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No que concerne à Lei de Responsabilidade Fiscal, assinale a opção correta.

a) O município que instituir taxa, realizar as estimativas da receita associada, mas não efetivar a sua

arrecadação, não poderá receber transferências voluntárias da União, por ausência de requisito

essencial da gestão fiscal responsável.

ERRADA. Segundo o art. 11, caput da LRF, a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os

tributos constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal, de modo que se o ente

não arrecada os tributos, não está realizando um gestão fiscal responsável.

Porém, em seu parágrafo único, a vedação à realização de transferências voluntárias aos entes que não

promovam a arrecadação se refere apenas aos IMPOSTOS e não às taxas, como afirma a alternativa.

b) O Poder Executivo federal pode, para fins de cumprimento de metas fiscais, limitar, mediante decreto

de contingenciamento, a execução de despesas decorrentes de obrigação constitucional, dado o caráter

meramente autorizativo da lei orçamentária anual.

ERRADA. Conforme o disposto no § 2º do art. 9º da LRF, não serão objeto de limitação as despesas que

constituam obrigações CONSTITUCIONAIS E LEGAIS do ente, além daquelas destinadas ao pagamento do

serviço da dívida, e as que possuem ressalva na LDO.

c) A lei orçamentária anual de um estado da Federação deve, obrigatoriamente, indicar todas as

despesas referentes à sua dívida pública, mobiliária ou contratual.

CERTA.

d) Um município poderá, em sua lei de orçamento, consignar dotação ilimitada para despesas de

programas voltados à superação de grave problema de mobilidade urbana.

ERRADA. Ilimitada não.

e) Sendo a realização da receita prevista no orçamento incompatível com as metas fiscais da lei de

diretrizes orçamentárias, conforme apuração bimestral, o MP e o Poder Judiciário não estarão sujeitos às

regras de limitação de empenho da despesa e de movimentação financeira.

ERRADA. MP e Judiciário também se sujeitam às regras de limitação.

No que se refere às disposições constitucionais relativas às finanças públicas, assinale a opção correta.

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a) Em respeito à autonomia da autoridade monetária, é vedado ao Banco Central do Brasil comprar e

vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, mesmo que essa operação objetive regular a oferta de

moeda na economia.

ERRADA. O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o

objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros - § 2º do art. 164, CRFB/88;

b) Havendo risco de não cumprimento de meta fiscal prevista na lei de diretrizes orçamentárias, o

Tesouro Nacional poderá obter empréstimo junto ao Banco Central do Brasil.

ERRADA. § 1º, art. 164, CRFB/88: É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente,

empréstimos ao Tesouro Nacional.

c) No âmbito federal, a lei de diretrizes orçamentárias poderá estabelecer a política de aplicação, pelo

Banco do Brasil, dos recursos destinados ao fortalecimento da agricultura nacional.

ESTAVA CERTA. MAS ANULARAM porque a questão fala “poderá estabelecer” como uma faculdade e o

certo seria “deverá” como uma imposição.

d) A redução das desigualdades inter-regionais, de acordo com critério populacional, inclui-se entre as

funções obrigatórias do orçamento da seguridade social.

ERRADA. A redução das desigualdades inter-regionais, de acordo com critério populacional, inclui-se

entre as funções dos orçamentos fiscal e de investimento (§ 5º, I e II c/c § 7º, art. 164, CF/88), não das

funções obrigatórias do orçamento da seguridade social.

e) Em situações de grave desequilíbrio na política monetária, admite-se que bancos estatais federais

exerçam a competência de emissão de moeda, se assim deliberar o Conselho Monetário Nacional.

ERRADA. Segundo o art. 164, CF/88, a competência da União para emitir moeda será exercida

exclusivamente pelo banco central.

Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.

I. Segundo a Constituição Federal, a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a

criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou

a contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou

indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, empresas públicas e sociedades

de economia mista, só poderão ser feitas: (a) se houver prévia dotação orçamentária suficiente para

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atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; (b) se houver autorização

específica na lei de diretrizes orçamentárias.

