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GRADUAÇÃO 2014.1

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL

AUTOR: JOSÉ GUILHERME VASI WERNER

SumárioDIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL

AULA 1 — DIREITO DAS OBRIGAÇÕES ...................................................................................................................... 3

AULA 2 — CONCEITO ........................................................................................................................................... 4

AULA 3 — FONTES DAS OBRIGAÇÕES ....................................................................................................................... 6

AULA 4 — CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ............................................................................................................. 7

AULA 5 — OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA ....................................................................................................... 10

AULA 6 — OBRIGAÇÕES DE FAZER ......................................................................................................................... 12

AULA 7 — OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS: ................................................................................................................. 15

AULA 8 — OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS................................................................................................... 18

AULA 9 — OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS ..................................................................................................................... 19

AULA 10 — TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES........................................................................................................... 22

AULA 11 — EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ................................................................................................................ 23

AULA 12 — MODALIDADES DE PAGAMENTO/PAGAMENTOS ESPECIAIS ........................................................................... 28

AULA 13 — MODALIDADES DE PAGAMENTO/PAGAMENTOS ESPECIAIS ........................................................................... 30

AULA 14 — EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES SEM PAGAMENTO: ........................................................................................ 34

AULA 15 — ARBITRAGEM ................................................................................................................................... 37

AULA 16 — INADIMPLEMENTO E MORA ................................................................................................................. 38

AULA 17 — PERDAS E DANOS .............................................................................................................................. 39

AULAS 18 A 25 — RESPONSABILIDADE CIVIL ........................................................................................................... 40

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AULA 1 — DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

ÂMBITO E IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA

DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS REAIS E PESSOAIS

DIREITOS DE CRÉDITO

— A PRESTAÇÃO

OBJETIVO

Apresentar o curso; situar a matéria no Direito Privado e ganhar noção das aplicações do conhecimento do direito das obrigações para outras áreas do conhecimento jurídico (direito contratual, direito empresarial, direito tribu-tário etc.); saber contextualizar o direito de crédito.

INSTRUÇÕES

Ler VARELA (1996, v. I), Capítulo I, Seção I, itens 1 a 8 (inclusive).

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AULA 2 — CONCEITO

CONCEITO:

# Idéia vulgar x Conceito técnico-jurídico.

— Relação jurídica é, basicamente: “relação da vida social, reconhecida pelo Direito”.

# 2 pólos, dois sujeitos:

— um sujeito passivo, que é a pessoa que está adstrita a realizar determi-nada atividade (dar, fazer ou não-fazer algo); e

— um sujeito ativo, que é a pessoa que tem a prerrogativa de exigir a re-alização da atividade e que pode, face à recusa, contar com a intervenção do Estado em seu favor.

— A pessoa que está adstrita tem um dever jurídico; aquela que tem a prerrogativa tem um direito.

# A obrigação é uma relação jurídica, distinguindo-se das demais relações jurídicas por ter caráter patrimonial.

# Para os romanos era “o vínculo jurídico em virtude do qual um pessoa fi ca adstrita a satisfazer uma prestação em proveito da outra”:”Obligatio est juris vinculum, quo necessitate adstringimur allicuius solvendae rei secundum nostrae civitatis jura” (Institutas, 3.13).

# Para Orlando Gomes, “é um vínculo jurídico entre duas partes, em virtude do qual uma delas fi ca adstrita a satisfazer uma prestação patrimonial de inte-resse da outra, que pode exigi-la se não for cumprida espontaneamente, mediante agressão ao patrimônio do devedor”.

# Clóvis Bevilaqua, em defi nição extensa, transcrita no livro do Caio Ma-rio, ressalta o caráter de temporariedade.

# Por que todos os conceitos acima usam o termo vínculo jurídico?# Antunes Varela: “a relação jurídica por virtude da qual uma (ou mais)

pessoa pode exigir de outra (ou outras) a realização de uma prestação”.# Ruggiero também destaca a natureza de relação jurídica: “relação jurídica

pela qual uma pessoa (devedor) está adstrita a uma determinada prestação para com outra (credor), que tem direito de a exigir, obrigando a primeira a satisfazê-la” (p.34).

# Posição de Caio Mario: vínculo é diferente da relação jurídica; é algo mais, não apenas jurídico, mas também psicológico. Envolve a restrição da liberdade mesma do devedor, como se via na idéia romana. Segundo ele o

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próprio termo obrigação (que vem de obligatio = ob + ligatio = liame), já diria isso (manus injectio (Lex Poetelia Papiria))

# De todas as defi nições podemos extrair as características da obrigação: relação jurídica// de natureza transitória (as obrigações nascem para morrer, quando se cumprem, se extinguem)// que têm por conteúdo um comporta-mento de dar, fazer ou não-fazer algo// economicamente apreciável// e que se não cumprido enseja o ataque ao patrimônio.

ESTRUTURA:

(i) Sujeito (dúplice)(ii) Objeto (prestação): (a) patrimonialidade; (b) determinabilidade;

(c) possibilidade(iii) Conteúdo — Vínculo(?) (via de mão dupla)

— débito (dever) <> crédito— responsabilidade <> pretensão

OBRIGAÇÕES NATURAIS (arts. 882/814, caput).

DIFERENÇAS ENTRE OBRIGAÇÕES E OUTRAS FIGURAS:

(i) dever jurídico;(ii) ônus;(iii) direito obrigacional/de crédito;(iv) obrigação propter rem (obrigação que nasce de um direito real).

OBJETIVO:

Conceituar obrigação, apresentando as diversas maneiras de enxergar o vínculo entre credor e devedor; entender a estrutura teórica da obrigação e deter conhecimento crítico sobre débito e responsabilidade.

INSTRUÇÕES:

Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXV, itens 126 a 129 e 131

SUGESTÕES:

Ler TEPEDINO (2005), capítulo 4.

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AULA 3 — FONTES DAS OBRIGAÇÕES

FONTES DAS OBRIGAÇÕES:

(i) contratos (?); (ii) quasi-contractus (?) (gestão de negócios, pagamento indevido); (iii) delitos (?); (iv) quasi-delitos (?) (ilícitos decorrentes de culpa); (v) lei (?).

— Classifi cações: analítica (discriminando a variedade) e sintética— Orlando Gomes (negócios jurídicos e atos não negociais (atos, incluin-

do o ilícito + fatos))— Caio Mário (vontade e lei)— Código Civil de 1916 (contratos (gestão de negócios), declarações uni-

laterais de vontade (títulos e promessa de recompensa) e ilícitos)— Código Civil de 2002 (contratos, atos unilaterais (gestão de negócios,

pagamento indevido, promessa de recompensa, enriquecimento sem causa) e ilícitos)

PRINCÍPIOS

A OBRIGAÇÃO COMO PROCESSO

OBJETIVO:

Entender como nascem as obrigações e a partir de que situações; reconhe-cer os princípios que orientam o tratamento das obrigações e em que podem infl uenciar sua origem; ter a noção da dinâmica do vínculo obrigacional.

