Direito Processual do Trabalho Isabelli Gravatá
Atos, Termos, Prazos e Nulidades Processuais
Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, conforme ocaso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquelaem que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiçado Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ouTribunal.
Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser encontrado odestinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena deresponsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunalde origem.
CLT – Art. 774
ATOS E TERMOS PROCESSUAIS
Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusãodo dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nasseguintes hipóteses:
I - quando o juízo entender necessário;
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.
§ 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem deprodução dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito demodo a conferir maior efetividade à tutela do direito.
CLT – Art. 775
PRAZOS PROCESSUAIS
Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 dedezembro e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, osmembros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública eos auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o período previstono caput deste artigo.
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões dejulgamento.
CLT – Art. 775-A
PRAZOS PROCESSUAIS
O vencimento dos prazos será certificado nos processos pelos escrivães ousecretários.
CLT – Art. 776
PRESCRIÇÃO
DECADÊNCIA
Perda do direito de AÇÃO
Perda do próprio DIREITO
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
O direito de ação quanto a créditos resultantes das relações detrabalho prescreve:
I - em cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de doisanos após a extinção do contrato;
Il - em dois anos, após a extinção do contrato de trabalho, para otrabalhador rural.
§ 1º - O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenhampor objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social.
CLT – Art. 11
PRESCRIÇÃO
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros quevisem à melhoria de sua condição social:
(...)
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações detrabalho, com prazo prescricional de cinco anos para ostrabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após aextinção do contrato de trabalho;
CRFB 88 / Art 7º
PRESCRIÇÃO
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou ainconstitucionalidade das normas que previam prazo prescricionalde 30 anos para ações relativas a valores não depositados no Fundode Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O entendimento é o deque o FGTS está expressamente definido na Constituição daRepública (artigo 7º, inciso III) como direito dos trabalhadoresurbanos e rurais e, portanto, deve se sujeitar à prescriçãotrabalhista, de cinco anos.
A decisão foi tomada na sessão plenária do STF, nojulgamento do recurso extraordinário com agravo (ARE) 709212,com repercussão geral reconhecida. Até então, o STF adotava aprescrição trintenária. O novo entendimento se aplicará a todas asações que tratam da mesma matéria.
PRESCRIÇÃO FGTS
O processo foi levado ao STF pelo Banco do Brasil,condenado pela Justiça do Trabalho da 10ª Região (DF) a recolher oFGTS de uma bancária no período em que ela trabalhou no exterior.O caso chegou ao Tribunal Superior do Trabalho, mas a OitavaTurma não conheceu do recurso do banco por entender que acondenação estava de acordo com a Súmula 362 do TST, queestabelece a prescrição de 30 anos para o direito de reclamar o nãorecolhimento da contribuição para o fundo, observado o prazo dedois anos após o término do contrato de trabalho.
No recurso ao STF, o BB defendeu a não aplicação daprescrição trintenária para a cobrança do FGTS, com o fundamentode que o direito deriva do vínculo de emprego e, portanto, deveriaestar sujeito ao prazo prescricional de cinco anos previsto no artigo7º, inciso XXIX, da Constituição.
PRESCRIÇÃO FGTS
O relator do ARE 70912, ministro Gilmar Mendes, assinalouque o artigo 7º, inciso III, da Constituição prevê expressamente oFGTS como um direito dos trabalhadores urbanos e rurais, e que oinciso XXIX fixa a prescrição quinquenal para os créditos resultantesdas relações de trabalho. Assim, se a Constituição regula a matéria,a lei ordinária não poderia tratar o tema de outra forma.
De acordo com o ministro, o prazo prescricional de 30 anosdo artigo 23 da Lei 8.036/1990 e do artigo 55 do Decreto99.684/1990, que regulamentam o FGTS está "em descompassocom a literalidade do texto constitucional e atenta contra anecessidade de certeza e estabilidade nas relações jurídicas".
PRESCRIÇÃO FGTS
Os ministros Rosa Weber e Teori Zavascki votaram pelavalidade da prescrição trintenária, e ficaram vencidos.
ModulaçãoPara os casos cujo termo inicial da prescrição – ou seja, a
ausência de depósito no FGTS – ocorra após a data do julgamento,aplica-se, desde logo, o prazo de cinco anos. Para aqueles em que oprazo prescricional já esteja em curso, aplica-se o que ocorrerprimeiro: 30 anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partirdo julgamento.
PRESCRIÇÃO FGTS
I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de13.11.2014, é quinquenal a prescrição do direito de reclamar contrao não-recolhimento de contribuição para o FGTS, observado o prazode dois anos após o término do contrato;
II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em cursoem 13.11.2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumarprimeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, apartir de 13.11.2014.
TST – Súmula 362
PRESCRIÇÃO FGTS
A prescrição começa a fluir no final da data do término do avisoprévio. Art. 487, § 1º, CLT.
O prazo prescricional é contado repetindo o dia e mês do términodo contrato e somando os anos. Caso o último dia do prazo venha acair em um sábado, domingo ou feriado, tem que antecipar oajuizamento da ação, não pode prorrogar.
TST – SDI-1 – O.J. 83
PRESCRIÇÃO - CONTAGEM
5 ANOS RETROATIVOS PARA CRÉDITOS TRABALHISTAS
03/04/0705/09/10
PRESCREVEU QUANTO AOS CRÉDITOS
05/09/08
LESÃO NO CURSO DO CONTRATO
Prescrição total: ATÉ 5 ANOS PARA RECLAMAR
Prescrição Parcial: PORQUE RECEBE PARTE DO CONTRATO
XX/XX/XX 30/09/13
AVISO PRÉVIO
EXTINÇÃO DO CONTRATO
05/09/15
AJUÍZA A AÇÃO
Prescrição Extintiva(Da extinção do contrato)
Caso esta data caia SAB ou DOM tem que
ANTECIPAR
30/09/15
Prescrição é direito do réu para ter uma segurança e não setornar um devedor eterno.
