois, o meu papel é produzir os dias para que eles trabalhem e conquistem seus objetivos na vida; Cabe a você, tentar de todas as formas, oferecer a eles alguma forma romântica e alimentá-los com amor, romance e banhá-los com seu luar prateado pleno de lúdicos momentos, ainda que rápidos, para que no dia seguinte eu consiga motivá-los à labuta à luz do sol”! Então, Sol e Lua, deram-se as mãos para juntos presentearem os humanos, no seu dia a dia, “dias de boa vontade e noites românticas”!
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Caixa de ressonância Começa a fazer eco, as manifestações populares pró “Intervenção Militar”! Grandes Unidades militares terão neste dia 25 de Janeiro, concentrações ao seu derredor, exigindo a intervenção constitucional das Forças Armadas brasileiras no atual governo. Sou um militar reformado do Exército e posso perceber que neste atual estado de coisas a opinião pública é uma grande “caixa de ressonância”! Impossível não admitir que dentro dos quartéis, os ecos de tais manifestações, não estejam convencendo os Chefes Militares! O clamor é muito expressivo e certamente coloca em cheque as expectativas dos militares. Os ecos mais distantes que culminaram com o movimento revolucionário de 64 trazem o mesmo mote democrático de que é imperiosa a atual intervenção! O país está à deriva das Leis, dos direitos, da política de governo, da segurança popular e outra série de questões insolúveis por parte de um Estado enfraquecido e incompetente no mister de governar para e pelo povo que o elegeu! Penso, como militar, que nossos chefes militares não estão fazendo ouvidos moucos... A inteligência tanto do Exército como da Marinha de Guerra e da Força Aérea, estão coletando toda a sorte de informações nessa colcha de retalhos de um governo inócuo e de um Estado falido! Basta agora, para concluir essa montagem de informações, e que as manifestações populares tomem corpo e expressão para o processo interventivo acontecer! Mesmo porque esse estado periclitante por que passa o Brasil não pode durar infinitamente... Como militar reformado que esteve por trinta anos nas atividades castrenses e tive a experiência de 64, posso agora, aqui do lado de fora, entender bem e sentir como está sentido a sociedade, que está a exigir a “Intervenção Militar”! Não vejo alternativa, senão uma medida de força a frear toda a corrupção, bandalheira, pasmaceira, trapalhadas, falcatruas em todos os níveis sociais (o exemplo vem de cima)... O Brasil ainda não vive uma ampla, geral e irrestrita democracia! O país necessita com urgência de uma profunda reformulação cultural e democrática... E isso tem que passar pela renovação política em todos os níveis de governo!
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De Alcaçuz para Alcatraz Uma enorme distância separam os presídios de ALCAÇUZ e ALCATRAZ nos USA. Duas realidades culturais, em que pese não mensurarmos a vida de prisioneiros com algum perfil de cultura. Longe disso, eles querem destruir as culturas, mesmo de dentro das celas! Conheci, pelo turismo em San Francisco, o lendário ALCATRAZ do conhecido Al Capone! Li nos folders a história do tradicional presídio federal da ROCHA! Tolerância zero no trato aos detentos... Horários de aberturas e fechamentos das celas com extrema segurança... Imposição de ferrenha disciplina e trabalhos internos mantinham os presos ocupados. Durante muitos anos de seu funcionamento houve apenas uma tentativa de fuga na travessia do braço de mar da Baia de San Francisco... Era impossível essa aventura... Tubarões rondavam a pequena ilha... As altas guaritas com possantes holofotes vasculhavam por toda a noite os limites da “ROCHA”. Ouso dizer mesmo, num paradoxo da afirmativa cultural acima, que havia e ainda há um pesado componente de CULTURA no sistema prisional americano. Presídios cuja construção moderna, não permite superlotação, atividades constantes com os detentos e outros aspectos que dão qualidade de vida, ainda que dentro das celas. Quase não se vê notícias de rebeliões internas entre eles... É quase impossível sua comunicação com o mundo externo através de celulares. As visitas são monitoradas com inúmeros guardas bem treinados... Já não posso dizer sobre os nossos presídios, notadamente o de “ALCAÇUZ” palco das últimas chacinas com assassinatos e destruição interna do patrimônio prisional. A guerra interna domina a força policial que impotente não age... As Leis brasileiras limitam as forças policias nas suas ações mais enérgicas... O Governo Federal mete as mãos pelos pés, quando envia tropas do Exército (Inconstitucionalmente) como salvadores da pátria amada contra um guerra que é não é de sua alçada! Imaginem o Exército Brasileiro combatendo presos rebelados e confinados em espaços limitados?... Onde fica a Polícia dos Estados e a Força Nacional?... Já não bastam suas presenças, ainda que impotentes pelas Leis e medidas judiciais? Essa grande farsa prisional que assola o sistema brasileiro que rege as prisões é mais um índice da incompetência do Estado brasileiro a atingir a sociedade em outros aspectos bem como, a consolidar as trapalhadas políticas que infestam o Congresso Nacional. Enfim, as distâncias entre “ALCATRAZ E ALCAÇUS” é tão imensa quanto as águas do Pacífico que isolam a “THE ROCK”!
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Juros da vida
O mal grassa na vida e cobra juros! Na correção dos valores tem seus vetores;
Com a prática de altos custos Arrocha o incauto... E até os justos!
Em altas taxas sua cobrança é implacável... O pagamento das faturas vai às alturas!
Alto preço... Custo arrochante!
O bem é mais barato e de custos baixos... Não cobra taxas, nem juros;
Sua economia não tem cambalachos... Seu preço não tem perjuros!
Se queres uma vida sem juros,
E sem taxas de correção, Pagues o bem com o bem...
Sem olhar a quem!
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Quântica da alma
Tudo que sou não passa de um frágil estalo no tic-tac do tempo. Parcela existencial de um todo efêmero... Insignificante gênero Pequeno e minúsculo ponto gravitando pelo passar da vida...
Sou um tijolo a mais na edificação de um mundo criado por Deus Na engenharia da vida, sou parte da mecânica quântica... Meu universo é o infinitamente pequeno... Quase invisível!
Tive um início... Não terei fim; Pois sou imortal... Fui criado Para habitar a matéria perecível como fase experiencial...
Tenho continuidade na espiritualidade... Plena de racionalidade! Minha razão projetada no contexto de vida terrestre,
Transcende este pequeno estalo e se lança à eternidade! Minha linha de montagem é o aqui e agora!
Testado e aprovado sigo meu destino e vocação:
Mudo de endereço... Do meu Criador tenho o apreço! Na liberdade em plenitude e inserido na imortalidade
Não terei mais os limites do tic-tac do tempo! Serei, então, liberto do espaço quântico...
