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Fabiane Nicocelli GieseAcadmica do curso de Direito do Centro Universitrio Catlica de Santa Catarina.

DIREITO CIVIL III OBRIGAES II Disciplina estudada em 2012, ministrada pelo Professor Daniel de Mello Massimino, no Centro Universitrio Catlica de Santa Catarina, Campus Jaragu do Sul. O estudo da matria foi embasado nas orientaes recebidas em classe, cdigo civil e leitura obra Direito Civil, Teoria Geral das Obrigaes e Teoria Geral dos Contratos, de Silvio de Salvo Venosa. Sumrio: TEORIA GERAL DOS CONTRATOS........................................................................2 ELEMENTOS DO CONTRATO.................................................................................2 Partes................................................................................................................. 4 Objeto................................................................................................................. 5 Forma................................................................................................................. 6 Acordo de Vontades.......................................................................................... 6 PRINCPIOS GERAIS DO DIREITO CONTRATUAL................................................7 Autonomia da Vontade.....................................................................................7 Fora Obrigatria dos Contratos (obrigatoriedade).......................................8 Relatividade dos Contratos..............................................................................8 Boa-F................................................................................................................ 8 FORMAO E CONCLUSO DOS CONTRATOS..................................................9 Proposta........................................................................................................... 11 Requisitos de Validade da Proposta................................................................11 Oferta Pblica.................................................................................................. 12 Circunstancias Especficas............................................................................13 Local da Formao dos Contratos.................................................................14 CLASSIFICAO DOS CONTRATOS...................................................................14 Contratos Reais............................................................................................... 15 Contratos Consensuais..................................................................................15 Contratos Unilaterais......................................................................................15 Contratos Bilaterais........................................................................................15 Contratos Plurilaterais.................................................................................... 15 INTERPRETAO DOS CONTRATOS..................................................................16 EFEITOS DOS CONTRATOS.................................................................................16 EXTINO DOS CONTRATOS..............................................................................16 Cumprimento das obrigaes........................................................................16 Distrato ............................................................................................................ 17 Arrependimento (p. ex. CDC).......................................................................... 18 Revogao (p. ex. Mandato)...........................................................................19 Inadimplemento............................................................................................... 19 Inexecuo involuntria (Resoluo). ........................................................... 20 Exceptio non adimpleti contractus................................................................20fabigiese@catolicasc.org.br (47) 9187-46451

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Resoluo por onerosidade excessiva .......................................................21 Denncia Unilateral (resilio).......................................................................23 OUTRAS DISPOSIES SOBRE CONTRATOS..................................................24

TEORIA GERAL DOS CONTRATOS Definio do Professor: Contrato um negcio jurdico bilateral a cujas partes se vinculam por meio de um acordo de vontades. No sentido de que a bilateralidade refere-se pessoas, em que deve possuir no mnimo duas pessoas. Contrato um tipo de negcio jurdico, mas nem todo negcio jurdico um contrato.[...] o contrato pode existir, isto , possuir aspecto material de um negcio, mas no ter validade por lhe faltar, por exemplo, agente capaz. Ainda, o contrato pode existir e ser vlido, mas ineficaz, quando, por exemplo, pendente de implemento de uma condio suspensiva. (VENOSA, 2011, p. 446)

imprescindvel saber distinguir um contrato de outras fontes de obrigaes, pois elas apresentam caractersticas processuais diferentes. A partir do momento que se assina um contrato realizado um pacto entre pessoas, o que determina uma das caractersticas do contrato: um contrato s pode existir entre duas pessoas ou mais.

ELEMENTOS DO CONTRATO Elementos, segundo VENOSA (2011) caracterizam a composio de um contrato, podem ser essenciais, naturais ou acidentais. O art. 104 do Cdigo Civil revela os elementos essenciais de um negcio jurdico, estendido aos contratos: - Agente capaz deve-se identificar a capacidade das partes; - Objeto lcito o motivo do contrato deve ser legal;[email protected] (47) 9187-46452

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- Forma prescrita ou no proibida pela lei sua forma no pode ser ilcita. Qualquer contrato que se apresente com a inexistncia de um destes elementos essenciais ser considerado nulo, pois, como a sua denominao j estabelece, so ESSENCIAIS ao negcio jurdico. Existem os elementos essenciais especficos de cada contrato que so aqueles inerentes natureza do acordo. Exemplo: um contrato de compra e venda deve conter elementos especficos: coisa, preo; So essenciais a este tipo de contrato, caso contrrio seria nulo. Os elementos naturais, segundo Venosa (2011, p. 446), so os [...] decorrentes da prpria razo de ser [...], no necessitando de uma declarao expressa de sua existncia. Ou seja, natural ao negcio, no precisa ser mencionado. So elementos acidentais de um contrato aqueles que modificam alguma caracterstica natural do acordo e podem ser inseridos ou no em um contrato.

