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Unidade I: Sucessão Legítima I.a) Descendentes

• Art. 1833, CC: o descendente mais próximo exclui o remoto, assim, se há filhas e netas quem herda por direito próprio são as filhas. Apenas se as filhas morrerem as netas irão herdar os bens dos avós.

• Art. 1852, CC: direito de representação. Hipótese de que na classe dos descendentes por direito próprio há um descendente pré-morto.

- Assim, havendo a filha B falecido, o quinhão de B será dividido entre os seus descendentes, D e E. Dessa forma, C herdará por direito próprio e D e E como representantes.

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Direito Civil (Sucessões) Faculdade de Direito da UFMG

Professor: Leandro ZanitelliAna Clara Pereira Oliveira

2017/1º - Diurno

(CC) Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos, salvo o direito de representação.

(CC) Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente.

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- A mesma lógica se uma das netas for pré-morta, sendo que suas descendentes irão herdar seu quinhão.

• Sucessão por cabeça x sucessão por estirpe: - Por estirpe: quando há descendentes que representam o sucessor pré-morto.- Por cabeça: quando há apenas descendentes por direito próprio.

I.b) Descendentes

• Art. 1836, § 1º, CC: regra de proximidade com relação aos ascendentes, porém, com uma diferença substancial, pois não há direito de representação. Assim, se não houver descendentes e cônjuges, apenas a mãe ou o pai ficariam com toda herança, mesmo estando vivos os avós.

• Art. 1836, parágrafo 2º, CC: regra de linhas.

- Se forem outros ascendentes que não pai e mãe, será dividida a herança em partes iguais para a linha paterna e materna, mesmo que isso signifique um dos ascendentes recebendo individualmente mais que os da outra linha.

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(CC) Art. 1.836. § 1º - Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas.

(CC) Art. 1.836. § 2º - Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna.

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I.c) Colaterais

• Art 1839, CC: apenas os colaterais até o 4º grau (primos) participam da sucessão.

• Art. 1840, CC: regra de proximidade, pela qual quanto menor o grau maior o direito à herança. Assim, os primeiros colaterais a serem chamados são os irmãos.

• Art. 1841, CC: diferencia-se o irmão unilateral e o bilateral, tendo o primeiro apenas um dos pais em comum e o segundo ambos os pais.

- O irmão bilateral fica com quota duas vezes maior que o do unilateral. No exemplo abaixo, C é irmão bilateral e B é unilateral.

• Art. 1840 e 1852, CC: há limitação para herança no caso dos colaterais, pois apenas a geração até os filhos dos irmãos do falecido poderão ser herdeiros.

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(CC) Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no art. 1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau.

(CC) Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos.

(CC) Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar.

(CC) Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente.

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- Nos exemplos abaixo, C continua sendo o irmão bilateral e B unilateral. Percebe-se que a proporção se mantém no caso dos sobrinhos, mas os filhos dos sobrinhos não herdam os bens.

• Art. 1843, caput, CC: se não há irmãos, deverão ser chamados os colaterais de 3º grau, tios e sobrinhos. Porém, os sobrinhos preferem aos tios.

• Art. 1843, parágrafo 2º, CC: não subsistindo irmãos, os sobrinhos filhos de irmãos germanos (bilaterais) devem ter o quinhão duas vezes superior ao de filhos de irmãos unilaterais.

- No exemplo abaixo, B é irmã bilateral e C é unilateral. Para fazer a conta, inicialmente se conta os sobrinhos por cabeça, no exemplo, são 5. Após, soma-se o número de sobrinhos do irmão bilateral (2, no caso), totalizando 7. Assim, serão 7 quotas, sendo que os sobrinhos filhos de irmão bilateral deverão ficar com o dobro dos demais.

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(CC) Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios.

(CC) Art. 1.843, § 2º - Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles.

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I.d) Cônjuge:

• Art 1830, CC: condições gerais. Não herda o cônjuge separado judicialmente ou separado de fato há mais de dois anos. No caso da separação de fato, porém, o cônjuge poderá não ser excluído, caso a "culpa" pela separação tenha sido da(o) falecida(o). Apesar dessa discussão de culpa não ser muito relevante para o direito de família, a jurisprudência nos casos de sucessão continua considerando o artigo 1830, CC. No Resp. 1.513 o STJ entendeu que o mencionado artigo deve ser aplicado integralmente, mas que o ônus da prova é do cônjuge sobrevivente (supérsitite), o qual deve, então, fazer prova da culpa exclusiva da(o) falecida(o) pela separação para herdar seu quinhão.

• Art. 1829, I, CC: regra de concorrência com os descendentes. Inicialmente, é essencial distinguir a meação da herança, sendo que a meação é a metade ideal do patrimônio comum do casal, a que faz jus cada um dos cônjuges, enquanto a herança é a parcela do patrimônio do indivíduo que será transferida a certas pessoas elencadas na lei, os sucessores. O inciso I exclui da sucessão, ou seja, do direito à herança, a(o) viuva(o) nos seguintes casos:

a. Comunhão total de bens;b. Separação obrigatória;c. Comunhão parcial se não houver bens particulares. Assim, havendo

algum bem particular, o STJ decidiu que o direito de sucessão do 1

cônjuge será limitado ao bem particular. De tal forma, ficará como meeiro com relação aos bens adquiridos na comunhão e como herdeiro com relação aos bens particulares, concorrendo com os outros sucessores.

Leading case: Resp 1.368.123/SP1

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(CC) Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há

mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente.

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• Art. 1832, CC: a quota do cônjuge deve ser igual à dos descendentes que herdam por cabeça.

- Atenção ao fato de que o cônjuge não poderá receber menos que 1/4, segundo o artigo 1832 do CC, se for também ascendente dos herdeiros. Assim, para efetuar os cálculos, deverá ser mantido o 1/4 do cônjuge antes de calcular o valor dos filhos. Se houverem, porém, filhos que não sejam em comum, ver Enunciado 527 da V Jornada de direito Civil .2

• Art. 1837, CC: regras de concorrência com relação ao ascendente. Caso o(a) falecido(a) tiver pai e mãe vivos terá direito a 1/3 da herança. Se houver, porém, apenas um dos ascendentes vivo, herdará a metade.