Estarei absorvido pela substância indivisível: A alma!
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Paradise
No início e sem indícios De pecado, havia um paraíso
Florido e com muita paz! Fora-nos dado de presente!
Até que a serpente O corrompeu...
No ledo engano do convite, O gênero humano de bom alvitre
Transformou o paraíso Em eterno aviso: “Não fica pedra sobre pedra”!
O planeta Paraíso corrompido,
Está sendo destruído...
A paz deu vez à guerra; O ódio aplacou o amor;
“Paradise” está em nova era... Num paraíso de horror!
Paraíso no guiso da serpente
Que geme dores de parto; No início plantada a semente... O planeta, prestes ao infarto!
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Delação premiada
Justiça negociada com troca de favores? Delação premiada um vírus no processo...
Uma medida de negociata com os réus! Enfraquece a jurisprudência e a deixa ao léu!
Juiz e réu no banco dos negócios! Toma aqui e dá lá... Justiça seja feita...
Delação sim... Favores não! Quem deve à justiça, paga! Os prêmios são para justos!
Penas impostas e sem redução... Justiça de contramão Ao réu um programão!
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Figurino ambulante Unhas pintadas em vermelho; Lábios untados com baton; Lindos sapatos de gazela; Ostentações no luxo dela!
Casacos em pele de urso; Bolsas em couro de jacaré; Relógio de grife no pulso; Correntinhas no tornozelo!
Lá vai ela toda prosa No seu mundo rosa! Um figurino ambulante Deixa-me em transe!
Exala perfume por onde passa. De porte elegante Seus passos marcados pelos saltos; Por onde passa provoca sobressaltos!
Sempre presente na loja, Gosta de estar na moda. Olhar aguçado nos modelos No esvoaçar de seus cabelos. Ela que passa, requebra... Exibindo seu figurino! Deusa vestida em Genebra!
Divina com acordes de violino! Abre sua bolsa e saca o espelho; Uma lambiscada na sobrancelha... Um retoque no cabelo... Alisa-o por trás da orelha. Segue a musa na graça do figurino! Chamar a atenção é seu destino! Parada ou andando sob os olhares Masculinos e femininos, Enche de inveja suas pares!
A musa elegante e fina É a deusa do Olimpo! Em sua vida se confina... Espera o pretendente ao garimpo!
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Se soubesse
Se soubesse o quanto no mar da vida balanço Singrava meu barco nas ondas calmas e mansas
E nos remansos do tempo buscava portos seguros Aportava na felicidade... ancorava no mar da tranquilidade.
Se soubesse o quanto ando a beira de abismos
Buscava orientação segura na bússola da sabedoria E por atalhos em abrigos seguros caminharia
Ao encontro da paz e do amor sem temor!
Se soubesse que há luz no fim do túnel Não parava no meio do caminho... desanimado... Dobrava as forças... seguia em frente obstinado
No fim do túnel chegava e a luz conquistava!
Se soubesse que tempestades afundam meu barco Atracava com âncora funda...
Ao sabor dos turbilhões, não afunda... Logo vem a bonança e a esperança!
Se soubesse o que acontece nas encruzilhadas
Não arriscava no erro da direção; Buscava o certo da decisão...
Não iria na contramão!
verdade que não mente!
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Maria Eliene Souza Santos
Nasceu em 01 de Agosto de 1980, na cidade de Boa Vista do Tupim (BA). Vive e
trabalha em Boa Vista do Tupim (BA). Voluntaria escolar. Contadora de História.
Graduou-se em Licenciatura em Historia, na Instituição UNOPAR (2014).
Participou da antologia “Platinum XX, XXI” - (poesias, 2016) - Bookess Editora.
Contato:
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Canção de sonhar
Fecho os olhos até alcançar ao longe uma majestosa melodia,
dentro de uma canção que jamais ouvi. Dela nasce uma voz suave como um coral de anjos
que aproximam as almas, e me faz viajar ao infinito com os pés no chão
redescobrindo o mundo insano e profundo, desejando nunca mais voltar.
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Sonho meu
Uma voz na escuridão. Uma luz distante perdida em meu silêncio.
Um brilho a aquecer a alma. Uma porta que se abre para dentro de mim.
Vento que sopra minha solidão meus pensamentos espalhados pelo chão
e eu náufraga num sonho transbordando de ilusão.
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Encantos
Eu me perdi no encanto das nuvens, no reflexo das estrelas, nos mistérios do mar, no perfume das flores
como uma magia a encantar minha alma.
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A distância
Sobre as águas do oceano eu vejo a distância
para segurar sua mão e dizer:
“Eu te amo”.
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Noite de tempestade
Sobre noites de tempestade o silêncio me dominava
e em cada rua que eu virava
a saudade me acompanhava.
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Não queria um casaco
São duas horas da madrugada eu sobre a calçada
Sentada.
O vento frio bate na minha face.
Não queria um casaco. Queria alguém
que ali o esperava.
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Antiga canção
Borboletas voavam de um jeito
tão delicado.
Sem perceber comecei a cantar.
Era um lindo refrão
de uma antiga canção.
Por ela fui me encantando e ali fiquei sonhando.
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Paixões
Às vezes fico em silêncio só para lembrar
da beleza das ondas do mar,
do silêncio da madrugada, dos amores acabados,
das paixões deixadas para trás.
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Viva a liberdade
Eu sozinha neste universo a viajar...
Em dias de sol.
Em dias céu nublado. Em noites estreladas.
Em madrugada neblinada.
Vento que passa por mim deixando sua saudade;
neste universo a caminhar; viva a liberdade.
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Flores
Quero espalhar flores na tua casa,
no teu quintal, no teu dia,
na tua noite, nos teus sonhos, no teu caminho, no teu destino,
na tua vida.
