Download - DiversiDaDe serviDa em taça - Artwine
Trezentosexpositoresde17diferentespaíses.Pre-
sençamarcantetantodepesos-pesadosnomundodo
vinho,comoFrançaePortugal,quenesteanodobra-
ramseuespaçonafeira,comodenovospostulantes,
comoas“estreantes”SérviaeBolívia,semnenhuma
tradiçãovinícola,eGrécia,produtortradicionalmas
aindapoucopresentenoBrasil.Semcontaraparti-
cipaçãorecordedevinícolasbrasileiras:45,nototal.
Mais:20milrótulosdegustados,detintosabrancos
erosados,dedocesaespumantes,entrenacionaise
estrangeiros.Público?Quinzemilpessoas,entrepro-
fissionais e consumidores, segundo aExponorBra-
sil,empresaresponsávelpelaorganizaçãodoevento.
Nãoépoucacoisa.Porém,maisqueosnúmerossu-
perlativosdaExpovinis2010,a14ªediçãodamaior
e mais importante feira do setor na América Lati-
na,realizadapelaprimeiraveznopavilhãodoExpo
CenterNorte, na capital paulista,mostrouoqueo
consumidorbrasileirotemaoalcancedasmãos–e
doscopos–emmatériadeofertadevinhos.Melhor:
quemperambuloude taçaempunhopelos estandes,
assistiuapalestraseparticipoudedegustaçõesrealiza-
dasaolongodostrêsmovimentadosdiasdafeira,teve
acessoaumpainelbastantevariadoe representativo
deoqueháhojedisponívelnomercado,inclusiveró-
tulosinéditos,oferecidosporprodutoreseimportado-
res.Dentreasváriasdegustaçõespromovidasdurante
oeventopelosorganizadoreseimportadores,oponto
altofoiaverticaldoCabernet Sauvignon Mas La
Plana,umíconeespanhol,conduzidapelotarimbado
enólogoJoanPujol,dasBodegasMiguelTorres,àqual
WSestevepresente(verquadro).
Atentasàboafasedaeconomianopaíseaocres-
cente interesse do consumidor brasileiro por vinhos,
váriospaísesaterrissaramnafeiradesteanonatentati-
vadeconquistarumespaçomaiorparaseusprodutos,
comnovos rótulosoubuscandomelhoraroumanter
suarepresentatividadenoaquecidomercadointerno.
EVENTO
DiversiDaDe serviDa em taça
Com partiCipação reCorde de expositores e presençade países sem tradição viníCola Como sérvia e Bolívia ,
a expovinis 2010 exiBiu um painel de o que há de mais representativo hoje no aqueCido merCado Brasileiro
por MARCOMERGUIZZO
CasodaFrançaque,apósosucessoobtidoem2009,
dobroude250para500m2oseuestande.Colocou-se,
ainda, estrategicamente bem no “coração” da feira,
visandomostrar suasgarrafas,provenientesdeprati-
camentetodasasregiõesgaulesas:Alsácia,Bordeaux,
Borgonha,Champagne,Córsega,Languedoc,Proven-
ce,SuddeFranceevalesdoRhôneeLoire.Masnão
apenasela.Deolhoemnovosnegócios,outrospaíses
também ampliaram significativamente sua participa-
ção. Portugal, por exemplo, reuniu uma comitiva de
pesorepresentadapelaViniPortugal,associaçãointer-
profissional privada dedicada à promoçãode rótulos
lusos, que trouxeneste ano26produtores, incluindo
os da Ilha da Madeira. Reforçaram ainda o bloco
luso,osjáveteranosAEP(AssociaçãoEmpresarialde
Portugal),Fenadegas(FederaçãoNacionaldasAdegas
Corporativas emPortugal) eaComissãoVitivinícola
daRegiãodoAlentejo,DãoeLisboa.AindadoVelho
Mundo,18bodegasdas regiõesdeCastilla-LaMan-
cha e de Aragón fizeram seu début, empunhando a
bandeiraamarelo-rubradaEspanha.Jáa tricolorda
Itália foi representadapor 11produtores das regiões
daLazio,Toscana,Vêneto,Friuli,UmbriaeAbruzzo.