• Art. 1838, CC: o cônjuge irá preferir aos colaterais, herdando toda herança na falta de descendentes e ascendentes.

• Art. 1.831, CC: direito real de habitação do cônjuge. Sem prejuízo da parcela da herança que lhe cabe, o cônjuge sobrevivente tem direito a permanecer no imóvel vitaliciamente. No caso do companheiro não há disposição no Código, porém

Enunciado 527 da V Jornada de direito Civil. Art. 1.832: Na concorrência entre o cônjuge e os herdeiros do de cujus, não será 2

reservada a quarta parte da herança para o sobrevivente no caso de filiação híbridaDireito Civil VII Página � de �6 28

(CC) Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge sobrevivente.

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argumentar-se que existe tal prerrogativa, com base na exigência constitucional do tratamento igualitário dos companheiros e cônjuges, apoiado em precedente do STJ. Porém, há dúvidas se, no caso do companheiro iniciar novo relacionamento, o direito se mantém.

I.e) Companheiro:

• Art. 1790, CC: o companheiro a herdar os bens adquiridos onerosamente na constância da união estável, independente de ser este comum ou particular.

• Art. 1790, I e II, CC: regras de concorrência com descendentes. Caso os descendentes sejam comuns, a quota do companheiro é igual a dos que herdam por cabeça. Porém, se não forem comuns os filhos, segundo o inciso II, o companheiro herdará a metade do que herdarem os filhos. Quando a descendência é mista, ou seja, existem filhos comuns e não comuns, pelo preceito constitucional de não tratamento desigual entre os filhos, deve ser ignorado um dos incisos. Normalmente, ignora-se o inciso II.

• Art. 1790, III, CC: havendo qualquer outro parente sucessível, ascendente ou colateral até o 4º grau, o companheiro terá direito a 1/3 da herança.

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(CC) Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de

habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.

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I.f) Herança Jacente e Vacante:

• Herança Jacente (art. 1.819, CC): quando não há notícia de herdeiro legítimo nem de testamento. Isso não quer dizer que tais não existam, mas se existirem, são desconhecidos. Haverá a nomeação de um curador, em procedimento de jurisdição voluntária, para definir a guarda e administração dos bens. Poderá haver a publicação de editais chamando possíveis herdeiros. Um ano após a publicação do primeiro edital, a herança será considerada vacante

• Herança Vacante (art. 1820, CC): após um ano da publicação do edital, os bens passarão então ao controle do município em que estiverem situados. Porém, a declaração de vacância não exclui a possibilidade de herdeiros postularem a herança. Os bens somente passarão definitivamente ao município após 5 anos da abertura da sucessão, quando ocorre a transferência do domínio (art. 1822, CC). Nesse caso, há uma exceção com relação aos colaterais, sendo que estes não poderão postular o bem após a declaração de vacância (parágrafo único, art. 1822, CC).

I.g) Capacidade sucessória:

• Art. 1798, CC: poderá ser sucessor aquele que já houver sido concebido na ocasião da abertura da sucessão. O problema que surge é no caso de óvulos ou espermatozóides congelados, que são concebidos após a abertura da sucessão. Não há posição clara, mas se for seguido o artigo 1798, será a criança excluída da sucessão. Atenção ao fato de que o nascituro (art. 2º, CC) só adquire o direito de herdeiro após o nascimento com vida, mas antes de nascer ele tem a capacidade de herdeiro.

• Art. 8º, CC: trata da chamada comoriência. Imagine-se um caso em que morre em acidente de carro a matriarca (A), que tinha duas filhas, B e C, e uma delas já estava morta (B). A outra filha (C) morre também no acidente, deixando netas tanto da filha pré-morta (D), quanto da que morreu no acidente (E e F). Não é possível determinar quem morreu antes no acidente, então presume-se a morte simultânea, não havendo transferência de bens entre as de cujus. Porém, imagine-se que A tivesse morrido antes de C. Nessa hipótese teria havido transferência de patrimônio ficando D com a 50% e E e F com 25% cada. Porém, como a morte é considerada simultânea, segundo o art. 8º, as netas herdam por cabeça, ficando com 1/3 cada.

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I.h) Indignidade:

• Herdeiro indigno: herdeiro excluído da sucessão por uma das causas do artigo 1.814 do CC. O entendimento majoritário é de que essas hipóteses são exaustivas, porém, há algumas decisões que acolhem outras hipóteses. As hipóteses legais trazidas pelo artigo 1.824 de exclusão de herdeiros ou legatários são:a. Homicídio doloso, tentado ou consumado do de cujus. Tal entendimento foi

ampliado também para os casos de homicídio de ascendentes, descendentes, cônjuge e/ou companheiro do de cujus. Ademais, independe de sentença condenatória penal;

b. Prática de crime contra a honra do de cujus ou seu companheiro ou cônjuge. Nessa hipótese, necessária condenação penal transitada em julgada.

c. Por violência ou meios fraudulentos impedirem o de cujus de dispor dos seus bens por ato de última vontade.

• Art. 1.815, CC: prazo de 4 anos para demandar a exclusão do herdeiro, contados da morte do legatário. Porém com a possibilidade de exclusão devido à atos contra outras pessoas que não o de cujus, surge dúvida se deveria ser aberta novamente a possibilidade de pedir a exclusão do herdeiro ou se isso seria impossível, se seguida a literalidade do dispositivo estudado. Ex.: A morre deixando os filhos B e C. Vinte anos depois, C mata B, incorrendo em hipótese de indignidade. Poderia então ser reaberta à sucessão e C excluído, restituindo os bens? Ou isso seria impossível pois extinguiu-se o prazo de 4 anos após a morte? Não há clareza nessa questão.

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• Art. 1.816, CC: o herdeiro indigno é tido como "morto civilmente" para fins de sucessão. Assim, os filhos do herdeiro indigno, se for o caso, herdarão sua quota.

I.i) Aceitação e renúncia da herança:

• Art. 1.812, CC: irretratabilidade da aceitação e da renúncia da herança. Atente-se ao fato de que o imposto deverá ser pago quantas vezes for transmitida a herança.