Agente Capaz Validade: Art. 104 CC Objeto lcito Determinvel ou determinado Forma prescrita ou no defesa em lei ACORDO DE VONTADES ESPECFICO GERAL

Para que o contrato seja vlido deve possuir os requisitos mnimos estabelecidos no art. 104 do CC, que so gerais a um negcio jurdico. A partir do atendimento destes requisitos gerais aliado ao acordo de vontades de duas ou mais pessoas, origina-se um contrato. Concluindo, dentre os elementos essenciais, naturais e acidentais de um contrato, resume-se que so imprescindveis: - Partes (definem o agente capaz) - Objeto (define a licitude e determinabilidade) - Forma

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- Acordo de vontades

Partes As partes do contrato precisam ter legitimidade, precisam ser aptos juridicamente a participarem de um contrato. O objetivo da qualificao das partes a identificao da sua capacidade jurdica. A capacidade das partes essencial para o contrato ser vlido, e deve ser analisada inicialmente, para saber se trata-se de um contrato vlido ou no. Venosa (2011, p. 447) considera as partes como sendo aquelas que exprimem a vontade do acordo, sendo esta o centro de interesse de um contrato. Delimita que Portanto, o que estabelece o nmero de partes no contrato o nmero dos centros de interesse (no o nmero de pessoas). Assim, podem haver duas pessoas que forma uma parte (contratante) em relao a outra pessoa que forma a parte contrria (contratado). Agente capaz para um contrato , salvo excees, o mesmo agente capaz para realizar um negcio jurdico. Contratos Nulos 166, I - Absoluto Capacidade Contratos Anulveis 171, I - Relativa

Quando a incapacidade for absoluta os contratos so nulos e neste caso no h o que se fazer para sanar o problema. Nulo no existe.Art. 166. nulo o negcio jurdico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; Art. 3o So absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o necessrio discernimento para a prtica desses atos; III - os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade.

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Se um menor assinar um contrato, este nulo, porque no pode existir por ser um agente incapaz. No h a possibilidade da declarao de validade do contrato, a nulidade no pode ser revertida. A nica defesa da pessoa lesada em um contrato nulo o ressarcimento do valor j pago. Eventualmente, dependendo do contrato, pode-se requerer danos, mas varia de acordo com o caso concreto. Quando a capacidade relativa, o contrato anulvel.Art. 171. Alm dos casos expressamente declarados na lei, anulvel o negcio jurdico: I - por incapacidade relativa do agente; Art. 4o So incapazes, relativamente a certos atos, ou maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os brios habituais, os viciados em txicos, e os que, por deficincia mental, tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV - os prdigos. Pargrafo nico. A capacidade dos ndios ser regulada por legislao especial.

OBJETO Objeto do contrato o motivo do acordo, a coisa contratada. Licitude Fsica (nulidade, anulabilidade) Objeto Possibilidade Determinabilidade VALOR ECONMICO Jurdica

O objeto do contrato deve ser lcito, pois a licitude do contrato fundamental para a validade do contrato. No h como resolver um contrato com objeto ilcito. Se o objeto for ilcito, o contrato nulo.

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Deve ser tambm possvel. Esta possibilidade pode ser fsica, relacionada a capacidade de cumprir a obrigao do contrato, e pode ser jurdica, deve ser possvel legalmente. Exemplos: - Impossibilidade fsica = um mudo cantar. - Impossibilidade jurdica = comercializar drogas.A possibilidade no contrato deve ser vista sob o prisma da comercialidade, da alienabilidade dos objetos. Assim, no se torna nulo um contrato apenas porque o objeto se constitui de coisas futuras, litigiosas ou alheias, se tais aspectos foram conhecidos dos contratantes. (VENOSA, 2011, p. 452)

Ainda o objeto do contrato deve ser determinvel. Deve se poder determinar a sua existncia, poca da contratao ou futura, mas de conhecimento das partes concretizvel.

FORMA A forma de um contrato a manifestao da vontade das partes de maneira externa, para conhecimento, para atestar a existncia do negcio jurdico. Um contrato pode ter qualquer forma, desde que no proibida em lei. Forma Prescrita em lei No defesa em lei VENOSA (2011) esclarece que a manifestao da vontade das partes pode ser demonstrada de forma escrita, verbal, gestual (quanto entendidas segundo os costumes), mas revela que o mais comum d-se por intermdio de palavras, escritas ou faladas.

ACORDO DE VONTADES

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O acordo de vontades um elemento fundamental de um contrato. Quando este no for decorrente de um acordo de vontades h um vcio de consentimento, ou seja, uma das partes foi coagida a aceitar o acordo, no foi decorrente da sua prpria vontade. Se no houver acordo de vontades no h contrato, pois havendo qualquer vcio o contrato nulo e no se consegue fazer cumpri-lo. S h um acordo entre duas pessoas diferentes e este um meio de distino do contrato com outras fontes de obrigaes. A caracterstica da dualidade de partes faz meno obrigatoriedade de agente capaz. A vontade em um contrato pode ser manifestada de diversas maneiras: escrita, verbal, sinais. Venosa (2011, p. 449) classifica a manifestao da vontade das partes de forma direta e indireta: Direta [...] quando esta se percebe de sinais externos inequvocos, pela fala, pela escrita ou por gestos, quando tais atitudes revela socialmente uma inteno. Indireta [...] quando a inteno de contratar inferida a um comportamento negocial.

PRINCPIOS GERAIS DO DIREITO CONTRATUAL AUTONOMIA DA VONTADE A autonomia dos contratos refere-se liberdade para contratar ou deixar de contratar. No entanto, esta liberdade no existe plenamente, tendo em vista a supremacia do interesse pblico. A supremacia do interesse pblico caracteriza-se pelo Estado cada vez mais infiltrado nas relaes sociais privadas. Assim, todos os contratos devem ser analisados sob a tica do interesse pblico, que a funo social do contrato.[...] o contrato no mais visto pelo prisma individualista de utilidade para os contratantes, mas no sentido social de utilidade para a comunidade. Nesse diapaso, pode ser coibido o contrato que no busca essa finalidade. Somente o caso concreto, as necessidades e situaes [email protected] (47) 9187-46457

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sociais de momento que definiro o que se entende por interesse social. (VENOSA, 2011, p. 384)