ERRADA. CF

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e

funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a

qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações

instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e

aos acréscimos dela decorrentes;

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas

e as sociedades de economia mista.

II. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos

créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento

comum, incumbindo às comissões específicas, em cada uma das casas legislativas, examinar e emitir

parecer sobre esses projetos e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República.

ERRADA.

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento

anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do

regimento comum.

§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas

anualmente pelo Presidente da República;

III. A Lei nº 4.320/1964 (que estatui normas de direito financeiro para elaboração e controle dos

orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal) classifica as receitas

em correntes e de capital, enquadrando as receitas tributárias entre as receitas correntes.

CERTA.

IV. Segundo o Supremo Tribunal Federal, não é possível a utilização de Medida Provisória para a

abertura de crédito extraordinário para cobrir despesas de simples custeio e investimentos triviais, na

medida em que não se caracterizam pela imprevisibilidade e pela urgência.

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CERTA. A abertura de crédito extraordinário para pagamento de despesas de simples custeio e

investimentos triviais, que evidentemente não se caracterizam pela imprevisibilidade e urgência, viola o

§ 3º do art. 167 da Constituição Federal

(ADI - 4049, rel. Min. Carlos Ayres Britto, j.05/11/2008).

V. É vedado ao Banco Central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos a qualquer órgão ou

entidade, salvo para instituições financeiras e o Tesouro Nacional.

§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e

a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.

À luz da CF, das normas gerais de direito financeiro e da jurisprudência do STF sobre a matéria, assinale

a opção correta.

a) A prerrogativa da autonomia financeira dos poderes visa impedir o Poder Executivo de causar, em

desfavor do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e do MP, um estado de subordinação financeira capaz

de comprometer, pela gestão arbitrária do orçamento, a independência político-jurídica dessas

instituições.

CERTA.

b) Compete ao Congresso Nacional estabelecer os limites globais e as condições para o montante da

dívida mobiliária dos estados, do DF e dos municípios.

ERRADA. É ao Senado, os limites globais da dívida mobiliária dos E, DF e M. Cabe ao Congresso

Nacional, os limites globais da dívida mobiliária da União.

Mnemônica DIMOFECONA - Divida Mobiliária Federal -> Congresso Nacional.Todas as demais são fixadas pelo SENADO.

c) As despesas empenhadas, não liquidadas e não pagas até 31 de dezembro são consideradas restos a

pagar processados.

ERRADA. As despesas empenhadas e liquidadas, mas não pagas até 31 de dezembro são Restos a Pagar

Processados. Não processadas são as empenhadas, mas não liquidadas.

d) Caso não receba a proposta orçamentária no prazo fixado pela CF, o Poder Legislativo não poderá

considerar como proposta a lei do orçamento vigente.

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ERRADA. Lei 4.320/64, Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas

Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei

de Orçamento vigente.

e) A CF não possui vedação expressa às chamadas caudas orçamentárias.

ERRADA. Trata-se do princípio da exclusividade.

CF, Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à

fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos

suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos

termos da lei.

Esse termo "cauda orçamentária" refere-se a matérias estranhas à receita e à despesa, que eram

juntadas aos projetos de lei orçamentária, em tempos idos. Os responsáveis pela junção dessas matérias

pretendiam aproveitar-se do rápido processo legislativo característico da lei de orçamento para

concretizar seus interesses.

Com a positivação do princípio orçamentário da exclusividade, inclusive na atual Constituição (art. 165, §

8º - "A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da

despesa"), as caudas orçamentárias saíram de cena.

Outra expressão relativa ao tema, que pode ser encontrada em provas vez ou outra, é "orçamento

rabilongo", que seria o orçamento em que estivesse embutida uma cauda orçamentária.

a) Conforme entendimento do STF, um estado pode receber transferências voluntárias da União mesmo

que uma de suas entidades da administração indireta esteja inadimplente e inscrita em um dos

cadastros restritivos federais, em respeito ao princípio da intranscendência das medidas restritivas de

direito.