• Aceitação da herança: a aceitação pode ser expressa, por declaração escrita, ou tácita, praticando atos próprios de herdeiro, como pedindo a abertura do inventário, por exemplo.

• Renúncia da herança: deve ser necessariamente expressa, detendo efeito ex tunc. Existem dois tipos de denúncia:a) Renúncia abdicativa: o indivíduo sai do rol de sucessores, como se não

existisse. Ex.: A morre deixando os filhos B e C. B renuncia à herança e, como resultado, toda a herança vai para seu irmão C, ficando as filhas de B sem direito à herança, conforme entendimento do artigo 1.811 do CC.

b) Renúncia translativa: a renúncia ocorre em favor de alguém. Na hipótese anterior, B poderia renunciar em favor de suas filhas, tornando-as herdeiras. Ressalta-se que a renúncia não necessariamente precisaria passar seu direito a alguém da família.

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I.j) Cessão da Herança:

• Art. 426, CC: proíbe que herança de pessoa viva seja objeto de contrato. Assim, somente se pode falar em cessão de herança após a morte do indivíduo, quando aberta à sucessão até o momento da partilha. Após a partilha, não há mais que se falar em cessão da herança, mas apenas dos bens individualmente considerados.

• Art. 1794, CC: Pode ser gratuita ou onerosa, podendo ser cedida para outro herdeiro ou até mesmo terceiro. Porém, caso seja onerosamente cedido a terceiro, deverá ser respeitado antes o direito de preferência do coerdeiro.

I.k) Casos Especiais:

• Lei 6.858/80: há casos em que a lei dispensa a abertura de inventário, autorizando o indivíduo a pedir apenas alvará judicial para valores de pequena monta. No caso da lei, há modificação dos legitimados, a medida que os dependentes previdenciários (art. 16 da lei 8213/91) terão direito aos bens. Ressalta-se que não necessariamente seriam os herdeiros legítimos.

• Bens doados ao casal (Art. 551, parágrafo único): independente do regime de bens, morto um dos cônjuges, o bem ficará inteiramente para o cônjuge sobrevivente.

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(CC) Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

(CC) Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.

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• Seguro de vida (Art. 792, CC): restará metade para o cônjuge e o restante para os demais herdeiros, com os quais o cônjuge não competirá.

I.l) Responsabilidade por dívidas:

• Art. 1.792, CC: antes da partilha, é o espólio o responsável pelas dívidas. Assim, as dívidas se transmitem aos herdeiros, porém, ressalte-se, eles não responderão a um montante superior aos bens transmitidos. Assim, diz-se que a responsabilidade é limitada às forças da herança.

• Art. 1.997, CC: a responsabilidade após a partilha será dos herdeiros, na proporção do quinhão por eles recebido.

• Dívidas por alimentos: as dívidas de alimentos vencidas são como qualquer outra, mas com relação às parcelas vincendas, elas serão também de responsabilidade do espólio até a partilha ser feita. Ressalta-se que, mesmo que o alimentante seja um dos herdeiros, não será abatida tal quantia do seu quinhão da herança (ver Resp 219.199/PB).

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(CC) Art. 792. Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qualquer motivo não prevalecer a que for feita, o capital segurado será pago por metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o restante aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem da

vocação hereditária. Parágrafo único. Na falta das pessoas indicadas neste artigo, serão beneficiários os que provarem que a morte do segurado os privou dos meios necessários à

subsistência.

(CC) Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual.

Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.

(CC) Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse,

demostrando o valor dos bens herdados.

(CC) Art. 1.997. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe

coube. (...)

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II) Sucessão Testamentária:

• Art. 1.789, CC: havendo herdeiros necessários, o testador apenas poderá dispor de metade da herança. Ressalta-se que os herdeiros necessários, segundo o artigo 1.845 do Código Civil, são os cônjuges, ascendentes e descendentes, excluindo-se os colaterais e os companheiros, enquanto não é feita a equiparação legal nesse aspecto.

• Art. 1.846, CC: tal dispositivo traz o conceito da legítima, que é equivalente à metade dos bens da herança.

II.a) Forma do Testamento e Codicilo:

• Testamento:(1) Formas Ordinárias: testamentos que praticamente todos os indivíduos

podem fazer.a. Público: redigido pelo tabelião de acordo com a vontade do testador, na

presença de duas testemunhas.b. Cerrado: opção para o indivíduo que não quer que o testamento seja

revelado antes de sua morte. O testador irá entregar ao tabelião o instrumento de testamento já feito. Há ato solene no qual o tabelião irá pedir que o indivíduo confirme que o que se está entregando é o testamento. Haverão duas testemunhas, mas que testemunharão apenas o ato, e, assim como o tabelião, não poderão saber o conteúdo do testamento, que deverá ser cosido (costurado) pelo testador ou ser colocado um selo lacrado. Ressalta-se que há risco de extravio, já que o testamento cosido irá retornar ao testador.

c. Particular: pode ser feito pelo testador ou por alguém a pedido dele, devendo isso constar no próprio testamento. Ele deverá ser confirmado por um juiz e registrado, e são exigidas três testemunhas, perante as

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(CC) Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

(CC) Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima.

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quais será lido o testamento. Porém, caso não seja possível comparecimento das testemunhas, de forma excepcional, o testador deverá explicar as razões e o juiz deverá confirmá-lo.

(2) Formas Especiais: testamentos que devem ser feitos em situações ou por pessoas específicas.

a. Marítima e aeronáutica: nos casos em que o indivíduo esteja no mar ou no ar, é possível que ele faça o seu testamento nessas condições, e quem faz as vezes do tabelião é o comandante do navio ou piloto do avião. Para essas hipóteses, há caducidade. Assim, se o indivíduo não morre na viagem o testamento caduca em 90 dias.

b. Militar: testamento feito pelo militar em circunstâncias que lhe impeçam de fazer o testamento público. É a única possibilidade do testamento ser feito oralmente, o chamado "testamento nuncupativo". O oficial mais graduado ou o imediatamente abaixo dele fará às vezes do tabelião.

