UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
DESE�VOLVIME�TO COG�ITIVO �A EDUCAÇÃO DE
CRIA�ÇAS DE SEIS A DOZE A�OS
Alice do Socorro Oliveira do Nascimento
Orientadora: Maria Esther
Rio de Janeiro
2010
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
DESE�VOLVIME�TO COG�ITIVO �A EDUCAÇÃO DE
CRIA�ÇAS DE SEIS A DOZE A�OS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em administração
e supervisão escolar.
Por: Alice do Socorro Oliveira do Nascimento.
.
AGRADECIME�TOS
A Deus, pela força e oportunidade
que me deu para chegar ao final de
mais uma etapa de minha vida.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho, aos pais e educadores que
possuem o senso das responsabilidades na educação
das crianças, às quais honraram a existência ou foram
dados como professores pelos pais.
“Liberte a criança feliz que está em você.
Liberte o jovem alegre que vive na sua
emoção, mesmo que seus cabelos já
tenham embranquecido. É possível
recuperar os anos. Deixe seus filhos
descobrirem seu mundo” .
AUGUSTO CURY (2003, p.27)
RESUMO
Este trabalho trata do desenvolvimento humano na dimensão
cognitiva e suas implicações na educação de crianças de seis a
doze anos. Para o que estabelecemos como base , a análise de
textos elaborados a partir de pesquisas recentes, resultando num
conjunto de conhecimentos com os quais esperamos contribuir,
objetivamente e efetivamente, para melhor entendimento a respeito
do desenvolvimento cognitivo no ensino fundamental- séries iniciais.
Assim destacamos alguns autores e seus dizeres que muito
contribuíram para o desenvolvimento desse trabalho. Piaget (apud
ANTUNES, p.26), “Tudo que aprendemos é influenciado por aquilo
que já tínhamos aprendido antes”. Vygotsky (apud ANTUNES,
p.21), “A construção do conhecimento ocorre coletivamente”.
Gardner (apud ANTUNES, p.20), “Todos os seres humanos
possuem diferentes tipos de mentes”. Dando continuidade ao
trabalho , enfatizando que a educação tem como finalidade o
desenvolvimento cognitivo e a autonomia, devendo esta atender a
necessidade do individuo em desenvolver importantes
aprendizagens. Junto a isso, o relato de como se constrói a
inteligência e a importância do educador como mediador do
processo ensino-aprendizagem. Mais ainda, ressalta as múltiplas
inteligências e os sete estilos de aprendizagens.Complementando
com estratégias de ensino, os nove jeitos mais comuns de avaliar e
uma seleção de ações educativas. Por fim, destaca a família que ,
sem sua cooperação, trazendo afeição e segurança à criança, esse
desenvolvimento pleno torna-se impossível.
METODOLOGIA
Para realização deste trabalho, utilizou-se pesquisa teórica, fez-se
intensa pesquisa bibliográfica em livros, revista e apostilas de aulas em
graduação de pedagogia que tratam do processo de desenvolvimento da
inteligência humana. Dando ênfase, ao desenvolvimento cognitivo na educação
de crianças de seis a doze anos cursando o ensino fundamental em instituições
brasileiras. Com tais dados foi possível analisar as diferentes teorias a respeito
do desenvolvimento cognitivo, levando-se em conta o desenvolvimento
psicológico. O quê, nos permitiu compreender a importância da ação
pedagógica no processo de ensino-aprendizagem que será influenciado pela
afetividade. Considerando que a família é a base mais importante para o
desenvolvimento integral e saudável da criança.
SUMÁRIO Introdução 1.0-O que é educar?
1.1-Construção da Inteligência 1.2-Desenvolvimento Cognitivo e autonomia como finalidade na educação 1.3-Pilares da educação 1.4-Lei de Diretrizes e base para a educação
2.0-Quem aprende? 2.1-A criança dos seis aos doze anos
3.0-Como se aprende ou o que aprende 3.1- Múltiplas inteligências 3.2-Conteúdos 3.3-Os Parâmetros Curriculares Nacionais 3.4-O uso do livro didático e outros recursos didáticos 3.5-Grade curricular semanal 3.6-Avaliação
4.0-Ação Pedagógica 4.1-Estratégias de ensino 4.2-Seleção de ações educativas 4.3-O professor 4.4- A Família
Conclusão Referências Anexos
08 09 09 10 13 15 16 16 18 18 20 21 23 25 26 28 28 29 31 33 34 35 38
Pa
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa pretende descrever o processo de desenvolvimento
cognitivo na educação de crianças de seis a doze anos, que cursam o ensino
fundamental em instituições escolares e como as práticas pedagógicas podem
contribuir para que isto ocorra.
Nesta abordagem, busca-se respaldo sobre o assunto em teóricos,
como: Jean Piaget (1987), e Vygotsky (apud ANTUNES, 2005), que foram
utilizados para analisar as diferentes atribuições de sentido conferidas ao
desenvolvimento da inteligência e, a construção da inteligência.
Para se aprofundar a questão de aprendizagens essenciais para a
formação de cidadãos autônomos, críticos e participantes, capazes de atuar
com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em vivem,
considerou-se ainda, a atribuição dos seguintes autores: Freire (1996),
Perrenoud (2000), Antunes (2001) e Gardner (apud ANTUNES, 2005).
Desta maneira, pode-se observar que é fundamental a contribuição do
educador, partindo da sua capacidade de fazer, de ouvir, de aprender, de criar
oportunidades, preparando os alunos para se integrarem à sociedade e não
simplesmente para serem úteis à suas comunidades.
1 - O QUE É EDUCAR?
Segundo Freire (1996, p.28-33),
educar é construir, é libertar o ser humano das cadeias
do determinismo neoliberal, reconhecendo que a História
é um tempo de possibilidades. É um ‘ensinar a pensar
certo’ como quem ‘fala com força do testemunho’. É um
‘ato comunicante, co-participado’, de modo algum produto
de uma mente ‘burocratizada’.
Igualmente para Freire (1996, p.34-36),
educar é como viver, exige a consciência do inacabado
porque a ‘História em que me faço com outros, é um
tempo de possibilidades e não de determinismo’. Educar
não é a mera transferência de conhecimentos, mas sim
conscientização e testemunho de vida, senão não terá
eficácia.
E de acordo comi Cunha (2001. p.22),
educar é favorecer um desabrochar, é estimular, é uma
forma de estar junto e de participar de um processo de
expansão de consciência. É ajudar a crescer sem
macular, sem deformar, nem mutilar.
E ainda segundo Cury (2003, p.178)
Educar é realizar a mais bela e complexa arte da
inteligência.
Educar é acreditar na vida e ter esperança no futuro.
Educar é semear com sabedoria e colher com paciência.
1.1-CONSTRUÇÃO DA INTELIGÊNCIA
Segundo Piaget (1987, p.22), a inteligência é um termo genérico que
designa as formas superiores de organização ou do equilíbrio das estruturas
cognitivas. Piaget insisti na importância capital da inteligência na vida do
espírito e do próprio organismo; equilíbrio estrutural mais flexível e o mais
durável, ao mesmo tempo, do comportamento, a inteligência é,
essencialmente, um sistema de operações vivas atuantes. É ela a adaptação
mental mais avançada, isto é, um instrumento indispensável para os
intercâmbios entre o indivíduo e o universo, quando seus circuitos ultrapassam
os contatos imediatos e momentâneos, para atingirem as relações extensas e
estáveis.
Dessa forma, convém definir o esquema de assimilação, acomodação e
adaptação.
(ABDENELNUR, 2005)
Assimilação
É, pois a incorporação dos objetos aos esquemas do comportamento,
e tais esquemas constituem o esboço de ações suscetíveis de serem
repetidas ativamente.
Acomodação mental
É, quando o indivíduo está recebendo informações novas e
direcionando estas à sua organização intelectual em desenvolvimento.
Adaptação mental
É, o equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, o que equivale
dizer, um equilíbrio das permutas entre o indivíduo e os objetos.
Assim sendo, segue-se com considerações acerca do desenvolvimento
cognitivo e a construção da autonomia como finalidade da educação.
1.2 - DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E
AUTONOMIA COMO FINALIDADE DA EDUCAÇÃO
As teorias de Jean Piaget, divulgadas por Kamii (2003, p.21-36)
deságuam num conceito básico de autônoma como finalidade na educação.
