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SUMRIO
Introduo ...........................................................................................................................4
Religies e transplante de rgos........................................................................................5
Princpios que rege a postura dos envolvidos no processo de transplante ...................... ...7
Declarao universal dos direitos do homem .....................................................................7
Cdigo de tica mdica .......................................................................................................7
Declarao de Helsinque ....................................................................................................8
A legislao brasileira de transplantes ................................................................................8
A resoluo do CFM de nmero 1.480 ...............................................................................8
Morte enceflica..................................................................................................................9
Quem pode ser doador ........................................................................................................10
Riscos para um doador de rgos em vida..........................................................................11
Consequncias psicossociais da doao..............................................................................12
Rejeio de rgos e tecidos ...............................................................................................13
Trfico de rgos e tecidos .................................................................................................17
Concluso ...........................................................................................................................19
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INTRODUO
Aps o primeiro transplante de rgos/tecidos ocorrido com sucesso em 1954 na
cidade de Boston (EUA), pelo Doutor Joseph E. Murray e mais adiante no Brasil em 1964 no
Rio de Janeiro foi que a transplantao comeou a causar indagaes ticas e burocrticas nas
quais merecem um detalhamento aprofundado ao seu respeito. O presente trabalho trata de
uma pesquisa bibliogrfica sobre transplantes de rgos e tecidos no qual abordar conceitos,
diagnsticos, compatibilidade e a questo biotica sobre este tema.
O procedimento que regulamentado pela lei 9.434 de 04/02/1997 e pela lei
10.211 de 23/02/2001 realizado aps um protocolo tico no qual obedece a fila, a no
escolha do receptor pelo familiar, a histocompatibilidade, entre outros. Sendo que a retirada
do rgo do doador somente autorizada aps o diagnstico da morte enceflica que
confirmada por meio de exames nos quais sero discutidos.
Este apresentar a verdadeira importncia da doao de rgos e tecidos, os
possveis doadores que podem colaborar, quais so as partes burocrticas existentes
enfrentadas para realizar a transplantao, entre outros aspectos envolvidos.
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RELIGIES E TRANSPLANTE DE RGOS
As indagaes que rodeiam o mundo espiritual so muitas, entre elas pode-se
relevar que o assunto de transplantes de rgos e tecidos bastante compassivo.
Em geral, possvel afirmar que as religies existentes em todo o mundo atual so
a favor desse gesto. Porm, voc sabe o porqu das religies serem a favor da doao e
recepo de rgos e tecidos? Simples, por dois grandes motivos: Primeiramente porque salva
vidas; e logo em seguida pode-se dizer que a doao de rgos vitais ocorre apenas quando os
doadores j esto sem vida.
A seguir temos a resposta de diferentes religies para a doao de rgos e
tecidos:
Espiritismo
Est inteiramente de acordo, pois o espiritismo caminha com a cincia e as
conquistas cientficas so favorveis a vida.
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos dias Mrmons
plenamente a favor quando h possibilidades de um ser humano ajudar outro.
Judasmo
Em beneficio do outro e em beneficio de salvar vidas, sim. Agora, se para o fim
da pesquisa ou quaisquer coisas abstratas, no. Se o medico avisa que atravs daquela doao
ou transfuso poder salvar algum, a resposta sim do Judasmo.
Islamismo:
O Islam a religio da misericrdia e pede e incentiva as pessoas para ajudarem
seus irmos. Principalmente aqueles necessitam verdadeiramente da doao de rgos e
sangue, desde que essa doao no prejudique o doador e no seja pra fins lucrativos.
Testemunhas de Jeov:
Segundo as testemunhas, em vrias ocasies, Deus mostra na bblia a proibio do
uso do sangue (Gnesis 9:4; Atos 15:28;29). De acordo com isso, a Testemunhas de Jeov
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evitam o uso do sangue em qualquer circunstncia, inclusive em transfuses. Ao passo que,
tambm segundo eles, a bblia clara no que diz respeito ao sangue, porm no traz nada a
respeito da questo de transplante de rgos e tecidos. De forma que doar seus rgos ou
receber rgos uma deciso que cada pessoa pode tomar em relao a sua prpria vida e o
livre arbtrio que Deus deu.
