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Page 1: Decreto Lei 200 68 Planejamento

Aspectos Legais doPlanejamento Estratégico

Cláudio Silva da CruzAnalista de Sistemas

Secretaria de Tecnologia da InformaçãoTribunal de Contas da União

Moderador do Fórum TIControle

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A T E N Ç Ã O ! ! !• As idéias relacionadas neste trabalho são

interpretações do autor com base na legislação, doutrina e jurisprudência;

• Não há garantia de que as instâncias de controle (consultoria jurídica, controle interno e controle externo) adotem necessariamente essas posições.

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O problema

• O senso comum, retratado na mídia, indica que a Administração Pública:– é ineficiente e não econômica;– às vezes é ineficaz e inefetiva;– gasta mal os recursos públicos (por desperdício

ou por desvio);– gasta cada vez mais (peso injustificado na

economia do país);– organiza-se mal;– planeja mal.

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A decisão

• Que país queremos ser,de 1° mundo oude 3° mundo?

VEJA 2062, de 28MAI08

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A decisão

• Que país queremos ser, de 1° mundo ou de 3° mundo?– Nós nos comportamos analogamente ao

adolescente: adulto em alguns aspectos e criança em outros;

– Precisamos acelerar a mudança por meio do planejamento.

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Nós planejamos?

• Giacomoni (2003)– foco preponderantemente na divisão do

orçamento e não nas necessidades e metas;– ligação fraca entre o processo de planejamento

e o de orçamentação;– evidências:

• orçamento incrementalista• contingenciamento orçamentário• ausência de prêmio para os eficientes no uso do

orçamento (às vezes punição com perda de orçamento)

GIACOMONI, James. Orçamento público. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2003.

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Nós planejamos?

• TCU (2007 e 2008): Fiscalização em Governança e Contratação em TI– 12 unidades jurisdicionadas auditadas;– 7 acórdãos já publicados (525/2008-2C, 436,

669 e 670/2008-P; outros por relação):• ausência ou insuficiência do processo de

planejamento institucional;• ausência ou insuficiência do processo de

planejamento de TI;• contratações com objetivos e controles mal definidos.

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O que a Lei diz?

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Princípio Fundamental

• Decreto-lei 200/67:

TíTULO IIDOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais: I - Planejamento. II - Coordenação. III - Descentralização. IV - Delegação de Competência. V - Contrôle.

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Obrigação Constitucional

• Constituição Federal de 1988Art. 37, caput) A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de [...] e eficiência [...]

Art. 70) A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Art. 71) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: [...] II. Julgar [...] as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; [...]

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Obrigação Legal

• Decreto-lei 200/67CAPÍTULO I

DO PLANEJAMENTOArt. 7º. A ação governamental obedecerá a planejamento que vise a promover o desenvolvimento econômico-social do País e a segurança nacional, norteando-se segundo planos e programas elaborados, na forma do Título III, e compreenderá a elaboração e atualização dos seguintes instrumentos básicos:a) plano geral de govêrno;b) programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual;c) orçamento-programa anual;d) programação financeira de desembôlso.

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Obrigação Legal

• Lei n° 10.180/2001TÍTULO II

DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E DE ORÇAMENTO FEDERALCAPÍTULO I

DAS FINALIDADESArt. 2º O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal tem por finalidade:I - formular o planejamento estratégico nacional;II - formular planos nacionais, setoriais e regionais de desenvolvimento econômico e social;III - formular o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais;IV - gerenciar o processo de planejamento e orçamento federal;V - promover a articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, visando a compatibilização de normas e tarefas afins aos diversos Sistemas, nos planos federal, estadual, distrital e municipal.

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Obrigação Legal

• Lei n° 10.180/2001Art. 3º O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal compreende as atividades de elaboração, acompanhamento e avaliação de planos, programas e orçamentos, e de realização de estudos e pesquisas sócio-econômicas.

Art. 5º Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes, as unidades responsáveis pelos seus orçamentos ficam sujeitas à orientação normativa do órgão central do Sistema.

Art. 6º Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes e órgãos da Administração Pública Federal, os órgãos integrantes do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal e as unidades responsáveis pelo planejamento e orçamento dos demais Poderes realizarão o acompanhamento e a avaliação dos planos e programas respectivos.

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Obrigação Legal

• Lei n° 10.180/2001Do Planejamento Federal

Art. 7° Compete às unidades responsáveis pelas atividades de planejamento:I - elaborar e supervisionar a execução de planos e programas nacionais e setoriais de desenvolvimento econômico e social;II - coordenar a elaboração dos projetos de lei do plano plurianual e o item, metas e prioridades da Administração Pública Federal, integrantes do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, bem como de suas alterações, compatibilizando as propostas de todos os Poderes, órgãos e entidades integrantes da Administração Pública Federal com os objetivos governamentais e os recursos disponíveis;III - acompanhar física e financeiramente os planos e programas referidos nos incisos I e II deste artigo, bem como avaliá-los, quanto à eficácia e efetividade, com vistas a subsidiar o processo de alocação de recursos públicos, a política de gastos e a coordenação das ações do governo;IV - assegurar que as unidades administrativas responsáveis pela execução dos programas, projetos e atividades da Administração Pública Federal mantenham rotinas de acompanhamento e avaliação da sua programação; [...]