Em outras palavras, trata-se de cultivar a capacidade que o ser humano tem de
autogovernar-se pela vida afora, sendo responsável por sua decisões e
escolhas...”Regras em demasia só atrapalham o aprendizado. Toda criança
precisa pensar e ter tempo para crescer ao seu ritmo, em paz”.
Quando a escola insiste em ser a única fonte de informações,
desenvolve um trabalho pedagógico que prioriza a transmissão de conteúdos
que “precisam” ser cumpridos, isto é, os demais aspectos do desenvolvimento
(afetivo, moral e relacional) ficam esquecidos para ser atendido o aspecto
cognitivo: impõem-se regras que precisam ser obedecidas, o professor exerce
um papel autoritário (ele sabe, ele diz).
A relação na escola precisa ser de justiça, respeito e igualdade,
mediante a troca de pontos de vista e reciprocidade. Segundo Piaget (apud
ABDELNUR, 2005), o desenvolvimento moral se dá em estágios distintos.
Anomia
(ausência de regras) , o bebê está centrado nele mesmo e o mais
importante são seus desejos e necessidades.
Heteronomia
(regras vindas do outro hetero). Ainda na fase pré-escolar, a criança
vive o egocentrismo, isto é, está centrada em si mesma (só percebe o
seu próprio ponto de vista), sendo dependente afetivamente,dos
adultos que a cercam e da opinião que os mesmos fazem dela.
Autonomia
Descentrando-se, o indivíduo começa a desenvolver a noção de
justiça, entende a necessidade de aplicação de sanção sobre aquele
que não cumpre a regra combinada. O último estágio do
desenvolvimento moral é a autonomia, quando a pessoa é capaz de
respeitar as regras que elas fazem para si próprias. O indivíduo
autônomo é um ser socialmente responsável, equilibrado
emocionalmente, atuante e engajado.
A autonomia como finalidade da educação implica sérias mudanças no
fazer pedagógico do professor, como por exemplo, os pequenos recados
deixados nos trabalhos e nos cadernos dos alunos: parabéns, atenção,
continue assim, faça de novo, pois trazem sérias conseqüências, reforçam a
sua dependência do poder ao adulto,isto é, reforçam a heteronomia ,não só
moral, como intelectual, já que, para a criança, fica evidente que a verdade
está com o professor: ele sabe das coisas, resolve tudo, dá as ordens.
É possível, então, educar crianças sem prêmios ou castigos?
O desenvolvimento moral é um processo de construção interior. A
autonomia moral não é conseguida através da interiorização de regras e
valores exteriores, que só se tornam regras das crianças quando elas as
constroem em liberdade, sem relações de coerção/punição, isto é, o saber que
tem poder e impõe a regra (heteronomia).
Castigos e recompensas em nada concorrem para a autonomia. São
chamadas Sanções Expiatórias: não apresentam relações com o ato
sancionado. Veja os exemplos:
- Exposição dos trabalhos mais bonitos.
- Ajudante do dia é o aluno que se encontra melhor.
- Se a criança não faz o dever de casa, fica sem recreio.
- Nota baixa? Dez dias sem ver televisão.
Assim, a criança, como ser biológico capaz de se adaptar, reage às
pressões do meio e passa a comporta-se de forma a receber um elogio ou
evitar pressões do meio e passa a comporta-se de forma a receber um elogio
ou evitar o castigo.
Ressaltamos, no entanto, que no dia-a-dia não é possível evitar certas
instruções cujo conteúdo não apresentam imediatamente, sentido do ponto de
vista da criança:
- Deitar-se e comer a tais horas, não estragar objetos, não tocar
nos aparelhos eletrônicos, não brincar com fogo etc.
Para levar a criança a obedecer usam-se sanções por reciprocidade que
se caracterizam por uma mínima coerção e tem uma relação natural ou lógica
com o ato sancionado.
Do ponto de vista de Kamii (2003, p.42-51), as sanções por
reciprocidade/troca, são:
Exclusão permanente ou temporária do grupo.
Exemplo: Quando uma criança perturba os adultos à mesa de jantar,
os pais podem dizer; “Você poderá ficar aqui sem nos
aborrecer ou então ir para o seu quarto e fazer barulho”. O
que está implícito é que quando a criança decidir ficar quieta,
terá a possibilidade de retornar ao grupo.
Apelar para a conseqüência direta e material do ato
(mentira).
Exemplo: A criança chega toda molhada em casa e afirma: “Eu não
brinquei na chuva...” ao que o adulto, olhando-a diretamente
nos olhos, com grande ceticismo e afeição; diz: “Realmente
não posso acreditar no que você está dizendo, porque...” A
criança percebe que o adulto não pode acreditar nela, pode
ser motivada a pensar sobre o que deve fazer para ser
acreditada.
Pode construir para si própria a convicção de que é melhor para todos
serem honestos com os outros.
Privar a criança de uma coisa que ela usou mal.
Exemplo: No início do período, combinar claramente as regras para
utilização de algum ambiente: “Quem não sabe usar, fica
sem usar”. Mais tarde a professora negocia com a criança o
direito de ir àquela área, quando já sabem que este direito
precisou ser conquistado.
Reparação
Exemplo: Uma criança respinga tinta no chão. Uma atitude adequada
seria o professor dizer: “Você gostaria que eu ajudasse a
limpar?”. Mais tarde, será suficiente dizer. “O que vamos
fazer?”
Quando uma criança não tem medo de ser punida, ela se
manifesta espontaneamente e faz a reparação.
A seguir, apresentamos as sanções por reciprocidade sugeridas por
Jean Piaget que Kamii (2003, p.53-55), não recomenda serem aplicadas por
professores:
Fazer à criança exatamente o que ela fez.
Exemplo: É o que chamamos “toma lá, dá cá”, isto é, se uma criança
morde a outra, o professor manda revidar!
O problema está na relação de afeto entre o professor e cada
um de seus alunos.
Repreensão.
Exemplo: Igualmente, a repreensão feita na escola pode ser
um discurso autoritário, repetitivo, praticamente sem
conseqüências. Já ouvimos alunos dizerem: “Aí vem à
orientadora, com aquela vizinha psicóloga....”
A professora repreende o aluno que pede nova
explicação, pois, segundo a professora, ele estava
conversando: “Se você estivesse prestando atenção eu
explicaria dez vezes”.Ao que o aluno responde: “Então, faltam
muitas vezes, pois a senhora só explicou duas vezes...”
Referindo-se ao objetivo final da educação, Vygotsky (apud SERRAT,
2006, p.34-35), afirma que, consiste apenas em ensinar o amor ao homem.
Considerando que a educação visa ao desenvolvimento físico,
intelectual,emocional do indivíduo, para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho, é necessário desenvolver importantes
aprendizagens, que serão especificadas no tópico seguinte.
1.3 - PILARES DA EDUCAÇÃO
A sociedade atual está em constante mudança em ritmo cada vez mais
acelerado. Para dá conta, a Educação evoluiu e continua a evoluir, para
desenvolver talentos e aptidões.
Provérbios
20:5 (p.869) : “Os pensamentos de uma pessoa são como água em
poço fundo, mas, quem é inteligente sabe como tirá-
los para fora”.
E, ainda,
22:6 (p.871) : “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e,
ainda quando for velho, não se desviará dele”.
Os cuidados acerca da educação dedicada ao aluno
são o foco do educador cônscio da responsabilidade
que tem mediante a formação do ser humano.
Segundo Antunes (2005), em atendimento aos pilares da educação
preconizados pela UNESCO para o século.XXI, o indivíduo precisa desenvolver
as seguintes aprendizagens:
Aprender a conhecer
Adquirir as competências para a compreensão, incluindo o domínio dos
próprios instrumentos do conhecimento. Em síntese, quem aprende a
conhecer aprende a aprender, e essa aprendizagem é absolutamente
essencial para as relações interpessoais, as capacidades profissionais e
os fundamentos de uma vida digna. Essa primeira aprendizagem seria
uma palavra de ordem que dá um basta à aprendizagem de saberes
inúteis que entulham nossos currículos e, também, o fim de uma visão
de que o ensino deve estar restrito a um certo número de horas por dia e
de certo número de anos para a sua conclusão. Em seu lugar devem
imperar habilidades para se construir conhecimentos, exercitando os
pensamentos, a atenção e a memória, selecionando as informações que
efetivamente, possam ser contextualizadas com a realidade que se vive
e capazes de serem expressas através de linguagens diferentes.