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Maurélio Machado Nasceu em São Bento do Sul (SC). Escritor e poeta. Casado com Karim Voigt, pai de Daniela, Fernanda e Fábio Luis. Netos: Giovanna e Eduardo. Formado em Ciências contábeis pela Univille - Universidade de Joinville/SC, com vários cursos de especialização em finanças, economia e administração. Membro da Academia Parano-Catarinense de Letras, ocupando a cadeira de nº. 41. Membro da Diretoria da Oficina de Poetas - formação de jovens poetas nas escolas públicas. Membro da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul. Atualmente é colunista do Jornal Evolução de São Bento do Sul. Mérito Literário do Instituto Montes Ribeiro de Curitiba (PR). Administrador do Grupo POETEIRO DE RUA: http://www.facebook.com/groups/maurmach/?ref=bookmarks. Patrono do projeto PREMIUM - Poesias & Textos. Publicou: Poeteiro de Rua (Clube de Autores). Infinitas Saudades, Palavras de Amor e Paixão, Sufocadas Paixões - Poemas Card, Brumas e Solidão e 3 Tons de Poesia (Editora Bookess). Antologias publicadas: Além-Mar das Palavras, Premium V, IX e X – OURO, Platinun I, III, V, VIII, X, XXIII, Douce Poésie I, III, V (Editora Bookess). Tem participações em diversas Antologias no Brasil e em Portugal: - Vida, Motivos, Degraus (editora nova letra). Encontro Feras da Poética do Mindim - Luna Di Primus (90 escritores) Diamantes III e IV (Editora Berthier). Contato:
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Sorrir sempre
Ah! essa tal felicidade tão perto e tão longe a escapar das mãos quais grãos de areia.
Momentos de alegria instantes de euforia
barradas pelas sombras da amargura e da tristeza.
Não se deixe abater,
a vida é uma só, agradeça. Sorria, mostre a beleza do sonho que é viver!
Douce Poésie VII
84
Poesia
Melancolia Dias felizes
Outros nem tanto Prantos
Acolhimentos Momentos Encantos Tristezas
Nostalgias Sorrisos Alegrias
Surpresas Desencantos
Solidez Fortuna
Avarezas Testemunhos
Falsidade Avareza Soberba
Crueldade Traições Solidez Firmeza
Desencanto Pureza Beleza Pudor
Vence o AMOR!
Douce Poésie VII
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Partida...
Flor de meu jardim tão cedo partistes.
Rosa delicada, carmim deixaste-me só, tão triste...
Paixão proibida
Face esquálida. Tímido sorriso.
Semblante arrefecido outrora cálida
sombras do siso, ora constrangido.
. Tímida mulher. Trêmulas mãos.
Faces enrubescidas obscuro mister
fonte de paixões enternecidas.
. Fazes um carinho no corpo desnudo. Beijas suavemente. Acolhes no ninho.
Amas, não me iludo o amor não mente...
Douce Poésie VII
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Nem eu sei...
Que foi feito de nosso amor nestes anos angustiantes.
Ó vida, fostes cruel conosco causando-nos extrema dor.
. Das profundezas abissais estranho olor de maresia. Recordações e saudades de passados carnavais...
. Mas o tempo é o senhor da razão. Não podemos recuperá-lo jamais.
Caiu por terra nossa felicidade neste dia de cinzas, pisada no chão...
Afogados
Silêncio na noite fria sinal de vidas
pingos de chuva caindo na calçada
intermitentes alternadamente nervosamente.
Gritos na escuridão intercalados com a água afogados na escuridão
de seus barracos...
Douce Poésie VII
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Borrasca
Vai e vem de vagas contundentes batendo incessante na gente.
Barcos a deriva, no revolto mar tempestade violenta de arrasar.
A neblina torna a vista imperfeita. Vidas ao mar de almas desfeitas. Espumas alvas a cheirar maresia
quase ao final do fatídico dia. Na esteira do furioso furacão
farpas, trapos, choro e desilusão num repente: as cores enfeitando o céu
belo arco-íris, infinito azul, apogeu!
Meu sonho
Nas caminhadas da vida sempre pensei no amor contigo minha querida
ansiava a pergunta de ti mulher dizendo-me baixinho
lhe quero, me quer??? Maravilhoso carinho.
Mulher... minha mulher!
Douce Poésie VII
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Fecunda terra
Plumas soltas no anil entre árvores e pássaros o sol se põe majestoso silêncio sagrado e sutil.
Na ermida sinos a badalar sagrada hora do Ângelus mãos calejadas em louvor
sertanejos cansados a rezar
Amanhã será um novo dia. Águas límpidas se precipitarão
sobre o sertão ressecado com certeza, trará a alegria.
Trabalho, fartura da plantação. Expectativa de novos tempos.
Gado gordo nos verdes pastos. Família feliz no árido sertão!
Douce Poésie VII
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Amigo
Finalmente entendi suas belas intenções.
Acompanhei suas ações. Aí então compreendi...
És um grande artista.
Fizestes da cultura, em especial do conto, romance e da poesia.
Teu sonho idealista, muito natural nossas homenagens neste dia
que a virtude ilumine teus caminhos, que o amor seja a tua filosofia.
Seu labor seja festejado com carinhos!
Talvez...
Quem sabe eles retornarão profundos e iluminados dias para nossa paz e satisfação.
Quem sabe, só alegria...
Douce Poésie VII
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Natureza
Surpreendes sempre pelo inusitado na vida nas vilas, cidades, no litoral, nos campos,
incendeia-nos com tua harmoniosa beleza.
Criança
Eu entendi... O teu linguajar carente
Eu entendi... Que é preciso dar-te amor e atenção
Eu entendi... Que carinho é imprescindível para ti
Eu entendi... Que temos que te passar confiança
Eu entendi... Que ternura é essencial para uma amizade
Eu entendi... Que o sorriso te deixa feliz
Eu entendi... Que todas nossas ações devem ser sinceras
Eu entendi... Que serei teu amigo sempre e sempre
Eu entendi... Que a boa educação te fará um ser humano valoroso
Eu entendi... Que sem amor de nada valerá todo o resto!
Douce Poésie VII
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Amada amiga
Palavras de carinho Assim... assim... assim...
Sorriso de criança Peguei pra mim
Perfumado alecrim Fiquei sem jeito
Palpitação no peito Uma homenagem Na minha viagem Uma réstia de luz Que me conduz À terna poesia Plena alegria
Sempre a poetar Sonhar... sonhar... sonhar...
Chuva de amor
Vamos ficar no quentinho Embaixo do cobertor
Trocando doce carinho Aquentando o nosso amor.
Douce Poésie VII
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Flor
Loucos caminhos da vida. Logrei encontrar meu amor.
Querida, minha querida. Perfumado jardim em flor...
Rosa
Que poético este momento, a rosa sorridente a girar cabelos soltos ao vento
no embalo das ondas do mar.
Poeta
Nobre poeta a encantar o mundo com seus versos inesquecíveis fez da vida um cantar profundo
fez do canto as alegrias possíveis.