FORA OBRIGATRIA DOS CONTRATOS (OBRIGATORIEDADE) A consequncia da autonomia da vontade a obrigatoriedade, ou seja, a pessoa livre para contratar ao mesmo em que se obriga a cumprir o contrato (pacta sunt servanda). Um acordo de vontades, o contrato, tem a fora de uma lei estabelecida entre as partes e deve ser cumprida. Contudo, o descumprimento obrigacional por uma das partes deve ser avaliado e analisado para a verificao da possvel indenizao da parte prejudicada. O princpio da obrigatoriedade a segurana jurdica (cumprimento do contrato), e a exequibilidade (quem no cumprir pode ser acionado pela justia). Caracteriza um efeito do princpio da autonomia da vontade. Como uma variante do princpio da obrigatoriedade, existe a reviso. Esta acontece quando houver desequilbrio entre as partes no decorrer do contrato, aplicando-se a solicitao de reviso, para que seja restabelecido o equilbrio entre as partes. RELATIVIDADE DOS CONTRATOS Os efeitos dos contratos obrigam aqueles que acordam, ou seja, o contrato vincula as partes. As excees so duas: a sucesso, na qual os herdeiros assumem essa obrigao. J se o contrato for personalssimo, no h sucesso. Contrato personalssimo quando pessoa especfica contratada, ou seja, somente ela pode cumprir a obrigao, no havendo a possibilidade de sucesso. Outra exceo a estipulao em favor de terceiro (conveno coletiva de trabalho, por exemplo). Nesse caso, eu tenho um contrato no qual no sou parte. BOA-F

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O princpio da boa-f revela-se mais presente na interpretao dos contratos, vinculado essencialmente sua funo social. Venosa (2011, p. 386): [...] dever das partes de agir de forma correta, eticamente aceita, antes, durante e depois do contrato, [...]. A boa-f no precisa estar expressa no contrato, pois j est determinado em lei, inerente ao processo. uma clusula geral. A boa-f pode gerar nulidade, quando ausente. A boa-f se presume, e por isso todos os contratos nascem sob o manto da boa-f. A m-f precisa ser provada. A boa-f veda que eu cometa contra pessoa aquilo que eu no queira que cometam comigo mesmo no contrato = venire contra factum proprium. Ningum pode se beneficiar na prpria torpeza, ou seja, voc no pode se beneficiar da sua m-f (art. 723 exemplo de corretores: ele obrigado a falar tudo sobre o imvel). Boa-f objetiva = dever de agir de acordo com os padres sociais e legais de conduta; Boa-f subjetiva = estado de conscincia, achar que est certo.

FORMAO E CONCLUSO DOS CONTRATOS Elementos bsicos dos contratos: Partes quem vai celebrar o acordo, devendo ser aptas ao negcio jurdico almejado; Objeto elemento do contrato, do que se trata, deve ser lcito, possvel, determinado ou determinvel; Condies representam as caractersticas do acordo; Acordo de vontades aperfeioa o contrato, pois estabelece a vontade das partes.

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Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrrio no resultar dos termos dela, da natureza do negcio, ou das circunstncias do caso.

Princpio da boa f objetiva estabelece que se a pessoa prope um negcio jurdico, considera-se que ela est ciente de suas obrigaes, que esta pessoa deseja realizar o contrato proposto. Se os termos do contrato desobriguem o proponente extingue a sua obrigao. Ainda a prpria natureza do negcio pode desobrigar o proponente e ainda as prprias circunstncias do caso, que podem a vir identificar a impossibilidade de cumprimento da obrigao por parte do proponente. Proponente = Policitante Aceitante = Oblato Aceitao expressa ou tcita Pr propositura Fase pr contratual Proposio Na fase anterior propositura, ou seja na fase pr propositura, no se consegue cobrar a obrigao das partes, apenas aps o incios o incio da propositura. A obrigao aps a propositura contratual, antes disto extracontratual, responsabilidade civil aquiliana. Obrigao extracontratual no cabe reparao de danos, no cabe processo, por ser da faze pr propositura, apenas a fase negocial, sem documentos. Negociaes preliminares (puntuao) so diferentes da proposta propriamente dita. Uma conversa sobre o objeto e condies no corresponde a proposta em si. Esta situao corresponde fase preliminar, da pr-propositura. Acontece, principalmente, quando o objeto complexo, como, por exemplo compra de um imvel em que o interessado pesquisa, visita, discute sobre as caractersticas da aquisio, representando a fase preliminar, pr-contratual do [email protected] (47) 9187-464510

Formao Contratual

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Exemplo: Embargos Infringentes n. 2007.062777-3, da Capital, re. Des. Mazoni Ferreira. a simples proposta do vendedor no enseja a obrigao de cumprir. PROPOSTA a oferta de contratar, tambm denominada policitao. quando se inicia o contrato. Conceito do Professor: A formao de um contrato propriamente dita se inicia com a oferta de contratar, chamada de proposta ou policitao, sendo o seu autor identificado como proponente ou policitante. No se confunde a proposta com as negociaes preliminares, pois ao contrrio destas, a proposta encerra oferta sria e completa de contratao segundo magistrio de Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho (Novo Curso de Direito Civil). Requisitos de Validade da Proposta Proposta Sria deve ser passvel de reconhecimento. Completa deve configurar os elementos de um contrato, caso contrrio, ela no gera a sua elaborao. So requisitos bsicos da proposta: Seriedade e Completude. Conceito do Professor: Vincula o proponente ao seu contedo, e significa que se a outra parte, a quem foi dirigida a proposta, vier a aceit-la, no mais poder o proponente se negar a mant-la. Ressalva da parte final do art. 427, CC. [...] circunstncias do fato.Art. 428. Deixa de ser obrigatria a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, no foi imediatamente aceita. Considera-se tambm presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicao semelhante; [email protected] (47) 9187-464511

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II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, no tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratao do proponente.

