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  • CURSO SUPERIOR TECNOLGICO EM GESTO HOSPITALAR DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DO DIREITO COMERCIAL E DO CONSUMIDOR (FDCC) PROFESSOR: FBIO LUIS URIARTE

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    AULA 03 DEFINIES DE CONSUMIDOR

    art. 2 (consumidor stricto sensu): Consumidor toda pessoa fsica ou jurdica que adquire ou utiliza produto ou servio como destinatrio final.

    art. 2, nico (coletividade de pessoas): Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ain-

    da que indeterminveis, que haja intervindo nas relaes de consumo. O que se tem em mira no pa-rgrafo nico do art. 2 a universalidade, conjunto de consumidores de produtos e servios, ou mesmo grupo, classe ou categoria deles, e desde que relacionados a um determinado produto ou servio, perspectiva essa extremamente relevante e realista porquanto natural que se previna, por exemplo, o consumo de produtos ou servios perigosos ou ento nocivos, beneficiando-se as-sim abstratamente as referidas universalidades e categorias de potenciais consumidores. A defesa do consumidor direito fundamental, previsto na Constituio Federal como dever do Estado (art. 5, XXXII). O Ministrio Pblico instituio responsvel pela defesa coletiva do consumidor. Atua em casos envolvendo combustveis adulterados, bancos, cartes de crdito, seguros, planos de sa-de, publicidade enganosa ou abusiva, prticas abusivas, cobranas abusivas, energia eltrica, tele-fonia, gua, transporte coletivo, alimentos, medicamentos, contratos imobilirios, vcios e defeitos em produtos e servios em geral, ensino privado, e em demais casos de leso coletividade de con-sumidores.

    art. 17 (vtimas do acidente de consumo): Para os efeitos desta Seo, equiparam-se aos consumi-

    dores todas as vtimas do evento. Abordando o tema inserto no art. 17 da Lei 8.078/90, diz o mestre Roberto Senise Lisboa que "alm do prprio consumidor, o terceiro prejudicado recebeu a ateno do legislador, ante o dano sofrido decorrente da relao de consumo da qual no participou". Para em seguida concluir que "estendeu-se a proteo concedida pela lei ao destinatrio final dos produ-tos ou servios, em favor de qualquer sujeito de direito, inclusive daquele que ordinariamente no seria consumidor na relao de consumo a partir da qual ocorreu o prejuzo". O Desembargador do E. Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul, Paulo de Tarso Vieira Sanseverino ao doutrinar sobre a matria prelecionou que "toda e qualquer vtima de acidente de consumo equipara-se ao consumi-dor para efeito da proteo conferida pelo CDC. Passam a ser abrangidos os chamados bystander que so terceiros que, embora no estejam diretamente envolvidos na relao de consumo, so a-tingidos pelo aparecimento de um defeito no produto ou no servio". Quanto aos objetivos prote-cionistas buscados pelo legislador consumerista, Zelmo Denari cita as consideraes feitas pela ju-rista espanhola Parra Lucan, de seguinte teor: "trata-se de impor, de alguma forma, ao fornecedor a obrigao de fabricar produtos seguros, que satisfaam os requisitos de segurana a que tem direito o grande pblico". Neste aspecto, Jaime Marins nos fornece um exemplo bem ilustrativo do que se-ja o chamado bystander ao relatar o caso de um comerciante de defensivos agrcolas que se v se-riamente intoxicado pelo simples ato de estocagem em decorrncia de defeito no acondicionamen-to do produto (defeito de produo). Neste caso, embora o comerciante no seja consumidor stric-to sensu, poder se socorrer da proteo consumerista.

    art. 29 (das pessoas expostas s prticas abusivas). Para os fins deste Captulo e do seguinte, equi-

    param-se aos consumidores todas as pessoas determinveis ou no, expostas s prticas nele pre-vistas. Neste tpico se inclui o conjunto de pessoas, consumidoras ou no, determinveis ou no, que possam, de qualquer forma, estarem expostas s prticas comerciais que vo desde a oferta de produtos (art. 30 a 35), publicidade (art. 36 a 38), as prticas abusivas (art. 39 a 41), a forma de cobrana de dvidas (art. 42), a incluso de seus nomes em bancos de dados (art. 43 e 44), assim

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    como das clusulas abusivas (art. 51). V-se desde logo, que a abrangncia do art. 29 do CDC bem maior que os j tratados (art. 2, nico e 17), porquanto, basta que a relao seja de consumo, pa-ra que a proteo consumeristas seja estendida a qualquer pessoa, independentemente da concei-tuao legal de consumidor. Como enfatiza o prof Roberto Senise Lisboa, "o legislador conferiu a defesa dos direito de todos, consumidores por definio ou no, e no apenas da coletividade de consumidores. Assim, a expresso todas as pessoas abrange a vtima do evento referido no art. 17, a coletividade de consumidores a qual alude o art. 2, nico, e mesmo as pessoas que normalmen-te no seriam consumidoras na relao de consumo a partir da qual se principiou o dano". Eviden-temente que a equiparao de qualquer pessoa condio de consumidor, no sentido de que a mesma possa ser beneficiria da legislao consumerista, h que decorrer de uma relao de con-sumo, isto , preciso haver num dos plos um fornecedor, seja de servios seja de produtos e, de outro um consumidor como alvo a ser atingido pelo apelo do fornecedor. Se assim no for, no h que se falar em consumidor por equiparao porque nem mesmo relao de consumo haver.

    QUESTES: 1) Explique as diversas caracterizaes de Consumidor dada pelo Cdigo de Defesa do Consumidor

    (CDC).


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