Catolicismo:
O transplante aparece pela primeira vez na bblia catlica na metfora bblica em
Gn. 2,18. Muitos argumentam contra a doao de rgos tendo em vista conceitos religiosos
que chegam ao extremo de considerar um doador como um mutilado para a entrada no Reino
dos Cus. Mas contra essas crenas, a igreja catlica totalmente a favor da doao de rgose tecidos para um bem e para salvar uma vida.
Igreja presbiteriana:
Completamente a favor.
Religio de Deus:
Completamente a favor da doao de sangue e do transplante de rgos e tecidostambm, afinal ningum ser condenado por doar ou no seus rgos, pois se a lei humana
no o faz, quanto mais a Lei Divina.
Umbanda e Candombl:
A Umbanda e o Candombl so a favor da doao de rgos e tecidos porque
uma prtica sustentadora da vida para uma pessoa poder continuar em frente. Se a medicina
alcanou essa evoluo no conhecimento cientfico, isso atende a uma vontade do prprio
Criador, que facultou ao homem a obteno de meios para a preservao da vida.
Igreja Adventista do Stimo Dia:
Totalmente a favor, e na maioria de seus encontros eles promovem campanhas de
doao de sangue alm do apoio doao de rgos e tecidos.
Assemblia de Deus:
No tem nada contra a doao de rgos. Se h uma necessidade, e para salvar
vida de outra pessoa, a religio citada totalmente a favor.
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Budismo:
Os transplantes ou as doaes de rgos na maioria das vezes se tornam uma
forma de comrcio, porm se o transplante ou a doao no for para fins lucrativos, oBudismo totalmente a favor. O respeito vida um dos mais importantes e sagrados
ensinamentos do Budismo.
PRINCPIOS QUE DEVEM REGER A POSTURA DOS ENVOLVIDOS NO
PROCESSO DE TRANSPLANTE
Declarao Universal dos Direitos do Homem
Art. I - Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Sodotados de razo e conscincia e devem agir em relao aos outros com esprito de
fraternidade.
Cdigo de tica Mdica
Captulo V - Relao com o paciente e familiar
Art. 59- E vedado ao mdico deixar de informar ao paciente o diagnstico, o
prognstico, os riscos e objetivos do tratamento, salvo quando a comunicao direta ao
mesmo possa provocar-lhe dano, devendo, nesse caso, a comunicao ser feita ao responsvel
legal.
Captulo VI - Doao e transplante de rgos e tecidos
Art. 72- vedado ao mdico participar do processo de diagnstico de morte ou da
suspenso dos meios artificiais de prolongamento da vida de possvel doador, quando
pertencente equipe de transplante.
Art. 73- vedado ao mdico deixar, em caso de transplante, de explicar ao doador
ou seu responsvel legal e ao receptor ou seu responsvel legal, em termos compreensveis, os
riscos de exames, cirurgias ou outros procedimentos.
Art. 74- Retirar rgo de doador vivo quando interdito ou incapaz, mesmo com
autorizao do responsvel legal.
Art. 75- Participar direta ou indiretamente de comercializao de rgos ou
tecidos humanos.
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Captulo IX - Segredo mdico
Art. 102- vedado ao mdico revelar fato de que tenha conhecimento em virtude
do exerccio de sua profisso, salvo por justa causa, dever legal ou autorizao expressa dopaciente.
Art. 104- vedado ao mdico fazer referncia a casos clnicos identificveis,
exibir pacientes ou seus retratos em anncios profissionais ou na divulgao de assuntos
mdicos em programas de rdio, televiso ou cinema e em artigos, entrevistas [...].
Declarao de Helsinque
Orienta mdicos em pesquisa biomdica envolvendo seres humanos. Vriosprocedimentos envolvendo transplantes so ainda experimentais. Assim, todo cuidado deve
ser tomado no sentido de se evitar incorrer em violao das recomendaes da declarao de
Helsinque.
A Legislao Brasileira de Transplantes
A partir de 1968, com a publicao da Lei de Transplantes, passou a vigorar o
consentimento informado, pelo qual os familiares decidiam sobre o destino dos rgos dopotencial doador.
Em 1992, houve modificao, pela Lei nmero 8.489. Em 1997, foi criado o
Servio Nacional de Transplantes, pela Lei nmero 9.434. Na mesma lei foi institudo o
consentimento presumido, i.e., todo indivduo seria doador, exceto se tivesse manifestado em
vida sua condio de no doador. A celeuma criada com esta lei acabou por induzir sua
modificao, em 2001, pela Lei nmero 10.211, que voltou a determinar o consentimento
informado.
