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DIREITO DE FAMÍLIADIREITO DE FAMÍLIA
1515
DIREITO CIVILDIREITO CIVIL
Sílvio de Salvo Venosa
Sílvio de Salvo Venosa
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15. REGIME DE BENS
V. VI 22
15.1. Introdução:
– o regime de bens entre os cônjuges compreende:
i) o estabelecimento das formas de contribuição do marido e
da mulher para o lar;
ii) a titularidade e administração dos bens comuns e particulares;
iii) a medida como esses bens respondem por obrigações perante terceiros.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 33
15.2. Princípios gerais. Requisitos do pacto antenupcial:
– a atual lei civil brasileira posiciona-se no sentido de permitir a
alteração do regime de bens, mediante autorização judicial requerida por ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões e ressalvado o direito de terceiros;
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15. REGIME DE BENS
V. VI 44
– o pacto antenupcial é uma oportunidade que os nubentes têm de adotar os regimes descritos pelo legislador ou combiná-los entre si, no limite da ordem pública.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 55
15.2.1. Separação obrigatória de bens:
– as exceções à autonomia de escolha são as situações
que a lei impõe ao regime de separação de bens no casamento (art. 1.641);
– o princípio geral é que em todo casamento que necessite
de autorização judicial o regime será o de separação de bens.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 66
15.2.1.1. Comunhão de aquestos na separação legal no sistema de 1916. O atual código:
– no antigo Código, os que escolhiam no pacto antenupcial o
regime da separação, se não fossem expressos quanto à incomunicabilidade absoluta, estariam sob o regime da comunhão de aquestos;
– o art. 1.641 ainda dá margem à dúvida.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 77
15.2.2. Redução a termo. Escritura pública:
– o regime da comunhão parcial atual resulta da vontade tácita dos nubentes (art. 1.640);
– a comunhão parcial é reduzida a termo no processo de habilitação;
– existindo pacto antenupcial, este deverá ser na forma pública (art. 1.657).
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15. REGIME DE BENS
V. VI 88
15.3. Comunhão parcial:
– neste regime, os bens adquiridos após o casamento, os aquestos, formam a comunhão de bens do casal;
– cada esposo guarda para si, em seu próprio patrimônio, os bens
trazidos antes do casamento;
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15. REGIME DE BENS
V. VI 99
– neste regime existem três massas de bens: do marido, da mulher e os bens comuns;
– a comunhão parcial dissolve-se pela morte, separação, divórcio ou anulação do casamento.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 1010
15.3.1. Bens excluídos da comunhão parcial:
– o art. 1.659 do Código disciplina os bens que se excluem
da comunhão, conservando cada consorte exclusivamente para si;
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15. REGIME DE BENS
V. VI 1111
– o art. 1.661 aduz que são incomunicáveis os bens que tiverem uma causa anterior ao casamento;
– pensões e seus assemelhados não se incorporam à comunhão patrimonial.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 1212
15.3.2. Bens que ingressam na comunhão:
– os bens que integram a comunhão são os descritos pelos incisos do
art. 1.660;
– os bens móveis presumem-se adquiridos na constância do casamento;
– a descrição de bens no pacto antenupcial deve ser rigorosa, sob pena de serem reputados comuns.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 1313
15.3.3. Administração dos bens na comunhão parcial:
– compete a qualquer dos cônjuges a administração comum dos
bens do casal (art. 1.663);
– o § 2o dispõe que é necessária a anuência de ambos os cônjuges para os atos a título gratuito, que impliquem cessão do uso ou gozo dos bens comuns;
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15. REGIME DE BENS
V. VI 1414
– no caso de má administração o juiz pode atribuir a administração a apenas a um dos cônjuges;
– os bens comuns respondem pelas obrigações contraídas pelo marido e pela mulher para atender aos encargos do lar;
– dívidas contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus bens particulares e em benefícios deste não obrigam os bens comuns.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 1515
15.4. Comunhão universal de bens:
– era o regime legal supletivo por motivos de ordem histórica e moral;
– nesse regime, comunicam-se todos os bens do casal, presentes e
futuros, salvo algumas exceções legais
(art. 1.667);
– quanto à administração dos bens, o art. 1.670 determina que se
apliquem à comunhão universal os princípios relativos à comunhão de aquestos.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 1616
15.4.1. Bens excluídos da comunhão universal:
– determinadas situações descritas na lei excluem a comunhão universal (art. 1.668);
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15. REGIME DE BENS
V. VI 1717
– o art. 1.669 realça que a incomunicabilidade não se estende aos frutos dos bens gravados percebidos e vencidos no casamento;
– desfazendo-se a sociedade conjugal por separação ou divórcio, a partilha de bens pode decorrer de mútuo acordo.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 1818
15.5. Regime de participação final nos aquestos:
– trata-se de regime híbrido, no qual se aplicam regras
da separação de bens e da comunhão de aquestos;
– a noção geral do regime está disposta no art. 1.672;
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15. REGIME DE BENS
V. VI 1919
– no silêncio do pacto, a liberdade para alienação se restringirá aos bens móveis (art. 1.647, parágrafo único);
– regime que pressupõe certo desenvolvimento financeiro e econômico dos cônjuges;
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15. REGIME DE BENS
V. VI 2020
– pressupõe somente duas massas de bens, a do marido e da esposa;
– os cônjuges conduzem-se durante o casamento como se estivessem sob o regime da separação de bens, mantendo porém a expectativa da meação ao final do casamento.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 2121
15.6. Separação de bens:
– a completa distinção de patrimônio dos dois cônjuges, não
se comunicando os frutos e aquisições e permanecendo
cada qual na propriedade, posse e administração de seus bens (art. 1.687);
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15. REGIME DE BENS
V. VI 2222
– ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens;
– o cônjuge casado sob esse regime não exerce a inventariança dos bens do consorte falecido (art. 990, I, do CPC).
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15. REGIME DE BENS
V. VI 2323
15.7. Regime dotal:
– esse regime foi suprimido pelo atual Código;
– o dote tinha a finalidade de atribuir os meios de subsistência
ao lar conjugal.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 2424
15.8. Outros regimes:
– no sistema brasileiro os cônjuges podem optar por um dos regimes de bens disciplinados no Código e combiná-los entre si, desde que não contrariem normas de ordem pública;
– o regime de comunhão é adotado por várias legislações com matizes próprios.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 2525
15.9. Doações antenupciais:
– o marido não podia constituir dote em favor da esposa, mas a
lei permitia que fizesse doações no pacto antenupcial;
– a mesma faculdade era atribuída à mulher;
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15. REGIME DE BENS
V. VI 2626
– a finalidade precípua dessa modalidade era beneficiar a prole eventual do donatário;
– esse dispositivo foi suprido no Código atual, não mais se permitindo essas doações.
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15. REGIME DE BENS
V. VI 2727
15.10. Disciplina patrimonial entre companheiros ou conviventes. Contrato de convivência na união estável:
– na posição constitucional em reconhecer a união estável entre o homem e a mulher, os contratos de convivência perderam a pecha de nulidade, submetendo-se aos requisitos do negócio jurídico em geral (art. 185);
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15. REGIME DE BENS
V. VI 2828
– esse contrato não reconhece a união estável e nem a cria;
– ainda carente de regulamentação legislativa, esse contrato não tem eficácia erga omnes.