CERTA.

b) Não havendo suficiente dotação orçamentária ou autorização específica na respectiva lei de diretrizes

orçamentárias, serão anuláveis, nos termos da LRF, os atos que impliquem aumento da despesa com

pessoal.

ERRADA. Nulas.

c) As receitas originárias, obtidas pelo Estado mediante seu poder de autoridade (ius imperii), são

captadas coercitivamente de particulares, ao passo que as receitas derivadas decorrem da exploração do

patrimônio do Estado, que participa da atividade econômica explorando atividades privadas e cobrando

tarifa ou preço público.

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ERRADA. São as receitas derivadas que são obtidas pelo Estado mediante seu poder de autoridade,

captadas coercitivamente de particulares. E as receitas originárias decorrem da exploração do

patrimônio do Estado, que participa da atividade econômica explorando atividades privadas e cobrando

tarifa ou preço público.

d) O Poder Legislativo não pode rejeitar o projeto de lei orçamentária.

ERRADA. Pode rejeitar.

e) No Brasil, adota-se expressamente o regime contábil misto, sendo o regime de caixa aplicado às

despesas públicas e o de competência, às receitas públicas.

ERRADA. É regime misto, mas é ao contrário: para despesa, regime de competência; para receita,

regime de caixa.

Em relação ao regime contábil brasileiro, segundo art. 50, II, da Lcp 101/00, "a despesa e a assunção de

compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter

complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa".

Isto é, o regime de competência aplicado às despesas, ou seja, no momento em que incorridas,

conquanto não pagas, e o regime de caixa para as receitas.

No regime de competência, a despesa será registrada na data em que o evento aconteceu, ainda que

não tenha sido paga de imediato.

No regime de caixa, a receita será registrada só quando for paga.

Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.

I. Segundo o Supremo Tribunal Federal, a falta de inclusão de precatório em previsão orçamentária, após

o encaminhamento da requisição pelo Poder Judiciário, autoriza a medida de sequestro de verbas

públicas da pessoa jurídica de direito público renitente.

CERTA. Mas foi considerada incorreta no gabarito, porque se baseou em julgamento de ADI com base na

redação anterior do art. 100 da CF, antes da EC 62/2009. A ADI 1662 foi proposta antes da Emenda

Constitucional 62/2009. Antes dessa emenda a única previsão constitucional de sequestro de verbas

públicas era no caso de preterimento do direito de preferência. Com o advento da referida emenda

passou-se a admitir o sequestro de verbas públicas também no caso de não alocação orçamentária do

valor necessário à satisfação do débito, como se depreende do Art. 100 § 6º da CF. Assim sendo, o Item

I estaria correto também.

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II. Medida provisória que abre crédito extraordinário não se exaure no ato de sua primeira aplicação. Ela

somente se exaure ao final do exercício financeiro para o qual foi aberto o crédito extraordinário nela

referido.

CERTA. CONSTITUCIONAL. MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA

PROVISÓRIA Nº 402, DE 23 DE NOVEMBRO DE 2007, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.656, DE 16 DE ABRIL DE

2008. ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS CONSTITUCIONAIS DA

IMPREVISIBILIDADE E DA URGÊNCIA (§ 3º DO ART. 167 DA CF), CONCOMITANTEMENTE. 1. A lei não

precisa de densidade normativa para se expor ao controle abstrato de constitucionalidade, devido a que

se trata de ato de aplicação primária da Constituição. Para esse tipo de controle, exige-se densidade

normativa apenas para o ato de natureza infralegal. Precedente: ADI 4.048-MC. 2. Medida provisória

que abre crédito extraordinário não se exaure no ato de sua primeira aplicação. Ela somente se

exaure ao final do exercício financeiro para o qual foi aberto o crédito extraordinário nela referido .

Hipótese em que a abertura do crédito se deu nos últimos quatro meses do exercício, projetando-se,

nos limites de seus saldos, para o orçamento do exercício financeiro subseqüente (§ 2º do art. 167 da

CF). 3. A conversão em lei da medida provisória que abre crédito extraordinário não prejudica a análise

deste Supremo Tribunal Federal quanto aos vícios apontados na ação direta de inconstitucionalidade. 4.