A Resoluo do CFM de nmero 1.480, de 08 de agosto de 1997, regulamenta critrios
para diagnstico de morte enceflica.
A situao particularmente surpreendente ocorreu com o caso de Jesica Santillan,
ocorrido na Universidade de Duke, nos Estados Unidos. Jesica foi submetida a transplante de
corao-pulmo, com incompatibilidade ABO. Seu tipo sanguneo era O e recebeu corao-
pulmo proveniente de um doador do tipo A. A complicao foi imediata e ela perdeu os
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enxertos. Foi mantida em sistema de suporte de vida por duas semanas, quando foi submetida
a novo transplante. Faleceu aps o segundo transplante, devido a leses neurolgicas.
importante lembrar que erros mdicos ou humanos vo ocorrer sempre, noBrasil, nos Estados Unidos ou em qualquer outro local do mundo. preciso, no entanto,
empenho para que sua frequncia seja cada vez menor. A apreciao do erro mdico, nessa
rea de transplantes, reveste-se de muitas dificuldades, principalmente pelo fato de que as
decises e aes passveis de questionamento ocorrem em contextos s vezes terrveis e de
difcil interpretao para o leigo. , entretanto, essencial que as entidades de fiscalizao da
prtica mdica atuem sempre na defesa dos interesses dos pacientes, impedindo ou limitando
a prtica de profissionais inabilitados e inescrupulosos.
MORTE ENCEFLICA
Um dos temas de importncia extrema a ser abordado dentro da matria de
transplante de rgos a ocasionalidade da morte enceflica. Somente aps seu diagnstico, o
ser humano declarado legalmente morto. Quando ela ocorre, a parada cardaca inevitvel.
Embora ainda haja batimentos cardacos, a pessoa com morte cerebral no pode respirar sem
os aparelhos e o corao no bater por mais de algumas poucas horas. Por isso, a morte
enceflica j caracteriza a morte do indivduo. Esta a hora que deve constar no atestado de
bito, alm de ser o momento no qual o procedimento de transplantao deve comear.
A morte enceflica ser caracterizada atravs da realizao de exames clnicos e
complementares durante intervalos de tempo variveis, prprios para determinadas faixas
etrias sendo que, de 7 dias a 2 meses incompletos - 48 horas, de 2 meses a 1 ano incompleto
- 24 horas, de 1 ano a 2 anos incompletos - 12 horas, acima de 2 anos - 6 horas.
Dever ser constatada e registrada por dois mdicos neurologistas no
participantes das equipes de remoo e transplante, mediante a utilizao de critrios clnicos
e tecnolgicos definidos por resoluo do Conselho Federal de Medicina (RESOLUO
CFM n 1.480/97). Os exames complementares a serem observados para constatao de morte
enceflica devero demonstrar de forma inequvoca:
a) ausncia de atividade eltrica cerebral ou,
b) ausncia de atividade metablica cerebral ou,
c) ausncia de perfuso sangunea cerebral.
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Os parmetros clnicos a serem observados para constatao de morte enceflica
so: coma perceptivo com ausncia de atividade motora supra-espinal e apneia.
Apesar de muitos confundirem, a morte cerebral no a mesma coisa que coma,pois o coma a perda da conscincia com funcionamento ativo das funes cerebrais. Pode-se
dizer que a morte cerebral um estado de coma irreversvel, j que a perda das funes
neurolgicas do crebro ocorre de maneira definitiva.
A morte enceflica dever ser consequncia de processo irreversvel e de causa
conhecida. Constatada e documentada a morte enceflica, dever o Diretor-Clnico da
instituio hospitalar, ou quem for delegado, comunicar tal fato aos responsveis legais do
paciente, se houver, e Central de Notificao, Captao e Distribuio de rgos a queestiver vinculada a unidade hospitalar onde o mesmo se encontrava internado.
Depois de confirmada morte legal do indivduo, as equipes fazem a extrao no
hospital onde se encontra o doador, em centro cirrgico, respeitando todas as tcnicas de
assepsia e preservao dos rgos. Terminado o procedimento, elas se dirigem aos hospitais
para procederem transplantao. Todas as incises (cortes) so fechadas aps a concluso da
cirurgia, preservando a aparncia fsica normal da pessoa ao morrer. Estes procedimentos so
realizados de modo que no aparea no corpo deformaes e cortes visveis, prejudicando sua
aparncia no funeral.