Douce Poésie VII
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Pedro Luiz P. da Silva (Poesia dos Orixás)
Nasceu em 21 de Julho de 1973 na cidade de Araraquara ,estado de São Paulo. Médium, umbandista onde exerce o sacerdócio mais de 35 anos. Filosofo, escritor , poeta. Estudante de filosofia pela universidade unifran, cursou Teologia de Umbanda Sagrada e diversos outros cursos complementares. Nas horas vagas por inspiração escreve poema e textos edificantes. Publicou:
“Teoria da Alma Gêmea” e “Poesia dos Orixás”. Participou das antologias: “Platinum XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII, XXIV” - (poesias, 2016) - Bookess Editora. “Douce Poésie I, II, III, IV, V, VI” - (poesias, 2017) - Bookess Editora.
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Douce Poésie VII
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Douce Poésie VII
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O trabalho dignifica Quem manipula será manipulado pelo próprio ego. Quem banaliza será banalizado. Quem radicaliza, será radicalizado. Quem menospreza será menosprezado. A chave é a tua atitude, teu carisma ou a chave é o esforço, dedicação para começar subir aquela escada imaginaria. Todo trabalho requer esforço, amar, dedicar, aguentar o suportável e improvável pelo fato de amar o que faz, mas não significa que tem que ser um gigante em terra de anão e nem um anão na terra de gigante, o trabalho modifica, transformar, molda, evolui com treinamento, com disciplina, mesmo cometendo gafe ou errando grosseiramente, saiba que é natural, esqueça o erro, aprimore, diante do desafio que acaba lhe impondo. O conseguir é ato de coragem e de sair daquilo que paralisa. O ato de trabalho persevera quando ama e dedica com honra aquilo que faz. A resiliência requer gratidão, o trabalho requer simplicidade, moderação, sintonia, comprometimento, destreza, inteligência, estratégia, sonho e amplamente imaginação. Nunca fechar olhos para o sucesso e nem para o fracasso, o sucesso nunca é o bens materiais, o fracasso é a incapacidade de progredir, de ir adiante e não conhecer o melhor. Ambos andam juntos quando não se tem comprometimento, dedicação, portanto, liberte-se, e diga, eu consigo, eu posso, eu devo, nunca desista, nunca deixa de sonhar nunca deixa de agir, começar é primordial. O trabalho é assim, dignifica quando se faz.
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Estou dentro de ti Muitos me procuram, muitos tentam desfazer de mim, muitos negam a minha existência, outros fazem questão de não se lembrarem de mim e outros fazem questão de acreditar ou supor que esteja em papel ou alguma escritura. Mas não esqueçam todos que estou nas montanhas, na brisa que toca teu rosto todos os dias, no vento, no sol que brilha ou na chuva que molha, estou nas nuvens, estou na terra como húmus da vida, estou na cachoeira, nas pedras, estou soprando em tua alma para aquecer com fogo divino, mesmo assim ainda tens dúvidas. A minha melhor palavra não pode ser lida, mas pode ser sentida. Eu me revelo na harmonia quando sabe o significado da paz que atina dentro de ti, nunca fora, nunca no mundo externo. A vida foi feita para ser desfrutada e não ser destruída, para goza com sabedoria, não se limite a crenças em livros, não se limite ou nem fica preso como parasita ao pequeno contexto, que jamais será a minha realidade. Com tanta riqueza, abundâncias na vida preferem fica no ostracismo do achismo e da vaidade, promovem guerras, em vez de amor, promovem loucura desvairada em meu nome, e nada tem haver comigo, fazem sacrifício humano, buscam magia, manipulam e decai no próprio ego, inventando formulas para o devaneio, inventando apenas a decadência humana, fazem do erro o acerto, como fosse à pura verdade absoluta. Porém estou na aventura, na celebração, na alegria, no entusiasmo, sou força que movimenta e que engrandece cada alma quando me encontram, quando verdadeiramente com simplicidade, sem gritaria, sem exagero, sem mentiras, sem heresia do pensamento humano. Estou dentro de ti e não fora, levanta uma lasca de madeira, lá estarei, ande pela natureza, lá estarei, navega pelos mares do mundo, cante, dance, faça da tua vida o melhor, celebre , vai rio, vai para praia, os bosques, as florestas, as cavernas ou grutas, vai cavalgar, tenha afetividade, respeito, dignidade, solidariedade, ama aos outros como amasse a si mesmo, dedica aos outros como se dedicasse a ti mesmo, faça vale a pena a vida ou tua existência, não cria grilhões, e nem transforma a tua crença nunca prisão do achismo, não tenha medo, não condenas ninguém, não julgas ninguém, não mal trata ninguém, para de ser obcecado por crenças falidas. Abarca a gratidão, abarca sorriso no rosto, abarca o espirito virtuoso, abarca a fé que liberta, abarca amor, abarca a paz, abarca em vossa alma esta verdade latente de vida, abraça o teu irmão, abraça tua família, teus amigos, teus filhos, abraça a vida com abundância, façam carinho nos animais, respeite a vida, respeito o mundo selvagem e primitivo, usa com sabedoria a tecnologia, ajuda quem merece ser ajudando, fortifica teu pensamento, teu sentimento com perseverança, esperança, humildade, estou dentro de ti, jamais fora, deixa espelho da alma refleti a luz que é necessária em tua vida, eu não sou a igreja, eu não sou templos, eu não sou concreto ou armações de ferros, eu não sou simples símbolo, eu sou tempo, a vida e a luz que promove o bem da existência existir. Se desejar louvar, se deseja orar, se deseja manifestar o carinho, olhe para dentro de ti, olhe e busque dentro, eu brilho em tua alma ou em todas as almas viventes. Salve Olorum.
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Vislumbre de frases 1 - Quem se incomoda e se acomoda, nunca conhecerá a liberdade e sentirá preso, fracassado ou não serve, não ajuda; aceita conformismo sem aplauso. Nem tem causa, não tem diretriz e nem sabe o valor da mudança, este precisa sair da mesmice para outro patamar, sem isto é refém de si mesmo. Acordai e conectai com o novo momento, a nova ideia. Ande e começa logo. 2 - A origem do falso, somente o falso saberá, a origem da verdade, somente quem diz a verdade saberá. Independente tudo se torna lição de vida, basta agir segunda a própria experiência. 3 - Nunca permita viajar pelo ego, enquanto que valores como simplicidade, humildade, perseverança não forem o primordial. O mundo continuará gerar caos e desordem. 4 - Quem se queixa quem resmunga, não vive na gratidão e nem sabe o significado, porém, vive segundo sua própria convicção, isto atrasa, paralisa e não evolui e não agrega nada, portanto, a infelicidade permanece, ganha força, tenha gratidão, pare de reclamar, pare de se queixar, pare de resmungar. A vida pode ser bela se permitir viver na integra com entusiasmo e gratidão.