• Codicilo (art. 1.881, CC): ato de última vontade não sujeito à exigência de forma, na qual o indivíduo poderá fazer disposições acerca do enterro ou de objetos de menor valor. Ressalta-se que as despesas do enterro são feitas pelo espólio.

II.b) Capacidade para testar:

• Art. 1.860, parágrafo único, CC: 16 anos. Somente não podem testar os absolutamente incapazes. Com o Estatuto do Deficiente, o doente mental deixa de ser incapaz, o que gera dúvidas em relação ao direito das sucessões, se ele poderia ou não testar, já que o caput traz que também não poderão testar aqueles que não tem pleno discernimento. Ainda não há posição jurisprudencial sobre o assunto.

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(CC) Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, datado e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar

móveis, roupas ou jóias, de pouco valor, de seu uso pessoal.

(CC) Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento.

Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.

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II.c) Capacidade e legitimidade para suceder testamento:

• Art. 1.799, inciso II e III, CC: possibilita que as pessoas jurídicas sejam herdeiras por testamento, apesar de nunca poderem serem herdeiras legítimas. Existem duas possibilidades para que isso seja feito, a primeira possibilidade seria de testar em favor de pessoa jurídica já existente e a segunda seria estipular sua criação em testamento.

• Art. 1.799, I, CC: é possível deixar bens via testamento à prole eventual de alguém (concepturos). Porém, a cláusula deixará de surtir efeitos se em dois anos não forem concebidos os herdeiros esperados, conforme art. 1.800, §4º do CC.

• Art. 1801, CC: aqueles que não podem ser nomeados herdeiros ou legatários. Menciona-se o inciso I, que impede aquele que tenha escrito o testamento herde pelo testamento, regra a qual tem o cunho de impedir que aquele que tem escrito o testamento se beneficie ou aos parentes próprios.

• Art. 1.899, CC: na hipótese de cláusula suscetível a várias interpretações, o testamento deverá ser interpretado em consonância à vontade do testador, podendo se valer de outros meios de prova que não apenas o testamento em si. As outras regras interpretativas (1.902, 1.904 e 1.905 do CC) serão secundárias.

II.d) Revogação do testamento:

• Art. 1.969, CC: as mesmas exigências de forma que se aplicam ao testamento se aplicam ao ato de revogação. Há, porém, exceção, no caso do testamento cerrado, como será visto adiante. Além desta, há hipótese em que não há revogação, mas os efeitos são os mesmos, quando é feito testamento particular mas ele é destruído, bem como todas as eventuais cópias.

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(CC) Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários: I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos; II - as testemunhas do testamento; III - o concubino do testador casado, salvo se

este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos; IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o

que fizer ou aprovar o testamento.

(CC) Art. 1.899. Quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador

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• Art. 1.972, CC: uma exceção para a regra do artigo 1.969, CC, é o caso da abertura do testamento cerrado. Nessa hipótese, haverá revogação das disposições testamentárias.

• Revogação por outro testamento: o testamento também poderá ser revogado pela feitura de um segundo testamento. Essa revogação poderá ser expressa ou tácita, no última caso, se as disposições do segundo forem incompatíveis às do primeiro. Porém, naquilo não for incompatível, não haverá revogação (art. 1.970, parágrafo único, CC). Atenção, mesmo que, por razão qualquer, o segundo testamento seja válido, porém, ineficaz, tal fato não reerguerá o testamento antigo, que continuará revogado, inteligência do artigo 1.971, CC.

II.e) Rompimento do Testamento:

• Art. 1.973, CC: se refere apenas aos herdeiros. Após ser feito o testamento, há superveniência de herdeiro sucessível, podendo ser alguém que nasceu depois do testamento ou herdeiro já existente, mas que o testador desconhecia. Há, porém, entendimento de que só se romperá o testamento se, ao testar, não há descendente algum. Assim, por exemplo, se um pai testa e tem um filho, e após sua morte novo filho nasce, não haverá rompimento, segundo a doutrina. Mas se o indivíduo não tem filhos ou netos e após a morte nasce a criança, há rompimento.

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(CC) Art. 1.971. A revogação produzirá seus efeitos, ainda quando o testamento, que a encerra, vier a caducar por exclusão, incapacidade ou renúncia do herdeiro nele nomeado; não valerá, se o

testamento revogatório for anulado por omissão ou infração de solenidades essenciais ou por vícios intrínsecos

(CC) Art. 1.972. O testamento cerrado que o testador abrir ou dilacerar, ou for aberto ou dilacerado com seu consentimento, haver-se-á como revogado.

(CC) Art. 1.969. O testamento pode ser revogado pelo mesmo modo e forma como pode ser feito.

(CC) Art. 1.973. Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o tinha ou não o conhecia quando testou, rompe-se o testamento em todas as suas disposições, se esse

descendente sobreviver ao testador.

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• Art. 1.974, CC: se refere a qualquer sucessor. Caso em que o testamento é feito na ignorância de herdeiro necessário. Exemplo é cônjuge ou pai desaparecido que é dado como morto, mas reaparece após a morte do testador.

• Art. 1.975, CC: outra exceção ao rompimento do testamento é o caso em que o testador pretere outras pessoas aos herdeiros necessários que conhecia e, após a morte, surge outro herdeiro necessário desconhecido. É claro que essa disposição tem eficácia limitada à parcela que o testador pode, efetivamente, testar em favor de terceiros.

II.f) Cláusulas restritivas:

• As seguintes cláusulas restritivas são válidas: (a) Inalienabilidade: estabelece a impossibilidade de se desfazer do bem, seja

pela venda ou pela doação;(b) Incomunicabilidade: se o beneficiário for casado no regime de comunhão

total de bens, a despeito do regime matrimonial, o bem será unicamente do beneficiário. Atenção, só tem essa cláusula relevância no caso de regime de comunhão total, haja vista que nos outros regimes o bem herdado já não seria do casal;

(c) Impenhorabilidade: em relação à dívidas dos herdeiros, e não da herança.• Art. 1.911, CC: se houver cláusula de inalienabilidade, presume-se que também

serão aplicadas as regras de incomunicabilidade e de impenhorabilidade. Ressalta-se que essa regra poderá ser afastada se demonstrado que a vontade do testador foi diferente.