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Exigência do Controle

• Lei 4.320/1964Art. 75) O contrôle da execução orçamentária compreenderá: I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos; III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em têrmos monetários e em têrmos de realização de obras e prestação de serviços.

Art. 79) Ao órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou a outro indicado na legislação, caberá o contrôle estabelecido no inciso III do artigo 75. Parágrafo único. Êsse controle far-se-á, quando fôr o caso, em têrmos de unidades de medida, prèviamente estabelecidos para cada atividade.

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Exigência do Controle

• Constituição Federal de 1988Art. 74, I e II) Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

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Exigência do Controle

• Decisão Normativa TCU n° 85/2007p.33 INFORMAÇÕES GERAIS A CONSTAR DO RELATÓRIO DE AUDITORIA DE GESTÃO PARA PROCESSOS COMPLETOS.

01-Avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos da gestão, em especial quanto à eficácia e eficiência no cumprimento dos objetivos e metas (físicas e financeiras) planejados e/ou pactuados, apontando as causas que prejudicaram o desempenho da ação administrativa e as providências adotadas;

02-Avaliação sobre a qualidade e confiabilidade dos indicadores utilizados para avaliar o desempenho da gestão, bem como dos controles internos implementados pelos gestores para evitar ou minimizar os riscos inerentes à execução orçamentária, financeira, operacional e patrimonial;

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Novidade

• Instrução Normativa SLTI n°4/2008:– Gerada a partir de recomendação do TCU

(Ac786/2006-P);– Foco na melhoria do processo de contratação de

serviços de TI;– Obrigatoriedade de planejamento antes de

contratar:Art. 3º As contratações de que trata esta Instrução Normativadeverão ser precedidas de planejamento, elaborado em harmonia como Plano Diretor de Tecnologia da Informação - PDTI, alinhado àestratégia do órgão ou entidade.

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Novidade

• Instrução Normativa SLTI n°4/2008:– Subsídio para o planejamento:

Art. 4º [...] o órgão central do SISP elaborará [...] a Estratégia Geral de Tecnologia da Informação para a Administração Pública, revisada anualmente, para subsídio à elaboração dos PDTI dos órgãos e entidades integrantes do SISP. Parágrafo único. A Estratégia Geral de Tecnologia da Informação deverá abranger, pelo menos, os seguintes elementos: [...] III - modelo para elaboração dos PDTI que contemple, pelo menos, as seguintes áreas: necessidades de informação alinhada à estratégia do órgão ou entidade, plano de investimentos, contratações de serviços, aquisição de equipamentos, quantitativo e capacitação de pessoal, gestão de risco;[...]

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Novidade

• Instrução Normativa SLTI n°4/2008:– Envolvimento dos clientes no planejamento das

contratações de TI:Art. 10. A Análise de Viabilidade da Contração, observado o disposto nos arts. 11 e 12 desta instrução normativa, compreende as seguintes tarefas:I - avaliação da necessidade por parte do Requisitante do Serviço, com apoio da Área de Tecnologia da Informação, considerando os objetivos estratégicos e as necessidades corporativas da instituição;II - explicitação da motivação da contratação da Solução de Tecnologia da Informação por parte do Requisitante do Serviço;

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Novidade

• Instrução Normativa SLTI n°4/2008:– Envolvimento dos clientes no planej. de TI:

Art. 4º [...] e IV - orientação para a formação de Comitês de Tecnologia da Informação que envolvam as diversas áreas dos órgãos e entidades, que se responsabilizem por alinhar os investimentos de Tecnologia da Informação com os objetivos do órgão ou entidade e apoiar a priorização de projetos a serem atendidos.

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Conclusões

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Planejar é importante

• O planejamento permite:– Focalizar os esforços onde os benefícios são

maiores ou onde há maior necessidade (eficácia e efetividade);

– Aproveitar melhor os recursos disponíveis (eficiência e economicidade);

– Aumentar a inteligência organizacional por meio de aprendizado (avaliações);

– Responder mais adequadamente às mudanças do ambiente (revisão de estratégia).

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Planejar é só uma opção? Não ...

• Planejar é:– um princípio fundamental da Administração;– uma obrigação constitucional– uma obrigação legal– a resposta adequada ao mandato que o servidor

público recebe da sociedade a quem serve

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Planejar é só uma opção? Não ...

• Lembre-se das perguntas do Controle:– Houve planejamento adequado?– Foi eficaz?– Foi eficiente?– Foi econômico?– Foi legítimo?– Foi efetivo?– Atendeu aos requisitos legais?– É sustentável?

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Planejar é só uma opção? Não ...

• Algumas perguntas do planejador:– Qual é realmente o problema que queremos

resolver (CAUSAS)?– O que fazer (Alternativas)?– Por que fazer?– Traz benefício?– Atende à missão?– É conveniente e oportuno?– O custo compensa?– E se não fizer, o que acontece?

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Planejar é só uma opção? Não ...

• O mandato do executivo público é para:– agir em nome do interesse público– gastar conforme o que foi prometido em

planejamento fundamentado

• Portanto, há que se:– prometer consistentemente;– cumprir coerentemente.

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Obrigado!

Cláudio Silva da [email protected]


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