A abertura de crédito extraordinário para pagamento de despesas de simples custeio e investimentos

triviais, que evidentemente não se caracterizam pela imprevisibilidade e urgência, viola o § 3º do art.

167 da Constituição Federal. Violação que alcança o inciso V do mesmo artigo, na medida em que o ato

normativo adversado vem a categorizar como de natureza extraordinária crédito que, em verdade, não

passa de especial, ou suplementar. 5. Medida cautelar deferida. (STF - ADI: 4049 DF , Relator: Min.

CARLOS BRITTO, Data de Julgamento: 05/11/2008, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-084 DIVULG

07-05-2009 PUBLIC 08-05-2009 EMENT VOL-02359-02 PP-00187)

III. A ausência de dotação orçamentária prévia em legislação específica não autoriza a declaração de

inconstitucionalidade da lei, impedindo tão somente a sua aplicação naquele exercício financeiro.

CERTA. ADI. Leis federais 11.169/2005 e 11.170/2005, que alteram a remuneração dos servidores

públicos integrantes dos Quadros de Pessoal da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Alegações

de vício de iniciativa legislativa (arts. 2º, 37, X, e 61, § 1º, II, a, da CF); desrespeito ao princípio da

isonomia (art. 5º, caput, da Carta Magna); e inobservância da exigência de prévia dotação orçamentária

(art. 169, § 1º, da CF). (...) A ausência de dotação orçamentária prévia em legislação específica não

autoriza a declaração de inconstitucionalidade da lei, impedindo tão somente a sua aplicação naquele

exercício financeiro. Ação direta não conhecida pelo argumento da violação do art. 169, § 1º, da Carta

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Magna. Precedentes. ADI parcialmente conhecida e, na parte conhecida, julgada improcedente." (ADI

3.599, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 2007, Plenário, DJ 2007).

IV. Não é lícito ao Tribunal de Contas da União promover revisão de índices referentes ao Fundo de

Participação dos Municípios, que devem viger durante todo o exercício financeiro, para reduzi-los no

curso deste.

CERTA. “1. MANDADO DE SEGURANÇA. Município. Fundo de Participação. Impetração contra mudança

do coeficiente anual pelo Tribunal de Contas da União. Inadmissibilidade. Ilegitimidade passiva do

Tribunal. Número de habitantes. Estimativa populacional elaborada pelo IBGE. Questão fática

dependente de dilação probatória. Precedentes. Não se admite mandado de segurança, impetrado por

município, contra o Tribunal de Contas da União, para impugnar estimativa populacional que, elaborada

pelo IBGE, serviu de base para fixação ou alteração da quota referente ao Fundo de Participação dos

Municípios. 2. MUNICÍPIO. Fundo de Participação. Revisão da estimativa populacional. Redução do

índice anual de participação. Alteração promovida por Decisão Normativa do Tribunal de Contas da

União. Aplicação imediata, em meio ao exercício financeiro. Ilegalidade. Violação da regra da anualidade

da vigência dos índices fixados para todo o exercício financeiro. Ofensa a direito líquido e certo.

Mandado de segurança concedido, para cassar os efeitos da Decisão. Aplicação dos arts. 91, § 3º, e 92,

do CTN, e 244 do RITCU, cc. art. 102, caput e § 2º, da Lei federal nº 8.442/92. Não é lícito ao Tribunal de

Contas da União promover revisão de índices referentes ao Fundo de Participação dos Municípios,

que devem viger durante todo o exercício financeiro, para os reduzir no curso deste. (MS 24098,

Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 29/04/2004, DJ 21-05-2004 PP-00033

EMENT VOL-02152-02 PP-00273 RTJ VOL-00191-01 PP-00162)

A jurisprudência do STJ que admite no âmbito do Sistema Financeiro Habitacional a capitalização de

juros tanto ANUAL (antes da Lei 11.977/2009), quanto MENSAL após o advento daquela lei (informativo

nº 493, STJ).

CAPITALIZAÇÃO ANUAL DE JUROS. ENCARGOS MENSAIS. IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO.

Em retificação à nota do REsp 1.095.852-PR (Informativo n. 493, divulgado em 28/3/2012), leia-se: A

Seção entendeu que, para os contratos celebrados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação

(SFH), até a entrada em vigor da Lei n. 11.977/2009, não havia regra especial a propósito da

capitalização de juros, de modo que incidia a restrição da Lei de usura (art. 4º do Dec. 22.626/1933).

Para tais contratos não é válida a capitalização de juros vencidos e não pagos em intervalo inferior a

um ano, permitida a capitalização anual, regra geral que independe de pactuação expressa. E, caso o

pagamento mensal não seja suficiente para a quitação sequer dos juros, cumpre-se determinar o

lançamento dos juros vencidos e não pagos em conta separada, sujeita apenas à correção monetária e à

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incidência anual de juros. Ressalva do ponto de vista da Min. Relatora no sentido da aplicabilidade no

SFH do art. 5º da MP n. 2.170-36, permissivo da capitalização mensal, desde que expressamente

pactuada. Decidiu-se também que no SFH os pagamentos mensais devem ser imputados

primeiramente aos juros e depois ao principal nos termos do disposto no art. 354 do CC/2002 (art. 993

do CC/1916). Esse entendimento foi consagrado no julgamento pela Corte Especial do REsp 1.194.402-

RS, submetido ao rito do art. 543-C. REsp 1.095.852-PR, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em

14/3/2012.

O entendimento consolidado no STF é de que houve a recepção do procedimento de execução

extrajudicial previsto no Decreto-lei nº 70/66 pela Constituição Federal de 1988.

Súmula 450 STJ: Nos contratos vinculados ao SFH, a atualização do saldo devedor não antecede sua

amortização pelo pagamento da prestação.

O que essa Súmula quer dizer é que quando temos um financiamento no âmbito do SFH, primeiro o

banco “cobra os juros e correção e só depois será feita a amortização”.

Ex.: Saldo em 31 janeiro 100.000

Prestação mensal 1.000

Atualização e juros de 1%

Os consumidores queriam que a conta fosse assim: (100.000 -1.000) = 99.000 +1% = Saldo devedor R$

99.990;

Os bancos queriam e o STJ chancelou: (100.000 +1%) = (101.000 -1.000) 100.000,00.

Essa diferença de apenas R$ 10, do exemplo, aplicada em milhares de contratos com e repetida por 30

anos gera valores bastante consideráveis.

Nos contratos de financiamento celebrados no âmbito do SFH, sem cláusula de garantia de cobertura do

FCVS, o saldo devedor residual deverá ser suportado pelo mutuante.

ERRADO!!!!

É pelo mutuário!! Não pelo mutuante!

Nos contratos de financiamento celebrados no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), sem

cláusula de garantia de cobertura do Fundo de Compensação das Variações Salariais (FCVS), o saldo

devedor residual deverá ser suportado pelo mutuário.

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Súmula STJ- 422 : O artigo 6º, alínea e, da Lei 4.380/1964 não estabelece limitação aos juros

remuneratórios nos contratos vinculados ao SFH”

Art. 6° O disposto no artigo anterior somente se aplicará aos contratos de venda, promessa de venda,

cessão ou promessa de cessão, ou empréstimo que satisfaçam às seguintes condições:

e) os juros convencionais não excedem de 10% ao ano;

Art. 5º Observado o disposto na presente lei, os contratos de vendas ou construção de habitações para

pagamento a prazo ou de empréstimos para aquisição ou construção de habitações poderão prever o

reajustamento das prestações mensais de amortização e juros, com a consequente correção do valor

monetário da dívida toda a vez que o salário mínimo legal for alterado.

Como se percebe, o caput do art. 6º prescreve uma condição de aplicabilidade do art. 5º, o qual, por sua

vez, prevê a possibilidade de reajustamento do contrato.