Douce Poésie VII
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O teto da vida
Sobre e regido pela luz,
sobre os caminhos no deserto, sobre a cristalização do amor,
Deus aplaca com ternura e com sabor; sobre clamor do povo,
sobre os percalços no caminho, sobre o tempo e o vento,
Deus concretiza sem dramatização a vida; sobre o brilho da lua na noite,
sobre a luz do sol que aquece o dia, sobre água e as matas,
Deus sintetiza o sonho que dura; sobre palmas da mão, sobre nascer da vida,
sobre fé dos alegres e humildes, sobre chuva que brota esperança,
Deus verte a benção para florescer; sobre as cores, sobre os anjos,
sobre os guardiões, sobre a vida que cintila harmoniosamente,
Deus da virtude e mistério do éden; Deus a vida e a gratidão,
luz resplandecedora na jornada da alma, o canto das sereias, criação do coração, broto dos Orixás e visão do grande mar;
Deus que engrandece regando com amor, no ciclo da existência,
para o filme da vida, sem segredo, mas com revelação que jamais será guardado,
sobre a tutela do amor.
Douce Poésie VII
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O amor é a prova
O amor que marcar,
o amor abraça, que revela alma, que revela a vida,
que revela a esperança, o amor que aquece,
o amor que traz paz e não a guerra, o amor da virtude e do carinho,
o amor não é do impossível, mas do possível, o amor que reconhece a voz,
o amor que afaga na grandeza d'alma, o amor em plena magia da bela sintonia,
a canção dá inspiração, a poesia que não apaga da memória,
o amor é a prova, sagacidade que não adormece,
o amor é o laço fluido como muita fluidez, beijo singelo e doce,
a esperança que governa e que abriga, o amor prazer de andar junto,
fonte segura de milênios, lembrança que jamais consumirá e nem desaparecerá,
o amor como cultivar a rosa no jardim, o presente da alegria,
encanto do sorriso tão belo, natureza que revela a verdade,
mesmo no sol escaldante ou numa noite escura de frio, o amor fina camada que aquece a luz de esperança,
e, que sempre reconhece pelo jeito e pela voz.
Douce Poésie VII
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Ninguém pode achar, só pode viver Ao longo do caminho foi desbravado todo tipo de recurso em sua vida, trilhou estrada em péssimas condições, passou por cidade, pagou pedágio, encontrou que apontasse o dedo, mas não teve a coragem de estender mão que auxiliasse, viu e aventurou pelas montanhas, viu certo tipo de rochas, pedras, paus, engendrou o mecanismo que nublou o pensamento e sentimento, ficou estagnado, parado, paralisado, esmoreceu, adormeceu; saiu do buraco, elevou, superou, prosperou, qualificou, aprimorou, evoluiu, realizou, progrediu, continuo. A vida é assim, vivemos cada segundo com a diversidade, não importa se importa, não queira fama ou status, queira viver antes de morrer, não queira morrer antes de viver. Crie, modifique , faz o melhor com entusiasmo e dedicação, a vida é bela para quem realmente vive, compartilha as experiências, é impossível voltar atrás, só deve ir para frente com dignidade e perseverança, sem medo de viver, sem medo de enfrentar os desafios que surgem em nossa vida para promover nosso melhor. O rio segue o curso até chegar ao oceano, enfrentando antes toda diversidade e mesmo assim contorna, se faz firme com sua corrente e continua seguindo em frente até transformar num grande oceano. Ninguém pode achar, só pode viver; simplesmente viver cada segundo com intensidade.
Douce Poésie VII
101
O clima da vida
Orixá é como árvore, Orixá é como as flores,
tudo está cantado, tudo está dormindo,
Tudo está acordando, novo dia e nova esperança,
assim é o despertar da consciência, uma hora pura ignorância,
outra hora pura consciência. Orixá e a decisão Orixá é vida e tudo que decidir faz parte da vida. A cada decisão é o amor que brota; a esperança que não cessa novo momento que surge, decisão boa quando toma pela naturalidade, nunca forçada externamente por outrem ou nem por si mesmo.
Douce Poésie VII
102
O amor da Deusa Oxum O amor quando é compatível com outra pessoa, entenda que primeira existe o amor dentro de ti mesmo, vibrando, pulsando numa determinada frequência e quem esta na tua frequência, se torna compatível com tua vibração, com teu amor. O amor é o silêncio adormecido, algo que não pode fica calado, precisa com jeito particular de extravasar, transbordar, transmitir, radiar e conquistar está belíssima arte de vida com atitude, confiança, perseverança, fé, compaixão, humildade, dentro da paz de espírito e nisto coagulará á felicidade. O amor não precisa de encantamento, já é encantamento natural, belo, singelo, emocionante que abarca com entusiasmo e gratidão de vida. Viver é a intenção, aprender também Vivemos numa redoma de ilusão criada por hábitos ou a mesmice. O ser precisa conhecer o ser. O despertar da consciência requer conhecer a si mesmo. A verdade repousa na tranquilidade e no bem estar do ser. A consciência é ser e o ser é refratário das ideias que pertence ou quando surgem com lampejos e inspiração, assim sendo tudo o que leva o ser ter ações é fruto da consciência que permite escolha entre o ruim e o bom. O fato é a consciência permite a continuidade quando existe o equilíbrio para vida regrada na conscientização do ser e no poder de escolha.
