Download - D. Madalena - Frei Luis de Sousa
D. Madalena de Vilhena -- Caracterização da personagem ao longo da obra
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Vou começar por abordar uma caracterização em geral da personagem.
D. Madalena era uma mulher nobre e culta de uma categoria de sociedade elevada.
Era uma senhora muito apaixonada, pessimista, melancólica, desesperada e aterrorizada pelo passado, sempre muito angustiada e com um grande conflito interior.
É do género de pessoas que acredita em superstições, agoiros e dias fatais (sexta feira).
----------------------------------------Muda de slide----------------------------------------Entrando agora no 1º ato e na 1ª cena. Vemos que D. Madalena começa a obra por ler um pequeno excerto dos Lusíadas, nomeadamente uma passagem do episódio de D. Inês de Castro.
Partindo desta passagem retiramos a conclusão de que D. Madalena era uma mulher nobre e culta de uma categoria de sociedade elevada, pois apenas uma pequena percentagem da alta sociedade tinham acesso a um livro como os Lusíadas.
Podemos ainda retirar uma ligação de D. Madalena com D.Inês de Castro, devido à sua relação amorosa, trágica.
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Apresentação da tabela
----------------------------------------Muda de slide----------------------------------------Após esta leitura D. Madalena “acorda” de uma reflexão estando calma até ao momento em que reflete sobre o que se passa ou poderá vir a passar.... Após a reflexão D. Madalena entra num conflito interior, estando bastante confusa e angústiada.
Tudo nas falas de D. Madalena remetem para um estado de espirito triste, confuso, perturbado pelo passado.
- As interjeições (“oh!”) - As frases exclamativas (“mas eu!”) - As antíteses (“que amor,que felicidade...que desgraça a
minha!”) - As reticências que deixam a frase por acabar (“Com paz e
alegria d’alma...”)----------------------------------------Muda de slide----------------------------------------
Passando agora para a 2ª cena do 1º ato podemos reparar no facto de D. Madalena ser uma pessoa supersticiosa. D.Madalena acredita que
D.Sebastião ainda possa estar vivo passados 14 anos após partir para a Batalha de Alcacer Quibir.
D. Madalena ao acreditar nesta superstição tem de ter a consciência de que se D. Sebastião estiver vivo a tese é igualmente plausível para D. João que partiu no mesmo grupo de guerreiros para a Batalha de Alcacer Quibir que D. Sebastião.
Um pecado como o que ela cometeu acabaria com a família que criou com D. Manuel. O seu casamento ficaria completamente de “rastos” pois, D. Madalena sabia que ao ter aquela relação estava a trair Manuel e D.João ao mesmo tempo.
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Agora já na cena 3/4 podemos ver a preocupação de D. Madalena, mais propriamente com os outros do que com ela mesmo.
Para D. Madalena a família era tudo, principalmente Maria que era uma menina mais frágil a nivel físico, devido à sua doença, precisando assim de toda a atenção possível.Uma frase que pode demonstrar esta preocupação toda de D. Madalena é a seguinte – (“Minha querida Maria, (...) Isso é o que nos aflige, a teu pai e a mim; queria-te ver mais alegre, folgar mais, e com coisas menos...”)
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Saltando agora para a cena 7, D. Madalena recebe a informação de que vai ter de mudar de casa pois está a haver uma invasão por parte dos governadores.
D. Madalena fica admirada com tanta coragem por parte de D. Manuel ao tomar esta decisão, até que recebe a informação que a casa para onde vai é a sua antiga casa e de D. João.
Passagem textual: (“Mas para onde iremos nós, de repente, a estas horas?”/“Para a única parte para onde podemos ir: a casa não é minha...mas é tua, Madalena”)
Viver com algo que a atormentava já não era bom, ainda mais agora que vai ter de conviver diariamente com um ambiente onde existem recordações, que lhe fazem relembrar o adultério que está a cometer.
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Seguindo para a cena 12,a casa de D. Manuel é “iluminada”, isto é D. Manuel incendeia a própria casa devido à invasão dos governadores.
Ao incendiar a casa tudo o que ainda estava na casa ardeu, inclusivé o retrato de D. Manuel.