INSTRUÇÕES:

Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXV, item 130; Ler NEVES (2012), Capítulo 3.

SUGESTÕES:

Ler SILVA (2006), Capítulo 2 (p. 63 a 84); Ler AZEVEDO (2011), Ca-pítulo 8; Ler TEPEDINO (2005), Capítulo 1.

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AULA 4 — CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:

# Subjetividade das classifi cações# Importância da prestação nas classifi cações# Classifi cações quanto ao objeto (qualidade e quantidade) e quanto ao

sujeito da obrigação# Classifi cação quanto à qualidade do objeto:

(i) obrigações de dar (o que é de dar é a prestação)(ii) obrigações de fazer(iii) obrigações de não-fazer

— Classifi cação abandonada na maioria dos países (obrigações de fato positivo/negativo)

— Aqui mantida não só pela história, já que remonta aos romanos, mas por ser realmente importante na determinação das regras aplicáveis (traditio, execução)

(iv) divisíveis e indivisíveis (que estudaremos à parte)

OBRIGAÇÕES DE DAR:

(a) dar strictu sensu (traditio; transferência de direito real)(b) entregar (transferência do uso e gozo da coisa)(c) restituir (devolver A coisa pertencente a credor)

— As obrigações de dar e entregar podem envolver: (x) coisa certa; e(y) coisa incerta

— A obrigação de restituir é sempre de coisa certa.

OBRIGAÇÕES DE DAR E ENTREGAR COISA CERTA

# “Infungibilidade” decorrente da coisa certa (art. 313)# Abrangência (art. 233 — acessórios/accessorium sequitur principallis).# O interesse do credor está em receber aquela determinada coisa e não

outra em seu lugar.

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# Grande parte do interesse prático no estudo das obrigações de dar está nas consequências da perda ou deterioração da coisa, seja por culpa ou por fortuito. Esse último caso é objeto da “Teoria dos Riscos” que visa sistemati-zar tais consequências, especialmente para determinar quem (dentre credor e devedor) suportará a diminuição patrimonial dessa perda ou deterioração.

# Perda:(i) desaparecimento total da coisa;(ii) o extravio, quando não mais possa ser encontrada;(iii) quando a coisa deixa de ter suas qualidades essenciais;(iv) quando se tornar indisponível;(v) quando se tornar inatingível (ex.: fundo do mar); e(vi) quando se confundir com outra não mais podendo ser separada

(confusão, comistão, adjunção).

1) Coisa certa se perde COM CULPA (art. 234, fi ne): equivalente + in-denização

2) Coisa certa se deteriora COM CULPA (art. 236): (i) fi ca com a coisa + indenização; (ii) exige equivalente (sempre pecuniário) + indenização

3) Coisa certa se perde SEM CULPA (art. 234, 1a parte):

— risco é do devedor; ele era quem tinha a coisa mais arraigada em seu patrimônio (proprietário? (res perit domino)).

— ele sofre a diminuição patrimonial equivalente a essa perda (credor fi ca com eventual preço ou aluguel)

— resolve-se a obrigação.

4) Coisa certa se deteriora SEM CULPA (art. 235): (i) fi ca com a coisa + desconto; (ii) resolve-se a obrigação.

# Cômodos (acréscimos) da coisa (art. 237, caput).

OBRIGAÇÕES DE RESTITUIR:

# Mesmo tratamento em caso de perda ou deterioração com culpa (art. 239 remete ao 234,2a parte).

# Diferença no tratamento das hipóteses de perda ou deterioração fortui-tas da coisa:

— inversão do risco POIS invertida a posição de quem tinha a coisa + arraigada no patrimônio

— art. 238

# Diferença no tratamento dos cômodos (arts. 241 e 242)

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OBJETIVO:

Saber reconhecer os critérios de classifi cação das obrigações e entender que cada um deles volta-se para um interesse prático ou didático; entender a importância de conhecer a classifi cação adotada pelo Código Civil, tendo em vista as escolhas feitas pelo legislador e a sua coerência com o sistema do Código de Processo Civil; diferenciar o tratamento legal das obrigações de dar coisa certa e restituir e suas implicações nos casos de perda e deterioração fortuita ou culposa.

INSTRUÇÕES:

1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVI, itens 132 e 133; 2) Ler NE-VES (2012), Capítulo 6, item 6.1.1; 3) Ler o Acórdão e votos do julgamento da AgRg nos EDcl nos EDcl no Ag 972302 / RJ, Rel. Min. Sidnei Beneti para discussão em aula; 4) Resolver a seguinte questão: Renato aluga para Paulo sua casa de campo por um período de seis meses. Todavia, após um mês de locação, Paulo, bêbedo, esquece o gás do fogão aceso e provoca uma explosão, levando a casa a incendiar-se completamente. Quais as providên-cias que Renato poderá adotar em face de Paulo?

SUGESTÕES:

Ler TEPEDINO (2005), Capítulo 6.

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AULA 5 — OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA

OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA:

# Coisa incerta = não determinada em sua individualidade; não particu-larizada

# Então obrigação de dar coisa incerta = obrigação indeterminada? Não. Obrigação de dar coisa indeterminada = obrigação nula

# A indeterminação não é total (art. 243): é preciso determinar ao menos o gênero e a quantidade.

# Não é preciso determinar a espécie (“espécie” aqui <> “espécie” em Bio-logia)

# Espécie = “corpo certo, coisa individuada, objeto determinado”# Na obrigação de dar coisa incerta não importa ao credor qual indivíduo

dentro de um gênero receberá. Para ele só importa que o indivíduo que rece-berá seja daquele determinado gênero.

# Gênero = universo de coisas da mesma espécie# Coisa naturalmente infungível = sempre coisa certa; coisa naturalmente

fungível nem sempre é incerta# Na obrigação de dar coisa incerta a prestação é sempre indeterminada?# Escolha: ato através do qual se individualiza a coisa a ser entregue:— Quem faz a escolha? Art. 244, 1a parte— Como deve ser feita a escolha? (art. 244, fi ne). E se for do credor?— Conseqüência da escolha = coisa certa (art. 245)

# Perda ou deterioração da coisa incerta? (genus non perit — art. 246)

OBRIGAÇÕES DE DAR ENVOLVENDO PRESTAÇÕES ESPECIAIS:

# Prestações pecuniárias# Prestações de juros

OBJETIVO:

Saber reconhecer os critérios de classifi cação das obrigações e entender que cada um deles volta-se para um interesse prático ou didático; entender a importância de conhecer a classifi cação adotada pelo Código Civil, tendo em vista as escolhas feitas pelo legislador e a sua coerência com o sistema do Có-digo de Processo Civil; diferenciar o tratamento legal das obrigações de dar

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coisa certa e restituir das obrigações de dar coisa incerta e suas implicações nos casos de perda e deterioração fortuita ou culposa; entender as peculiari-dades das prestações envolvendo dinheiro e juros; espécies de moeda, padrão, curso legal e curso forçado; juros moratórios e compensatórios, juros legais.