Aprender a fazer
Embora quem aprenda a conhecer já esteja aprendendo a fazer, esta
segunda aprendizagem enfatiza a questão da formação profissional e o
preparo para o mundo do trabalho. Que não se entenda aqui que o tema
possa se referir ao Ensino Técnico ou algo similar, mas sim que a
escola, desde a educação infantil, ressalte a importância de se por em
prática os conhecimentos significativos ao trabalho futuro. Aprender a
fazer, portanto, não pode continuar significando “preparar alguém para
uma tarefa determinada”, mas sim despertar e estimular a criatividade
para que se descubra o valor construtivo do trabalho, sua importância
como forma de comunicação entre o homem e a sociedade, seus meios
como ferramentas de cooperação e para que transforme o progresso do
conhecimento em novos empreendimentos e em novos empregos.
Aprender a conviver
Para que isso possa verdadeiramente acontecer, é essencial que os
professores tenham coragem desvestir a escola de sua fisionomia de
quartel e deixar de ser um disfarçado campo de competições para aos
poucos ir se transformando em um verdadeiro centro de descoberta do
outro e também um espaço estimulador de projetos solidários e
cooperativos, identificados pela busca de objetivos comuns.
Aprender a ser
Retoma a idéia de que todo ser humano deve ser preparado
inteiramente- espírito e corpo, inteligência e sensibilidade, sentido
estético e responsabilidade pessoal, ética e espiritualidade- para
elaborar pensamentos autônomos e críticos e também para formular os
próprios juízos de valores, de modo a poder decidir, por si mesmo como
agir em diferentes circunstâncias da vida.
Para Delors (2001, p.84), é necessário tornar prazeroso o ato de
compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não
seja passageiro, que se mantenha através do tempo , que valorize a
curiosidade, a autonomia e a atenção, permanentemente. È preciso também
pensar o novo, reconstruir o velho, reinventar o pensar. Precisamos cada vez
mais na educação de uma resposta quantitativa a necessidade de
aprendizagem.
Desta maneira torna-se relevante apresentar parte da nossa Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (1996) como a seguir:
1.4- LEI DE DIRETRIZES E BASE PARA A
EDUCAÇÃO NACIONAL (LDB)
Segundo a LDB (apud BELLO, 2004), a educação visa o pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Ainda, de acordo com a LDB (1996), Lei nº 9.394 (anexo 1), no que se
refere à educação, em: Titulo I
Art.1º. A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da
sociedade civil e nas manifestações culturais.
§1º. Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,
predominantemente, por meio de ensino, em instituições próprias.
§2º. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à
prática social.
Também, na LDB (1996), Lei Nº 9.394 (anexo 2), situa-se referencia
para o Ensino Fundamental.
É um desafio constante para as instituições de ensino preparar alunos
para a vida cidadã e para o mundo produtivo. Ao educador cabe construir uma
educação diferente num processo de integração, de oportunidades e de
interação.
2- QUEM APRENDE?
De acordo com Almeida (1995, p.30), quanto mais uma criança ouve e
vê, mais quer ver e ouvir, pois as informações enviadas ao cérebro geram
sempre conexões novas que as mantém sempre ativas. É tão significativa essa
relação que, no prazo de dois anos, a criança aprende milhares de
informações, e até uma língua complexa, apenas por ouvi-la.
“Nenhuma criança é uma esponja passiva que absorve o
que lhe é apresentado. Ao contrário, modelam
ativamente seu próprio ambiente e se tornam agentes de
seu processo de crescimento e das forças ambientais
que elas mesmas ajudaram a formar. Em síntese, o
ambiente e a educação, fluem do mundo externo para a
criança e da própria criança para seu mundo. “
( ANTUNES, 1999, p.16)
Lemos ainda em Oliveira (2002, p.31-56), que
“... desde cedo as crianças se envolvem em interações
que podem ser entendidas como trocas de mensagens.
Antes de poderem construir uma lógica narrativa, elas
constroem uma lógica na ação, por meio de estratégias
não verbais.
Usando posteriormente, procedimentos como
explicações ou exigências de precisão para esclarecer
suas construções.
Em todo o processo, o afeto é um regulador da ação,
influindo na escolha ou rejeição de determinados
elementos, eventos ou situações por parte da criança.
Contudo, em qualquer atividade humana, afeto e
cognição são aspectos inseparáveis.
Fator importante no desenvolvimento das interações é a
maneira como a criança é representada por seu meio
social. Já ao nascer, ela é, para seus familiares, um ser
cheio de significados simbólicos, afetivos, e certas
expectativas são criadas em torno dela, a depender do
grupo social a que pertence.
No contexto escolar, o estabelecimento de vínculos entre
criança, o professor, os colegas e os objetos de
conhecimento é possibilitado ou dificultado pelo afeto,
que suscita motivos para a ação. A motivação para
aprender surge à medida que a criança busca dominar
algo como o meio de satisfazer certas necessidades. Ser
colocada em um ambiente que não lhe desperte medo,
mas a incentive a explora-lo, ter sua atenção dirigida a
aspectos significativos para si mesma são elementos
que ampliam o sucesso da criança na grande aventura
de conhecer. Esse processo é coordenado pela
inteligência , que representa a eficácia de um indivíduo
em administrar conhecimentos disponíveis ou construir
outros rumos tendo em vista a realização de um projeto.
Ainda segundo Oliveira (2002, p.63-104), o desenvolvimento da
inteligência é um processo de construção coletiva, constituída de 04 (quatro)
fases - motricidade, afetividade, lingüístico e cognição – como, para melhor
compreensão discrimina-se a seguir.
Motricidade
Desde o nascimento, graças à maturação do sistema nervoso e a
realização de tarefas variadas com diferentes parceiros em situações
cotidianas, a criança desenvolve seu corpo e os movimentos que com
ele pode realizar.
A motricidade também se desenvolve por meio da manipulação de
objetos de diferentes formas, cores, volumes, pesos e texturas. Ao
alterar sua colocação postural conforme lida com esses objetos,
variando as superfícies de contato com eles, a criança trabalha diversos
segmentos corporais com contrações musculares de diferentes
intensidades . Nesse esforço, ela se desenvolve.
Afetividade
É uma área a ser levada em consideração tanto para o desenvolvimento
quanto para o processo de aprendizagem.
O afeto é um grande regulador das ações , influenciando nossas
escolhas e rejeições. As crianças são boas observadoras e percebem
nossas reações. O afeto permite à criança construir noções sobre
objetos, pessoas e situações. Essas noções que a criança constrói a
partir dessa relação afetiva vão permitir que ela atribua diferentes
valores e significados a estes objetos, pessoas e situações.
Lingüístico
A criança nasce em um mundo onde estão presentes sistemas
simbólicos diversos socialmente elaborados, particularmente o sistema
lingüístico. Este perpassa as atividades produzidas no ambiente humano
em que a criança se desenvolve e permite-lhe apropriar-se da
experiência das gerações precedentes.
Neste tópico, inscreve-se Cuberes (1997, p. 83), por acréscimo de
compreensão, que “as crianças compreendem que as palavras não são
simplesmente utilizadas em determinadas situações, mas sim ao que
elas se referem. Para que isto aconteça ,elas devem dispor de
representações mentais ou de conceitos que representem aquilo que a
palavra denota.
Durante o primeiro ano de vida, diferentes capacidades comunicativas e
cognitivas convergem para formar, em torno dos oito a dez meses, um
conjunto de habilidades necessárias à emergência da competência
lingüística propriamente dita”.
Cognição
De acordo com Oliveira (1997, p.73-76), o processo de aprendizagem,
como já foi visto, evoluiu de uma participação imitativa sincrética, em
que o parceiro mais experiente, geralmente o professor, mas pode ser
também outro aluno ou o discurso existente no livro didático – empresta
à criança suas funções psicológicas- sua forma de selecionar e
relacionar elementos, levantar hipóteses etc. – até que ela possa
apresentar um modo autônomo de aprender a tarefa e as posições nela
envolvidas.