• Art. 1.848, CC: os bens dispostos em testamento, bem como os bens da legítima poderão ser alvo dessas cláusulas restritivas, porém, no caso da legítima, a restrição deverá ser justificado no testamento. Sendo assim, desaparecendo a justa causa, é possível pedir a remoção do gravame.

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(CC) Art. 1.975. Não se rompe o testamento, se o testador dispuser da sua metade, não contemplando os herdeiros necessários de cuja existência saiba, ou quando os exclua dessa

parte.

(CC) Art. 1.974. Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o tinha ou não o conhecia quando testou, rompe-se o testamento em todas as suas disposições, se esse

descendente sobreviver ao testador.

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II.g) Substituições:

• Conceito: a substituição pode ocorrer quando um indivíduo tenta testar em favor de alguém e essa pessoa não herda, por razões como a morte do sucessor anterior à do testador, a renúncia à herança ou a prática de algum ato de indignidade do sucessor. Assim, o testador poderá adicionar uma cláusula de substituição, da seguinte forma, se A não quiser ou não puder gozar do benefício deixado, deve ser substituído por B. Ressaltaste que não há muitas limitações nesse aspecto, podendo o testador definir vários substitutos.

• Se dividem entre:

(a) Comum, vulgar ou recíproca (art. 1.947, CC):

(b) Especial ou fideicomisso (art. 1.951, CC): o testador (fideicomitente) pode estabelecer que seus bens passem ao fiduciário, resolvendo o direito deste quando da sua morte (do fiduciário) ou de outra condição estabelecida (ex.: após 20 anos, após o fideicomissário passar no vestibular e etc). Após o advento da condição, serão transferidos os bens a outrem, chamado fideicomissário. Ressalta-se que, enquanto o fiduciário detém a propriedade, ela é resolúvel. Há limitações quanto ao fideicomisso, somente se admitindo no caso em que o fideicomissário não tenha sido ainda concebido por ocasião da morte do testador, conforme artigo 1.952 do CC. Porém, se ela 3

já tiver sido concebido será configurado usufruto, e não fideicomisso. Assim, o então fiduciário será considerado usufrutuário, enquanto o fideicomissário será o nu proprietário.

(CC) Art. 1.952. A substituição fideicomissária somente se permite em favor dos não concebidos ao tempo da morte do testador. 3

Parágrafo único. Se, ao tempo da morte do testador, já houver nascido o fideicomissário, adquirirá este a propriedade dos bens fideicometidos, convertendo-se em usufruto o direito do fiduciário. Direito Civil VII Página � de �18 28

(CC) Art. 1.947. O testador pode substituir outra pessoa ao herdeiro ou ao legatário nomeado, para o caso de um ou outro não querer ou não poder aceitar a herança ou o

legado, presumindo-se que a substituição foi determinada para as duas alternativas, ainda que o testador só a uma se refira.

(CC) Art. 1.951. Pode o testador instituir herdeiros ou legatários, estabelecendo que, por ocasião de sua morte, a herança ou o legado se transmita ao fiduciário, resolvendo-se o

direito deste, por sua morte, a certo tempo ou sob certa condição, em favor de outrem, que se qualifica de fideicomissário.

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II.h) Direito de acrescer:

• Linhas gerais: casos em que não há previsão testamentária para a substituição.• Art. 1.941, CC: caso em que há dois ou mais herdeiros previstos conjuntamente

em testamento na mesma disposição, sem divisão de partes. Exemplo: em testamento, dispõe-se que 30% da herança ficará para X e Y, não definindo quanto ficará para cada um. Nesse caso, atendidos todos os requisitos já mencionados, na falta de um herdeiro, o outro terá direito de acrescer, ou seja, ficar com a parte do herdeiro faltante. Ressalta-se que, no caso de serem definidas partes específicas para cada um, por exemplo, 30% dividido em partes iguais entre A e B, no caso de um deles faltar, não haverá o direito de acrescer, indo os bens para a sucessão legítima.

• Art. 1.942, CC: hipótese de legado de coisa certa (um carro, uma casa, por exemplo) ou coisas impróprias para divisão, nomeados de forma conjunta para mais de um indivíduo. Nesse caso, na falta de um dos co-legatários, subsistirá o direito de acrescer.

II.i) Deserdação :

• Art. 1961, CC: somente poderá ser feita em desfavor de herdeiros legítimos.

• Causas de deserdação:(a) Art. 1.814, CC: hipóteses gerais de exclusão de qualquer herdeiro, já

estudadas anteriormente;

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(CC) Art. 1.941. Quando vários herdeiros, pela mesma disposição testamentária, forem conjuntamente chamados à herança em quinhões não determinados, e qualquer deles não puder ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos co-herdeiros, salvo o direito do

substituto.

(CC) Art. 1.942. O direito de acrescer competirá aos co-legatários, quando nomeados conjuntamente a respeito de uma só coisa, determinada e certa, ou quando o objeto do

legado não puder ser dividido sem risco de desvalorização

(CC) Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão

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(b) Art. 1.962, CC: novas causas para deserdação, além das previstas pelo 1.814, sendo elas ofensa física; injúria grave; relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto e desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.

• Art. 1.965, CC: para que ocorra a deserdação efetivamente, deverá ser proposta ação de deserdação pelos herdeiros interessados, cabendo a eles também o ônus da prova da causa alegada pelo testador, direito que se extingue no prazo de 4 anos a contar da abertura do testamento. Se não for proposta ação, a disposição do testamentário será nula.

II.j) Legados:

• Herdeiro vs. legatário: o herdeiro é aquele que sucede a título universal, enquanto o legatário a título singular. Assim, o herdeiro recebe fração da herança, um percentual na universalidade de bens que é a herança. Lado outro, o legatário é aquele que fica com um benefício específico, como uma casa, uma fazenda, um carro ou 10 mil reais, por exemplo.

