Diagnóstico da Situação Atual da Limpeza Urbana e do Manejo dos Resíduos Sólidos Urbanos em Campinas, Objetivos e Metas
Diagnóstico da Situação Atual da Limpeza Urbana e do Manejo dos Resíduos Sólidos Urbanos em
Campinas, Objetivos e Metas
Em atendimento às solicitações definidas no Chamamento Público no 01/2016, referente ao
Estudo de Viabilidade Técnica, Ambiental, Econômico-financeira e Jurídica para a Concessão dos
Serviços Integrados de Limpeza Urbana, Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Muni-
cípio de Campinas está apresentado, a seguir, o diagnóstico da situação atual da limpeza urbana
e do manejo dos resíduos sólidos urbanos no Município, através dos seguintes tópicos:
Conhecimento do problema;
Plano de trabalho - projeto proposto.
1. Conhecimento do Problema
O CONSÓRCIO CAMP AMBIENTAL apresenta, a seguir, o conhecimento da situação atual e os
dados da sistemática adotada para o manejo dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSUs) no Município,
distribuídos nos seguintes subitens:
Conhecimento do Município;
Conhecimento dos serviços atuais e dados históricos;
Conhecimento da situação legal da prestação dos serviços;
Conhecimento dos dados financeiros.
1.1. Conhecimento do Município
A seguir, estão descritas as principais características físicas e socioeconômicas do Município de
Campinas.
1.1.1. Conhecimento do Local
O Municipio de Campinas está localizado no Estado de São Paulo, na região sudeste do País.
Pertence à microrregião e mesorregião homônimas, distando 99 km da Capital do Estado, São
Paulo. Suas coordenadas geograficas são: 22o53’20” de latitude Sul e 47o04’40” de longitude
Oeste.
O Município possui área territorial de 794,433 km², sendo que 238,323 km² estão em perímetro
urbano e os 566,11 km² restantes constituem a zona rural.
Município de Campinas
Tem como limítrofe os seguintes Municípios:
Ao norte: Paulínia, Jaguariúna e Pedreira;
Ao sul: Itupeva, Indaiatuba e Monte Mor;
A leste: Morungaba, Itatiba e Valinhos;
A oeste: Hortolândia e Sumaré.
Mapa dos Municípios Limítrofes do Município de Campinas
O Município pode ser acessado através das Rodovias:
Rodovia Anhanguera, a SP-330, que cruza a Cidade;
Rodovia dos Bandeirantes, a SP-348, que passa pela região sul da Cidade;
Rodovia Dom Pedro I, a SP-065;
Rodovia Santos Dumont, a SP-075;
Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença, a SP-101;
Rodovia Professor Zeferino Vaz, a SP-332;
Rodovia Governador Doutor Adhemar de Barros, a SP-340;
Rodovia José Roberto Magalhães Teixeira, a SP-083, também conhecida por Anel Viário de
Campinas.
Principais Acessos Rodoviários do Município de Campinas
Principais Acessos Rodoviários do Município de Campinas
1.1.1.1. Climatologia
a) Clima
Campinas localiza-se em uma area de transicao entre os climas tropical e subtropical, sofrendo
influencias das massas de ar equatorial continental, tropical atlantica e polar atlantica.
O clima de Campinas é tropical de altitude (tipo Cwa, segundo Köppen), com a diminuição de
chuvas no inverno e temperatura média anual de 20,7oC, tendo invernos secos e amenos e
verões chuvosos com temperaturas moderadamente altas.
O mês mais quente, fevereiro, possui temperatura média de 23,4oC, e o mais frio, julho, com
temperatura média de 17,2oC. O outono e a primavera são estações de transição.
Segundo os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes aos períodos de
1961 a 1967 (até 31 de agosto) e de 1971 a 1981 (até 31 de março), a menor temperatura
registrada em Campinas foi de 0,6oC, em 21 de agosto de 1965 e 18 de julho de 1975, e a maior
atingiu 37,7oC, em 21 de setembro de 1961.
b) Pluviometria
A precipitação pluviométrica média anual e de 1.381 mm, com o período chuvoso ocorrendo
entre os meses de outubro a março, e o período seco, entre abril e setembro, sendo janeiro o
mês de maior precipitação (226 mm).
As precipitações ocorrem principalmente sob a forma de chuva e, às vezes, de granizo, podendo
ser de forte intensidade e ainda acompanhadas de raios e trovoadas.
Conforme os registros do Instituto Agronômico de Campinas, o ano com menor precipitação foi
1944, com 836,5 mm. Outros anos com precipitações abaixo de 1.000 mm foram 1924, 1978,
1921 e 1968, enquanto o ano com maior precipitação foi 1983, com 2.112 mm, em função de
uma intensa atividade do fenômeno meteorológico El Niño.
A umidade do ar é relativamente alta, com médias mensais entre 60 e 80%, sendo a média anual
de 71%, podendo ficar abaixo dos 30%, principalmente à tarde, durante o inverno.
O quadro, a seguir, apresenta os dados meteorológicos de Campinas, no período de 1988 a 2008,
com base nos dados observados pelo CEPAGRI - Centro de Pesquisa Meteorologicas e Climáticas
Aplicadas à Agricultura.
Dados Meteorológicos do Município de Campinas
Meses
Temperatura do Ar (oC)
Chuva (mm)
Umidade (%)
Média Máxima Média
Máxima Absoluta
Mínima Média
Mínima Absoluta
Média Máxima
em 24 Horas
9 Horas 15 Horas
Janeiro 25,0 30,0 36,0 19,8 14,0 280,0 132,2 78,0 57,0
Fevereiro 24,9 30,0 35,6 19,9 14,2 215,9 104,8 78,0 54,0
Março 25,0 30,0 35,0 19,6 15,0 162,3 107,6 73,0 50,0
Abril 23,1 28,5 34,1 17,6 7,0 58,6 68,0 72,0 47,0
Maio 20,0 26,0 32,0 14,5 4,0 63,3 143,4 75,0 46,0
Junho 18,8 24,8 31,0 12,9 0,0 35,4 35,5 75,0 43,0
Julho 19,0 25,0 32,0 12,3 2,0 43,3 50,8 73,0 41,0
Agosto 20,5 27,2 34,4 13,8 5,0 22,9 34,2 67,0 36,0
Setembro 22,0 28,0 37,6 15,8 5,6 59,5 48,0 68,0 43,0
Outubro 23,3 29,1 37,4 17,6 9,4 123,5 110,4 70,0 46,0
Novembro 24,0 29,0 36,8 18,3 10,9 155,6 88,0 72,0 49,0
Dezembro 24,3 29,6 36,0 19,1 11,6 203,9 126,5 75,0 54,0
Anual 22,0 28,0 37,6 16,8 0,0 1425,0 143,4 73,0 47,0
1.1.1.2. Geologia
O Município de Campinas abrange, basicamente, os seguintes tipos de terrenos geológicos: a
leste, rochas ígneas das Suítes Graníticas Jaguariúna e Morungaba (PSγ) e rochas metamórficas
do Complexo Itapira (Pmi) e, a oeste, rochas sedimentares do Subgrupo Itararé (CPi) e rocha
ígnea do mesmo evento gerador da Formação Serra Geral.
As Suites Graniticas sao formadas, como o nome sugere, por rochas graniticas. Ja o Complexo
Itapira tem predominio de gnaisses. O Subgrupo Itarare tem na sua formacao arenitos, ritmitos,
diamictitos e lamitos.
A Formacao Serra Geral e composta por rochas diabasicas (JKd), que afloram nos topos de
colinas, com a coloracao variando entre cinza escura à preta, com granulacao fina ou muito fina
e estrutura macica. Existe, ainda, ao longo das planicies fluviais, a ocorrencia de aluvioes (QA),
sedimentos compostos por arenitos, argilitos e cascalhos (IG, 2009).
As principais estruturas geologicas que ocorrem na regiao sao: a Zona de Cisalhamento
Campinas (ZCC) e a Zona de Cisalhamento Valinhos (ZCV), que deformam as rochas e afetam a
sua composicao e estrutura.
O mapa, a seguir, apresenta a geologia de Campinas, com base nos dados observados pelo IG
(2009).
1.1.1.3. Geomorfologia
Campinas caracteriza-se por estar em uma regiao de transicao entre duas formacoes
geomorfologicas: o Planalto Atlantico e a Depressao Periferica. O Planalto Atlantico corresponde
aos relevos de morros e serras, com altitude maxima de 990 m, sustentados pelos granitos das
Suites Graniticas Jaguariuna e Morungaba e gnaisses do Complexo Itapira, localizados na porcao
leste do Municipio. Na porcao oeste, a Depressao Periferica, formada por relevos de colinas e
morrotes, com altitude variando entre 600 e 700 m, sustentados por rochas sedimentares do
Subgrupo Itarare (arenitos, siltitos, lamitos) e diabasios da Formacao Serra Geral, abrigam a
maior parte da malha urbana de Campinas. Na area de transicao entre as duas formacoes
ocorrem gnaisses e rochas miloniticas das Zonas de Cisalhamento Valinhos e Campinas (IG,
2009).
Segundo Yoshinaga (1995), o Planalto Atlantico abriga dois tipos de terrenos: os Amorreados de
inclinacao moderada a forte e os Amorreados ondulados a inclinados. Ambos apresentam alta
susceptibilidade a erosao, devido ao tipo de solo e a declividade (12 a 30% nos Amorreados de
inclinacao moderada a forte e 9 a 21% nos Amorreados ondulados e inclinados).
As ocupacoes urbana e agropecuaria foram consideradas apropriadas e a industrial, impropria.
Os terrenos Colinosos ondulados a inclinados, onde ocorrem os gnaisses do Complexo Itapira,
marcam a transicao entre o Planalto Atlantico e a Depressao Periferica. Estes terrenos sao
apropriados para as ocupacoes urbana, industrial e agropecuaria.
Os terrenos Colinosos suavemente ondulados (declividade entre 2 e 16%) e os Colinosos
ondulados fazem parte da Depressao Periferica. O primeiro ocorre em areas com rochas do
Subgrupo Itarare, diabasios da Formacao Serra Geral e, subordinadamente, rochas graniticas e
gnaissicas (Suite Jaguariuna e Complexo Itapira). Os Colinosos ondulados apresentam substrato
rochoso do Subgrupo Itarare e incidem, tambem, em area dominada pelo Planalto Atlantico,
associados ao Rio Atibaia e ao Ribeirao das Cabras, formando alveolos. De maneira geral, os
terrenos da Depressao Periferica sao favoraveis as ocupacões urbana, industrial e agropecuaria.
As planicies fluviais sao pouco desenvolvidas no Planalto Atlantico. Ja na Depressao Periferica,
abrangem as planicies de inundacao ou varzeas de inundacao e os baixos terracos. A ocupacao
dessas areas e impropria, dado a vulnerabilidade ambiental da area para contaminacao e os
riscos de inundacao, intensificados pela impermeabilizacao da bacia.
O mapa, a seguir, apresenta a geomorfologia de Campinas, com base nos dados observados pelo
(Yoshinaga, 1995).
Geomorfologia do Município de Campinas
Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico (2013)
1.1.1.4. Hidrografia
O Municipio de Campinas esta todo inserido na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hidricos -
UGRHI no 05, administrada pelo Comite das Bacias Hidrograficas dos Rios Piracicaba, Capivari e
Jundiai - CBH-PCJ.
As Bacias PCJ possuem uma area total de 15.303 km2, sendo 92,6% no Estado de Sao Paulo e
7,4%, no Estado de Minas Gerais, englobando 76 municipios de forma total ou parcial, sendo
que 69 destes integram o Comite PCJ e 63 possuem sede administrativa na area de abrangencia
das Bacias PCJ (59 no Estado de Sao Paulo e 4, no Estado de Minas Gerais).
De acordo com a Lei Complementar Municipal no 15/06, que dispoe sobre o Plano Diretor do
Municipio, Campinas e dividida em 5 sub-bacias hidrograficas: Bacia do Rio Jaguari, Bacia do Rio
Atibaia, Bacia do Ribeirao Quilombo, Bacia do Rio Capivari e Bacia do Rio Capivari-Mirim.
O Rio Atibaia, com vazao disponivel de 8,54 m3/s (PCJ, 2011), e o Rio Capivari, com vazao
disponivel de 2,38 m3/s (PCJ, 2011), sao responsaveis por fornecer, respectivamente, 93,5% e
6,4% da agua captada para o abastecimento do Municipio, segundo PCJ (2011). Ambos os Rios
estao enquadrados como Classe 2, na captacao do Municipio, conforme a Resolucao no 357/05
do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.
Em Campinas, apenas 0,1% do abastecimento de agua e oriundo de aquífero subterraneo.
Hidrografia do Município de Campinas
Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico (2013)
1.1.1.5. Hidrogeologia
Quanto a hidrogeologia, segundo o IG (2009), Campinas tem sua area sobre tres Sistemas de
Aquiferos: Cristalino, Diabasio e Tubarao. O Aquifero Cristalino ocupa 50% da area do Municipio,
esta localizado na porção leste e apresenta substrato rochoso cristalino do Complexo Itapira
(com predomínio dos gnaisses) e granitos de Jaguariuna e Morungaba. Segundo o DAEE
(Departamento de Águas e Energia Elétrica)(1982) apud IG (2009), a transmissividade deste
Sistema varia entre 1 e 100 m2/dia, com capacidade especifica variando entre 0,002 e
7,0 m3/h/m.
O Aquifero Tubarao ocupa 31% da area de Campinas, esta na porcao oeste e tem substrato
sedimentar do Subgrupo Itarare, com predominio dos arenitos. Segundo o DAEE (1982) apud IG
(2009), a transmissividade varia entre 1 e 40 m2/dia, com capacidade especifica entre 0,002 e
7,5 m3/h/m.
O Aquifero Diabasio localiza-se na porcao noroeste, ocupa 19% da area do Municipio e e
formado por rochas intrusivas basicas do mesmo periodo dos basaltos da Formacao Serra Geral.
Segundo o DAEE (1982) apud IG (2009), a transmissividade neste Sistema varia entre 0,25 e
28 m2/dia, com capacidade especifica entre 0,0016 a 3,9 m3/h/m.
No geral, as aguas subterraneas de Campinas sao compativeis com quase todos os tipos de usos
e tem suas caracteristicas quimicas variando de acordo com o substrato rochoso.
1.1.1.6. Vegetação
Segundo Santin (1999), no seculo XIX, Campinas era coberta por florestas densas e arvores altas
de troncos retilineos, pertencentes ao Bioma Mata Atlantica. Entre as florestas havia formacoes
com arvores de medio e alto portes, espacadas e com troncos tortuosos, ou, arvores espacadas
de pequeno porte, com formacoes pertencentes ao Bioma Cerrado. Alem dessas formacoes,
existiam areas de campos, apenas com vegetacao herbacea, denominadas de campo cerrado ou
campo limpo.
Dessa forma, Campinas esta dividida em dois Biomas principais: Mata Atlantica e Cerrado, sendo
que o primeiro incide, principalmente, na porcao leste do Municipio e o segundo, na porcao
oeste (Guirao et al. 2009).
Segundo Guirao et al. (2009), entende-se como areas verdes aquelas com funcao ecologica e/ou
social com, no minimo, 70% de sua area permeavel, possuindo vegetacao de qualquer porte
(herbacea, arbustiva ou arborea), em area publica ou privada, urbana ou rural.
Os fragmentos de vegetacao do Municipio estao divididos, principalmente, em: Floresta Estacio-
nal Semidecidual, Floresta Mista, Campo de Varzea e Cerrado. Muitos destes fragmentos estao
em processo de tombamento pelo CONDEPACC - Conselho de Defesa do Patrimonio Cultural de
Campinas, por se tratar de area de relevante interesse social e ambiental.
Outros fragmentos estao dentro de, ou em vias de se tornar, Unidades de Conservacao,
conforme a Lei Federal no 9.985/00, que dispoe sobre o SNUC - Sistema Nacional de Unidades
de Conservacao da Natureza.
Áreas Verdes do Município de Campinas
Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico (2013)
1.1.1.7. Pedologia
O clima, a geologia, o relevo, a cobertura vegetal e o regime hidrico influenciam nas
caracteristicas fisicas, quimicas e biologicas do solo. Sendo assim, o Municipio de Campinas tem
uma formacao pedologica diversificada.
Os principais tipos de solos incidentes no Municipio sao: Argissolos Vermelho-Amarelos,
Latossolos Vermelhos, Latossolos Vermelho-Amarelos e Cambissolos Haplicos, que juntos
ocupam mais de 85% da area de Campinas.
A diversidade de solos e mais evidente quando eles sao separados por atributos, como
grupamentos texturais e caracteristicas quimicas e morfologicas. Sendo assim, podemos
encontrar solos de arenosos a muito argilosos, com ou sem cascalhos, acidos ou neutros e com
horizontes diferenciados.
Na porcao leste do Municipio, a presenca dos Argissolos Vermelho-Amarelos, somada as altas
declividades, propicia uma area altamente suscetivel a erosao, principalmente na ausencia de
cobertura vegetal. Sobre os diabasios da porcao noroeste esta o Latossolo Vermelho Ferrico
(antigo Latossolo Roxo), com horizontes bem desenvolvidos, textura argilosa e alta fertilidade,
alem de erodibilidade baixa.
Ja na porcao oeste, sob a influencia do Subgrupo Itarare, destaca-se o Latossolo Vermelho-
Amarelo, que possui textura media, e bem drenado e de media erodibilidade. Ja os Cambissolos
tem porcoes nas regioes leste e oeste. Sao solos “jovens”, pouco desenvolvidos e, muitas vezes,
cascalhentos. Estas caracteristicas fazem este tipo de solo ser suscetivel a erosao. (Yoshinaga,
1995).
O mapa, a seguir, apresenta a diversidade pedologica de Campinas (Coelho, 2008).
1.1.2. Conhecimento Populacional
Este item visa analisar o comportamento populacional, tendo como base os seguintes
indicadores demograficos:
Porte e densidade populacional;
Taxa geometrica de crescimento anual da populacao;
Taxas de natalidade e fecundidade;
Grau de urbanizacao do Municipio.
De acordo com os dados do Censo 2010 (IBGE), o Municipio de Campinas apresenta uma
populacao total de 1.080.113 habitantes, que representa 38,7% do total populacional da Regiao
Metropolitana de Campinas - RMC, que e de 2.792.855 habitantes.
Sua extensao territorial de 796,75 km2 impoe uma densidade demografica de 1.355,65 hab./km2,
significativamente superior a densidade da RMC, de 766,18 hab./km2 e a do Estado, que e de
166,08 hab./km2.
Quanto a dinamica da evolucao populacional, Campinas, entre 2000 e 2010, apresentou uma
taxa geometrica de crescimento anual de 1,09 % ao ano, inferior a media da RMC, de 1,82% e
igual a do Estado.
Observa-se, ainda, que apesar de haver crescimento da populacao nas tres regioes em analise,
vem ocorrendo decrescimos nas taxas demograficas ao longo dos anos.
Uma das explicacoes para a queda na taxa de crescimento da populacao ao longo dos anos se
da pela disseminacao dos metodos de controle da natalidade.
Os quadros, a seguir, apresentam as taxas populacionais e as taxas de natalidade e fecundidade
do Municipio de Campinas.
População no Município de Campinas, na RMC e no Estado de São Paulo, no Período de 1980 a 2010
População
Local 1980 1991
Taxa de Crescimento
Anual (%)
2000
Taxa de Crescimento
Anual (%)
2010
Taxa de Crescimento
Anual (%)
Campinas 661.992 843.516 2,22 969.396 1,54 1.080.113 1,09
RMC - - - 2.332.988 2,59 2.332.988 1,82
Estado de SP
24.953.238 31.436.273 2,12 36.974.378 1,82 36.974.378 1,09
Fonte: SEADE
Taxas de Natalidade e Fecundidade no Município de Campinas, na RMC e no Estado de São Paulo, no Período de 1980 a 2010
Local Taxas 1980 1991 2000 2010
Campinas Taxas de Fecundidade Geral1
Taxas de Natalidade2 99,66 27,43
67,68 19,25
56,51 16,71
47,68 13,89
RMC Taxas de Fecundidade Geral1
Taxas de Natalidade2 NA NA
NA NA
58,71 17,16
47,74 13,86
Estado de SP Taxas de Fecundidade Geral1
Taxas de Natalidade2 109,12 28,96
75,42 28,96
65,56 18,92
51,12 14,59
1: por 1.000 mulheres entre 15 e 49 anos 2: por 1.000 habitantes Fonte: SEADE
O mapa, a seguir, apresenta a densidade populacional média por bacia hidrográfica do Município
de Campinas.
Densidade Populacional Média do Município de Campinas
Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico (2013)
1.1.3. Socioeconomia
O Municipio de Campinas e a Cidade mais rica da Regiao Metropolitana de Campinas - RMC,
sendo uma das mais ricas do Brasil. A RMC e considerada um centro economico, industrial,
cientifico e tecnologico do Estado de Sao Paulo.
A economia diversificada e a qualificacao da ma-de-obra sao algumas das grandes razoes do
estagio de amadurecimento tecnologico alcancado pelo Municipio (Pgirs, 2012).
O Produto Interno Bruto (PIB) de Campinas, segundo os dados do IBGE, em 2013, foi de
R$ 51,35 bilhões, ocupando o 11º lugar no Brasil e o 3º no Estado. O PIB per capita e de
R$ 44.850,57.
Ja para o Indice de Desenvolvimento Humano (IDH), que e uma medida resumida do progresso
a longo prazo, em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educacao e
saude, Campinas ocupa o 8º lugar do Estado, com o indice de 0,852, e o 24º lugar do Brasil.
O quadro, a seguir, apresenta o Índice IDH para o Município de Campinas, dados observados
pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e publicado no Atlas de
Desenvolvimento Humano.
IDH para Campinas
IDHM 1991 2000
IDMH Total 0,811 0,852
IDHM Renda 0,815 0,845
IDHM Longevidade 0,746 0,787
IDHM Educação 0,871 0,925
Fonte: PNUD
De acordo com o SEADE (2010), o maior vinculo empregaticio e no setor de servicos, sendo
responsavel por 54,1% do total, seguido pelo comercio, com 23,53%, industria, com 17,02%,
construcao, com 4,88% e, por ultimo, agropecuaria, com 0,47%.
Campinas gera mais de 42% de todos os empregos da Regiao Metropolitana de Campinas, alem
de apresentar renda media superior a da RMC em todos os setores da economia, exceto o da
construcao civil, que e praticamente igual.
Pode-se observar, ainda, que apesar do setor de servicos ter o maior vinculo empregaticio, o
que melhor tem rendimento e o setor industrial, deixando o setor de servicos em segundo lugar,
seguido pelo setor de construcao, comercio e agropecuaria.
O quadro, a seguir, mostra como esta distribuida a mao-de-obra ocupada e o rendimento medio
mensal no setor privado na Regiao Metropolitana de Campinas e no Municipio de Campinas, de
acordo com os diversos ramos de atividade no ano de 2010, segundo dados do Ministerio do
Trabalho.
Total de Empregos Formais Ocupados e Rendimento Médio Mensal nos Setores Privados para o Município de Campinas e RMC em 2010
Setor
Campinas RMC
Empregos Ocupados
Renda Média (R$)
Empregos Ocupados
Renda Média (R$)
Agropecuária 1.819 1.449 11.496 1.076
Comércio 91.021 1.458,31 184.662 1.378
Construção 18.857 1.608 42.267 1.638
Indústria 65.836 2.854,58 279.960 2.415
Serviços 209.289 2.362 399.918 2.110
Total 386.822 2.192,24 918.303 2.021
Fonte: MTC
1.1.4. Conhecimento Ambiental - Áreas de Risco
1.1.4.1. Áreas Contaminadas
As areas contaminadas de Campinas concentram-se, principalmente, na regiao central. A maior
parte sao postos com armazenamento subterraneo de combustiveis. Outros casos de
contaminacao comuns sao empresas de onibus ou transportadoras que fazem o abastecimento
dos veiculos nas garagens e, para isso, precisam armazenar quantidade significativa de
combustivel em condicoes, na maioria das vezes, inadequadas.
A falta de manutencao nos tanques e a ausencia de itens de seguranca, como sensores e
isolamento adequado, permitem que o combustivel vaze do tanque contaminando o solo e a
agua subterranea, comprometendo a qualidade destes recursos ambientais e seus usos futuros.
A contaminacao pode avancar rapidamente pelo aquifero, caso o embasamento rochoso seja
muito fraturado ou tenha alta permeabilidade.
Nas regioes mais perifericas do Municipio, as plantas industriais, ativas ou nao, sao as principais
responsaveis pelo passivo ambiental. Campinas tambem conta com aterros contaminados,
como o Aterro Sanitario Delta A e os antigos Lixoes da “Pirelli” e do Corrego Taubate.
Outra area critica está na região central, trata-se do Condomínio Mansoes de Santo Antonio, um
conjunto de apartamentos construido em area anteriormente ocupada por uma industria
quimica.
Os principais contaminantes encontrados sao: Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno, Xilenos - BTEX e
Hidrocarbonetos Aromaticos Policiclicos - HAPs, encontrados nos combustiveis, e Hidrocarbo-
netos Totais de Petroleo - HTPs, em areas de armazenamento e troca de oleo lubrificante. Em
industrias, alem dos contaminantes citados, sao comuns metais e solventes halogenados.
Segundo o relatorio anual da Companhia Ambiental do Estado de Sao Paulo - CETESB,
atualmente nas bacias PCJ há 567 areas contaminadas, sendo 448 postos de combustiveis e 119
industrias, somando 90% das ocorrencias. Em Campinas sao 42 areas contaminadas, 51
contaminadas sob investigacao, 23 em processo de monitoramento para reabilitacao e 5
reabilitadas, totalizando 121 casos (CETESB, 2012).
O mapa, a seguir, apresenta a localização das áreas contaminadas do Municipio de Campinas.
Localização das Áreas Contaminadas do Município de Campinas
Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico (2013)
1.1.4.2. Áreas de Risco
Define-se como area de risco aquela passivel de ser atingida por fenomenos ou processos
naturais e/ou induzidos, que causem efeito adverso. As pessoas que habitam essas areas estao
sujeitas aos danos a integridade fisica e perdas materiais e patrimoniais. Normalmente, no
contexto das cidades brasileiras, essas areas correspondem a nucleos habitacionais de baixa
renda (assentamentos precarios) (Brasil, 2007).
No caso de Campinas, conforme o mapeamento apresentado a seguir, percebe-se que nao e
diferente, ou seja, nas areas de risco estao os nucleos habitacionais de baixa renda.
O mapa de risco representa a probabilidade espacial e temporal de ocorrer um processo ou um
fenomeno com potencial de causar danos. Os metodos de avaliacao de perigo sao bastante
diferenciados, pois dependem do tipo de processo e das caracteristicas da area. A avaliacao do
perigo e resultante da combinacao das informacoes do meio fisico (tipo de solo, declividade,
clima, entre outros), com o inventario de processos como escorregamentos e erosao.
Os atributos descritos neste mapa podem ser analisados qualitativamente, classificando-se, por
exemplo, em baixo, medio ou alto perigo.
O mapa de perigo representa, portanto, o potencial de ocorrencia, em uma area ou regiao, de
processos que podem ser causadores de desastres naturais e, desta forma, contribui com
importantes subsidios para o adequado planejamento do uso e ocupacao do solo visando ao
controle e à reducao dos desastres naturais.
No mapa, a seguir, estão apresentados os pontos suscetiveis a escorregamentos, inundacoes e
erosoes, espacializados, dados fornecidos através de levantamentos do Instituto de Pesquisas
Tecnologicas - IPT (2005), relatorios da Defesa Civil de Campinas e Companhia de Pesquisa de
Recursos Minerais (CPRM, 2013) - Serviço Geológico do Brasil.
Localização das Áreas de Risco do Município de Campinas
Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico (2013)
1.2. Conhecimento dos Serviços Atuais e Dados Históricos
1.2. Conhecimento dos Serviços Atuais e Dados Históricos
O conhecimento dos serviços atuais e os dados históricos tratados aqui envolvem a geração,
coleta, transporte, tratamento, destinação e disposição final, competências e responsabilidades,
carências e deficiências e iniciativas relevantes.
1.2.1. Resíduos Sólidos Domiciliares e
Comerciais - Coleta Convencional
Neste item estão apresentadas as características dos resíduos sólidos domiciliares e comerciais
gerados no Município de Campinas, incluindo sua quantidade gerada, composição
gravimétrica, tipos de coleta e transporte, formas de tratamento e disposição final.
1.2.1.1. Quantidades Geradas
Considerando que a população de Campinas é de 1.090.915 habitantes (SEADE, 2010) e a
média de peso de resíduos domiciliares e comerciais que é de 1.000 toneladas por dia, tem-
se uma média de lixo per capita de 0,916 kg/dia/hab.
Enquanto a população cresce a taxas superiores a 1,2% ao ano segundo o IBGE, a quantidade
de resíduos domiciliares cresce a proporções geométricas chegando a atingir, em média, 3,3%
ao ano.
O crescimento do quantitativo dos resíduos sólidos urbanos, em especial dos resíduos
domiciliares, está condicionado ao aumento de consumo de produto por toda a população
do Município de Campinas, que na etapa de pós-consumo descarta as sobras e embalagens em
forma de resíduos sólidos.
Nota-se ainda que a geração per capita dos resíduos sólidos domiciliares passou de
0,52 kg/hab./dia em 1993, para 0,87 kg/hab./dia em 2010, representando um aumento de,
aproximadamente, 66% nesse período de 18 anos (3,3% ao ano).
Conclui-se, portanto que, quanto maior for o crescimento econômico, maior será a taxa de
crescimento dos resíduos domiciliares, consequência do aumento do consumo da população.
Série Histórica de Resíduos Sólidos Domiciliares Taxa de Crescimento Médio dos Resíduos - 3,3%
Fonte: Departamento de Limpeza Urbana - PMC
De maneira geral, a curva dos resíduos sólidos urbanos apresenta uma tendência de
crescimento ao longo dos anos mostrando uma das características dos resíduos sólidos de
ser um fenômeno que passa pelos princípios da irreversibilidade.
Entretanto, ao longo do tempo, podem ser observadas variações em certos períodos como
estabelecido no gráfico anterior, onde aparecem alguns picos de desaceleração do
crescimento dos resíduos (-0,02%, em 2002, e -7,2%, em 2003) que, muito provavelmente,
está associado as condições econômicas financeiras que atravessava a região de Campinas no
respectivo período correspondente.
A tabela, a seguir, procura justificar a tese de que, quanto melhor as condições econômicas
financeiras representadas pelo PIB - Produto Interno Bruto, maior será a geração de resíduos
sólidos domiciliares gerado pela população.
Relação do PIB Municipal com a Geração de Resíduos Domiciliares
Ano PIB Municipal Per capita
(R$/hab.ano)
Taxas de Crescimento (%) Resíduos
(ton) PIB Resíduos
2003 15.805,10 _ 230.671,48
2004 17.680,75 11,9 1,4 233.995,93
2005 21.653,19 22,5 1,1 236.507,63
2006 22.304,37 3,0 5,5 249.502,02
2007 26.133,13 17,2 2,2 254.965,54
2008 28.133,13 7,7 4,8 267.300,56
2009 30.264,34 7,6 6,4 284.426,07
2010 32.556,99 7,6 2,5 291.547,98
Média 24.316,37 11,0 3,4 256.114,6
Fonte: IBGE/Departamento de Limpeza Urbana
Se analisarmos a média dos dados no período entre 2003 e 2010 referente às variáveis do PIB
per capita e da quantidade de resíduos produzidos por cada habitante, podemos dizer que
para cada R$ 98,46 gerados no PIB implica na geração de 1 kg de resíduo sólido domiciliar.
Portanto, o crescimento do PIB, com algumas exceções, é diretamente proporcional ao
crescimento de resíduos sólidos urbanos domiciliares uma vez que a fabricação de produtos
que representa o PIB indica condições econômicas favoráveis que, por sua vez, aumenta o
poder de compra e a renda das famílias, que ao consumir mais, gera maior quantidade de
resíduos sólidos.
As taxas de crescimento do PIB apresentam maior oscilação ao longo do tempo que as
taxas de crescimento dos resíduos que também variam, porém, num ritmo menos acentuado
que as taxas do PIB.
Crescimento do PIB x Crescimento Resíduos Sólidos
Fonte: IBGE/Departamento de Limpeza Urbana
Nos últimos 5 anos, a economia da região está crescendo de forma bastante representativa,
em especial as Classes Sociais D e E, que estão gerando maior quantidade de resíduos por
conta de estarem consumindo mais, em decorrência da significativa melhora da renda familiar
em especial para essa faixa da população. (Classes D e E).
Geração de Resíduos por Período x Renda Familiar por Classe Social
Ano
Renda Familiar (R$)
Coleta de Resíduo Domiciliar (ton)
Classes A e B Classe C Classes D e E Diurno Noturno
2005 2.484,00 1.107,00 545,00 121.161,97 115.345,66
2006 2.325,00 1.162,00 571,00 128.981,45 120.520,57
2007 2.217,00 1.062,00 580,00 133.121,50 121.844,06
2008 2.586,00 1.201,00 650,00 141.229,61 126.070,95
2009 2.844,60 1.321,10 715,00 152.426,06 131.996,97
2010 3.129,06 1.453,00 786,50 157.441,34 134.106,64
Média 2.597,61 1.217,67 641,25 139.060,32 124.980,81
Fonte: Fundação SEADE/Departamento de Limpeza Urbana
Conforme discriminado na tabela adiante, as classes que mais cresceram nos últimos anos do
ponto de vista econômico financeiro foram as Classes D e E atingindo, em média, 7,7%,
enquanto que as Classes A e B cresceram apenas 5,2%.
De acordo com o estabelecido no plano de coleta de resíduos sólidos domiciliares, o sistema
de atendimento no período diurno representa, em sua maioria, as áreas dos bairros mais
afastados, se identificando mais com as classes sociais com menor poder aquisitivo, enquanto o
atendimento noturno representa as áreas do centro expandido e alguns bairros de Classes A e
B.
Taxas de Crescimento da Renda Familiar e Resíduos Sólidos
Ano
Taxas de Crescimento da Renda Familiar (R$)
Taxa de Crescimento dos Resíduos Sólidos
(ton)
Classes A e B Classe C Classes D e E Diurno Noturno
2005 _ _ _ _ _
2006 -6,4% 5,4% 4,8% 6,5% 4,5%
2007 -5,1% -8,6% 1,6% 3,2% 1,1%
2008 16,6% 13,1% 12,1% 6,1% 3,5%
2009 10,0% 10,0% 10,0% 7,9% 4,7%
2010 11,0% 10,0% 10,0% 3,3% 1,6%
Média 5,2% 6,0% 7,7% 5,4% 3,1%
Fonte: Fundação SEADE/Departamento de Limpeza Urbana
Alguns analistas estão concluindo que está sendo formado, uma nova classe média no País,
devido ao crescimento da Classe D, que está deixando a condição de classe com baixo poder
aquisitivo para ocupar a classe intermediária, segundo a classificação das classes do próprio
IBGE.
Crescimento da Renda Familiar por Classe Social
Fonte: Fundação SEADE/Departamento de Limpeza Urbana
Como o sistema de coleta de resíduos sólidos teoricamente atende durante o dia na periferia
(Classes C, D e E) e à noite nas áreas de classe social com poder aquisitivo maior (Classes A
e B), pode-se concluir que como o crescimento maior foi relativo ao período diurno, a
classe social mais baixa relativamente vem atingindo condições financeiras melhores que as
outras classes sociais.
1.2.1.2. Composição Gravimétrica
Outro dado importante sobre os resíduos sólidos domiciliares é a sua composição
gravimétrica, determinada pelo método do quarteamento, cujas especificações são
estabelecidas pela Norma Técnica NBR 10.006 da ABNT, na qual se verifica o percentual de
cada fração de materiais presentes na amostra de resíduos analisada.
No Município de Campinas, esse tipo de análise é realizada periodicamente, com uma
frequência de duas vezes por ano, podendo apresentar variações na sua composição de acordo
com fatores como sazonalidade, condições climáticas, situação econômica e financeira e classe
social.
Os ensaios são feitos em setores de coleta que represente as Classes Sociais A, B, C, D e E, de
acordo com a classificação dada pelo IBGE.
Na tabela adiante está exposto um estudo gravimétrico dos RSDs por classe social, fornecido
pela Prefeitura Municipal de Campinas.
Estudo Gravimétrico dos RSDs por Classe Social (Média de 2007 a 2010)
Ordem Composição Física dos
RSDs
Fração dos Materiais por Classe Social (%)
A B C D E
1 Matéria Orgânica 38,69 36,70 45,78 59,05 55,89
2 Papel e Papelão 17,76 23,11 14,99 13,33 11,81
3 Plástico 13,95 18,54 16,98 11,81 17,66
4 Madeira 0,86 0,67 0,35 0,42 0,38
5 Couro e Borracha 0,19 0,39 0,86 0,28 0,94
6 Pano e Estopa 2,16 1,92 4,27 5,09 5,75
7 Folha, Mato e Galhada 18,84 13,37 10,27 2,25 1,79
8 Metal Ferroso 0,59 0,69 1,29 0,93 1,03
9 Metal Não Ferroso 0,52 0,34 0,76 0,33 0,29
10 Vidro 1,61 1,17 1,06 1,19 1,29
11 Louça, Cerâmica e Pedra 0,87 0,95 0,72 0,32 0,32
12 Agregado Fino (pó, terra) 1,05 0,42 0,26 0,21 0,26
13 Perdas 2,88 1,75 2,42 2,30 2,60
Material Orgânico - item 1 38,69 36,70 45,78 59,05 55,89
Material Reciclável - itens 2, 3, 8, 9 e 10
34,44 43,84 35,08 30,09 32,07
Fonte: Departamento de Limpeza Urbana - PMC
De acordo com o apresentado na tabela, tem-se que o percentual de material orgânico aumenta
em ordem inversa às classes econômicas da população.
Claramente, existe 3 tipos de macrovariáveis distintas na composição física dos resíduos sólidos
domiciliares, sendo elas constituídas por materiais orgânicos (restos de alimentos), materiais
recicláveis (papel, papelão, metais, plásticos, vidros, entre outros) e materiais não recicláveis,
descartáveis ou inservíveis.
Pela tabela anterior, observa-se que o teor de matéria orgânica é menor nas classes mais altas,
quando comparado às classes médias e baixas, respectivamente.
O gráfico, a seguir, mostra a variação percentual de cada fração de materiais existente nos
resíduos sólidos domiciliares, no qual se observa que tal variação está em função do poder
aquisitivo de cada parcela da população dividida por classe social.
Macroconstituição dos RSDs por Classe Social - Período de 2007 a 2010
Fonte: Departamento de Limpeza Urbana - PMC
1.2.1.3. Tipos de Coleta e Transporte
O plano de coleta convencional do Município de Campinas foi elaborado levando-se em
consideração as características dos bairros/microrregiões, o tipo de equipamento utilizado,
a frequência de coleta, a distância do aterro sanitário (destinação final), o tempo de
descarga, a estimativa do volume de resíduos a ser coletado, o trânsito, a topografia dos
terrenos, a carga horária das equipes de coleta, a otimização da frota, entre outros fatores.
a) Abrangência da Coleta
A coleta dos resíduos sólidos domiciliares e comerciais abrange 100% da área urbana do
Município e é realizada de acordo com o “plano de coleta” de resíduos sólidos, apresentado
adiante.
O atendimento dos serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos domiciliares
acompanham o crescimento urbano, sendo que para cada residência isolada ou novo
loteamento residencial que solicitar o serviço, o atendimento é executado de imediato.
Nas áreas rurais, os serviços de coleta atendem a 50% dessas áreas.
b) Volumes Coletados por Domicílio
Após a população consumir os produtos fabricados no setor produtivo, geram-se os resíduos
sólidos de origem domiciliar ou residencial, que são acondicionados em sacos plásticos de, no
máximo, 100 litros, e oferecidos ao sistema público para a coleta e o transporte até o sistema
de destinação final.
Quando o volume de resíduos sólidos domiciliares ultrapassa 100 litros por dia por residência, a
Prefeitura Municipal de Campinas não fica mais com a responsabilidade de coletar o material,
conforme especifica a Legislação Municipal de Limpeza Urbana nº 7.058/92 e o contrato de
limpeza pública. Para esses casos, o próprio gerador deverá realizar todo o procedimento
adequado do manejo dos resíduos, garantindo assim, as boas práticas ambientais.
c) Tributação da Taxa de Coleta
A forma de tributação da taxa de coleta, remoção e destinação final dos resíduos sólidos
domiciliares foi instituída em 26 de dezembro de 1990, através do Artigo 13 do Decreto
Municipal
nº 6.335/90, que vem discriminada junto do carnê do IPTU - Imposto Predial e Territorial
Urbano.
Para efeito de cobrança dessa taxa, foi adotado um valor específico para cada região da Cidade,
obedecendo ao critério da frequência de atendimento da coleta de resíduos domiciliares
fundamentado em setores alternados (atendimento dia sim, dia não) e setores diários
(atendimento todos os dias).
d) Equipe e Equipamentos de Coleta
Cada equipe de coleta dos resíduos sólidos domiciliares do Município de Campinas é composta
por:
01 motorista;
04 coletores;
01 veículo coletor compactador de 15 m3.
Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto a seus procedimentos junto à
população atendida.
Todos os funcionários trabalham devidamente uniformizados e providos dos Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs) necessários à perfeita execução dos serviços.
Para a geração de aproximadamente 1.000 ton/dia de resíduos sólidos, o CONSÓRCIO RENOVA
AMBIENTAL disponibiliza 40 veículos coletores compactadores, em torno de 250 coletores e 80
motoristas (incluindo 20% de reserva técnica), distribuídos igualitariamente em quase 100
setores de serviços.
Cada setor possui, aproximadamente, 50 km de extensão, onde são coletados, em média, 16
toneladas de resíduos em, no mínimo, 2 viagens realizadas por cada veículo coletor.
e) Frequência, Períodos e Horários da Coleta
Atualmente, a coleta regular diária restringe-se a áreas centrais do Município, ficando o restante
com uma programação em dias alternados.
Geralmente, a frequência diária é recomendada para áreas onde a produção de resíduos é muito
acentuada, notadamente onde existe alta densidade de população.
Já a frequência alternada, ou seja em 3 dias por semana, é indicada para áreas em que a produção
de resíduos é menor em razão da racionalização da utilização da frota de caminhões e da mão-de-
obra.
Esses serviços são realizados com frequência alternada e diária em períodos diurnos e noturnos,
respectivamente, de acordo com a taxa de geração de resíduos sólidos gerados dados pela relação
entre o peso e a distância percorrida nos setores de coleta (ton/km).
Portanto, para as áreas centrais com grande fluxo de pessoas e grande geração de resíduos, o
atendimento se realiza no período noturno, e o período diurno se justifica em áreas com baixa
geração de resíduos, divididas proporcionalmente conforme mostra o gráfico a seguir.
54%
46%
COLETA DE RESÍDUOS DOMICILIARES
Coleta Noturna Coleta Diurna
f) Programação da Coleta do Lixo Domiciliar
O sistema de coleta de resíduos sólidos atende durante o dia na periferia (Classes C, D e E),
e à noite, nas áreas de classe social com poder aquisitivo maior (Classes A e B).
O gráfico, a seguir, mostra que houve um crescimento maior da coleta no período diurno,
concluindo-se que as classes mais baixas vêm atingindo condições financeiras melhores que
as outras classes sociais. Essas alterações visam modificar o sistema de coleta, para equalizar a
frota dos veículos coletores.
A coleta de resíduos sólidos domiciliares é realizada no período noturno, nas áreas centrais,
e no período diurno, nos bairros mais periféricos, e tais percentuais podem ser observados no
gráfico a seguir.
Balanço de Massa de Atendimento
Fonte: Departamento de Limpeza Urbana
Os quadros, a seguir, indicam os locais e a frequência de coleta dos RSDs, executados atualmente
em Campinas.
Frequências de Coleta dos RSDs
Alternadas - Diurno (a partir das 7h)
Segunda/Quarta/Sexta Terça/Quinta/Sábado
Jardim do Lago Nova América Jardim do Lago Icaraí
Vila Formosa Jardim das Bandeiras
Jardim Nova Europa Vila Mimosa
Parque da Figueira Vila Souza Queiroz
Jardim das Oliveiras Jardim Capivari
Vila Georgina Jardim Itatinga
Vila Carminha Jardim Adhemar de Barros
Sousas Joaquim Egídio
Parque Jambeiro Vila União
Parque Xangrilá Jardim São Domingos
Jardim Conceição Jardim Feranda
Frequências de Coleta dos RSDs
Alternadas - Diurno (a partir das 7h)
Segunda/Quarta/Sexta Terça/Quinta/Sábado
Jardim Santa Mônica DIC I
Vila Boa Vista Vila Aeroporto
Parque Itajaí Jardim Novos Campos Elíseos
Jardim São Marcos Jardim Vista Alegre
Parque Fazendinha Vila União II
Parque Valença Vida Nova
Jardim Novo Maracanã Jardim Florence
Jardim Rossin - Parque Valença I Dom Pedro II
Vila Régio Beira Rio Jardim Roseira
Chácara Belvedere/Bosque Palmeiras Chácara Belvedere/Jardim Ipaussurama
A seguir, está apresentado o mapa com os setores de coleta.
1.2.1.4. Sistema de Tratamento e Disposição Final - Aterro
Sanitário Delta A
Os resíduos sólidos domiciliares e comerciais coletados através do sistema convencional são
encaminhados para transbordo no Aterro Sanitário encerrado, Delta A, em Campinas.
Atualmente, o Município utiliza o aterro sanitário particular da Estre, que está localizado em
Paulínia, para a destinação final dos resíduos, sem nenhum tratamento prévio.
1.2.1.5. Competências e Responsabilidades
No atual sistema de gestão de resíduos sólidos domiciliares e comerciais - coleta
convencional do Município de Campinas, as competências e responsabilidades são assim
definidas:
Administração Municipal, através do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e da
CONCESSIONÁRIA
Adotar as providências para que todos os cidadãos sejam atendidos pela coleta de
resíduos domiciliares;
Assegurar para que os veículos coletores passem regularmente nos mesmos locais, dias
e horários;
Divulgar com a devida antecedência, o programa de coleta dos resíduos domiciliares,
bem como de outros tipos de resíduos;
Promover o transporte, tratamento e destinação final adequados dos resíduos sólidos.
População
Atender ao limite estabelecido na Lei Municipal de Limpeza Urbana nº 7.058/92, de
100 litros de resíduos;
Colocar os resíduos em locais de fácil acesso aos caminhões da coleta, devidamente
acondicionados, evitando assim, o acesso de insetos, roedores e outros animais;
Colocar os recipientes contendo os resíduos, no dia e hora programados com, no
máximo, duas horas de antecedência;
Acondicionar adequadamente objetos cortantes, especialmente, garrafas e lâmpadas
quebradas;
Efetuar o pagamento da taxa de coleta, remoção e destinação final dos resíduos sólidos
domiciliares que foi instituída em 26 de dezembro de 1990, e que vem discriminada
junto do carnê do IPTU.
1.2.2. Resíduos Sólidos Domiciliares e Comerciais -
Coleta Seletiva
Neste item estão apresentadas as características dos resíduos sólidos domiciliares e
comerciais gerados no Município de Campinas, através de coleta seletiva, incluindo sua
quantidade gerada, composição gravimétrica, tipos de coleta e transportes, formas de
tratamento e disposição final.
A coleta seletiva de Campinas tem o objetivo de possibilitar a remoção diferenciada dos resíduos
domiciliares, comerciais e industriais (Classe II A) e é executada de três maneiras diferentes:
Coleta porta a porta: caracterizada pela coleta regular dos resíduos recicláveis nos pontos de
geração;
Coleta regular em escolas, prédios públicos municipais e estabelecimentos considerados
grandes geradores;
Coleta através de entrega voluntária: de material e instalada em locais com estrutura para o
recebimento e a destinação.
1.2.2.1. Quantidades Geradas
O programa de coleta seletiva atravessou ao longo dos anos muitas dificuldades, desde a
realização dos serviços pela administração direta, até o período de execução dos serviços
por contrato de conta de prestação como ocorre atualmente.
Embora atinja valores ainda não expressivos, manteve-se ao longo do tempo, o compromisso
de atendimento e, principalmente, a conscientização da população na importância ambiental
do processo de reciclagem de resíduos domiciliares.
A tabela, a seguir, apresenta a série histórica da eficiência da coleta seletiva em relação ao total
de RSDs e a eficiência comparada à parcela de materiais recicláveis (MRs).
Série Histórica da Eficiência do Sistema de Coleta Seletiva
Ano
Geração dos RSDs (ton)
Coleta Seletiva (ton)
Eficiência do Programa (%)
Total Materiais Reciclados
(20%)
Total Fração de Materiais Reciclados
1995 191.127,08 38.225,42 3.916,04 2,05 10,24
1996 214.922,65 42.984,53 4.734,04 2,20 11,01
1997 225.576,43 45.115,29 5.118,29 2,27 11,34
1998 230.027,94 46.005,59 5.030,71 2,19 10,93
1999 239.020,82 47.804,16 2.978,34 1,25 6,23
2000 242.787,85 48.557,57 3.350,60 1,38 6,90
2001 248.564,02 49.712,80 2.961,40 1,19 5,96
2002 248.521,86 49.704,37 1.880,67 0,76 3,78
2003 230.671,48 46.134,30 2.701,41 1,17 5,86
2004 233.995,93 46.799,19 4.809,77 2,06 10,28
2005 236.507,63 47.301,53 2.464,82 1,04 5,21
2006 249.502,02 49.900,40 3.743,00 1,50 7,50
2007 254.965,54 50.993,11 3.193,61 1,25 6,26
2008 267.300,56 53.460,11 3.752,35 1,40 7,02
2009 284.426,07 56.885,21 5.343,59 1,88 9,39
2010 291.547,98 58.309,60 6.098,93 2,09 10,46
Média 243.091,62 48.618,32 3.875,47 1,60 8,02
Fonte: Departamento de Limpeza Urbana - PMC
Atualmente, são coletados 10% do total dos materiais recicláveis contidos nos RSDs, que
corresponde a 2% do total.
1.2.2.2. Composição Gravimétrica
Segundo o Departamento de Limpeza Urbana - DLU, as últimas gravimetrias realizadas indicam
a presença na ordem de 30% de resíduos secos (papéis, plásticos, vidros, multicamadas e
metais), potencialmente recicláveis no lixo domiciliar regular. Isto nos leva a uma estimativa
em torno de 300 toneladas/dia, se consideradas as 1.000 toneladas de resíduos sólidos
domiciliares dispostas diariamente.
A somatória das frações de cada variável existente nos RSDs pode ser observada a seguir.
Somatória das Frações de Cada Variável Existente nos RSDs
Ordem Variáveis
Materiais
Tipo Peso (%)
1 Matéria Orgânica Restos de Alimentos
46,8 Papel, Papelão
2 Material Reciclável
Plástico
34,9 Madeira
Tecidos
3 Material Descartável
Couro, Borracha
18,3 Terra, Cerâmica
Restos de Jardins
Pedra, Louça
Fonte: Departamento de Limpeza Urbana - PMC
1.2.2.3. Coleta Seletiva do Tipo Porta a Porta
O serviço de coleta seletiva porta a porta consiste na operação de recolhimento regular de
materiais que tenham condições de reaproveitamento, reciclabilidade e que seja
apresentado pelos domicílios e estabelecimentos devidamente embalados em sacos plásticos,
em conformidade com a especificação da NBR 9191 da ABNT, tais como:
Vidro: garrafas, cacos, vasilhames e lâmpadas incandescentes;
Papel: jornais, revistas, listas telefônicas, folhetos comerciais, folhas de caderno e rascunho,
papéis de embrulho, caixas de papelão e de brinquedo e caixas longa vida ou multicamadas;
Metal: sucatas ferrosa e não-ferrosa, latinhas de cerveja e refrigerantes, enlatados, objetos
de cobre, alumínio, lata, chumbo, bronze, ferro e zinco;
Plástico: embalagens de produtos de limpeza, garrafas plásticas, tubos, potes, baldes,
bacias, isopor, sacos e sacolas;
Outros materiais, desde que tenham condições de reciclagem.
Em atividade semelhante à da coleta domiciliar regular, porém, com caminhões gaiolas e em
dias e/ou horários diferenciados, de modo a evitar a disponibilização simultânea por parte da
população dos resíduos orgânicos (úmidos) e recicláveis (secos).
Estes materiais, assim segregados que possuem maior valor agregado, são coletados e
encaminhados para as cooperativas ou coletados por elas, para posterior: triagem,
acondicionamento, armazenagem e, finalmente, comercialização e reciclagem, tornando-se
novamente matéria-prima.
a) Abrangência
A coleta seletiva do tipo porta a porta abrange 75% dos bairros de Campinas, com frequência
de, pelo menos, 1 vez por semana.
b) Equipe e Equipamentos de Coleta
Cada equipe de coleta seletiva dos resíduos sólidos domiciliares do Município de Campinas é
composta por:
01 motorista;
03 garis;
01 caminhão do tipo gaiola.
Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto aos procedimentos junto à
população atendida.
c) Frequência, Períodos e Horários da Coleta
A coleta porta a porta consiste na operação de recolhimento dos materiais potencialmente
recicláveis gerados em cada domicílio, numa atividade semelhante à da coleta domiciliar
regular, porém, com caminhões gaiolas e em dias e/ou horários diferenciado, de modo a evitar
a disponibilização simultânea pela população dos resíduos orgânicos (úmidos) e recicláveis
(secos).
A coleta seletiva abrange os setores preestabelecidos coletando, em média, 1,5 toneladas
por viagem, somando um total de, aproximadamente, 20 ton/dia de material reciclado, em dias
e/ou horário diferenciados da coleta convencional.
1.2.2.4. Destinação do Material Reciclável Seco
Conforme estabelece o Decreto Municipal 14.265/01, todo material coletado através do sistema
de coleta seletiva é encaminhado às cooperativas de reciclagem, que realizam a separação dos
materiais beneficiando-os através de simples classificação para a posterior comercialização.
1.2.2.5. Destinação dos Rejeitos
Os rejeitos não passíveis de reciclagem, coletados na coleta seletiva, são encaminhados para a
disposição final no Aterro Sanitário Estre, em Paulínia.
1.2.2.6. Competências e Responsabilidades
No atual sistema de gestão de resíduos sólidos domiciliares e comerciais - coleta seletiva
do Município de Campinas, as competências e responsabilidades são assim definidas:
Administração Municipal, através do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e da
CONCESSIONÁRIA
Assegurar para que os veículos coletores passem regularmente nos mesmos locais, dias
e horários;
Divulgar com a devida antecedência, o programa de coleta seletiva bem como de outros
tipos de resíduos;
Promover o transporte e envio dos materiais adequados às cooperativas de triagem.
População
Efetuar a separação dos materiais secos e úmidos, acondicionando-os separadamente;
Colocar os resíduos em locais de fácil acesso aos caminhões da coleta, devidamente
acondicionados, evitando assim, o acesso de insetos, roedores e outros animais;
Colocar os recipientes contendo os resíduos, no dia e hora programados com, no
máximo, duas horas de antecedência.
Cooperativas de Reciclagem
Efetuar a segregação dos diferentes tipos de materiais secos, aglutinando-os em fardos;
Encaminhar os materiais triados para as centrais de reaproveitamento e reciclagem.
1.2.3. Resíduos de Limpeza Urbana (Diversos)
Estão apresentados, a seguir, os serviços de varrição, limpeza de feiras e sistema de drenagem.
1.2.3.1. Serviços de Varrição Manual
Este tipo de serviço consiste na remoção ou retirada de resíduos das vias públicas, cuja origem
se deu por fenômenos naturais, como é o caso de folhas e flores de árvores, de terra e areia
trazidas de terrenos baldios e construções, pelas chuvas; além dos resíduos originados por
motivos acidentais, como papéis, embalagens e detritos atirados nos passeios ou jogados dos
veículos.
Para os locais de grande fluxo e grandes concentrações de pessoas é feita a varrição manual do
local, através de equipes constituída de 2 varredores, 1 carrinho lutocar, vassouras, sacos
plásticos e outros.
Todos os resíduos descartados pela população são varridos manualmente e acondicionados em
sacos plásticos de 100 litros, agrupando-os em locais apropriados para, posteriormente, serem
coletados e transportados até o aterro sanitário.
Os serviços de coleta e transporte dos resíduos de varrição são realizados diariamente por
veículos compactadores da coleta regular, e na região central é coletado com um compactador
de 6 m3.
O serviço de varrição também consiste na limpeza das papeleiras, que são equipamentos
públicos que deveriam estar disponíveis à população, principalmente em locais estratégicos
como áreas comerciais, pontos de acesso a sistemas de transporte coletivo, praças públicas e
outros.
Esse serviço é considerado essencial na hierarquia da limpeza urbana, principalmente, porque
proporciona um aspecto visual positivo, bem como um bem-estar para todas as pessoas que
transitam pelos locais públicos.
O sistema de varrição manual de vias e logradouros públicos atende aos seguintes locais:
Área Central Expandida;
Parques e Praças Públicas;
Terminais Rodoviários;
Grandes Avenidas;
Eventos Culturais e Esportivos;
Áreas Comerciais.
Todo o sistema percorre aproximadamente 450 km/dia em todos os locais mencionados
anteriormente, passando mais de uma vez em um mesmo local, quando nesse local o fluxo de
pessoas é intenso, justificando assim, o repasse da varrição.
Uma equipe de trabalho consegue atingir uma produção mínima de, aproximadamente,
2 km/dia atuando em toda a calçada, meio-fio, guia e sarjeta. Um elemento da equipe realiza a
varrição dos resíduos agrupando-os em pequenos montes, e o outro coloca esses resíduos para
no carrinho com a ajuda de pá e da própria vassoura.
Após o preenchimento da capacidade volumétrica do carrinho, o saco plástico é amarrado e
disponibilizado para a coleta, e um novo saco plástico é colocado no carrinho para ser
novamente recarregado e, assim, sucessivamente, até completar a jornada diária de trabalho.
Série Histórica de Varrição Manual
Ano População
(hab.)
Sistema de Varrição Manual Índice de Crescimento
(%) Extensão
(km) Coeficiente
(m/hab./ano)
2000 969.396 _ _
2001 979.090 89.213,4 91,1
2002 988.881 107.243,0 108,4 20,20
2003 998.770 104.926,3 105,0 -2,14
2004 1.008.757 108.770,1 107,8 3,66
2005 1.018.845 111.126,2 109,0 2,17
2006 1.029.033 110.697,8 107,5 -0,39
2007 1.039.297 141.685,0 136,3 27,99
2008 1.049.690 135.625,0 129,2 -4,28
2009 1.060.187 137.311,0 129,5 1,24
2010 1.080.113 150.575,0 139,4 9,66
Total _ 1.197.172,6 1.163,2 58,12
Média _ 119.717,26 116,3 5,40
Fonte: Departamento de Limpeza Urbana - PMC
Para a realização desse serviço, o CONSÓRCIO RENOVA AMBIENTAL disponibiliza,
aproximadamente, 400 pessoas, incluindo a reserva técnica, bem como toda a logística
operacional de controle, apoio e fiscalização do sistema.
O gráfico, a seguir, mostra a evolução do quantitativo dos serviços de varrição nos últimos 10
anos, que obteve aumento médio nesse período de 6,92%.
O crescimento desse tipo de serviço obedece à demanda de áreas comerciais e áreas públicas
de lazer, esporte e cultura, e outros, porém, essa lógica de atendimento pode ser mudada se
programas de educação ambiental e conscientização da população conseguirem implantar
conceitos como “cidade limpa não é aquela que mais se gasta com limpeza pública e varrição
de vias, mas sim aquela que menos se suja”.
Evolução da Extensão do Sistema de Varrição
Fonte: Departamento de Limpeza Urbana - PMC
A curva mostrada pelo gráfico apresenta uma tendência de crescimento ao longo do tempo,
acompanhando a expansão das áreas que necessitam desse tipo de serviço. As reduções dos
quantitativos nos anos de 2003 e 2006 podem ser justificadas por eventuais
contingenciamentos do contrato de limpeza urbana.
Da mesma forma dos resíduos sólidos de origem residencial, os resíduos sólidos provenientes
dos serviços de varrição também passam pelos processos de caracterização segundo a
NBR 10.006 da ABNT, com o objetivo de conhecer sua composição física, que é fundamental
para a elaboração de um bom diagnóstico.
O gráfico, a seguir, mostra a composição física dos resíduos sólidos provenientes dos serviços
de varrição de vias e logradouros públicos na área central e nas principais vias do Município.
Composição dos Resíduos de Varrição - Centro e Principais Vias
Fonte: Departamento de Limpeza Urbana
Em tese, a composição física dos resíduos de varrição deveria se restringir apenas a resíduos
sólidos estritamente inertes constituídos, basicamente, de areia, terra, folhas e pequena
quantidade de papel.
Entretanto, o sistema de varrição manual acusa o aparecimento em sua composição física, de
outras categorias de resíduos, incompatíveis com o tipo de atividade e que nunca deveriam estar
presentes num resíduo gerado em locais públicos.
Na área central, apenas 17% são resíduos típicos de varrição contra 83% dos resíduos
pertencentes a outras categorias que não deveriam estar presentes nesse tipo de resíduo sólido.
No restante das vias que recebem o serviço de varrição, 52% do volume são típicos de varrição,
enquanto que 48% dos resíduos não deveriam aparecer nos estudos de gravimetria.
O percentual elevado de resíduos não típicos de varrição indica o excesso de resíduos lançados
no solo, sinalizando com isso, a falta de conscientização das pessoas no descarte aleatório de
resíduos na via pública.
Portanto, o aparecimento de matéria orgânica e material reciclável em quantidades
significativas nos resíduos de varrição se justificam, muito provavelmente, pelo uso inadequado
dos equipamentos públicos (papeleiras) e também pelo descarte inadequado de resíduos em
locais públicos que estão ligados às questões de educação ambiental, acarretando em despesas
adicionais desnecessárias ao sistema de limpeza pública.
Nota-se ainda que, na região central, a situação se caracteriza por ser mais indisciplinada onde
os índices de resíduos que não são característicos de varrição aparecem em maior volume que
nas áreas de varrição das principais vias públicas.
No gráfico, a seguir, está apresentada a composição física dos RSVs por fontes de geração.
Composição Física dos Resíduos Sólidos de Varrição Manual por Fontes de Geração
Fonte: Departamento de Limpeza Urbana
Os sistemas de varrição manual de vias e logradouros públicos não podem atuar em toda a
malha viária do Município, devendo ser implantados apenas nos locais pavimentados e de
grande concentração de pessoas. Caracteriza-se assim, por ser um serviço corretivo, sendo
reduzido à medida que cresce a conscientização das pessoas em não descartar resíduos em
local impróprio.
1.2.3.2. Serviços de Varrição Mecanizada
Este serviço não é contemplado atualmente pelo sistema de limpeza urbana do Município de
Campinas.
1.2.3.3. Limpeza de Bocas de Lobo
O serviço de limpeza mecanizada de drenagem urbana consiste na limpeza e desobstrução de
bocas de lobo, poços de visita e galerias de águas pluviais, com a respectiva remoção dos
detritos.
Atualmente, o Município de Campinas conta com 4 equipes para a realização desse serviço,
operando 2 (duas) no período diurno, e 2 (duas) no período noturno, com a continuidade da
prestação do serviço durante 24 horas.
A equipe de coletores bueiristas utilizando ferramentas apropriadas, primeiramente
destampa os dispositivos, desaloja os detritos acumulados e remove os materiais que estavam
obstruindo a passagem das águas.
Os resíduos retirados dos dispositivos são acumulados no local do serviço para, após secos,
serem transportados por caminhão basculante devidamente equipado com sistema de
cobertura de carga, até o local de pesagem e, posteriormente, até o Aterro Sanitário Estre, em
Paulínia.
1.2.3.4. Limpeza e Lavagem de Feiras Livres
O serviço de limpeza e lavagem dos locais públicos onde são realizadas as feiras livres consiste
das seguintes etapas:
Limpeza da área e agrupamento dos resíduos;
Lavagem com jateamento d'água sob pressão.
Após a desmontagem das barracas e retirada total dos materiais, a área é liberada para
que a equipe de limpeza possa reunir o material em um único ponto que, posteriormente,
será coletado por um veículo do serviço de coleta regular, previamente programado.
Após a coleta, o material é encaminhado para pesagem e, em seguida, encaminhado para o
Aterro Sanitário Estre, em Paulínia.
Concluídos os serviços de limpeza e de retirada dos detritos soltos, inicia-se a segunda etapa
representada pela lavagem das áreas, por meio de jateamento d’água com pressão suficiente
para a extração dos detritos e líquidos impregnados nos pisos.
Atualmente, o Município de Campinas conta com, aproximadamente, 12 feiras livres
diariamente na área urbana, sendo que o serviço de limpeza e lavagem de feiras livres encontra-
se eficiente.
Nas coletas de feira livre não há qualquer tipo de segregação dos resíduos coletados.
Cada equipe destinada ao serviço de limpeza e lavagem dos locais públicos onde são realizadas
as feiras livres no Município de Campinas é composta por:
01 motorista;
05 ajudantes;
01 Caminhão tanque de 10.000 litros dotado de grupo gerador para o acionamento do
compressor da bomba de água sob alta pressão;
Ferramentas e produtos adequados, como vassourão, vassourinha, pá, espátula e materiais
tensoativos.
Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto aos procedimentos junto à
população atendida.
1.2.3.5. Competências e Responsabilidades
No atual sistema de gestão de resíduos sólidos de limpeza urbana do Município de Campinas,
as competências e responsabilidades são assim definidas:
Administração Municipal, através do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e da
CONCESSIONÁRIA
Assegurar a eficiência na coleta dos resíduos gerados durante os serviços de limpeza
pública;
Promover o transporte e a destinação final dos resíduos adequados.
População
Não jogar detritos, restos de materiais de qualquer tipo nos logradouros e manter limpos
os locais públicos.
1.2.4. Resíduos da Construção Civil e Demolição
Em cumprimento à Resolução CONAMA no 307, de 05/07/2002, o Município de Campinas
implantou em local público a Unidade Recicladora de Materiais - URM, visando ao
beneficiamento e tratamento dos Resíduos de Demolição e da Construção Civil - RDCCs.
A URM foi implantada na envoltória do Aterro Sanitário Delta A, no Bairro São Caetano, e é
composta por um britador com capacidade para 70 t/hora.
Vista Aérea do Aterro Delta A
A URM teve início em 2003, sob a supervisão do Departamento de Ações Integradas - SMIE
(Secretaria Municipal de Infraestrutura), passando a receber, sem ônus ao gerador, os RDCCs
gerados no Município.
A URM visa ao tratamento de resíduos da demolição e da construção civil (RDCCs) de toda a
Cidade de Campinas. Desde abril de 2007 é gerenciado pelo Departamento de Limpeza Urbana -
DLU, que organiza as atividades necessárias para o funcionamento ideal da unidade. Após um
efetivo planejamento de adequação, o espaço passou a receber os resíduos adequados para
esse tipo de unidade, atendendo a todas as exigências de seu licenciamento e tornando-a apta
a operar seguindo a legislação pertinente.
Em conjunto com a URM existe uma cooperativa (Cooperativa Tatuapé), que realiza legalmente
a segregação e comercialização dos resíduos recicláveis que entram na unidade visando ao seu
reaproveitamento. É importante salientar que a operação da cooperativa não está vinculada a
da URM, porém, há a presença dos cooperados em toda a área operacional.
Em relação aos RCCCs, é importante destacar a Lei no 14.418/12, que institui o Plano Integrado
de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e dá outras providências.
O Plano Integrado faz parte do Sistema de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos em Campinas,
estabelecendo normas para os geradores, transporte, destinação, recepção e captação de
resíduos de construção civil. Ela também prevê penalidades para quem não cumprir a lei,
passando por notificação, multa e cassação do licenciamento da atividade.
A matéria também cria o Núcleo Permanente de Gestão integrado por unidades da
administração municipal, com o objetivo de consolidar as diretrizes e ações integradas ao
Sistema, sendo regulamentado e instituído por Decreto do Executivo.
1.2.4.1. Equipe e Equipamentos da URM
A equipe e equipamentos que compõem a URM inclui:
06 (seis) ajudantes gerais;
01 (uma) escavadeira hidráulica;
01 (uma) pá-carregadeira;
01 (um) engenheiro na supervisão dos serviços.
Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto a seus procedimentos junto
à população atendida.
Todos os funcionários trabalham devidamente uniformizados e providos dos Equipamentos
de Proteção Individual (EPIs) necessários à perfeita execução dos serviços.
1.2.4.2. Quantidades Coletadas
O Município de Campinas gera 3.000 toneladas por dia de Resíduos da Construção Civil (RCCs).
1.2.4.3. Formas de Coleta
Os RCCs recebidos na URM são provenientes de pontos de transbordo nas administrações
regionais e de particulares, dos Ecopontos, das caçambas instaladas nos Pontos Verdes e das
entregas diretas por caçambeiros.
A quantidade de RCCs recebida na URM é muito superior à capacidade de reciclagem da mesma.
Dessa forma, o local passou a dispor os volumes não reciclados em seu solo, caracterizando o
empreendimento como um aterro de inertes.
Por essa razão, a partir de 2013, a municipalidade passou a implantar no local uma nova forma
de gerenciamento, com as seguintes etapas de trabalho:
Cadastramento dos transportadores e usuários do sistema;
Controle de recebimento dos resíduos (somente usuários cadastrados e trazendo manifestos
de carga, pesagem e inspeções dos resíduos - são aceitos somente resíduos de Classe A,
definidos pela Resolução CONAMA no 307/2002);
Adequação e regularização de um aterro de inertes no local;
Implantação do sistema de cobrança pelo eixo dos serviços.
1.2.4.4. Destinação Final
Após o processamento o material processado é destinado da seguinte maneira:
Material segregado: material granulado utilizado pela PMC como material de sub-base de
pavimentação e de produção de blocos, tijolos, entre outros;
Bica corrida: material utilizado pelas Administrações Regionais e outros órgão da
Administração Municipal;
Rejeito: disposição no Aterro Sanitário Estre, em Paulínia.
1.2.4.5. Competências e Responsabilidades
O atual sistema de gestão de Resíduos da Construção Civil (RCCs) é de competência do
Departamento de Limpeza Urbana e dos geradores.
Nas instalações da URM - Unidade Recicladora de Materiais opera uma cooperativa de
reciclagem, que faz a triagem do material recebido antes da sua britagem.
1.2.5. Resíduos Volumosos - Cata-treco
O serviço de coleta e transporte de resíduos volumosos caracteriza-se pela coleta e retirada
de grandes objetos inservíveis, como por exemplo, restos de móveis, colchões e outros objetos
similares de porte, não embalados em sacos plásticos, apresentados pelos domicílios e/ou
existentes nas vias e logradouros públicos, e é popularmente conhecido como operação “Cata-
treco”.
Estes resíduos coletados são dispostos no Aterro Sanitário Estre, em Paulínia.
1.2.5.1. Abrangência da Coleta
A coleta dos resíduos volumosos abrange 100% da área urbana do Município.
1.2.5.2. Quantidades Coletadas
Esta operação processa 10 toneladas por dia de resíduos volumosos.
1.2.5.3. Formas de Coleta
O serviço de coleta dos resíduos volumosos no Município de Campinas é realizado através
de equipe especializada e, também, de entrega voluntária nos Ecopontos do Município.
1.2.5.4. Equipe e Equipamentos de Coleta
O Município conta com 5 (cinco) equipes para a coleta e o transporte de resíduos volumosos,
sendo que cada equipe de coleta dos resíduos sólidos domiciliares do Município de Campinas é
composta por:
01 motorista;
03 ajudantes;
01 caminhão carroceria.
Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto a seus procedimentos junto
à população atendida.
Todos os funcionários trabalham devidamente uniformizados e providos dos Equipamentos
de Proteção Individual (EPIs) necessários à perfeita execução dos serviços.
1.2.5.5. Competências e Responsabilidades
No atual sistema de gestão de resíduos sólidos volumosos do Município de Campinas, as
competências e responsabilidades são assim definidas:
Administração Municipal, através do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e da
CONCESSIONÁRIA
Assegurar para que os veículos coletores passem regularmente nos mesmos locais, dias
e horários;
Divulgar com a devida antecedência, o programa de coleta dos resíduos volumosos;
Promover o transporte e a destinação final dos materiais adequados.
População
Colocar os resíduos em locais de fácil acesso aos caminhões da coleta;
Colocar os resíduos, no dia e hora programados com, no máximo, duas horas de
antecedência.
1.2.6. Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSSSs)
Os Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSSSs) são aqueles provenientes de atividades de
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, tais como: hospitais, clínicas médicas,
clínicas odontológicas, clínicas veterinárias, farmácias, laboratórios de análises e demais
estabelecimentos congêneres.
Atualmente, este serviço é de responsabilidade da Prefeitura de Campinas, através do
Departamento de Limpeza Urbana (DLU).
1.2.6.1. Tipos/Classes de Resíduos Coletados
Os RSSSs, gerados em função de atividades de suporte à vida e saúde humana e animal, são
classificados como perigosos, tendo em vista sua patogenicidade (ABTN NBR 10.004). Segundo
a Norma da ANVISA RDC 306, os resíduos dos serviços de saúde são classificados como
pertencentes aos Grupos A, B, C, D e E.
O modelo de classificação a seguir é baseado na ABNT 12.808, bem como na Resolução
CONAMA nº 358, de 29/04/05:
A: Infectante: esparadrapos, luvas e resíduos de ambulatório;
B: Químico: medicamentos vencidos ou e contaminados e reagentes de laboratório;
C: Radioativo: resíduos de medicina nuclear e cápsulas de Raio-X;
D: Comum: tratados como RSUs;
E: Perfurocortantes: lâminas de barbear, agulhas, lâminas de bisturi, entre outros.
Resumidamente, observa-se que o Grupo A, nessa legislação, reúne os resíduos com risco
biológico. Os resíduos químicos (soluções diversas e medicamentos) encontram-se no Grupo B
e no Grupo C, os resíduos nucleares. Os resíduos do grupo D são muito similares aos resíduos
domiciliares (resíduos comuns) e o grupo E abrange materiais perfurocortantes e os
escarificantes, como agulhas e bisturis.
Os RSSSs coletados são enquadrados no Grupo A (Subgrupos A1, A2, e A4) e no Grupo E, cuja
especificação já foi apresentada anteriormente.
1.2.6.2. Tipos de Coleta e Transporte
A coleta dos RSSSs abrange 100% da área urbana do Município e é dividida da seguinte maneira:
Grandes Geradores (GGs)
São considerados Grandes Geradores (GGs) os hospitais, sendo que nestes locais a coleta
dos RSSSs é executada por meio de troca de contêineres, não havendo contato com os
resíduos coletados.
É utilizado caminhão baú dotado de elevador hidráulico - capacidade de 15 contêineres,
sendo que cada contêiner possui capacidade para acondicionar 8 m³ de RSSSs, seguindo as
Normas ABNT NBR 12.809 e 12.810.
Em Campinas são coletados em 13 estabelecimentos, uma média de 5 toneladas/dia de
resíduos hospitalares e encaminhados para o sistema de tratamento, em micro-ondas.
Pequenos Geradores (PGs)
São considerados Pequenos Geradores (PGs), os centros de saúde, farmácias, clínicas,
laboratórios, ambulatórios, consultórios médicos, odontológicos e veterinários, entre
outros.
A coleta é executada em dias alternados. Para esse serviço são utilizados veículos leves
dotados de carroceria estanque.
Em Campinas, atualmente, são atendidos cerca de 400 estabelecimentos e coletada uma
média de 1,0 tonelada/dia de resíduos.
1.2.6.3. Equipe e Equipamentos de Coleta
Grandes Geradores
A equipe e os equipamentos para a coleta dos grandes geradores são compostos por:
01 motorista;
02 coletores;
01 caminhão coletor tipo baú, com capacidade de 35 m3 dotado de plataforma hidráulica
para elevação.
Pequenos Geradores
A equipe e os equipamentos para a coleta dos pequenos geradores são compostos por:
01 motorista;
01 coletor;
01 veículo utilitário tipo furgão, com compartimento de carga fechado, estoque com
capacidade de 500 kg.
Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto a seus procedimentos junto à
população atendida.
Todos os funcionários trabalham devidamente uniformizados e providos dos Equipamentos
de Proteção Individual (EPIs) necessários à perfeita execução dos serviços.
1.2.6.4. Frequência, Períodos e Horários de Coleta
A coleta dos RSSSs, no Município de Campinas, segue à seguinte distribuição:
Grandes Geradores
O atendimento é diário e alternado em razão da geração de resíduos de cada hospital.
Pequenos Geradores
O atendimento para os pequenos geradores é dividido entre 5 setores, sendo numa
frequência diária e alternada em razão da geração de resíduos de cada pequeno gerador,
sendo distribuída de acordo com a tabela a seguir.
Dia da Semana 2a Feira 3a Feira 4a Feira 5a Feira 6a Feira Sábado
Setores
1 1 1 1 1 1
2 4 2 4 2 4
3 5 3 5 3 5
Número de Estabelecimentos
Atendidos
61 99 68 99 90 43
127 106 106 113 103 43
90 106 108 64 80 59
1.2.6.5. Quantidades Coletadas
O Município de Campinas gera 6 toneladas por dia de RSSSs, assim divididos:
Grandes Geradores: 5 ton/dia;
Pequenos Geradores: 1 ton/dia.
1.2.6.6. Sistema de Tratamento Através de Micro-ondas
O tratamento dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSSSs) do Grupo A (Subgrupos A1,
A2 e A4) e do Grupo E, coletados no Município de Campinas, é feito através de micro-ondas.
1.2.6.7. Competências e Responsabilidades
No atual sistema de gestão de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde do Município de Campinas,
as competências e responsabilidades são assim definidas:
Administração Municipal, através do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e da
CONCESSIONÁRIA
Assegurar para que os veículos coletores passem regularmente nos mesmos locais, dias
e horários;
Divulgar com a devida antecedência, o programa de coleta dos resíduos domiciliares,
bem como de outros tipos de resíduos;
Promover o adequado transporte e o envio dos resíduos ao sistema de tratamento -
micro-ondas.
Geradores de RSSSs
Efetuar a separação dos materiais, conforme a Resolução CONAMA nº 358, de 29/04/05;
Acondicionar e armazenar, adequadamente, os resíduos conforme a normatização
específica;
Colocar os recipientes contendo os resíduos, no dia e hora programados com, no máximo,
duas horas de antecedência.
1.2.7. Coleta Seletiva de Óleos Vegetais Comestíveis
O serviço de coleta seletiva de óleos vegetais comestíveis compreende o recolhimento regular
de óleos mistos servidos que, gerados em cozinhas domiciliares e industriais, tenham condições
de destinação para a cooperativa de transformação em biodiesel e a posterior comercialização
pelas empresas que tenham potencial de utilização de energia renovável.
A coleta desses óleos dá-se em domicílios, pontos de entrega voluntária e em grandes
geradores.
1.2.7.1. Quantidades Coletadas
O Município de Campinas coleta, atualmente, 5.982 litros por mês de óleo comestível.
1.2.7.2. Formas de Coleta
Em Campinas, a coleta de óleo comestível se dá através de coleta em domicílio por equipe
especializada e também de entrega voluntária nos Ecopontos do Município, cujas
especificações já foram apresentadas anteriormente.
1.2.7.3. Equipe e Equipamentos de Coleta
O Município conta com 1 (uma) equipe para a coleta e o transporte de óleos vegetais
comestíveis, composta por:
01 motorista;
01 coletor;
01 veículo utilitário tipo furgão, com compartimento de carga fechado, com capacidade de
até 1.635 kg.
Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto a seus procedimentos junto
à população atendida.
Todos os funcionários trabalham devidamente uniformizados e providos dos Equipamentos
de Proteção Individual (EPIs) necessários à perfeita execução dos serviços.
1.2.7.4. Destinação Final
Todo o óleo coletado no Município é doado à empresa Remodela, que realiza a reciclagem do
mesmo.
1.2.7.5. Competências e Responsabilidades
No atual sistema de gestão de resíduos vegetais de óleos comestíveis do Município de
Campinas, as competências e responsabilidades são assim definidas:
Administração Municipal, através do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e da
CONCESSIONÁRIA
Assegurar para que o veículo coletor passe regularmente nos mesmos locais, dias e
horários;
Divulgar com a devida antecedência, o programa de coleta dos resíduos domiciliares,
bem como de outros tipos de resíduos;
Promover o adequado transporte e envio dos resíduos ao sistema de tratamento e
recuperação.
População
Acondicionar e armazenar, adequadamente, os resíduos conforme a normatização
específica;
Colocar os recipientes contendo os resíduos, no dia e hora programados com, no
máximo, duas horas de antecedência.
1.2.8. Resíduos Tecnológicos (Lâmpadas, Pilhas,
Baterias, Eletroeletrônicos e Outros)
Define-se como resíduos tecnológicos os seguintes resíduos:
Pilhas e baterias;
Lâmpadas fluorescentes;
Pneumáticos inservíveis;
Materiais eletrônicos.
1.2.8.1. Formas de Coleta
Em Campinas, a coleta dos resíduos tecnológicos se dá através de coleta em domicílio por
equipe especializada e, também, de entrega voluntária nos Ecopontos do Município.
1.2.8.2. Quantidades Coletadas
O Município de Campinas coleta, atualmente, 40 t/mês de resíduos tecnológicos.
1.2.8.3. Equipe e Equipamentos de Coleta
O Município conta com 1 (uma) equipe para a coleta e o transporte dos resíduos tecnológicos,
composta por:
01 motorista;
01 coletor;
01 veículo utilitário tipo furgão, com compartimento de carga fechado, com capacidade de
até 1.635 kg.
Os funcionários da coleta são treinados e orientados quanto a seus procedimentos junto à
população atendida.
Todos os funcionários trabalham devidamente uniformizados e providos dos Equipamentos
de Proteção Individual (EPIs) necessários à perfeita execução dos serviços.
1.2.8.4. Competências e Responsabilidades
No atual sistema de gestão de resíduos tecnológicos do Município de Campinas, as
competências e responsabilidades são assim definidas:
Administração Municipal, através do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e da
CONCESSIONÁRIA
Divulgar o programa de coleta dos resíduos tecnológicos, bem como de outros tipos de
resíduos, através dos pontos de entrega voluntária;
Promover o adequado transporte e envio dos resíduos ao sistema de tratamento,
reutilização ou reciclagem.
População
Acondicionar e armazenar, adequadamente, os resíduos.
1.2.9. Resíduos Verdes
Os serviços de manutenção e conservação de áreas verdes geram um tipo específico de resíduos
que se caracteriza basicamente por aparas de gramados, galhos e troncos provenientes dos
serviços de poda e extração de árvores e outras espécies de vegetação características das
atividades de jardinagem.
O Município apresenta, aproximadamente, 6.334.681,99 m² de áreas verdes, que necessitam de
intervenção do Poder Público para a sua conservação, estando distribuídas em todo o território
municipal, representando uma taxa de aproximadamente 6 m2/hab.
O território municipal, para efeito administrativo e operacional, é subdividido em microrregiões
conhecidas como administrações regionais e macrorregiões, que reúnem várias ARs, onde
encontram-se distribuídas as referidas áreas verdes, sendo que tais áreas podem ser visualizadas
na tabela a seguir.
Os serviços de manutenção e conservação de áreas verdes não estão mais no escopo técnico do
contrato responsável pela limpeza pública no Município, sendo que foi criado desde 2007 um
contrato específico para a execução dos serviços relacionados às áreas verdes municipais.
Os resíduos vegetais originados dos serviços de poda de árvores (de áreas públicas, parques
municipais e canteiros centrais de avenidas), serviços de corte de gramados e capina de
vegetação daninha (realizados nas áreas verdes do Município) são encaminhados para local
próprio junto ao Aterro Delta A.
Divisão de Áreas Verdes por AR
Item Administração
Regional Quantidade de Áreas Verdes
(m²)
1 AR 1 510.397,76
2 AR2 347.301,88
3 AR3 175.017,78
4 AR4 287.954,18
5 AR5 380.553,74
6 AR6 137.075,89
7 AR7 137.731,51
8 AR8 390.030,13
9 AR9 443.631,34
10 AR10 93.460,21
11 AR11 585.537,48
12 AR12 695.036,10
13 AR13 1.249.763,53
14 Barão Geraldo 413.598,44
15 Joaquim Egídio 20.230,52
16 Nova Aparecida 235.363,04
17 Souzas 231.998,46
Total em m2 6.334.681,99
Total em km2 6,33
Fonte: Departamento de Limpeza Urbana
1.2.9.1. Formas de Coleta
Os resíduos verdes no Município de Campinas são coletados por equipe especializada, após
efetuar os serviços de capina, poda e ajardinamento.
Os resíduos verdes são coletados também através de entrega voluntária nos Ecopontos e Ponto
Verde do Município.
1.2.9.2. Equipe e Equipamentos de Coleta
A equipe e os equipamentos para a coleta dos resíduos verdes são compostos por:
01 motorista;
05 operadores de roçadeira;
01 caminhão carroceira com sobreguarda, com capacidade de 6 t.
1.2.9.3. Quantidades Coletadas
O Município de Campinas gera 32 toneladas diárias de resíduos verdes.
1.2.9.4. Destinação Final
Os resíduos verdes coletados no Município de Campinas estão sendo dispostos em Aterro
Sanitário.
1.2.9.5. Competências e Responsabilidades
No atual sistema de gestão de resíduos verdes do Município de Campinas, as competências e
responsabilidades são assim definidas:
Administração Municipal, através do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e de empresa
terceirizada
Assegurar a eficiência na coleta dos resíduos gerados durante os serviços de poda de
árvores, serviços de corte de gramados e capina de vegetação daninha (realizados nas
áreas verdes do Município);
Promover o adequado transporte e a destinação final dos resíduos.
1.2.10. Pneus
1.2.10.1. Formas de Coleta
Os pneus são coletados através de entrega voluntária nos Ecopontos e Ponto de Coleta de Pneus
(Avenida Prefeito Faria Lima, 630 - Parque Itália) do Município.
1.2.10.2. Quantidades Coletadas
O Município de Campinas coleta 175 toneladas/anual de pneus.
1.2.10.3. Destinação Final
Os pneus coletados são destinados à Associação Reciclanip.
1.2.10.4. Competências e Responsabilidades
No atual sistema de gestão de resíduos sólidos de Campinas, as competências e
responsabilidades para a coleta de pneus são assim definidas:
Administração Municipal, através do Departamento de Limpeza Urbana (DLU)
Assegurar a eficiência na coleta destes resíduos, bem como proporcionar o seu adequado
armazenamento provisório;
Promover o adequado transporte e a destinação final dos resíduos.
1.2.11. Resíduos Sólidos Cemiteriais
Estes resíduos, caracterizados como restos de vegetação, madeiras e correlatos, são coletados
e dispostos em aterro sanitário.
1.2.12. Serviços Públicos de Saneamento Básico
São caracterizados por lodos gerados em ETAs e ETEs, cuja responsabilidade para o tratamento
e destinação final cabe à SANASA (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A).
Atualmente, os mesmos são dispostos em aterro sanitário.
47
1.2.13. Centrais de Triagem de Material Reciclável
Conforme estabelece o Decreto Municipal 14.265/01, todo material coletado através do sistema
de coleta seletiva é encaminhado às cooperativas de reciclagem, que realizam a separação dos
materiais, beneficiando-os através de simples classificação para a posterior comercialização.
As cooperativas de triagem de material reciclável trabalham em conjunto com a Prefeitura de
Campinas, realizando um trabalho que auxilia não apenas o meio ambiente, mas também as
próprias famílias que participam dessas cooperativas.
Realizando um trabalho de reaproveitamento, separação e venda de material reciclável, as
cooperativas diminuem o volume de material despejado nos aterros sanitários. Ao mesmo
tempo, geram renda para as famílias de baixa renda, agregando um valor social a um trabalho
ambiental.
Todo o material coletado pelo Serviço de Coleta Seletiva é redirecionado para essas cooperativas.
As mesmas ficam responsáveis pela separação do material, de acordo com a composição, e a
venda para diversas empresas que reutilizam esses materiais.
O programa de reciclagem de materiais presentes nos RSDs, através das cooperativas, recebe
apoio institucional da Prefeitura, que possui em seu Contrato com a empresa responsável pela
limpeza urbana, atualmente, vários serviços relacionados à reciclagem, em especial o
aparelhamento das cooperativas, com o objetivo de melhorar as condições de trabalho,
aumentando a produtividade e, consequentemente, os recursos vindo da comercialização dos
materiais.
O gráfico, a seguir, mostra a quantidade de material reciclável encaminhado a cada unidade
de triagem (cooperativa) somente do material coletado pelo sistema público.
Divisão de Material Coletado por Cooperativa
A relação das cooperativas hoje existente no Município de Campinas, segundo o endereço
e o número de cooperados, pode ser observada na tabela a seguir.
Relação das Cooperativas de Recicláveis Existentes em Campinas
Cooperativa Endereço Número de Cooperados
1 Aliança Rua Carlos Belucci - Jardim Mirassol 15
2 Antonio da Costa
Santos Avenida 02, s/n - Satélite Íris II 54
3 Bom Sucesso Rua Orlando da Silva Gírio - Vila Régio 14
4 Havilá Rua dos Cambarás - Parque Via Norte 9
5 Reciclar Rua Serra Dourada, nº 165 - Jardim Baronesa 34
6 Santa Genebra Rua Estácio de Sá, nº 577 - Santa Genebra 12
7 Santo Expedito Rua Basílio da Gama, s/n - Vila Castelo Branco 14
8 São Bernardo Avenida Prefeito Faria Lima, nº 630 - São Bernardo 38
Aliança6% Ant.C.Santos
26%
B.Sucesso5%
Divipaz0%
Havila6%
Reciclar10%
Renascer12%
Sta Genebra6%
Sto Expedito2%
São Bernardo15%
Stos Dumont1%
U.R.M3%
Remodela8%
48
9 Tatuapé (URM) Estrada do Mão Branca, s/n - São Caetano 18
10 Remodela Avenida Ana Beatriz Bierrenbach, nº 901 -
Vila Mimosa 19
11 Renascer Rua Francisco Elisiário, nº 240, Bairro Bonfim 29
Total 256
1.2.14. Pontos de Entrega Voluntária (PEVs)
A implantação dos Ecopontos e dos Pontos Verdes foi uma iniciativa pela necessidade de
minimizar os impactos negativos de lançamento de resíduos em locais públicos.
Paralelamente, os pontos de entrega voluntária estão servindo para conscientizar a população
sobre a continuidade da responsabilidade sobre o resíduo gerado. O gerador responsável tem,
a partir destes Ecopontos e dos Pontos Verdes, mais um instrumento para exercitar sua
cidadania.
Os pontos de entrega voluntária estão distribuídos em todas as regiões da Cidade e recebem
não somente materiais recicláveis, mas também resíduos da construção civil (entulhos,
madeiras), resíduos especiais (lixo eletrônico, pilhas, lâmpadas, baterias, óleo comestível usado,
pneus), massa verde proveniente de podas e objetos inservíveis, como sofás, armários, móveis,
entre outros.
1.2.14.1. Ecopontos
Os Ecopontos consistem em locais disponibilizados pela Prefeitura Municipal de Campinas,
através do Departamento de Limpeza Urbana (DLU), com o intuito de atender à demanda
oriunda dos serviços gerenciados pelos órgãos públicos, como também de usuários diversos
interessados em dar destinação adequada aos seguintes tipos de resíduos:
Resíduos da Demolição e da Construção Civil - RDCCs;
Resíduos Verdes;
Resíduos Domiciliares e Comerciais Recicláveis;
Pneus;
Resíduos Tecnológicos (pilhas, baterias e lâmpadas).
Cada Ecoponto possui características distintas, os mesmos contam com cercamento e vigilância
e são pontos de coleta que visam atender à demanda específica de cada localidade e com
infraestrutura específica para armazenar, temporariamente, os diversos tipos de resíduos,
incluindo caçambas para a coleta de resíduos verdes e contêineres para os resíduos recicláveis.
Ao lado destes locais estão implantadas áreas de praça e de lazer à disposição dos moradores,
com o intuito de se criar um espaço que não se trata somente de um local onde o munícipe
possa dispor seus resíduos de forma correta e consciente, mas sim, onde possa também praticar
seu lazer e descanso e conviver em harmonia com o meio ambiente.
A idealização de implantação do modelo “Ecoponto” partiu após a realização de estudos
coordenados pelo Departamento de Limpeza Urbana em conjunto com as Administrações
Regionais e Subprefeituras, para as identificações de descartes clandestinos irregulares em
áreas públicas de diversos tipos de resíduos, sendo que neste levantamento foram identificados,
aproximadamente, 280 (duzentos e oitenta) pontos de desovas espalhados por diversos pontos
da Cidade.
Em determinados pontos identificados foram observadas algumas peculiaridades, como um
volume considerável de resíduos verdes na região de Sousas e Joaquim Egídio, devido àquela
região ser de áreas de chácaras e sítios. Também foi observada uma grande demanda nas áreas
limites do Município, com algumas cidades que praticamente estão ligadas por estradas
secundárias de terra, o que facilita a desova de resíduos, devido à dificuldade de fiscalização e
pouco fluxo de pessoas e veículos.
49
Após as implantações dos primeiros Ecopontos e suas devidas operações, foi iniciada a segunda
etapa, que consistia em verificar a aceitabilidade por parte dos usuários das determinadas re-
giões, bem como levantar os diferentes tipos de materiais entregues com o intuito de executar
os ajustes necessários de cada Ecoponto ou da necessidade de aprimorar a conscientização dos
moradores.
Nesta segunda etapa foram iniciados, também, controles dos geradores de médio e grande
portes, pois a partir da identificação foram orientados dar destinação correta de seu resíduo,
pois o Ecoponto não foi concebido para receber grandes quantidades de material.
A proposta inicial do modelo de Ecoponto, que era de reduzir o impacto negativo dos descartes
irregulares e clandestinos de resíduos, quer seja em locais públicos e também beiras de rios e
ribeirões, tem-se mostrado eficiente, pois de acordo com os últimos dados levantados no ano
de 2015, foi retirada, aproximadamente, uma média de 2.000 ton/mês de resíduos de
construção civil e galharias destes locais.
Ecoponto Jardim Pacaembu
Rua Dante Suriani - Jardim Pacaembu
Ecoponto DLU - Pneus e Lixo Eletrônico
Avenida Faria Lima, nº 630 - São Bernardo
1.2.14.2. Pontos Verdes
Juntamente com a idealização dos Ecopontos, foram implantados alguns Pontos Verdes, em
determinados locais a partir de estudos dos geradores e aspectos do tipo de resíduo descartado,
também de forma clandestina e irregular.
Os Pontos Verdes contêm coletores de recicláveis e um conjunto de caçambas metálicas para a
disposição de resíduos provenientes de pequenas reformas de construção civil e pequenas
podas de jardins, de moradores daquela região. Os locais não contam com funcionário e nem
com estrutura mais complexa e de área arborizada e de lazer, como nos Ecopontos.
Da mesma forma que os Ecopontos, os Pontos Verdes foram sendo ajustados conforme a
necessidade de cada localidade. Um exemplo disto é o Ponto Verde da Vila Costa e Silva, que
teve uma demanda superior às expectativas dos demais, com um fluxo diário acima da média,
tanto do material reciclável, quanto das caçambas metálicas de resíduos de construção civil e
galharias, o que ocasionava transbordo nos recipientes. Devido a isso, foram realizados os
50
devidos ajustes, com coletas mais regulares e frequentes, afim de se evitar transtornos aos
moradores do entorno.
Assim, ficou constatado que o conceito do Ponto Verde se aplica melhor quando se encontra
em áreas próximas de fluxo contínuo de pessoas e de vigilância, pois além de proporcionar
segurança aos usuários, deixa o local com um aspecto mais condizente com o espaço, evitando
as situações expostas anteriormente.
No quadro, a seguir, está indicada a relação de Ecopontos e Pontos Verdes.
Pontos de Entrega Voluntária - PEVs do Município de Campinas
Nome Tipo do PEV Endereço Horário de
Funcionamento
Jardim São Gabriel Ecoponto Rua José Martins Lourenço Segunda a Sábado das
7h50 às 15h50
Parque Tropical Ecoponto Rua Manuel Gomes Ferreira Segunda a Sábado das
7h50 às 15h50
Jardim Eulina Ecoponto Avenida Marechal Rondon Segunda a Sábado das
7h50 às 15h50
Via Norte Ecoponto Rua dos Cambarás Segunda a Sábado das
7h50 às 15h50
Barão Geraldo Ecoponto Avenida Santa Isabel, 2.300 Segunda a Sábado das
7h50 às 15h50
FEPASA Ecoponto Rua Francisco Teodoro, 1.040 Segunda a Sábado das
7h50 às 15h50
Sousas Ecoponto Avenida Julia Conceição Alves Segunda a Sábado das
7h50 às 15h50
Vila Campos Sales Ecoponto Avenida São José dos Campos Segunda a Sábado das
7h50 às 15h50
Vila Itajaí Ecoponto Rua Celso Soares Couto Segunda a Sábado das
7h50 às 15h50
Carlos Grimaldi Ponto Verde Rua Cônego Pedro Bonhomme,
Jardim Bela Vista Segunda a Domingo
24 h
Jardim Paranapanema Ecoponto Rua Serra D'Água Segunda a Sábado das
7h50 às 15h50
Vila Brandina Ponto Verde Avenida Osvaldo Von Zuben Segunda a Domingo
24 h
DLU Ecoponto
(pneus/lixo eletrônico)
Avenida Faria Lima, 630, São Bernardo
Segunda a Sábado das 7h50 às 15h50
Pontos de Entrega Voluntária - PEVs do Município de Campinas
Nome Tipo do PEV Endereço Horário de
Funcionamento
Bairro Vida Nova Ecoponto Rua Gióia Júnior, Núcleo
Residencial Vida Nova Segunda a Sábado das
7h50 às 15h50
Jardim Pacaembu Ecoponto Rua Dante Suriane Segunda a Sábado das
7h50 às 15h50
Parque São Jorge Ecoponto Rua Plácida Pretini Segunda a Sábado das
7h50 às 15h50
Jardim Costa e Silva Ponto Verde Rua Saldanha da Gama Segunda a Domingo
24 h
Pompeia Ponto Verde Atrás do Supermercado Pague Menos Segunda a Domingo
24 h
Vila Formosa Ponto Verde Rua Francisco Antônio da Silva Segunda a Domingo
24 h
Vista Alegre Ponto Verde Rua Oito Segunda a Domingo
24 h
São Domingos Ponto Verde Estrada Velha de Indaiatuba Segunda a Domingo
24 h
Roseira Ponto Verde Avenida Brasília Segunda a Domingo
24 h
1.3. Conhecimento da Situação Legal da Prestação dos Serviços
1.3. Conhecimento da Situação Legal da Prestação dos Serviços
1.3.1. Legislações Municipal, Estadual e Federal
A Lei Federal nº 11.445/2007 estabelece as diretrizes nacionais para a prestação dos serviços de
saneamento básico. A lei define saneamento básico como o conjunto de quatro serviços
públicos: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem urbana e manejo
de resíduos sólidos urbanos (coleta e disposição final do lixo urbano), estabelecendo que o
saneamento básico deva ser objeto de planejamento integrado, para cuja elaboração o titular
pode auferir a cooperação de outros entes da Federação e mesmo de prestadores dos serviços.
Preveem-se, também, diretrizes para a prestação regionalizada de serviços de saneamento,
quando uma mesma entidade presta serviço a dois ou mais municípios, a qual deve ter regulação
e fiscalização unificadas (Artigo 14 e seguintes). Além disso, a lei traz regras para o
relacionamento entre titulares e prestadores de serviços, notando-se que os “titulares dos
serviços públicos de saneamento básico poderão delegar a organização, a regulação, a
fiscalização e a prestação desses serviços, nos termos do Artigo 241 da Constituição Federal e
da Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005” (Artigo 8º).
Sobre a atividade regulatória, a Lei define:
Artigo 21. O exercício da função de regulação atenderá aos seguintes princípios:
I - independência decisória, incluindo autonomias administrativa, orçamentária e
financeira da entidade reguladora;
II - transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.
Artigo 22. São objetivos da regulação:
I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a
satisfação dos usuários;
II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas;
III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos
órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência;
IV - definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos,
como a modicidade tarifária, mediante os mecanismos que induzam a eficiência e eficácia
dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade.
A lei fornece, assim, diretrizes gerais para a regulação dos serviços, a qual deve ser exercida por
entidades com autonomias decisória, administrativa, orçamentária e financeira; a regulação e a
fiscalização dos serviços podem ser exercidas diretamente pelo titular, sendo possível que a
regulação de serviços públicos de saneamento básico seja “delegada pelos titulares a qualquer
entidade reguladora constituída dentro dos limites do respectivo Estado, explicitando, no ato de
delegação da regulação, a forma de atuação e a abrangência das atividades a serem
desempenhadas pelas partes envolvidas” (Artigo 23, § 1º).
Reconhece-se a necessidade de que os serviços de saneamento tenham sustentabilidade
econômica e, nesse sentido, o Artigo 29 da lei estatui:
Artigo 29. Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-
financeira assegurada, sempre que possível, mediante a remuneração pela cobrança dos
serviços:
I - de abastecimento de água e de esgotamento sanitário: preferencialmente, na forma
de tarifas e outros preços públicos, que poderão ser estabelecidos para cada um dos
serviços ou para ambos conjuntamente;
II - de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e outros
preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas
atividades;
III - de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em
conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades.
§ 1o. Observado o disposto nos Incisos I a III do “caput” deste Artigo, a instituição das
tarifas, preços públicos e taxas para os serviços de saneamento básico observarão as
seguintes diretrizes:
I - prioridade para o atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde pública;
II - ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços;
III - geração dos recursos necessários para a realização dos investimentos, objetivando o
cumprimento das metas e objetivos do serviço;
IV - inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;
V - recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de eficiência;
VI - remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços;
VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis
exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos serviços;
VIII - incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços.
§ 2o. Poderão ser adotados subsídios tarifários e não tarifários para os usuários e
localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica suficiente
para cobrir o custo integral dos serviços.
A Lei, outrossim, relaciona os direitos e obrigações de usuários e prestadores dos serviços e fixa
diretrizes para a cobrança pela prestação dos serviços de saneamento básico, incluindo as
condições e situações em que estes podem ser interrompidos.
A Lei Federal nº 12.305/2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), “dispondo
sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão
integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades
dos geradores e do Poder Público e aos instrumentos econômicos aplicáveis” (Artigo 1º).
Para os fins da Lei, resíduo sólido é o “material, substância, objeto ou bem descartado resultante
de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou
se está obrigado a proceder, nos estados sólidos ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública
de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviá-
veis em face da melhor tecnologia disponível” (Artigo 3º, XVI).
De tal modo, os resíduos sólidos são o resultado das diversas atividades da comunidade humana,
como as domésticas, comerciais e industriais, de serviços, da varrição dos logradouros públicos,
dos hospitais e também das atividades agrícolas. A Lei traz a seguinte classificação dos resíduos
sólidos:
Artigo 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte classificação:
I - quanto à origem:
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências
urbanas;
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e
vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados
nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades,
excetuados os referidos na alínea “c”;
f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido
em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS -
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária;
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e
escavação de terrenos para as obras civis;
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais,
incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais
alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficia-
mento de minérios.
II - quanto à periculosidade:
a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo
risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com a lei, regulamento ou
norma técnica;
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.
Parágrafo Único. Respeitado o disposto no Artigo 20, os resíduos referidos na alínea “d” do Inciso
I do caput, se caracterizados como não perigosos, podem, em razão de sua natureza,
composição ou volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo Poder Público Municipal.
Conforme o Artigo 9º da Lei, na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada
a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos
resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. A grosso modo, o
gerenciamento dos resíduos sólidos são as ações de coleta, transporte, transbordo, tratamento,
destinação e disposição final ambientalmente adequadas.
Incumbe aos municípios e ao Distrito Federal, de acordo com o Artigo 10, a gestão integrada dos
resíduos gerados nos respectivos territórios, sem prejuízo das competências de controle e
fiscalização dos órgãos federais e estaduais do SISNAMA, do SNVS e do SUASA, bem como da
responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de resíduos, consoante ao estabelecido na Lei.
O conteúdo mínimo do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos está previsto
no Artigo 19 da Lei, o qual traz dezenove itens sobre tal conteúdo mínimo. Porém, conforme o
§8º do mesmo Artigo, “A inexistência do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos não pode ser utilizada para impedir a instalação ou a operação de empreendimentos ou
atividades devidamente licenciados pelos órgãos competentes”.
Exemplificativamente, o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos deve ter,
entre outros, a identificação de áreas favoráveis para a disposição final ambientalmente
adequada de rejeitos, observado o Plano Diretor de que trata o §1º do Artigo 182 da
Constituição Federal de 1988 e o zoneamento ambiental, se houver, conforme o Artigo 19, II, da
Lei nº 12.305/2010.
O Artigo 20 da Lei nº 12.305/2010 discrimina quem estará sujeito à elaboração do Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos:
“Artigo 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos:
I - os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas “e”, “f”, “g” e “k” do Inciso I do
Artigo 13;
II - os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que:
a) gerem resíduos perigosos;
b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza,
composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo Poder
Público Municipal;
III - as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas
estabelecidos pelos órgãos do SISNAMA;
IV - os responsáveis pelos terminais e outras instalações referidas na alínea “j” do Inciso
I do Artigo 13 e nos termos do regulamento ou de normas estabelecidos pelos órgãos do
SISNAMA e, se couber, do SNVS, às empresas de transporte;
V - os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente
do SISNAMA, do SNVS ou do SUASA.”
Por sua vez, o Poder Público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis pela
efetividade das ações voltadas para assegurar a observância da Política Nacional de Resíduos
Sólidos e das diretrizes e demais determinações estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento
(Artigo 25).
Além disso, o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos é
responsável pela organização e prestação direta ou indireta desses serviços, observados o
respectivo Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, a Lei nº 11.445, de 2007, e
as disposições desta Lei e seu regulamento (Artigo 26).
A Lei ainda estabelece a responsabilidade compartilhadas pelo ciclo de vida dos produtos, “a ser
implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos” (Artigo 30).
As proibições sobre a destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos estão
previstas no Artigo 47 e dizem respeito à proibição do lançamento em praias, no mar ou em
quaisquer corpos hídricos; lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de
mineração; queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados
para essa finalidade e outras formas vedadas pelo Poder Público.
Na mesma linha, na Lei no 12.300, de 16 de março de 2006 do Estado de São Paulo, que institui
a Política Estadual de Resíduos Sólidos, constam princípios, diretrizes, objetivos e instrumentos
para a gestão integrada e compartilhada de rejeitos sólidos para prevenir e controlar a poluição
e proteger o meio ambiente e, por conseguinte, a saúde pública.
No âmbito municipal (Município de Campinas), destaca-se o Decreto nº 14.265, de 21 de março
de 2003, que dispõe sobre o programa de doação de material reciclável de lixo doméstico às
cooperativas ou associações populares de trabalhadores em reciclagem. Este Decreto define
competências administrativas para fins do programa.
O Decreto Municipal nº 18.199, de 19 de dezembro de 2013, institui o Plano Municipal de
Saneamento Básico, prevendo programas e ações, objetivos e metas. Este Decreto, ainda, exige
que os prestadores dos serviços públicos de saneamento básico, conforme o Plano Municipal de
Saneamento Básico, deverão elaborar relatório anual contendo as ações desenvolvidas e os
indicadores de desempenho, para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia desses serviços
públicos (Artigo 3º, caput).
Por fim, não se pode esquecer, no âmbito municipal, dos seguintes diplomas:
Lei Orgânica do Município de Campinas, de 30 de março de 1990;
Lei Complementar Municipal nº 15, de 27 de dezembro de 2006, que dispõe sobre o Plano
Diretor do Município de Campinas;
Lei Municipal nº 14.241, de 10 de abril de 2012, que ratifica a subscrição do protocolo de
intenções para a constituição da Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias
dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí;
Agência Reguladora das Bacias PCJ;
Decreto Municipal nº 17.775, de 22 de novembro de 2012, que dispõe sobre a criação do
Conselho de Regulação e Controle Social do Município, para atuar como mecanismo
consultivo no âmbito da Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios
Piracicaba, Capivari e Jundiaí - ARES-PCJ.
1.3.2. Normas Operacionais e Práticas Atuais -
Posicionamento do Tribunal de Contas do Estado de
São Paulo (“TCE/SP”)
Primeiramente, as legislações que refletem as normas operacionais para a prestação do serviço
são a Lei Municipal no 13.153/07, que institui o Programa Municipal de PPP; a Lei Federal
no 8.666/93, que institui normas para a Licitação e contratos da Administração Pública; a
Lei no 11.079/04, que institui normas gerais de PPP no âmbito da Administração Pública; e a Lei
Federal no 11.107/05, que dispõe sobre as normas gerais de contratação de consórcios públicos.
Maiores considerações sobre as normas práticas serão desenvolvidas no item do modelo jurídico
proposto.
Sobre as práticas atuais, nada mais acertado do que considerar o posicionamento do Tribunal
de Contas do Estado de São Paulo, que julga e controla as contratações no âmbito municipal
sobre os resíduos sólidos.
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo vem se posicionando desde 2006 acerca das novas
Concessões dos Serviços Integrados de Gestão de Resíduos Sólidos, já sob a nova ótica da
legislação federal.
Nesse contexto, colacionam-se os principais posicionamentos do TCE/SP acerca da Concessão e
do Edital de Licitação, a fim de direcionar a Administração nos aspectos já consolidados na
jurisprudência.
a) Do Critério de Julgamento definido - técnica e preço ou menor valor da contratação
1 Consulta realizada pelo Município de Piracicaba - Processo TC 13841/026/06
Em 2006 houve a Consulta1 realizada ao TCE-SP pelo Município de Piracicaba acerca da
possibilidade de ser definido como critério de julgamento, o modelo de técnica e preço, tendo
em vista que a súmula nº 21 do TCE/SP impossibilita tal critério para a contratação de serviços
de coleta de resíduos sólidos, em termos.
Tal posicionamento foi revisto pelo Tribunal, o qual decidiu que, por se tratar de objeto muito
mais complexo do que apenas a coleta de resíduos sólidos e a implantação de aterro, o qual
exige muitas vezes a utilização de tecnologias para transformar o produto da coleta em
combustível, ou ainda para diminuir a emissão de poluentes e a quantidade de lixo em aterros,
com a operação de usinas de tratamento.
Conforme definido pela Administração Pública, o objeto da Parceria Público-Privada comporta
o critério técnica e preço, nada obstando, entretanto, que a Administração Pública, percebendo
ser desnecessária a técnica específica, adotar o critério de Menor Valor da Contraprestação2.
Assim, deve haver a verdadeira avaliação da complexidade do objeto, bem como da necessidade
de utilização de técnicas avançadas, e não havendo qualquer impedimento legal a respeito da
adoção da técnica e preço como critério de julgamento, este poderá ser escolhido pela
Administração Pública.
No entanto, os critérios para o julgamento das propostas técnicas devem ser o mais objetivo
possível. Nesse ponto, o Tribunal entende que ao estabelecer quantitativos como forma de
2 TC 45319/026/08 e 3962/026/09; TC 014610/026/10 e 018886/026/10; TC 029453/026/10;
TC 003900/989/13 e TC 003012/989/14
definir os critérios, torna-se o julgamento mais cristalino para as licitantes e mais objetivo e,
consequentemente, um julgamento mais justo3.
b) Da previsão de participação em Consórcio
O TCE/SP, na maioria de seus julgados, dispõe que a previsão ou não da possibilidade de
participação em Consórcio é matéria de discricionariedade da Administração.
Sendo assim, o TCE/SP só poderá intervir nesse aspecto da Licitação, caso haja o flagrante desvio
de finalidade, sendo, entretanto, dever do TCE/SP exercer a análise da razoabilidade e
proporcionalidade no exercício do poder discricionário.
Nesse contexto, entendeu o TCE/SP que, no caso de aglutinação dos serviços de coleta,
transporte, destinação e tratamento apenas de resíduos sólidos domiciliares e comerciais, tendo
em vista que não se diferem grandemente quanto à técnica utilizada, fica a cargo da
Administração Pública permitir a participação de Consórcio ou não4.
Já, tendo em vista a segmentação de mercado atualmente existente, notadamente em relação
aos resíduos sólidos de saúde (RSSs) e da construção civil, aliada à extensa lista de experiência
requerida para fins de qualificação técnica, com grande potencial a restringir a competitividade
do certame, o TCE considerou oportuno que a Administração permita a participação de
empresas reunidas em Consórcio, de forma a atenuar possíveis reflexos negativos à amplitude
do universo de competidores decorrentes da composição do objeto5.
3 TC 7832/026/07 e TC 024496/026/11
Exemplo TC 016337/026/11:
Desenvolvimento insuficiente: sempre que não forem desenvolvidos pelo menos 50% dos temas
exigidos no item;
Desenvolvimento incompleto: sempre que forem desenvolvidos mais de 50% e, pelo menos, 95% dos
temas previstos;
Nesse contexto, apesar de ser consolidada a jurisprudência no sentido de ser passível da
discricionariedade administrativa a formação de Consórcio, o TCE/SP houve por bem excetuar a
aglutinação de serviços com características de tratamento distintas.
Quanto à limitação do número de consorciada, a jurisprudência é pacífica e consolidada no
sentido de que a matéria não merece apreciação pelo Tribunal, uma vez admitida a participação,
a administração pode limitar o número de empresas que poderão fazer parte de um mesmo
Consórcio6.
c) Apresentação da documentação de habilitação técnica e qualificação econômico-financeira
pelas consorciadas
Pela jurisprudência do Tribunal, o Edital deve respeitar o disposto na Lei Federal nº 8.666/93,
quanto às exigências de apresentação de atestados técnicos e documentos de qualificação
econômico-financeira, para as consorciadas.
Desenvolvimento completo: sempre que forem desenvolvidos, pelo menos, 95% dos temas exigidos. 4 TC 014610/026/10, 018886/026/10 e TC 029453/026/10 5 TC 003012/989/14 6 TC 7832/026/07, TC 727/989/12 e TC 003900/989/13
Isso quer dizer que, quando da apresentação de atestados técnicos, deve se prever a
possibilidade de somatório dos quantitativos de um mesmo período entre as consorciadas, uma
vez que de diferente exigir a Administração Pública, o benefício da participação em Consórcio
se faz inócuo.
O mesmo se dá quando da apresentação de comprovação de capital social mínimo e patrimônio
líquido mínimo, que deve se dar na proporção da participação de cada empresa. Entretanto,
quanto aos índices de liquidez geral e endividamento, devem ser individualmente apresentados,
pois descaracterizariam a sua função se apresentados na medida da proporcionalidade da
empresa, uma vez que não mostrariam com eficiência a qualidade da vida financeira da
empresa7.
Ainda, quanto ao grau de endividamento, apesar de ser admitido pelo Tribunal que o parâmetro
escolhido pela Administração Pública seja grau de endividamento menor que 0,3, índice de
liquidez geral maior ou igual a 1,5, o TCE/SP tem decidido que a Administração deve apresentar
justificativa no Edital para a adoção de tais índices, pois, pela análise do caso concreto, estes
podem se tornar restritivos. É o caso dos TCs 45319/026/08 e 3962/026/09 da Prefeitura de
Jacareí.
d) Da exigência de Patrimônio Líquido, Garantia da Proposta e Capital Social Integralizado
Quanto ao tema, o Tribunal reconhece a possibilidade de exigência de Capital Social
Integralizado, como forma de aferir a capacidade econômico-financeira da Licitante - o porte do
objeto licitado revela inexistir obstáculo à competitividade, é o que se verifica da leitura do voto
do Conselheiro Relator, Renato Martins Costa, nos autos do TC 016833/026/09, exame prévio
de Edital da PPP de Francisco Morato.
7 TC 024496/026/11 8 TC 19443/026/10, TC 014610/026/10 e 018886/026/10; TC 029453/026/10
Oportuno se faz o registro de que, desde o início, a questão da exigência do Capital Social
Integralizado foi afastada, ante o reconhecimento de que esta Corte, recentemente, ratificou a
possibilidade de impor-se aos Licitantes, para fins de aferição da capacidade econômico-
financeira, que demonstrassem contar com a devida integralização do capital subscrito.
No mesmo sentido, a Corte de Contas do Estado de São Paulo reconhece ser possível que a
Administração Pública exija a comprovação de Patrimônio Líquido no patamar de até 10% do
valor de investimento previsto para a Concessão, bem como a prestação de Garantia de
Proposta, no patamar de até 1% do valor estimado de investimento para a Concessão, uma vez
que nos casos de PPP e Concessões Comuns com um vultuoso valor de investimento, a exigência
de garantia é essencial devido ao valor do montante a ser investido no começo da Concessão8.
Dessa forma, a vedação estabelecida na Lei 8.666/1993 se aplica apenas aos contratos
estritamente por ela regidos.
Ainda referentemente à prestação de garantia, houve questionamento acerca do prazo para sua
apresentação, bem como o prazo para a realização de visita técnica, quando for o caso. Nesse
ponto, o TCE indica em sua jurisprudência que a Administração deve conceder prazo de, no
mínimo, 45 dias para a visita técnica e 50 dias para a apresentação da garantia, nos casos de PPP
ou Concessão Comum.
Nesse sentido, independe da data estabelecida para a abertura dos envelopes a prestação da
garantia e a visita técnica, desde que o prazo final seja a 50 e 45 dias, respectivamente, da data
do aviso de Licitação9.
e) Da necessidade de Plano Integrado de Resíduos Sólidos
9 TC 014610/026/10 e 018886/026/10
A Lei Federal nº 12.305/2010, que instituiu a PNRS, determinou que fosse criado no âmbito
municipal o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, conforme depreende-se da leitura
do Artigo 18 da referida Lei10.
Nesse contexto, cabe às Prefeituras elaborarem o Plano de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos, nos parâmetros exigidos pela legislação pertinente, podendo ser constituído por meio
de lei ordinária ou decreto municipal.
Assim, quando das análises dos Editais de Concorrência Pública para a Concessão da Gestão dos
Serviços de Limpeza Pública, englobando os serviços de captação e tratamento de Resíduos
Sólidos, o TCE firmou jurisprudência no sentido de que a existência do Plano Municipal Integrado
previsto na PNRS é condição sine qua non para a elaboração do Edital, justificando tal
posicionamento nos longos prazos que a Concessão possui.
Isso porque a inexistência de um Plano hábil a atender aos preceitos da Lei indica a clara
necessidade de se adequar o contrato firmado alterando suas bases, desconfigurando a equação
do ajuste.
Dessa forma, não há que se falar em Concessão dos serviços sem que seja editado o Plano
Municipal Integrado de Resíduos Sólidos, contemplando todos os princípios e metas
estabelecidos na PNRS11. Tal Plano pode ser anexado ao Edital, de forma que não há
impedimento quanto à sua forma.
f) Do passivo ambiental e das desapropriações
10 Artigo 18. A elaboração de Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, nos termos previstos por
esta Lei, é condição para o Distrito Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos
A Administração Pública poderá prever no Edital de Concessão Administrativa dos Serviços
relacionados aos Resíduos Sólidos, a responsabilidade do contratado quanto aos passivos
ambientais atuais ou vindouros que sejam identificados na área da Concessão. Podendo, ainda,
estabelecer a repartição dos riscos.
O importante é que seja feito um estudo prévio para medir, de forma aproximada, a gravidade
do passivo existente, a fim de que as Licitantes possam incluir tal ônus no cômputo dos preços
que serão ofertados.
Essa é a jurisprudência do TCE/SP, como vemos no TC 029453/026/10 e no TC 003012/989/14,
dentre outros.
Ainda, quanto às desapropriações, é possível que a Administração Pública partilhe com o
Parceiro Privado os custos com a desapropriação de áreas necessárias para a consecução do
objeto, como também poderá assumir integralmente este custo ou, ainda, repassá-lo ao
contratado.
A única observação que a jurisprudência traz sobre o assunto é que deve ser definida de forma
clara a quem será alocado o custo referente às desapropriações12.
sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou
fomento para tal finalidade. 11 TC 727/989/12; TC 45319/026/08 e 3962/026/09, e TC 003012/989/14 12 TC 003012/989/14
g) Dos impedimentos relativos à Receita Corrente Líquida do Município
O Artigo 28 da Lei de PPPs dispõe que os Municípios não farão jus aos benefícios da União, caso
o valor anual de contratação de PPPs ultrapasse o patamar de 5% da Receita Líquida Corrente.
Para o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, tal colocação culmina na vedação de se
conceder por meio de Parceria Público-Privada serviços que ultrapassem esse patamar. Esse
entendimento é visto na decisão proferida nos Autos do TC 727/989/12, da Prefeitura de Taboão
da Serra, na qual os Conselheiros optaram por barrar a Licitação, tendo em vista que ultrapassara
o limite de 5% da Receita Líquida Corrente do Município.
Ocorre que, quando da análise do Edital de Ribeirão Preto, nos Autos do TC 003900/989/13, o
Relator, Conselheiro Robson Marinho, relativizou o entendimento do TCE/SP até aquele
momento, a respeito da inteligência do Artigo 28 da Lei das PPPs - impossibilidade de
contratação quando superar 5% da Receita Líquida Corrente - sob o argumento de que os
benefícios que a PPP traria para o Município superavam essa questão de ordem formal.
Ainda, ponderou que seria um incremento de apenas 0,4% na receita, se levado em conta o que
é gasto pela Prefeitura com os contratos de regidos pela Lei nº 8.666/1993, afastando, dessa
forma, o entendimento exarado pela Corte de Contas até então.
Nesse sentido, apesar de não ser possível afirmar que houve uma mudança de entendimento, é
provável que tal matéria possa vir a ser modificada pelo Tribunal, quando houver um maior ama-
durecimento da própria jurisprudência.
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1.4. Conhecimento dos Dados Financeiros
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1.4. Conhecimento dos Dados Financeiros
Neste item, o CONSÓRCIO CAMP AMBIENTAL identifica os principais números a respeito dos
investimentos da Prefeitura de Campinas com os serviços de coleta de resíduos sólidos urbanos.
a) Dispêndio Atual do Município com Resíduos
No quadro, a seguir, estão indicados os gastos da Prefeitura com o CONSÓRCIO RENOVA
AMBIENTAL e com a empresa Estre, responsável pelo Aterro Sanitário de Paulínia, para onde
são destinados os resíduos de Campinas.
Dispêndio da Prefeitura de Campinas
Ano Dispêndio
(R$) Empresa
2012 72.690.111,29 Consórcio Renova Ambiental
2013 82.660.930,61 Consórcio Renova Ambiental
2014 73.800.000,00 Consórcio Renova Ambiental
2014 22.100.000,00 Estre
2015 81.400.000,00 Consórcio Renova Ambiental
2015 34.100.000,00 Estre
Fonte: DLU
b) Análise da Situação Atual do Município
Para a análise de viabilidade do futuro Contrato de Concessão que está sendo proposto neste
Estudo, faz-se necessária a avaliação da capacidade de pagamento do Município e da
razoabilidade dos valores envolvidos.
A justificativa detalhada de cada investimento e de cada serviço proposto está consubstanciada
nos Capítulos deste Estudo e apresentam coerência com os padrões de mercado.
A avaliação apresentada neste item considera os balanços municipais extraídos de fonte oficial,
para o período de 2010 a 2015.
Balanço Financeiro
Fonte: Portal Transparência - Prefeitura de Campinas
Para permitir uma avaliação parametrizada, buscou-se um indicador de simples entendimento
que, nesse caso, foi a Receita Bruta Anual dividida pelo número de habitantes. Esse parâmetro
permite identificar a contribuição média por habitante e extrapolar a expectativa de receitas
futuras do Município, com base em seu crescimento populacional.
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Receitas Correntes 2.553.204.568 2.943.434.930 3.238.162.439 3.570.850.602 3.838.284.242 4.113.408.382
Taxa de variação - Receitas 15% 10% 10% 7% 7%
Despesas Orçamentárias 2.638.767.513 2.872.425.940 3.063.931.343 3.470.079.578 3.811.424.798 4.241.001.610
Taxa de variação - Despesas 9% 7% 13% 10% 11%
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Balanço Financeiro
Fonte: Portal Transparência - Prefeitura de Campinas
2010 2011 2012 2013 2014 2015
População 1.101.900,75 1.110.570,17 1.120.791,27 1.134.397,31 1.144.063,14 1.153.457,48
Receitas Correntes 2.553.204.568,22 2.943.434.929,86 3.238.162.439,18 3.570.850.601,73 3.838.284.242,43 4.113.408.382,01
R$ de receita por habitante 2.317,09 2.650,38 2.889,18 3.147,80 3.354,96 3.566,16
Taxa de variação - Receitas 14% 9% 9% 7% 6%
Despesas Orçamentárias 2.638.767.512,74 2.872.425.940,40 3.063.931.342,93 3.470.079.578,06 3.811.424.797,92 4.241.001.610,31
R$ de despesas por habitante 2.394,74 2.586,44 2.733,72 3.058,96 3.331,48 3.676,77
Taxa de variação - Receitas 8% 6% 12% 9% 10%
1.2.15. Situação do Aterro Sanitário Delta 1A
Estão apresentados e comentados, a seguir, os aspectos referentes às condições gerais do
maciço de resíduos do Aterro Sanitário, identificados e registrados durante as inspeções visuais
realizadas pela Geotech - Geotecnia Ambiental Consultoria e Projetos Ltda., no mês de outubro
de 2015.
a) Transbordo de resíduos - controle de recebimento
O Aterro Sanitário Delta 1A encontra-se encerrado e, em março de 2013, foi implantado o
Transbordo de Resíduos Sólidos na cota 640 m, no platô superior do maciço de resíduos.
Segundo as informações levantadas através dos dados de controle de recebimento do
transbordo, entre o período de 1º a 31 de outubro de 2015, foram recebidos e encaminhados
para a adequada disposição final, o peso total de 35.998,42 toneladas de resíduos sólidos
domiciliares.
Ressalta-se que os resíduos recebidos no transbordo estão sendo encaminhados para a CGR
Paulínia - Estre Ambiental, que possui a seguinte Licença de Operação, LO Nº 37002080, válida
até 25/02/2019.
b) Conservação e manutenção do Aterro
As atividades de operação do Aterro incluem os serviços de conservação e manutenção, de
caráter preventivo e corretivo. Estes serviços compreendem, basicamente, a implantação,
recomposição, desobstrução e limpeza dos dispositivos de drenagem superficial, pontos de
retaludamento do maciço de resíduos, recuperação dos trechos com processos erosivos,
correção dos afloramentos e surgências de lixiviados e a implantação e conservação da
cobertura vegetal das superfícies do Aterro. Registra-se que as atividades de manutenção do
Aterro estão sendo realizadas, com o objetivo de continuar mantendo o maciço de resíduos
íntegro e estável.
c) Cobertura vegetal - implantação e manutenção
A cobertura vegetal dos taludes do aterro garante a integridade dos horizontes superficiais
e proporciona uma redução dos efeitos erosivos do escoamento superficial das águas pluviais.
Durante o mês de outubro de 2015 foram executados serviços de manutenção e conservação
da cobertura vegetal dos taludes, com a implantação de 9.491 m² de gramíneas e com a
eliminação de pragas e a poda da vegetação crescida em trechos dos maciços.
Tais atividades contribuem para a conservação dos acessos internos e para evitar a ocorrência
de processos erosivos a implantação, manutenção e conservação dos dispositivos de drenagem
superficial e a cobertura dos taludes definitivos com grama.
Nos Setores NW-1, NW-2 e NW-3, os taludes se apresentam sem cobertura vegetal, portanto,
recomenda-se a implantação do referido sistema, que uma vez iniciados e não finalizados podem
ocasionar descobrimento de resíduos e infiltrações de águas de chuva.
d) Acessos internos e pátios de descarga
Durante o período de análise constatou-se que os acessos internos de operação do Aterro não
apresentavam restrições ao uso relacionados a danos decorrentes de processos de
estabilizações. Contribuem para a conservação dos acessos internos e para evitar a ocorrência de
processos erosivos à implantação, manutenção e conservação dos dispositivos de drenagem
superficial e a cobertura dos taludes definitivos com grama.
e) Drenagem superficial das águas pluviais
Para que o sistema de drenagem funcione de forma eficiente é fundamental que todos os
elementos estruturais de captação, condução e descarga das águas pluviais estejam
adequadamen-te dimensionados, implantados de modo a abranger toda superfície do
maciço, com declivida-de para as descidas d'água e áreas de descarga.
Concomitantemente à implantação dos dispositivos de drenagens pluviais, devem ser realizados
serviços sistemáticos de manutenção, limpeza e desassoreamento de canaletas, caixas de
passagem e descidas hidráulicas existentes.
Nota-se que durante o período analisado, tais atividades de manutenção do Aterro estão
sendo realizadas, porém, na vistoria periódica realizada em 29/10/2015, verificou-se que
algumas canaletas, caixas de passagem e escadas hidráulicas encontram-se assoreadas ou
danificadas, prejudicando o sistema de drenagem pluvial do Aterro e o comportamento do
maciço.
f) Drenagem de lixiviados e de gases
Os drenos horizontais constituem estruturas lineares de alta permeabilidade aos gases e
lixiviados. Estes drenos são conectados a drenos verticais que encaminham os fluidos líquidos
para o sistema central de drenegem e os fluidos gasosos, para a atmosfera.
Reitera-se que o sistema de drenagem de lixiviados e de gases, no período de outubro de
2015, foi complementado com a instalação de 15 m de drenos de biogás e 650 m de drenos de
pé de talude.
g) Comportamento deformacional e feições de instabilização no maciço
Através dos resultados do monitoramento geotécnico do maciço de resíduos do Aterro Sanitário
Delta 1A, no período de outubro de 2015 (Relatório Geotech no RNV-DTA- R26-REL-F), pode-se
verificar que não foram identificadas feições ou evidências de deslocamentos e movimentos
anômalos que comprometam o desempenho global do Aterro, porém, na vistoria periódica
realizada em 29/10/2015, verificou-se que alguns sistemas de drenagem de lixiviados e biogás
se encontravam danificados e/ou ineficientes, causando o afloramento de chorume em diversos
setores do Aterro, observou-se também, que algumas das canaletas de pé de talude
apresentam-se avariadas e assoreadas.
Nesse sentido, ressalta-se a urgência de ações corretivas e de manutenção dos referidos
sistemas, de modo que as mesmas possam operar com máxima eficiência, com a finalidade de
manter o comportamento geotécnico do maciço de resíduo seguro.
h) Transporte e destinação adequada do chorume gerado
Os lixiviados provenientes do Aterro são captados pelo sistema de drenagem interna do maciço
de resíduos, conduzidos aos poços verticais de acumulação temporária de lixiviados e,
posteriormente, encaminhados por meio de uma linha de recalque, às lagoas de acumulação
de chorume que fazem parte da Estação de Tratamento de Chorume atualmente desativada.
As estruturas componentes da Estação desativada, a partir de montante, são: uma lagoa de
equalização do recalque (“pulmão”); uma lagoa anaeróbia; duas lagoas aeróbias, com um
sistema de aeração mecânica (aeradores flutuantes); um decantador com recirculação de
lodo; e um leito de secagem.
As lagoas (de equalização, anaeróbia e aeróbias) e o decantador foram revestidos com
geomembranas de PEAD, com espessura de 2,00 mm, para a impermeabilização das superfícies
internas.
Desde o dia 7 de novembro de 2008, todo chorume gerado no Aterro, captado pelos sistemas
de drenagem do maciço de resíduos e conduzido pela linha de recalque às lagoas de acumulação
da Estação de Tratamento, é transportado para tratamento na Estação de Tratamento de
Efluentes - ETE Piçarrão da SANASA - Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento
S/A, empresa municipal de saneamento básico da Prefeitura de Campinas.
Durante o mês de outubro de 2015 foi transportado para a ETE Piçarrão da SANASA S/A, o volume
total de chorume de 1.630 m³.
i) Conclusões e recomendações
Pode-se resumidamente concluir, que o Aterro Sanitário Delta 1A, em outubro de 2015, se
apresentava estável até a presente data, porém, com algumas canaletas assoreadas e
afloramento de chorume em taludes e bermas.
Registra-se a falta de algumas atividades de manutenção do Aterro, sendo assim, tais atividades
devem ser retomadas com urgência, para garantir que a estabilidade global do maciço de resíduos
se mantenha dentro da normalidade.
Preparação
Placas colocadas
Plantação de gramíneas
Plantação de gramíneas
Umectação dos acessos
Portaria
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1.2.16. Dados Históricos
A seguir, estão apresentados os dados históricos dos principais serviços executados na área do
Município de Campinas.
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