Douce Poésie VII
103
O enigma do tempo ou Oyá da vida O que sou na expectativa do universo, o que deve pensar só hoje, só nesse momento ou circunstância que fere meu peito, pensando e repensando, a ciência diz que o tempo passa existir no momento em que ouve o evento primordial no universo, mas elevando este ideia, o tempo sempre existiu e sem vai existir, enquanto existir vida, mesmo antes do plano material o tempo existe, mesmo que após a morte do corpo físico, o tempo existe. Pode ser que o segundo represente o tempo ou pode ser que a eternidade o represente ou ainda a ideia da eternidade seja o tempo, mesmo que não existam os mesmos dizeres da ideia humana duração relativa das coisas que cria no ser humano a ideia do presente, passado e futuro; período contínuo no qual os eventos se sucedem num determinado período considerado em relação aos acontecimentos nele ocorridos; época ou circunstância. O tempo sustenta o que chamamos de vida, logo. O tempo conhecido como tudo pode, tudo vai acontecer, tudo tem seu tempo é o tempo é Oyá ou Loguman, a inteligência moldando o existir dentro do ir e vir de qualquer personalidade existente, qualquer fragmento dentro da criação, não existe o receio no tempo, não existe a dúvida no tempo, simplesmente é e o manifesta de forma reta com objetivo singular, às vezes na pluralidade, razão, emoção, verbalização, constatação, sem arame, sem magoa ou ressentimento, verdade que é nata, pura, solene, que inclina, expõe no magnifico sistema chamado vida, com amor, simplicidade, realçando sem recalque, agindo com respeito e lealdade. O tempo que conduz o tempo que equilibra o tempo que fortalece o ser que enaltece o tempo que mostra lugar, um cantinho, um momento ou vários momentos, o tempo do remédio, o tempo da cura, o tempo de rir ou o tempo de chorar, o tempo da reflexão, o tempo da solidão ou o tempo da gratidão, o tempo do entusiasmo, da vida plena, o tempo nu e cru da esperança do ficar parado ou do correr atrás dos objetivos, o tempo de paz, alias já tempo de paz, sem ter o tem de guerra, não existir o tempo de guerra ou da destruição, embora, muitas vezes o tempo de guerra ou destruição significa mudança, transformação ou valorização daquilo que não compreende e que um dia vai entender através do tempo. O tempo pode ser gélido, frio, incompreensivo, mas o tempo pode elevar ou ignorar tal fato, já que todos que pensam podem escolher entre qualquer situação que pode ou deve seguir dançar ou correr, ficar estagnado ou ir enfrente diante da realidade, o tempo oportuniza qualquer ação, o tempo de corrigir os erros cometidos ou o tempo pode promover dentro de curto espaço tempo a verdade latente em que religiosidade se faz presente, germinando a fé, propagando o amor pela espiritualidade, independente da religião que proliferam no mundo, tal linha requer sentidos, coerência, logica, e quem tem harmonia encontra dentro do tempo o radicalismo ou fanatismo para existir em dado momento, que pode prolongar viajar, contemplar, radiar, o que pensa ou o que sente. O tempo molda, traz a tona o que ser carrega na alma que pode ser a selvageria, o lado primitivo, lado secundário ou traz a tona o belo, arte, ética, conhecimento, sabedoria, isto é o tempo, isto é Orixá Oyá ou Loguman em ação o tempo todo, que não para e não permitir ninguém ficar parado sem ter reflexão do antes, durante e o depois, clamado renovação, modificação, ou evolução.
Douce Poésie VII
104
Que tempo belo de vida bela e de circunstância bela que revela magnetismo continuo, seguimento sem precariedade do tempo, dinâmico, integro, sincero diante da realidade do existir. O que é o tempo? Se o momento, o agora, o passado que foi presente dos sentidos e o futuro da imaginação, sem dramatização, sem aplausos dos recursos que vida dentro do tempo cintila para ajuste, o equilíbrio de tudo. Oyá é busca entendimento de si no universo, da luz abrasadora, luz reveladora, magia, encantamento, o tempo sem contagem, sem ato cronológico de vida se acreditar na vida antes da matéria, da continuidade e da evolução. O tempo é tempo de tudo que existe e tudo passar existir com o tempo o ancião da vida, o ancestral do conhecimento, do amor, da ação. Sou Orixá Oyá tempo ou Loguman, em que vida se faz a existir, gostando ou não gostando, adorando ou não adorando, para tudo existir, sou que existe antes de tudo no filamento, no engraçamento, no alinhamento, a verdade que não tive um inicio e nem tenho um fim, sou vida do antes e do depois, o durante eu deixo você pensar e refletir. Sou dança do teu momento, sou verdade sincera desconhecida na realidade humana onde nasce, morre, renascem como a bela passagem da oportunidade em que a vida apenas oferece, não espera gratidão e nem reconhecimento, sou força por atrás de tudo o que existe, aos quais já não existiria. A proposta da vida, sou o que tudo pode e o que tudo é permitido, não condeno e nem julgo, apenas corrijo o injusto e promovo a oportunidade para todos. Sou tempo ou Oyá tempo. Sou a certeza que você pensa, sou a razão de qualquer motivo que faz pensar, na historia do tempo sou antes na criação, pensar externamente, verás que ninguém foge a luta, verás que ninguém ou qualquer coisa passar existir no sentido cronológico pelo rico momento do tempo, pelo evento no universo, sou a estrutura para tudo acontecer, tudo é moldado por mim, sou antes do céu, da terra, do universo, da vida, ando abraçado com a vida desde antes plena vida não material, para que vida se faça presente, nunca ausente, sou a transmutação para torna vida real, límpida e cristalina. Sou ação que tudo pode aproveitar tudo pode consolidar, tudo pode ser vivenciado, encabeçado pelo momento da vida em escolha ou tempo que promove as verdades sobre as escolhas, simplesmente dou a oportunidade de cada ser vivo, viver o tempo necessário, o tempo de relacionar com ambiente onde se pode transformar ou a reflexão efetiva, sou o que foi, sou o que é, sou o agora, sou a complexidade ou sou a simplicidade, sou abrangência em tudo ou sou nada em tudo, Sou a mola da engrenagem ou sou a engrenagem que ajusta a mola, sou movimento cíclico, sou o padrão que ajusta no sistema da vida ou sou modelo da ideia, de qualquer maneira sou substância que torna muitas verdades em tempo da realidade entre isto ou aquilo, entre ser ou não ser, verdade composta, concreta, real, absoluta em relação a tudo e a todos.
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Rose Bona
Catarinense. Escritora e Poetisa. Graduada em bacharelado em Ciências Econômicas pela UNIVILLE – Universidade da Região de Joinville (2002). Pós-graduada em Comércio Exterior pela PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2007). Publicou: “Essência do Silêncio”, “Universo Interior”, “Alma & Versos” (Frases, 2015) e “Fragmentos de Mim” (Frases & Poesias, 2016) Editora Bookess. Participou: “Doce Encanto” (Diálogo, 2012). “Silêncio Áfono” (Poesias, 2013). “Abraça-me” (Frases, 2013). “Outubro Rosa” (Frases, 2014). “Libera-te” (Frases, 2014). “Além-mar das palavras”, “Premium II, VIII, IX, X”, “Platinum VII, XIX, XXI” (Antologia, 2015/2016) e “Douce Poésie I, IV”, – (poesias, 2017) – Bookess Editora.
Contato:
http://pensador.uol.com.br/autor/rose_bona/
Douce Poésie VII
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Douce Poésie VII
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Amor e amar_ em verdade
Amar verdadeiramente em qualquer lugar,
em todo o sentir de nosso existir ... amemos primeiro.
De todos os que vivem neste mundo
não sou um ser perfeito, mas, dentro da perfeição da existência
eu sou aquele capaz de, à minha maneira AMAR.