INSTRUÇÕES:

1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVI, item 134 e capítulo XXVIII, itens 147 e 148; 2) Ler NEVES (2012), Capítulo 6, item 6.1.3; 3) Ler Acór-dão e votos do Resp 804791/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi para discussão em sala;4) Resolver a questão abaixo:

A respeito das obrigações de dar, considere as proposições abaixo.I. Na obrigação de dar coisa certa, se a coisa se perder, antes da tradição,

ou pendente a condição suspensiva, sem culpa do devedor, não será ele res-ponsável pelo equivalente e mais perdas e danos, mas deverá devolver ao credor o que já houver recebido pelo negócio.

II. Na obrigação de dar coisa incerta, esta deverá ser especifi cada, ao me-nos, pelo gênero e quantidade, cabendo, em regra, ao devedor a escolha; não poderá ele, contudo, dar a coisa pior, nem será obrigado a entregar a melhor.

III. Deteriorada a coisa e não sendo o devedor culpado, se o credor optar em aceitar a coisa não poderá abater de seu preço o valor que perdeu.

IV. Deteriorada a coisa e sendo o devedor culpado, se o credor aceitar a coisa no estado em que se acha, poderá reclamar indenização das perdas e danos.

Está correto o que se afi rma APENAS emRespostas:A. I e II.B. I, II e III.C. I e III.D. II e III.E. II, III e IV.

SUGESTÕES:

Ler TEPEDINO (2005), Capítulos 13 e 18.

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AULA 6 — OBRIGAÇÕES DE FAZER

# Prestação de fato (envolve um fato) <> prestação de coisa (envolve uma coisa)

# Prestação de fato positivo <> prestação de fato negativo (obrigação de não-fazer)

# O interesse do credor está no fato, na atividade do devedor, não na coisa somente

# Envolve um trabalho, seja físico, seja intelectual: ex.: Pintar um quadro; Consertar um automóvel; Escrever um livro, um parecer; Construir algo; Realizar uma performance.

# Como se vê, algumas obrigações de fazer se esgotam na própria ativida-de, sem que nenhuma coisa seja dela criada. Mas outras envolvem também uma coisa.

# Não confundir com obrigação de dar (interesse só na coisa, não importa como será obtida)

# Na obrigação de fazer o interesse pode estar em uma coisa mas também na atividade através da qual se obterá tal coisa (pintar o quadro). Para diferen-ciá-las, Washington de Barros Monteiro, lembra que na obrigação de dar, o devedor não tem que fazê-la antes de entregá-la, enquanto que na obrigação de fazer, o devedor tem que primeiro confeccionar a coisa: diz-se que o dar, nesse caso, é conseqüência do fazer.

# Antigamente: diferenciação com base no critério da execução específi ca# Conceito: Silvio Rodrigues é “aquela que tem por conteúdo um ato a ser

praticado pelo devedor, donde resulte benefício patrimonial para o credor”; Car-valho Santos: “é a que consiste na prestação de fato, tendo por objeto um ou mais atos do devedor”.

# Classifi cação:

— simples e complexas (um ou mais atos)— fungíveis e infungíveis (caráter personalíssimo/intuitu personae): (i) só

ao devedor imposta (convenção: expressa ou tácita?); ou (ii) realizável somen-te pela devedor

— de meio e de resultado:

* interesse do credor em uma mera atividade (performance, show) * ou em determinado resultado de uma atividade (conserto de carro) * Regra: — obrigações de meio (exs. Professor particular, advogado, médico) — dever de diligência, de melhores esforços na atividade

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— descumprimento só com negligência, imprudência, imperí-cia (culpa)

— ônus da prova do descumprimento (culpa): do credor

* Exceção: — resultado (legalização de empresa, cirurgia(?)) — dever de alcançar o resultado — descumprimento: resultado não alcançado — ônus da prova: resultado não atingido por fato alheio: do

devedor

# Riscos e Responsabilidade: — Impossibilidade da prestação de fazer sem culpa (art. 248, 1ª

parte — resolução) — Impossibilidade por culpa (art. 248, 2ª parte — responsabiliza-

ção perdas e danos) — Responsabilidade em caso de recusa de cumprimento de presta-

ção infungível (art. 247)

* Sempre perdas e danos? * Confl ito: liberdade do devedor x interesse do credor * Evolução da técnica de satisfação do credor (dribla a necessida-

de de atividade do devedor) * Execução específi ca das obrigações de fazer (declarações de

vontade) * Reforço: multa + astreinte (arts. 461 e 644 do Código de Pro-

cesso Civil)

— Se fungível: perdas e danos ou realização por terceira pessoa (art. 249, CC + 633 do CPC)

OBRIGAÇÕES DE NÃO-FAZER:

# Aqui o devedor obriga-se a uma abstenção.# O cumprimento se dá não através de uma ação, mas através de uma

omissão.# Exemplos: (i) não construir em determinado espaço; (ii) não demolir

uma construção; (iii) não estabelecer comércio de determinada natureza; (iv) tolerar o uso de determinada coisa por outrem; (v) consentir a vistoria (loca-ções residenciais).

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# Trata-se de prestação de fato negativa, onde se incluem: — Abstenção; e — Tolerância (pati).

# O risco aqui está na impossibilidade de abstenção, que resolve a obriga-ção (art.250).

# A realização da atitude é o próprio descumprimento e o credor pode en-tão exigir que o devedor desfaça o que fez sob pena de que alguém o desfaça às suas custas mais perdas e danos (art.251 + arts. 642/ 643, CPC).

# Se não for possível desfazer, a obrigação resolve-se em perdas e danos (art. 251, p. único).

OBJETIVOS:

Identifi car a lógica do tratamento das obrigações de fazer e diferenciá-lo de outros tipos de obrigações; identifi car obrigações de fazer personalíssimas e suas peculiaridades, em especial diante do princípio da dignidade da pessoa humana, tendo em vista as regras de execução; a execução específi ca de certas obrigações de fazer (o compromisso de compra e venda, acordos de acionistas e o código de defesa do consumidor; o dever de transparência.

INSTRUÇÕES:

1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVI, item 135 a 136-A; 2) Ler NEVES (2012), Capítulo 6, itens 6.2 e 6.3 e Capítulo 8; 3) Ler acórdão e votos do julgamento do REsp 1.288.033/MA, Rel. Min. Sidnei Beneti para discussão em sala; 4) Ler acórdão e votos do julgamento do REsp 703.244/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi para discussão em sala; 5) Resolver a seguinte questão: Hans contrata Pierre para que este último elabore um projeto de decoração de sua casa recém-adquirida. Pierre entrega o projeto na data com-binada mas Hans não o aprova, pretendendo exigir perdas e danos de Pierre pelo descumprimento da obrigação. (i) classifi que a obrigação nascida do contrato; (ii) Hans pode ter razão? (iii) em que condições?

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AULA 7 — OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS:

OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS:

# Obrigações: (i) simples e (ii) compostas (1 ou mais objetos)# Obrigações Compostas: (i) cumulativas/conjuntivas e (ii) alternativas# Defi nições: (i) “É aquela em que há mais de uma prestação a cumprir e o

devedor se exonera satisfazendo uma delas” (J.M. Carvalho Santos); (ii) “Em-bora múltiplo seu objeto, o devedor se exonera satisfazendo uma das prestações” (Clóvis Beviláqua); (iii) “É aquela que tem por objeto duas ou várias prestações que são devidas de tal maneira que o devedor se libera inteiramente executando uma só dentre elas” (Planiol).

# Exemplos: (a) Entrega de um ou outro móvel de uma casa em legado; (b) entrega de uma ou outra bicicleta (presente para o fi lho); (c) um ou outro cachorro; (d) a consertar o produto ou entregar outro novo; (e) elaborar um programa ou entregar um software equivalente.

# Natureza: uma obrigação só; ou obrigações interligadas? Mais de um ou um só vínculo?

# Características: (i) multiplicidade de objetos; (ii) exoneração do devedor com a realização de um só.

# Diferenças com a obrigação de dar coisa incerta (genérica), onde há tb. possibilidade de escolha:

(i) alguns dizem que na obrigação de dar coisa incerta se escolhe entre diversas coisas não determinadas de um gênero; e na obrigação al-ternativa, as duas ou mais prestações sobre as quais recairá a escolha são certas e determinadas;

(ii) a obrigação de dar coisa incerta tem um só objeto, que envolve uma coisa incerta; já a obrigação alternativa tem mais de um objeto. Na verdade, podemos dizer simplesmente que a obrigação de dar coisa incerta é uma obrigação simples e a obrigação alternativa é uma obrigação composta.

(iii) na obrigação genérica, a indeterminação está no objeto da prestação (a coisa) e, portanto, a escolha se dá quanto ao objeto da prestação; já na obrigação alternativa, a indeterminação está na própria presta-ção e, portanto, a escolha se dará sobre a prestação.

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# Escolha:(i) a quem cabe (art.252);(ii) deve ser exclusiva das outras prestações (art. 252, §1º);(iii) consequências: — obrigação passa a pura e simples (importância da oferta real); — irrevogabilidade (exceção no art. 252 §2º)(iv) anulável (restituição ao status quo ante)? E se há perda da coisa a ser

restituída?

# Impossibilidade:(i) de uma das prestações:

(ia) impossibilidade originária: a obrigação é simples; resta a presta-ção válida/possível

(ib) impossibilidade superveniente:

(ib1) Escolha do Devedor:

(ib1a) Fortuito: concentração (253) ;(ib1b) Culpa do devedor: concentração (???) (253) ;

(ib2) Escolha do Credor:

(ib2a) Fortuito: concentração;(ib2b)  Culpa do devedor (art. 255, 1a parte) . Sem-

pre c/ P&D.

(ii) de todas as prestações:

(iia) impossibilidade originária: a obrigação é nula.(iib) impossibilidade superveniente:

(iib1) Escolha do Devedor:

(iib1a) Fortuito (art. 256: resolve-se, extinguindo-se);(iib1b) Culpa do Devedor (precisa saber em qual pres-

tação houve culpa?) (art. 254)

(iib2) Escolha do Credor:

(iib2a) Fortuito (art. 256: resolve-se, extinguindo-se);(iib2b) Culpa do Devedor (art. 255, 2a parte)

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OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS

OBJETIVOS:

Reconhecer as obrigações alternativas como obrigações de prestações múl-tiplas, ainda na classifi cação das obrigações quanto ao seu objeto, diferencian-do-as das conjuntivas; diferenciar as obrigações alternativas das obrigações de dar coisa incerta e das obrigações facultativas; compreender o mecanismo da escolha e a quem ela é atribuída pelo legislador; ter noção da importância desse mecanismo para o entendimento de outras situações; as implicações da escolha em caso de perda e deterioração fortuita ou culposa.

INSTRUÇÕES:

1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVIII, item 144; 2) Ler acórdão e votos do julgamento do REsp 1.074.323/SP, Rel. Min. João Otávio de Noro-nha para discussão em sala; 3) Resolver a seguinte questão: “A” é condenado, por sentença transitada em julgado, a efetuar o reparo de aparelho eletrônico que vendeu a “B” ou a entregar a este outro aparelho, novo, da mesma marca e modelo. “A” decide reparar o aparelho defeituoso e, para tanto, notifi ca “B” para que este leve o produto à sua ofi cina. “B” entrega o aparelho a “A” para que o conserto seja efetuado. “A”, constatando que o aparelho não pode ser consertado, resolve entregar a “B” um aparelho novo. “B” se recusa a receber e pleiteia indenização pelo descumprimento da obrigação. Quem tem razão?

SUGESTÕES:

Ler AZEVEDO (2012), Capítulo 14.

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AULA 8 — OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS

OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS

OBJETIVOS:

Reconhecer que o tratamento legal das obrigações divisíveis e indivisíveis ganha importância na pluralidade de credores ou devedores, daí seu estudo estar relacionado, para alguns autores, com a classifi cação das obrigações se-gundo o sujeito; compreender as teorias pluralista e unitarista das obrigações plurais; o “concurso partes fi unt”; entender, por meio da teoria pluralista do vínculo as soluções dadas pelo legislador para a obrigação indivisível nos casos de interrupção da prescrição, perda culposa da coisa e remissão, além do pagamento.

INSTRUÇÕES:

1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVII, itens 137 a 139; Ler NE-VES (2012), Capítulo 12; 3) Ler acórdão e votos do julgamento do REsp 868.556/MS, Rel. Min. Nancy Andrighi para discussão em sala; 4) Resolver a seguinte questão: “X”, “Y” e “Z” são devedores de “A”. A prestação envolvi-da é de dar o relógio herdado. Antes da tradição, a coisa se perde, sendo eles culpados.

Responda:(i) o que ocorre com a obrigação?;(ii) Poderá “A” cobrar algo de “Y”? O quê?(iii) se a culpa for somente de “Z”, quanto pode “A” cobrar de “Y”?

SUGESTÕES:

Ler AZEVEDO (2012), Capítulo 15.

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AULA 9 — OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS

OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS:

# Solidariedade não se presume (art. 265)# Teoria Pluralista vs. Teoria Unitária# Na obrigação solidária há somente um vínculo ou mais?

— contradição entre 264 e 266?# Teoria Pluralista não explica a solução das obrigações solidárias. Se há

mais de um vínculo, porque um dos devedores ao pagar exonera os demais e um dos credores ao receber satisfaz os demais?

— Se a obrigação é indivisível, isso se dá em razão da natureza da coisa.— 2 teorias para explicar: (i) Teoria da Representação: Dizia que, na ver-

dade, o credor que recebia, ou o devedor que pagava, agia representando os demais credores ou devedores; (ii) Teoria da Fiança Mútua: Dizia que haveria entre os credores ou entre os devedores, uma fi ança mútua, que os vincularia entre si.

# O que parece explicar mesmo é a Teoria Unitária, embora de fato exis-tam situações que não são compatíveis; no balanço geral, a teoria unitária é a mais adequada; para a teoria unitária só há um vínculo, ainda com plurali-dade de devedores ou credores, cada um estando obrigado ou com direito à divida toda. O devedor só se libera pagando o todo e não a parte (in solidum). E aí alguém vai dizer: — “mas na indivisibilidade também!”

# Diferença entre indivisibilidade e solidariedade

# Solidariedade Ativa:

— raridade; desvantagens (exceção: cta. Corrente conjunta)— art. 264 e 267 (especifi cação): decorrência = medidas de proteção

(prescrição)— exoneração do devedor pelo pagamento a qualquer deles (art. 269

(900)): <> indivisibilidade— E o que acontece depois? Art. 272.— Prevenção judicial (art. 268)— Morte de um dos credores (mostra que a solidariedade decorre do vín-

culo — art. 270)

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FGV DIREITO RIO 20

— Conversão em perdas e danos (não é mesma solução da indivisibilida-de; solidariedade vem do vínculo)

— Unitariedade: remissão por um dos credores = exoneração do(s) devedor(es): art. 269 + 272.

# Solidariedade Passiva:

— vantagem para o credor— art. 264 + 275 (parcial? Afronta à teoria unitária?)— E depois do pagamento por um só? * art. 283. * e se um devedor paga e quando vai reaver dos demais, outro

está insolvente? Art. 283 * entra nesse rateio o exonerado da solidariedade (art. 284) * e o remitido?

— remissão (art. 277): ataque à teoria unitária (subsistem vínculos indi-viduais)

* a solidariedade subsiste quanto ao restante da dívida— situação semelhante no pagamento parcial (art. 277)— remissão (melhor dizer exoneração) da solidariedade (art. 282)— conversão em perdas e danos (mesma solução da solidariedade ativa —

art. 279)— juros de mora (art. 280 (909))— morte de um dos devedores (solidariedade não se transmite aos herdei-

ros — art. 276)

OBJETIVO:

Compreender as teorias pluralista e unitarista das obrigações plurais; a so-lidariedade e a teoria unitária; diferenciar as obrigações indivisíveis e obriga-ções solidárias; compreender a solução para os casos de interrupção da pres-crição, perda culposa da coisa e remissão, além do pagamento.

INSTRUÇÕES:

1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVII, itens 140 a 143; Ler NE-VES (2012), Capítulo 13; 3) Ler acórdão e votos do julgamento do REsp 1.211.400/SP, Rel. Min. Mauro Campbell e AgRg no REsp 850437/PR, Rel. MIn. Humberto Martins para discussão em sala; 4) Resolver a seguinte questão: “A”, “B” e “C” são credores solidários de “W”, “X”, “Y” e “Z” pela

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quantia de R$3.600,00. “C” e “Z” falecem deixando, cada um, três herdeiros (c¹, c², c³; e z¹, z² e z³). Que quantia poderá “c³” cobrar de z¹? Porquê?

SUGESTÕES:

Ler TEPEDINO (2005), Capítulo 8.

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AULA 10 — TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES

TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES

CESSÃO DE CRÉDITO

CESSÃO DE CONTRAO

ASSUNÇÃO DE DÍVIDA

RELATIVIDADE (ART. 439)

INSTRUÇÕES:

Ler NEVES (2012), Capítulo 14; Ler AZEVEDO (2012), capítulos 18 a 20.

SUGESTÕES:

Ler TEPEDINO (2005), Capítulos 9 e 10.

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AULA 11 — EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:

PAGAMENTO:

# Não confundir com o sentido vulgar (solução de prestações em dinhei-ro)

# Segundo Caio Mario e Orlando Gomes é a forma de extinção da obri-gação com a entrega da prestação devida.

# Natureza jurídica: — ato jurídico strictu senso? Efeito já previsto em lei— negócio jurídico? Partes podem fazer prever outros efeitos/paga-

mento por terceiro— Caio Mario: às vezes um, às vezes outro— ainda que às vezes possa ser considerado negócio, em regra é mero ato.— importância da distinção: elementos (não cabe anulação por vício)

# Regras do Pagamento (requisitos/perguntas do Código):

1) Quem deve pagar? Devedor. Melhor seria: quem pode pagar? Art. 304a) terceiro interessado (interesse = interesse jurídico (fi ador, avalista, ga-

rantidor, herdeiro))

— devedor se exonera? Em face do credor, sim. Mas fi ca vinculado ao que paga

— Sub-rogação (substituição): art. 346, III (é automática, ipso iure)

> transfere não só o crédito, mas seus consectários

b) terceiro não interessado (correntes do Dir. Comparado: aceita ou não o pagamento)

— Nosso Direito: aceita mas tenta desestimula-lo, não dá mesmas prerrogativas

b.1) que paga em seu próprio nome (art. 305): > não sub-rogação (a menos que expressa — art. 347); só reembolso > não consignação > pode sofrer oposição do devedor: conseqüências (art. 306)

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b.2) que paga em nome do devedor (como se o mesmo devedor pagasse) > age como devedor e, p/isso, tem os mesmos direitos (art. 304) > por óbvio, não se sub-roga nos direitos do credor, nem reembolso

c) quem possa alienar o objeto do pagamento (art. 307)

2) A Quem Pagar?

a) ao credor ou a quem o represente (art. 308): consequência da desobe-diência = invalidade

— aqui insere-se o sucessor do credor — pagamentos em agências bancárias

b) terceiro, desde que ratifi cado (art. 308)c) portador da quitação, exceto se circunstâncias adversas (art. 311)d) ao credor putativo, desde que feito de boa-fé (art. 309)e) ao credor incapaz de quitar se o pagamento reverter em seu benefício

(art. 310)* Inefi cácia do pagamento efetuado ao credor mesmo intimado da

penhora (art. 312)

3) O Quê Pagar? (objeto do pagamento): (i) identidade (deve ser pago “o” devido (313)): no caso da dação em pagamento, há substituição: outra coisa passa a ser devida no lugar da prestação original; (ii) integridade (deve ser prestado “todo” o devido); (iii) indivisibilidade (deve ser prestado “por inteiro”): art. 314.

4) Como Pagar? Boa-fé: deveres acessórios de conduta (nebenplichten) <> deveres secundários

5) Onde Pagar?

* regra: domicílio do devedor (pagamento quesível, chiedibile, quéra-ble): art. 327

* regra disponível: domicílio do credor (pagamento portável, portabi-le, portable) ou outro.

* dois locais previstos: escolha do credor (art. 327)* imóvel ou prestação relativa ao imóvel: lugar da situação (art. 328)

6) Quando Pagar? (tempo do pagamento)* regra: imediatamente (art. 331)

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* vencimento antecipado (art. 333) + outras hipóteses que as partes podem estipular.