• Direitos do legatário:

(a) Direito de propriedade: caso em que o legado seja de coisa certa que faça parte do patrimônio do testador na época a morte. Ex.: legado de um imóvel que estaria entre bens do testador quando da morte. É importante a ressalva de que o imóvel deve fazer parte dos bens do testador, para que não incorra na disposição do art. 1.912 , CC, que traz a ineficácia do legado, nesse caso.4

(b) Direito de crédito: o crédito poderá ser contra todos os legatários ou contra um ou alguns. Assim, o testador poderá legar 10 mil reais a X e determinar que esse valor deverá ser descontado do montante de Y, por exemplo.

(CC) Art. 1.912. É ineficaz o legado de coisa certa que não pertença ao testador no momento da abertura da sucessão.4

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(CC) Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador. Parágrafo único. O direito de

provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de quatro anos, a contar da data da abertura do testamento.

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III) Proteção à Legítima:

• Art. 1.845, CC: os herdeiros necessários são os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

III.a) Cálculo da Legítima

• Art. 1.846, CC : a legítima corresponde à metade da herança ou à metade dos 5

bens considerando-se a situação patrimonial na época da abertura da sucessão. • Art. 1.847, CC : deverão ser abatidas as despesas funerárias do valor total dos 6

bens, adicionando-se em seguida o valor dos bens sujeitos a colação. • Meação: a legítima será calculada após separado o valor da meação, se for o caso. III.b) Redução das disposições testamentárias:

• Ineficácia: havendo herdeiro necessário, a parte excedente do testamento é ineficaz, apesar de válida.

• Exemplo: testamento elege dois herdeiros não necessários H1 e H2, ficando, respectivamente cada um com 30% e 20% da herança, além de um legado. Nessa hipótese, é claro que há excedente no testamento. Como se adequar essa disposição?

• Art. 1.967, § 1º, CC : existem duas regras principais. A primeira é de que devem 7

ser preservados os legados tanto quanto possível. A segunda regra é a de que deverá ser feita redução da deixa de forma proporcional. Assim, de volta ao

(CC) Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima.5

(CC)Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as 6

despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação.

(CC) Art. 1.967. As disposições que excederem a parte disponível reduzir-se-ão aos limites dela, de conformidade com o 7

disposto nos parágrafos seguintes. § 1º - Em se verificando excederem as disposições testamentárias a porção disponível, serão proporcionalmente reduzidas as quotas do herdeiro ou herdeiros instituídos, até onde baste, e, não bastando, também os legados, na proporção do seu valor. Direito Civil VII Página � de �21 28

(CC) Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

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exemplo dado, para adequá-lo respeitando as mencionadas regras, assim ficaria a distribuição:

• Herdeiro testamentário que também é herdeiro legítimo: nesse caso, deverá ser considerada da parte que foi para o herdeiro necessário aquilo que corresponde à sua legítima. Assim, suponha que H1 é, ao mesmo tempo, herdeiro testamentário e herdeiro legítimo. A ele foi determinado 30% em testamento, porém como herdeiro necessário, ele já tem direito a 10%. Assim, no caso anterior, não será necessário reduzir as disposições testamentárias, pois estará respeitada a legítima.

A legítima não se altera pelo número de herdeiros legítimos deixados, bem como não se alterará por eventual renúncia de III.c) Doações inoficiosas:

• Conceito: doações aquelas que infringem o limite do artigo 549, CC . A doação é 8

nula se exceder a parte que era disponível por testamento, considerando-se a situação dos bens no momento da doação. De tal regra concluiu-se que, caso o indivíduo tenha herdeiro legítimo vivo, ele poderá doar apenas 50% dos seus

(CC) Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia 8

dispor em testamento. Direito Civil VII Página � de �22 28

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bens como um todo. Ademais, mesmo que a pessoa enriqueça depois da doação inoficiosa e a doação passe a ser menor que o limite de 50% do patrimônio, ela continuará sendo inoficiosa, pois é considerado o patrimônio no momento da doação. Bem como o contrário também é verdadeiro. Se o indivíduo doa no limite dos 50% mas empobrece, fazendo com a doação ultrapasse os 50%, ela continuará sendo válida, considerando-se o patrimônio existente no ato da doação.

• Ação para declaração de nulidade: no caso de doação inoficiosa, a ação cabível é a declaração de nulidade da doação, e ela está sujeita a prazo prescricional de 10 anos. Após 10 anos, ao contrário da regra geral, o nulo se convalida. No entanto, ressalta-se, se o herdeiro for absolutamente incapaz, esse prazo não corre contra ele.

III.d) Colação:

• Art. 2.002 C/C art, 544, CC : a colação diz respeito a doações feitas de 9 10

ascendente para descendente, bem como a doação feita entre cônjuges.• Finalidade: a colação tem por objetivo igualar as legítimas. Um exemplo é o caso

de bens de um espólio totalizarem 500 mil. Como herdeiros legítimos existiriam então três filhos, A, B e C. Em vida, o falecido doou 100 mil para A. A doação deverá então ser informada no momento da partilha, para que seja feita a colação. Ressalta-se que se a doação ultrapassar o limite que ele receberia, o herdeiro deverá restituir o valor excedente.

(CC) Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a 9

conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação. Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível.

(CC) Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe 10

por herançaDireito Civil VII Página � de �23 28

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• Limite temporal: não há limite para ser realizada colação.

• Art. 2.002, parágrafo único, CC : o valor que foi doado não será computado na 11

parte disponível. • Art, 2.005, CC : hipóteses em que a colação é dispensada. A primeira hipótese é 12

por disposição contrária (cláusula de dispensa de colação) no ato da doação ou no testamento. Quanto a isso os herdeiros nada poderão fazer, a não ser que a doação seja inoficiosa. Outra hipótese, trazida pelo parágrafo único, é de doação a descendente que não seria chamado à sucessão. Exemplo é o do avô, A, que faz doação ao neto, C, com o descendente intermediário B (filho de A e pai de C) vivo. Nesse caso, presume-se a dispensa da colação, mesmo que à época da abertura da sucessão, C seja chamado a suceder (se B morrer antes de aberta à sucessão, por exemplo).

• Art. 2.010, CC : não são colacionados gastos do ascendente com o descendente 13

enquanto ele era menor (educação, estudos, sustento e etc), no seu casamento ou para sua defesa em processo.