Necessário ainda se faz ressaltar os seguintes requisitos para aocorrência da prescrição: a existência de uma ação exercitável(a actio nata); inércia do titular do direito violado;manutenção dessa inércia durante os prazos previstos em lei;a inexistência de causas impeditivas, suspensivas ouinterruptivas do lapso temporal.
PRESCRIÇÃO
O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação daComissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lheresta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou doesgotamento do prazo previsto no art. 625-F.
CLT – Art. 625-G
PRESCRIÇÃO - CCP
Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo deprescrição.
CLT – Art. 440
15 anos 17 anos
CONTRATO DE APRENDIZ
Não corre prescrição para o menor 18 anos
ATÉ 2 ANOS PARAAJUIZAR A AÇÃO
A PRESCRIÇÃOPASSA A CORRERQUANDO FAZ 18 ANOS
PRESCRIÇÃO - MENOR
15 anos 16 anos
PERÍODO NÃO ESTÁ PRESCRITO
20 anos
Entra com a açãoNão ocorre a prescrição
21 anos
Retroage 5 anos
RECEBE TUDO
18 anos 23 anos
Se entrar com menos de 23, vaisempre cair em idade inferior a 5anos quando retroagir
Para prescrição de 5 anos pra trásé necessário que a parte ajuízecom 23 anos.
Extinçãodo contrato
PRESCRIÇÃO - MENOR
A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou opagamento da respectiva remuneração é contada do término doprazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso, da cessação docontrato de trabalho.
CLT – Art. 149
PRESCRIÇÃO - FÉRIAS
A ação trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescriçãosomente em relação aos pedidos idênticos.
TST – Súmula 268
PRESCRIÇÃO - INTERRUPÇÃO
Começa a fluir no momento da terminação do pactolaboral, e consuma-se após dois anos, após o que, toda a reparaçãoa qualquer direito trabalhista não adimplido pelo empregadorestará irremediavelmente prescrita.
PRESCRIÇÃO EXTINTIVA
Refere-se a lesões contratuais praticadas no decorrer davigência do contrato de trabalho, que não lhe puseram fim, mas quese estancaram no tempo a mais de cinco anos, pois caracterizaram oque se denomina de ato único, vale dizer que não se protraiu notempo.
PRESCRIÇÃO TOTAL
Refere-se a lesões contratuais praticadas no decorrer davigência do contrato de trabalho, que não lhe puseram fim, mas quese estancaram no tempo a mais de cinco anos, pois caracterizaram oque se denomina de ato único, vale dizer que não se protraiu notempo.
PRESCRIÇÃO TOTAL
Prescrição e decadência são dois dos institutos jurídicosbastante complexos. Ambas referem-se a prazos dentro dos quaisdeve o titular de um direito exercitá-lo, sob pena de, em não ofazendo, perdê-lo ou, então, perder a possibilidade de exigir doofensor do direito o seu cumprimento. Justifica-se a existênciadesses institutos pelo fato de que a perpetuação de situações depericlitância, de insegurança e de instabilidade provoca não sódanos à ordem jurídica, mas também a violação de direitos em si.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Comumente, aponta-se como diferença básica entre os doisinstitutos o fato de que um, a decadência, produz a perda dopróprio direito, em virtude da inércia de seu titular em exercê-lo,enquanto que no outro, a prescrição, o que se perde é tão somentea exigibilidade de uma pretensão jurídica.
Na verdade, tal distinção diz mais respeito às consequênciasprovocadas pelos dois institutos do que propriamente a diferençasentre ambos.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Liga-se ao exercício dos direitossubjetivos, ou seja, aqueles quecomportam violação, pois suasatisfação depende da atuaçãopositiva ou negativa do outrosujeito da relação jurídica;
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Liga-se ao exercício dos direitospotestativos, aqueles que nãocomportam violação, poisdependem tão-somente damanifestação da vontade de seutitular para produzirem osefeitos jurídicos a que sedestinam. Não dependem dequalquer atividade, positiva ounegativa, da outra parte darelação jurídica, por isso nãocomportam violação; exaurem-se apenas com a vontade de seu
titular;
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Atinge tão-somente aexigibilidade judicial do direito,ou seja, a actio, que, pelainércia de seu titular, exclui dojuízo a possibilidade decompelir o sujeito passivo daobrigação (o devedor) asatisfazê-la, embora o direitoem si ainda persista, tanto quepode ser adimplido pelodevedor, que só pode fazê-lovoluntariamente;
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Atinge o próprio direito materialdo titular, que deixa de existirpela inércia daquele em exercê-lo;
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Os prazos prescricionais estãosempre previstos em lei (exlege), não podendo serestabelecidos pelas partes;
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
As partes podem validamentepactuar prazos de naturezadecadencial;
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Está ligada ao exercício dasações de naturezacondenatória, aquela classe deações utilizadas para obter dojuízo a condenação do devedornuma obrigação de dar, fazerou não fazer;
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Liga-se ao exercício daschamadas ações constitutivas,aquelas que criam, modificam ouextinguem direitos;
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Os prazos de naturezaprescricional estão sujeitos àinterrupção e à suspensão;
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Os prazos de naturezadecadencial não se suspendemou se interrompem, salvodisposição em contrário;
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
A prescrição de direitospatrimoniais, em regra, nãopode ser decretada de ofício.
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Quando o prazo decadencial forprevisto em lei, a decadênciadeve ser decretada de ofício pelojuiz.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA