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Direito de FamíliaDireito de FamíliaPós-graduação em Direito Civil e Processo CivilPós-graduação em Direito Civil e Processo Civil

Murillo Sapia GutierMurillo Sapia GutierEspecialista em Direito Civil – PUC-MGEspecialista em Direito Civil – PUC-MG

Mestrando em Direito Público – PUC-MGMestrando em Direito Público – PUC-MG

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• PLANO DE AULA

• Constituição e relações privadas

• Direito de Família ou Direito das Famílias?

• Princípios do Direito das Famílias

• Aspectos jurídico-constitucionais dos institutos de Direito das Famílias

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Constituição e Direito Privado

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• Estado de Direito e o Direito CivilEstado de Direito e o Direito Civil

• A necessidade do Estado: Resguardo dos Direitos Fundamentais;

• Função do Direito Civil Codificado: uniformizar a normatização de institutos fundamentais da vida:

• Propriedade e LiberdadePropriedade e Liberdade

• Estado Liberal de DireitoEstado Liberal de Direito

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• Estado Liberal: 1ª dimensãoEstado Liberal: 1ª dimensão

• Visou a separação entre Visou a separação entre

• Direito e moralDireito e moral

• Estado e SociedadeEstado e Sociedade

• Política e EconomiaPolítica e Economia

• consagrou direitos fundamentais de cunho consagrou direitos fundamentais de cunho negativo (negativo (status negativusstatus negativus))

• dimensão subjetivadimensão subjetiva dos direitos dos direitos fundamentais fundamentais

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• Estado LiberalEstado Liberal

• Direito é sistematizado pelo legislador Direito é sistematizado pelo legislador

• antes era relegado aos antes era relegado aos costumescostumes, aos , aos ensinamentos ensinamentos doutrináriosdoutrinários ou ao ou ao direitodireito canônicocanônico, ,

• no que concerne ao no que concerne ao casamentocasamento, , famíliafamília, , filiaçãofiliação e e sucessõessucessões

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• Estado LiberalEstado Liberal

• Segurança jurídicaSegurança jurídica fez com que o direito privado se sobrepusesse ao público;

• Técnica legislativa Técnica legislativa era representada normativamente por regra jurídica;– preceito e consequência jurídicapreceito e consequência jurídica

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• Estado Social: 2ª dimensão Estado Social: 2ª dimensão

• Não basta garantir formalmente a liberdade e a igualdade aos indivíduos se estes não dispõem de um mínimo existencial.

• Consagrou direitos a prestações por parte do Estado, de modo que os indivíduos possam exigir determinada atuação do Estado no intuito de melhorar as condições de vida.

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• Estado SocialEstado Social

• Não se cuida mais, portanto, de liberdade do e perante o Estado, e sim, de liberdade por intermédio do Estado.

• preponderância do direito público sobre o privado houve inversão da relaçãohouve inversão da relação

• o intervencionismo estatal regulou as condutas dos indivíduos e dos grupos, de modo a propiciar a igualdade substancial

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• Estado SocialEstado Social

• Concretização de princípios Concretização de princípios constitucionais como a constitucionais como a dignidade da dignidade da pessoa humanapessoa humana e da e da solidariedade solidariedade social social caracterizou a caracterizou a limitaçãolimitação do âmbito do âmbito de atuação dos particulares. de atuação dos particulares.

• A A autonomia da vontade autonomia da vontade é relativizada é relativizada pela consagração da ética da pela consagração da ética da solidariedade e da tutela da dignidade da solidariedade e da tutela da dignidade da pessoa humana.pessoa humana.

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• Estado SocialEstado Social

• Código Civil deixou de ser o eixo central Código Civil deixou de ser o eixo central

• Surgimento da “legislação extravagante”, Surgimento da “legislação extravagante”, com a função de reger os programas com a função de reger os programas constitucionais das incipientes constitucionais das incipientes constituições sociais;constituições sociais;

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• Estado ConstitucionalEstado Constitucional• 3ª Dimensão: fraternal ou solidária• Consagra Direitos Fundamentais inerentes

a todos, independentemente da condição social ou mesmo da nacionalidade do indivíduo;

• Destinatário o gênero humano, num momento expressivo de sua afirmação como valor supremo em termos de existencialidade concreta

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• Estado ConstitucionalEstado Constitucional

• nova realidade Constitucional, adversa ao nova realidade Constitucional, adversa ao modelo totalitário, aproximou modelo totalitário, aproximou Direito e Direito e moralmoral..

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• A partir do que se convencionou chamar de virada kantiana, dá-se uma reaproximação entre ética e direito, com o ressurgimento da razão prática, da fundamentação moral dos direitos fundamentais e do debate sobre a teoria da justiça fundado no imperativo categórico, que deixa de ser simplesmente ético para se apresentar também como um imperativo categórico jurídico. A idéia de dignidade da pessoa humana, traduzida no postulado kantiano de que cada homem é um fim em si mesmo, eleva-se à condição de princípio jurídico, origem e fundamento de todos os direitos fundamentais. À centralidade moral da dignidade do homem, no plano dos valores, corresponde a centralidade jurídica dos direitos fundamentais, no plano do sistema normativo. (Gustavo Binembojm)

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• Estado ConstitucionalEstado Constitucional

• direitos fundamentais e democracia:

• Estado democrático de direito,

• “estruturado como conjunto de instituições jurídico políticas erigidas sob o fundamento e para a finalidade de proteger e promover a dignidade da pessoa humana”

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• Estado ConstitucionalEstado Constitucional

• Estado Constitucional: Democrático

• Dimensão formal: princípio da maioria;

• Dimensão material: Participativo, pluralista e aberto

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• Dignidade da pessoa humana e Direitos Dignidade da pessoa humana e Direitos Fundamentais;Fundamentais;

• Relação entre Democracia e Direitos Relação entre Democracia e Direitos FundamentaisFundamentais: : interdependência e interdependência e reciprocidadereciprocidade;;

• Estado DemocráticoEstado Democrático: visa proteger e : visa proteger e promover a dignidade humana;promover a dignidade humana;

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Princípio da Princípio da constitucionalidadeconstitucionalidade: CF como : CF como norma maior; norma maior;

Dotado de Dotado de força normativa;força normativa;Vincula a todosVincula a todos: Executivo, : Executivo, Legislativo, Judiciário e os Legislativo, Judiciário e os particulares;particulares;

NeoconstitucionalismoNeoconstitucionalismo

O Estado ConstitucionalO Estado Constitucional

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–Características: Características: Constituição rígida: Constituição rígida: protegida protegida

quanto ao poder de reforma;quanto ao poder de reforma;Garantia jurisdicional: Garantia jurisdicional: deve deve

prever um sistema de garantias;prever um sistema de garantias;Força vinculante: Força vinculante: CF é norma e CF é norma e

plenamente aplicável;plenamente aplicável;

O Estado ConstitucionalO Estado Constitucional

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◦Características: Características: (d) (d) SobreinterpretaçãoSobreinterpretação: não há : não há

interpretação literal e a CF é finita interpretação literal e a CF é finita e não abarca todos os aspectos;e não abarca todos os aspectos;

(e) (e) Interpretação conformeInterpretação conforme: : método de interpretação da lei;método de interpretação da lei;

(f) (f) Questões políticas Questões políticas judicializadasjudicializadas: exame da : exame da argumentação política; argumentação política;

O Estado ConstitucionalO Estado Constitucional

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• Repercussão ampla, direta e Repercussão ampla, direta e imediata;imediata;

• Constituição influi:Constituição influi:• Na validadeNa validade• Interpretação das normasInterpretação das normas• Produção legislativa na Produção legislativa na

matériamatéria

Neoconstitucionalismo e Direito CivilNeoconstitucionalismo e Direito Civil

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1º plano: 1º plano: garantias - garantias - Art. 5º Art. 5º da CF/88da CF/88

2º plano2º plano: dever de Proteger : dever de Proteger determinados institutos:determinados institutos:

Propriedade Propriedade FamíliaFamília LiberdadeLiberdade

Neoconstitucionalismo e Direito CivilNeoconstitucionalismo e Direito Civil

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• Interpretação ConstitucionalInterpretação Constitucional• Princípio da máxima efetividade ou da Princípio da máxima efetividade ou da

eficiência do texto constitucionaleficiência do texto constitucional• no caso de dúvidas deve preferir-se a no caso de dúvidas deve preferir-se a

interpretação que reconheça maior eficácia interpretação que reconheça maior eficácia aos direitos fundamentais (Canotilho)aos direitos fundamentais (Canotilho)

• Exemplo: Exemplo: art. 226, § 6º, da CF/88: “O art. 226, § 6º, da CF/88: “O casamento pode ser dissolvido pelo casamento pode ser dissolvido pelo divórcio”. (EC 66/10)divórcio”. (EC 66/10)

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• Interpretação Constitucional

• Princípio da máxima efetividade ou da Princípio da máxima efetividade ou da eficiência do texto constitucionaleficiência do texto constitucional

• se mantido o instituto da separação de se mantido o instituto da separação de direito, o trabalho do reformador direito, o trabalho do reformador constituinte terá sido totalmente inútil e constituinte terá sido totalmente inútil e desnecessário. desnecessário.

• separação + divórcio: burocratiza a separação + divórcio: burocratiza a incidência da norma constitucional;incidência da norma constitucional;

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• Interpretação Constitucional

• Princípio força normativa da Princípio força normativa da constituiçãoconstituição

• deve dar-se primazia às soluções deve dar-se primazia às soluções hermenêuticas que, compreendendo a hermenêuticas que, compreendendo a historicidade das estruturas historicidade das estruturas constitucionais, possibilitam a ‘atualização’ constitucionais, possibilitam a ‘atualização’ normativa, garantindo, do mesmo pé, a normativa, garantindo, do mesmo pé, a sua eficácia e permanência;sua eficácia e permanência;

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• Interpretação Constitucional• Princípio força normativa da constituiçãoPrincípio força normativa da constituição• deve dar-se prevalência aos pontos de vista deve dar-se prevalência aos pontos de vista

que, tendo em conta os pressupostos da que, tendo em conta os pressupostos da constituição (normativa), contribuem para constituição (normativa), contribuem para uma eficácia óptima da lei fundamentaluma eficácia óptima da lei fundamental

• Deve haver a otimização da emendaDeve haver a otimização da emenda e e tendo em vista a atualização da CFtendo em vista a atualização da CF

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• Interpretação Constitucional• Princípio força normativa da constituiçãoPrincípio força normativa da constituição• deve dar-se prevalência aos pontos de vista deve dar-se prevalência aos pontos de vista

que, tendo em conta os pressupostos da que, tendo em conta os pressupostos da constituição (normativa), contribuem para constituição (normativa), contribuem para uma eficácia óptima da lei fundamentaluma eficácia óptima da lei fundamental

• Deve haver a otimização da emendaDeve haver a otimização da emenda e e tendo em vista a atualização da CFtendo em vista a atualização da CF

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• Interpretação Constitucional

• Princípio Princípio da interpretação das leis em da interpretação das leis em conformidade com a constituiçãoconformidade com a constituição

• no caso de normas polissémicas ou no caso de normas polissémicas ou plurissignificativas deve dar-se preferência plurissignificativas deve dar-se preferência à interpretação que lhe dê um sentido em à interpretação que lhe dê um sentido em conformidade com a constituiçãoconformidade com a constituição

• Há sentido prático na manutenção da Há sentido prático na manutenção da separação de direito?separação de direito?

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Princípios Fundamentais do

Direito das Famílias

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• Princípio de proteção da Princípio de proteção da dignidade da pessoa dignidade da pessoa humanahumana (art. 1.º, III, da CF/1988)  (art. 1.º, III, da CF/1988) 

• Princípio da Princípio da solidariedade familiar solidariedade familiar (art. 3.º, I, da (art. 3.º, I, da CF/1988)CF/1988)

• Princípio da Princípio da igualdade entre filhos igualdade entre filhos (art. 227, § 6.º, da (art. 227, § 6.º, da CF/1988 e art. 1.596 do CC)CF/1988 e art. 1.596 do CC)

• Princípio da Princípio da igualdade entre cônjuges e igualdade entre cônjuges e companheiros companheiros (art. 226, § 5.º, da CF/1988, e art. (art. 226, § 5.º, da CF/1988, e art. 1.511 do CC)1.511 do CC)

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• Princípio da não intervenção ou da liberdade Princípio da não intervenção ou da liberdade (art. 1.513 do CC)(art. 1.513 do CC)

• Princípio do maior interesse da criança e do Princípio do maior interesse da criança e do adolescente adolescente (art. 227, caput, da CF/1988, e arts. (art. 227, caput, da CF/1988, e arts. 1.583 e 1.584 do CC)1.583 e 1.584 do CC)

• Princípio da Princípio da afetividadeafetividade  • Princípio da Princípio da função social da família função social da família (art. 226, (art. 226,

caput, da CF/1988)caput, da CF/1988)

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• Princípio de proteção da Princípio de proteção da dignidade da dignidade da pessoa humanapessoa humana (art. 1.º, III, da CF/1988) (art. 1.º, III, da CF/1988)

• Estado Democrático de Direito tem como Estado Democrático de Direito tem como fundamento a dignidade da pessoa fundamento a dignidade da pessoa humanahumana

• É o núcleo axiológico dos direitos É o núcleo axiológico dos direitos fundamentais;fundamentais;

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• Princípio de proteção da Princípio de proteção da dignidade da dignidade da pessoa humanapessoa humana (art. 1.º, III, da CF/1988) (art. 1.º, III, da CF/1988)

• Há a personalizaçãoHá a personalização, , repersonalizaçãorepersonalização e e despatrimonializaçãodespatrimonialização do Direito Privado; do Direito Privado;

• Há “ênfase em valores existenciais e do Há “ênfase em valores existenciais e do espírito, bem como no reconhecimento espírito, bem como no reconhecimento dos direitos da personalidade, tanto em dos direitos da personalidade, tanto em sua dimensão física quanto psíquica”sua dimensão física quanto psíquica”

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• Princípio de proteção da Princípio de proteção da dignidade da dignidade da pessoa humanapessoa humana (art. 1.º, III, da CF/1988) (art. 1.º, III, da CF/1988)

• Há a personalizaçãoHá a personalização, , repersonalizaçãorepersonalização e e despatrimonializaçãodespatrimonialização do Direito Privado; do Direito Privado;

• Os institutos de Direito de Família tornan-se Os institutos de Direito de Família tornan-se funcionalizados à realização dos valores funcionalizados à realização dos valores constitucionais, em especial da dignidade constitucionais, em especial da dignidade da pessoa humana, não mais havendo da pessoa humana, não mais havendo setores imunes a tal incidência axiológicasetores imunes a tal incidência axiológica

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• Gustavo Tepedino enfatiza que “A dignidade da pessoa humana impõe transformação radical da dogmática o direito civil, estabelecendo uma dicotomia essencial entre as relações jurídicas existenciais e as relações jurídicas patrimoniais. Consagrada como valor basilar do ordenamento jurídico, a dignidade da pessoa humana, esculpida no art. 1º, III, CF, remodela as estruturas e a dogmática do direito civil brasileiro, operando a funcionalização das situações jurídicas patrimoniais existenciais, de modo a propiciar o pleno desenvolvimento da pessoa humana”