QUEM PODE SER DOADOR DE RGOS E TECIDOS?
O doador vivo considerado uma pessoa em boas condies de sade de acordo
com a avaliao mdica capaz juridicamente e que concorde com a doao. Pela Legislao
Brasileira (Lei n. 10.211, de 23 de maro de 2001). Podem ser doadores em vida os: pais,
irmos, filhos, avs, tios e primos, o cnjuge e ainda, os no parentes com autorizaojudicial.
A doao de rgos como rim, parte do fgado e da medula ssea pode ser feita
em vida. Para a doao de rgos em pessoas falecidas somente aps a confirmao do
diagnstico de morte enceflica. Tipicamente so pessoas que sofreram um acidente que
provocou um traumatismo craniano (acidente com carro, moto, quedas, etc...), ou sofreram
acidente vascular cerebral (derrame que evoluiu para a morte enceflica).
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No podem ser considerados doadores pessoas portadoras de doenas infecciosas
incurveis, cncer ou doenas que pela sua evoluo tenham comprometido o estado de
rgos. Os portadores de neoplasias primrias do sistema nervoso central podem ser doadores
de rgos. Tambm no podem ser doadores pessoas sem documentos de identidade e
menores de 21 anos sem a expressa autorizao dos responsveis.
RISCOS PARA UM DOADOR DE RGOS EM VIDA
Existe a possibilidade de que se realize o transplante com doador vivo. No caso
do rim, medula ssea, pncreas, fgado e pulmo a legislao brasileira e mundial permite que
em vida esses supracitados sejam doados por meio da Laparoscopia que a cirurgia feita para
a retirada dos rgos e tecidos em questo.
H riscos para o doador, durante e aps a cirurgia. Diferente da maioria das
outras cirurgias, o doador tem que estar realmente em excelente sade quando submetidos ao
procedimento. Portanto, os riscos so atribuveis principalmente para a cirurgia em si como,
por exemplo, na remoo de um rim. Estes riscos so pequenos e controlveis, mas no
interesse da divulgao, aqui esto algumas das possveis complicaes e consequncias:
Dor
Esta uma certeza, e um aspecto da doao no qual os doadores tendem a
subestimar. Felizmente, a dor gerenciada atravs de medicao aps a cirurgia.
Complicaes
Cerca de 10% a 30% dos doadores referem alguma forma de complicao aps a
cirurgia. As complicaes incluem infeco da inciso, sangramento, infeco do trato
urinrio e pneumonia. Uma complicao especial de nefrectomia laparoscpica relatou
inchamento, isso ocorre porque o abdmen inflado com gs durante a cirurgia para dar ao
cirurgio mais espao para manipular o laparoscpio e instrumentos cirrgicos, ao passo que
demora um tempo aps a cirurgia para o corpo a eliminar o gs, de modo que o doador pode
se sentir desconfortvel por alguns dias.
Reoperao
Algumas complicaes podem ser significativas o suficiente para que o doadorprecise voltar para a cirurgia. Reoperao ocorre em 2% ou menos de doaes. Exemplos
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dos tipos de complicaes graves que exigem reoperao incluem hemorragia, hrnia,
obstruo intestinal e leso intestinal.
Readmisso
Voc pode ter problemas depois de sair do hospital que exigem que voc volte ao
hospital. Cerca de 2% dos doadores tem que voltar ao hospital por causa de doenas como
nuseas, vmitos, sangramento, constipao, infeco e diarreia.
Morte
Acontece. Felizmente, extremamente raro. A taxa geralmente aceita de risco de
mortalidade de 0,03% (que de trs mortes para cada 10.000 procedimentos.);
O que a pesquisa nos diz que a maioria das cirurgias de doao so bem
sucedida. No entanto, em nenhum caso possvel eliminar completamente os riscos num
procedimento cirrgico.