D. Madalena ficou aterrorizada com tal acontecimento. Os gritos, a reação de desgosto de D. Madalena mostram o quanto
está afetada pelo passado, o quanto se sente insegura, com medo. Conseguimos ver a mulher desequilibrada em que se tornou.
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Entrando no 2º ato da obra e seguindo já para a cena 5.
D. Madalena mais uma vez encontra-se confusa, está com um sentimento contraditório. Ao mesmo tempo está feliz pelo facto de Maria estar bem, e por poder estar outra vez com D. Manuel sem a presença dos governadores, mas esta sente-se triste pelo facto de eles se irem embora e a deixarem sozinha, ainda mais na sexta-feira dia que D. João partiu para a batalha e nunca mais voltou.
Sente medo de ficar sozinha. Podemos ver este medo através de este pequeno excerto (“Logo hoje! Este dia de hoje é o pior. Se fosse amanhã, se fosse passado hoje! E quando estarás de volta?”)(Oh Maria, Maria também tu me queres deixar! Também tu me desamparas e hoje!!”)
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Para introduzir a cena 7 do 2º ato vou começar por ler uma passagem textual. (“Porque nunca assim estive. Vão, vão, adeus! Adeus esposo do meu coração! Maria, minha filha, toma sentido no ar, não te resfries. E o sol. Não saias do toldo no bergantim”)
Podemos ver através desta fala a preocupação que ela tem para com a sua filha, uma boa mãe, tendo um amor incondicional por ela. Apesar deste amor podemos ver que este que tem pela sua filha não supera o seu amor por Manuel. Nesta passagem podemos ver que a despedida de D. Manuel é feita em primeiro lugar e só seguidamente se despede da filha.
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Entrando agora no desenlace do segundo ato, D. Madalena diz quais as razões para aquele dia ser um dia fatal.
Passo a citar (“Hoje...Hoje!, (...) é um dia fatal para mim, faz anos que... casei a 1ª vez, faz anos que se perdeu D. Sebastião e faz anos
também que vi pela primeira vez D. Manuel.”)(“Conto. Este amor que hoje está santificado e bendito no céu, porque Manuel de Sousa é meu marido, começou com um crime, porque eu amei-o assim que o vi, e quando o vi, hoje, hoje, foi em tal dia como hoje, D. João ainda era vivo.”)(“Permitiu Deus...quem sabe para me tentar? Que naquela funesta batalha de alcacer quibir, ficasse também D.João.”)
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D. Madalena deixa-se dominar por agouros e crenças que só aumentam a sua infelicidade.
A vinda do Romeiro trouxe consigo a desgraça de D. Madalena e da sua família. Quando D. Madalena descobre que D.João está vivo esta fica apavorada e o seu pior pesadelo tornara-se realidade, não havia mais nada que pudesse fazer. Era o fim.
D. Madalena com a confusão que estava dentro dela nem conseguiu reconhecer D. João quando esteve a falar com o Romeiro. Só quando as coisas já não podiam ser mudadas é que esta percebeu o sentido das palavras do Romeiro.
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Chegando agora ao 3º ato o destino de D. Madalena só tem um sentido.
Esta paixão cometida em pecado arrasta D. Madalena e D. Manuel para uma situação de adultério ainda que pela parte de D. Manuel tenha sido involuntário.
D. Madalena ainda tenta remover a ideia da cabeça de D. Manuel, dizendo que o Romeiro poderia ser um impostor, mas D. Manuel só vê uma solução que é continuar a sua vida para o sacerdócio
Por fim Maria morre de desgosto (tuberculose), vendo assim apenas a solução de D. Madalena e D. Manuel deixarem de ser casados e cada um ingressarno convento (refúgio na religião).
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Para concluir vou fazer a caracterização final de D. Madalena
D. Madalena é uma mulher romântica com um estado de espirito conflituoso e complicado.
Revela-se ao longo da obra uma mulher desequilibrada a nivel emocional, irracional, os sentimentos de culpa torturam-na, não a
deixando viver o presente. Vivendo assim um paralelismo com D. Inês de Castro.
Há um idealismo da felicidade pessoal e familiar Os sentimentos de tristeza, angústia, terror, culpa e medo dominam
a razão A linguagem onde ppdemos ver que D. Madalena é uma mulher
bastante emotiva é o facto de esta usar bastantes