Assim, prevendo o caput do art. 6º que o disposto no art. 5º somente se aplica aos contratos cujos

"juros convencionais não excedem de 10% ao ano", resta implícito que há contratos outros, permitidos

pela Lei, cujos juros excedem a 10% ao ano, razão por que não se mostra lógica a tese segundo a qual o

indigitado dispositivo prescreve uma limitação na taxa de juros remuneratórios.

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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS: PENELOPE RÚCULA

obs: as duas palavras não nenhuma relação mesmo, serve apenas para lembrar das letras iniciais dos princípios (P E N E L O P E U C U A)

PROGRAMAÇÃO: o orçamento deve ter o conteúdo e a forma de programaçãoESPECIFICAÇÃO: classificação analítica das contasNÃO AFETAÇÃO DA RECEITA: não se pode vincular a receita de tal imposto para determinado órgão (exceto FPM, SUS) – C.F. art. 167, inciso IVEXCLUSIVIDADE: não tem matéria estranha à previsão da receita e a fixação da despesa no orçamento, exceto os créditos adicionais e ao operações de crédito. – C.F. art. 165, parágrafo 8ºLEGALIDADE: limita ao Estado quanto ao seu poder de tributarORÇAMENTO BRUTO: no orçamento as receitas e despesas são registradas pelo valor global, vedada deduçõesPUBLICIDADE: o orçamento é público.EQUILÍBRIO: Receitas Previstas = Despesas FixadasUNIVERSALIDADE: todas as receitas e despesas do Estado deve estar no orçamento. – Lei 4.320/64,  art. 2ºCLAREZA: o orçamento deve ser claro, ordenado e completoUNIDADE: receitas e despesas de todos os órgãos em uma só peça. Uma única política orçamentária. Um caixa único. – Lei 4.320/64,  art. 2ºANUALIDADE ou PERIODICIDADE: O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. O orçamento tem um período de um ano. – Lei 4.320/64,  art. 2º

Cuidado: “O orçamento estabelecerá o necessário equilíbrio entre receitas e despesas, havendo, portanto, uma vinculação entre a obtenção das receitas de impostos e as despesas previstas.” CERTA! No sentido de equilíbrio entre receitas e despesas.

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Multas são receitas derivadas, mas não são receitas tributárias! Mas as multas

tributárias são Dívida Ativa Tributária.

a) multas tributárias não são classificadas como receitas tributárias, e aqui é importante ter em vista 2 (duas) relevantes balizas:

1. A definição de receitas tributárias compreende apenas a   receita oriunda de impostos, taxas   e melhoria , ao passo que as multas (ainda que de natureza tributária) são classificadas como "receitas diversas", tudo nos termos da tabela constante do § 4o do art. 11 daquela Lei;

2. Além disso, importante é não confundir a classificação da receita com aquela adotada para a Dívida Ativa, visto que segundo o art. 39, § 2o, da Lei 4.320/1964 "Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas". Ressalte-se, uma vez mais, que essa definição é para a Dívida Ativa, e não para a classificação das receitas, em relação às quais prevalece o disposto no art. 11, §4o, daquela lei.

b) contribuições também não são classificadas como receitas tributárias, uma vez que a legislação financeira não adotou a teoria pentapartida para classificação de tributos (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais - atualmente adotada pelo STF na seara tributária), e sim a teoria tripartida (impostos, taxas, contribuições de melhoria). Isso resta claro também no art. 11, § 1o, da Lei 4.320/1964, que distingue expressamente a receita tributária daquela oriunda das contribuições, embora ambas integrem o conceito de "receitas correntes": "São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições [...]". Dessa forma, a receita oriunda das contribuições especiais classificam-se, na sistemática do art. 11, § 4o, daquela lei em "Contribuições".