CONSEQUNCIAS PSICOSSOCIAIS DA DOAO
H poucas pesquisas sobre o impacto psicossocial da doao de cirurgia de
doao imediatamente seguinte. No entanto, os participantes LDO que doaram denunciaram
esses tipos de alteraes psicossociais e de relacionamento:
Um aumento na autoestima por ter feito algo extraordinrio para algum;
Sentimentos positivos depois de ver a melhoria da sade do beneficirio;
A depresso leve, talvez porque a ateno e preocupao tende a se deslocar para o
destinatrio aps a doao e por causa do menor nvel de antecipao e entusiasmo do que o
nvel que antecedeu a cirurgia;
Os riscos para um doador de rim:
Presso alta;
Protena na urina, o que pode sinalizar insuficincia renal precoce.
Os riscos de Doao de pulmo:
Os cogulos de sangue, especialmente nos pulmes;
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Dificuldade em respirar;
Pulmo colapsado;
Problemas cardacos, incluindo ritmos anormais do corao;
Infeco e inflamao do pulmo.
Os riscos para um doador de Fgado:
Os cogulos de sangue;
Pequenas obstrues intestinais;
Problemas de sangramento.
REJEIO DE RGOS E TECIDOS
O primeiro transplante bem sucedido de rgos aconteceu em 1954, em Boston
(EUA), quando o Dr. Joseph E. Murray realizou um transplante de rins entre dois gmeos
idnticos no Hospital Brigham and Women. Murray se baseou na descoberta dos mdicos at
ento de que em transplante entre gmeos idnticos no havia o perigo de rejeio uma vez
que o genoma de ambos, receptor e doador, so os mesmos.
Porm, foi somente na dcada de 60 que os mdicos descobriram um meio de
realizar um transplante de rgo entre no parentes sem que houvesse a rejeio. Mesmo
assim, os riscos eram altos e as chances de sobrevivncia aps a cirurgia eram baixssimas.
Foi s a partir da dcada de 80 que os medicamentos imunossupressores tiveram uma
evoluo tremenda e possibilitaram que a prtica de transplantes de rgos e tecidos se
tornasse rotineira. Mas ainda faltava uma barreira a transpor: a falta de informao e o
preconceito.
A seguir, so alguns dos efeitos colaterais mais comuns associados com alguns
imunossupressores. Estes efeitos podem ser tratados, alterando as doses ou medicamentos.
Os efeitos colaterais podem incluir:
Acne
As reaes adversas luz solar prolongada
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Anemia
Ansiedade
Artrite
Depsitos de gordura ao redor da cintura e de trs do pescoo
Gota
Supercrescimento Gum
A perda de cabelo
Dor de cabea
Presso alta
O colesterol alto
Aumento do apetite
Aumento de acar no sangue
Danos nos rins
Mudanas de humor
Diarreia, nuseas e / ou vmitos.
Osteoporose
Aparncia inchada ("lua-faced")
Descamao da pele nas palmas das mos e ps
Inchao dos ps, mos, abdmen ou rosto
Formigamento mos e ps
Tremors (agitao)
Dificuldade para dormir
Crescimento de pelos indesejados
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O ganho de peso
Por que a rejeio de rgos ocorre?
Seu corpo tem um sistema de defesa natural chamado de sistema imune que
protege contra infeces e doenas. O sistema imunolgico defende o seu corpo, produzindo
anticorpos e clulas "Killer" que destroem substncias estranhas (tais como vrus e bactrias).
Uma vez que o rgo do doador no coincide com o seu prprio tecido exatamente, o seu
corpo tenta destruir o rgo transplantado. Rejeio a maneira da natureza de proteger o seu
corpo.
Depois de um transplante de rgo, voc vai precisar tomar medicamentos contra
rejeio, ou imunossupressores, enquanto voc tem o rgo do doador. Porque o seu sistema
imunolgico vai tentar destruir o novo rgo, os medicamentos contra rejeio so
necessrios para diminuir a resposta do sistema imunolgico de modo que o novo rgo
permanece saudvel.
Medicamentos contra rejeio enfraquecem seu sistema imunolgico e diminui a
capacidade do organismo de combater infeces.