De início, pensamento e linguagem têm origens diversas. Há o pensar
sensório-motor e a linguagem não cognitiva, por exemplo, os balbucios. No
entanto, ambos os elementos convergem no desenvolvimento para a formação
do pensamento discursivo.
A habilidade da criança para refletir sobre a definição de uma palavra é
uma capacidade multifacetada e de lento desenvolvimento, com percussores
cognitivos e lingüísticos. Na fase inicial de formação do conceito, a busca das
qualidades plásticas da palavra – ritmos, modulações, consonâncias-
desempenha uma função importante, pois, para a criança pequena, a palavra
não tem ainda força para dirigir seu pensamento.
Para Cuberes (1997, p.85), as diferentes teorias sobre o
desenvolvimento cognitivo afirmam que meninos e meninas possuem um
grande desejo de aprender e capacidade intelectual para isso, desde que
sejam colocados em ambiente pedagógico e afetivo rico e estimulante.
O desenvolvimento da inteligência e da curiosidade infantil ocorre e
alimenta-se em função da diversidade de experiências das quais as crianças
participam, pois elas respondem às influências do meio.
Percebeu-se, que relação ao desenvolvimento humano existem
inúmeras teorias, cada uma delas abordando aspectos diferentes. Portanto,
para melhor entendimento correlacionamos em um quadro resumo (anexo 3),
apenas as teorias de Piaget (cognitivo), Freud (psicológico) e Erickon (social).
No presente trabalho, busca-se caracterizar as crianças de seis a doze
anos e suas possibilidades cognitivas e limites quanto à seleção de atividades
a serem propostas para propiciar o desenvolvimento pessoal possível.
2 .1- A CRIANÇA DOS SEIS AOS DOZE ANOS
Segundo Antunes (1999, p.32-34), é este o período e até durante a
adolescência, que os jovens avançam muito em pensamentos sobre a
moralidade e é impossível se desassociar essa evolução do progresso
cognitivo. O fundamento básico da moralidade que diz: “não faça aos outros o
que não deseja que façam a si mesmo”, ganha necessidade e empatia e tanto
Jean Piaget quanto Lawrence Kohlberg (apud ANTUNES, 1999) - dois dos
mais profundos estudiosos do pensamento moral infanto-juvenil - acreditam
que o progresso cognitivo precisa andar junto com o progresso moral. É essa
sem dúvida a fase da vida em que com mais denodo e maior cuidado a criança
necessita da “alfabetização emocional”, seja a que é praticada diariamente
pelos pais, seja a institucionalizada pela escola.
É também, neste período da vida que se estrutura o auto-conceito
(noção de quem somos e o que fazemos) e é quando se organiza uma auto-
imagem negativa ou positiva.
O passo seguinte do auto-conceito é a auto-definição, que se
desenvolve progressivamente comparando o que é e o que em verdade,
gostaria de ser. Nessa fase, os programas de alfabetização emocional
precisam explorar sua autocompreensão, desenvolva padrões de
comportamento socialmente aceitáveis.
Para Winnicot (1982, p.20), o desenvolvimento emocional saudável
depende essencialmente de um ambiente suficientemente bom. Ao se aceitar,
respeitar ou amar uma criança pelo que ela é, ela tem oportunidade de adquirir
uma atitude de auto- aceitação e de respeito para consigo mesma. Com esta
atitude possui maior liberdade para desenvolver suas capacidades.
Outro cuidado no trabalho com o desenvolvimento cognitivo de crianças
nesta faixa relaciona-se à compreensão sobre o uso de sua linguagem, que
continua a crescer aceleradamente nessa fase, ampliando a capacidade de
interpretação e de comunicação. Em verdade, somente entre os 9 e 10 anos é
que as crianças desenvolvem uma compreensão complexa da sintaxe (a forma
como as palavras são organizadas em frases).
“O desenvolvimento da linguagem apóia-se em forte
motivação, para se comunicar verbalmente com outra
pessoa, motivação parcialmente inata, mais enriquecida
durante o primeiro ano de vida nas experiências
interpessoais com a mãe, pai, irmãos, educadores e
outros”. Cuberes (1997, p.38).
De acordo com Lima (1978, p.34), quando a partir de sete anos, a
criança descobre que a família não pode dar todo o clima de que necessita
para sua maturação, “abandona-a”, paulatinamente, e vai crescendo para a
comunidade. Mas entre uma e outra, existe essa fase de transição que se inicia
pelo bando (de crianças), prossegue no grupo (de adolescentes ) para terminar
na equipe (de jovens).
Se os pais estabelecem limites firmes, mas carinhosos desde os
primeiros anos de vida, ajudarão também a criança a reconhecer seus
sentimentos, a ter percepção dos sentimentos dos outros, a desenvolver o
sentido de justiça e ainda a descobrir a alegria de dar e até de fazer sacrifício
em prol do bem estar dos outros.
Novamente Celso Antunes (1999, p.35), sugere, estímulos importantes
nessa fase do desenvolvimento cognitivo da criança:
Substitua o hábito de falar com os filhos (ou alunos) e descubra o
prazer em conversar - Abandone a comunicação apenas dê recados ou
respostas monossilábicas para descobrir opiniões, crenças, impressões.
Nessa fase o grande educador é o imprescindível aprendiz.
Associe alta expectativa com carinhosa tolerância – Encoraje
seus filhos (ou alunos) a dominar tarefas e desenvolve-las bem, mas
saiba compreender suas limitações e não faça das mesmas ícones de
fracassos ou culpas.
Faça do lugar da criança um ambiente estimulante – Proponha
jogos, lance desafios, organize enigmas, invente passeios e
brincadeiras. Incentive comportamentos imprevisíveis e dê muitos
exemplos, raramente com palavras, principalmente em ações. Ensine-a
a tocar, ouvir, cheirar, olhar, sentir. Faça-a descobrir o encanto da
natureza e o fascínio oculto em toda paisagem.
Estimule o uso de habilidades operatórias a toda hora – Use
qualquer conversa, toda leitura e diferentes opiniões para levar a criança
a descobrir o que é analisar, criticar, observar, comparar, classificar,
julgar, sintetizar, deduzir e ainda muitas outras habilidades.]
Exponha a criança à diversidade cultural e abomine estereótipos
sexuais – Ensine-a, com exemplos, a perceber que as pessoas são
diferentes, mas que sua singularidade não expressa necessariamente o
“certo” e o “errado”. Mostre que homens e mulheres são iguais nos seus
direitos e na validade de seus sonhos. Saiba reconhecer, com
humildade e espírito de superação, seus próprios erros.
Faça da criança seu companheiro (etimologicamente = o que
divide o pão) – Não exerça controle rígido, aprenda a confiar com
limites. Seja firme, mas extremamente sensato. Estimule-a a nomear
seus sentimentos e aprenda a legitimar suas emoções. Converse
abertamente sobre sexo, amor, paixão, desejo, guerra, droga. Tente
liberta-se de suas “amarras”.
Ensine-a a ser um estudante – mostre como é possível
administrar o tempo; ensine-a a consultar dicionários, invente pesquisas
e faça-as junto com a criança. Anime suas leituras, participe de seus
programas. Mostre como você “vê” as coisas e ensine-a a respeitar
outras formas de emoção, a beleza, o entusiasmo.
Faça-a uma leitora criativa – leve-a a bibliotecas, fale, com
entusiasmo, de livros que leu, ensine-a a procurar a etimologia das
palavras, leia e releia seus livros favoritos para a criança, peça que ela
leia trechos de livros para você. Nunca deixe faltar material para que
escrevam muito. Se puder, disponibilize um microcomputador e faça
construtura de “arquivos” com seus diários, suas redações e suas
pesquisas. Use jogos exploradores da metalinguagem. Acredite que a
criança é única e que o tempo rapidamente rouba-a de você.
Dessa maneira, fica claro a importância do equilíbrio, afeto e bom-senso,
que devem estar ao lado dos estímulos para desenvolver a inteligência e
aprendizagem de crianças, levando-as á crescer e desenvolver, ao
máximo, suas potencialidades, tornando-se adultos confiantes em si e
felizes.
3 - COMO SE APRENDE OU O QUE APRENDE.