Não amar por demais grande
nem por demais pequeno, mas, que satisfaça o meu espírito
e prove à minha capacidade de AMAR. Amar
com aquele amor que tudo pode, que tudo alcança...
amar em pensamento amar fisicamente
porque o amor é força que agiganta, é suave prazer,
é calma que acalma. O amor é tudo que não se explica mas, que exalta a vida quando ele,
na alma acende a chama. E porque o amor é o verdadeiro bálsamo da alma,
amemo-nos apenas.
Douce Poésie VII
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O Amor... num olhar
Muito além de um simples olhar ... a sedução de um olhar observador
cheio de significados que diz tudo sem pronunciar nenhuma palavra.
A carícia de enigmáticos olhos,
num toque físico, como se, pessoalmente, explorasse cada detalhe íntimo do corpo.
Estático, no entanto, um toque sentido
corações acelerados chama ardente desejo latente
que sai de dentro da gente.
Um olhar perspicaz que nota qualquer movimento
que provoca sensações dominado por olhos semicerrados
e com a sombra de um sorriso no canto da boca.
Muito além, que apenas ver
... na retina dos olhos é possível pintar um quadro
e enxergar claramente como se estivesse olhando para o futuro
e vendo o amor escrito no brilho intenso de um olhar.
Douce Poésie VII
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Sonhar
... sonhar um sonho de amor
sonhar acordada e contar-te secretamente
o quanto te busquei em meus sonhos mais íntimos para amar-te,
sonhar às escuras
revelando-te meus mais ardentes
desejos de amor,
sonhar em pensamentos dando asas à minha imaginação
e em teus braços perder-me para amar-te perdidamente,
sonhar inquietamente para viver com você
uma loucura de amor,
... sonhar um sonho desperto no desejo de amar,
sonhar em você, pra você, com você
numa viagem interminável e viver momentos infinitos
dos mais imensos sonhos de amor.
Douce Poésie VII
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És tu
Tu és inspiração no meu pensar que me distrai
e o caminho que me leva para perto de ti.
Tu és meu sonho que me fala enquanto durmo, és o amor que me desperta e faz pulsar meu coração.
Tu és um silêncio que me encanta
acalma e acaricia a minha alma, és poesia em flor e alegria
que perfuma e faz meu semblante sorrir.
Tu és uma canção para qual o meu coração bate, és como um arco-íris que dá luz e cor a minha vida.
És tu, pura magia
que me toca e me fascina, que vibra e encanta todo meu ser.
Douce Poésie VII
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Vago
O vento sopra lá fora fazendo melodia
de saudades no peito.
As nuvens correm no céu desenhando sua partida
e anunciando o seu adeus.
Meus pensamentos soltos ao vento voam livre
a procura de um lugar e em nostalgia ficar.
... vago nas lembranças
de doces momentos do nosso querer
que se perdeu no tempo.
No mesmo instante, rola da face uma lágrima para selar a nossa poesia
que ficou inacabada.
Douce Poésie VII
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No silêncio_ Tu e Eu
... No meu silêncio passeias tu dentro de mim
acordando lembranças aquecendo emoções
deixando marcas pra depois.
Sigo-te no deserto da minha solidão
afugentando medos aprisionando a paixão
dentro do peito para contigo vivê-la depois.
No vasto horizonte Tu e Eu vagueia
no tempo que se fez tornando-se único
em espera permitindo-nos uma chance de vencermos a distância
e desfazer o silêncio entre nós.
Douce Poésie VII
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Mente nova
Mente nova que se renova que se desfaz dos medos
que se refaz das dores que se faz parte de cada ciclo.
Mente nova
que encontra nas profundezas do próprio ser a pureza dos sentimentos.
... defronte de mim
um novo mundo se revela um novo sentido a vida segue
um novo mundo em que a felicidade me espera.
Mente nova em voo livre,
a existência em movimento construí pontes
entre o eu e um universo de luz que me acolhe e reluz na minha essência.
Mente nova me liberta
das amarras do passado ... para renascer novamente.
Douce Poésie VII
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Houve um tempo
... houve um tempo que o medo
de mim se aproximou fazendo-me viver
na escuridão das minhas ilusões.
Houve um tempo que um profundo abismo
se fez diante de mim aproximando insensatos profanos.
Houve um tempo
em que apenas lamentava os sentimentos insanos
das pessoas que por mim passavam.
Houve um tempo em que, um novo destino
me acolheu; no obscuro em pensamentos dispersos
uma nova luz brilhou.
Houve um tempo em que toda obscuridade rompeu-se
resplandeceu em mim apenas a minha essência
em que pude me ver, reviver, me sentir com inteiro poder...
e o meu medo; apenas disse: adeus.
Douce Poésie VII
115
Paixão... sem limites
... perdidos numa onda de sensações entregues às emoções.
Nenhuma força de atração amedronta, apenas o desejo de amar apaixonadamente.
Desejo desperto pelo toque sensual das mãos e lábios quentes percorrendo o corpo queimando a pele.
Na sala pouco iluminada, apenas a luz de um abajour cor de mel banhando o torso nu sobre as almofadas;
o silêncio quebrado pelos sussurros e respiração ofegante de desejo; entre toques ora suaves, ora mais intensos porém, sem quebrar o enlevo que envolve.
Olhos com brilho intenso, lábios entreabertos como que, uma fruta madura
pedindo para ser saboreada. Cada curva do corpo acariciado com avidez.
... perdidos nas ondas de volúpia provocado por cada toque e os mais íntimos recantos envolvidos por lábios quentes.
Corpos buscam-se com ânsia formando desenhos eróticos de luz e sombra. As curvas suaves unindo-se aos ângulos rijos
provocando uma geometria viva em movimento. Corpos intumescidos de desejo
... entregues a uma paixão sem limites.
Douce Poésie VII
116
Absinto
No perfume inebriante
que nos envolve.
No frescor da brisa
que nos acaricia a pele.
No calor de abraços
que nos aquece.
No doce aroma da paixão
... ABSINTO o desejo do amor.
... sem nada dizer
apenas sentir. ... Indivisíveis sentires
nas escolhas que fizemos
no vicio do amor.
... sem nada dizer, Absinti-mo-nos.
