DENISE BARBOSA RAMOS
DIABETES E HIPERTENSÃO COMO TEMAS TRANSVERSAIS NO ENSINO DE BIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO
CANOAS, 2008
DENISE BARBOSA RAMOS
DIABETES E HIPERTENSÃO COMO TEMAS TRANSVERSAIS NO
ENSINO DE BIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO
CANOAS, 2008
Trabalho de conclusão apresentado ao Professor Francisco Koller do Centro Universitário La Salle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Licenciatura em Ciências Biológicas.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 03
2 TEMA DO PROJETO DE PESQUISA............................................................................. 07
3 PROBLEMA CHAVE ......................................................................................................... 08
4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 09
5 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 10
5.1 Objetivo geral.................................................................................................................... 10
5.2 Objetivos específicos......................................................................................................... 10
6 HIPÓTESES ........................................................................................................................ 11
7 METODOLOGIA ................................................................................................................ 12
8 RESULTADOS.................................................................................................................... 13
9 DISCUSSÃO........................................................................................................................ 22
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 24
ANEXO A – Questionário........................................................................................................ 26
1 INTRODUÇÃO
1.1 Diabetes e hipertensão
Segundo o Ministério da Saúde, a hipertensão arterial e o diabetes mellitus constituem os
principais fatores de risco para as doenças do aparelho circulatório. Entre suas complicações mais
freqüentes decorrentes encontram-se o infarto agudo do miocárdio, o acidente vascular cerebral, a
insuficiência renal crônica, a insuficiência cardíaca, as amputações de pés e pernas, a cegueira
definitiva, os abortos e as mortes perinatais.
No Sistema Único de Saúde (SUS), as doenças cardiovasculares são responsáveis por
1.150.000 das internações/ano, com um custo aproximado de 475 milhões de reais, sendo que
nestes números não estão inclusos os gastos com procedimentos de alta complexidade. A
identificação precoce dos casos e o estabelecimento do vínculo entre os portadores e as unidades
básicas de saúde são elementos imprescindíveis para o sucesso do controle desses agravos. O
acompanhamento e o controle da hipertensão arterial e do diabetes mellitus no âmbito da atenção
básica poderá evitar o surgimento e a progressão das complicações, reduzindo o número de
internações hospitalares, bem como a mortalidade devido a esses agravos.
De acordo com o censo do IBGE de 2007 o município de Porto Alegre apresenta um total
estimado de 175.649 hipertensos e 29.513 diabéticos.
As origens dessas doenças podem estar vinculadas às seguintes características: a) genéticas -
propensão que o indivíduo já traz ao nascer, como herança familiar; b) estilo de vida e qualidade
de vida - modos de viver que conduzem a práticas, hábitos, pressões e desgaste físico-
psicológico, que se constituem em fatores de risco, tais como tabagismo, etilismo, alimentação
inadequada, sedentarismo, estresse físico e psicológico e, entre as mulheres, uso de
contraceptivos. (KENT, 1981; PATEL, 1980; VACHERON, 1986).
A hipertensão apresenta grande morbidade, com altos custos envolvidos no seu tratamento
(FLACK, 2002). Espera-se que com o controle adequado da pressão haja redução dos índices de
mortalidade e morbidade e dos custos correlacionados a essa doença (NEAL, 2000).
A diabetes é outro importante e crescente problema de saúde pública. Sua incidência e
prevalência estão aumentando no mundo todo, alcançando proporções epidêmicas. (FLACK,
2002).
A coexistência de hipertensão e diabetes aumenta o risco para complicações micro e
macrovasculares, predispondo os indivíduos à insuficiência cardíaca congestiva, doença
coronariana e cerebrovascular, insuficiência arterial periférica, nefropatia e retinopatia (FARIA,
2002). Em diabéticos, a hipertensão arterial é duas vezes mais freqüente que na população em
geral (HDS, 1993).
O diabetes mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou
da incapacidade da mesma de exercer adequadamente seus efeitos, resultando em resistência
insulínica. Caracteriza-se pela presença de hiperglicemia crônica, freqüentemente, acompanhada
de dislipidemia, hipertensão arterial e disfunção endotelial (SBD, 2003). As anormalidades na
secreção de insulina podem levar ao desenvolvimento de resistência e, por outro lado, um
comprometimento na captação de glicose pelos tecidos periféricos pode causar, secundariamente,
falência das células b. As contribuições relativas da resistência à insulina e da deficiência de
secreção das células b para o desenvolvimento de hiperglicemia variam de paciente para paciente.
A transição para o diabetes mellitus é determinada não somente por uma acentuação da
resistência à insulina, atribuível ao excesso de peso e/ou envelhecimento, entre outras causas,
como o sedentarismo, mas, também, pela incapacidade do pâncreas em aumentar a secreção
insulínica adequadamente em resposta à hiperglicemia (WAJCHENBERG, 1992).
A hipertensão arterial (HA) é considerada um dos fatores de risco mais importantes para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares (CHOBANIAN, 2003), representando no Brasil
um dos problemas de saúde pública de maior prevalência na população, capaz de levar a óbito
aproximadamente 40% dos indivíduos acometidos (FAGARD, 2001). O tratamento da HA é
realizado por meio de medicamentos e deve estar associado a uma mudança de estilo de vida,
como alterações no padrão alimentar e prática regular de exercícios físicos (ACSM, 2000).
O produto do débito cardíaco pela resistência periférica total define a pressão arterial (PA),
uma vez que a PA é influenciada tanto pela força exercida pelo sangue contra as paredes das
artérias, como pela resistência imposta por estas ao fluxo sanguíneo. Os valores de referência de
PA considerados normais são < 120mmHg para pressão arterial sistólica (PAS) e < 80mmHg
para pressão arterial diastólica (PAD), sendo que valores > 140mmHg (PAS) e/ou > 90mmHg
(PAD) são considerados como HA (FORJAZ, 1998).
Levantamentos internacionais e nacionais demonstraram prevalência de PA elevada em
crianças e adolescentes de 1-12% e 2-10%, respectivamente (PILEGGI, 2004; RIBEIRO, 2006).
Valores pressóricos elevados têm sido associados ao excesso de peso corporal e a doenças
cardiovasculares, bem como alimentação inadequada, consumo excessivo de bebidas alcoólicas,
tabagismo e sedentarismo (ROSA, 2006).
1.2 Educação
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional destaca que as diretrizes curriculares
específicas do Ensino Médio buscam a integração e articulação dos conhecimentos, num processo
permanente de interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, estabelecendo desenvolvimento
cultural dos alunos, inter-relacionando disciplinas, áreas e as ciências num contexto único,
integrando a biologia com a proposta pedagógica da escola. O que importa é que os alunos
possam construir significados e atribuir sentido àquilo que aprendem. Somente na medida em que
se produz este processo de construção de significados e de atribuição de sentidos se consegue que
a aprendizagem de conteúdos específicos cumpra a função que lhe é determinada e que justifica a
sua importância: contribuir para o crescimento pessoal dos alunos, favorecendo e promovendo o
seu desenvolvimento e socialização (COLL, 1998).
Na educação o termo transversalidade é entendido como uma forma de organizar o trabalho
didático no qual alguns temas são integrados às áreas convencionais visando estarem presentes
em todas elas. Este conceito surgiu no contexto dos movimentos de renovação pedagógica,
quando os teóricos conceberam que é necessário redefinir o que se entende por aprendizagem e
repensar também os conteúdos que se ensinam aos alunos. (ARAÚJO, 2003).
Existem temas cujo estudo exige uma abordagem particularmente ampla e diversificada, que
foram denominados temas transversais, os quais tratam de processos que estão sendo
intensamente vividos pela sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e
educadores em seu cotidiano. Estes temas são discutidos em diferentes espaços sociais, em busca
de soluções e alternativas, confrontando posicionamentos diversos tanto em relação à intervenção
no âmbito social mais amplo quanto à atuação pessoal. São questões urgentes que interrogam
sobre a vida humana, sobre a realidade que está sendo construída e que demandam
transformações sociais e também atitudes pessoais, exigindo, portanto, ensino e aprendizagem de
conteúdos relativos a essas duas dimensões. (BUSQUETS, 1999).
Os temas transversais são os eixos geradores de conhecimentos, a partir das experiências dos
alunos, assim como os eixos de união entre as matérias tradicionais. Estes temas estariam
presentes, portanto, de maneiras diversas, na totalidade de matérias da estrutura curricular.
(SOUZA, 1998).
2 TEMA DO PROJETO DE PESQUISA
A problemática da diabetes e hipertensão como temas transversais no ensino de biologia
no ensino médio.
3 PROBLEMA CHAVE
O Diabetes e a hipertensão têm acometido adolescentes e adultos, principalmente pela má
alimentação. As complicações que o diabetes promove incluem a Retinopatia Diabética – Nesta
desordem, os minúsculos vasos sanguíneos da parte de trás do olho são lesados através dos níveis
de açúcar altos no sangue, quando não tratada pode levar à cegueira; a Vasculopatia Diabética –
O diabetes também está associado à formação de gordurosa nas paredes das artérias
(aterosclerose), isto leva ao entupimento das artérias e prejudica o fluxo de sangue para todos os
órgãos, podendo levar ao infarto do coração, ao derrame cerebral, à trombose nas pernas e às
complicações renais; a Nefropatia Diabética – A lesão aos rins é mais provável se os níveis de
açúcar no sangue ficarem persistentemente elevados e a pressão alta não for tratada
rigorosamente; a Neuropatia Diabética – É a lesão que acomete o sistema nervoso. O tipo mais
comum é a neuropatia periférica. Os nervos mais longos do corpo, aqueles que vão para as
pernas, são os primeiros a serem lesados, causando dor e perda de sensibilidade (anestesia) nos
pés, isto pode avançar e causar sintomas nas pernas e nas mãos. A neuropatia autonômica
corresponde à lesão dos nervos que controlam o funcionamento “automático” vital, como a
digestão, a função sexual e a diurese (urina); e também os Problemas nos pés – As feridas e
bolhas acontecem por duas razões. Se a neuropatia periférica causar perda de sensibilidade, a
pessoa não sentirá dor ou pressão no pé. A pele pode rachar e pode formar uma úlcera. Além
disso, a circulação do sangue pode ser ruim, levando à redução na velocidade de cura. Deixada
sem tratamento, uma simples ferida pode infetar-se e aumentar de tamanho. Esta condição é
conhecida como pé diabético.
4 JUSTIFICATIVA
Tendo em vista a importância de uma dieta equilibrada para o controle da glicemia e a
manutenção da hipertensão em índices normais, evitando assim o desenvolvimento de problemas
cardiovasculares e o diabetes, é fundamental que os alunos do ensino médio, durante as aulas de
biologia, consigam compreender os processos pelos quais essas doenças estão relacionadas,
sendo assim, durante a exposição dos conteúdos relacionados à bioquímica, que é ministrada no
primeiro ano do ensino médio, que engloba os componentes químicos celulares, no segundo ano,
os conteúdos relacionados à fisiologia e no terceiro ano os conteúdos relacionados à genética, o
professor poderá fazer um estudo aprofundado sobre diabetes e a hipertensão, sua variações, as
complicações que essas doenças trazem bem como os tratamentos utilizados atualmente,
inseridos como temas transversais na educação. Assim, a aula se tornará mais interessante e o
processo de ensino-aprendizagem se tornará mais fácil e prazeroso.
5 OBJETIVOS
5.1 Objetivo geral
Utilizar o diabetes e a hipertensão como tema transversal para promover o aprendizado e a
compreensão de diferentes competências no ensino de biologia no ensino médio, a partir da
investigação de hábitos alimentares dos alunos e casos de doenças na família.
5.2 Objetivos específicos
5.2.1 Identificar o hábito alimentar dos alunos.
5.2.2 Verificar a incidência de problemas cardiovasculares e de diabetes na família.
5.2.3 Demonstrar a importância da bioquímica, fisiologia e genética para o perfeito
funcionamento da maquinaria humana.
5.2.4 Sugerir metodologias alternativas para o estudo dos processos fisiológicos do ser
humano.
5.2.5 Estimular hábitos alimentares saudáveis.
6 HIPÓTESES
Os hábitos alimentares dos estudantes contribuem para o desenvolvimento de doenças?
A utilização de temas transversais contribuem significativamente para o processo de ensino-
aprendizagem.
7 METODOLOGIA
Elaborou-se um questionário (ANEXO A) sobre hábitos alimentares, esse questionário foi
aplicado em três escolas particulares e três escolas públicas tanto no primeiro, no segundo como
no terceiro ano do ensino médio. Em cada ano do ensino médio foram entrevistados 10 alunos,
sendo cinco meninos e cinco meninas, perfazendo um total de 180 estudantes. Os dados obtidos
foram tabulados em planilha excell, seguindo-se a elaboração de gráficos contribuindo para a
melhor visualização dos resultados. A escolha das escolas, bem como dos alunos de maneira
aleatória.
8 RESULTADOS
Escola Privada A
0
1
2
3
4
5
Masculino Feminino
mai
s de
três
refe
içõe
s ao
dia
Escola Privada B
0
1
2
3
4
5
Masculino Femininomai
s de
três
refe
içõe
s ao
dia
Escola Privada C
0
1
2
3
4
5
Masculino Femininomai
s de
três
refe
içõe
s ao
dia
Escola Pública A
0
1
2
3
4
5
Masculino Femininomai
s de
três
refe
içõe
s ao
dia
Escola Pública B
0
1
2
3
4
5
Masculino Femininomai
s de
três
refe
içõe
s ao
dia
Escola Pública C
0
1
2
3
4
5
Masculino Femininomai
s de
três
refe
içõe
s ao
dia
Fig. 1 – Relação entre o número de refeições ao longo do dia, as barras correspondem respectivamente o primeiro, segundo e terceiro ano do ensino médio, nos sexos masculino e feminino.
Casos de doença na família Escola Privada A
024
68
101214
161820
Hipertensão Problemascardíacos
Diabetes
Núm
ero
de in
diví
duos
Casos de doenças na famíliaEscola Privada B
0
2
4
6
8
10
12
14
Hipertensão Problemascardíacos
Diabetes
Núm
ero
de in
diví
duos
Casos de doença na famíliaEscola Privada C
0
2
4
6
8
10
12
14
Hipertensão Problemascardíacos
Diabetes
núm
ero
de in
diví
duos
Casos de doença na família Escola Pública A
0
2
4
6
8
10
12
14
Hipertensão Problemascardíacos
Diabetes
núm
ero
de in
diví
duos
Casos de doença na família Escola Pública B
0
1
2
3
4
5
Hipertensão Problemascardíacos
Diabetes
Núm
ero
de in
diví
duos
Casos de doença na família Escola Pública C
02468
101214
Hipertensão Problemascardíacos
Diabetes
Núm
ero
de in
diví
duos
Fig. 2 – Relação entre os casos de doença na família.
Verificação de sobrepeso Escola Privada A 1 ano
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc"Índice Normal 20,7 à 26,4"Fem"Índice Normal 19,1 à 25,8"
Verificação de sobrepeso Escola Privada A 2 ano
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
27,0
29,0
31,0
Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc"Índice Normal 20,7 à 26,4"Fem "Índice Normal 19,1 à 25,8"
*
*
*
Verificação de sobrepeso Escola Privada A 3 ano
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc "Índice Normal 20,7 à 26,4"Fem "Índice Normal 19,1 à 25,8"
*
*
Fig. 3 – Relação entre o índice de massa corpórea (IMC) em cada escola e em cada ano do ensino médio, o (*) indica índice superior ao ideal.
Verificação de sobrepeso Escola Privada B 1 ano
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
27,0
29,0
31,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
* *
Verficação de sobrepesoEscola Privada B 2 ano
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
27,0
29,0
31,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
*
*
*
Verificação de sobrepeso Escola Privada B 3 ano
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
27,0
29,0
31,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
**
* * *
Fig. 4 – Relação entre o índice de massa corpórea (IMC) em cada escola e em cada ano do ensino médio, o (*) indica índice superior ao ideal.
Verificação de sobrepeso Escola Privada C 1 ano
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
27,0
29,0
31,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
*
Verificação de sobrepeso Escola Privada C 2 ano
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
27,0
29,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
* *
Verificação de sobrepeso Escola Privada C 3 ano
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
27,0
29,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
* * ** *
Fig. 5 – Relação entre o índice de massa corpórea (IMC) em cada escola e em cada ano do ensino médio, o (*) indica índice superior ao ideal.
Verificação de sobrepeso Escola Pública A 1 ano
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
Verificação de sobrepeso Escola Pública A 2 ano
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
Verificação de sobrepeso Escola Pública A 3 ano
1517192123
2527293133
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4
Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
*
Fig. 6 - Relação entre o índice de massa corpórea (IMC) em cada escola e em cada ano do ensino médio, o (*) indica índice superior ao ideal.
Verificação de sobrepeso Escola Pública B 1 ano
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
27,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
Verificação de sobrepeso Escola Pública B 2 ano
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
27,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
Verificação de sobrepeso Escola Pública B 3 ano
15
17
19
21
23
25
27
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
Fig. 7 - Relação entre o índice de massa corpórea (IMC) em cada escola e em cada ano do ensino médio.
Verificação de sobrepeso Escola Pública C 1 ano
15,0
16,0
17,0
18,0
19,0
20,0
21,0
22,0
23,0
24,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
Verificação de sobrepeso Escola Pública C 2 ano
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
27,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
Verificação de sobrepeso Escola Pública C 3 ano
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
27,0
Aluno Aluno Aluno Aluno Aluno
IMC
Masc Índice Normal 20,7 à 26,4Fem Índice Normal 19,1 à 25,8
Fig. 8 - Relação entre o índice de massa corpórea (IMC) em cada escola e em cada ano do ensino médio.
9 DISCUSSÃO
De acordo com os resultados analisados, é possível assinalar que existe uma diferença, ao
menos visual, entre alunos das escolas privadas e públicas em relação ao hábito alimentar.
Observou-se que alunos das escolas privadas apresentam uma dieta dividida em mais de três
refeições ao longo do dia, principalmente as meninas. Em uma primeira análise, isso seria ótimo,
considerando que nos intervalos os adolescentes fariam um lanche saudável, porém, o que
apareceu nos questionários foi surpreendente, é claro que existe exceções, mas a grande maioria
realiza lanche com bolachas recheadas, refrigerantes chegando a um grande aporte de
carboidratos e lipídios, contribuindo para índices elevados de glicose na corrente sangüínea.
Analisando os casos de doenças na família, novamente os alunos das escolas privadas
apresentaram um maior número de parentes envolvidos com as doenças, principalmente a
diabetes quando comparadas com alunos das escolas públicas. É interessante ressaltar, que a
grande maioria dos parentes doentes são do sexo feminino, dividido em avós, tias e mães, a
imagem masculina para essas doenças não foram registras significativamente nesse questionário.
Calculando o índice de massa corpórea, foi possível observar uma maior tendência ao sobrepeso
em adolescentes das instituições privadas, principalmente as meninas do terceiro ano do ensino
médio, que deveriam ter uma melhor formação em relação a alimentação saudável evitando,
dessa forma, problemas futuros.
Foi analisado também um item sobre a atividade física dos alunos, eles praticam as atividades
na própria escola, na disciplina de educação física, não é uma atividade regular, um esporte, mas
mesmo assim, essas atividades favorecem em determinadas situações, mas deveriam ser regulares
para melhor aproveitamento e para evitar o sedentarismo. De acordo com as respostas dos
questionários, é também possível perceber que os adolescentes com uma melhor situação sócio-
econômica, tende a má alimentação, ao consumo exagerado de conservantes, de frituras, de
pizzas, de McDonald´s... favorecendo a um risco maior de problemas cardíacos, de hipertensão e
de diabetes. Portanto, analisando os questionários, os hábitos alimentares contribuem para o
desenvolvimento de doenças, principalmente as relacionadas ao sistema circulatório.
Logo, é fundamental que os professores, através dos temas transversais possam utilizar de
uma problemática cotidiana dos alunos para trazerem assuntos interessantes e que possam
despertar a consciência para uma alimentação saudável, contribuindo para uma vida sadia
Os temas transversais como diabetes e hipertensão podem ser trabalhados tanto no primeiro,
no segundo como no terceiro ano do ensino médio, pois em cada ano há disciplinas que são
possíveis de se fazer links relacionados, como no primeiro ano existe a bioquímica, o professor
pode chamar atenção para os índices de glicose sangüínea, trabalhar o colesterol, a
aterosclerose..., no segundo ano há a fisiologia, o professor pode trabalhar o sistema circulatório,
enfatizando sobre a pressão arterial, os problemas de hipo e hipertensão também, e no terceiro
ano, no conteúdo de genética, abordar a predisposição que os alunos podem apresentar a
desenvolver diabetes tipo 1, por exemplo.
O questionário aplicado para a coleta dos resultados, pode ser usado em sala de aula, como
um exercício para verificação da alimentação dos alunos, fazer com que cada um reflita sobre sua
dieta e o que poderiam mudar para evitar problemas graves futuros, bem como descobrir ou
prestar atenção em doentes na família, contribuindo para despertar a curiosidade em conhecer os
mecanismos relacionados para tais doenças.
REFERÊNCIAS
ACSM_ American College of Sports Medicine. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. ARAÚJO, U. F. Temas transversais e estratégias de projetos. São Paulo: Moderna, 2003. BUSQUETS, M. D. Temas transversais em educação: base para uma formação integral. 5 ed. São Paulo: Ática, 1999. CHOBANIAN, AV. National High Blood Pressure Education Program Coordinating Committee. The seventh report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure: the JNC 7 report. JAMA , v. 289, p. 2560-2572, 2003. COLL, C. Os conteúdos na reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. FAGARD, RH. Exercise characteristics and the blood pressure response to dynamic physical training. Med Sci Sports Exerc, v. 33, n. 6, p. 484-492, 2001. FARIA, Alessandra. Tratamento de Diabetes e Hipertensão no Paciente Obeso. Arq Bras Endocrinol Metab, Brasil, v. 46, n. 2, p. 137-142, Apr. 2002. FLACK, J.M. Cardiovascular disease costs associated with uncontrolled hypertension. Manage Care Interface, New York, v.15, n.11, p. 28-36, 2002. FORJAZ, CLM.; MATSUDAIRA, Y.; RODRIGUES, FB.; NUNES, N.; NEGRÃO, CE. Post-exercise changes in blood pressure, heart rate and rate pressure product at different exercise intensities in normotensives humans. Braz J Med Biol Res, v. 31, p. 1247: 255, 1998. HDS - Hypertension in Diabetes Study Group. HDS 1: Prevalence of hypertension in newly presenting type 2 diabetic patients and association with risc factors for cardiovascular and diabetic complications. Journal of Hypertension, London, v.11, n.3, p. 309-17, 1993. KENT, S. How dietary salt contributes to hypertension. Geriatrics, Canadá, v. 36, p. 14-20, 1981. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estatística de mortalidade: Brasil. Brasília: Centro de Documentação, 1988. NEAL, B. Effects of ACE inhibitors, calcium antagonists, and others blood-pressure lowering drugs: results of propectively designed overviews of randomised trials. Blood-Pressure Lowering Treatment Trialists Colaboration. Lancet, London, v.356, n.9246, p.1955-64, 2000.
PATEL, Y.C. Obesity, smoking and atherosclerosis. Atherosclerosis, Estados Unidos, v. 36, p. 481-90, jun. 1980. PILEGGI, C. The Fourth Report on the diagnosis, evaluation, and treatment of high blood pressure in children and adolescents. Pediatrics, v. 114, p. 555-76, 2004. RIBEIRO, RQC.; LOTUFO, PA.; LAMOUNIER, JÁ.; OLIVEIRA, RG.; SOARES, JF.; BOTTER, DA. Fatores adicionais de risco cardiovascular associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes. O estudo do coração de Belo Horizonte. Arq Bras Cardiol , v.86, n. 6, p. 408-18, 2006.
ROSA, MLG,; FONSECA, VM.; OIGMAN, G.; MESQUITA, ET. Pré-hipertensão arterial e pressão de pulso aumentada em adolescentes: prevalência e fatores associados. Arq Bras Cardiol , v. 87, n. 1, p. 46-53, 2006.
SBD_Sociedade Brasileira de Diabetes. Consenso brasileiro sobre diabetes: diagnóstico e classificação do diabetes melito e tratamento do diabetes melito tipo 2. São Paulo: Ícone, 2003.
SOUZA, Maria Thereza. Temas transversais em educação. Bases para uma educação. Educação e Sociedade, Campinas, v. 19, n. 62, p. 296-301, apr. 1998.
WAJCHENBERG, BL.; SANTOMAURO, ATMG.; SANTOS, RF. Diabetes Melito insulino-dependente (Tipo II): diagnóstico, etiopatogenia e fisiopatologia. In: Wajchenberg BL, organizador. Tratado de endocrinologia clínica. São Paulo: Roca; p.706-38, 1992. VACHERON, A. Alimentation et hypertension arterielle. Sem. Hosp. Paris, v. 65, p. 2925-2927, 1986.
ANEXO A – Questionário SEXO:_____________________________________________________________ IDADE:___________________________ PESO:______________________________ ALTURA:___________________________ ANO:_________________
1)Seu café da manhã consiste em: * PODE MARCAR MAIS DE UMA ALTERNATIVA
( ) não tomo café ( ) pão ( ) iogurte ( ) doce ( ) suco ( ) manteiga/margarina ( ) café ( ) chá ( ) refrigerante ( ) leite ( ) água ( ) frutas. Qual(is):__________________________________________ Outros:________________________________________________________________________
2)Você faz lanche entre as refeições? ( )Sim ( )Não 3) Se sua resposta foi sim na questão anterior o que costumas comer nesse lanche? * PODE MARCAR MAIS DE UMA ALTERNATIVA
( ) iogurte ( ) manteiga/margarina ( ) suco ( ) doce ( ) frutas. Qual(is):_____________________________ ( ) refrigerante ( ) bolacha salgada ( ) frios ( ) bolacha doce ( ) sanduíche ( ) pão Outros:_______________________________________________________________________
4) Quem costuma preparar suas refeições? * PODE MARCAR MAIS DE UMA ALTERNATIVA
( ) você mesmo(a) ( ) normalmente come em lancheria ( ) mãe, empregada ou responsável ( ) normalmente come em restaurante 5) No seu almoço o que costuma comer? * PODE MARCAR MAIS DE UMA ALTERNATIVA ( ) saladas ( ) carne vermelha predominante ( ) arroz ( ) carne branca predominante ( ) feijão ( ) frituras ( ) verduras (batata, moranga, mandioca...) ( ) ovo ( ) massas, lasanhas Outros:_______________________________________________________________________
6) Você janta? ( ) Sim ( ) Não. Caso seja Sim, o que costuma comer? * PODE MARCAR MAIS DE UMA ALTERNATIVA ( ) saladas ( ) carne vermelha predominante ( ) arroz ( ) carne branca predominante ( ) feijão ( ) frituras ( ) verduras (batata, moranga, mandioca...) ( ) ovo ( ) massas, lasanhas Outros:________________________________________________________________________
7) Você costuma beber líquidos com a comida? Se sim, quais? ( ) refrigerante ( ) H2O ( ) suco natural ( ) suco artificial ( ) água mineral Outros:_______________________________________________________________________
8) Você costuma comer sobremesa diariamente? ( ) Sim ( ) Não Caso seja sim, o que é geralmente? * PODE MARCAR MAIS DE UMA ALTERNATIVA ( ) sorvete ( ) pudim ( ) chocolate ( ) balas ( ) bolos ( ) doces em geral Outros:______________________________________________________________________
9) Você vai à pizzaria com que freqüência? ( ) uma vez por semana ( ) uma vez por mês ( ) cinco vezes ao ano ( ) raramente Outro:________________________________________________________________________ 10) Dentre as opções abaixo registre aquelas que mais gosta e come: * PODE MARCAR MAIS DE UMA ALTERNATI VA ( ) bolacha recheada ( ) chocolate ( ) pudim ( ) salgadinho ( ) mostarda ( ) creme de leite ( ) cachorro-quente ( ) leite condensado ( ) pizza ( ) catchup ( ) xis ( ) maionese ( ) sorvete ( ) doces em geral Outros:________________________________________________________________________ 11) Tem algum caso na sua família de problemas como: hipertensão ( ) Quem:___________________________ Problemas cardíacos ( ) Quem:____________________ Diabete ( ) Quem:______________________________ Não sei ( ) 12) Qual dos assuntos abaixo você gostaria que fosse trabalhado nas aulas de biologia?
( ) hipertensão ( ) problemas cardíacos ( ) diabetes ( ) outro, qual?___________________________________________________ 13) Você pratica esportes? ( ) Sim ( ) Não Se sim qual?__________________________ Quantas vezes o pratica?_________________________