Os medicamentos imunossupressores sofisticados disponveis hoje permitem que
os transplantes de rgos sejam bem sucedidos, mas no necessariamente livre de rejeio. A
maioria dos pacientes experimenta alguma rejeio, existem trs tipos de rejeio, a aguda,
hiperaguda e a rejeio crnica. Segue abaixo exemplos dos sintomas de alguns tipos de
transplantes:
Sinais e sintomas de rejeio do rim
Febre acima de 38 C ou 100,4 FProduo de urina diminuiu
O ganho de peso mais de 2 quilos por dia
Aumento da presso arterial
Dor sobre rim
Sinais e sintomas de rejeio do fgado
Febre acima de 38 C ou 100,4 F
Fadiga
Ictercia (cor amarelada da pele ou dos olhos)
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Escurecimento da urina
Fezes cor de barro
Dor ao longo do fgado
Sinais e sintomas de rejeio Pncreas
Febre acima de 38 C ou 100,4 F
Aumento de acar no sangue
Dor sobre pncreas
A deteco precoce essencial para a reverso bem sucedida da rejeio aguda.
Por esta razo, o receptor de transplante carrega uma responsabilidade grande para manter a
sua sade. A rejeio aguda quase sempre reversvel com medicao especial. Uma vez
revertido com sucesso, o paciente no ter problemas com a rejeio aguda de novo, embora
alguns pacientes tivessem episdios subsequentes. A maioria dos episdios de rejeio requer
a admisso ao hospital. A rejeio aguda rara alm do primeiro ano de transplante. Alm
dos sintomas subjetivos de agravamento da funo do rgo que o receptor do transplante se
sente, h indicadores de rejeio do rgo que a equipe de sade pode identificar. Vrios
testes de sangue so usados para identificar a rejeio possvel, e bipsias (a remoo de um
pequeno pedao de tecido de rgos atravs de uma agulha fina) so feitos para confirmar a
rejeio.
Rejeio Hiperaguda
O tipo menos frequente, mas o mais grave evidencia-se logo aps o transplante,
entre poucos minutos a algumas horas, e sempre antes que passem dez dias. Esta forma de
rejeio apenas ocorre quando o receptor j se encontra sensibilizado aos antgenos do sistema
HLA dos tecidos transplantados devido a um contanto anterior. O fenmeno mediado poranticorpos que, como j se encontram presentes no organismo do receptor, reagem de
imediato, perante determinadas circunstncias, contra o rgo transplantado, provocando a
sua destruio.
Rejeio Aguda
Mais frequente do que a anterior e, embora no to intensa, igualmente grave,
evidencia-se no primeiro ms posterior ao transplante. Esta forma de rejeio ocorre quando osistema imunitrio reconhece os antignicos estranhos e desenvolve uma resposta agressiva,
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mediada pelos linfcitos T. A rejeio aguda acontece com quase todos os pacientes que
recebem transplantes de rgos. O sistema imunitrio do paciente e as clulas brancas do
sangue reconhecem o rgo transplantado como sendo estranho e monta uma defesa contra o
rgo. O rgo novo incapaz de se trabalhar com eficincia total, e os sintomas de rejeio
tornar-se aparentes para o receptor de transplante. Estes sintomas de rejeio so muito
semelhantes aos dos sintomas de insuficincia de rgos.
Rejeio Crnica
Desenvolve-se um pouco mais tarde, no mnimo trs meses aps o transplante,
embora tambm se possa manifestar alguns anos mais tarde. Costuma ser provocada por uma
complexa interao de fatores celulares e humorais face aos antignicos estranhos e, em longo
prazo, pode determinar uma insuficincia funcional do rgo transplantado. A rejeio
crnica diferente de rejeio aguda em que no , geralmente, reversvel, mas tambm
uma resposta do sistema imunitrio do paciente.
Clulas de um paciente glbulos brancos produzem protenas especiais chamadas
anticorpos que so criados especificamente para "trancar" o rgo transplantado. Embora
ligado ao rgo, os anticorpos alertam o resto do sistema imunitrio para atacar o rgo
lentamente e continuamente. A maioria das pessoas tem pouca ou nenhuma rejeio crnica.
Algumas pessoas tm alguma rejeio crnica, deixando a sua funo de rgo menos do que
perfeito, mas ainda adequada. Algumas pessoas perdero a funo completa do rgo.
Porque rejeio crnica geralmente no reversvel, a melhor defesa impedir que isso
acontea, em primeiro lugar, tomando os medicamentos anti-rejeio exatamente como
prescrito.
TRFICO DE RGOS E TECIDOS
LEI N 9.434, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1997.
Dispe sobre a remoo de rgos, tecidos e partes
do corpo humano para fins de transplante etratamento e d outras providncias.
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.434-1997?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.434-1997?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.434-1997?OpenDocument -
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Art. 15. Comprar ou vender tecidos, rgos ou partes do corpo humano: Pena -recluso, de trs a oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa.