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• Sarlet explica que o princípio da dignidade humana é “o reduto intangível de cada indivíduo e, neste sentido, a última fronteira contra quaisquer ingerências externas. Tal não significa, contudo, a impossibilidade de que se estabeleçam restrições aos direitos e garantias fundamentais, mas que as restrições efetivadas não ultrapassem o limite intangível imposto pela dignidade da pessoa humana”

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• Exemplos do Direito de FamíliaExemplos do Direito de Família• 1) Imóvel em que reside pessoa solteira é

bem de família, estando protegido pela impenhorabilidade constante da Lei n. 8.009/90 (STJ – ERESP 182.223/SP)

• Visa proteger a pessoa e sua dignidade e direito à moradia;

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• Exemplos do Direito de FamíliaExemplos do Direito de Família• 2) relativização ou mitigação da culpa nas ações

de separação judicial• “Como a cláusula geral de proteção da personalidade

humana promove a dignidade humana, não há dúvida de que se é direito da pessoa humana constituir núcleo familiar, também é direito seu não manter a entidade formada, sob pena de comprometer-lhe a existência digna” (Cristiano (Cristiano Chaves)Chaves)

• No STJ EREsp 466.329/RS, Relator Ministro EREsp 466.329/RS, Relator Ministro Barros MonteiroBarros Monteiro

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• Exemplos do Direito de FamíliaExemplos do Direito de Família• 3) tese do abandono paterno-filial • A dor sofrida pelo filho, em virtude do abandono

paterno, que o privou do direito à convivência, ao amparo afetivo, moral e psíquico, deve ser indenizável, com fulcro no princípio da dignidade da pessoa humana” (Tribunal de Alçada de Minas Gerais, 7ª Câmara de Direito Privado, Apelação Cível 408.555-5. Decisão de 01/04/2004. Relator Unias Silva, v.u.).

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• Princípio da solidariedade familiar (Princípio da solidariedade familiar (art. 3º, inc. art. 3º, inc. I, da CF/88 e art. 226): A finalidade do Estado Democrático é a construção de uma sociedade livre, justa e solidária.

• Compele as partes à oferta de ajuda, de modo a apoiar-se mutuamente;

• Há a co-responsabilidade da sociedade, do Poder Público e de cada um dos membros que compõe o reduto familiar.

• Visa superar o individualismo jurídico rompendo o mero dever moral (piedade ou virtude) de outrora

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• Princípio da solidariedade familiar (Princípio da solidariedade familiar (art. 3º, inc. art. 3º, inc. • Implicações no Direito de Família: • (a) assistência material e moral• 1. imposição do dever de prestar alimentos se houver

necessidade;• 2. solidariedade em relação aos filhos• 3. dever de contribuição proporcional aos rendimentos com o

sustento da família;• 4. desnecessidade de provar a efetiva contribuição do

companheiro (a) quanto à aquisição de bens na constância da união estável;

• (b) respeito e consideração mútuos entre os membros da família;respeito e consideração mútuos entre os membros da família;• (c)

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• Princípio da solidariedade familiar (Princípio da solidariedade familiar (art. 3º, inc. art. 3º, inc. • Implicações no Direito de Família: • (b) respeito e consideração mútuos entre os

membros da família;• (c) guarda compartilhada• (d) direito de visita aos avós, tios, ex-

companheiros homossexuais, padrastos e madrastas;

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• Princípio da igualdade familiar Princípio da igualdade familiar (art. 5º, inc. I e 227, § 6º da CF/88). art. 1.596 do CC art. 1.596 do CC

• Entre homem e mulher• Entre filhos• Entre entidades familiares• Todos os fundamentos clássicos do Direito de

Família desmorona em face deste princípio;• Dirigido ao legislador ao elaborar a lei