• Art. 639, parágrafo único, NCPC : o valor do bem na época da doação deverá 14

ser averiguado ao tempo da abertura da sucessão. Atenção, esse artigo, por ser de lei nova, revogou disposição sobre mesmo tema no Código Civil, o art. 2.004 . 15

IV. Inventário, partilha e ações sucessórias:

• Art. 1.784, CC: princípio da saisine. Antes da abertura do inventário, qualquer herdeiro tem a posse dos bens e, portanto tem ações sucessórias.

(CC) Art. 2.002. Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será computado na parte indisponível, 11

sem aumentar a disponível

(CC) Art. 2.005. São dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam da parte disponível, contanto que não 12

a excedam, computado o seu valor ao tempo da doação. Parágrafo único. Presume-se imputada na parte disponível a liberalidade feita a descendente que, ao tempo do ato, não seria chamado à sucessão na qualidade de herdeiro necessário.

(CC) Art. 2.010. Não virão à colação os gastos ordinários do ascendente com o descendente, enquanto menor, na sua 13

educação, estudos, sustento, vestuário, tratamento nas enfermidades, enxoval, assim como as despesas de casamento, ou as feitas no interesse de sua defesa em processo-crime.

(NCPC) Art. 639. No prazo estabelecido no art. 627, o herdeiro obrigado à colação conferirá por termo nos autos ou por 14

petição à qual o termo se reportará os bens que recebeu ou, se já não os possuir, trar-lhes-á o valor. Parágrafo único. Os bens a serem conferidos na partilha, assim como as acessões e as benfeitorias que o donatário fez, calcular-se-ão pelo valor que tiverem ao tempo da abertura da sucessão.

(CC) Art. 2.004. O valor de colação dos bens doados será aquele, certo ou estimativo, que lhes atribuir o ato de liberalidade. § 15

1º - Se do ato de doação não constar valor certo, nem houver estimação feita naquela época, os bens serão conferidos na partilha pelo que então se calcular valessem ao tempo da liberalidade. (...)Direito Civil VII Página � de �24 28

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• Art. 1.797, CC: o artigo define em seus incisos quem administra os bens provisoriamente, antes de nomeado o inventariante. Nesse sentido, ver também artigos 613 e 614 do NCPC.

IV.a) Inventário e partilha:

• Rito: comum.

• Limites do juízo (art. 612, CPC/15 ): estará o juízo restrito a questões de 16

direito e que possam ser resolvidas com prova documental. Questões que necessitem, por exemplo, de testemunhas para interpretar o disposto no inventário ou comprovar união estável, devem ser tratadas em ação própria. Se tais questões puderem ter influência na partilha, o juiz deverá ou postergar a partilha ou deferi-la, reservando o montante daquele que está postulando seu direito.

• Prazo (art. 611, CPC/15 ): 2 meses.17

• Abertura (art. 615 e 616, CPC/15 ): o primeiro artigo define que o 18

requerimento incumbirá a quem estiver na posse e administração dos bens. O segundo, por sua vez, traz que existem vários legitimados concorrentes, como o cônjuge, o herdeiro, credores e outros.

• Compromisso do inventariante (art. 617, NCPC): traz a ordem que será nomeado inventariante.

• Primeiras declarações (art. 620, CPC/15): após a prestação do compromisso, há prazo de 20 dias para o inventariante apresentar as chamadas "primeiras declarações", segundo art. 620. Nela deverão constar quais são os bens existentes, estimação de valores e quais os herdeiros.

• Citação (art. 626, CPC/15): além dos herdeiros, deverá ser intimado o Ministério Público, ma hipótese de haver filho incapaz. Será intimada também a Fazenda Publica e o testamenteiro, se houver testamento.

(CPC/15) Art. 612. O juiz decidirá todas as questões de direito desde que os fatos relevantes estejam provados por documento, 16

só remetendo para as vias ordinárias as questões que dependerem de outras provas.

(CPC/15) Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura 17

da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte.

(CPC/15) Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem estiver na posse e na administração do 18

espólio, no prazo estabelecido no art. 611. Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito do autor da herança. Direito Civil VII Página � de �25 28

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• Impugnações: após citações, abre-se prazo de 15 dias para impugnações, conforme art. 627 do CPC/15 , nas quais poderão ser arguido, por exemplo, 19

erros, omissões ou contestar nomeação do inventariante. Apesar de não estar disposto no art. 627, mas sim no 639 , os 15 dias também serão prazo para que 20

se reportem as colações.

• Avaliação (art. 630/635, NCPC): caso necessário, haverá nomeação de perito para avaliar os bens.

• Últimas declarações (art. 636 , CPC/15): irão repetir as primeiras salvo 21

alguma retificação que tenha sido feita ao longo do processo, ex.: habilitação de novo herdeiro ou novo bem, credores habilitados e outros.

• Cálculo do imposto (art. 637 e 638, NCPC): após julgado o cálculo do 22

tributo, não havendo outras impugnações, haverá a partilha.• Partilha: tratada tanto pelo Código Civil (art. 2.013 a 2.022), quanto pelo

Código de Processo Civil (art. 647 a 658). A) Partilha amigável (art. 657 , NCPC): sendo feita a partilha em comum 23

acordo entre os herdeiros, ela deverá ser homologada pelo juiz. Após trânsito em julgado, os bens passarão a cada um dos herdeiros individualmente. Atenção ao fato de que ela será anulável, segundo o art. 2.027, CC , pelos mesmos defeitos que invalidam os negócios jurídicos. O 24

prazo decadencial para tal anulação é de um ano. A contagem desse prazo é determinada pelo parágrafo único do art. 657 (CPC/15).

(CPC/15) Art. 627. Concluídas as citações, abrir-se-á vista às partes, em cartório e pelo prazo comum de 15 (quinze) dias, para 19

que se manifestem sobre as primeiras declarações, incumbindo às partes: I - arguir erros, omissões e sonegação de bens; II - reclamar contra a nomeação de inventariante III - contestar a qualidade de quem foi incluído no título de herdeiro. § 1o Julgando procedente a impugnação referida no inciso I, o juiz mandará retificar as primeiras declarações. § 2o Se acolher o pedido de que trata o inciso II, o juiz nomeará outro inventariante, observada a preferência legal. § 3o Verificando que a disputa sobre a qualidade de herdeiro a que alude o inciso III demanda produção de provas que não a documental, o juiz remeterá a parte às vias ordinárias e sobrestará, até o julgamento da ação, a entrega do quinhão que na partilha couber ao herdeiro admitido.