Segundo Piaget (apud ANTUNES, 2005, p.21), através da estrutura
mental que nunca está “vazia”, precisa adaptar os novos dados à estrutura
mental já existente. Uma vez os dados adaptados a si, dá-se a acomodação.
Esse esquema revela que nenhum conhecimento nos chega do exterior sem
que sofra alguma alteração de nossa parte. Ou seja, tudo o que aprendemos é
influenciado por aquilo que já tínhamos aprendido.
De acordo com Vygotsky (apud ANTUNES, 2005, p.23), a construção
do conhecimento ocorre coletivamente, portanto, sem ignorar a ação
intrapsíquica do sujeito. Assim definiu o desenvolvimento intelectual de cada
pessoa em dois níveis: Um real e um potencial. O real é aquele já adquirido ou
formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si própria
porque já tem conhecimento consolidado. O potencial é quando a criança ainda
não aprendeu tal assunto, mas está próximo de aprender, e isso se dará
principalmente com a ajuda de outras pessoas.
Piaget e Vygotsky pensavam de forma um pouco diferente a
aprendizagem: para o primeiro,a aprendizagem se faz pela ação da pessoa
sobre o objeto do saber ( a realidade) e esta pessoa pode ser ajudada por um
mediador. Vygotsky pensava o desenvolvimento do indivíduo como resultado
de um processo sócio-histórico, e, portanto, pela mediação feita por outras
pessoas. A ação desse mediador criaria internalizações e, assim, uma
atividade externa (os outros) deve ser modificada para tornar-se uma atividade
interna (aprendizagem).
3.1- MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS
Segundo Celso Antunes (1999, p.18), as inteligências em um ser
humano são mais ou menos como janelas de um quarto. Abrem-se aos
poucos, sem pressa, e para cada etapa dessa abertura existem múltiplos
estímulos. Abrem-se praticamente para todos os seres humanos ao mesmo
tempo, mas existe uma janela para cada inteligência.
De acordo com Gardner (apud ANTUNES, 2005, p.19), todos os seres
humanos possuem diferentes tipos de mentes e que pais e professores podem
tornar possível uma educação personalizada, destacando que na imensa
diversidade, que existe em cada um, deve solidificar a certeza de que nenhum
se humano é perfeito em tudo, mas absolutamente todos possuem potencial de
grandezas diversas. Diz ainda não existir “receita” pedagógica única e forma
universal de se trabalhar as múltiplas inteligências, mas faz uma síntese sobre
a aplicabilidade dos fundamentos das suas idéias no contexto da realidade de
nossas salas de aula.
A seguir, os sete estilos na aprendizagem - múltiplas inteligências.
(ABDELNUR, 2004).
Inteligência Lingüística ou verbal
Sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras:
sensibilidade para as diferentes funções da linguagem. Habilidade para
usar a linguagem para convencer, agradar estimular ou transmitir idéias.
Inteligência Musical
Habilidade para produzir e apreciar ritmo, tons, timbres, para discriminar
sons, para apreciar música, tocar instrumentos ou compor.
Inteligência Lógico-Matemática
Sensibilidade e capacidade para perceber padrões matemáticos ou
lógicos; habilidade para lidar com uma série de raciocínios, para explicar
padrões, levantar hipóteses, para experimentar de forma controlada.
Inteligência Espacial
Capacidade para perceber o mundo visual e de atuar sobre ele.
Capacidade de pensar em termos tridimensionais, de perceber imagens
externas e internas, de criar, transformar ou modificar imagens, de se
localizar e localizar objetos no espaço.
Inteligência Cinestésica
Capacidade para controlar os movimentos do corpo, para usar a
coordenação fina e ampla no esporte, nas artes cênicas ou plásticas.
Permite que os indivíduos manipulem objetos com precisão e movam-se
de forma coordenada e precisa.
Inteligência Interpessoal
Capacidade para entender e interagir de forma efetiva com outras
pessoas, para discernir e responder apropriadamente aos
temperamentos, motivações, humores e desejos dos outros.
Inteligência Intrapessoal
Acesso aos sentimentos próprios e capacidade para diferencia-los.
Conhecimento sobre capacidades, limitações, inteligências e desejos
próprios. Habilidade para perceber-se de maneira precisa e para usar
este conhecimento para planejar e direcionar a própria vida.
3 . 2 - CONTEÚDOS
Para a aprendizagem ser significativa é preciso que os conteúdos sejam
analisados e abordados de modo a formarem uma rede de significados.
Assim sendo, a seleção de conteúdos, elaborada pela equipe escolar,
deve levar em conta sua relevância social e sua contribuição para o
desenvolvimento intelectual do aluno. Esses dois critérios podem guiar as
escolhas que precisam ser feitas, em função das capacidades que se pretende
desenvolver e da ampla gama de assuntos possíveis de serem tratados no
âmbito de cada área de conhecimento.
A seguir, definiremos os conteúdos quanto a sua natureza. (
ABDELNUR, 2004).
Conteúdos de natureza conceitual
São conteúdos que envolvem a abordagem de conceitos, fatos e
princípios, referem-se à construção ativa das capacidades intelectuais
para operar com símbolos, signos, idéias, imagens que permitem
representar a realidade.
Conteúdos de natureza procedimental
São aqueles procedimentos que expressão um saber fazer, que envolve
tomar decisões e realizar uma série de ações, de forma ordenada e não
aleatória, para atingir uma meta. Os conteúdos procedimentais estão
presentes nos projetos de ensino, pois realizar uma pesquisa,
desenvolver um experimento, fazer um resumo, construir uma maquete,
são proposições de ações presentes na sala de aula.
Conteúdos de natureza atitudinal
São os que incluem normas, valores atitudes, que permeiam todo o
conhecimento escolar. A escola é um contexto socializador gerador de
atitudes relativas ao conhecimento, ao professor, aos colegas, às
disciplinas, às tarefas e à sociedade. A não compreensão de atitudes,
valores e normas como conteúdos escolares faz com que estes sejam
comunicados sobretudo de forma inadvertida- acabam por serem
aprendidos sem que haja uma deliberação clara sobre esse
ensinamento.
3 . 3 - OS PARÂMETROS CURRICULARES
NACIONAIS – PCNs
Como referencial para sistematização da educação, temos no Brasil os
Parâmetros Curriculares Nacionais, que auxiliam com questões e objetivos que
devem ser abordados durante os ciclos escolares.
(ABDELNUR, 2004).
Resolução nº 2 de janeiro de 1998. Institui as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental. Onde se lê:
Art.1º - A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental, a serem observadas na
organização curricular das unidades escolares integrantes dos
diversos sistemas de ensino.
Art. 2º - Diretrizes Curriculares Nacionais são o conjunto de definições
doutrinárias sobre Princípios, Fundamentos e Procedimentos da
Educação Básica, expressas pela Câmara de Educação Básica
do Conselho Nacional de Educação, que orientarão as Escolas
Brasileiras dos Sistemas de Ensino, na organização,
articulação, desenvolvimento e avaliação de suas Propostas
Pedagógicas.
Ainda, nos Parâmetros Curriculares Nacionais, no que se refere ao
Ensino Fundamental, constam os arts.3º e 4º em (anexo 5).
Assim, cabe ao professor de acordo com a legislação a formação de
valores vinculados a cidadania.
Ao seguir procedimentos pedagógicos inerentes às recomendações da
Resolução anterior serão possivelmente construídas atitudes da prática da vida
cidadã, desenvolvendo bases comuns nacionais de diferentes conteúdos e,
ainda, a contextualização da diversidade cultural regional.
3.4 - O USO DE LIVROS DIDÁTICOS E OUTROS
RECURSOS DIDÁTICOS.
No processo ensino aprendizagem o educador utiliza-se de livros
didáticos e outros recursos audiovisuais com o propósito de facilitar a
construção de conhecimentos.
Recursos Pedagógicos de Estudo e Criação.Zóboli (2002, p.98-141),
sugere a utilização dos seguintes recursos didáticos:
a) Livros didáticos
É um eficiente recurso da aprendizagem no contexto escolar. Sua
eficiência depende todavia, de uma adequada escolha e utilização.