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• Princípio da igualdade familiarPrincípio da igualdade familiar• Entre homem e mulher: consequências• (a) marido/companheiro pode pleitear alimentos

da esposa/companheira, e vice e versa.• (b) há ampla liberdade de utilização do nome ou

outro por ambos;• (c) ponto polêmico (TJSP): mulher apta a

trabalhar não terá direito a alimentos em relação ao ex-cônjuge ou pode haver direito à pensão somente por um lapso de tempo, razoável para sua recolocação no mercado de trabalho

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• ““ALIMENTOS – Prova de dedicação da mulher ALIMENTOS – Prova de dedicação da mulher ao lar, em prejuízo da atividade profissional para ao lar, em prejuízo da atividade profissional para a qual se formou – Direito à pensão por tempo a qual se formou – Direito à pensão por tempo razoável para sua recolocação no mercado de razoável para sua recolocação no mercado de trabalho – Recurso parcialmente provido”. trabalho – Recurso parcialmente provido”. (TJ/SP. Apelação Cível n. 196.277-4, São Paulo, (TJ/SP. Apelação Cível n. 196.277-4, São Paulo, Quarta Câmara de Direito Privado, Relator Quarta Câmara de Direito Privado, Relator Aguilar Cortez - 23/08/2001 - v.u.).Aguilar Cortez - 23/08/2001 - v.u.).

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• ““FAMÍLIA – ALIMENTOS ENTRE CÔNJUGES – FAMÍLIA – ALIMENTOS ENTRE CÔNJUGES – PRAZO. Se, na constância do casamento, a PRAZO. Se, na constância do casamento, a mulher não dispõe dos meios próprios para mulher não dispõe dos meios próprios para prover o seu sustento e se o seu marido tem prover o seu sustento e se o seu marido tem capacidade para tanto, não se pode fixar o capacidade para tanto, não se pode fixar o dever alimentício pelo prazo de apenas um ano, dever alimentício pelo prazo de apenas um ano, apenas porque é jovem e capaz para o trabalho. apenas porque é jovem e capaz para o trabalho. Recurso conhecido e provido (STJ. 4ª Turma, Recurso conhecido e provido (STJ. 4ª Turma, RESP. nº 555.429-RJ, Relator Ministro Cesar RESP. nº 555.429-RJ, Relator Ministro Cesar Asfor Rocha, j. 8/6/2004, v.u., Asfor Rocha, j. 8/6/2004, v.u., Boletim AASPBoletim AASP nº nº 2413/1010, abr. 2005).2413/1010, abr. 2005).

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• Princípio da igualdade na chefia familiarPrincípio da igualdade na chefia familiar• Chefia familiar deve ser exercida tanto pelo Chefia familiar deve ser exercida tanto pelo

homem quanto pela mulher em um regime homem quanto pela mulher em um regime democrático de colaboração;democrático de colaboração;

• podendo, inclusive, os filhos opinarem, podendo, inclusive, os filhos opinarem, conforme a idadeconforme a idade

• Conceito de Conceito de família democrática: vinculação dos família democrática: vinculação dos particulares ao regime democrático.particulares ao regime democrático.

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• Princípio da igualdade na chefia familiarPrincípio da igualdade na chefia familiar• Despatriarcalização do Direito de Família:Despatriarcalização do Direito de Família:• A figura paterna não exerce o poder de

dominação do passado. • Vigora o regime é de companheirismo ou

colaboração, não de hierarquia, desaparecendo a figura do pai de família (patter familias),

• Expressão pátrio poder é substituída, na prática, por poder familiar.