Da vizinha Argentina, a Fundação Pró-Mendoza
desta vez ganhou o importante reforço da dinâmica
Winesof Argentina.Aparticipaçãode seuvizinhoe
eterno rival no mercado brasileiro, o Chile, incluiu,
neste ano, dentre outros destaques, a presença do
grandeprodutoreenólogoPabloMorandé,cujoGran
Reserva Syrah 2005 foiumdosdestaquesda feira.
Emais: do presidente da associaçãoVinos deChile,
RenéMerino, que comandou várias degustações de
rótulosdaimportadoraDelMaipoedoprodutorAle-
jandroOruetaLaRonciere, da bodega que leva seu
sobrenome,ecujosvinhedosestãolocalizadosemCol-
chaguaeCachapoal,noantigovaledoRapel.Além
doenólogofrancêsJean-FrançoisHébrard,daQuinta
deLaQuietud, situadanaregiãodeToro,noentor-
nodeRiberadelDueroeRueda, ede JuanManuel
Burgos,produtor-enólogodosvinhosdeterroirAvan,
Ao lado das precursoras Marquês de Riscal e Vega Sicilia, que iniciaram o cultivo da Cabernet Sauvignon em solo espanhol ainda no século 19, a tradicio-nal Bodegas Miguel Torres, atualmente presente em várias regiões espanholas, Califórnia e Chile, foi quem levou, nos anos 60, à região do Penedés, na Catalu-nha, a mais conhecida e globalizada das cepas francesas, ao lado de outras cas-tas internacionais. Desde então, seu va-rietal elaborado desde os anos 70 sob o nome de mas la plana (“mas”, em cata-lão, quer dizer “casa do agricultor”, e “la plana”, terreno plano; nome da segunda finca do grupo, adquirida em 1966), só fez aumentar o prestígio da vinícola de Miguel Torres, dos vinhos catalães e da própria Espanha no cenário mundial. Ca-pitaneada pelo experiente enólogo Joan Pujol, a vertical incluiu seis safras – des-de a rara (e inencontrável) 1970 às dos anos 1981, 1996, 1997, 2001 e 2006. Cada qual com estilo e personalidade distin-tas, o painel exibiu a perfeita evolução desses reputados rótulos. De acordo com Pujol, tais “mudanças” são fruto das condições climáticas e do desen-volvimento dos métodos de vinificação empregados pela bodega, ao longo das últimas quatro décadas. “Nos anos 70, elaborávamos um vinho com uvas de vi-deiras mais altas, de maturação menos avançada. Nos anos 80, colhíamos as uvas mais tarde e promovemos a redu-ção da produção e uma maceração mais longa. Já nos 90, introduzimos a fermen-tação malolática e melhoramos a quali-dade dos barris. A partir daí, passamos
a selecionar anualmente as tanoarias, adquirindo maior conhecimento da inte-ração vinho-madeira”, sintetizou. Eleito o melhor Cabernet Sauvignon do mundo, em 1979, na Olímpiada de Paris, or-ganizada pelo criterioso guia Gault-Millau,
na qual desbancou renomados châteuax franceses como o Latour, o Gran Coro-nas 1970 (nome original do mas la pla-na) confirmou ao primeiro gole a fama de ser a “joia da coroa” da família Torres. Curiosamente, até 1976, o mais premia-do monocasta da bodega catalã era na verdade um assemblage de Cabernet Sauvignon (70%, em média) Tempranillo (20%) e Monastrell (10%). De cor atijola-da, característica dos vinhos evoluídos, apresentou-se íntegro, mas sem nenhum traço de oxidação. No nariz, aromas herbáceos, de alcaçuz e pimentões e notas de torrefação. Na boca, boa aci-dez, persistência suave e ausência de taninos. Sem a presença destes, mas
com acidez mais viva e paladar avelu-dado, o de 1981 exibiu notas animais e vegetais (piracina), marmelada, cacau, toques de torrefação, com final de boca muito equilibrado e integrado em seus 13,50 de álcool. Com o mesmo teor, mas com taninos e álcool marcantes, o 1996 apresentou cor violácea e, no nariz, a onipresente nota de alcaçuz, além de frutas negras maduras e toques minerais tanto no nariz quanto em boca. Já o 1997, por conta de um ano chuvoso, como in-formou Pujol, mostrou-se fechado no na-riz, com notas herbáceas sutis. Na boca, taninos potentes e vigorosos e paladar de carne animal. O 2001, por sua vez, en-cantou pela complexidade e elegância. Elaborado em ano excepcional, estagiou 18 meses em barricas novas francesas especiais, provenientes das regiões de Tronçais e Nevers. Nariz de frutos ma-duros, alcaçuz, torrefação e cacau. Em que pesem seus 140 de álcool, exibiu na boca taninos macios, boa acidez e gran-de persistência. Com 14,70 (maior teor al-coólico dentre as garrafas degustadas, já denunciado pelo nariz), o 2006 (engar-rafado em 2009), foi o que apresentou maior potencial de guarda. Nariz potente de notas vegetais (piracina) e alcaçuz. Na boca, no entanto, apresentou taninos elegantes e bom equilíbrio entre acidez e álcool, com final marcante. (MM)
Os vinhos Miguel Torres são importados pela Reloco – www.reloco.com.br
quatro décadas de um classicoMas La Plana
os diferentes estilos e
personalidades da “GloBetrotter”
CaBernet sauviGnon,
em uma vertiCaldo rótulo-íCone
das BodeGasmiGuel torres
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também localizadanesta última região espanhola de
denominaçãodeorigem.
ovelhas anãs para aparara Grama dos vinhedos
ÁfricadoSul,AustráliaeNovaZelândiatambémdis-
putaramaatençãodopúblico.Destaúltimafronteira
vinícoladoNovoMundo,brilhouaestreanteYealan-
dsEstates(www.yealands.co.nz),comseuSauvignon
Blanc 2008,outrodestaqueda feira.Deótimarela-
ção custo/benefício, este branco mostrou rica pale-
ta aromática de frutosmaduros (abacaxi,maracujá),
mel,toquemineraleótimoequilíbrio,frescoreacidez
emboca.Presenteàfeira,osimpáticoprodutor,Peter
“Crocodilo Dundee” Yealands, contou que fornecia
uvas para vinícolas da região deMarlborough e de-
cidiuvirarprodutornaúltimadécada,apostandoem
seusprópriosrótuloseemummodelosustentávelde
produção.Detentorado seloCarbonZero, a vinícola
familiardosYealandspropõe,dentreoutrosmétodos
naturais,oengenhosousodeovelhasanãsparaaparara
grama,semqueessasalcancemasuvasnavideira.(Em
tempo:emboraaindanãotenhaimportador,estaviní-
colaneozelandesafornecedesde2009alinhaYealands
Way,devinhosbásicos,paraogrupoPãodeAçúcar).
Também chamaram a atenção – mais pela
curiosidadedoquepelaexcelênciadasgarrafas–as
poucoconhecidasSérviaeBolívia,paísescompouca
ounenhumatradiçãovinícola.ApátriadeEvoMo-
rales esteve representada por três das mais impor-
tantesbodegasdopaís:CasaGrande,KohlbergeLa
Concepción.Ainda sem importadores no país, esta
trinca de vinícolas fica localizada no sul boliviano,
nosvalesdeCintiseCentraldeTarija.AbodegaLa
Concepción, por exemplo, mostrou o Singani, um
destilado de vinho típico daquele país, produzido
comacepaMoscatel.
Naesteiradoaumentodavendasdevinhosnacio-
naisem2009,quebateuem12%,oBrasilfoiumdos
grandesdestaquesdaExpovinis2010(verreportagem
sobreaparticipaçãobrasileiranafeira).Reunidasno
espaçodo InstitutoBrasileirodoVinho (Ibravin), 40
vinícolasnacionais,vindasdetodasasregiõesdopaís
– Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia e Santa
Catarina–,integraramamaiordelegaçãodoevento.
Dentre elas, a gaúchaWine Park foi uma das gran-
des surpresasdoeventopor contade seuespumante
Grand Legado Brut.Pertencenteaogrupogaúcho
Suvalan-Tecnovin (produtordesucodeuva),esta jo-
vemvinícoladoSulherdouosvinhedosanteriormen-
te utilizados pela Forestier/Mumm, emGaribaldi, e
a filosofia francesadaquela empresanaproduçãode
vinho, alémdeboaparte de seus enólogos e antigos
profissionais.ElaboradocomasuvasChardonnay(70%)
ePinot Noir (30%),emumamescladevinhosdedife-
rentessafras (2006,2007e2008,compredominância
da segunda), este espumante produzido pelométodo
champenoisepassa18mesesemcontatocomleveduras
especiais,quelheemprestampersonalidadediferencia-
da.Decorâmbar,seunarizapresentaaromasdefrutos
maduros,cítricose toqueselegantesde leveduras.Na
boca,umperfeitoequilíbrioentreacidezeálcool.