O professor ao selecionar um livro didático, deve verificar se: seu
conteúdo, seus exercícios, sua linguagem, suas ilustrações forem: a)
adequados ao nível de maturidade do aluno e b) capazes de estimular
o interesse do aluno, motivando-o para a sua leitura.
Por outro lado, o livro didático também pode oferecer uma série de
vantagens para o professor e o aluno, favorecendo o êxito do trabalho
escolar. Entre suas múltiplas contribuições podem ser destacadas: a)
aumento da capacidade de ler (aumento do vocabulário, aumento de
compreensão do que se lê); b) integração e sistematização da matéria
(graças a uma seqüência ordenada de lições); c) facilitação de
revisões periódicas e d) desenvolvimento de hábitos de independência
e de autonomia.
b) Cartazes
Em sala de aula o cartaz é muito utilizado e tem por objetivo informar e
motivar os alunos.
O texto e as imagens são elementos que fazem parte de um cartaz, ou
seja, a mensagem. No cartaz o texto deve ser simples e direto com
linguagem correta e adequada ao público ao qual se destina, com isso,
deve conter as seguintes características gerais: frases curtas, letras
fáceis de serem lidas e mensagens simples, marcantes que prendam o
interesse do público.
O estilo de letra deve ser simples e fácil de ser lido, podendo ser
utilizado um só tipo de letra e nunca misturada com outros estilos de
letras.
O tema determina a escolha das formas e cores que irão fazer parte da
imagem do cartaz, por isso é preciso ter em mente: finalidade da
mensagem e o público a que se destina.
Num cartaz é importante o espaço livre, por isso o layout, ou seja,
arrumação dos elementos que compõem o cartaz deve ser equilibrada,
facilitando a comunicação e dando impacto.
Ao fazer um cartaz deve-se levar em conta: o texto, a ilustração
(imagem), a cor e o layout. Vermelho, amarelo, laranja (cores quentes),
podem ser utilizadas, mas não deve exagerar no seu uso.
c) Quadro de escrever ou quadro-negro
O quadro de escreve, também chamado quadro –de- giz, quadro-
negro ou lousa, pode ser encarado como um ótimo recurso visual. Em
geral, usamos giz mas hoje em dia se usa também pincéis próprios
para escrever em placas de plástico, vidro ou metal, materiais esses
que têm grande vantagem, pois não provocam pó, que por muitas
vezes espalha-se pela classe, provocando muitas vezes certas
alergias.
A cor do quadro de escrever deve combinar com a cor da pintura da
parede da sala, para evitar contraste que possa distrair os alunos. O
tamanho da lousa deve ser coerente com o tamanho da sala e do
número de alunos.
O quadro de escrever tem grandes vantagens: É facilmente
encontrado; bastante utilizado para transmitir mensagens; o professor
não perde muito tempo e não tem custo financeiro; permite a pronta
correção e alterações nos assuntos apresentados; permite que a
classe participe ativamente desse recurso.
Antes de utilizar o quadro deve ser feito um planejamento da
mensagem e determinação do público para a ele adequar as palavras
e as ilustrações.
d) Mural didático
São quadros onde colocamos alguns textos e ilustrações, que serão
utilizados em sala de aula, podendo assim despertar o interesse da
turma, introduzir uma nova unidade de estudo, completar aulas ou
avaliar um tema estudado.
O mural didático necessita de explicações, comparações e deve
permanecer em sala por tempo suficiente para aprendizagem ser
recebida.
O mural didático pode ser fixo ou móvel, sua base pode ser: cortiça,
madeira, papelão, eucatex, isopor, forrado com tecido, feltro,
flanela,plástico etc.
O mural tem uma grande vantagem em sua utilização, pois serve para
despertar a atenção e o interesse; transmitir informações e
conhecimento; estimular o trabalho de grupo; ajuda a formar opiniões e
leva o aluno a criticar o material apresentado em aula, etc. Deve estar
bem visível aos que entram na sala, servindo assim, como material de
incentivo aos alunos quando o professor inicia um novo assunto de
estudo.
3.5 - GRADE CURRICULAR SEMANAL
Entende-se que o ensino por área de conhecimento deve proporcionar a
todos os cidadãos oportunidades de desenvolvimento de capacidades para se
orientarem em uma sociedade complexa, compreendendo o que se passa à
sua volta. Trata-se de um movimento que deve ter início logo nas primeiras
séries do ensino fundamental.
Portanto a ação pedagógica, de preferência, deve ter uma organização
que favoreça as aprendizagens.
De acordo com a listagem de atividades por área de conhecimento,
abaixo. (ABDELNUR, 2004).
•••• Língua Portuguesa 05 por semana, 01 por dia.
•••• Matemática 05 por semana, 01 por dia.
•••• Geografia 02 por semana
•••• História 02 por semana.
•••• Ciências naturais 02 por semana.
•••• Merenda 05 por semana, 01 por dia.
•••• Educação Física 02 por semana.
•••• Música 01 por semana.
•••• Língua Estrangeira 01 por semana.
•••• Ensino Religioso 01 por semana (facultativo)
•••• Informática 01 por semana.
•••• Trabalho Diversificado 01 por semana, Projeto.
•••• Técnicas de Artes Plásticas 01 por semana.
•••• Área livre 01 por semana (quando não
Houver Educação
Física)
Total semanal 30 atividades
Diário 06 atividades
Duração 40 minutos
Entrada e saída 15 minutos cada.
3.6 - AVALIAÇÃO
Aconselha Mello (2006, p.40), aos educadores que sejam competentes
para fazerem uma avaliação competente.
Selecionou-se, dentre variado material sobre avaliação os nove jeitos
mais comuns de avaliar. (PORTES, 2005).
Prova objetiva
São séries de perguntas diretas para respostas curtas, com apenas uma
solução. Tem como função avaliar quanto o aluno aprendeu sobre dados
singulares e específicos do conteúdo. É familiar às crianças simples de
preparar e de responder podendo abranger grande parte do exposto em
sala de aula.
Prova dissertativa
São séries de perguntas que exigem capacidade para estabelecer:
relações, resumir, analisar e julgar.Sua função é verificar a capacidade
de analisar o problema central,abstrair fatos, formular idéias e redigi-las.
O aluno tem liberdade para expor os pensamentos, mostrando
habilidade de organização , interpretação e expressão.
Seminário
É exposição oral para um público leigo, utilizando a fala e materiais de
apoio adequados ao assunto. Tem como função possibilitar a
transmissão verbal das informações pesquisadas de forma eficaz.
Contribui para a aprendizagem do ouvinte e do expositor, exige
pesquisa, planejamento e organização das informações; desenvolve a
oralidade em público.
Trabalho em grupo
São atividades de natureza diversa ( escrita, oral, gráfica, corpora,etc.),
realizadas coletivamente. Tem com função desenvolver o espírito
colaborativo e a socialização. Possibilita o trabalho organizado em
classes numerosas e a abrangência de diversos conteúdos em caso de
escassez de tempo.
Debate
Discussão em que os alunos expõem seus pontos de vista a respeito de
assunto polêmico. Tem como função aprender a defender uma opinião
fundamentando-a em argumentos convincentes. Desenvolve a
argumentação e a oralidade, faz com que o aluno aprenda a escutar
com propósito.
Relatório individual
Texto produzido pelo aluno depois de atividades práticas ou projetos
temáticos. Tem como objetivo averiguar se o aluno adquiriu
conhecimento e se conhece estruturas de texto. É possível avaliar o real
nível de apreensão de conteúdos depois de atividades coletivas ou
individuais.
Auto avaliação
É a análise oral ou por escrito, em formato livre, que o aluno faz do
próprio processo de aprendizagem. Sua função é fazer o aluno adquiri
capacidade de analisar suas aptidões e atitudes, pontos fortes e fracos.
O aluno torna-se sujeito do processo de aprendizagem, adquiri
responsabilidade sobre ele aprende a enfrentar limitações e a
aperfeiçoar potencialidades.
Observação
Análise do desempenho do aluno em fatos do cotidiano escolar ou em
situações planejadas. Seu objetivo é seguir o desenvolvimento do aluno
e ter informações sobre as áreas afetivas, cognitiva e psicomotora.
Perceber como o aluno constrói o conhecimento seguindo de perto
todos os passos desse processo.