Pargrafo nico. Incorre na mesma pena quem promove, intermedeia, facilita ou
aufere qualquer vantagem com a transao.
"Pelas leis brasileiras, o corpo, vivo ou morto, no todo ou em cada uma de suas partes res extra commercium, ou seja, fora de comercializao"
No mundo todo, a demanda legal por rgos superior oferta, transformando otrfico de rgos em uma das mais lucrativas atividades exploradas pelo crimeorganizado.Segundo a polcia federal o trfico de rgos o terceiro crime organizado maislucrativo do mundo, perdendo apenas para o narcotrfico e o trfico de armas. um mercadoque movimenta de 7 a 13 bilhes de dlares no mundo a cada ano.
um crime com alta taxa de complexidade que muitas das vezes envolvemdicos, hospitais e muitos outros profissionais da sade. Na maioria dos casos, um pacienteem estado terminal levado a bito por acelerao da morte para que seus rgos possam serretirados de forma ilegal. J a Mfia dos Corpos negocia a venda de cadveres, comatestados de bito e guias de sepultamento. As vtimas so, na maioria, pessoas humildes e
pouco instrudas. A rede atua no transplante e na venda de rgos e cadveres.
A tabela da mfia inserida abaixo mostra os valores que os traficantes cobramem mdia por tecidos e rgos:
No Brasil, a doao de rgos entre vivos s pode ocorrer com autorizao daJustia. permitido pessoa juridicamente capaz dispor de tecidos, rgos ou partes do
prprio corpo vivo para fins de transplante, desde que seja de forma gratuita e que a doaono comprometa a sade do doador.
Em pases como os Estados Unidos e Ir, legal o comrcio de rgos e tecidoscom algumas restries outorgadas pelos respectivos estados. Aqui economistas como GaryBecker (ganhador do Prmio Nobel por sua anlise do comportamento humano) diz que Oincentivo financeiro aumentaria a quantidade de transplantes e acabaria com as filas
enormes e defende a ideia de que no Ir a doao de rgos bem mais avanada e enquantol existem 25 doadores por milho de habitantes, no Brasil esse nmero no chega nem a 7
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doadores. E Julio Jorge Elias, co-autor do estudo que apia o comrcio, sugere regras,entretanto defende a ideia da legalizao da venda de rgos.
Um caso como o do garoto Paulo Veronesi Pavesi Jnior, no qual foi assassinado
pela mfia do trfico de rgos em Poos de Caldas (MG) para venda de seus rgos foirepercutido nacional e internacionalmente, porm, pela dificuldade de provar as acusaes atos dias atuais no se obteve um ponto final e os mdicos que participaram do ato criminosocontinuam com suas carreiras normalmente.
CONCLUSO
comum encontrar campanhas incentivando a doao de rgos, visto que a fila
de pessoas que esperam por um rgo para transplante enorme, e infelizmente muitos
acabam perecendo nesta fila. Este ato representa continuidade e renascimento para muitos
cidados que aguardam em fila por um transplante de rgo ou que necessitam de transfuso
de sangue em unidades de tratamento intensivo por motivos de doena ou acidentes de
trnsito.
Porm, quando se trata da doao, ainda encontramos cidados apreensivos em
doar, para a doao de rgos e tecidos, as chances dos receptores aumentam quando a
famlia, mesmo abatida em enfrentar a perda brusca de um ente querido, manifesta o desejo
do parente, que em vida, optou por ser um doador. Mesmo com a realizao de transplantes na
rede pblica e privada a fila nica para todos os pacientes. O SUS custeia todas as despesas
do transplante, inclusive os medicamentos imunossupressores, utilizados aps a cirurgia para
combater uma possvel rejeio ao rgo ou tecido recebido.
Este trabalho mostra que doar rgos um ato de amor e solidariedade, quandoum transplante bem sucedido, uma vida salva e com ele resgata-se tambm a sade fsica e
psicolgica de toda a famlia envolvida com o paciente transplantado. Um gesto que pode
transformar a dor da morte em continuidade da vida. Quem quiser doar um rgo ou tecido
deve manifestar sua vontade aos amigos e familiares. Mesmo assim, a famlia do doador
precisa concordar com a deciso e deve autorizar a retirada dos rgos e tecidos de seu
parente.
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