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• Princípio da igualdade do art. 1.634 do CCPrincípio da igualdade do art. 1.634 do CC• a) dirigir a criação e a educação dos filhos; a) dirigir a criação e a educação dos filhos; • b) ter os filhos em sua companhia e guarda; b) ter os filhos em sua companhia e guarda; • c) conceder aos filhos ou negar-lhes c) conceder aos filhos ou negar-lhes

consentimento para casarem; consentimento para casarem; • d) nomear-lhes tutor por testamento ou d) nomear-lhes tutor por testamento ou

documento autêntico, se o outro dos pais não documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou se o sobrevivo não puder lhe sobreviver, ou se o sobrevivo não puder exceder o poder familiar; exceder o poder familiar;

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• Princípio da igualdade do art. 1.634 do CCPrincípio da igualdade do art. 1.634 do CC• e) representar os filhos, até aos 16 anos, nos e) representar os filhos, até aos 16 anos, nos

atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; consentimento;

• f) reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; f) reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; • g) exigir que lhes prestem obediência, respeito e g) exigir que lhes prestem obediência, respeito e

os serviços próprios de sua idade e condição. os serviços próprios de sua idade e condição.

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• Princípio da igualdade do art. 1.634 do CCPrincípio da igualdade do art. 1.634 do CC• e) representar os filhos, até aos 16 anos, nos e) representar os filhos, até aos 16 anos, nos

atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; consentimento;

• f) reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; f) reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; • g) exigir que lhes prestem obediência, respeito e g) exigir que lhes prestem obediência, respeito e

os serviços próprios de sua idade e condição. os serviços próprios de sua idade e condição.

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• Princípio da Liberdade nas relações de Princípio da Liberdade nas relações de famíliafamília

• Consiste no livre poder de escolha ou Consiste no livre poder de escolha ou autonomia de constituição, realização e extinção autonomia de constituição, realização e extinção da entidade familiar (Paulo Lobo); da entidade familiar (Paulo Lobo);

• Também denominado princípio da Também denominado princípio da não-não-intervençãointervenção;;

• Veda-se a interferência externa de:Veda-se a interferência externa de:– Parentes Parentes – Sociedade;Sociedade;– EstadoEstado

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• Princípio da Liberdade nas relações de Princípio da Liberdade nas relações de famíliafamília

• Art. 1.513 do Código Civil Art. 1.513 do Código Civil • ““É defeso a qualquer pessoa de direito público É defeso a qualquer pessoa de direito público

ou direito privado interferir na comunhão de vida ou direito privado interferir na comunhão de vida instituída pela família”.instituída pela família”.

• É a afirmação da autonomia privada entendida como “o poder que a pessoa tem de auto-regulamentar os próprios interesses” (Sarmento)

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• Princípio da Liberdade nas relações de famíliaPrincípio da Liberdade nas relações de família• Abrange:Abrange:• (a) livre administração e aquisição do patrimônio (a) livre administração e aquisição do patrimônio

familiar; familiar;

• (b) livre planejamento familiar;(b) livre planejamento familiar;

• (c) livre definição dos modelos educacionais;(c) livre definição dos modelos educacionais;

• (d) dos valores culturais e religiosos(d) dos valores culturais e religiosos

• (e) livre formação dos filhos, se repeitada a dignidade;(e) livre formação dos filhos, se repeitada a dignidade;

• (f) Liberdade de agir, conforme direitos da (f) Liberdade de agir, conforme direitos da personalidade;personalidade;

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• Princípio da Liberdade nas relações de Princípio da Liberdade nas relações de famíliafamília

• Abrange:Abrange:• Normas indutoras de comportamento:Normas indutoras de comportamento:

• o controle da natalidade e o o controle da natalidade e o • planejamento familiar planejamento familiar • por meio de políticas públicaspor meio de políticas públicas• art. 227, § 7º, da CF/88art. 227, § 7º, da CF/88: veda qualquer forma : veda qualquer forma

coercitiva por parte de instituições oficiais e coercitiva por parte de instituições oficiais e privadas na autonomia privada da família;privadas na autonomia privada da família;

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• Princípio da Liberdade nas relações de Princípio da Liberdade nas relações de famíliafamília

• Abrange:Abrange:• Normas indutoras de comportamento:Normas indutoras de comportamento:

• o controle da natalidade e o o controle da natalidade e o • planejamento familiar planejamento familiar • por meio de políticas públicaspor meio de políticas públicas

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• Princípio da Liberdade nas relações de Princípio da Liberdade nas relações de famíliafamília

• Art. 227, § 7º, da CF/88Art. 227, § 7º, da CF/88: veda qualquer forma : veda qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais e coercitiva por parte de instituições oficiais e privadas na autonomia privada da família;privadas na autonomia privada da família;

• Art. 227, § 8º, da CF/88Art. 227, § 8º, da CF/88• o Estado deve assegurar a assistência à família o Estado deve assegurar a assistência à família

na pessoa de cada um dos que a integra, na pessoa de cada um dos que a integra, criando mecanismos para coibir a violência no criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações;âmbito de suas relações;

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• Princípio do melhor interesse da criança Princípio do melhor interesse da criança (CF/88, art. 227, (CF/88, art. 227, caputcaput))

• ““é dever da família, da sociedade e do Estado é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, a forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. exploração, violência, crueldade e opressão”.

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• Princípio do melhor interesse da criança (CF/88, art. 227, Princípio do melhor interesse da criança (CF/88, art. 227, caputcaput))

• A família deve ser o espaço propício para o desenvolvimento da personalidade da criança e do adolescente;

• Compreende: desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade

• Não é uma recomendação ética, mas diretriz fundamental, tendo em vista a vulnerabilidade dos cidadãos até 18 anos (Berenice).

• São pessoas em desenvolvimento.

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• Princípio do melhor interesse da criança Princípio do melhor interesse da criança (CF/88, art. 227, (CF/88, art. 227, caputcaput))

• Consequências para o Direito de Família:• o melhor interesse da criança interfere na

guarda de filhos, podendo ser, conforme o caso, unilateral ou compartilhada.

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• Princípio da afetividade (Construção doutrinária)Princípio da afetividade (Construção doutrinária)• AfetoAfeto principal fundamento das relações familiares;principal fundamento das relações familiares;• Decorre da valorização constante da dignidade Decorre da valorização constante da dignidade

humana;humana;• Vida humana digna Vida humana digna é pautada no afeto.é pautada no afeto.• Por meio da afetividade é que as pessoas se Por meio da afetividade é que as pessoas se

unem casar, viver em união estável...unem casar, viver em união estável...

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• Princípio da afetividade: FundamentosPrincípio da afetividade: Fundamentos• (a(a) igualdade de todos os filhos, independentemente da

origem;• (b) adoção, como escolha afetiva com igualdade de direitos;• (c) Comunidade formada por qualquer dos pais e seus

descendentes, incluindo os adotivos, em idêntica dignidade.• (d) Direito à convivência familiar com prioridade para a

criança e adolescente.

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• Princípio da afetividade: Princípio da afetividade: • Concepção eudemonista de família:• É a família voltada para a realização dos interesses

afetivos e existenciais de seus integrantes;• Por meio deste princípio e desta concepcao

eudemonista, não há um único modelo de família• Posse no estado de filho: há o reconhecimento

jurídico do afeto

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• Princípio do pluralismo das entidades familiares: Princípio do pluralismo das entidades familiares: • Consiste no reconhecimento estatal de que há várias Consiste no reconhecimento estatal de que há várias

possibilidades de “arranjos familiares” (Berenice).possibilidades de “arranjos familiares” (Berenice).• Antes: o que não fosse fundado no matrimônio era Antes: o que não fosse fundado no matrimônio era

tratado como tratado como sociedade de fatosociedade de fato, relegado ao direito das , relegado ao direito das obrigações;obrigações;

• O que importa para o reconhecimento é o elo de O que importa para o reconhecimento é o elo de afetividade, ensejador do afetividade, ensejador do comprometimento mútuo e comprometimento mútuo e envolvimento pessoal e patrimonial;envolvimento pessoal e patrimonial;

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