Conselho de classe
Reunião liderada pela equipe pedagógica de determinada turma. Sua
função é compartilhar informações sobre a classe e sobre cada aluno
para embasar a tomada de decisões. Favorece a integração entre
professores, a análise do currículo e a eficácia dos métodos utilizados;
facilita a compreensão dos fatos com a exposição de diversos pontos de
vista.
Para tanto, no planejamento, na facilitação da aprendizagem, o
professor deverá levar em consideração igualmente as múltiplas
inteligências que estruturam o desenvolvimento do cognitivo.
4.0 - AÇÃO PEDAGÓGICA
A prática do professor tem que ser condizente com o que diz, o
professor tem que possuir “uma prática testemunha que o re-diz em lugar de
desdizê-lo” (FREIRE, p.38). Dessa forma, seu pensar certo (aquilo que diz)
deve, portanto, estar aliado ao seu fazer certo (sua prática pedagógica), para
que possa testemunhar o que realmente se vivencia. Este pensar certo é
aquele que não é preconceituoso, autoritário, arrogante, insensato, esnobe,
devendo ser ensinado nas escolas concomitantemente com o ensino dos
conteúdos, “ produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor
formador” (FREIRE, p.43).
Para que a aprendizagem significativa possa ocorrer, é
fundamental valorizar o conhecimento prévio do aluno e
criar circunstâncias que favoreçam o questionamento e a
argumentação.
(OKADA, 2007, p.35).
4.1- ESTRATÉGIAS DE ENSINO
Compreende o conjunto de procedimentos didáticos adotados pelo
professor para orientar a aprendizagem dos alunos nos domínios: intelectual,
motor e afetivo, promovendo o desenvolvimento individual e social.
Novamente Portes, 2004, apresenta, sugestões de estratégias de
ensino.
a) Exposição oral ou explicação do professor
É uma técnica comumente conhecida como aula expositiva. Constitui-se
numa estratégia de ensino adequada quando desejamos introduzir um
assunto, sistematizar as conclusões de um trabalho ou fazer uma
recapitulação de conteúdos estudados.
b) Pesquisa
A iniciação dos alunos na metodologia da pesquisa requer orientação do
professor quanto: a) objetivos, b) fontes de coleta de dados e c) roteiros
ou etapas para desenvolvimento do tema em estudo.
c) Estudo Dirigido
É uma tarefa que o aluno realiza sozinho, seguido etapas claramente
definidas pelo professor. No estudo dirigido o aluno recebe um roteiro
contendo instruções para o trabalho a ser feito.
d) Dramatização
A dramatização consiste na representação de uma cena de modo a
vivenciar situações da vida real ou imaginária. É um procedimento
didático poderoso no desenvolvimento do currículo, pois facilita a
concretização de conceitos e abstrações das diferentes áreas do
currículo, além de propiciar lazer e entretenimento.
e) Conversa dirigida ou debate
Consiste na troca de idéias ou opiniões sobre um tema ou assunto de
interesse da classe. É importante que todos os alunos tenham
oportunidades de falar.
f) Observação e experimentação
São estratégias mais indicadas para as aulas de Ciências Físicas e
Biológicas.
Há, ainda, a considerar:
•••• Estratégias Individuais e Grupais
Existem estratégias de ensino individualizado e estratégias de ensino
socializado ou em grupo.
Atividades socializadoras - trabalhos em grupos e estratégias de ensino
socializado ou em grupo.
Atividades individualizadoras - Estudo dirigido, fichas didáticas, leituras,
exercícios de fixação,....
Apresenta-se aqui apenas, algumas sugestões de estratégias de ensino.
O professor pode, também, criar outras estratégias junto com seus alunos.
4.2 - SELEÇÃO DE AÇÕES EDUCATIVAS
A educação pensada e compreendida desencadeia um processo
refletido das relações entre ética e agir pedagógico, através de uma prática
educativa que interfere no conhecimento e nas possibilidades, dos aprendizes,
num misto de ação e aprendizagem.
Portanto, para resultados eficazes nas aprendizagens dos estudantes, o
professor há que apresentar competências básicas. MONTEIRO ( 2004, p. 16-
47).
Planejar a aprendizagem
- Mantém-se atualizado e em sintonia com as tendências didático-
pedagógicas.
- Estabelece objetivos realistas e preciso.
- Correlaciona conteúdos às necessidades e à realidade.
- Organiza seqüencialmente os conteúdos.
- Propõe ações coerentes aos objetivos e aos conteúdos.
- Determina recursos adequados às atividades propostas.
- Define estratégias de avaliação.
- Registra esquematicamente sua proposta educativa, abrindo espaço
para ajustes.
- Facilitar a aprendizagem
- Mantém o foco de sua ação no aluno(em suas características e
necessidades e na aprendizagem.
- Observa as ações dos alunos.
- Identifica as melhores ações para viabilizar a aprendizagem.
- Estimula o trabalho independente dos alunos e valoriza iniciativas.
- Conduz o processo estimulando a auto-aprendizagem.
- Parte de situações-problema que sejam concretas, visando a
facilitação da aprendizagem.
- Usa situações do cotidiano do grupo para possibilitar a (re) construção
do conhecimento.
- Associa teoria a pratica.
- Cria estratégias da ação adequadas ao assunto, às características e
aos interesses dos alunos.
- Fornece informações precisas.
- Discute soluções apresentadas pelos alunos.
- Revê suas ações.
- Orienta na elaboração de análises e sínteses.
- Observa a analisa criticamente resultados em todas as etapas do
processo.
- Comunica-se e interage com os alunos, objetivando a efetiva
construção do conhecimento.
- Fala com desenvoltura e clareza.
- Ouve com atenção.
- Age como mediador nas discussões exercendo liderança nos
momentos de impasse e/ou dispersão.
- Mantém o foco de atenção no tema.
- Estimula a interação entre todos os participantes do processo
educativo.
- Estimula o pensamento crítico, a argumentação coerente e a tomada
de decisão em grupo.
- Explora adequadamente materiais didáticos e recursos audiovisuais(
quadro-de-giz, retroprojetor, videocassete, aparelho de som,
computador, etc).
- Seleciona o(s) recurso(s) audiovisual (is) de acordo com a atividade a
ser desenvolvida.
Avaliar a aprendizagem
- Estabelece, cooperativamente com os alunos, critérios para avaliação
da aprendizagem.
- Observa atentamente as ações dos alunos.
- Avalia a aprendizagem dos alunos de forma constante e variada,
sempre sob o enfoque diagnóstico.
- Compara os resultados com os objetivos definidos.
- Analisa os resultados com os objetivos definidos.
- Propõe alternativas para viabilizar a aprendizagem.
- Cria condições para a auto-avaliação de todos os envolvidos no
processo ensino-aprendizagem.
4.3 - O PROFESSOR
“Educador é aquele que acolhe, nutre, sustenta e
confronta o educando, tendo em vista oferecer-lhe
condições para que construa e, se necessário, restaure
o seu caminho na vida, com criatividade e
independência”.
Luckesi (2005, p.12).
Segundo Cury (2003, p.17), um excelente educador não é um ser
humano perfeito, mais alguém que tem serenidade para se esvaziar e
sensibilidade para aprender.
Não há como abordar o educador sem que tenhamos presente o
educando. Educador e educando são dois sujeitos de um mesmo processo.
Neste contexto, nem o educando nem o educador são seres prontos.
Estão a caminho, em construção. Todos os dias o educador está construindo,
como educador, assim como o educando está se construindo como educando.
São seres em processo, afirma ainda, Luckesi, (2005, p. 14).
Ainda segundo Perrenond (2000,p.45), o professor deve ter a
capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação,
apoiando-se em conhecimento, mas sem se limitar a eles. Entretanto insiste
em 10 grandes famílias de competências a serem desenvolvidas pelo educador
mediador.
Eis as 10 competências profissionais para ensinar:
- Organizar e dirigir situações de aprendizagem.
- Administrar a progressão das aprendizagens.
- Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação.
- Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho.
- Trabalhar em equipe.
- Participar da administração da escola.
- Informar e envolver os pais.
- Utilizar novas tecnologias.
- Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão.
- Administrar sua própria formação contínua.