(CPC/15) Art. 639. No prazo estabelecido no art. 627, o herdeiro obrigado à colação conferirá por termo nos autos ou por 20

petição à qual o termo se reportará os bens que recebeu ou, se já não os possuir, trar-lhes-á o valor. Parágrafo único. Os bens a serem conferidos na partilha, assim como as acessões e as benfeitorias que o donatário fez, calcular-se-ão pelo valor que tiverem ao tempo da abertura da sucessão.

(CPC/15) Art. 636. Aceito o laudo ou resolvidas as impugnações suscitadas a seu respeito, lavrar-se-á em seguida o termo de 21

últimas declarações, no qual o inventariante poderá emendar, aditar ou completar as primeiras.

(CPC/15) Art. 637. Ouvidas as partes sobre as últimas declarações no prazo comum de 15 (quinze) dias, proceder-se-á ao 22

cálculo do tributo.

(CPC/15) Art. 657. A partilha amigável, lavrada em instrumento público, reduzida a termo nos autos do inventário ou 23

constante de escrito particular homologado pelo juiz, pode ser anulada por dolo, coação, erro essencial ou intervenção de incapaz, observado o disposto no § 4o do art. 966. Parágrafo único. O direito à anulação de partilha amigável extingue-se em 1 (um) ano, contado esse prazo: I - no caso de coação, do dia em que ela cessou; II - no caso de erro ou dolo, do dia em que se realizou o ato; III - quanto ao incapaz, do dia em que cessar a incapacidade.

(CC) Art. 2.027. A partilha, uma vez feita e julgada, só é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os negócios 24

jurídicos.Parágrafo único. Extingue-se em um ano o direito de anular a partilha.Direito Civil VII Página � de �26 28

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• Casos especiais: não seguem o rito comum.A) Inventário por arrolamento: cabível em duas hipóteses. A primeira delas é

haver acordo entre os herdeiros, desde que sejam todos capazes ou, mesmo que seja menor, ser for um herdeiro apenas (art. 659, NCPC ). A segunda 25

seria no caso de os bens do espólio serem iguais ou inferiores a mil salários mínimos, desde que todos os herdeiros estejam de acordo e mesmo que haja herdeiro incapaz (art. 664, NCPC ). Nesses casos, já serão apresentados ao 26

juiz a declaração dos bens e também o plano de partilha. Não havendo divergência, o juiz processará o inventário e homologará a partilha. Não envolve a Fazenda Pública.

B) Inventário extrajudicial (art. 610, CPC/15 ): as condições são que não 27

haja incapaz, não haja testamento e sejam os indivíduos acompanhados por advogados.

IV.b) Ações sucessórias:

• Ação de petição de herança (art. 1824/1828 do CC): enquanto corre inventário o herdeiro pode solicitar habilitação, porém, se não conseguir se habilitar, poderá postular sua qualidade de herdeiro. Poderão então serem restituídos os valores que a esse herdeiro cabiam, no caso de procedente a ação. O prazo será de 10 anos contados da abertura da sucessão.

• Ação de sonegados (art. 1.992 e 1.996, CPC/15): ação cabível dos herdeiros contra o herdeiro que tenha ocultado bens no processo de inventário e contra o herdeiro que não tenha trazido bem à colação quando devia. A pena de sonegação é a perda do direito sucessório à esse bem, pelo herdeiro sonegador.

(NCPC) Art. 659. A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos termos da lei, será homologada de plano pelo juiz, 25

com observância dos arts. 660 a 663. § 1o O disposto neste artigo aplica-se, também, ao pedido de adjudicação, quando houver herdeiro único. § 2o Transitada em julgado a sentença de homologação de partilha ou de adjudicação, será lavrado o formal de partilha ou elaborada a carta de adjudicação e, em seguida, serão expedidos os alvarás referentes aos bens e às rendas por ele abrangidos, intimando-se o fisco para lançamento administrativo do imposto de transmissão e de outros tributos porventura incidentes, conforme dispuser a legislação tributária, nos termos do § 2o do art. 662.

(NCPC) Art. 664. Quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a 1.000 (mil) salários-mínimos, o inventário 26

processar-se-á na forma de arrolamento, cabendo ao inventariante nomeado, independentemente de assinatura de termo de compromisso, apresentar, com suas declarações, a atribuição de valor aos bens do espólio e o plano da partilha. § 1o Se qualquer das partes ou o Ministério Público impugnar a estimativa, o juiz nomeará avaliador, que oferecerá laudo em 10 (dez) dias. § 2o Apresentado o laudo, o juiz, em audiência que designar, deliberará sobre a partilha, decidindo de plano todas as reclamações e mandando pagar as dívidas não impugnadas. § 3o Lavrar-se-á de tudo um só termo, assinado pelo juiz, pelo inventariante e pelas partes presentes ou por seus advogados. § 4o Aplicam-se a essa espécie de arrolamento, no que couber, as disposições do art. 672, relativamente ao lançamento, ao pagamento e à quitação da taxa judiciária e do imposto sobre a transmissão da propriedade dos bens do espólio. § 5o Provada a quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas rendas, o juiz julgará a partilha.

(NCPC/15) Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial. § 1o Se todos forem 27

capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. § 2o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. Direito Civil VII Página � de �27 28

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Prazo de 10 anos, contados a partir das últimas declarações, segundo entendimento jurisprudencial.

• Ação de evicção (art. 2.024/2.026 do CC): evicção que sofre o herdeiro depois da partilha. Ex.: herdeiro herdou um sítio, porem, aparece verdadeiro dono do sítio (que não o morto). Ele sofrerá evicção. Nessa hipótese, terá o evicto direito à ação indenizatória contra os demais herdeiros, a ser exercida em 3 anos, a contar da evicção (art. 206, §3°, V do CC).

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