Douce Poésie VII
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Sueli Teresinha do Rocio Schulka
Nasceu em 10 de Agosto de 1957, na cidade de Curitiba (PR). Vive e trabalha em Curitiba (PR). Dermaticista. Poetisa e Ativista Cultural. Graduou-se em Tecnologia em Estética e Cosmética, na Instituição UTP – Universidade Tuiuti de Paraná (2013). Participou com uma de suas poesias “Essência do Nosso Amor” numa ação Nacional em 2014, promovida pela Prefeitura Municipal de Curitiba. “Um Poema em Cada Árvore” disponível no link http://www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/…/um-poema-em-… Participante do projeto Premium I, IV, IX e X (Poesias e Textos, 2015) e Platinum X, XXIII (Poesias e Textos, 2016), pela Editora Bookess, onde escreveu o seu primeiro capítulo na literatura nacional. Contato:
Douce Poésie VII
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Douce Poésie VII
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Coração perdido
Não lute contra teu sentimento, esse vazio só traz ressentimento.
Sinta dentro do seu peito, o que ao teu coração tens feito.
Teus pensamentos se perdem no ar,
teus sentimentos ficam a te machucar. A rotina do dia desvia tua atenção,
mas a noite o tormento aperta teu coração.
E assim tu vais vivendo, do teu sentimento se escondendo.
Um dia tu vais se arrepender, do amor que quisestes viver.
A vida não espera por ninguém,
é como uma viagem de trem. Cada um desce na sua estação,
por isso não viva sua vida em vão.
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Quando a alma voa
A impaciência me domina, às vezes me irritam.
Ninguém entende a alma menina. Sem saber conversar, gritam.
O ambiente agitado me deixa tensa,
as pessoas não pensam no que falam. As palavras ficam no ar suspensa,
nada explicam e se calam.
Afasto-me e meus olhos fecho, entrando em outra sintonia.
Meu corpo relaxo, entro para o mundo da magia.
Lá eu posso ir
para onde eu quiser. Minha alma voa livre a sorrir,
Na alegria de poder ser menina ou mulher.
Esta sintonia me traz um grande sentido.
Aproveitar dentro de mim a paz e o amor que carrego comigo.
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Morar no campo
No céu surge um raiozinho, na terra a água do riozinho.
Do céu cai a chuva fina, no rio corre água cristalina.
Nas árvores pássaros a cantar, no campo o gado a engordar.
O pomar cheio de frutas saborosas, as borboletas ao redor voando maravilhosas.
Na casa chaminé solta fumaça.
O pão crescendo a massa. O leite fresquinho chegando.
O bolo no forno assando.
O jardim bem cuidado encantando, as flores seu perfume exalando.
O povo da casa trabalhando e sorrindo. No campo a boa energia está sempre fluindo.
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Entre a paixão e o amor
Não foi amor, foi ilusão. O amor conduz a paz,
não fere o coração.
Violenta é a paixão, que nos faz agir com loucura,
brincando com a emoção.
O amor é como passarinho, com paciência e sem pressa,
vai fazendo seu ninho.
A paixão é uma volúpia de desejo, que chega imponente e logo vai embora,
deixando apenas o gosto do beijo.
Vivemos em função do tempo, que é o senhor da verdade,
nos ensina que amor é liberdade.
E essa louca paixão, é apenas uma ilusão perdida,
que todos passamos nesta vida.
E assim vamos seguindo, entre o amor e a paixão.
A alma lê e quem escreve é o coração.
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Uma noite à beira-mar
Anoiteceu, fui a janela. A noite estava fresca e bela.
No escuro céu as estrelas a brilhar. No oceano o barulho das ondas do mar.
Na varanda a brisa leve do ar,
o vento suave a me tocar. A corujinha no muro silenciosa, me olhava um tanto curiosa.
Olhar o mar é uma terapia,
relaxa o corpo na água salgada e fria. O mar para um poeta,
trazer intuição é coisa certa.
Olhando a paisagem a mente faz longa viagem .
Traduz a bela imagem em poesia, isso para um poeta é pura sintonia.
Deixei a janela aberta, a praia estava deserta.
Fiquei ouvindo o barulho do mar, até o sono chegar.
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Desejos de amar
Você tira meu sossego, você inflama minha alma.
Em teus olhos existe apego, no teu corpo nenhuma calma.
O teu sorriso é desenhado, nas tuas mãos sinto euforia.
O teu abraço apertado, traz aconchego e alegria.
O destino foi interpretando, o que o coração traduzia.
Você foi me amando, a este amor eu correspondia.
Nos teus olhos sentimento vejo, o meu beijo é fogo em chama.
Você senhor do desejo, e eu quem você ama.
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Revelação da vida
A vida é assim, meio vazia. Quase nada, cheia de tudo.
Um dia você caminha sozinha, no outro muito conteúdo.
A alma perambula no espaço,
em busca de uma luz. Na terra temos o abraço, que aconchega e seduz.
Somos todos mascarados, cada um com sua fantasia. Pela vida somos revelados,
não adianta ironia.
Você sempre será merecedor, daquilo que plantou.
Escolha a semente com amor, pra não dizer que falhou.
Viva cada dia como se fosse
tua vida inteira. Não perca a chance
e seja feliz de toda maneira.
Quando você menos espera, surpresa pra ti acontece.
É a vida que coopera, para o que você merece.
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Maria
Maria da terra, das plantações. Maria da luta, das emoções.
Maria teu jardim é perfumado. Maria que encontrou seu amado. Maria das filhas tão diferentes.
Maria do amor de mãe contente. Maria das novenas sempre rezadas.
Maria na família foi muito amada. Maria que o amor descreveu.
Maria que bela vida viveu. Maria que no olhar disse adeus. Maria que foi morar com Deus.
Maria, minha mãe Maria. Maria é pra ti esta poesia!
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Sonho do pecado
Fechei os olhos e te vi passar aqui, era uma luz imensa que eu segui.
Com os olhos fechados senti tua mão, segurando a minha pude sentir teu coração.
Os meus passos não sentiam o chão,
caminhava sem precisão. Senti teu perfume com o vento,
o calor da tua pele em pensamento.
Tudo ficou desalinhado, parecíamos entrelaçados,
vivendo o amor do pecado.
A luz se fez escuridão, abri meus olhos então, tremendo de paixão.
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Você se foi
Hoje uma lágrima caiu, foi tristeza de quem partiu.
As pessoas se vão, sem avisar quando irão.
Lembro-me da risada amiga,
das palavras de conselho; parece que abre uma ferida
e fica tudo vermelho.
Está gravado na lembrança o teu jeito de criança.
Teu encanto pela liberdade, de viver um amor de verdade.
Olho para o escuro céu,
de uma noite fria de inverno; vejo nuvens como véu,
que escondem o teu ser eterno.
Se eu ainda te encontrar, com carinho vou te abraçar.
Agradecer com emoção os momentos, que foram levados como vento.
Que seja luz onde estiver, e os anjos cantem contigo; eu só quero aqui escrever,
que tu foste um grande amigo.
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