Saberes necessários à prática educativa
Segundo Freire (1996, p.23-159), a competência técnica científica e o
rigor de que o professor não deve abrir mão no desenvolvimento do seu
trabalho, não são incompatíveis com a amorosidade necessária às relações
educativas. Problematizando e tocando o educador aponta para a dimensão
estética de sua prática, apresentando os saberes necessários aos educadores
críticos, progressistas, alguns deles são igualmente necessários a educadores
conservadores:
Não há docência sem discência.
- Ensinar exige rigorosidade metódica.
- Ensinar exige pesquisa.
- Ensinar exige criticidade.
- Ensinar exige estética e ética.
- Ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo.
- Ensinar exige riscos, aceitação do novo e rejeição a qualquer
forma de discriminação.
- Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática.
- Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade
cultural.
- Ensinar não é transferir conhecimento.
- Ensinar exige consciência do inacabamento.
- Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado.
- Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando.
- Ensinar exige bom senso.
- Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direito
dos educadores.
- Ensinar exige apreensão da realidade.
- Ensinar exige alegria e esperança.
- Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível.
- Ensinar exige curiosidade.
- Ensinar é uma especificidade humana.
- Ensinar exige segurança, competência profissional e
generosidade.
- Ensinar exige comprometimento.
- Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de
intervenção no mundo.
- Ensinar exige liberdade e autoridade.
- Ensinar exige tomada consciente de decisões.
- Ensinar exige saber escutar.
- Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica.
- Ensinar exige disponibilidade para o diálogo.
- Ensinar exige querer bem os educandos
4 . 4 - A FAMÍLIA
Segundo a Lei nº 8.069 (ECA, 1990, p.12), que dispõe sobre o Estatuto
da criança e do adolescente em seu art. 4º - É dever da família, da
comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, á liberdade e a convivência familiar e comunitária.
A família equivale para o desenvolvimento da criança ao
útero com relação ao embrião: numa certa altura do
desenvolvimento, a criança deve ser expelida da família
como o feto é expelido do útero.
Lima (1978, p.33).
Por considerar importante a interação entre escola e família na
educação da criança, uma vez que a família é responsável pela educação; e a
escola, pela formação de habilidades para competências na vida adulta.
Apresentaremos a ação prevista para a família como mediadora, também no
processo de aprendizagem.
Segundo Oliveira (2002, p.81), a aproximação da instituição educativa
com a família incita-nos a repensar a especificidade de ambas no
desenvolvimento da criança.
Para trabalhar de modo produtivo no estabelecimento de uma
aproximação com as famílias, os professores devem considerar que a família
nuclear típica da cultura burguesa não é, hoje, a única referência existente.
O professor não tem papel terapêutico em relação à criança e sua
família, mas o de conhecedor da criança, de consultor, apoiador dos pais, um
especialista que não compete com o papel deles. Ele deve possuir habilidades
para lidar com as ansiedades da família e partilhar decisões e ações com ela.
Se assim ocorrer a família terá no professor alguém que lhe ajude a pensar
sobre seu próprio filho e a fortalecer como recurso privilegiado do
desenvolvimento infantil.
Os pais precisam conhecer e discutir os objetivos da proposta
pedagógica e os meios organizados para atingi-los, além de trocas de opiniões
sobre como o cotidiano escolar se liga a esse plano.Posteriormente, a prática
de reunir os pais periodicamente, para informa-los e discutir algumas
mudanças a serem feitas no cotidiano das crianças, pode garantir que as
famílias apóiem os filhos de forma tranqüila nesses períodos.
No mundo todo, quando se fala em educação de qualidade, tem de
haver uma vinculação clara com a família, porque é responsável na grande
parte do tempo que a criança passa com ela.
Para Kleis (2004, p.34), a escola não é apenas o lugar do aluno e
professor, mas o lugar da comunidade escolar.
CONCLUSÃO
Por fim, concluímos que o processo de desenvolvimento humano tem na
ação educativa principalmente nos primeiras séries do ensino fundamental um
importante componente essencial na sua construção, e que através deste
chega ao desenvolvimento físico, intelectual, emocional do indivíduo,
preparando-o, para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Mas para tanto é fundamental dar à criança todas as chances de chegar a esse
desenvolvimento pleno. Devendo-se levar em conta que todas as crianças do
mundo passam pelos mesmos estágios, mas com certas modificações devido
às suas características pessoais e sócio-culturais. Enfatizando o respeito à
natureza e a forma da criança pequena aprender. Suas experiências, frente ao
novo, ao desconhecido, serão importantes na construção de sua maneira de se
aproximar e se apropriar do conhecimento.
As transformações da contemporaneidade mudaram o mundo e o papel
da educação. Assim, para atender as necessidades de educação do novo
milênio, o relatório da UNESCO prevê aprendizagens a serem desenvolvidas
pelo individuo através da educação.
Ao professor é fundamental a busca contínua de um trabalho que
possibilite ao aluno a construção de conhecimentos, de forma cooperativa,
utilizando-se de todos os recursos pedagógicos no processo de ensino-
aprendizagem.
Para melhorar a prática pedagógica é importante que o professor seja
criativo ao elaborar atividades diferenciadas, levando em conta o conhecimento
que o aluno já possui e isso os Parâmetros Curriculares Nacionais auxiliam,
pois dão dicas e idéias a quem os lê.
Quem ensina deve ter domínio sobre os conteúdos a serem
contextualizados com as múltiplas inteligências dos alunos, devendo
selecionar conhecimentos significativos para eles.
A avaliação funciona como um termômetro da aprendizagem, não no
sentido apenas de aferir, mas no sentido de humanização, do crescimento e
emancipação.
Para tanto, é necessário ter uma visão global do educando fazendo o
constante acompanhamento, compreendendo o processo de constituição de
conhecimentos, sem perder de vista os objetivos pedagógicos.
Sendo assim, pais e educadores devem atribuir a máxima importância
ao desenvolvimento da criança na Educação Básica, ambos tem papéis
importantes em conduzir ou criar condições para interação, na adaptação da
criança, tornando assim possível desenvolver as estruturas da inteligência,
necessárias ao estabelecimento de uma relação lógica da criança com o
mundo.
ANEXOS
ANEXO 1
REFERÊNCIAS
ABDELNUR, Regina Maria Pires. Conteúdos . Notas de aula, Rio de Janeiro:Universidade Veiga de Almeida,ano 2004.
- Resolução nº2 /1998 . Notas de aula,Rio de Janeiro: Universidade Veiga de Almeida, 2005.
- Resumo dos períodos do desenvolvimento humano. Notas de aula: Rio de Janeiro,Universidade Veiga de Almeida, 2005. (Anexo).
ANTUNES, Celso. Vygotsky e a zona de Desenvolvimento proximal. In: Revista ABC Educatio, ano 6,nº 46,pp 19-26, São Paulo: CRIAR, 2005.
- Construtivismo e ciências da cognição. In: Revista ABC Educatio, ano 6, nº 45, pp. 19-26, São Paulo: CRIAR, 2005.
- Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. 4ª ed, São Paulo: VOZES, 1999.
- Aulas cheias de vida com as múltiplas inteligências.In: Revista ABC Educatio, ano 6, nº 50, pp. 19-26, São Paulo: CRIAR, 2005.
BELLO, José Luiz de Paiva. LDB: lei de diretrizes e bases da educação. Notas de aula, Rio de Janeiro: Universidade Veiga de Almeida, 2004.
CUNHA, Nylse Helena da Silva. Um mergulho no brincar. In: bem estar bem,3ª ed, pp8, São Paulo: VETOR, 2001.
CURY, Augusto. Pais brilhantes & professores fascinantes. 14ª ed, Rio de Janeiro; RJ: SEXTANTE, 2003.
.FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia, 17ª ed, São Paulo: PAZ E TERRA, 1996.
KLEIS, Margarete Lazzaris.Ergonomia Cognitiva e Processos de Interação em Ambientes educacionais. In: Revista ABC Educatio, ano 5, nº 37, pp.34-36, São Paulo: CRIAR, 2004.
LUCKESI, Cipriano. O educador: quem é?. In: Revista ABC Educatio, ano 6, nº 50, pp 12-16, São Paulo: CRIAR, 2005.
MELLO, Raphaella de Campos. Avaliação na mesa de debate. In: Revista ABC Educatio, ano 7, nº58, pp. 40-41, São Paulo: CRIAR, 2007.