Asgrandesvinícolasnacionais,porsuavez,marca-
rampresençacomvárioslançamentos.Noanodeseu
centenário,avinícolaSalton,onipresenteemtodasas
edições da feira, fez o pré-lançamento do tinto e do
espumantequemarcamessadatahistórica(vernotícia
emWineStylenº27).Oprimeiroéumcortebordalês
(50%Cabernet,40%Merlote10%Cabernet Franc,prove-
nientes de vinhedos próprios na SerraGaúcha, com
passagem de 16meses em barricas francesas novas).
Elaborado pelo método champenoise, o espumante
por sua vez inclui os cortes Pinot Noir (70%) eChar-
donnay (30%), estágio de 36meses em garrafa. Com
tiragem limitadaa13milgarrafascadaqual,ambos
chegamaomercadodia25agosto (datadeaniversá-
riodavinícola).Avendaseráfeitaexclusivamentepor
algumaslojasoupelositedavinícola.JáaMiololan-
çouotintoMerlotdesualinhasuperpremiumRar,o
novoChardonnay Cuvée Giuseppe 2009, que se
integraàelitedosvinhosnacionaisdessacasta,além
dedoisvinhos frutosdesuaparceriacomoconheci-
donarrador esportivoGalvãoBueno (ver notanesta
edição).A vinícola também foi destaquepelo excep-
cionalSesmarias 2008,apontadocomjustiçacomo
omelhortintonacionaldoevento.JáagaúchaLídio
Carraroapresentousete lançamentosdesua“produ-
ção butique”, dentre eles, oSingular Teroldego e
o corte inédito Elos Touriga Nacional-Tannat.
Merecemenção especial, também, o lançamento do
Pizzato DNA 99 Merlot 2005. O vinho, que me-
receu rasgados elogios do produtor chileno, nascido
emBordeaux,PatrickValette,marcaumaespéciede
volta às origens, já que foi produzido (com baixíssi-
morendimento)comuvasdomesmovinhedoqueori-
ginou oMerlot 1999, considerado até hoje um dos
melhoresvinhostintos jáproduzidosnoBrasil.Tam-
bémmerecedestaqueoexcelenteAnima Vitis 2005,
daBoscatoVinhosFinos,umcortedasuvasCabernet
Sauvignon, Ancellotta, Merlot, Refosco e Alicante Bouschet,
comamadurecimentoembarricasdecarvalhopor13
meses e nadamenos que 28meses emgarrafa antes
da comercialização. O resultado foi um vinho mui-
to interessante, comboa fruta e excelente expressão.
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m a r c o @ w i n e s t y l e . c o m . b r
A 14ª edição da Expovinis terminou com saldo
amplamentepositivoparaovinhobrasileiro,tantono
queserefereaointeressedespertadojuntoaogrande
públicocomoàsnovidadesquevieramàtonaaolon-
godostrêsdiasdeevento.Merecedestaqueofatode
queomaiorestandedaExpovinisfoiodosVinhosdo
Brasil, montado pelo IBRAVIN (Instituto Brasileiro
doVinho).Oestandereuniu40vinícolasbrasileiras,
segmentadasporregiãoprodutora,oquerepresentou
grandeavançoemrelaçãoa2008e2009,com11e
25vinícolas,respectivamente.Aestenúmerosomam-
se aindaas vinícolasqueparticiparamda feira com
estandespróprios,comoMiolo,Salton,CaveGeissee
Valduga.Agrandeparticipaçãodovinhoedasviní-
colasbrasileirasnaExpoviniscoincidiucomadivul-
gação,peloIbravin,dosresultadosdevendanopri-
meiro trimestrede2010,quemostramcrescimentos
alentadoresnoconsumodovinhobrasileiro.Odado
maisexpressivofoi,semdúvida,oaumentonavenda
de espumantes, que dobrounos últimos cinco anos,
nacontramãodomercadomundial.