Proposta Pessoa Presente aquela que simultaneamente est tratando com o proponente: chat, videoconferncia, telefone, pessoalmente. Proposta Pessoa Ausente quando no conversa simultaneamente como o e-mail, que no um mtodo instantneo de comunicao, ou correio Quando a proposta for realizada sem prazo e a pessoa a que se destina a proposta esteja presente, a aceitao deve ser imediata, caso contrrio, no existe a obrigao. J quando a proposta sem prazo feita pessoa ausente, a proposta dura o tempo suficiente para que a pessoa tome conhecimento e responda com a sua posio. A falta de resposta tambm desobriga o proponente, quando comprovado que houve o tempo hbil para receber a resposta. O correto que a proposta tenha prazo, quando a pessoa esteja ausente, pois assim poder ser discutida qualquer divergncia sobre as obrigaes do proponente. Se a pessoa que recebeu a proposta no responder no tempo do seu prazo pr fixado, desobriga o proponente das obrigaes propostas. Ainda, se antes da proposta ou se ao mesmo tempo, chegar ao conhecimento da outra parte a retratao do proponente, desobriga-o do proposto. OFERTA PBLICAArt. 429. A oferta ao pblico equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrrio resultar das circunstncias ou dos usos. Pargrafo nico. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgao, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.

Oferta ao pblico considerada proposta quando detm os requisitos essenciais de um contrato. Porm com a ressalva de que as circunstancias dos usos

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revelar falta de obrigao. Um elemento de marketing no pode ser considerada uma oferta, uma proposta quer pagar quanto das Casas Bahia um exemplo. Conceito do Professor: A proposta pode no ser dirigida a uma pessoa determinada, mas sim a toda uma coletividade, no sentido de contratar. Seria a hiptese de anncios pagos na televiso, em jornais, em revistas, nos sites da Internet, onde o proponente fornece numero de telefone para que o pedido seja feito ou fornece cupom no prprio anuncio ou oferta na tela do computador. Esse pedido tem a natureza jurdica de aceitao proposta feita por meio do anuncio e como tal deve ser tratada. A diferena entre a proposta e a oferta que a primeira direcionada a uma pessoa, e a segunda dirigida a uma populao, coletividade. CIRCUNSTANCIAS ESPECFICASArt. 430. Se a aceitao, por circunstncia imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunic-lo- imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. Art. 431. A aceitao fora do prazo, com adies, restries, ou modificaes, importar nova proposta. Art. 432. Se o negcio for daqueles em que no seja costume a aceitao expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se- concludo o contrato, no chegando a tempo a recusa. Art. 433. Considera-se inexistente a aceitao, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratao do aceitante. Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitao expedida, exceto: I - no caso do artigo antecedente; II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela no chegar no prazo convencionado.

Quando o proponente ficar sabendo da aceitao da outra parte fora do prazo da validade da proposta por formas imprevistas, o proponente deve avisar o aceitante que seu aceite foi conhecido tardiamente e sem culpa do proponente. Assim, se exime de obrigao, caso contrrio gera perdas e danos. A aceitao de proposta fora do prazo da sua validade gera uma nova proposta e no contraproposta.

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Se a aceitao for comumente tcita de uma transao, e as atitudes da parte correspondem a vontade de aceitar, o contrato considera-se concludo (BOA F). Quando a pessoa est ausente o contrato passa a existir no momento em que a proposta foi aceita, e no quando o proponente toma conhecimento do aceite, pois este estabeleceu a sua vontade e o aceitante acatou, aceitou. Isto s no acontece quando o aceitante se retratar antes ou simultaneamente o proponente assim tomar conhecimento, ou quando o proponente se comprometer a aguardar a resposta, ou se a resposta no chegar no prazo determinado. Status quo ante estado em que as pessoas se encontravam antes do contrato. LOCAL DA FORMAO DOS CONTRATOSArt. 435. Reputar-se- celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.

o local da propositura do contrato, ou seja, onde estiver o proponente, e onde ele e fizer a proposta ser o local da formao do contrato. Isso importante para que se utilize dos usos e costumes de cada local, que ser considerado o local da propositura.Art. 113. Os negcios jurdicos devem ser interpretados conforme a boa-f e os usos do lugar de sua celebrao.

Conceito do Professor: Com base doutrinria, estariam, formados no local de domiclio do proponente, e se pessoa jurdica, o de sua sede, mas cumpre ressaltar que tanto para a referncia do dispositivo legal, quanto para a referencia doutrinaria, no estariam compreendidos nesta regra os contratos de consumo, j que dispem de regras prprias de competncia para as aes de responsabilidade do fornecedor.