# Prova do Pagamento:

— quitação: “quietare”, deixar em descanso/contrapartida do devedor pelo pagamento/é a prova do pagamento/é direito do devedor que cumpre (dá a ele, se o credor a recusar as alternativas: (i) reter o pagamento (art. 319); (ii) consignar o pagamento/natureza = ato jurídico

— forma da quitação: art. 320 do novo código— a quitação é prova do pagamento, mas não a única prova.

PAGAMENTO INDEVIDO:

# Regra: obrigação de restituir por parte de quem recebeu (art. 876)# Regra: ônus da prova de que feito por erro por parte do que pagou (ain-

da se exige erro?) (art. 877).# Acréscimos e melhoramentos (referência aos arts. 510 a 519): solução

dependerá da boa ou má-fé do “accipiens” (desconhecimento ou conheci-mento do indébito) (art. 878).

# Pagamento indevido de imóvel: dependerá da boa ou má-fé do accipiens e da boa ou má-fé de terceiro:

— Situações:(i) accipiens recebe o imóvel de boa-fé e o transfere a título oneroso: (i.a) a terceiro também de boa-fé — interesse do terceiro prevalece: fi ca com o imóvel — accipiens restitui o preço que recebeu do terceiro (i.b) a terceiro de má-fé: — retorna o imóvel ao que pagou indevido — terceiro sujeito a pagar perdas e danos(ii) accipiens recebe o imóvel de má-fé e o transfere a título oneroso: (ii.a) a terceiro de boa-fé: — accipiens devolve o preço mais perdas e danos — terceiro fi ca com o imóvel (ii.b) a terceiro de má-fé: — imóvel retorna ao solvens; — accipiens paga perdas e danos — terceiro sujeito a perdas e danos

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(iii) accipiens recebe o imóvel de boa-fé e o transfere a título gratuito: > não importa a boa ou má-fé do terceiro, terá de perder o imóvel > o interesse do terceiro que nada despendeu será sempre inferior

(iv) accipiens recebe o imóvel de má-fé e o transfere a título gratuito: > accipiens tem que pagar perdas e danos

# Há três exceções à regra de que o pagamento indevido deve ser restitu-ído:

(i) Art. 880: Fica isento de restituir pagamento indevido aquele que, recebendo-o por conta de dívida verdadeira, inutilizou o título, dei-xou prescrever a ação ou abriu mão das garantias que asseguravam o seu direito; mas o que pagou dispõe de ação regressiva contra o verdadeiro devedor e seu fi ador: aqui o legislador permite ao credor que conserve o que recebeu, já que, em caso contrário, estaria sen-do prejudicado por um erro que, afi nal, foi gerado pelo que pagou indevidamente.

(ii) Art. 882: Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação natural.

(iii) Art. 883: Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fi m ilícito, imoral ou proibido em lei.

* Alguém que combine (não é contrato) com outro para matar um tercei-ro (como Rigoletto fez) não pode exigir a repetição se o outro não cumprir ou matar outra pessoa (como Sparafucile fez com a fi lha de Rigoletto, Gilda).

OBJETIVO:

Compreender a orientação da obrigação para o pagamento e satisfação do credor; ter a noção dos conceitos de pagamento e de quitação; saber identifi -car as regras a respeito de quem deve pagar e a quem, como, onde e quando se paga.

INSTRUÇÕES:

1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXX; 2) Ler acórdão e votos do julgamento dos REsps 977077/GO e 1161411/RJ, Rel. Min. Nancy Andri-ghi para discussão em sala; 3) Solucionar a seguinte questão: Joaquim deve a Pedro a quantia de R$10.000,00 (dez mil reais), tendo dado a este duas

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garantias: o penhor de um relógio Citisio de sua propriedade, avaliado em R$5.000,00 (cinco mil reais) e a fi ança de Miguel. No dia do vencimento, pode Querêncio, amigo de infância de Joaquim, pagar a dívida em seu pró-prio nome se Joaquim não o fi zer? Quais as consequências, especialmente com relação às garantias?

SUGESTÕES:

Ler TEPEDINO (2005), Capítulo 11.

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AULA 12 — MODALIDADES DE PAGAMENTO/PAGAMENTOS ESPECIAIS

1) PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO

# Importância do pagamento regular para o devedor: liberação# Importância da quitação: prova o pagamento e, portanto, a exoneração

do devedor, sua liberação# Há interesse do devedor em fazer o pagamento e obter a quitação res-

pectiva# Sempre que ocorrer algum óbice ao pagamento regular ou ao recebi-

mento da quitação regular, a lei assegura ao devedor a faculdade de, com o prévio depósito da prestação devida, obter liberação (por sentença ou presun-ção): art. 334.

# Hipóteses (art. 335): (i) credor recusa, injustamente, receber o paga-mento (dívida portável) ou dar quitação na devida forma; (ii) credor não vai receber a coisa no lugar, no tempo e condições devidas (dívida quesível); (iii) credor desconhecido, ausente, ou residente em lugar incerto ou de acesso pe-rigoso ou difícil; (iv) se ocorrer dúvida sobre quem efetivamente deva receber o objeto do pagamento (ex.: instituto de previdência que não sabe a quem pagar, se à viúva ou aos herdeiros, pois todos requereram administrativamen-te a pensão); (v) se pender litígio sobre o objeto do pagamento (art. 344); (vi) se houver concurso de preferência aberto contra o credor, ou se este for incapaz de receber o pagamento (incapaz que não tenha representante legal).

# Não obstante a enumeração, “há de ser cabível a o recurso à consignação toda vez que o devedor não possa efetuar um pagamento válido” (Alfredo Colmo).

# Antes devia ser exclusivamente judicial. Mas dentre as alterações no CPC, uma fez com que o procedimento previsse a consignação extra-judi-cialmente. Tal procedimento encontra-se regulado nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do art. 890 do Código de Processo Civil.

# Art. 336 (a prestação tem que ser a efetivamente devida e tem que se dar no mesmo tempo e modo):

# Somente as prestações de dar podem ser consignadas. As de fazer e não fazer, por óbvio, não podem. Peculiaridade quanto às obrigações de dar coisa incerta (art. 342)

# Efeitos da sentença na ação de consignação (procedente e improceden-te)/Perda da coisa antes da sentença.

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OBJETIVO:

Compreender a utilidade da consignação em pagamento e seus efeitos.

INSTRUÇÕES:

1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXXI, item 158; 2) Ler NE-VES (2012), Capítulo 16.1; Ler acórdão e votos do julgamento do REsp 1.194.264/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão para discussão em sala.

SUGESTÕES:

Ler AZEVEDO (2011), Capítulo 27.

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AULA 13 — MODALIDADES DE PAGAMENTO/PAGAMENTOS ESPECIAIS

2) PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO

# Pagamento por terceiro interessado: uma das hipóteses de sub-rogação pessoal <> sub-rogação real

# Conceito: Caio Mario, “a transferência da qualidade creditória para aque-le que solveu obrigação de outrem ou emprestou o necessário para isso”; Marcel Planiol: “o pagamento com sub-rogação é um pagamento que não libera o deve-dor porque não é feito por ele, e a sub-rogação que o acompanha é uma instituição jurídica em virtude da qual o crédito pago pelo terceiro subsiste em seu proveito e lhe é transmitido com todos os seus acessórios, se bem que seja considerado extinto em relação ao credor”.