Igualmente digna de nota foi a divulgação, por
ocasiãodoevento,dequedeveráseraprovada,ainda
em2010,atransformaçãodaIndicaçãodeProcedên-
cia(IP)ValedosVinhedosemDenominaçãodeOri-
gem(DO)ValedosVinhedos.SegundoAdemirBran-
delli,diretordoConselhoReguladordoValedosVi-
nhedos,setembrodesteanoéoprazoesperadopara
amudança.Oprojeto,quecontacomo importante
apoio da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária), tramita atualmente no INPI (Insti-
tutoNacional da Propriedade Industrial) e aguarda
o levantamentodo soloeas imagensde satélite.Há
consensoentreosenólogosdequeasuvasmaisadap-
tadasàregiãoparaaproduçãodevinhostranquilos
sãoMerlot eChardonnay. Já para espumantes, o foco
por BRUNOVIANNA
BrasilBoa presençae noviDaDes
Criação da primeira d.o. (denominação de oriGem)
Brasileira ainda neste ano promete ser importante marCo
na história da vitiviniCultura naCional
éno trioChardonnay,Pinot Noir eRiesling Itálico.Para
ostentarnorótuloaDO Vale dos Vinhedosserão
exigidos requisitos muito mais rigorosos do que os
previstospelaatualIP:
•100%dasuvasdevemprovirdevinhedos
cadastradosnoValedosVinhedos;
•cultivo100%emespaldeira;
•brancosetintoscomrendimentomáximo
de10ton/haeespumantes12ton/ha;
•álcoolnaturalmínimode120(tintos)
e110(brancos);
•nãoserápermitidaachaptalização(adição
deaçúcaraomosto),anãoseremsafrasatípicas
ecomautorizaçãodoConselho;
•varietais:ostintosdeverãoterummínimo
de85%deMerlot;os15%restantespoderão
sercompletadoscomCabernet Franc,Cabernet
SauvignoneTannat.Nocasodosbrancos,valerá
aexigênciadeummínimode85%deChardonay,
sendoorestanteeventualmentecompletado
porRiesling Itálico.Ébomlembrarque,hoje,
alegislaçãonacionalparavarietaisémuito
branda,poisbastaqueumacepaparticipecom
apenas60%docorteparaqueumvinhoseja
rotuladocomotal,oquenãoocorreemoutros
países.Umaalteraçãoemcursodeveelevar
estenúmeropara80%;
•vinhosdecorte(assemblage)-énecessário
pelomenos60%deMerlot(tintos)
ouChardonnay(brancos);
•espumantes:mínimode60%deChardonnay
e/ouPinot Noir,restanteRiesling Itálico.
Aespumatizaçãoseráapenaspelométodo
tradicionalcomestágiomínimodenovemeses
sobreleveduras(autólise).
vinhos da Campanhapode ser nova ip (indiCaçãode proCedênCia) Para se ter uma ideia de o que mudará com
a implantação da DO, basta mencionar que a
atual IP Vale dos Vinhedos permite 12 varie-
dades tintas, 10 brancas e 15% de uvas de fora
dopróprioVale.As avaliações dos primeiros vi-
nhoscomeçaramem2009econstamdetrêspas-
sos eliminatórios: comprovação de procedência
dauva; análise química e análise organoléptica,
por degustação às cegas. Esse trabalho pioneiro
abriu caminhoparaoutras regiões, que também
buscam a IP, como Pinto Bandeira,Monte Belo
doSul,FarroupilhaeCampanhaGaúcha.Osvi-
nhosdeSantaCatarinaoptaramporutilizaruma
espéciedemarca comum,“VinhosdeAltitude”,
devidoàsdiferençasentresuassub-regiões.
Odia28deabrilfoimarcadopelolançamentoda
AssociaçãodosProdutoresdeVinhosFinosdaCam-
panhaGaúcha,comomote:“VinhosdaCampanha
–osabordeumanovafronteira”.Nummomentode
forteexpansãodos investimentosemnovasvinícolas
naregião,aentidadejánascereunindo13das15vi-
nícolas com produtos nomercado, das quais 7 têm
plantadevinificação.ACampanhaGaúcharesponde
hojepor15%daproduçãodeuvasparavinhosfinos
do Brasil, contando com 150 produtores de uvas e
1.255 hectares plantados. A nova entidade tem por
objetivoorganizaracadeiavitivinícola,queabrange
novemunicípiosgaúchos,eobteraoficializaçãodaIP
“VinhosdaCampanhaGaúcha”.
b r u n o @ w i n e s t y l e . c o m . b r