CLASSIFICAO DOS CONTRATOS

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CONTRATOS REAIS Somente existe quando o bem entregue (o comodato, por exemplo). Exige a tradiao, ou seja, a entrega do bem. Atualmente, os contratos reais so minoria. CONTRATOS CONSENSUAIS Se aprimoram, nascem pelo consenso, ou seja, pelo acordo de vontades. A partir do momento em que se d a proposta e h a aceitao desta, acontece a contratao. Os atos posteriores do somente forma ao contrato (compra e venda, por exemplo). Nem todo contrato assim, h as excees, que so os contratos reais. CONTRATOS UNILATERAIS Uma das partes no tem a autonomia para discutir as obrigaes recprocas do contrato (em regra, so os contratos gratuitos. Doao sem encargos, por exemplo). Unilateral imperfeito ou bilateral imperfeito: surgiu para agasalhar a doao com encargos, especificamente. Isso por que nesse caso apesar de ambos terem obrigaes, uma das partes no tem autonomia para discutir as obrigaes recprocas. Quem prope determina, e o outro tem que cumprir. CONTRATOS BILATERAIS A proposta e a aceitao podem ser discutidas. As duas partes tem obrigaes, e por isso podem transigir/discutir entre as obrigaes recprocas. CONTRATOS PLURILATERAIS

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Plurilateral: mais pessoas, e todas com obrigaes recprocas entre si, com relao ao objeto (consrcio). Tem que analisar a quantidade e o conjunto de obrigaes, e como essas pessoas se relacionam com essas obrigaes. No simplesmente a quantidade de pessoas.

INTERPRETAO DOS CONTRATOS

EFEITOS DOS CONTRATOS

EXTINO DOS CONTRATOS

CUMPRIMENTO DAS OBRIGAES. A execuo , pois, o modo normal de extino do vnculo contratual, no suscitando, por isso, quaisquer problemas quanto forma e aos efeitos, j que uma vez executado o contrato, extinguir-se-o todos os direitos e obrigaes que este originou. (DINIZ, 2003, p. 150).APELAO CVEL. AO DE RESCISO CONTRATUAL C/C COBRANA DE MULTA E ENCARGOS CONTRATUAIS. CONTRATO DE PRESTAO DE SERVIOS ENTRE EMPRESA MDICA E HOSPITAL PARTICULAR. AVENA QUE OBSERVA O PRINCPIO DO EQUILBRIO CONTRATUAL. PARTES QUE LIVRE E CONSCIENTEMENTE PACTUAM, NEGOCIANDO EQUITATIVAMENTE AS CLUSULAS DO AJUSTE. DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL POR PARTE DO HOSPITAL EVIDENCIADO. PREVISO DE CLUSULA RESOLUTRIA EXPRESSA. CONTRATADA QUE ANTES DE RESCINDIR O PACTO, NOTIFICA EXTRAJUDICIALMENTE A CONTRATANTE, CUMPRINDO, NA SEQUNCIA, O AVISO PRVIO DE UM MS. INSTRUMENTO CONTRATUAL QUE PRESCREVE MULTA RESCISRIA A QUEM DER CAUSA AO INADIMPLEMENTO, ALM DE OUTRAS PENALIDADES PELO DESCUMPRIMENTO DE CLUSULAS ESPECFICAS. HAVENDO O FIEL CUMPRIMENTO DAS OBRIGAES DA PRESTADORA DE SERVIOS, LEGTIMA SUA EXPECTATIVA E, [email protected] (47) 9187-464516

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POR CONSEGUINTE, SEU PLEITO JUDICIAL DE VER-SE RESSARCIDA DOS PREJUZOS DECORRENTES DA CONDUTA DA CONTRAPARTE. OBSERVNCIA DOS PRINCPIOS DO EQUILBRIO E DA BOA-F CONTRATUAL.RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (Apelao Cvel n. 2007.014933-4, de Balnerio Cambori, rel. Des. Ronei Danielli).

O julgado apresentado corrobora a conceituao doutrinria apresentada inicialmente, pois destaca o livre e consciente acordo entre as partes e o fiel cumprimento das obrigaes acordadas. Assim, o contrato extinto pelo cumprimento, pelo atendimento das obrigaes que foram ajustadas pelas partes.

DISTRATO . A resilio bilateral ou distrato, conforme afirma Dower (2005, p. 41-42): o atos pelos quais as partes desfazem o contrato que fizeram.APELAO CVEL. AO DECLARATRIA DE NULIDADE DE CLUSULA CONTRATUAL E DEVOLUO DAS PARCELAS PAGAS. CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE IMVEL. APLICABILIDADE DO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PREFACIAL DE NULIDADE DA SENTENA POR FALTA DE FUNDAMENTAO. INOCORRNCIA. SENTENA QUE, APESAR DE SUSCINTA, EVIDENCIA SUFICIENTEMENTE O CONVENCIMENTO DO MAGISTRADO. OBSERVNCIA DO PRINCPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. NULIDADE NO CONFIGURADA. PREFACIAL DE PRESCRIO. NULIDADE ABSOLUTA DA CLUSULA CONTRATUAL INQUINADA. MANIFESTA CONTRARIEDADE LEI. PRAZO PRESCRICIONAL SUBMETIDO REGRA GERAL DO ARTIGO 177 DO CDIGO CIVIL DE 1916. PRESCRIO VINTENRIA INOCORRENTE. PREFACIAL AFASTADA. MRITO: DISTRATO CELEBRADO ENTRE AS PARTES. CLUSULA PREVENDO A RESTITUIO PELA CONSTRUTORA DOS VALORES PAGOS POR MEIO DE CARTA DE CRDITO SEM PRAZO PARA CUMPRIMENTO E COM VALOR FIXADO EM CUB's. MANIFESTA ABUSIVIDADE DA CLUSULA. NULIDADE ABSOLUTA RECONHECIDA. DIREITO DA CONSUMIDORA RESTITUIO INTEGRAL DO VALOR PAGO. EM MOEDA CORRENTE NACIONAL E DE UMA S VEZ. OBRIGAO DECORRENTE DO ACORDO DE VONTADES (DISTRATO). RESPEITO AO PRINCPIO DA BOA-F OBJETIVA. ALEGAO DA CONSTRUTORA DE GASTOS COM TRIBUTOS E COMISSO DE CORRETAGEM EM RAZO DO DISTRATO. DESFAZIMENTO DO CONTRATO POR MEIO DE ACORDO DE VONTADES (DISTRATO). IMPOSSIBILIDADE DE IMPUTAR AUTORA A CULPA PELO ROMPIMENTO DA AVENA. EFETIVO PREJUZO, ADEMAIS, NO COMPROVADO PELA CONSTRUTORA. NUS DA PROVA QUE A ELA INCUMBIA. MINORAO DOS HONORRIOS ADVOCATCIOS INVIVEL, PORQUE FIXADOS NO MNIMO LEGAL. JUROS DE MORA DE 1% AO MS E CORREO MONETRIA. CORRETAMENTE FIXADOS. TERMO INICIAL A CONTAR DO TRNSITO EM JULGADO. MOMENTO DA