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RECEITAS CORRENTESReceita TributáriaImpostos.Taxas.Contribuições de Melhoria.Receitas de ContribuiçõesReceita PatrimonialReceitas Imobiliárias.Receitas de Valores Mobiliários.Participações e Dividendos.Outras Receitas Patrimoniais.Receita IndustrialReceita de Serviços Industriais.Outras Receitas Industriais.Transferências CorrentesReceitas DiversasMultas.Cobrança da Divida Ativa.Outras Receitas Diversas.RECEITAS DE CAPITALOperações de Crédito.Alienação de Bens Móveis e Imóveis.Amortização de Empréstimos Concedidos.Transferências de Capital.Outras Receitas de Capital.

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A) INCORRETA.Lei 4.595/64, Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.

B) INCORRETA. Esta está na lei da CVM, Lei 6.835/76: Art . 3º Compete ao Conselho Monetário Nacional: I - definir a política a ser observada na organização e no funcionamento do mercado de valores mobiliários; e não à Comissão de Valores Mobiliários

C) INCORRETA.Lei 4.595/64, Art. 19. Ao Banco do Brasil S. A. competirá precipuamente, sob a supervisão do Conselho Monetário Nacional e como instrumento de execução da política creditícia e financeira do Governo Federal:

D) INCORRETA. .Lei 4.595/64. São 10 membros. Lei 4.595/64, Art. 6º O Conselho Monetário Nacional será integrado pelos seguintes membros: I - Ministro da Fazenda que será o Presidente; II - Presidente do Banco do Brasil S. A.; III - Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; IV - Sete (7) membros nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal, escolhidos entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, com mandato de sete (7) anos, podendo ser reconduzidos.

E) CORRETA. Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil: I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e limites autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. (...) III - determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, a forma e condições por ele determinadas, podendo: (...) IV - receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso anterior e, ainda, os depósitos voluntários à vista das instituições financeiras, nos termos do inciso III e § 2° do art. 19. (...) XI - Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de administração de instituições financeiras privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo Conselho Monetário Nacional;

CF/88

Page 15: Direito Financeiros a Partir Das Questões

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais; ou seja, não é só o Presidente do STF, os Presidentes dos Tribunais superiores também encaminham sua proposta.

II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.

Algumas regras importantes sobre orçamento impositivo:

1- emendas individuais serão aprovadas no limite de 1,2% da receita corrente líquida prevista no projeto de LOA encaminhado pelo Executivo

2- 50% do valor das emendas individuais (1,2% da receita corrente líquida) serão aplicados na saúde, VEDADA A DESTINAÇÃO DAS VERBAS PAGAMENTO DE DESPESA COM PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS (OBS: esse percentual de 50% DEVERÁ ser destinado para área de saúde, salvo no caso em que houver IMPEDITIVOS DE ORDEM TÉCNICA. Assim, esse percentual de 50% para a saúde poderá ser reduzido no caso de impeditivos, o que não implica numa redução ao percentual de 1,2% das emendas. O valor reduzido deverá ser aplicado em qualquer área de acordo com a distribuição equitativa prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal.

3- O Poder Executivo fica obrigado a executar 1,2% (e aqui vem a grande pegadinha) do valor correspondente à receita corrente líquida REALIZADA no EXERCÍCIO ANTERIOR (e não do exercício regido pela LOA - aposto que vão cobrar isso!).

ERRADA: O Princípio Orçamentário da Proibição do Estorno aplica-se as Contribuições Pevidenciárias.

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Art. 167. São vedados: XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II (não contribuição social sobre o lucro líquido – CSLL), para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).

Para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do RGPS, é proibida a utilização de recursos arrecadados a título de contribuição social sobre o lucro líquido das empresas.ERRADAAs contribuições sociais podem ser subdivididas em: a) previdenciárias, se destinadas especificamente ao custeio da Previdência Social, e são formadas pelas contribuições dos segurados e das empresas (arts. 20/23 da Lei nº 8.212/1991); b) e não previdenciárias, quando voltadas para o custeio da Assistência Social e da Saúde Pública. Por exemplo: a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), o PIS (Programa de Integração Social), incidentes sobre a receita ou o faturamento, e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), que recai sobre o lucro


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