# Natureza: Teorias: (i) Cessão de Crédito (sempre decorre de vontade; sempre necessita da vontade do credor); (ii) Mandato (a sub-rogação se opera mesmo contra a vontade do devedor); (iii) Ficção. O melhor é reconhecer que se trata de fi gura própria, considerada pela doutrina e por nosso código como uma modalidade de pagamento: se dá com a entrega da prestação devi-da; libera o devedor do vínculo com o credor; satisfaz o credor.

# Espécies:

(a) Legal (art. 346): opera-se automaticamente/mas está limitada (art. 350 (989))

(b) Convencional (art. 347): entre credor e terceiro, sem a participação do devedor (= cessão de crédito (art. 348); ou entre devedor e terceiro, sem a participação do credor (aqui o credor é pago pelo devedor)).

# Efeitos (art. 349)# Sub-rogação Parcial: preferência do credor ao sub-rogado (art. 351)

3) IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO

# “imputare” = atribuir (art. 352)

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# Requisitos:

(i) Deve existir mais de uma dívida com o mesmo credor;(ii) A prestação a ser oferecida pelo devedor deve ser sufi ciente para o

pagamento de mais de uma dívida (se a prestação só for sufi ciente para o pagamento de uma das dívidas e para parte de outra, não poderá haver imputação; o devedor terá que pagar a dívida para a qual o pagamento é sufi ciente e o credor não poderá ser obrigado a receber em parte (art. 314 (889)));

(iii) A prestação oferecida pelo devedor não pode cobrir todas as dívidas;(iv) As dívidas devem ser fungíveis entre si, isto é, devem ser da mesma

natureza, podendo ser pagas com o mesmo objeto, ainda que em quantidades diferentes (quer dizer que a prestação oferecida deve ser apta a atender o objeto das dívidas, não podendo cada uma de-las ter um objeto diferente (cem toneladas de ferro, duzentas vacas, trezentas sacas de café etc.)).

# Liberdade do devedor na escolha/Exceção: entre dívidas de capital e ju-ros (art. 354 (993))/Se devedor não fi zer a escolha, passa ao credor (art. 353)/Se o credor também não fi zer...(art. 355).

4) DAÇÃO EM PAGAMENTO

# Forma de extinção da obrigação com exoneração ou liberação do deve-dor pela entrega ao credor, com o seu consentimento, de uma coisa diversa daquela originalmente devida (art. 356). Não é exceção à regra do art. 313, pois só com a autorização do credor é que se pode fazer: É um acordo libe-ratório. Como diz Caio Mario, predomina a idéia de extinção da obrigação.

# Requisitos: (i) existência de uma obrigação; (ii) consentimento do cre-dor; (iii) entrega de coisa diversa da devida; (iv) extinção da obrigação.

— Dação de título de crédito: regulada pelas mesmas regras da cessão (art. 358): O devedor do título deve ser comunicado (292); O devedor do título pode opor exceções (294); O devedor que faz a dação responde pela existên-cia do crédito (295).

# Estipulação de preço para a coisa dada: dação segue as regras da compra e venda (art. 357): Não quer dizer que se transforme em um contrato de compra e venda, apenas se equipara a um (na questão dos vícios redibitórios.; sujeição às regras de legitimação; restrição ao condômino).

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— Tanto que as consequências da evicção são distintas (art. 359)

# Natureza da dação em pagamento:

— Se distingue das obrigações alternativas pois nestas se estipula no próprio ato que o devedor poderá pagar uma coisa ou outra.

— Também se distingue das obrigações facultativas, pelo mesmo motivo.

— É novação?

* Na dação há pagamento e na novação não. * A dação extingue a obrigação sem criar outra em substituição, o

que ocorre na novação. *— É “a entrega de uma coisa por outra e não a substituição de

uma obrigação por outra” (Caio Mario). * Carvalho Santos também lembra que a evicção da coisa recebida

não opera os mesmos efeitos que na compra e venda. Ocorrendo a evicção, é como se não houvesse pagamento. Isso não se compati-biliza com a novação, pois se existisse uma nova dívida, não haveria que se retornar ao vínculo anterior.

— Se o objeto autorizado a dar em pagamento não for entregue, volta-se à possibilidade de exigir o objeto original, o que não seria possível no caso da novação.

OBJETIVO:

Compreender os mecanismos especiais de satisfação do credor; dominar o mecanismo da sub-rogação e reconhecer a sua aplicação em diversas situa-ções; saber diferenciar tais mecanismos e assim conhecer quando se aplicam e quais seus efeitos.

INSTRUÇÕES:

1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXXI, itens 159 a 161; 2) Ler acór-dãos e votos dos julgamentos dos REsps 1.081.963/SP, Rel. Min. Jorge Mus-si,1321739/SP, Rel. Min. Paulo Sanseverino e 1138993/SP, Rel. Min. Massa-mi Uyeda para discussão em sala; 3) Solucionar a seguinte questão: Frederico, funcionário público federal, vendo-se em situação fi nanceira delicada no mês de abril de 2012 e aproveitando-se de oferta de seu banco, toma empresta-

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do junto à instituição fi nanceira a quantia de R$1.000,00 (mil reais), como adiantamento de 13o salário, fi cando estipulado que, ao receber o 13o salá-rio, deverá pagar ao banco o valor de R$1.500,00. Não conseguindo equili-brar sua situação, no mês de setembro de 2012, vê-se forçado a tomar mais R$1.000,00 (dois mil reais) emprestados, também a título de adiantamento de 13o salário, fi cando estabelecido que, no recebimento do 13o salário, deve-rá pagar ao banco a quantia de R$1.500,00. Ocorre que, no mês de outubro, ao divorciar-se de sua esposa, fi ca obrigado a pagar pensão no equivalente a 1/3 de seus vencimentos líquidos, inclusive sobre o 13o salário, de modo que, ao receber o benefício, Frederico percebe que só dispõe de R$1.500,00 para pagar ao banco. Efetua o depósito desse valor e recebe quitação relativa à primeira dívida. Alegando que as taxas de juros do segundo empréstimo são mais elevadas que as do primeiro, pode Frederico pleitear o reconhecimento do pagamento do segundo empréstimo em lugar do primeiro? Porquê?

SUGESTÕES:

Ler AZEVEDO (2011), Capítulo 29.

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AULA 14 — EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES SEM PAGAMENTO:

EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES SEM PAGAMENTO:

NOVAÇÃO:

# Extinção de uma obrigação através de sua substituição por outra; “é a extinção de uma obrigação pela formação de outra, destinada a substituí-la” (Orlando Gomes).

# Novação <> dação (extinção de obrigação pela entrega de uma coisa di-versa da devida); novação não é pagamento; a novação acarreta na exoneração do devedor da obrigação substituída, que é extinta; mas gera outra.

# Espécies:

Novação objetiva e subjetiva.

# Requisitos:

(i) existência de uma obrigação válida e existente (obrigação nula não suporta a novação: art. 367 (casos de negociações de dívida com en-cargos ilegais); obrigação decaída): obrigações anuláveis (art. 367); obrigações prescritas e obrigações naturais;

(ii) consenso das partes;(iii) nascimento de uma nova obrigação: deve ser válida e nova em rela-

ção à antiga (modifi cação da forma de pagamento, estipulação de juros, exclusão de garantia e alargamento do prazo de pagamento não constituem novação); questão de refi nanciamentos com cláusu-la de retorno às condições anteriores;

(iv) animus novandi: intenção de novar (art. 361: pode ser tácito): nova-ção ñ presume.

# Efeitos:

(i) extinção da dívida anterior;(ii) extinção dos acessórios da dívida anterior (“accessorium sequitur

principaliter”): art. 364, 1a parte <> arts. 364, 2a parte e 366; nova-ção com um dos devedores solidários (art. 365, fi ne);

(iii) criação de nova obrigação.

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# Novação subjetiva: (a) por substituição do devedor (art. 999, II): depen-de da vontade de todos; exonera o devedor original, com a exceção do art. 363 (1.002); (b) por substituição do credor: “expromissão” (art. 999, III): é necessária a participação do devedor.

COMPENSAÇÃO

# “Compensare”; contrapesar, contrabalançar# Em benefício do devedor; facilitação da circulação de riquezas# Art. 368: se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma

da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.

# Requisitos:

(i) Reciprocidade das obrigações: não há reciprocidade no caso do art. 376;

(ii) liquidez da dívida (art. 369);(iii) exigibilidade de todas as dívidas (art. 369): prazos de favor não obs-

tam (art. 372);(iv) fungibilidade das dívidas (art. 369): inexistência de fungibilidade

no caso do art. 370; a causa não infl uencia, exceto nos casos do art. 373.

# Impossibilidade de compensação:

(i) art. 375: renúncia prévia;(ii) art. 375: credor e devedor a afastam;(iii) art. 378: dívidas pagáveis em lugares diversos;(iv) art. 377: em prejuízo de terceiros

TRANSAÇÃO

OBJETIVO:

Conhecer e diferenciar as formas de extinção das obrigações sem que haja pagamento, seja pela superação da obrigação por outra, seja pelo “balancea-mento” com outra; ter noção da transação e da sua presença no Código Civil de 1916 como uma das espécies de extinção sem pagamento e do desloca-mento sofrida na estrutura do atual código.

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INSTRUÇÕES:

1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXXII, itens 162 a 164; 2) Ler acórdão e votos do julgamento do REsp 963472/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão para discussão em sala.

SUGESTÕES:

Ler TEPEDINO (2005), Capítulo 16.

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AULA 15 — ARBITRAGEM

ARBITRAGEM

CONFUSÃO:

# Reunião das qualidades de credor e devedor em uma só pessoa (Carva-lho Santos)

# Conseqüência = extinção da dívida# Casos principais: sucessões e casamento# Pode ser meramente parcial (art. 382)# Confusão na solidariedade ativa e passiva (art. 383): exemplo: 4 credores

solidários de um devedor pela quantia de R$100,00; um dos credores sucede o devedor; passa a ser, ao mesmo tempo, credor e devedor dele mesmo; só que é credor dele mesmo na parte que lhe cabia, como credor, no crédito solidário (R$25,00); a dívida se extingue nessa parte; ele passa a ser devedor solidários dos demais pela quantia de R$75,00; a solidariedade dos demais permanece.

# Revigoração da obrigação (art. 384)

REMISSÃO

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AULA 16 — INADIMPLEMENTO E MORA

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AULA 17 — PERDAS E DANOS

PERDAS E DANOS

DANOS EMERGENTES

LUCROS CESSANTES

CLÁUSULA PENAL

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AULAS 18 A 25 — RESPONSABILIDADE CIVIL

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL

FGV DIREITO RIO 41

JOSÉ GUILHERME VASI WERNERNascido no Rio de Janeiro, Brasil, é Juiz de Direito no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro desde 1998, Titular do II Juizado Especial Cível da Barra da Tijuca. Atualmente é Juiz Auxiliar da Presidência do Tribunal de Jus-tiça do Rio de Janeiro. Por indicação do Supremo Tribunal Federal, exer-ceu a função de Conselheiro no Conselho Nacional de Justiça de agosto de 2011 a agosto de 2013. Foi Juiz Auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça de abril de 2010 a agosto de 2011 e Juiz Auxiliar do Supremo Tribunal Federal de janeiro de 2008 a março de 2009. Foi Juiz Auxiliar do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro entre janeiro de 2007 a janeiro de 2008 e de novembro de 2009 a março de 2010 e integrou o Conselho Recursal dos Juizados Especiais do Rio de Janeiro entre maio de 2005 e janeiro de 2007. Está participando do Programa de Mestrado em Ciências Sociais no IUPERJ (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro). É especialista em Direito do Consumidor e Conferencis-ta da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro desde 2003. É autor das obras: A Formação, o Controle e a Extinção dos Contratos de Consumo (Rio de Janeiro: RENOVAR, 2007) e Juizados Especiais (Rio de Janeiro: FGV, 2006) e colaborou nas obras coletivas: Conciliação e Me-diação: Estruturação da Política Judiciária Nacional: CNJ (Rio de Janeiro: Forense, 2011, sob a coordenação do Ministro Antonio Cezar Peluso e Morgana de Almeida Richa), Juizados Especiais - Novos Desafi os (Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, sob a coordenação de Fernando Gama de Miranda Netto e Felippe Borring Rocha) e “Novos Direitos - Os Pa-radigmas da Pós-Modernidade” (Rio de Janeiro: Impetus, 2002, sob a Coordenação de Cleyson M. Mello e Thelma Fraga). Foi autor do capí-tulo sobre o Brasil do livro International Privatization (London: Kluwer Law, 1996, sob a coordenação de Dennis Campbell e Brian Hollywood). Foi designado membro honorário de Center for International Legal Stu-dies em 1996.

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL

FGV DIREITO RIO 42

FICHA TÉCNICA

Fundação Getulio Vargas

Carlos Ivan Simonsen LealPRESIDENTE

FGV DIREITO RIO

Joaquim FalcãoDIRETOR

Sérgio GuerraVICE-DIRETOR DE ENSINO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Rodrigo ViannaVICE-DIRETOR ADMINISTRATIVO

Thiago Bottino do AmaralCOORDENADOR DA GRADUAÇÃO

André Pacheco Teixeira MendesCOORDENADOR DO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

Cristina Nacif AlvesCOORDENADORA DE ENSINO

Marília AraújoCOORDENADORA EXECUTIVA DA GRADUAÇÃO

Paula SpielerCOORDENADORA DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES E DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS


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