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LIQUIDAO DO VALOR DE 41,648 CUB'S. SENTENA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. APLICAO DE OFCIO DAS PENAS POR LITIGNCIA DE M-F - RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATRIO. INSURGNCIA REITERADA CONTRA ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL CONSOLIDADO. "Os distratos no podem conter clusulas de adimplemento em cartas de crdito sem prazo para pagamento ou em valores referenciais, mesmo que o indexador seja oficial. Exige-se que o contrato seja celebrado e tenha como padro a moeda corrente nacional, que atualmente o Real, e nada mais, sob pena de burla lei e nulidade da referida clusula" (TJSC, Apelao Cvel n. 1998.012209-9, da Capital, relator Des. Carlos Prudncio, julgada em 01/06/1999). (Apelao Cvel n. 2007.029184-6, da Capital, rel. Des. Denise Volpato)

Distrato, ento, a expresso da vontade das partes em rescindir o contrato firmado. Esta afirmao confirmada tambm pelo julgado apresentado, quando explicitado que o trmino do acordo d-se em razo do acordo de vontade das partes.

ARREPENDIMENTO (P. EX. CDC). O direito de arrependimento pode estar previsto no prprio contrato, quando os contraentes estipularem, expressamente, que o ajuste ser rescindido, mediante declarao unilateral de vontade, se qualquer deles se arrepender de t-lo celebrado, sob pena de pagar multa penitencial, devida como uma compensao pecuniria a ser recebida pelo lesado com o arrependimento.APELAO CVEL - AO DECLARATRIA DE INEXISTNCIA DE DBITO, PRECEDIDA DE CAUTELAR DE SUSTAO DE PROTESTO SENTENA REJEITANDO O PEDIDO. INSURGNCIA DA ACIONANTE EMISSO DE CHEQUES PARA AQUISIO DE "ESTEIRA RELAX SYSTEM" - AUTORA QUE, APS ALGUNS DIAS DE USO, REMETEU O PRODUTO PARA REPAROS JUNTO DEMANDADA, A QUAL NADA CONSTOU QUANTO A ALEGADOS VCIOS NA MERCADORIA - RECUSA DA ACIONANTE EM RECEBER A DEVOLUO DO BEM, ALEGANDO ARREPENDIMENTO ACERCA DA REALIZAO DO NEGCIO JURDICO IMPOSSIBILIDADE - DECURSO DO PRAZO DE 7 DIAS PREVISTO NO ART. 49 DO CDC, TORNANDO INSUBSISTENTE O DIREITO DO CONSUMIDOR EM DESISTIR DO CONTRATO - AUSNCIA DE PROVAS DEMONSTRANDO EVENTUAL RESPONSABILIDADE DA FORNECEDORA POR VCIOS NO PRODUTO - NUS QUE COMPETIA ACIONANTE (ART. 333, I, DO CPC) - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (Apelao Cvel n. 2007.053276-6, de Campos Novos, rel. Des. Marco Aurlio Gastaldi Buzzi)

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Fica claro que o arrependimento extingue a relao contratual quando um dos envolvidos no mais deseja ser parte daquele acordo. Contudo, h que se mencionar que existem condies para que este arrependimento seja vlido, no relacionadas nesta pesquisa.

REVOGAO (P. EX. MANDATO). Venosa (2011, p. 512) ensina: [...] na revogao so retirados os efeitos jurdicos de um ato jurdico, que foram previamente outorgados.REVOGAO DE MANDATO. CLUSULA DE IRREVOGABILIDADE. NO SUBSISTNCIA. FIDCIA. QUEBRA DO ELEMENTO SUBJETIVO. SENTENA DE IMPROCEDNCIA MANTIDA. O mandato plenamente revogvel, mesmo diante da existncia de clusula de irrevogabilidade, isto porque o principal elemento deste tipo de pactuao a fidcia que, quando no mais persiste, fica cometido ao nuto do mandante a sua revogao, isento de explicar os motivos desta manifestao de vontade, frente ao carter subjetivo do elemento psicolgico preponderante, ressalvado ao mandatrio a perseguio de eventuais perdas e danos. RECURSO DESPROVIDO. (Apelao Cvel n. 2011.055733-8, de Jaragu do Sul, rel. Des. Gilberto Gomes de Oliveira)

Este julgado apresenta o conceito de que a revogao de mandato ocorre quando no mais existe a confiana plena na pessoa outorgada, confirmando a explicao de que representa a excluso da autoridade inicialmente instituda a uma pessoa.

INADIMPLEMENTO O descumprimento da obrigao, que pressupe uma srie de questes, entre elas, as espcies de inadimplemento, as hipteses de caso fortuito e de fora maior, a culpa em sentido amplo e os efeitos jurdicos do inadimplemento.APELAO CVEL. CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE LOTE URBANO. IMPROCEDNCIA NA ORIGEM. INSURGNCIA DA AUTORA. INADIMPLEMENTO CONTRATUAL. PAGAMENTO NO EFETUADO NO PRAZO ACORDADO. RESILIO CONTRATUAL AUTORIZADA. MULTA [email protected] (47) 9187-464519

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CONTRATUAL INDEVIDA. CULPA EXCLUSIVA DA AUTORA. - DANOS MATERIAIS. DESPESAS HAVIDAS COM O IMVEL QUE NO SE CARACTERIZAM COMO BENFEITORIAS. INCUMBNCIA EXCLUSIVA DA AUTORA. - RECURSO IMPROVIDO. - A incidncia de clusula penal em contrato de compra e venda est condicionada a comprovao do inadimplemento de uma das partes, que ser o nus do requerente. Se, como no presente caso, o postulante deu causa a inadimplncia ao deixar escoar o prazo para pagamento in albis, no h guarida para sua pretenso. (Apelao Cvel n. 2008.050702-7, de So Miguel do Oeste, rel. Des. Guilherme Nunes Born)

Assim, o inadimplemento contratual o no atendimento s condies estabelecidas no pacto, fato que extingue o contrato celebrado.

INEXECUO INVOLUNTRIA (RESOLUO). Venosa (2011, p. 512) ensina que o termo resoluo , geralmente, reservado para as hipteses de inexecuo do contrato por uma das partes [...]APELAO CVEL - AO DE RESCISO DE CONTRATO CUMULADA COM REPETIO DE INDBITO - TRANSPORTE DE ALGODO EM PLUMA - ROUBO DA CARGA - FRETE PAGO ANTECIPADAMENTE INEXECUO INVOLUNTRIA DA AVENA - RESTITUIO DO VALOR PELO TRANSPORTADOR DEVIDA - OBRIGAO DE RESULTADO NO SATISFEITA - RETORNO DAS PARTES AO STATUS QUO ANTE SENTENA REFORMADA - RECURSO PROVIDO. Sendo de resultado o contrato de transporte, a inexecuo da obrigao, mesmo involuntria, impe a resciso do termo, com a consequente devoluo do valor do frete pelo transportador, pago antecipadamente, por ocasio da celebrao do negcio. (Apelao Cvel n. 2004.004469-0, de Lages, rel. Des. Wilson Augusto do Nascimento)

Acontece a inexecuo involuntria e a consequente extino do contrato quando uma das partes no consegue cumprir suas obrigaes contratuais por fora de acontecimentos fortuitos ou fora maior, que fugiam de seu controle e portanto, caracteriza a involuntariedade do descumprimento.

EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS.

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A exceptio non adimpleti contractus uma maneira de obrigar o devedor a pagar seu dbito, para que a outra parte possa cumprir sua obrigao no contrato, e a exceptio poder ser invocada a qualquer momento, independente do motivo que levou a outra parte ao inadimplemento. De acordo com o artigo 476 do Cdigo Civil apenas aos contratos bilaterais pode ser aplicada a exceo do contrato no cumprido, fica excluda a aplicao em contratos unilaterais, tendo como justificativa de que nestes no h contraprestao para uma das partes.INDENIZAO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. CONTRATO DE SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAO PARA A CONSTRUO DE UM HOTEL. FRACASSO DO EMPREENDIMENTO. EXCEO DO CONTRATO NO CUMPRIDO COMO MATRIA DE DEFESA. SENTENA DE IMPROCEDNCIA. RECURSO DO AUTOR. INDENIZAES DEVIDAS DIANTE DO PAGAMENTO INTEGRAL DE SUA PARTE NA AVENA. PROVAS COLACIONADAS QUE DEMONSTRAM O PAGAMENTO APENAS PARCIAL DE SUAS OBRIGAES. EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS. DANO MORAL NO CARACTERIZADO. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Do princpio pacta sunt servanda deriva a obrigao de que ambos os contratantes, e no apenas um, cumpram os deveres assumidos no momento da celebrao do negcio. Se presente a hiptese dos artigos 1.092 do Cdigo Civil de 1916 e 476 do Cdigo Civil de 2002, pode o pactuante ru opor-se, com xito, pretenso de resoluo formulada pela parte contrria, com base em alegada inadimplncia, a exceptio non adimpleti contractus RECURSO DO RU. MAJORAO DOS HONORRIOS ADVOCATCIOS. VERBA FIXADA EQUITATIVAMENTE, COM BASE NO ARTIGO 20, 3 E 4, DO CDIGO DE PROCESSO CIVIL. QUANTUM CONDIZENTE COM OS PARMETROS LEGAIS. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (Apelao Cvel n. 2008.050769-4, de Balnerio Cambori, rel. Des. Jaime Luiz Vicari)

Corroborando com o conceito inicialmente proposto, o julgado apresentado alerta para o cumprimento das obrigaes contratuais por ambas as partes, sendo que uma vez tendo sido adimplida a obrigao de uma parte, a outra dever assim tambm proceder.

RESOLUO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA Reza o art. 478 do Cdigo Civil que,Art. 478 Nos contratos de execuo continuada ou diferida, se a prestao de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinrios e imprevisveis, [email protected] (47) 9187-464521

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poder o devedor pedir a resoluo do contrato. Os efeitos da sentena que a decretar retroagiro data da citao.

A resoluo por onerosidade excessiva acontece quando corre um evento que dificulta o cumprimento da obrigao por uma das partes lhe causando um grande encargo, caracterizando um obstculo, uma dificuldade no cumprimento da obrigao.Apelao cvel. Arrendamento mercantil. Ao de resciso contratual. Aplicabilidade do Cdigo de Defesa do Consumidor. Smula n. 297 do STJ.O Cdigo de Defesa do Consumidor aplicvel ao contrato de arrendamento mercantil. Apelao cvel. Arrendamento mercantil. Resciso contratual por onerosidade excessiva. Variao cambial abrupta com reflexo no reajuste das parcelas mensais. Possibilidade. Direito do arrendatrio. Devoluo do bem arrendante. Indenizao indevida. Ausncia de prova de captao dos recursos no exterior. Ilegalidade do ndice de correo monetria eleito. lcito ao arrendatrio optar pela resciso do contrato de arrendamento mercantil se assim lhe convier por motivo justificado na onerosidade excessiva da operao, a qual no fora prevista no momento em foi celebrada, ficando livre do dever de indenizar, se o bem objeto do arrendamento restou devolvido em timo estado de conservao.Sem a prova da captao dos recursos no exterior invivel a atualizao das prestaes mensais de contrato de arrendamento com base na variao cambial.Apelao cvel. Arrendamento mercantil. Resciso contratual. Efeitos. Valor Residual Garantido (VRG). Pagamento antecipado. Bem depositado judicialmente, tendo a arrendante assumido o encargo de depositria. Opo de compra inviabilizada. Devoluo. Possibilidade. Perda das parcelas pagas e exigibilidade das vencidas, admitida a compensao. Consequncia do uso e fruio do bem pelo arrendatrio.A importncia paga antecipadamente sob a forma de valor residual garantido deve ser restituda ao arrendatrio se o contrato foi rescindido e garantiu-se a reintegrao do bem arrendante.A arrendante faz jus s parcelas contratuais quitadas, bem como quelas vencidas durante o perodo em que a arrendatria permaneceu com a posse do bem, a ttulo de contraprestao pelo seu uso e fruio.Apelao cvel. Arrendamento mercantil. Dever de indenizar o prejuzo causado pela depreciao econmica do bem arrendado aps a sua devoluo arrendante. Inocorrncia. Ausncia de culpa do arrendatrio.Aps a devoluo do bem arrendante, no possvel responsabilizar o arrendatrio por eventual prejuzo resultante da sua depreciao econmica.Processual civil. Sucumbncia. Honorrios advocatcios. Verba honorria fixada em 20% do valor da condenao. Circunstncias do 3 do art. 20 do CPC que recomendam o percentual eleito. Manuteno.Se h condenao, o valor da verba honorria levar tal fato em considerao. E se o profissional agiu com zelo, dedicao e competncia, nada mais natural do que a fixao no percentual mximo estipulado pelo legislador. (Apelao Cvel n. 2002.002396-5, de Blumenau, rel. Des. Jnio Machado)

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O julgado apresentado comprova o conceito apresentado, quando revela que no caso julgado houve o excessiva onerosidade contratual, impossibilitando o adimplemento por parte do devedor.

DENNCIA UNILATERAL (RESILIO) A denuncia unilateral extingue o contrato pela declarao de uma das partes de sua desistncia daquela relao contratual, conforme explica Diniz (2003, 165). A uma dissoluo do contrato pelas simples declaraes de uma das partes, sendo muito comuns nos casos de mandato, comodato, no depsito e em contratos execuo continuadas. Assumindo em certos casos, a feio especial de revogao, renncia e resgate, sempre produzindo efeito ex nunc.

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLANO COLETIVO DE SADE. RESILIO UNILATERAL PELA CONTRATADA. INADIMPLEMENTO DA CONTRATANTE. REPASSE AOS USURIOS, DE 100% DO VALOR DOS PROCEDIMENTOS. CASO CONCRETO. INEXISTNCIA DE INADIMPLNCIA DOS USURIOS. SITUAO QUE RECOMENDA QUE SE AGUARDE O DESLINDE DA AO PRINCIPAL. VIOLAO A DIREITO SOCIAL. PRUDNCIA. DECISO MANTIDA. Havendo gldio entre contratante e contratada em seguro de sade coletivo, sem que se possa estabelecer, ictu oculi, a legitimidade de ruptura unilateral do pacto, mais aconselha uma medida drstica administrativa contra o contratante, no sentido de corrigir suas atitudes - respeitando o contrato e as recomendaes dos rgos competentes - do que a ruptura do contrato, colocando em maiores dificuldades a situao daqueles que se apresentam como meros 'objetos' da contratao (usurios), e que nenhuma ingerncia tem sobre a correo da atitude de uma e outra partes do contrato. Consentneo com o princpio da proporcionalidade que se mantenha o contrato at que as partes esgotem seus argumentos na ao principal. RECURSO NO PROVIDO. (Agravo de Instrumento n. 2011.005362-7, de Curitibanos, rel. Des. Gilberto Gomes de Oliveira)

Assim, fica confirmado que existe a dissoluo do contrato de forma unilateral pela notificao da parte que deseja desistir do acordo, dentro do prazo legal.

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OUTRAS DISPOSIES SOBRE CONTRATOS

DOUTRINAS PESQUISADAS: DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria das Obrigaes Contratuais e Extracontratuais, 3. Volume. 18. ed. Editora Saraiva. 2003. DOWER, Nelson Godoy Bassil. Direito Civil: Contratos Simplificado. 2. ed. Editora Jurdicos Ltda. So Paulo. 2005. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: Teoria Geral das Obrigaes e Teoria Geral dos Contratos. 11. ed. So Paulo: Atlas, 2011.

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